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TEXTO I

REDAÇÃO

BLOCO A

Constituem o que se chama de mídia todos os canais de transmissão de informações,


por meio impresso, eletrônico ou digital.

À primeira vista, o papel da mídia se resume à informação, mas, na verdade, isso se


reveste de certa complexidade, já que tem modelado ou moldado o comportamento
humano por meio das inevitáveis influências das mais diversas áreas. A mídia também
propõe reflexões e discussões, colabora com grandes campanhas humanitárias e até
mesmo se transforma num canal de importâncias sociais, o que, segundo alguns,
reforça o seu lado bom, positivo.

BLOCO B

Nem tudo são flores. Também se atribui à mídia um lado negativo, que pode ser visto,
por exemplo, no incremento do consumismo ou na imposição de valores que
privilegiem a aparência em lugar da essência. Portanto, a mídia é manipuladora.

Carla Daniela P. Rodrigues, psicopedagoga clínica e neuropsicóloga, em artigo


publicado na revista Psique (edição nº 134) da Editora Escala, sob o título de
“Violência em efeito dominó”, analisa a chamada teoria da modelagem, assim
explicada por ela: ideia segundo a qual os indivíduos podem aprender
comportamentos sociais de maneira informal, através da observação daquilo ou
daquele que pode ser chamado de “modelo”, que geraria, nesse sentido,
comportamentos modelados.

A articulista cita como precursor dessa teoria o psicólogo canadense Alberto Brandura
que, estudando o comportamento em crianças, “descobriu que as que são expostas a
situações de agressividade não só apresentam um comportamento imitativo dessa
agressividade como também outros tipos de agressividade, não vistos no ‘modelo’”.
Conclui: “Assim, o comportamento imitado, segundo a teoria, serviria como início para
um processo mais amplo e complexo. Nesse contexto, a mídia, em suas diversas
vertentes, funcionaria como um manancial de situações que poderiam ser imitadas”.
Para Carla Daniela, de acordo com essa linha de pensamento, crimes violentos e de
grande repercussão na mídia poderiam desencadear outros, servindo de modelagem
comportamental e gerando o que a literatura criminológica chama de fenômeno
copycat. Explica: “A expressão em inglês é formada pela junção das palavras copy,
que quer dizer “copiar”, cat, que significa “gato”. Ela está relacionada, originalmente,
ao que acontece om os filhotes de gatos, que, juntos, tentam imitar o comportamento
da mãe”.

Elabore um texto dissertativo cuja argumentação vá ao encontro do conteúdo do


BLOCO A ou do BLOCO B. Optando pelo primeiro, você, certamente, oferecerá uma
visão positiva da mídia; preferindo o segundo, deverá analisar a chamada “modelagem
comportamental” ou “fenômeno copycat”, de acordo com a teoria exposta. Nos dois
casos, fundamente seus argumentos com exemplos conhecidos.

Instruções

. Empregue, no mínimo, quatro parágrafos simétricos;

. Proponha uma tese, sem qual a redação será invalidada;

. Use, preferencialmente, a terceira pessoa;

. Dê ao texto um título breve e sugestivo;

. Deixe uma linha entre o título e o corpo da redação.


Sobre ser e parecer
[...]
Eu sempre tive dificuldades com o parecer. Acho em geral que as pessoas se distraem
tanto pensando em como parecem que se esquecem de tentar descobrir o que
efetivamente são, deixam de conhecer e conhecer os outros. Mas hoje percebo que
parecer aquilo que se é (ou se pretende ser) pode ser a diferença entre conseguir a
coerência não cartesiana necessária ao crescimento (como disse Leminski: “isso de
querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além”). Afinal, o que é
que podemos dar ao mundo? Aquilo que está simplesmente dentro de nós, ou aquilo
que colocamos para fora (consciente ou inconscientemente)? O que é a verdade de
nós para os outros senão aquilo que podem enxergar? Talvez ser para si baste a
muitos outros. Para mim (e para o que preciso e acredito), tenho de ser ao mundo e
para a vida.[...]
Gabriel Neves. <http://questionar.wordpress.com/ 2011/06/25/sobre-ser-e-parecer/>.
TEXTO II

“O Instagram é pensado para as pessoas se sentirem mal.”


