Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDAMENTOS
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
FUNDAMENTOS
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI - São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491g
ISBN 978-85-7519-786-8
CDU: 005.95
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de figuras, quadros e tabelas
Figura 1 - Estrutura curricular do curso de Eletricista de Redes
de Distribuição de Energia Elétrica.........................................................................................................12
Figura 2 - Etapas do sistema elétrico.........................................................................................................................16
Figura 3 - Torres em linhas de transmissão..............................................................................................................18
Figura 4 - Sistema de distribuição de energia elétrica no Brasil......................................................................19
Figura 5 - Ramal de ligação do consumidor............................................................................................................22
Figura 6 - Diagrama de transformação de energia elétrica até a chegada à casa do consumidor......24
Figura 7 - Redes primária e secundária de distribuição de energia elétrica................................................25
Figura 8 - Torre com base de concreto armado.....................................................................................................27
Figura 9 - Diferença entre fio e cabo.........................................................................................................................28
Figura 10 - Diferença entre cabo simples ou singelo e cabo multipolar......................................................28
Figura 11 - Transformador e suas proteções elétricas..........................................................................................29
Figura 12 - Veículo com compartimento para materiais e ferramentas........................................................31
Figura 13 - Poste e placa de identificação................................................................................................................32
Figura 14 - Estaiamento em cruzeta...........................................................................................................................33
Figura 15 - Instalação de equipamentos em redes secundários de energia...............................................34
Figura 16 - Ancoragem do cabo no isolador...........................................................................................................35
Figura 17 - Eletricista efetuando serviços no ramal do consumidor de energia........................................35
Figura 18 - Faixa de ocupação do poste destinada à infraestrutura de telecomunicações...................36
Figura 19 - Cruzeta simples...........................................................................................................................................59
Figura 20 - Luminária de iluminação pública..........................................................................................................69
Figura 21 - Estação transformadora de IP (transformador) ...............................................................................70
Figura 22 - Medidor de energia ligado ao poste...................................................................................................70
Figura 23 - Conector em rede de distribuição de BT............................................................................................71
Figura 24 - Conexões em rede de distribuição de BT, com derivação e estribo.........................................71
Figura 25 - Várias conexões em AT em cruzeta dupla..........................................................................................72
Figura 26 - Amarração do cabo no isolador............................................................................................................74
Figura 27 - Alça pré-formada para uso em isoladores de disco.......................................................................75
Figura 28 - Coxim de elastômero................................................................................................................................75
Figura 29 - Estrutura com cruzeta de concreto simples (N1) – padrão Celpa.............................................76
Figura 30 - Montagem em cruzeta simples – padrão AES Eletropaulo.........................................................77
Figura 31 - Caminhão guindauto................................................................................................................................82
Figura 32 - Serviço com caminhão com cestos aéreos........................................................................................83
Figura 33 - Caminhão para transporte de postes e bobinas de cabos..........................................................84
Figura 34 - Caminhão com escada central e lateral..............................................................................................85
Figura 35 - Comunicação via rádio.............................................................................................................................94
Figura 36 - Rádio móvel..................................................................................................................................................95
Figura 37 - Mensagem de texto via celular..............................................................................................................96
Figura 38 - Uso de radiocomunicador em serviço................................................................................................98
Quadro 1 – Documentos técnicos mais utilizados em RDAs..............................................................................39
Quadro 2– Tipos de alicate e aplicações ..................................................................................................................44
Quadro 3 – Tipos de chave e aplicações....................................................................................................................45
Quadro 4 – Tipos de ferramenta de corte e aplicações........................................................................................46
Quadro 5 – Tipos de ferramenta de perfuração e aplicações.............................................................................47
Quadro 6 – Tipos de ferramenta de tracionamento e aplicações.....................................................................49
Quadro 7– Ferramentas e equipamentos para manobras e aplicações.........................................................50
Quadro 8 – Acessórios e aplicações.............................................................................................................................51
Quadro 9 – Equipamentos de medição e aplicações ...........................................................................................54
Quadro 10 – Tipos de materiais e ferragens e aplicações....................................................................................61
Quadro 11 – Cabos elétricos e aplicações ................................................................................................................66
Quadro 12 - Conectores e aplicações..........................................................................................................................72
Quadro 13– Velocidades nas vias.................................................................................................................................89
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11
Referências......................................................................................................................................................................... 101
Índice................................................................................................................................................................................... 105
Introdução
A crise do apagão foi uma crise nacional de fornecimento de energia elétrica ocorrida no
Brasil entre os anos de 2001 e 2002. Ela afetou o fornecimento e a distribuição de energia elé-
trica e foi causada pela falta de chuvas, que deixou várias represas abaixo do nível de segurança
para a geração de eletricidade.
