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30/07/2013

8. MÉTODOS DE ANÁLISE DE SISTEMAS DE


COMERCIALIZAÇÃO

 Agricultura se orienta pelo mercado 


C = f(g*; urb.; expansão da economia; setores
MÉTODOS DE ANÁLISE DE industriais)
SISTEMAS DE Comercialização  estuda encaminhamento da
COMERCIALIZAÇÃO produção agrícola até o consumidor final.

Para seu entendimento:


Análise Funcional;
PROFESSORA: ERYKA SOBRAL Análise Institucional;
Análise Estrutural.
Referencial:
Cap. 8 de Mendes e Padilha Júnior

1. ANÁLISE FUNCIONAL DE SISTEMAS DE COMERCIALIZAÇÃO 1. ANÁLISE FUNCIONAL DE SISTEMAS DE COMERCIALIZAÇÃO

 1.1 Função de Troca


1.2 Funções físicas:
“Vão tratar do manuseio e da movimentação dos
Geram utilidade de posse: produtos agropecuários ao longo do sistema de
 Função de troca; comercialização”
 Função de venda;

 Função de formação de preços. Gerando algum grau de utilidade, como:


De lugar (transporte)
Fluxo físico em contrapartida de um fluxo De tempo (armazenagem)
monetário correspondente. De forma (processamento)

A) MODAL RODOVIÁRIO
1. ANÁLISE FUNCIONAL DE SISTEMAS DE COMERCIALIZAÇÃO
Brasil:
1998 2001
Modal
(%) (%)
1.2.1 Análise econômica do transporte: Rodoviário 62,6 61,1
Feroviário 20,0 20,7
“Esta alternativa envolve a escolha das diferentes rotas e Aquaviário 12,7 13,6
tipos de que permitem redução de custos.” Dutoviário 4,4 4,2
Aeroviário 0,3 0,4
 Os cinco tipos de modais principais: Total 100,0 100,0
Fonte: ANTT, 2006.

a) Rodoviário
b) Ferroviário Vantagens no Brasil:
 Malha rodoviária: 1,75 milhões de km
c) Aquaviário
 Entrega mais precisa.
d) Dutoviário Desvantagens:
e) Aeroviário.  Somente 13% são pavimentadas;
 Insuficiência de nº de postos de pesagem: 1 posto a cada 814 km
(CNT, 2011)

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A) MODAL RODOVIÁRIO B) MODAL FERROVIÁRIO


Figura 8-1. Relação entre a distância (km) e o custo total para o usuário do transporte nas
modalidades rodoviária, ferroviária e hidroviária. Vantagens:
 Combustível: Diesel Existência também de linhas eletrificadas;
 Elevada Capacidade de Cargas;
 Menos poluente e consome menos recursos.;
 Rápido, não tem congestionamentos;

Desvantagens:
 Os elevados investimentos na construção e manutenção das
linhas férreas. Este fato também explica que sejam os países
desenvolvidos os que têm maior densidade de vias férreas.
 Elevados investimentos na manutenção e construção dos
equipamentos e de infra-estruturais.
 Necessidade da conjugação com outros modais de transporte
para alcançar o destino final da carga.
Porém, existem produtos agrícolas que percorrem distâncias bastante  Diferenças da linhas: tamanho de bitola, dificulta tráfego
superiores, como é o caso do farelo de soja (555 km), soja em grão (756 km), integrado.
do trigo (851 km), do milho (1.603 km) e do arroz (1.653 km), gerando a
chamada perda de competitividade e agravamento do custo Brasil.

B) MODAL FERROVIÁRIO

C) MODAL DUTOVIÁRIO

No Brasil existem: Gasodutos, Minerodutos,



Oleodutos.
Vantagens:
 Podem dispensar armazenamento;

 Menor possibilidade de perda ou roubos;

Desvantagem:
 Alto custo fixo;

 Alto risco de acidente ambiental.

D) MODAL HIDROVIÁRIO PRINCIPAIS CONCLUSÕES

Vantagens:
Custo por Km é duas vezes menor que o da ferrovia e 5 vezes menor que
 Agronegócio nacional paga o custo mais elevado
o da rodovia; do mundo para escoamento das safras e dos
produtos agroindustriais:
Ex. Um camboio de 10 mil ton transporta a carga equivalente a
transportada por 278 caminhões de 36 ton cada consumindo em um cerca de 22% do preço do milho reflete o valor do
percurso de 500 km cerca de 21 ton de combustíveis tripulada por 12
pessoas. Já a frota de caminhos para os 500 km cerca de 54 ton de frete; soja 16%; trigo 15%; café 2% em média.
combustíveis, necessitando de 556 pessoas (motoristas e ajudantes).

