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CONCEITO POSTERIOR Á CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA IMO – LONDRES, 1969

A convenção de Londres 69 ⃰, entrou em vigor a 01 de Setembro de


1982. Aí se dizia que toda a embarcação deverá possuir o “Certificado
de Arqueação” expedido pelo Governo, ou pessoa ou instituição
devidamente autorizada pelo Governo (caso as sociedades
Classificadoras).

Os princípios fisiológicos, sempre de acordo com a convenção, foram


simplificados no sentido de que:
a) Arqueação bruta signifique a medida da capacidade da embarcação e,
b) Arqueação líquida signifique a medida da capacidade útil da embarcação.

Simbologia:

AB= Arqueação Bruta

TB= Tonelagem Bruta

TBR= Tonelagem bruta de Registo

AL= Arqueação Líquida

TL= Tonelagem Líquida

TLR= Tonelagem Líquida de Registo (registada em Certificado)

⃰ Relativa à Intervenção em Alto-Mar a Casos de Acidentes com Poluição por Óleo, feita em Bruxelas, em 29
de novembro de 1969, e do Protocolo relativo à Intervenção em Alto-Mar em Casos de Poluição por Substâncias
Outras que não Óleo, feito em Londres, em 2 de novembro de 1973;

Definição

Arqueação de Navio: é um dado que serve para determinar os direitos


portuários que o navio deve pagar e compromissos regulamentares que
o navio deve cumprir. Ou seja, a arqueação é um úmero fiscal para
classificar o navio á luz das leis e disposições nacionais e
internacionais. De modo geral, à maior arqueação, maiores pagamentos
a suportar, maiores obrigações e registos a cumprir.

Classes de Arqueação:

Todo o navio tem duas arqueações: a bruta e, a líquida. Cada uma


delas, determinando-se pelas formulas 1 e 3 indicadas mais adiante.
Ambas arqueações, não têm unidades de expressão por serem números
abstractos e subentendidos.
Objectivo da Arqueação:

A arqueação serve de base para a aplicação das numerosas leis e


disposições do Direito Marítimo, assim:

Da Arqueação Bruta dependerão:

 Dotações regulamentares
 Títulos facultativos
 Normas para construção
 Direitos de docagem
 Limitação de faculdade de construir um navio
 Limitação de armar um navio
 Tarifas de pracagem
Da Arqueação Líquida dependem:

 Direitos portuários
 Estatísticas de navegação e
 Direitos de passagem por canais.

Evidentemente, isto poderá variar de país para país.


Para uniformizar as regras de arqueação e assinalar uma ordem
internacional, na nova Convenção abandonou-se o clássico sistema de
Arqueação Moorson e as respectivas marcas de tonelagem, passando-se
á determinação das Arqueações Bruta e, Líquida por fórmulas.

Arqueação Bruta ou Tonelagem Bruta, designa-se pelas iniciais AB ou


TB e, não tem unidades de expressão. Se a tonelagem bruta de um navio for
5000, representa-se assim: TB 5000.

A TONELAGEM DE ARQUEAÇÃO BRUTA

DETERMINA-SE PELA SEGUINTE FÓRMULA:

(1) TAB= K1×V

Onde:
V volume total de todos os espaços fechados do navio em metros cúbicos

K1 é dado pela fórmula (2) K1=0,2+0,02 logV, sendo 1 logaritmo decimal.

Exemplo:

Achar a tonelagem bruta de um navio cujo volume total de todos


espaços fechados é de 10500m3!