Cada consumidor passou a ser responsável por atingir metas de consumo mensal. Isso obri-
gou os brasileiros a diminuírem o consumo de energia elétrica, sob ameaça de ter o forneci-
mento suspenso.
Outro caso aconteceu em 2009. Veja como foi noticiado:
Quem já ficou sem energia elétrica sabe o quanto é difícil, pois nossas vidas estão fortemen-
te vinculadas a esse benefício. Porém, para usufruirmos dele, há um longo caminho desde a
geração da energia até sua chegada em nossas casas, e o eletricista de redes de distribuição de
energia exerce atividades fundamentais nesse processo.
Então, nesta unidade curricular, você estudará aspectos referentes às redes de distribuição
de energia, entre eles: definições importantes, legislação, mapas e plantas, componentes utili-
zados e documentação técnica.
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
12
Reunimos, nos capítulos deste livro, as informações básicas para você seguir
os estudos na área, tais como regulamentação do sistema energético brasileiro,
redes de distribuição de energia, ferramentas utilizadas em serviços de Redes de
Distribuição Aérea (RDAs), materiais e equipamentos e suas especificações, veícu-
los de apoio para os serviços e diversas formas de comunicação entre os integran-
tes da equipe de trabalho.
1 INTRODUÇÃO
13
Atualmente, nosso país está quase que totalmente interligado por um siste-
ma integrado de eletrificação. Apenas alguns estados – Amazonas, Roraima, Acre,
Amapá, Rondônia e parte do Pará – ainda não fazem parte desse sistema. Nesses
estados, o abastecimento é feito por pequenas usinas termelétricas ou por usinas
hidrelétricas situadas próximas às capitais.
Para entender melhor esse sistema de interligação, observe o mapa na figura
a seguir.
Belém
João Pessoa
Parnaíba Recife
Salvador
Brasília
LEGENDA Goiânia
Paranaíba
Belo Horizonte
geração de energia Campo Grande
Grande
Vitória
centros de distribuição Paraná/Tietê
750 kV Paranapanema Rio de Janeiro
Itaipu Paraíba do Sul
500 kV São Paulo
14.000MW
Curitiba
345 kV Paraguai Iguaçu
Uruguai Florianópolis
230 kV Garabi
2.178MW
Argentina Porto Alegre
Jacuí
Após passar pelas linhas de transmissão, a energia elétrica entra em uma su-
bestação, ou seja, uma estação de transformação de energia (transformador), na
qual as tensões são reduzidas para serem distribuídas nos diversos postes locali-
zados em:
a) zonas rurais – as estações são designadas como Redes de Distribuição Ru-
ral (RDRs), localizadas fora dos centros de cidades;
b) zonas urbanas – compreendem todas as redes instaladas nas delimitações
consideradas como centros de cidades ou áreas de grande concentração
humana, onde são distribuídas por redes:
• subterrâneas – instalações das redes elétricas embutidas na via, no solo,
em paredes, em tetos ou em cabos confinados de alguma forma;
• aéreas – instalações das redes elétricas ao ar livre, feitas através de es-
truturas para sustentação de cabos elétricos, tais como torres ou postes.
