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FADEUP112 Resumo de Historia Do Desporto
FADEUP112 Resumo de Historia Do Desporto
Ano/Turma: 1ºD
Curso: Licenciatura Ciências do Desporto
Disciplina: História do Desporto
Apontamentos da Matéria
Ciências do Desporto
Faculdade de Desporto
História
Tradicionalmente a palavra história tem tido diversos significados:
A realidade dos acontecimentos e factos que afectaram o homem através dos tempos.
O conhecimento, estudo e registo destes acontecimentos, ou seja, a disciplina científica que
estuda o devir histórico.
História e historiografia
Quando a mesma palavra designa o objecto estudado e a ciência que estuda criam-se
dificuldades de ordem epistemológica.
Actualmente:
O Desporto é um complexo plural, pois envolve várias dimensões, como por exemplo, a
competição, o lazer, os idosos, os jovens, o amador, o profissional, etc. Os desportos variavam e variam
em função do espaço, tempo e condições sociais.
Com a passagem da teoria da Educação Física (TEF) às Ciências do Desporto (CD), aparece a
História do Desporto. Na TEF a dimensão pedagógica tinha uma forte influência e a dimensão corporal
pouca relevância. Com o movimento de cientificação a TEF passa a CD, onde o corpo passa a ter uma
importância bastante relevante, surgindo disciplinas que estudam este objecto.
Desporto
No entanto, não existe uma definição precisa de desporto enquanto produto da elaboração
teórica.
Desporto
Desporto:
Desporto “prática”;;
Desporto “espectáculo”;;
Desporto com significados e sentidos diferentes
Pluralidade de modelos de desporto;
Valor simbólico (saúde, juventude)
Importância da História
A história visa localizar os fenómenos estudados no sistema coordenado para avaliar o significado
histórico relativo de cada fenómeno:
Valorizando-o correctamente;
Evitando a sobrevalorização do que é irrelevante.
Estas análises são necessárias para uma valorização correcta dos acontecimentos.
À estrutura do tempo;
À população em questão,
Ou seja, determinar o mais exactamente possível a sua relevância numa perspectiva global
na totalidade da vida.
Fontes da História
O Homem possui um temperamento lúdico que faz parte da sua natureza que o leva a
IMPULSO LÚDICO.
Carl Diem apoia esta teoria referindo que “o jogo é um meio usado pela Natureza para
preparar os seres vivos para a vida. O animal e o homem jogam.”
Os desportos constituíram uma das mais esplêndidas criações do impulso lúdico trans-
específico (não é específico do Homem) e intemporal (tem permanecido no tempo).
O temperamento lúdico do Homem é a parte mais nobre da sua natureza básica; o jogo
inofensivo e experimental permite que nós possamos realizar o nosso poder criativo, a nossa
fantasia e a nossa imaginação.
“A posição do desporto é intermédia entre os jogos e a vida. Também tem uma origem imediata
no impulso animal do movimento”.
Carl Diem
Ao longo do tempo realizavam-se actividades de tipo físico, como corridas, lançamentos, lutas,
que, apenas tiveram um propósito a sobrevivência.
A evolução do Homem determinou que as actividades físicas tivessem uma relação com o mundo
sagrado.
O Desporto surgiu na época dourada da Grécia Clássica e desapareceu mais tarde à espera de
renascer das cinzas na época contemporânea.
A aristocracia grega dedicava a maior parte do dia à prática do desporto. Esta dedicação ao
desporto – jogos e atletismo – explicariam os seus êxitos nas artes, na filosofia e na educação.
3. Correntes Marxistas
O homem é essencialmente um produtor, daí que, para Lukas, o desporto mais antigo seja o
LANÇAMENTO DO DARDO.
Primeiro exercício que corresponde a uma elaboração mental profundamente humana,
dado que a marcha e a corrida são comuns a outros animais.
Os aspectos essenciais do desporto tal como se pratica hoje em dia, apareceram em Inglaterra,
em simultâneo com o alvor da Revolução Industrial.
Invenção do cronómetro;
Bolas de borracha;
Aparição dos jornais e revistas de grande difusão;
Televisão.
Síntese:
Lanças
Arpões
Dardos Desporto mais antigo para G. Lukas.
Malhos
Arcos
Flechas
Testemunhos arqueológicos:
Esta civilização (os sumérios) foi uma dos grandes promotores do desporto na Idade Antiga.
Toda a actividade física ou atlética está relacionada com elementos militares/bélicos e com a caça.
Síntese:
Caça
Corridas de Carros
Boxe
“Desportos” desta época
Natação
Corrida
Luta
Boxe;
Equitação;
Tiro com arco
Representações pictóricas murais com lutadores profissionais em 122 posições (2500-2200 a.C.)