Desvantagem:
 Necessidade de investimento em infra-estrutura;
Alto investimento para transformação de um rio em hidrovia
(engenharia e dragagem);

Nos ano 1990. o transporte hidroviário passou a ser utilizado em maior  Falta de transportes adequados é responsável por
escala no Brasil, como forma de baratear o preço final de produtos, altos custos de comercialização e pela
principalmente os de exportação, tornado-os mais competitivos.
predominância da agricultura de subsistência.

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INFLUENCIA DO CUSTO DE TRANSPORTE NA VIABILIDADE ECONÔMICA DE


ASPECTO ECONÔMICO DO COMERCIO ENTRE LINHAS DE EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIAS
DUAS REGIÕES:
ATIVIDADE LUCRO POR CUSTO DE
AGROPECUÁRIA HECTARE SEM TRANSPORTE
CONSIDERAR O POR km DA
Condições básicas e necessárias: CUSTO DE QUANTIDADE
a) Diferenciação nos custos de produção, de modo que uma TRANSPORTE PROUZIDA POR
região tenha vantagem comparativa em relação à outra; (R$/ha) HETARE (R$/km)
b) Diferenciação de preços entra ambas as regiões para que A 700 1,75
pelo menos sejam cobertos os custos de transporte. B 500 0,71
C 330 0,33
D 195 0,15

1ª Etapa:
Montagem das equações lineares de lucro por atividade. Tais equações
associam a rentabilidade por hectare ao respectivo custo de transporte:

LA=700 – 1,75*d
LB=500 – 0,71*d
LC=330 – 0,33*d
LD= 195 – 0,15*d

INFLUENCIA DO CUSTO DE TRANSPORTE NA VIABILIDADE ECONÔMICA


DE LINHAS DE EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIAS
1.2.2 ANÁLISE ECONÔMICA DO ARMAZENAGEM
2ª Etapa: cálculo das distâncias máximas de produção.
No caso do produto A teríamos:
LA = 700 – 1,75 * d = 0
“Setor de armazenagem: está diretamente ligado ao
...
comportamento sazonal da produção, auxiliando a
d=400 km formação de preços, reduzindo a sua variabilidade
no decorrer do ano, permitindo manter a oferta
3ª Etapa: determinação dos pontos de equidade ou igualação ajustada a demanda e ao produtor rural participar
(equilíbrio)
das etapas mais lucrativas do processo de
LA = LB
comercialização.”
4ª Etapa: Determinação de mercado para as linhas de exploração.
Supondo d = 500km, quais as linhas de produção serão viáveis. Principal órgão no Brasil: CONAB

EFEITO ECONÔMICO DA ARMAZENAGEM NA SAFRA E ENTRESSAFRA

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DEFINIÇÃO DO PREÇO QUE DEFINE


CONCLUSÃO ARMAZENAGEM

 Diversas estratégias podem surgir como a venda na época da


colheita (t=0) ou no futuro (t=1,2..., n) ou mesmo uma combinação
entre os dois.

O armazenamento de uma mercadoria, ainda que a  Avaliação: comparar a rentabilidade esperada das alternativas
disponíveis.
um custo relativamente elevado, possibilita
distribuir melhor a oferta disponível, evitando a Ex.: Lucro esperado no mês t
eventual queda dos preços na safra e assegura
maior nível de renda para o produtor. Lucrot = RTt – CCt – CPt

Correção do valor das variáveis no tempo pelo uso de um fator de


atualização:
fa = (1+i)n
Onde,
i = taxa de juros real (custo de oportunidade)
n = nº de períodos de capitalização, em meses.

CONDIÇÃO NECESSÁRIA: RESOLUÇÃO

Lucrot+n ≥ Lucrot * fa  Lucronov = (RTmarço - CTmarço)*fa = (12,00*1-10,90)*1,082 =


US$ 1,1902 por saca
RTt+n – CCt+n – CPt+n ≥ Lucrot * fa
 CCnov = CCmar*(n-1)*fa = 0,10*7*1,082 = US$ 0,7580 por
Reorganizando: saca
RTt+n ≥ Lucrot * fa + CCt+n + CPt+n (Modelo de Decisão)
 CPnov = CPmar*fa = 10,90 * 1,082 = US$ 11,8036 por saca.
Exercício:
Supondo um produtor paranaense de soja que está em dúvida se Modelo de decisão:
comercializa a sua produção à vista no mês de março (época da RTnov ≥ 1,1902 + 0,7580 + 11,8036
colheita) ou se armazena até novembro, período em que necessitará RTnov ≥ US$ 13,75 por saca
de recursos financeiros.
Em março, no mercado do Paraná, a saca de soja estava cotada a Este resultado significa que, ocorrendo mercado futuro
US$ 12, e o custo de produção era da ordem de US$ 10,90. O custo para a soja, o produtor poderia observar as cotações para
de oportunidade do capital é de 1% ao mês, que corresponde à taxa novembro e, caso elas sejam maiores ou iguais ao valor
real de juro médio de uma renda fixa, e o custo de armazenagem calculado de US$ 13,75 por saca, valeria a pena fazer um
está na ordem de US$ 0,10 por saca por mês. De acordo com as hedge de venda ou uma opção de venda para novembro e
assim armazenar o produto até esta data.
informações fornecidas , qual deve ser a decisão do produtor?