As classes de tensões em distribuição de energia subterrânea ou aérea podem
estar entre 11 kV e 36,2 kV, quando são chamadas de redes primárias de distri-
buição. Essas redes podem ter:
a) cabos isolados conforme classe de tensão – alta-tensão (AT) – com instala-
ção em postes e cruzetas especiais chamadas de redes compactas de energia;
b) cabos nus – instalações convencionais em postes e cruzetas.
Na sequência, a energia elétrica passa por um transformador, normalmente
instalado no poste, e a tensão elétrica é novamente rebaixada para níveis de ten-
sões de 110 V ou 220 V, dependendo da região do País. São as redes secundárias
de distribuição, com níveis operacionais de baixa tensão (BT) comercializadas
para os consumidores. As redes secundárias de distribuição podem ter:
a) cabos isolados conforme classe de tensão – baixa tensão (BT) – com ins-
talação em postes em sentido vertical ou horizontal, ambos entrelaçados;
b) cabos nus – instalações convencionais em postes e cruzetas.
CASOS E RELATOS
geração transmissão
usina estação estação
geradora 1 elevadora 2 rebaixadora
subestação
grandes
consumidores 3 distribuição
alta tensão
de energia
1 Geração de
energia elétrica
média tensão
2 Transmissão de
pequenos
energia elétrica consumidores
baixa tensão
3 Distribuição de
energia elétrica transformador médios
consumidores
Na figura 6, é possível identificar que, ao sair da usina, a energia passa por uma
estação elevadora, na qual um transformador aumenta a tensão elétrica aos ní-
veis de tensão 69/88/138/240/440 kV, sendo transmitida em corrente contínua
ou alternada. Sabemos que, no Brasil, a frequência (ou ciclos por segundo) é de
60 Hz e a energia elétrica é transportada por meio de cabos elétricos e estruturas
metálicas denominadas torres de transmissão.
Após esse longo caminho, a energia entra em uma estação rebaixadora ou
estação transformadora de energia, na qual transformadores rebaixam a tensão
elétrica. Esta é novamente transmitida para redes de distribuição nas tensões de
11 kV a 36,2 kV através dos postes das ruas, com tensões chamadas de redes pri-
márias de distribuição.
Os grandes consumidores de energia elétrica nas redes primárias de distribui-
ção são aqueles que utilizam as classes de tensões de 11 kV a 36,2 kV. Entre eles,
podemos citar: hospitais, indústrias e centros comerciais. Para outros consumi-
dores, teremos um novo rebaixamento de energia, que poderá ser efetuado pelo
próprio consumidor por meio de cabine primária, por exemplo.
Pequenos consumidores de energia elétrica são aqueles que utilizam as clas-
ses de tensões inferiores a 1 kV. Entre eles, podemos citar: residências, escolas e
comércios.
Nos postes das ruas, podemos facilmente identificar, pelos cabos instalados, a
rede primária e a rede secundária de energia, como você pode ver na figura a seguir.
2 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
25
Agora, você já sabe que, ao passar embaixo de uma RDA, como essa da figura
7, você está sob equipamentos com tensões que variam entre 11 kV e 36,2 kV.
Normalmente, as redes primárias operam nas classes de tensões definidas pela
concessionária de energia de cada região.
É importante que você saiba que, para cada segmento dos caminhos da ener-
gia, existe uma classe de tensão. Observe na tabela 1 que as tensões são variáveis
nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, sendo
classificadas em baixa tensão (BT), média tensão (MT), alta-tensão (AT) e extra
alta-tensão (EAT).