Síntese:
Monumentos aos Faraós indicam que um conjunto de desportos era desenvolvido e regulado
vários milhares de anos atrás, incluindo a natação e pesca. Isto não surpreende, dada a importância do
rio Nilo na vida do Egipto.
Caça e Pesca
Exercícios acrobáticos
Tiro com arco
“Desportos” desta época
Natação
Esgrima (com bastões)
Luta
3. China Antiga
O jogo e a actividade física adquirem formas distintas de acordo com os estratos sociais.
Os historiadores chineses deixaram nas suas crónicas muitos dados sobre jogos e actividades
físicas da Antiga China.
A utilização do cavalo, o uso do arco, diferentes formas de luta, foram alguns aspectos que
determinaram o desenvolvimento dos jogos e desportos.
Importância do Cavalo:
a) Símbolo do poder político e militar
O domínio do cavalo assegurava um poder indiscutível.
b) Caça ao tigre era realizada a cavalo e mostrava a perícia dos militares e governantes perante os
camponeses.
c) A utilização de estribas, cilhas e outros apetrechos – expandiram-se na Ásia e Europa.
d) O uso dos utensílios e o emprego de técnicas inovadores foram-se massificando.
Importância do arco:
a) Exercício militar por excelência.
b) Duas modalidades: a cavalo e a pé.
Importância da luta:
a) Lutas e festivais com regras diferentes de região para região;
b) Havia lutadores que se distinguem e que utilizavam vestes e tinham rituais diferentes;
c) Estas competências de luta elitistas estavam cheias de normas e proibições, com o objectivo de
atenuar tanto a humilhação do perdador como os excessos de arrogância do vencedor.
Origens do pólo
1. Inicialmente, a base das competições de luta foram exercícios de trabalho espiritual, com
movimentos muito próximos de coreografias.
2. Um destes exercícios evoluiu até chegar ao popular Tai-chi actual.
3. Luta sumo.
Síntese:
Existem artefactos e estruturas que sugerem que os chineses praticavam actividades afins à
nossa definição de desporto.
Trabalho
A origem e desenvolvimento das
Produção
actividades desportivas na China
Guerra
parecem estar intimamente ligadas com
Entretenimento
A ginástica parece ter sido um desporto popular na China do passado (o que ainda hoje se
“sente” na habilidade dos chineses para a acrobacia).
A China tem um museu em Pequim que se dedica ao desporto chinês e à sua história – Chinese
Sports Museum.
Não existem vestígios Formação das “polis” Esplendor da civilização Crise na polis grega
arqueológicos nem grega
outra informação. Colonização grega Invasão macedónica
Cidades estado mais
Período de séculos Alfabético fonético, arte importantes: Esparta e Expansão militar
obscuros, mal e literatura Atenas
conhecidos Cultura helenista
Primeiros Jogos
Olímpicos (776 a.C.)
As “polis”
No período compreendido entre o século VIII a.C. e o século V a.C. as “polis” tornam-se cidades
estado independentes, embora com inúmeros aspectos em comum:
Uma mesma língua (já escrita)
Culto dos mesmos deuses, nos mesmos templos (Olímpia, Delfos)
Uma poesia épica comum
Partilhavam a veneração pelos heróis pré-helénicos.
Século V a.C.
Três questões predominantes na história da Grécia nesta época:
Relações com Pérsia (guerras médicas)
Rivalidade entre Esparta e Atenas
As conquistas políticas, literárias e artísticas juntamente com a organização de
inúmeros festivais atléticos.
Esparta
Cidade estado situada na península do Peloponeso e pólis mais admirada e influente no
mundo helénico.
Instituições sociais prevalecem sobre a família.
Predominam os valores físicos de carácter militar sobre os culturais.
A falange, composta por hoplitas, permitiu a domínio do Peloponeso.
José Miguel da Silva Moreira
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Ciências do Desporto
Faculdade de Desporto
O espartano desde criança era submetido a uma dura disciplina ao serviço dos valores da polis,
dedicando-se exclusivamente ao treino físico e militar
Aos 7 anos era afastado da sua família para se preparar para o exército, treinando com extrema
dureza física e moral.
A obsessão pela preparação física era tal que mesmo as mulheres se deviam submeter a um treino
em parte semelhante ao dos rapazes.
Ao longo do séc. V a.C. Esparta vai perdendo a sua supremacia face ao esplendor de Atenas.
Atenas
Situada na Ática; afirma-se a partir do séc. VI a.C.
Agricultura e actividades ligadas ao mar.
