Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DA IGUALDADE
RACIAL E DE
GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Igualdade Racial na Constituição Estadual......................................................................................................4
1. Direitos Fundamentais..............................................................................................................................................4
1.1. Conceito, Origem, Classificação e Características. ................................................................................4
2. Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação
Racial.....................................................................................................................................................................................12
3. Igualdade Racial na Constituição do Estado da Bahia........................................................................13
Resumo.................................................................................................................................................................................21
Questões de Concurso................................................................................................................................................23
Gabarito............................................................................................................................................................................... 28
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................29
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Apresentação
Olá, pessoal. Tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos as disposições da Constituição do Estado da Bahia relacio-
nadas com a Igualdade Racial.
Considerando que poucas são as questões anteriores sobre o assunto abordado, faremos
uso, de forma complementar, de questões inéditas.
Grande abraço a todos e boa aula!
Diogo
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
EXEMPLO
Como exemplo de direito fundamental, temos a liberdade de locomoção, prevista em nosso
ordenamento por meio do artigo 5º, XV, da Constituição Federal:
“É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.”
Para proteger tal direito e assegurar que este possa ser exercido, a própria Constitui-
ção Federal estabelece, por exemplo, a garantia do habeas corpus, conforme previsão do
artigo 5º, LXVIII:
“Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.”
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
De acordo com o momento histórico em que surgiram e foram reconhecidos pelo orde-
namento jurídico, os direitos fundamentais podem ser classificados em cinco gerações ou
dimensões.
a) Primeira Geração: Até meados da Idade Média, o Estado era conduzido mediante as
ordens da monarquia. As opiniões do rei, nesta época, eram absolutas, não podendo ser objeto
de contestação por parte da população.
Com o passar do tempo, os indivíduos começaram a se revoltar com os desmandos e
abusos cometidos, dando ensejo ao surgimento do Liberalismo e dos primeiros direitos
fundamentais.
Os direitos fundamentais de primeira geração são formados pela necessidade de uma “não
atuação” do Estado, aumentando assim a liberdade da população.
Por este motivo, tais direitos são comumente conhecidos como “direitos negativos” ou
“direitos de defesa”, uma vez que são resultados da necessidade de proteção à população
ante os desmandos do Estado.
Importante mencionar que os direitos fundamentais de primeira geração surgiram em me-
ados do século XVIII, possuindo como principal objetivo a conquista de liberdade e sendo ma-
terializado pelos direitos políticos e civis.
EXEMPLO
Ambos os direitos (políticos e civis) são decorrência de um aumento da liberdade conferida à
população.
Na medida em que os indivíduos passam a poder votar e exercer seus direitos políticos, esta-
mos diante de um considerável aumento da liberdade.
Tal situação também ocorre na medida em que a população passa a ter direito de usufruir de
sua propriedade e de se locomover sem a necessidade de obter autorização do Poder Público
(direitos civis).
São exemplos, ainda, de direitos de primeira geração o direito à vida, o direito de associação e
o direito de reunião.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
EXEMPLO
Na medida em que direitos sociais como as férias e o descanso semanal remunerado são
garantidos à população, temos um Estado que não apenas está deixando de agir, mas sim que
está ofertando à população melhores condições de vida.
Nesta situação, o que está pautando a atuação estatal é a igualdade, de forma que todas as
pessoas que estejam sob a mesma condição devem fazer jus aos mesmos benefícios e pres-
tações do Poder Público.
EXEMPLO
Da análise das três primeiras gerações de direitos fundamentais, consegue-se notar uma seme-
lhança com o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Assim, na medida em que os direitos de primeira geração conferem aos indivíduos uma maior liber-
dade, os de segunda geração, por assegurarem uma série de prestações positivas, estão pautados
na igualdade. Os de terceira geração, por sua vez, fundamentam-se na fraternidade, uma vez que
não estão direcionados para um grupo específico de pessoas, mas sim para toda a espécie humana.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
JURISPRUDÊNCIA
O direito a integridade do meio ambiente — típico direito de terceira geração — constitui
prerrogativa jurídica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do processo de afirmação
dos direitos humanos, a expressão significativa de um poder atribuído, não ao indivíduo
identificado em sua singularidade, mas, num sentido verdadeiramente mais abrangente,
a própria coletividade social. Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e
políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais – realçam
o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e
culturais) – que se identifica com as liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam
o princípio da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de titu-
laridade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o
princípio da solidariedade e constituem um momento importante no processo de desen-
volvimento, expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto
valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencial inexauribilidade.