SEGMENTO TENSÃO
Transmissão de 69 kV a 750 kV
Distribuição de 11 kV a 36,2 kV
Indústria de 11 kV a 36,2 kV
Fonte: <www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/cartilha_revisao_2.pdf>
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
26
Agora que você já estudou as classes de tensões e suas derivações nas etapas
de geração, transmissão e distribuição e tendo em vista que nossas atividades
estão direcionadas para redes de distribuição, alertamos para o fato de que você
executará serviços em RDAs nas tensões de 36,2 kV até 110 V. Mas não se assus-
te, pois você trabalhará com a rede desligada.
A seguir, apresentaremos alguns acessórios e componentes utilizados em RDAs.
Como você viu até aqui, as redes elétricas de distribuição percorrem um longo
caminho e passam por transformações até chegar ao consumidor final, no qual a
energia elétrica pode ter finalidades diversas, por exemplo, girar um motor, aque-
cer a água em um chuveiro, iluminar uma cidade. Independentemente da finali-
dade, no percurso são utilizados componentes e acessórios, como torres elétricas,
postes de distribuição aérea, condutores e transformadores que você precisa co-
nhecer, pois farão parte do seu dia a dia como eletricista em RDA.
Por exemplo, é importante que você saiba que os transformadores fazem a
conversão das tensões elétricas. Os religadores fazem a supervisão das redes para
religar o circuito quando houver uma pane elétrica. As chaves fusíveis fazem a
proteção de corrente elétrica do circuito. Os para-raios fazem a proteção contra
sobretensão do circuito elétrico. As chaves de faca são utilizadas para manobras
de abertura e fechamento das redes elétricas. Os reguladores de tensão efetuam
a supervisão da tensão elétrica, diminuindo ou aumentando a tensão quando a
rede de distribuição solicitar. Acompanhe as explicações a seguir e conheça mais
sobre alguns dos componentes e acessórios utilizados em RDA.
fio
cabo
Figura 9 - Diferença entre fio e cabo
Fonte: SENAI-SP (2013)
O cabo pode ser formado por um único condutor (cabo simples ou singelo)
ou vários condutores agrupados em uma mesma cobertura (cabo multipolar).
cabo cabo
isolação
isolação
cobertura
singelo multipolar
Figura 10 - Diferença entre cabo simples ou singelo e cabo multipolar
Fonte: SENAI-SP (2013)
2 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
29
Nome da empresa
No:
B 3290
DATA DE
centro de FABRICAÇÃO 22 04 04
COMPRIMENTO
gravidade - CG NOMINAL (m) 12
RESISTENCIA
NOMINAL (daN) 600
Fabricante
abertura para
fio terra linha demarcação do
engastamento do poste
Postes que suportam esforços mecânicos de até 300 daN (decanewton) ou aci-
ma disso podem ter a base concretada, para melhorar as condições de instalação.
Em RDAs, é comum utilizarmos as expressões “concretagem de base leve”, “con-
cretagem de base média” ou “concretagem de base pesada”. O tipo de concreta-
gem deve ser definido com base na intensidade do esforço mecânico suportado
pelo poste.
Nas zonas urbanas, as atividades de recomposição do piso da calçada são con-
sideradas como serviço avulso e devem ser executadas imediatamente após a ins-
talação ou a retirada dos postes, com material igual ao anteriormente existente
no local.
Outro equipamento comumente instalado nas redes distribuidoras é o estai.
Em alguns postes, é possível fazer a instalação do estaiamento, isto é, uma trava
de cabo de aço que tem a finalidade de contrabalancear as forças mecânicas de
tracionamento.
Na figura 14, você pode ver que os cabos da RDA terminam no poste e, para
minimizar os esforços mecânicos produzidos pelo peso dos cabos, tanto a cruzeta
como o poste estão estaiados pelo lado direito. O estai é uma forma de reforçar as
estruturas instaladas nas RDAs, de forma a equilibrar as forças mecânicas.