A frase, dita por ninguém menos que Madonna ao jornal inglês The Sun, no
mês passado, sintetiza uma discussão levantada há anos por pesquisadores, médicos
e especialistas em cultura digital: o Instagram pode ser prejudicial à saúde mental de
seus usuários, em especial para quem já está doente.
“Você se pega se comparando com outras pessoas. ‘Devo ser assim, agir
assim, parecer assim?’ As pessoas se tornaram escravas da aprovação dos outros”,
sentenciou Madonna, 60, que tem 14 milhões de seguidores. Para referência: Anitta
tem quase 40 milhões.
É claro que todas as redes sociais dispõem desse potencial destrutivo, mas,
por ser baseado em imagens, o Instagram merece mais atenção, explica Christian
Dunker, psicanalista e professor da USP. “Nele é mais fácil competir e comparar-se.

Leia mais em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/instagram-saude-mental-depressao-


ansiedade/

TEXTO III
Entre ser e ter: (a)parecer

Quase todos nós passamos a vida buscando dar-lhe, à vida, um sentido ou,
pelo menos, procurando descobrir o sentido que ela pode ter. “Ser” era o verbo que no
passado se conjugava com o maior respeito. Então vinha uma lista de virtudes que
acompanhavam sempre o bom homem. São muitas e conhecidas, as virtudes,
desnecessário, portanto, desenrolar o rol delas. Aristóteles, em seu Ética a Nicômaco,
praticamente esgotou o assunto.
Mas então veio o capitalismo selvagem e consumista, e a maioria das pessoas
encontrou no consumo a conjugação do verbo “ter”. Depois do verbo, a imensa lista
dos bens. Agora, o bom homem passou a ser aquele que conseguisse possuir a
melhor parte da lista imensa. Nas teorias econômicas o valor já teve (e talvez ainda
tenha) a companhia de vários adjetivos. Um deles era (ou é) a locução “de uso”. O
valor de uso teve a competição do valor-trabalho, além do valor de troca, e a confusão
estava feita, com teorias digladiantes e inconciliáveis. Pois bem, nenhum desses
valores (nem o valor de uso) entraram mais na conta do consumista inveterado. Ele
não compra objetos, senão o prazer que o ato de comprar proporciona, pois comprar
significa dispor de poder. Em ambos os casos, as pessoas, ou sua maioria,
conjugavam esses verbos aí como o sentido enfim descoberto para a vida. Hoje,
evoluímos. Nem “ser” nem “ter” dão algum significado à vida da imensa maioria das
pessoas. O verbo que dá sentido à existência, hoje, é o verbo “aparecer”. Nem seu
cognato “parecer”, nem ele, satisfaz mais quem quer que seja. De que me adianta
parecer se não apareço?
O maior bem, o mais cobiçado, aquele pelo qual se consomem vidas inteiras, é
a celebridade. Meu amigo Loyola Brandão estuda o fenômeno em seu romance O
anônimo célebre. Suprema glória estar exposto, nem que seja por segundos, na
telinha. Depois disso, a vida está realizada: pode vir a morte.
Pobres dessas moças que se sacrificam, que se mortificam, para poder
aparecer sempre magrinhas na foto. Não sei quem foi o infeliz inventor da ideia de que
mulher bonita tem de ser mulher magra. Magra e com cara de mau humor. Comem
uma folha de alface por dia até morrer de anorexia. Ou de bulimia, como os casos que
se repetem a toda hora.

Menalton Braff. Bula Revista. <www.revistabula.com/posts/colunistas/entre-ser-e-ter-


aparecer>.

Tendo em conta as sugestões desses textos, além de outras informações que julgue
relevantes, redija um Artigo de Opinião, no qual você exponha seu ponto de vista
sobre o tema “SABEMOS QUE A ESSCÊNCIA VALE MAIS, MAS CONTINUAMOS
CUIDANDO APENAS DA APARÊNCIA”.

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