Tais direitos foram introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, compreendem o di-
reito à democracia, informação e pluralismo. Os direitos fundamentais de quarta dimensão com-
pendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado
social sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política.
e) Quinta Geração: Parte da doutrina identifica, ainda, uma quinta dimensão ou geração
de direitos fundamentais. De acordo com esta corrente, fortemente defendida por constitucio-
nalistas como Paulo Bonavides, a quinta geração seria representada como o direito de toda a
espécie humana à paz.
De acordo com o mencionado autor, a concepção de paz deve ser a mais ampla possível,
abrangendo todas as nações e servindo de base para a preservação da dignidade da pes-
soa humana.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Podemos resumir todas as características acerca das gerações ou dimensões dos direitos
fundamentais por meio do gráfico abaixo:
Geração ou
Fundamento Características
Dimensão
DICA
Os direitos fundamentais assegurados à população negra pela
Constituição Estadual são classificados, predominantemente,
como direitos de segunda geração.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Ainda que a doutrina tenha algumas divergências de posicionamento, dez são as principais
características dos direitos fundamentais, conforme passa-se a analisar:
• a) Universalidade: Como regra, os direitos fundamentais devem ser assegurados a to-
dos os seres humanos, independente de crença, raça, credo ou convicção política.
Isso não implica em afirmar, contudo, que todos os direitos fundamentais devem, obrigato-
riamente, ser assegurados de igual forma a todos, uma vez que a diversidade da humanidade
e da realidade vivida por cada pessoa não é uniforme no tempo.
Ainda assim, certos direitos fundamentais (aos quais a doutrina identifica um núcleo exis-
tencial), pela sua importância, devem ser assegurados, indistintamente, a todos.
EXEMPLO
Se tomarmos como exemplo o direito à vida, nota-se que se trata de um direito fundamental que
deve ser assegurado a toda a humanidade. Todas as pessoas são titulares deste direito, que, devido
à sua importância, é reconhecido como parte de um núcleo essencial de direitos fundamentais.
Se, em sentido, oposto, tomarmos como exemplo o direito social a férias remuneradas, vere-
mos que este, ainda que se seja um direito fundamental, não é assegurado, indistintamente, a
toda a população, mas sim apenas aos trabalhadores.
Prova disso são as diferentes gerações de direitos fundamentais. No início, como o ho-
mem estava sendo oprimido pela atuação do Estado, a grande conquista foi exigir que o Esta-
do deixasse de atuar, gerando uma maior liberdade aos indivíduos.
Posteriormente, tendo a população uma maior liberdade, a exigência era de que o Estado
não apenas deixasse de atuar, mas sim que prestasse a toda a sua população uma série de
direitos mínimos necessários à sua existência.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Conclui-se, desta forma, que os direitos fundamentais são ampliados com o passar dos
anos, uma vez que as necessidades dos indivíduos sob a guarda do Poder Público, em igual
sentido, tende a aumentar com o decorrer do tempo.
• c) Inalienabilidade: Os direitos fundamentais não podem ser transferidos ou negociados
com terceiros, sendo de titularidade exclusiva da pessoa que os possui. Como consequ-
ência, é correto afirmar que os direitos fundamentais não possuem conteúdo econômi-
co ou patrimonial.
Como decorrência, não poderá o particular usufruir apenas dos direitos que entenda neces-
sários para a sua pessoa. Deverá ele, para preservar sua dignidade, fazer uso do conjunto de
direitos previstos em nosso ordenamento jurídico, respeitado, como não poderia deixar de ser,
as particularidades de cada pessoa.
Com os direitos fundamentais, contudo, isso não ocorre. Assim, caso uma pessoa não
utilize um direito fundamental da qual é titular por um longo período, ainda assim poderá fazer
uso, a qualquer momento, do direito em questão.
Isso implica em afirmar que os direitos fundamentais são personalíssimos, impossíveis de
serem alcançados pelo instituto da prescrição.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Contudo, em determinadas situações, e desde que por um prazo certo de tempo, poderá
a pessoa renunciar ao exercício de certos direitos fundamentais. Após o mencionado lapso
temporal, o direito objeto da renúncia voltará à sua plenitude.