No início teve um governo de princípios aristocráticos.
No séc. VI a.C. realizaram-se reformas democráticas
A época de maior esplendor acontece entre os anos 500-429 durante o governo de Péricles.
Com as guerras do Peloponeso (431-405 a.C.) Atenas capitula perante Esparta que,
entretanto, vai entrar também declínio.
No ano 335 a.C. a Macedónia invade Ática e Peloponeso. Nestes séculos sucedem-se etapas
diferentes em que os valores religiosos e desportivos se desenvolveram no sentido do
profissionalismo.
Jogos ÍSTMICOS
Jogos NEMEUS
Competições pan-helénicas
Jogos PÍTICOS
Jogos OLÍMPICOS
Paideia:
Educação
Ideias de cultura
Literatura
Aretê
Excelência ou perfeição; cumprimento pleno e perfeito de um propósito.
acção executada de tal forma que requeira a aptidão mais elevada. Logo há uma vinculação estreita
entre os conceitos de heroicidade e de perfeição atlética.
Perde a aretê quem, tendo nascido pobre, ficou reduzido à condição de escravo por ter sido
derrotado na guerra. A aretê reservava-se para o melhor.
Agon
Conceito que faz referência, em simultâneo, ao combate e à competição.
Impulso “instintivo” generalizado de supremacia, supremacia essa que confere a vitória numa
competição pública.
Contemporaneamente utilizamos o adjectivo agonístico no sentido de combate, disputa, luta,
sobretudo em contexto desportivo.
A paideia vai enriquecendo ao longo da história grega, graças à contribuição de diversos poetas
e filósofos.
Píndaro (poeta dos vencedores desportivos): a poesia desportiva é também poesia religiosa.
A competição estava sempre vinculada ao culto dos deuses.
O desejo de vencer não se esgotava na obtenção da vitória, mas em atingir a glória advinda da
vitória, assim como o desenvolvimento e a satisfação moral do participante.
Música e ginástica são as disciplinas educativas que se devem combinar na educação dos
jovens (considera, no entanto, a supremacia da música relativamente à ginástica). A melhor ginástica é
simples e “irmã” da música: uma ginástica que responda e harmonize com as qualidades da alma.
José Miguel da Silva Moreira
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Ciências do Desporto
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A ginástica deve praticar-se, ainda que sem excessos, desde a infância e ao longo de toda a
vida.
Apoiava o ideal espartano (atleta-guerreiro), sendo que tanto o homem como a mulher podiam
e deviam praticar diversos desportos.
O conceito de beleza englobava diferentes aspectos, entre os quais a beleza e destreza dos
movimentos corporais e desportivos.
Platão conclui que só existe um tipo de ginástica: a ginástica educativa. A ginástica educativa
tem fins diversos de acordo com 3 razões fundamentais que assistem ao seu desenvolvimento:
A saúde
A cidade
A moral
Aristóteles:
Discípulo de Platão
Fundou o Liceu
Enorme influência na tradição e cultura atenienses.
A ginástica é uma disciplina útil na medida em que fomenta o valor, melhora a saúde e
aumenta a força.
A ginástica é útil:
Promove a saúde;
Desenvolve as capacidades físicas
Para Aristóteles as capacidades físicas eram: a força e agilidade e como objectivos de EF: a
beleza viril, saúde, força e agilidade.
Apesar de ser discípulo de Platão, Aristóteles excluía as mulheres da educação desportiva.
A saúde mental dependia da boa condição corporal e para o desenvolvimento moral
contribuía também a educação física.
Ginásio
Em grego significa “exercício que requer despir-se“:
Exercício físico;
Formação militar
Banho em comum
Centro de estudos (formação intelectual - literária);
Ponto de reunião para filósofos.
As cidades mais prósperas (Atenas) construíam ginásios imponentes adornados com colunas e
equipados com salas de reuniões, salões, altares e armários para guardar o azeite, pós e loções
usadas pelos desportistas.
Mais tarde, os ginásios mais opulentos completaram as suas instalações com banhos e duches.
Os ginásios e as suas imediações eram pontos de encontro agradáveis de toda a cidadania
masculina.
Palestra
Por vezes, anexo ao ginásio, ou, mais frequente, separado dele, existia a PALESTRA – a
instalação mais pequena e mais especializada, pública ou privada.
Actividades praticadas:
Saltos
Lançamentos (de disco e de dardo)
Luta
Pugilato
Pancrácio
Estádios
Implicavam a existência de uma bancada para os espectadores.