2 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
33
neutro
fase 1
fase 2
fase 3
Nas redes subterrâneas ou redes instaladas sob o solo, são encontradas outras
ligações, como tubulações de gás, água, esgoto, óleo; rede de telefonia ou TV a
cabo (fibra óptica); redes de BT e AT. Estas devem ser previstas em projeto para
não haver interferências caso ocorram novas instalações.
Atualmente, há tecnologias que possibilitam identificar essas interferências,
tais como aparelhos de ultrassom e plantas com as redes existentes do local de
implantação. Porém, há locais nos quais esses recursos não estão disponíveis e
os serviços são efetuados de forma precária, muitas vezes contando com a sorte.
Ao fazer uma perfuração no solo para instalar um poste, o eletricista de RDA
pode se deparar com essas redes. Por isso, ao encontrar dificuldade na abertura
do buraco, caso não disponha de recursos que possibilitem identificar as ligações
existentes, você deve comunicar imediatamente seu superior, para que sejam to-
madas as medidas cabíveis, por exemplo, deslocamento do poste ou continuida-
de da escavação.
Outro tema importante para o seu trabalho como eletricista de redes se refere
aos mapas e às plantas, pois muitas vezes, no seu dia a dia, você necessitará de
dados para elaborar relatórios, por exemplo, a planta elétrica de distribuição, o
mapa da região para identificar proximidades de ferrovias, rodovias, avenidas e
ruas, o cadastro das edificações nas prefeituras locais, as numerações das casas.
Essas informações podem ajudá-lo nas ações ou nas tarefas de atendimento ao
consumidor.
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
38
DOCUMENTO FINALIDADE
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você aprendeu sobre o sistema elétrico brasileiro e sua leg-
islação e regulamentação, além dos diversos tipos de instalação de redes
de distribuição.
Agora, você é capaz de identificar padrões, catálogos e importantes pro-
cedimentos que devem ser executados durante as etapas de um projeto.
Também pode reconhecer funções e características das instalações e como
acontecem as etapas de distribuição de energia.
Ainda vimos que:
• a distribuição de energia elétrica em nosso país é realizada em zonas
rurais e urbanas, nas modalidades aérea e subterrânea, com cabos nus
e recobertos;
• o padrão técnico para instalação das distribuições das redes rurais e
urbanas e suas classes de tensões varia de acordo com a concessionária
e deve ser verificado na distribuidora de sua região;
• as empresas distribuidoras ou os órgãos gerenciadores de energia
estaduais ou municipais desenvolveram documentos para cada tipo de
atividade a ser realizada, e o profissional da área deve estar atento ao
preenchimento desses formulários.
Vamos seguir com os estudos e alcançar outras competências importantes
para o desenvolvimento do seu trabalho.
2 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
41
Anotações:
Ferramentas e equipamentos utilizados em
Redes de Distribuição Aérea (RDAs)
No seu dia a dia de trabalho, para sua segurança é muito importante que você
conheça todas as ferramentas e saiba para que servem, como funcionam e tam-
bém onde utilizá-las. Muitas vezes, será necessário recorrer aos manuais de fabri-
cantes ou às orientações da empresa em que você trabalha para usar corretamen-
te tais ferramentas.
Alicate universal
Manômetro
Chave de fenda
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
46
Faca curva
Alavanca
Cavadeira
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
48
Enxadão
Soquete
Destorcedor de cabos
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
50
Manta isolante
Escada extensível
ACESSÓRIO APLICAÇÃO
ACESSÓRIO APLICAÇÃO
Escova de aço
Martelo-bola
CASOS E RELATOS
Nada de improviso
Um eletricista de uma empresa prestadora de serviços para concessionária
de energia efetuava uma montagem de estrutura em poste, sobre a escada.
Para apertar os parafusos de uma abraçadeira, utilizou uma chave de boca
com regulagem (chave-inglesa), porém não se atentou ao fato de que a
abraçadeira estava desalinhada.