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1.2.3 ANÁLISE ECONÔMICA DA AGROINDÚSTRIA


1.3 FUNÇÕES AUXILIARES
BRASILEIRA – PROCESSAMENTO,
BENEFICIAMENTO E EMBALAGEM
Visam facilitar e/ou complementar o
 A industria agroalimentar está subdividida em: encaminhamento da produção ao longo do
sistema de comercialização.
1º empreendimentos que atuam na transformação
primária (produtos intermediários) e Padronização:
•Atributos qualitativos: forma, coloração, grau de
2º empreendimentos que atuam nas transformações maturação, sinais de danos mecânicos, doenças,
secundárias (produtos finais) a) PADRONIZAÇÃO E
pragas e presença de resíduos.
•Atributos quantitativos: preço e tamanho
CLASSIFICAÇÃO
Classificação:
Se articula para frente: Industria de embalagens e com o Grupo (milho em função de resistência, feijão gênero,
processamento agroindustrial e para traz com a soja diâmetro), Classe (coloração, arroz tamanho) e
Tipo (qualidade do produto)
industria de insumos e de equipamentos da agricultura. a) CONTROLE DO RISCO FÍSICO E •Risco Físico: seguro
DO RISCO DE MERCADO •Risco de Mercado: operações de hedging
•Puramente informativa ou noticiosa;
Análise econômica: •Analítica: vai além da notícia, faz-se análise do lado
Agregação de valor  obtenção de diferenciação de da demanda de renda disponível, gostos e
produto garantido margens de lucros maiores tanto para o a) INFORMAÇÃO DE MERCADO preferências; do lado da oferta tem-se, expectativa de
preços, preço de bens complementares...
mercado interno quanto externo  tornar mais inelástica. •Propaganda: a) Genérica b) Específica: torna a
demanda mais inelástica (marca)

2. ANÁLISE INSTITUCIONAL DE SISTEMAS DE 2. ANÁLISE INSTITUCIONAL DE SISTEMAS DE


COMERCIALIZAÇÃO
COMERCIALIZAÇÃO
 Considera tanto a natureza dos diversos intermediários e
agentes que executam os serviços de comercialização de um
 Quanto o arranjo e a organização do mecanismo
produto:
de mercado: (eliminação de custos
a) Intermediários comerciantes: atacadistas (altamente heterogêneo), intermediários)
varejistas (↑nº na comercialização) e especuladores.

b) Intermediários agentes: corretores e comissários (consignação) 1. Integração vertical: ocorre quando uma empresa
combina atividades. Ex.: Perdigão e Sadia na
c) Organizações auxiliares ou instrumentais: bolsas de produção de frango; cooperativas.
mercadorias, as associações comerciais, as transportadoras,
os classificadores, os bancos, as companhias de seguros, 2. Integração Horizontal: se verifica quando uma
armazenadoras, as empacotadoras, e os órgãos responsáveis firma absorve outras firmas que executavam
pelos serviços de informação e de pesquisa de mercado. atividades similares às suas. Ex.: Linhas de
armazéns e sílios (CASEMG – Comp. De armaz. e
d) Industria de transformação: esmagadoras de soja, sílios do Estado de MG)
frigoríficos...

3. ANÁLISE ESTRUTURAL  Organização do sistema de comercialização: Há três


fases distintas: Processo de concentração, Processo de
Nesse método a estrutura de mercado inclui as Equilíbrio e Processo de Dispersão
características de organização de mercado relacionadas à
conduta de firmas e à eficiência industrial.

Estrutura de mercado: grau de concentração do mercado;


grau de diferenciação; grau de dificuldade a entrada de novas
firmas.
(Produtos processados Oligopólios: suco de laranja; café...)
(Insumos agropecuários e máquinas  Oligopólio)

Conduta de Mercado: Políticas da firma em relação ás


concorrentes no mercado, podendo ser: comportamento com
respeito á política de preços, ao produto ou coercitivo (dumping
ou integração vertical, impondo barreiras).

Eficiência de Mercado: Em relação produto/insumo  preços


em relação ao custo médio da produção.

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 O canal de comercialização: Conceito;


 Tipos:
a) Direto: PRODUTOR CONSUMIDOR
b) Intermediários:

Fatores que afetam a escolha do canal de comercialização:


 Natureza do produto: Perecibilidade induz a canal curto. Valor unitário.
 Natureza do mercado: Quanto maior o volue médio de vendas por
consumidor, menos a possibilidade de comercialização direta.

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