Ressalta-se, entretanto, que a renúncia jamais poderá ser feita por um período indetermi-
nado, tampouco abranger todos os direitos fundamentais previstos no ordenamento jurídico.
• g) Relatividade: De início, temos que memorizar que “Não existem direitos fundamentais
de caráter absoluto”. Como consequência, todos os direitos fundamentais se revestem
de caráter relativo, encontrando limites na própria existência de outros direitos funda-
mentais previstos na Constituição Federal.
Desta forma, os direitos fundamentais não podem ser utilizados como uma forma de aco-
bertar o cometimento de atividades ilícitas, tampouco a responsabilidade das pessoas que,
fazendo uso deste direito, cometam infrações tipificadas como crime em nosso ordenamen-
to jurídico.
Em caso de conflito entre dois ou mais direitos fundamentais, deverá a autoridade com-
petente, analisando o caso concreto, fazer uso da concordância prática ou da harmonização.
Nesta situação, um direito prevalecerá sobre o outro, de forma que a decisão apenas será
aplicável às partes do conflito. Caso, posteriormente, ambos os direitos novamente sejam ob-
jeto de conflito, a autoridade deverá realizar o mesmo procedimento de análise do caso concre-
to, podendo perfeitamente decidir pela prevalência do outro direito. Tudo dependerá, conforme
mencionado, da análise do caso concreto.
EXEMPLO
Caso uma pessoa, invocando o direito fundamental da liberdade de pensamento, expresse
comentários racistas acerca de outrem, estaremos diante de um conflito entre direitos funda-
mentais.
De um lado, a liberdade do pensamento. Do outro, a vedação ao racismo.
Nesta situação, a autoridade competente deverá analisar o caso concreto e decidir, com base
na ponderação e na harmonização, qual o direito que deverá prevalecer.
Como a decisão apenas produzirá efeitos para as partes envolvidas, nada impede que a autori-
dade competente, em momento posterior, e estando diante de uma situação onde os mesmos
direitos estejam em conflito, decida de forma contrária.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
EXEMPLO
Uma das principais finalidades dos direitos fundamentais é assegurar a todos a dignidade da
pessoa humana.
Contudo, você acha que este objetivo será alcançado em sua plenitude de que maneira: com
apenas alguns dos direitos ou com todos os direitos fundamentais existentes?
Logicamente que a utilização e interpretação de todos os direitos fundamentais é que propor-
cionará o atingimento da finalidade.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Deve ser observado que os objetivos apresentados possuem uma relação direta com a
necessidade de promoção dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa negra em
condições de igualdade com as demais pessoas.
Sendo assim, ainda que o princípio mencionado seja o da igualdade, o mais correto seria
a menção ao princípio da isonomia, que, em linhas gerais, é um dos sentidos ou acepções da
igualdade e da impessoalidade.
Por meio da isonomia, deve o legislador tratar de forma igual os iguais e de forma desigual
os desiguais, na medida das suas desigualdades.
EXEMPLO
Quando o legislador edita uma norma conferindo à população negra e parda o acesso às vagas
nas universidades e cargos públicos (cotas), estamos diante da isonomia.
Assim, ainda que os demais indivíduos não façam jus a este direito, não há que se falar em vio-
lação ao princípio da igualdade, uma vez que a isonomia confere a possibilidade de tratamento
desigual às pessoas que estejam em condições diferentes.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
EXEMPLO
Quando uma lei determina que “Todas as pessoas terão direito aos serviços de energia elétri-
ca e de água encanada”, estamos diante da isonomia formal, de forma que todos aqueles que
desejarem fazer uso destes serviços devem adotar os procedimentos previstos em lei, sendo
que a energia elétrica e a água encanada nada mais são do que direitos a eles conferidos.
Quando o Poder Público assegura à população de baixa renda os serviços de energia elétrica e
de água encanada de forma gratuita, estamos diante da isonomia material, sendo que a ideia
do legislador, com a medida, é, mediante a adoção de políticas discriminatórias, reduzir as
desigualdades das pessoas de baixa renda.
DICA
Devemos memorizar, para uma questão mais avançada de
prova, que as disposições da Constituição Estadual relaciona-
das com os direitos da população negra são manifestações da
isonomia material.