Pista ao ar live;
Edificações anexas;
Três pistas cobertas
Um recinto principal (ephebeum) com assentos à largura das paredes
Estátuas em honra dos deuses e heróis
Salas menores onde se desenvolviam os ensinamentos teóricos, os jogos de bola, as massagens
e unções com azeite.
Instalações sanitárias
Fundamentos históricos
Os latinos não eram um grupo homogéneo.
A partir de 509 a.C., após a instauração da República, Roma passa a ser a metrópole que domina
todo o Lazio.
As lutas com outros povos fazem com que Roma saia fortalecida e leve a cabo uma política de
expansão e dominação.
Desde o séc III a.C., de bom agrado ou à força, todos os adversários se vão submetendo ao poder
de Roma.
Aspectos gerais
Nas suas origens o cidadão romano era militar e camponês.
Cumpria 20 anos de permanência nas legiões. Se regressava com vida, eram-lhe distribuídas
terras para cultivarem.
A nobreza, os políticos, os militares e os financeiros eram as classes poderosas.
Produção de gado, produção vinícola e oleícola
Os primeiros atletas gregos chegados a Roma foram profissionais levados por “empresário” em 186
a.C.
A nudez, considerada lógica e correcta para a prática do desporto pelos gregos, não seria entendida
pelos romanos. Cícero julgá-la-ia como o princípio da perversão.
Também se fizeram críticas ao atletismo e à luta e enalteceu-se a prática física tipicamente
romana, com lança e espada.
Domiciano organizou os Jogos Capitolinos, em 86 d.C. como um oposto aos Jogos Olímpicos.
Porém, o atletismo grego nunca atingiu “os gostos da cidadania romana”.
Relação desporto-política
Os espectáculos constituíram uma fonte de contenção de qualquer tipo de revolução social.
Estes traduziam-se num meio de canalizar paixões e actividade do tempo livre de grande parte da
população.
Os espectáculos eram uma garantia para o absolutismo do Imperador, para a segurança do
seu poder.
Cada Imperador queria superar, em brilhantismo e luxo, os jogos de seu predecessor.
O desporto em Roma
As instalações para estas actividades ocupavam
Corridas de quadrigas um lugar preponderante no conjunto das obras
públicas romanas.
Combates de gladiadores
Onde chegava o império chegavam os circos, os
Termas e banhos anfiteatros e as termas.
Circo Máximo
Maior e melhor pista corrida de Roma
Situado entre os montes Palatino e
Aventino
Capacidade para 200 a 300 mil pesoas.
Período de grande esplendor – séc. I a.C. –
séc. I d.C.
Corridas de quadrigas
A popularidade das corridas de quadrigas era tão grande
que havia grupos de seguidores fanáticos de diversas equipas.
Existiam 4 facções ou equipas a que pertenciam os
aurigas.
Criavam-se antagonismos poderosos, rivalidades,
inimizades permanentes entre políticos, seitas religiosas, que
dava origem a distúrbios frequentes.
Os aurigas
Tinham uma procedência social modesta mas podiam adquirir grande fama, de acordo com os
resultados obtidos nas corridas, ganhando avultadas quantias em dinheiro
Era um ofício perigoso que requeria treino disciplinado, valor e destreza.
Iniciavam a sua aprendizagem pelo manejo de bigas, a fim de adquirirem a destreza necessária
para passarem às corridas de quadrigas.
Usavam uma túnica curta com as cores da equipa.
Nas corridas geralmente competiam 4 carros (1 de cada facção). Eram constituídas por 7 voltas ao
circo (7x560m). O público era muito numeroso neste tipo de espectáculos desportivos.
Combates de gladiadores
Os combates de morte existiram em muitas culturas desde a pré-história. Em grande parte delas
havia a crença de que era algo que agradava aos mortos.
Os combates de gladiadores terão, provavelmente, esta mesma origem
Cidadãos livres que, por necessidade e atraídos pelo dinheiro ou pela fama, se tornavam
gladiadores. No entanto, normalmente os gladiadores eram personagens especiais: prisioneiros,
escravos, delinquentes e antigos soldados.
Existiam espectáculos com animais (leões, tigres, ursos).
Termas ou banhos
Costume trazido do Oriente (da Pérsia chegou a Roma através da Grécia).
As imensas ruínas das termas mostram a magnitude e a importância destas construções para os
romanos.
Foram realizadas grandes desflorestações para obter lenha para aquecer a água das termas.
Jardins
Ginásios
Campos para a prática de jogos com bola TERMAS
Bibliotecas
Salas para reuniões e espectáculos
Pequenos reservados
As termas, de certa maneira, significaram para os romanos o mesmo que o ginásio para os
Gregos
As termas foram um lugar de reunião, de prática e de descanso para os aristocratas, para as
classes dirigentes, para os militares
A Invasão dos povos bárbaros marca a transição da Antiguidade para a Idade Média (IM)
Idade Média
A idade média dividiu-se em três épocas:
Alta idade média – séc. V-X d.C.