Aplicando a fórmula (1):

TB=K1×V

K1=0,2+0,02 logV
K1=0,2+0,02 log 10500

K1=0.280423786;

Se:

K1=0.280423786;

V=10500m3

Recordando: TB=K1×V

TB=0,280423786×10500=2944,4488m3

TB=2944m3

ARQUEAÇÃO LÍQUIDA OU TONELAGEM LÍQUIDA

Designa-se pelas iniciais AL ou TL e não tem unidades de expressão. Se


a Tonelagem Líquida de um navio é de 3000, representa-se assim:
TL3000

A Arqueação Líquida ou Tonelagem Líquida se determina pela seguinte


fórmula:

TL=K2 (4d/3D)2 Vc+K3 (N1 +N2 /10) (3)

Onde:
K2=0,2+0,02 log Vc

K3=1,25+0,000125 TB

Vc = volume total dos espaços de carga em metros cúbicos

d = calado moldado a meio navio, em metros

D= pontal moldado a meio navio, em metros

N1 = número de passageiros em camarote com um máximo de 8 beliches

N2=número de passageiros restantes

N1+ N2=número total de passageiros que o navio é permitido carregar, como indicado
no Certificado do Navio; quando N1+ N2 são menores que 13, deverão ser considerados
iguais a zero.

Como de acordo com CISVHM DE 1969, navio de passageiro é todo


aquele que transporte mais de 12 passageiros, para os navios de
cargueiros a fórmula (3) fica resumida a:

TL=K2 (4d/3D)2 ×Vc

Limitações da Fórmula (3):


a) Limitação por calado: o factor 4d/3D sendo igual ou menor que
a unidade, se tomará por seu valor a unidade, ex 4d/3D=1,7
então 4d/3D = 1
b) Limitação pela Tonelagem bruta: se a expressão K2 (4d/3D)2.Vc
for menor que 0.25TB tomar-se-á como valor da mesma o factor
0.25 TB

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EXERCÍCIOS:
Achar a tonelagem líquida de um petroleiro:
 Volume total dos tanques de carga: 15235m3
 Calado moldado de verão: 8,36m
 Pontal moldado: 10,34m
 Volume total dos espaços fechados: 24920m3

TL=K2 (4d/3D) 2. Vc+K3 (N1+N2/10)

a) Por ser um navio de carga e não levar passageiros, N1=0=N2


b) Vc=15232m3
c) K2=0,2+0,02 log Vc=4,182757 logo,
K2=0,2+0,02×4,182757=0.283655
d) 4d/3D=4×8,36/3×10.34=1,08
e) Note-se agora se é preciso aplicar as limitações:
4d/3D=1,08,logo se tomará como valor para 4d/3D a unidade

1 A tonelagem líquida com a primeira limitação será:

TL= 0,283655×12×15,232=4320,63

2 Vejamos, agora, a segunda limitação:

f) É preciso então calcular a tonelagem bruta.


TB=K1×V
Sendo V = 24920m3
Logo, TB=K1×24920 e
K1=0,2+0,02 log 24920=0,28793096
Então TB=0,28793096×24920=7175 e 0,25 TB=1794
g) Como a expressão K2 (4d/3D)2× Vc= 4320,63 é maior que
0,25TB=1974 o valor achado para TL é o valor final.

CAMPO DE APLICAÇÃO DA REGRA DE ARQUEAÇÃO DA IMO

De acordo com a Convenção Internacional de Regulamento da


Arqueação de Londres de 1969, o campo de aplicação será a todos os
navios mercantes, maiores ou iguais a 12m de comprimento, definido
no regulamento e eu cumpram as seguintes condições:

1. A todos navios de construção nova;


2. A todos navios existentes que efectuam reparações que venham
alterar sua arqueação bruta actual.
3. A todos navios existentes a pedido de armador;
4. A todos navios existentes, a partir de 12 anos de entrada em vigor
da convenção de Londres de 1969.
A Conferência Internacional de Arqueação da IMO exigiu que a
CONVENÇÃO entre em vigor transcorridos 24 meses depois de
adesão à mesma de 25 governos que possuem mais de 65% de
tonelagem bruta mundial, o que ocorreu a 01 de Setembro de
1982.