Art. 286. A sociedade baiana é cultural e historicamente marcada pela presença da comunidade
afro-brasileira, constituindo a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena
de reclusão, nos termos da Constituição Federal.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
DICA
Quilombo: local de resistência onde os escravos se refugia-
vam como o objetivo de fugir do regime feudal e escravagista
vigente, adotando práticas oriundas da cultura africana.
Obs.: O maior e mais famoso quilombo existente no Brasil foi o Quilombo de Palmares, que
era localizado entre Alagoas e Pernambuco. Este quilombo, que teve entre suas lide-
ranças Zumbi dos Palmares, chegou a receber cerca de 20 mil pessoas.
Com a abolição da escravatura, ocorrida em 1888, os escravos, pelo menos em tese, se tor-
naram livres. Contudo, a herança existente ao longo dos anos demonstrou, cada vez mais, que
a igualdade entre brancos e negros estava longe de existir. Prova disso é que os quilombos,
mesmo abrangendo uma quantidade significativa de pessoas, eram praticamente ignorados
pelo Poder Público.
A primeira Lei das Terras, editada em 1850, chegava a afirmar que a posse de uma pro-
priedade apenas poderia ser realizada por meio de compra e venda ou, alternativamente, de
doação do Poder Público. Claramente se percebia que as comunidades quilombolas, com base
neste normativo, não contavam com nenhum tipo de segurança jurídica para o exercício de
suas atividades e costumes.
Ao longo dos anos, inúmeras foram as batalhas e conflitos travados entre os quilombolas
e as pessoas que queriam desapropriar as terras onde se encontravam os quilombos.
Apenas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 é que passamos a contar, efe-
tivamente, com uma previsão especificamente destinada a garantir os direitos de propriedade
dos quilombolas.
No artigo 68 do ADCT da Constituição Federal, consta a seguinte previsão:
ADCT, Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Sendo assim, os remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando
suas terras têm reconhecida, a partir da Constituição Federal, a propriedade definitiva. Para
isso, deverá o Estado emitir os títulos respectivos de propriedade.
Nos dias atuais, e em plena sintonia com a Constituição Estadual, temos a previsão de que
a sociedade baiana é cultural e historicamente marcada pela presença da comunidade afro-
-brasileira.
Neste contexto, nada mais natural do que a existência de mecanismos aptos a coibir a prá-
tica de racismo, que, em nosso ordenamento jurídico, é considerado crime, conforme previsão
da Constituição Federal.
Para não confundirmos os efeitos decorrentes do crime de racismo com os dos demais
crimes constitucionalmente previstos, vejamos a previsão do artigo 5º do texto da Constitui-
ção Federal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Certas condutas, dada a sua gravidade à dignidade da pessoa humana, são consideradas,
de acordo com a Constituição Federal, inafiançáveis, imprescritíveis ou insuscetíveis de graça
ou anistia.
• Inafiançável é o crime que não admite o pagamento de fiança (valor em dinheiro) para
que o réu seja solto.
• Imprescritível é o crime que não deixa de existir com o decurso do tempo. Nestas situa-
ções, ainda que um longo tempo tenha decorrido entre o momento da prática do crime,
ainda assim a autoridade poderá aplicar as penalidades previstas em lei.
• A anistia ocorre quando o Estado renuncia ao seu direito de punir determinados fatos.
Na anistia, a renúncia é direcionada aos fatos, e não às pessoas que cometeram os
crimes.
• A graça, por sua vez, também trata-se de uma renúncia do Estado em punir determina-
das condutas. Contudo, difere da anistia por estar relacionada diretamente com cada
pessoa que cometeu o crime, e não aos fatos.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
DICA
Uma excelente forma de memorizar esta última situação é por
meio do mnemônico 3T1H: Os três T relacionam-se com a Tor-
tura, com o Terrorismo e com o Tráfico. O H relaciona-se com
os crimes Hediondos.
Para fins de prova, devemos memorizar que a prática do racismo constitui crime inafiançá-
vel e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
I – admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer pro-
cesso licitatório da Administração Pública direta ou indireta;
II – manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais.
Não é exagero afirmar que a dignidade da pessoa humana trata-se de princípio funda-
mental extremamente utilizado tanto pelo legislador constituinte quanto pelo Supremo Tribu-
nal Federal.