Idade média clássica – séc. XI-XIII
Baixa idade média – séc. XIV-XV
Feudalismo
Sistema de organização sócio-económica e política
Este sistema baseava-se numa relação de vassalagem entre o senhor (feudal) e o servo.
O senhor fornecia a terra para cultivar e protecção, obtendo em troca direitos jurídicos e
económicos sobre o servo.
O vassalo (servo) estava ligado à terra que trabalhava e tinha de entregar ao senhor da parte
da produção obtida (existiam acordos de vários tipos).
O poder de rei era limitado e tinha de celebrar pactos com os senhores feudais (por vezes tão
poderosos como ele).
A igreja
O peso do seu poder era absoluto
Manteve a cultura nos mosteiros.
No séc. XII, contribuiu para o nascimento das primeiras universidades
Bolonha – Paris – Oxford
Coimbra (1920)
Clero
Entre a população cristã os únicos com cultura literária:
Melhor organizados:
Direito próprio;
Hierarquia própria;
Exerciam um poder diferente do poder civil
Poder eclesiástico sobrepunha-se ao poder régio;
Em Portugal as grandes lutas entre os poderes religioso e político aconteceram no séc. XIII.
A cidade foi surgindo como um núcleo de trabalho, de mercado e foi gozando de liberdades
concebidas ou ganhas perante os senhores feudais ou reis através de lutas sociais.
Povo:
A sua actividade principal era o trabalho (associada a actividade diversas de ocupação
dos tempos livres).
Nobreza Povo
Preparação física dos cavaleiros para a guerra Jogos populares – com todas as limitações do
trabalho muito árduo.
Torneios
Festivais religiosos e cívicos – jogos.
Duelos
Caça
Torneios
Um dos espectáculos principais da IM.
Tiveram origem na França mas alcançaram maior popularidade em Inglaterra.
A sua prática generalizou-se a toda a Europa.
Constituíram uma das principais distracções de todas as classes sociais:
Nobreza – praticava
Povo – desfrutava do espectáculo
Era um combate a cavalo entre vários cavaleiros, que podia durar vários dias.
Imitação de uma batalha.
Realizava-se geralmente na praça pública, havendo preocupações com a decoração.
Características principais:
Treino físico;
Combate entre 2 ou mais pessoas, com o objectivo de obter a vitória;
Exibição das qualidades físicas, força, habilidade, e destreza dos intervenientes.
Armas – geralmente não produziam a morte (embora acontecesse com alguma frequência).
Bastões, canas, lanças com ponta não aguçada, espadas não afiadas.
Os torneios eram exercícios de guerra e galanteria (“Deus, o meu rei, a minha dama”), sujeito a
certas regras que induziam segurança, existia a possibilidade de exibição do valor dos cavaleiros e
obtenção do aplauso e preferência das damas.
O único desporto medieval foi a guerra e os torneios mais não eram do que uma preparação para
ela.
O verdadeiro desporto da classe militar consistia na preparação cerimonializada da guerra –
torneio – batalhas realizadas para divertimento, sem ódio de uma parte ou outra.
A partir do séc. XII e XIII a Igreja começa a tomar medidas para evitar os perigos dos desportos em
que se envolviam os cavaleiros e proíbe os torneios, apesar de não existir unanimidade nesta
decisão.
Os grandes motivos foram:
Os seus praticantes corriam perigo de morte, sendo eles próprios que se colocavam nessa
situação.
Desenvolvimento excessivo do orgulho por parte dos vencedores, incorrendo no pecado da
arrogância.
Vai procurar que o motivo substantivo do jogo seja a procura da glória, aumentando o sentimento
de auto-estima e estima social – CRUZADAS.
A igreja percebeu que era necessário encontrar outra justificação para o desaparecimento dos jogos
que não fosse a censura total,
O desporto era intrínseco à sociedade e não havia forma de o erradicar, portanto existiu grande
pressão para legalização do torneio.
No início do século XIV, o Papa João XXII acaba por legalizar o torneio o que leva a uma grande
expansão do jogo.
No entanto, o poder civil também se opôs, em determinadas épocas, à realização dos torneios pois
estes contribuíam para a desordem pública.
Principalmente em Inglaterra e em França, foram-se sucedendo períodos de proibição que
alternaram com períodos de aceitação e grande esplendor dos torneios.
Justas
Combates em que se enfrentavam unicamente dois opositores, a cavalo e com lança, para
justificar o direito de algum deles.