Ao ser informado sobre a situação por outro eletricista que estava no solo,
o profissional que estava executando o serviço, na tentativa de alinhar a
abraçadeira, passou a bater na peça com a mesma com a mesma chave que
estava usando para apertar os parafusos, embora soubesse que, para isso,
deveria utilizar o martelo.
Por ser inapropriada para essa atividade, a chave acabou escapando de sua
mão e acertou diretamente o eletricista do solo, atingindo-o na cabeça. Por
sorte, ele estava com o capacete de segurança e nada sofreu.
Desse caso, podemos tirar a seguinte lição: cada ferramenta tem uma fun-
ção e uma finalidade específica de acordo com a tarefa a ser executada. Ao
tentar improvisar, estamos infringindo as regras de segurança, colocando
em risco a nossa vida e a de outras pessoas.
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
54
Multímetro digital
Megômetro
Fasímetro
Termômetro digital
RECAPITULANDO
Anotações:
Materiais utilizados em Redes de
Distribuição Aérea (RDAs)
Neste capítulo, você estudará alguns dos vários materiais, componentes e acessórios utili-
zados em Redes de Distribuição Aérea (RDAs) e conhecerá a correta identificação e aplicação,
para realizar operações de construção e manutenção de redes.
Esperamos que você tenha percepção clara e precisa e seja observador e detalhista, para
que, ao término desses estudos, tenha subsídios para identificar:
a) materiais adequados à atividade e à classe de tensão;
b) padrões técnicos e procedimentos referentes aos materiais utilizados na rede de distri-
buição;
c) componentes da rede distribuição.
Para começar, observe com atenção a figura 19.
Para montagens como essas que você acabou de ver, podem ser usados pos-
tes dos seguintes tipos:
a) de concreto armado circular;
b) de concreto armado do tipo duplo T;
c) de madeira;
d) de ferro;
e) de aço;
f ) de fibra.
As escoras, que reforçam a base dos postes, podem ser dos seguintes tipos:
a) contraposte de concreto armado circular;
b) contraposte de concreto armado do tipo duplo T;
c) contraposte de madeira;
d) placa de concreto;
e) tora de madeira.
Nas RDAs, você encontra os mais variados modelos de cruzetas. Veja alguns
exemplos.
a) Cruzeta de madeira – classes 15 kV, 25 kV e 36,2 kV.
b) Cruzeta de aço perfilada – classe 15 kV.
c) Cruzeta de fibra – classes 15 kV, 25 kV e 36,2 kV.
d) Cruzeta de concreto – classes 15 kV, 25 kV e 36,2 kV.
Para que você possa identificar materiais e ferragens utilizados nas montagens
das redes, preparamos o quadro a seguir.
MATERIAL/FERRAGEM APLICAÇÃO
Utilizada em instalações de
materiais e equipamentos como:
transformadores, chaves de faca,
chaves-fusíveis.
MATERIAL/FERRAGEM APLICAÇÃO
MATERIAL/FERRAGEM APLICAÇÃO
MATERIAL/FERRAGEM APLICAÇÃO
Para-raios
Anilha
4 MATERIAIS UTILIZADOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA (RDAs)
65
MATERIAL/FERRAGEM APLICAÇÃO
Sapatilha
MATERIAL/FERRAGEM APLICAÇÃO
Suporte do tipo T
Suporte do tipo L
Cabo multiplexado
Cabo de aço
Em suas atividades cotidianas na RDA, por vezes você poderá se deparar com
a necessidade de emendar ou conectar os cabos de energia.
No esquema apresentado a seguir, você pode identificar os conectores utiliza-
dos em redes secundárias de distribuição aérea.
conexão do cabo
estribo
conexão de cabos
Utilizado em interligações de
transformadores, chaves de faca,
chaves-fusíveis, equipamentos de
proteção e manobra, redes de ilu-
minação pública, ramais do consu-
midor e também redes primárias e
secundárias de energia. O tamanho
do conector varia de acordo com a
bitola do cabo. Pode ser fabricado
Conector de compressão do tipo cunha em cobre ou alumínio.