Neste último caso, o fundamento pauta as decisões do órgão no controle das normas
editadas. Para o legislador, serve de parâmetro para uma série de dispositivos da Constituição
Federal, dentre os quais merece destaque os direitos e as garantias fundamentais.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Além disso, podemos citar importantes decisões tomadas pelo STF e que decorrem da
dignidade da pessoa humana:
• a) O direito à igualdade sem discriminações abranger a identidade ou a expressão de gênero;
• b) As inúmeras políticas de inclusão, como as cotas para diversas classes de pessoas;
• c) A possibilidade de realização de pesquisas com células-tronco embrionárias;
• d) A impossibilidade, por violar a dignidade da pessoa humana, de submissão compul-
sória do pai ao exame de DNA;
• e) A legitimidade da união homoafetiva como entidade familiar.
Como decorrência desta previsão, a Constituição Estadual determina que, com países que
mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado da Bahia não poderá:
• a) admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em
qualquer processo licitatório da Administração Pública direta ou indireta;
• b) manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais.
Art. 288. A rede estadual de ensino e os cursos de formação e aperfeiçoamento do servidor público
civil e militar incluirão em seus programas disciplina que valorize a participação do negro na forma-
ção histórica da sociedade brasileira.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Art. 289. Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegura-
da a inclusão de uma da raça negra.
Como forma de fomentar a cultura da diversidade racial, sempre que ocorrer a veiculação
de publicidade estadual com mais de 2 pessoas (3 ou mais pessoas), deverá ser assegurada,
obrigatoriamente, a inclusão de uma pessoa da raça negra.
DICA
Quando for veiculada publicidade do Governo do Estado da
Bahia com mais de 2 pessoas, obrigatoriamente será assegu-
rada a presença de uma pessoa de raça negra.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Art. 290. O dia 20 de novembro será considerado, no calendário oficial, como Dia da Consciência
Negra.
Aqui, estamos diante de uma previsão que possui grandes chances de ser exigida em pro-
vas de concurso público. Logo, como forma de valorizar a importância da cultura negra para a
formação da sociedade, o artigo 290 estabelece que “O dia 20 de novembro será considerado,
no calendário oficial, como Dia da Consciência Negra”.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
RESUMO
Podemos resumir todas as características acerca das gerações ou dimensões dos direitos
fundamentais por meio do gráfico abaixo:
Geração ou
Fundamento Características
Dimensão
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IBFC/1º TEM/PM-BA/MÉDICO/CARDIOLOGIA/2019) Leia abaixo o artigo 289 da Cons-
tituição do Estado da Bahia, inserido no capítulo XXIII – Do Negro:
“Art. 289. Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de _____ pessoas, será as-
segurada a inclusão de uma da raça negra.”
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
a) Duas
b) Três
c) Quatro
d) Cinco
e) Seis
004. Conforme a Constituição do Estado da Bahia, o Estado não poderá manter intercâmbio
cultural ou desportivo, através de delegações oficiais, com países que mantiverem política ofi-
cial de discriminação racial.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
005. Conforme a Constituição do Estado da Bahia, a rede estadual de ensino incluirá em seus
programas disciplina que valorize a participação do negro na formação histórica da sociedade
brasileira.
007. Conforme a Constituição do Estado da Bahia, sempre que for veiculada publicidade esta-
dual com mais de duas pessoas, será assegurada a inclusão de uma da raça negra.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br 25 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
b) prevê dentre os direitos e deveres individuais e coletivos que a prática de racismo constitui
crime inafiançável, mas prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
c) prevê dentre os direitos e deveres individuais e coletivos que a prática de racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
d) prevê dentre os direitos e deveres individuais e coletivos que a prática de racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção, nos termos da lei.
e) não prevê em nenhum capítulo específico, o racismo, mencionando apenas dentre os direi-
tos fundamentais a garantia da dignidade da pessoa humana.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
GABARITO
1. a
2. d
3. C
4. C
5. C
6. C
7. C
8. E
9. C
10. C
11. E
12. C
13. C
14. C
15. C
16. E
17. C
18. E
19. E
20. C
21. E
22. C
23. a
24. e
25. c
26. E
27. E
28. E
29. E
30. C
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
GABARITO COMENTADO
001. (IBFC/1º TEM/PM-BA/MÉDICO/CARDIOLOGIA/2019) Leia abaixo o artigo 289 da Cons-
tituição do Estado da Bahia, inserido no capítulo XXIII – Do Negro:
“Art. 289. Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de _____ pessoas, será as-
segurada a inclusão de uma da raça negra.”