O combate desenvolvia-se de acordo com as directrizes do Juízo de Deus.
Pas d’Armes
Um ou vários cavaleiros lutavam, durante o certo número de dias, contra quantos passassem
pelas imediações do castelo, da ponte, do caminho ou do cruzamento que propusessem defender.
Duelos
Sem antecedentes na cultura greco-latina; possivelmente era uma instituição herdada da Europa
pré-histórica.
Forma de combate praticada pela aristocracia europeia que permitia “resolver” desacordos,
“lavar” a honra ou realçar pundonor em qualquer momento.
A moral europeia pré-cristã – crença que os deuses estavam com os justos, o forte, o valente…
Pelo que, se vencia, tinha a razão e Deus do seu lado.
Caça
Só para o rei e os senhores possuidores da terra (caça no defeso severamente punida).~
A aristocracia tinha nas actividades ligadas à cavalaria mais do que nunca um sinal de poder.
A pesca com cana era considerada como uma arte menor.
José Miguel da Silva Moreira
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Ciências do Desporto
Faculdade de Desporto
A pesca e a caça furtivas (fora das zonas permitidas) eram duramente penalizadas.
Jogos
Carácter local;
Regras confusas;
Regras diferentes de local para local;
Em geral as regras não ultrapassavam as fronteiras naturais e regionais.
Em cada cidade ou região tinha os seus próprios jogos e especialidades e não existia qualquer
interesse por jogos e concursos de outras localidades.
Existia muito entusiasmo durante os jogos.
Soule
Variedade rústica e híbrida de algo parecido com o futebol e râguebi actuais.
Consistia em pontapear, empurrar ou transportar a “bola” até à meta estabelecida na aldeia da
equipa contrária (a vários km de distância).
A composição da equipa era muito flexível – podia variar de dezenas a centenas de jogadores
por equipa.
Praticava-se através dos prados, dos bosques, dos caminhos.
O objectivo dos praticantes era divertirem-se e para isso nada melhor que os empurrões, os
pontapés e as cotoveladas.
Jogo da Péla
Precursor do ténis e, em geral, e todos os desportos de raquete.
Em França foi desporto rei entre 1250-1650.
Com o tempo foram construídos campos para a sua prática.
Consistia em bater a bola com a palma da mão.
A bola era confeccionada com pele de ovelha.
Os praticantes untavam a mão com azeite e farinha para a bola não escorregar.
Renascimento
Este movimento marca uma ruptura com os modos de vida e pensamento anteriores (da IM).
Este movimento surgiu em Itália – Florença – difundindo-se pelo resto da Europa. (Pretarca terá sido o
primeiro humanista).
Formação da burguesia
Ao longo dos séculos XIII e XIV este grupo social foi-se consolidando, tendo enriquecido a partir
da actividade comercial.
Em muitos casos era mais rica que a aristocracia.
Estava, contudo, afastada do poder político e, a pouco e pouco, foi adquirindo consciência da
sua força e da marginalidade política em que se encontrava.
Burguesia
Passou a ser cada vez mais uma classe oculta
Não acreditava no direito divino do monarca
Não aceitava a monarquia absoluta
Foi tentando retirar a aristocracia dos centros poder
A passagem de burguês a nobre era impossível.
Com o tempo alguns burgueses foram recebendo do rei títulos nobiliárquicos por serviços
prestados à coroa.
Os humanistas vão retomar o apreço pela ginástica grega, com as advertências dos médicos
(Galeno) e dos filósofos (Platão).
Os primeiros ideológicos da EF foram os humanistas do Renascimento – o homem constitui
um todo e o seu corpo deve ser elevado à categoria do espírito.
Foi questionada a concepção que remetia o destino do homem para o pecado original e para a
classe social a que pertencia.
José Miguel da Silva Moreira
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Ciências do Desporto
Faculdade de Desporto
Os humanistas pensavam que através de uma educação global e esmerada o homem poderia
conduzir o seu destino.
A aristocracia e a burguesia converteram-se em mecenas da arte e do conhecimento.
Persistiram, contudo, grandes diferenças entre as actividades físicas e os jogos praticados pelas
classes sociais mais elevadas do povo.
Síntese
Com o Humanismo Renascentista deu-se uma evolução cultural.
Surgimento de uma nova visão do ser humano e do mundo.
Interesse pelas artes e pelas ciências, passando-se do teocentrismo medieval para o
antropocentismo renascentista.
Passagem de um homem cuja ocupação era a mera recreação para um homem com uma
atitude activa.
Tendencia ao individualismo e independência pessoal.