PESOS
Deslocamento: é o peso do navio expresso em toneladas. É dado
em toneladas métricas ou em toneladas lonas, expresso em
símbolo Δ.
O termo deslocamento é usado porque o peso do navio é igual ao
peso do volume de água deslocada pela carena do mesmo.

Sabendo que: p=v×δ


◦ Peso específico do meio flutuante, teremos:
Δ=𝛁×δ
Δ= Lpp× B × HMED× ∝ ×δ
As variáveis nessa fórmula são o calado médio e o coeficiente de
bloco (𝛾). Esse último também é função de calado e pode ser
obtido no plano de curvas hidrostáticas.
O peso específico de água salgada é 1,025t/m3 e de agua doce é
de 1,000t/m3. Esses valores não fixados para as marcações das
linhas de carga. Quando o navio se encontra em região cuja
densidade de água seja diferente de 1,025 e 1,000 utiliza-se o
densímetro para obtenção do valor exacto da densidade.
Dependendo das condições em que se encontrar o navio, temos
ainda as seguintes definições de deslocamento:
Deslocamento actual (Δ)
É o peso do navio quando flutua na linha de água considerada.

Deslocamento leve (ΔL)


É peso do casco, apêndices, acessórios da construção, máquinas
e seus acessórios. Geralmente é o peso do navio ao final da
construção.
Deslocamento leve (ΔL)
É peso do casco, expresso em toneladas, sem carga.

DESLOCAMENTO EM PLENA CARGA (ΔP⁰ OU ΔM)


É peso do navio quando atinge o plano e flutuabilidade máxima,
permitido pela linha de carga do local onde se efectua o
carregamento, levando em conta as zonas onde vai navegar e o
local de descarga. É a soma de todos os pesos que formam o
corpo do navio e das que o navio transporta, portanto, casco,
máquinas, acessórios, carga, combustível, aguada, passageiros,
bagagens, tripulantes, pertences, sobressalentes, lastros, etc.
Porte -Porte Bruto - Dead Weight
Porte Bruto (T.P.B.)
É o peso que o navio pode transportar, exceptuando o seu próprio
peso, quando se encontra num determinado calado. Pode ser
classificado como PB actual, ou diferença entre o deslocamento
num calado considerado e o deslocamento leve.

Porte Bruto Total (P.B.T.)


É a diferença entre o deslocamento máximo na linha de carga
permitida e o deslocamento leve.
Porte Líquido (P.L.)
É o peso de carga, passageiros e bagagens, que rende frete. Não é
constante, variando de acordo com os interesses e técnica de
administração.

Porte Operacional (T.P.O.)


É o peso de todos elementos a serem supridos à embarcação de
modo que ela possa operar numa determinada condição. Ele é a
soma dos pesos de: óleo combustível, óleo diesel, óleo
lubrificante, água potável, água destilada, lastro, guarnição e
pertences, rancho (víveres), material sobressalente, etc.
Porte Comerciável (P.C.)
É o peso que falta em certa ocasião para o navio completar o seu
porte bruto (P.B.) total
O porte bruto relativo a um determinado calado pode ser obtido
directamente na escala de porte que normalmente acompanha o
plano de capacidade.
FORMULAS APLICADAS AOS CÁLCULOS DE DESLOCAMENTOS E PORTES

ΔPc= ΔM
ΔPc =PBT+ΔL
PBA= ΔA- Δ
PBT= ΔPc- ΔL
TPB=TPL+TPO
PC=PBT- (somatório dos pesos existentes a bordo)
PC=PBT-(TPL+TPC)

COEFICIENTE DE FORMA OU FINURA


A fim de determinar ceras qualidades hidrostáticas, ou
para se calcular as condições de Estabilidade do Navio,
é necessário conhecer o volume de carena ou área de
alguns planos e, para isso, devemos utilizar os
coeficientes de forma ou finura.
Esses coeficientes variam com os diversos tipos de
navios, e são quatro, a saber: dois de volume e dois de
áreas podendo ser obtidos pelo Plano de Curvas
Hidrostáticos ou pelas fórmulas apresentadas nessa
unidade de ensino.
COEFICIENTE DE BLOCO – cb- (volume)
Coeficiente de Bloco é a relação entre o volume da
carena (∇) e o volume de um paralelepípedo (bloco) que
envolve a carena.