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
a) Duas
b) Três
c) Quatro
d) Cinco
e) Seis
Estabelece o artigo 189 da Constituição do Estado da Bahia que “Sempre que for veiculada pu-
blicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegurada a inclusão de uma da raça negra”.
Letra a.
Estabelece o texto constitucional que a prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
prescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da Constituição Federal.
Art. 286. A sociedade baiana é cultural e historicamente marcada pela presença da comunidade
afro-brasileira, constituindo a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena
de reclusão, nos termos da Constituição Federal.
Letra d.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Temos aqui uma das vedações estabelecidas no artigo 287 da Constituição Estadual.
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
I – admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer pro-
cesso licitatório da Administração Pública direta ou indireta;
Certo.
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
II – manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais.
Certo.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Conforme a Constituição do Estado da Bahia, a rede estadual de ensino incluirá em seus pro-
gramas disciplina que valorize a participação do negro na formação histórica da sociedade
brasileira.
Estabelece o artigo 288 que “A rede estadual de ensino e os cursos de formação e aperfeiçoa-
mento do servidor público civil e militar incluirão em seus programas disciplina que valorize a
participação do negro na formação histórica da sociedade brasileira”.
Certo.
Uma das previsões do artigo 288 é de que os cursos de formação e aperfeiçoamento do servi-
dor público civil e militar incluirão em seus programas disciplina que valorize a participação do
negro na formação histórica da sociedade brasileira.
Certo.
A questão está em perfeita sintonia com as disposições do artigo 289 da Constituição Estadu-
al, de seguinte teor:
Art. 289. Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegura-
da a inclusão de uma da raça negra.
Certo.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
II – manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais.
Certo.
A regra a ser observada refere-se à publicidade oficial. Além disso, o que é determinado é que,
sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegurada a
inclusão de uma da raça negra.
Art. 289. Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegura-
da a inclusão de uma da raça negra.
Errado.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
O que a Constituição Federal estabelece é que a prática do racismo constitui crime inafiançável
e imprescritível.
Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Errado.
Aqui, estamos diante de uma das vedações estabelecidas pelo artigo 287 da Constitui-
ção Estadual.
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
I – admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer pro-
cesso licitatório da Administração Pública direta ou indireta;
Certo.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
I – admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer pro-
cesso licitatório da Administração Pública direta ou indireta;
II – manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais.
Certo.
Determina o artigo 289 que “Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas
pessoas, será assegurada a inclusão de uma da raça negra”.
Certo.
Art. 290. O dia 20 de novembro será considerado, no calendário oficial, como Dia da Consciência
Negra.
Errado.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Art. 289. Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de duas pessoas, será assegura-
da a inclusão de uma da raça negra.
Certo.
Com países que mantenham política de discriminação racial, o Estado da Bahia poderá manter
relações internacionais. O que não será possível, contudo, são as medidas estabelecidas no
artigo 287.
Art. 287. Com países que mantiverem política oficial de discriminação racial, o Estado não poderá:
I – admitir participação, ainda que indireta, através de empresas neles sediadas, em qualquer pro-
cesso licitatório da Administração Pública direta ou indireta;
II – manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de delegações oficiais.
Errado.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Diferente do que afirmado pela questão, o inciso XLII do artigo 5º estabelece que “a prática
do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos ter-
mos da lei”.
Errado.
Tanto a tortura quanto o racismo são crimes inafiançáveis. Ao passo que o racismo é também
considerado imprescritível, a tortura é crime insuscetível de graça ou anistia, confirmando o
acerto da questão.
Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Certo.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
De acordo com o artigo 5º, XLII, da Constituição Federal, “a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Letra a.
De acordo com o artigo 5º, XLII, da Constituição Federal, “a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Letra e.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Letra c.
Estabelece o inciso XLII da Constituição Federal que “a prática do racismo constitui crime ina-
fiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Errado.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Em nosso ordenamento jurídico, são vedadas as penas de natureza perpétua. Logo, o racismo
está sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
Errado.
Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Errado.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 41
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Igualdade Racial na Constituição Estadual
Diogo Surdi
Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Errado.
A questão está correta, nos termos do artigo 5º, XLII, da Constituição Federal, de seguin-
te redação:
Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Certo.
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 41
nteúdo deste livro eletrônico é licenciado para RODOLFO DOS SANTOS BARBOSA DA CONCEICAO - 04405712514, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.