A amarração dos cabos nos isoladores é mais uma das atividades que costu-
meiramente o eletricista executa em seu dia a dia.
Existem vários tipos de amarrações de cabos elétricos. A amarração mais ade-
quada é definida de acordo com as especificações do projeto que está sendo exe-
cutado. Veja a seguir algumas características da amarração.
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
74
As amarrações podem ser feitas com fio encapado ou de alumínio nu. Esse é o
tipo mais comum de amarração. Veja um exemplo na figura 26.
Após você ter estudado todos esses materiais, cada um com sua característica
física e técnica, veremos o modelo de uma estrutura montada conforme o padrão
de redes da Companhia Elétrica do Pará (Celpa), Grupo Rede de Energia. Nesse
padrão, é possível encontrar desenhos técnicos que detalham o esquema para
montagem da estrutura com cruzeta de concreto simples (N1), como você pode
ver na figura a seguir.
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
76
distâncias em mm
isolador
900 300 600
porca e
arruela pino para isolador
tala de ferro
poste de concreto
Arruela quadrada 5
Fonte: CENTRAIS ELÉTRICAS DO PARÁ (CELPA). Manual de construção e manutenção de redes de distribuição aérea.
Belém: Centrais Elétricas do Pará (Celpa), 2011. p. 13
4 MATERIAIS UTILIZADOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA (RDAs)
77
vista lateral
2000
100 500 450 850 100
I 17
200
R6
P1 F 307 / F 84
500
F1
F 16
F 200
800
vista superior
F 201 F 16
F 303
M5
F 202- F84 F 231- F84
CASOS E RELATOS
Depois de ter estudado todos esses materiais e a aplicação nas redes distribui-
doras, esperamos que seu aprendizado tenha sido significativo.
RECAPITULANDO
Nos serviços realizados em redes de distribuição de energia elétrica, são utilizados veículos
de diferentes tipos, com finalidades específicas.
Neste capítulo, você estudará quais são esses veículos e poderá identificar suas finalidades
nas tarefas de montagem e manutenção de estruturas de redes de distribuição.
Também terá oportunidade de conhecer os aspectos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
voltados ao uso e à condução desses veículos, principalmente no que diz respeito à sinalização
correta quando utilizados na execução dos serviços.
Esse conteúdo é importante, pois, como eletricista de RDA, você usará meios como esses no
seu dia a dia.
Iniciaremos pelos tipos de transporte. Acompanhe!
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
82
O caminhão com cesto aéreo, assim como o guindauto, possui equipamento hi-
dráulico constituído de braços e cesto instalados sobre uma plataforma no chassi
dos veículos, com controles operacionais por meio de manoplas no cesto. Esse tipo
de caminhão tem sistema de giro ajustável que cobre toda a área de trabalho em
ambos os lados. Pode conter um ou dois cestos e é destinado a serviços em altura.
5 VEÍCULOS DE APOIO PARA SERVIÇOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO
83
O caminhão com escadas central e lateral é de uso específico para atividades aé-
reas em altura de aproximadamente 12 m. Ele possui uma escada giratória extensí-
vel, fixada na parte central, e duas escadas extensíveis, uma de cada lado do veículo,
para serviços fora de sua ação. Na lateral, são disponibilizados compartimentos para
armazenamento de materiais, ferramentas e equipamentos de segurança.
Esse tipo de caminhão é utilizado em atividades como: atendimentos emer-
genciais em RDAs primárias e secundárias de energia; construção e manutenção
em redes de iluminação pública; abertura e fechamento de chaves de manobras
ou de equipamentos em redes de distribuição; atendimento a consumidores resi-
denciais, comerciais, industriais.
