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AULA - 02
DISCIPLINA – PORTOS E VIAS NAVEGÁVEIS
1–Introdução
Um elemento de primordial Importância para o projeto das obras marítimas
e acostáveis é a avaliação das ações que os navios e embarcações podem exercer
sobre estas obras. Estas ações caracterizam-se basicamente pelos esforços que os
navios transmitem as obras durante as manobras de atracação e os esforços de fixação
dos mesmos.
Sob o primeiro aspecto, devemos considerar o impacto que os navios
exercem contra as obras de acostagem com a consequente transmissão da energia
cinética do navio a obra e sua transformação em energia de deformação das estruturas
e das defensas.
Quanto ao segundo aspecto, ou seja, os esforços de fixação dos navios as
obras de acostagem, devemos levar em consideração a ação dos ventos, ondas e
correntes marítimas sobre os mesmos. Estimados estes esforços, servirão de base para
verificar a estabilidade e dimensionar as estruturas de amarração.
Como base aos aspectos acima relacionados, outro ponto a ser
devidamente analisado são às dimensões e características dos principais tipos de
navios e seus movimentos que veremos no próximo tópico.
A posição limite mais baixa é dada para o caso do navio carregado com o
calado máximo dmáx. Já a posição limite mais alta, corresponde ao caso do navio em
carga mínima, ou seja, em lastro. Estas posições influenciam no gabarito dos
equipamentos das obras de acostagem. O termo Kl é a medida perpendicular da
distância da quilha ao fundo oceânico, com o navio na condição de lastro. Já o termo Kc
é a medida perpendicular da distância da quilha ao fundo oceânico, com o navio na
condição carregado.
A seguir são apresentadas as Tabelas de 01 a 03, com as principais
características dos navios petroleiros, carga geral e de passageiros respectivamente.
𝑊 − 𝐷𝑊
𝑑 = ×𝑑
𝑊
sendo:
W – deslocamento - peso do volume de água deslocado pelo navio (em carga, em
lastro, em vazio), em toneladas métricas;
Dw – Deadweight (peso morto): diferença entre o deslocamento em carga e em vazio;
d – Calado: É a dimensão entre a quilha e a linha de água, quando o navio flutua;
A posição limite mais baixa (mínima) é dada para o caso do navio carregado,
com o calado Dmáx e em condições de nível mínimo de água (maré baixa).
Do ponto de vista estrutural, o casco de um navio representa o seu elemento
principal, e apesar de não ter uma forma específica, o casco tem de ser projetado de
acordo com a finalidade de uso desse navio.
O casco de um navio tem um plano de simetria, que deve ser definido pela
sua quilha. Existem diversos tipos de casco, que podem variar de acordo com o tipo de
navio de transporte e também com a maior modernidade deste.
Uma vez que hoje em dia se assiste a grandes avanços técnicos, vão sendo
descobertas formas mais adequadas e mais eficazes para melhorar as características
das embarcações. Os tipos de embarcação mais comum são os seguintes:
- Embarcações com proa arredondada;
- Embarcações com cascos com bulbos;
- Embarcações com cinto de lastro quadrado ou circular;
- Embarcações com bordo baixo;
- Embarcações com bordo alto;
- Embarcações com porta na popa;
- Embarcações com reservatórios;
- Embarcações com saliências.
Estes modelos são geralmente mais utilizados para uma finalidade
específica de cada navio. A estabilidade, resistência mínima à propulsão e mobilidade
dependem da forma e características hidrodinâmicas do casco do navio, fato pelo qual
o dimensionamento e projeto deste elemento é uma parte extremamente importante da
construção dos navios pela engenharia náutica.
A flutuabilidade e estanqueidade são também fatores com grande influência
no projeto, de forma a que seja garantida a segurança e estabilidade de navegação
destas embarcações.
As embarcações devem também resistir aos esforços produzidos pelo peso
da carga, assim como ao balanço produzido pela agitação das correntes marítimas.
1
𝐹 =𝑘× ×𝜌×𝑣 ×𝐴 (1)
2
sendo:
F – força global (fluído em movimento);
𝜌 (rho) – densidade do fluído;
1
𝜌= (2)
8
1
𝐹 =𝑘 × ×𝑣 ×𝐴 (3)
16
sendo:
Fv – força global (força do vento) kgf;
v – velocidade do vento em m/s;
Av – área da embarcação exposta ao vento em suas respectivas direções em m2 (Figura
03);
Kv – coeficiente de forma, referido ao vento.
Nestas condições, baseado nos conceitos de oceanografia, considera-se
normalmente o valor de kv = 1,2.
𝟏
𝑭𝒗𝒕 = 𝒌𝒗 × × 𝒗𝟐 × 𝑨𝒗𝒕
𝟏𝟔
sendo:
Fvl e Fvt – força do vento em kgf, nas direções longitudinais e transversais
respectivamente;
Avl e Avt – áreas da embarcação expostas ao vento, no sentido longitudinal e transversal
respectivamente;
𝛾
𝜌=
𝑔
𝛾 (gama) – peso específico do ar 1034 kfg/m3 (água do mar) e g – 9,81 m/s2, assim
sendo:
1 1 1034
×𝜌 = × ≅ 52,70 (4)
2 2 9,81
𝐹 = 𝑘 × 52,7 × 𝑣 × 𝐴 (5)
sendo:
Fc – força global (força da corrente marítima) kgf;
v – velocidade da corrente marítima em m/s;
sendo:
Fcl e Fct – força da corrente marítima em kgf, nas direções longitudinais e transversais
respectivamente;
Acl e Act – áreas da embarcação expostas a corrente marítima, no sentido longitudinal e
transversal respectivamente;
Kcl e kct – são coeficientes de forma longitudinais e transversais, respectivamente;
𝒅
𝒌𝒄𝒍 = 𝟏 +
𝑯
𝟑
𝒅
𝒌𝒄𝒕 = 𝟏 + 𝟏 +
𝑯
sendo:
d – calado da embarcação (carregado ou em lastro);
H – profundidade da bacia portuária;
EXERCÍCIO PROPOSTO
REFERÊNCIAS BIBLIIOGRÁFICAS
ALFREDINI, P. Obras e Gestão de Portos e Costas. São Paulo, Edgard Blucher, 2015.
ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, disponível em:<
http://portal.antaq.gov.br/>
AZEVEDO NETO. J, M et al. Manual de Hidráulica. São Paulo, Edgard Blucher, 2014.
BAPTISTA, M.; LARA, M. Fundamentos de engenharia hidráulica. Belo Horizonte:
UFMG, 2014.
LEAL, M. M. G. G. Dimensionamento de Defensas Marítimas. Faculdade de
Engenharia, Universidade do Porto. Portugal, 2011.
MAGALHÃES, P. S. B. Transporte Marítimo: cargas, navios, portos e terminais. São
Paulo, Aduaneiras, 2011.
SILVA. J. C. S. Portos e Vias Navegáveis. UNIFIA – Departamento de Engenharia
Civil, 2013.