Cb =Lpp.B.HMED

As dimensões do paralelepípedo são:

Lpp = comprimento entre perpendiculares

B= boca

HMED= calado médio

Cb, também conhecido pela letra grega ∝, é sempre menor que


a unidade, variando, nos navios mercantes, entre 0,6 a 0,8.
Uma peculiaridade:

Cb= Cp×CSm

∇ Am ∇
Cb = x =
Am x Lpp B.HMED LppxBxHMED

Coeficiente de bloco fig.1 pag.26

228017

248017

Coeficiente Prismático cp (Volume)

É a relação entre o volume da carena (∇) e o volume de um


prisma ou de secção longitudinal de um cilindro que tenha o
mesmo comprimento (Lpp) que a carena e uma secção
transversal igual a secção transversal a meio navio.


cp =
Lpp x Am
Lpp= comprimento entre perpendiculares

Am= Área De Secção Mestra

Cp=também conhecido pela letra grega Σ, é sempre menor que a unidade

Pag.26 Coeficiente Prismático

Coeficiente da Secção a Meio Navio (Csm)- (Àrea)

É relação entre a área da secção mestra e a de um


rectângulo, cujos lados tenham as dimensões da Boca e e do
Calado Médio da carena.
Am
CSm=
B x HMED

B= Boca

Am= Área de Secção Mestra (imersa)

HMED= Calado Médio

CSm = também conhecido pela letra grega β, é sempre menor


que a unidade.
Coeficiente da Área de Flutuação (CAF) - (Área)

É relação entre a área da secção entre a área do plano de


flutuação correspondente ao calado médio e a área do
rectângulo cujos lados tenham as dimensões da boca e do
comprimento (Lpp) do navio.
Af
CAf =
Lpp x B

Lpp = comprimento entre perpendiculares

B= Boca

CAf = também conhecido pela letra grega 𝛾, é sempre menor


que a unidade.
TPC (por apresenta-lo impresso e encadernado até 23 de Agosto de 2016)

Sobre:

Qualidades e Planimetria do Navio

1. Qualidades comerciais
2. Qualidades técnicas
3. Planos básicos
4. Planimetria
5. O que são Sociedades classificadoras?
6. Identifique as Sociedades mais relevantes
7. Quais são os Objectivos das Sociedades Classificadoras?
8. Que tipos de vistorias efectuam as Sociedades Classificadoras?

Borda livre

A borda livre é a distância vertical, medida no costado entre a linha de


flutuação e o convés, é uma medida de Reserva de Flutuabilidade.
Quando não for especificado o convés e em que ponto foi medida,
subentende-se que é referida ao Convés Principal e ao Meio Navio. O
convés de referencia é denominado convés de Borda Livre. Assim como
há mais de uma Reserva de Flutuabilidade, há mais de uma RL:
 Borda Livre Mínima de Segurança (BLM), é segurança dotando
os navios de uma reserva de flutuabilidade.
 Borda Livre Actual - a que o navio possui no momento

Borda Livre Mínima de Segurança (BLM)

Instituída em 1876 devido a sucessão de acidentes ocasionados por


carregamentos excessivos. Proposta por Lord Plimsoll, por cujo nome
é até hoje vulgarmente conhecido no costado que a delimita.

Rege-se por uma Convenção Internacional de Linhas de Carga.

Por ela, os navios são obrigados a ostentar, cravada no costado uma


marcação (Disco de Plimpsoll) e exibir o Certificado Internacional de
Linhas de Carga (ou de Borda Livre), emitido segundo modelos e
normas fixados pela Convenção.

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