5 VEÍCULOS DE APOIO PARA SERVIÇOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO
85
CASOS E RELATOS
Agora que você já viu os principais tipos de veículos utilizados em RDA, é impor-
tante que leia com atenção os aspectos relacionados ao Código de Trânsito Brasileiro.
b) Identificação de riscos
Faça um levantamento preliminar dos riscos que envolvem a execução dos
serviços e não deixe de atender às normas de segurança e ao Código de Trânsito
Brasileiro (CTB).
Como riscos diretos da condução de veículos de apoio, podemos citar:
• colisão;
• atropelamento de colaboradores e de terceiros;
• estacionamento indevido do veículo no local de trabalho;
• ausência de sinalização correta.
c) Controle de riscos
Verifique as instruções seguintes.
• Um colaborador deve ser designado para a função de vigia do veículo.
• Para iniciar a sinalização, o vigia deve estar munido com bandeirola ou bas-
tão sinalizador e posicionar-se a 20 m antes do primeiro cone.
• O vigia deve estar munido de colete refletivo, capacete e bastão sinalizador, se
os serviços forem realizados à noite, ou bandeirola para serviços à luz do dia.
• O motorista deve manobrar o veículo com orientação do vigia.
• O veículo deve ser mantido com freio de estacionamento acionado.
• O freio-montanha deve ser acionado, travando as rodas dianteiras ao meio-
-fio, e estas devem ser calçadas.
• O veículo deve ser utilizado como barreira entre a área de trabalho e o fluxo
de tráfego, quando houver necessidade.
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
88
DISTÂNCIA
VELOCIDADE
DO PRIMEIRO ESPAÇAMENTO DISPOSIÇÃO
NOMINAL NÚMERO DE
DISPOSITIVO ENTRE CONES DE CONES NA
DO TRÁFEGO CONES NA RETA
DE SEGURANÇA (m) AGULHA
(km/h)
(m)
40 24 5 3 3
60 32 6 3 5
80 56 8 5 5
100 75 10 5 5
120 75 10 5 5
Fonte: Manual de construção e manutenção de redes de distribuição aérea. São Paulo: AES Eletropaulo, 2011
Diurno
12 m
20 km/h
3 cones na
formação
da agulha
Noturno
12 m
18 m
Diurno
Atividade
no centro
da via
40 km/h
1 cone na
reta e 3
cones na
formação
da agulha
18 m
Noturno
Atividade
no centro
da via
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
90
24 m
Diurno
24 m
60 km/h
2 cones
na reta e 3
cones na
formação
da agulha
24 m
Noturno
24 m
80 km/h Diurno
3 cones
na reta e 5
cones na
formação 49 m
da agulha Noturno
da agulha Noturno
Fonte: Manual de construção e manutenção de redes de distribuição aérea. São Paulo: AES Eletropaulo, 2011
5 VEÍCULOS DE APOIO PARA SERVIÇOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO
91
Acompanhe o exemplo seguinte, que demonstra como você pode ler a tabela
3 e o quadro 13 e assim entender corretamente o procedimento.
Vamos tomar como exemplo uma via cuja velocidade nominal é de 60 km/h.
Nessa situação, de acordo com a tabela 3, é necessária a sinalização através da
disposição de cinco cones em reta ou na formação agulha, a qual é possível
identificar no quadro 13. A distância máxima da área de trabalho em relação ao
primeiro cone deve ser de 32 m e o espaçamento entre eles, de 6 m.
RECAPITULANDO
Comunicar-se por meio de rádios e terminais é uma prática comum para os eletricistas de
redes de distribuição de energia elétrica.
Por isso, neste capítulo, você estudará os métodos de comunicação com rádios e termi-
nais remotos utilizados na execução dos serviços em RDAs e terá subsídios para se comunicar
com uma central de operações ou com os seus superiores de forma adequada.
FUNDAMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
94
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
W
Wireless 93
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Adilson Damasceno
Fotografia
Delinea Tecnologia Educacional
Editoração
i-Comunicação
Projeto Gráfico