Atitude optimista do indivíduo e preocupação com perfeccionismo e a ordem.
As grandes personagens do Renascimento acreditavam que o homem pode fazer qualquer coisa
se realmente se propuser a fazê-lo
Educação Física
Meio higiénico e educativo a que só tinham acesso as classes elevadas e não todos os
cidadãos e um privilégio ao qual só alguns podiam aceder.
Começou a adquirir grande importância ao estabelecer-se como uma área mais em que havia
necessidade da dimensão intelectual para que se produzisse o seu desenvolvimento.
Autores do Renascimento e EF
Guarino de Verona (1370-1460)
Estabeleceu os exercícios necessários na preparação do indivíduo: Equitação, Caça,
Natação e Jogos com bola.
Como a maioria dos humanistas, dava grande importância à língua e à cultura clássicas.
O fim de EF não é apenas militar
Realçou a sua utilidade na vida quotidiana dos indivíduos (ex. a sua aplicabilidade em atitudes e
formas elegantes).
Não deixou nada escrito sobre os seus métodos, mas sabe-se que o seu contributo mais notável foi:
O CENTRO DE TREINO INTEGRADO DA MENTE E DO CORPO – desenvolvimento integral do
indivíduo.
Propunha que existisse um equilíbrio entre todas as actividades de tipo moral, físico e intelectual
que servissem para formar adequadamente a personalidade do aluno.
Via na ginástica, além dos benefícios tradicionais como a melhoria da força e da saúde, a
vantagem do calor.
Também reconhecia a importância da Ginástica para a instrução e formação.
Ao introduzir a Ginástica na escola, Vitorino de Feltre não foi um precursor, mas o verdadeiro
fundador da Educação Física.
Mercurialis baseou a sua filosofia médica na convicção de que só era credível aquilo que pudesse
ser demonstrado pela experiência.
Ter em conta as características próprias do organismo humano, a fim de melhor lhe adequar os
exercícios físicos.
Sustentava a ideia de que a Ginástica era uma arte que continha prática.
Rabelais (1494-1553)
Através das obras cómicas (Gargântua e Pantagruel) propõe lições sobre temas académicos
ministrados pelos tutores, propõe praticamente uma reforma da educação (sobretudo contra a
memorização).
Gargântua devia treinar-se no levantamento do peso, na luta, nos saltos (altura e comprimento),
natação, remo, trepar, escalar.
Montaigne (1533-1592)
Escritor francês, dedicou um dos seus ensaios ao reforço e cuidado do corpo como imperativo
para a qualidade da alma.
“Não basta tranquilizar a alma;; é preciso robustecer os músculos (…)”
A EF era um meio para alcançar um bom estado de SAÚDE – aspecto considerado muito
importante na concepção de homem.
Série de recomendações:
Dieta correcta e equilibrada;
Prática desportiva regular;
Respeito tempo de descanso e recuperação.
1. Em função da INTENCIONALIDADE:
Atléticas
Médicas
Militares
A opinião era quase unânime entre todos os autores que o desporto era:
Processo de transformação de jogos e passatempos tradicionais, iniciado pelas
elites sociais.
Public Schools – instituições educativas masculinas próprias da aristrocacia e da
alta burguesia.
Clubs – instituições que constituíam, originalmente, expressão do direito dos
cavalheiros se reunirem livremente.
O desporto Inglês
Também a tendência para a codificação e racionalização das leis do governo teve o seu reflexo
nos regulamentos desportivos, pois tornaram-se:
Cada vez mais elaborados;
Aplicados estritamente por árbitros e juízes.
A sociedade inglesa vai assumindo e integrando na sua cultura e na vida quotidiana conceitos
(racionalização, estandardização, precisão das medidas) e práticas surgidas ao longo do processo de
industrialização.
O desporto surgiu como um meio positivo de ocupação do tempo livre dos jovens.
Num curto período de tempo tornou-se um elemento central do sistema educativo.
O desporto converteu-se na forma de controlo mais característica destas instituições.
Thomas Arnold – jogava com os alunos e supervisionava as suas praticas desportivas estimulando-
os, no entanto, para que fossem autosuficientes (gerirem-se entre si) e responsáveis (aceitarem
as regras) em todas as tarefas necessárias à organização e prática desportiva.
Assim se começam a regular e organizar os jogos de quem sempre tinha gostado de os praticar.
PEDAGOGIA DESPORTIVA
A racionalidade das práticas corporais vai exercer grande influência ao nível do AUTODOMÍNIO.
Os grandes jogos de ar livre formam os indivíduos capazes de CONTROLAR AS SUAS
PAIXÕES.
