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REDAÇÃO
BLOCO A
BLOCO B
Nem tudo são flores. Também se atribui à mídia um lado negativo, que pode ser visto,
por exemplo, no incremento do consumismo ou na imposição de valores que
privilegiem a aparência em lugar da essência. Portanto, a mídia é manipuladora.
A articulista cita como precursor dessa teoria o psicólogo canadense Alberto Brandura
que, estudando o comportamento em crianças, “descobriu que as que são expostas a
situações de agressividade não só apresentam um comportamento imitativo dessa
agressividade como também outros tipos de agressividade, não vistos no ‘modelo’”.
Conclui: “Assim, o comportamento imitado, segundo a teoria, serviria como início para
um processo mais amplo e complexo. Nesse contexto, a mídia, em suas diversas
vertentes, funcionaria como um manancial de situações que poderiam ser imitadas”.
Para Carla Daniela, de acordo com essa linha de pensamento, crimes violentos e de
grande repercussão na mídia poderiam desencadear outros, servindo de modelagem
comportamental e gerando o que a literatura criminológica chama de fenômeno
copycat. Explica: “A expressão em inglês é formada pela junção das palavras copy,
que quer dizer “copiar”, cat, que significa “gato”. Ela está relacionada, originalmente,
ao que acontece om os filhotes de gatos, que, juntos, tentam imitar o comportamento
da mãe”.
Instruções
TEXTO III
Entre ser e ter: (a)parecer
Quase todos nós passamos a vida buscando dar-lhe, à vida, um sentido ou,
pelo menos, procurando descobrir o sentido que ela pode ter. “Ser” era o verbo que no
passado se conjugava com o maior respeito. Então vinha uma lista de virtudes que
acompanhavam sempre o bom homem. São muitas e conhecidas, as virtudes,
desnecessário, portanto, desenrolar o rol delas. Aristóteles, em seu Ética a Nicômaco,
praticamente esgotou o assunto.
Mas então veio o capitalismo selvagem e consumista, e a maioria das pessoas
encontrou no consumo a conjugação do verbo “ter”. Depois do verbo, a imensa lista
dos bens. Agora, o bom homem passou a ser aquele que conseguisse possuir a
melhor parte da lista imensa. Nas teorias econômicas o valor já teve (e talvez ainda
tenha) a companhia de vários adjetivos. Um deles era (ou é) a locução “de uso”. O
valor de uso teve a competição do valor-trabalho, além do valor de troca, e a confusão
estava feita, com teorias digladiantes e inconciliáveis. Pois bem, nenhum desses
valores (nem o valor de uso) entraram mais na conta do consumista inveterado. Ele
não compra objetos, senão o prazer que o ato de comprar proporciona, pois comprar
significa dispor de poder. Em ambos os casos, as pessoas, ou sua maioria,
conjugavam esses verbos aí como o sentido enfim descoberto para a vida. Hoje,
evoluímos. Nem “ser” nem “ter” dão algum significado à vida da imensa maioria das
pessoas. O verbo que dá sentido à existência, hoje, é o verbo “aparecer”. Nem seu
cognato “parecer”, nem ele, satisfaz mais quem quer que seja. De que me adianta
parecer se não apareço?
O maior bem, o mais cobiçado, aquele pelo qual se consomem vidas inteiras, é
a celebridade. Meu amigo Loyola Brandão estuda o fenômeno em seu romance O
anônimo célebre. Suprema glória estar exposto, nem que seja por segundos, na
telinha. Depois disso, a vida está realizada: pode vir a morte.
Pobres dessas moças que se sacrificam, que se mortificam, para poder
aparecer sempre magrinhas na foto. Não sei quem foi o infeliz inventor da ideia de que
mulher bonita tem de ser mulher magra. Magra e com cara de mau humor. Comem
uma folha de alface por dia até morrer de anorexia. Ou de bulimia, como os casos que
se repetem a toda hora.
Tendo em conta as sugestões desses textos, além de outras informações que julgue
relevantes, redija um Artigo de Opinião, no qual você exponha seu ponto de vista
sobre o tema “SABEMOS QUE A ESSCÊNCIA VALE MAIS, MAS CONTINUAMOS
CUIDANDO APENAS DA APARÊNCIA”.