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1. INTRODUÇÃO
Meu objetivo, ao escrever esse relatório, é materializar as reflexões e percepções que
fui tendo ao decorrer da disciplina de Estágio Supervisionado em História II. Para isso,
recorrerei às anotações realizadas no meu caderno de campo durante meu período na escola e
às discussões teóricas realizadas ao longo do semestre. Tendo em vista que o estágio não se
resume ao momento de aplicar/colocar em prática a teoria obtida nos períodos anteriores, foi
um espaço extremamente importante para a minha reflexão intelectual sobre a escola, as
relações e a atuação docente.
Como eu participo do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência), a instituição para a realização do estágio foi a mesma que faço PIBID. A
instituição em questão é a Escola Estadual Samuel Engel, localizada na rua Rua São Sebastião
do Paraíso, 45, no bairro Residencial Oliveira. Acompanhei a docente Cristiane de Ávila
Silva, em suas aulas de História para as turmas do 8° ano do Ensino Fundamental II, no
período da tarde. Uma particularidade deste estágio, foi a possibilidade de acompanhá-la e
participar dos encontros realizados com os estudantes que participam do ICEB (Iniciação
Científica na Educação Básica).
Os problemas e desafios que foram mais evidentes durante esse período relacionam-se
às questões envolvendo discussões étnico-raciais e de gênero. Mais especificamente a postura
da professora diante a essas questões e as incoerências perceptíveis entre o seu discurso e a
sua prática pedagógica.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Observação do Contexto Escolar
O prédio da escola é relativamente recente: a escola funciona lá desde o ano de 2011.
É localizada em um bairro novo e que não se localiza próximo à área central. O prédio em si é
bem estruturado: todas as salas têm projetor e uma tela para a projeção, cadeiras e mesas
novas, cortina, além de duas quadras e um amplo espaço repleto de árvores.
Para analisar o perfil social-econômico-racial da instituição e a comunidade na qual
ela está inserida, recorrerei ao Projeto Político Pedagógico (PPP) de 2020. De acordo com o
Censo Escolar de 2019, apresentado no PPP, o número de matriculados na escola era de 1017,
sendo 54% pertencentes ao gênero masculino e 46% ao feminino. Nessa mesma linha, cerca
de 99% dos alunos residem na área urbana e 1% na área rural; enquanto 70% residiam
próximo a localidade na qual a escola está inserida. O índice socioeconômico da escola é
considerado alto, tendo cerca de 27% dos alunos exercendo alguma atividade remunerada.
Já na esfera da autodeclaração racial, a distribuição por cor foi: 70% autodeclarados
brancos, 20% parda, 4% preta, 2% indígena e 4% não declarada. Neste ano de 2023, a
professora Cristiane desenvolveu, novamente, um projeto para o ICEB (Programa de
Iniciação Científica na Educação Básica) voltado às discussões étnico-raciais. Tal ação
demonstra uma preocupação vinda dela com a questão, mas também permite-nos pensarmos a
abertura que a direção da instituição deu para a realização de tal proposta. Visto que há um
incentivo por parte destes últimos para a realização das atividades e discussões propostas pela
professora Cristiane.
Referente a relação da comunidade com a escola, um dado que destacou-se no PPP foi
um levantamento com os estudantes sobre a participação dos pais deles na vida escolar e as
porcentagens foram as seguintes: cerca de 55% dos responsáveis acompanham parcialmente
sua vida escolar, 22% totalmente e 23% não acompanham. A nota obtida na pesquisa de
participação da comunidade na vida escolar, foi de 4 em uma escala de 0 a 10. Tanto em
conversas com a vice-diretora da escola quanto com a professora, a participação da maioria
dos pais restringe-se às reuniões realizadas bimestralmente.
4. REFERÊNCIAS
ROCHA, Helenice Aparecida Bastos. Aula de história: evento, ideia e escrita. História &
Ensino, Londrina, v. 21, n. 2, p. 83-103, jul./dez. 2015.
BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras.
Educ., Rio de Janeiro, n. 19, p. 20-28, abr. 2002.