Regulamentação
Estabelece-se regulamentação dos desportos de equipa como:
Futebol
Râguebi
Hóquei
Definem-se distâncias das corridas de:
Atletismo
Natação
Remo
AMADORISMO:
Prática de desporto sem esperar qualquer recompensa material em troca.
Foi um conceito com grande influência sobre o desporto mundial do início do século XX e
sobre o olimpismo.
APOSTAS:
Parecem ter entrado no espírito através das corridas de cavalo.
Os espectáculos desportivos com apostas congregavam um público numeroso.
Na época vitoriana (2ª metade do séc. XIX) a Inglaterra é a nação mais poderosa.
O desporto apresenta-se como uma actividade excelente para os soldados e para a melhoria
da condição física dos trabalhadores em geral.
O Estado, com visão política, alimentará o desporto operário – o que se prendeu também
com o facto de constituir uma distracção que apaziguasse a força das ideologias revolucionárias
dos movimentos operários.
Futebol – sofre uma ascensão enorme entre as classe populares o que leva a Football Association
alterar os seus princípios relativamente ao amadorismo.
Contudo, no final do século XIX, serão os valores e os princípios das elites – AMADORISMO –
que irão ultrapassar as fronteiras britânicas.
Pierre de Coubertin adopta o desporto inglês com modelo para o seu movimento olímpico.
Cronologia do Desporto
Atletismo
1813 – data da publicação do 1º livro sobre corridas.
1845 – primeiros campeonatos com regras fixas – Eaton
Futebol
1857 – criação do 1º clube – Forest Club, perto de Londres.
1863 – criação da The Football Association.
1871 – inicio da Taça de Inglaterra de futebol
Remo
1829 – início dos confrontos entre Oxford e Cambridge, no Tamisa
Raguebi
1858 – criação do 1º clube, em Sheffield
1871 - fundação da Rugby Football Association (Union)
Ténis
1874 – primeira regulamentação, pelo oficial Springfield.
1877 – primeiros campeonatos entre clubes e alterações ao regulamento (aprovadas em
Wimbledon).
Implicações da revolução industrial inglesa e a sua disseminação a outros países do continente europeu:
Melhoria das condições de vida dos trabalhadores;
Desenvolvimento urbano;
Multiplicação dos meios de transporte e vias de comunicação:
Expansão dos meios de comunicação social;
Crescimento demográfico;
Evolução e consolidação dos sistemas democráticos;
Emergência de novos valores sociais: eficiência, produtividade, competitividade…
EVOLUÇÃO DO DESPORTO EM TODOS OS SEUS ASPECTOS E SUA EXPANSÃO
INTERNACIONAL.
Pierre de Coubertin
Atenas – 1896
Em 1776 foi descoberto o local exacto de realização dos jogos por Richard Chandler
(Especialista em História Antiga)
Houve muitas iniciativas ao longo do tempo para renovar os JO sobretudo na Grécia, na segunda
metade do século XIX.
De 1859 a 1875, os gregos realizaram os “Jogos Olímpicos”. Contudo, não tiveram suficiente
implantação e deixaram de se celebrar.
Pierre de Coubertin
Fez muitas conferências em que tratou os assuntos dos JO.
Visitou universidades.
Procurou interessar as associações desportivas.
1888 - fundou o Comité para a Propagação dos Exercícios Físicos na Educação.
Escreveu vários livros e numerosos artigos.
Houve alguma resistência por parte da Grécia em o mentor dos jogos não ser um grego.
Atenas 1896
295 atletas (homens).
13 países – Austrália, Áustria, Bulgária, Chile, Dinamarca, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Grécia,
Hungria, Suécia, e Estados Unidos.
43 provas e 9 desportos.
Atletismo, ginástica artística, natação, tiro, esgrima, ténis, ciclismo, halterofilismo e
Wrestling Greco-Romano
Estádio Panathinaikos
Não havia medalhas de ouro, os campeões receberam:
Medalhas de prata;
Um ramo de oliveira;
Um diploma.
A organização destes primeiros jogos foi rudimentar mas, mesmo assim, conseguiram
encarnar a ideia original:
Fazer competir juntos atletas de diferentes países.
Centrar a atenção do mundo sobre as competições.
Prémios.
1937 – Medalha de Ouro e Grande Prémio, na Feira Mundial de Paris.
1938 – 1º Prémio Melhor Filme do Mundo, na Bienal de Veneza.
1938 - Prémio Polar da Suécia.
1938 – Prémio de Honra do Governo Grego.
1948 – Diploma Olímpico e Medalha de Ouro Olímpica, COI
1956 – Um dos dez melhores filmes de todos os tempos.