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UNIVERSIDADE PAULISTA

Ana Paula B. Dos Santos – 2018419

Bruna Aparecida Rosa – C44149-0

Lucas Antunes de Lima – N5535F-0

Rosiane Silva B. Prado – 2036533

Tiago Andrade Silva – N586EG-0

Yara Borini Rossi - F15245-6

GASOMETRIA ARTERIAL

SÃO PAULO

2023
Ana Paula B. Dos Santos – 2018419

Bruna Aparecida Rosa – C44149-0

Lucas Antunes de Lima – N5535F-0

Rosiane Silva B. Prado – 2036533

Tiago Andrade Silva – N586EG-0

Yara Borini Rossi - F15245-6

GASOMETRIA ARTERIAL

Trabalho apresentado no
curso de graduação em
fisioterapia da Universidade
Paulista - UNIP

Orientador: Prof. Drº Vinicius


Tassoni Civile

SÃO PAULO

2023
RESUMO

A gasometria arterial é uma técnica diagnóstica essencial, frequentemente


utilizada em cenários de cuidados intensivos e emergências. Através da coleta
de sangue arterial, tipicamente da artéria radial ou femoral, este exame oferece
uma forma de compreender mais sobre a funcionalidade respiratória e
metabólica. Principais componentes analisados incluem oxigênio, dióxido de
carbono e o equilíbrio ácido-básico, refletido pelo pH sanguíneo. Desvios nos
valores padrão podem indicar desde patologias pulmonares até distúrbios
metabólicos, como a acidose respiratória. A precisão na coleta e análise,
realizadas por profissionais capacitados, é vital devido à complexidade da
interpretação e aos riscos inerentes ao procedimento invasivo.
ABSTRACT

Arterial blood gas analysis is a fundamental diagnostic method, often


employed in intensive care and emergency settings. By collecting arterial blood,
typically from the radial or femoral artery, this examination provides insight into
respiratory and metabolic functions. Key elements analyzed encompass oxygen,
carbon dioxide, and the acid-base balance, as mirrored by blood pH.
Abnormalities in standard values can signal conditions from pulmonary diseases
to metabolic disorders, such as respiratory acidosis. Precision in collection and
analysis, conducted by skilled professionals, is crucial due to the intricate
interpretation and the inherent risks of the invasive procedure.
SUMÁRIO

1. Introdução...................................................................................................... 6

2. Definição de PH............................................................................................. 7

3.Gasometria e Valore Dereferência................................................................ 7

4. Cuidados e Realização Do Exame................................................................ 8

5. Interpretação Da Gasometria.......................................................................10

6. Alterações No Distúrbio Ácido- BÁSICO ...................................................11

7. Conclução.....................................................................................................13

8. Referências bibliograficas...........................................................................14
1- INTRODUÇÃO

A gasometria é um exame de sangue que tem o objetivo de avaliar o pH


sanguíneo, a pressão dos gases oxigênio (PaO2), dióxido de carbono (PaCO2),
a concentração do bicarbonato e a saturação arterial de oxigênio, verificando
assim o funcionamento metabólico e respiratório do indivíduo.

Para a avaliação da gasometria é necessária a coleta de sangue, sendo que


esse sangue pode ser arterial ou venoso, o que influenciará na correta
interpretação do resultados.

Através da análise dos resultados da gasometria é possível identificar se


existem distúrbios acidobásicos a serem corrigidos como acidose e alcalose, ou
se há um equilíbrio acidobásico, o que constitui uma ferramenta importante na
elaboração de uma intervenção adequada e eficaz.

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2- DEFINIÇÃO DE PH

O pH mede a acidez ou a alcalinidade de uma solução, que depende da


quantidade de íons de Hidrogênio (H+) presentes. Os valores do pH costumam
variar de 0 a 14, sendo que valores fora dessa faixa são incomuns. As soluções
com pH entre 0 e 7 são chamadas de ácidas, as que têm pH igual a 7 são neutras
e as que têm pH maior que 7 são alcalinas (Figura 1).

Figura 1. Escala de pH- Aponta os valores de um pH ácido, neutro ou alcalino

3- GASOMETRIA E VALORES DE REFERÊNCIA

A gasometria é realizada com intuito de analisar o pH sanguíneo, equilíbrio


ácido-básico e gases no sangue. Verificando assim o funcionamento metabólico
e respiratório.

A análise dos gases sanguíneos envolve medir o potencial de hidrogênio


(pH) e a pressão parcial de oxigênio (PO2) e dióxido de carbono (PCO2) no
sangue. Essas medidas são comparadas com os valores padrões do aparelho
que faz a análise. O sangue pode ser arterial ou venoso, mas é preciso saber
qual tipo de sangue foi usado para interpretar os resultados corretamente.

 Sangue arterial: avaliar a função pulmonar (rica concentração de


oxigênio);

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 Sangue venoso: uma função metabólica (rica concentração de gás
carbônico).

É possível averiguar na gasometria os seguintes parâmetros:

 pH: mede a acidez ou alcalinidade do sangue. Valores normais: 7,35 a


7,45.
 PaCO2: mede a pressão parcial de gás carbônico no sangue. Valores
normais: 35 a 45 mmHg. Reflete a ventilação pulmonar.
 PaO2: mede a pressão parcial de oxigênio no sangue. Valores normais:
80 a 100 mmHg. Reflete a oxigenação pulmonar.
 HCO3-: mede a concentração de íon bicarbonato no sangue. Valores
normais: 22 a 26 mEq/L. Reflete o equilíbrio ácido-básico sanguíneo.
 SaO2: mede a saturação periférica de oxigênio no sangue. Valores
normais: acima de 95%. Reflete a quantidade de hemoglobina ligada ao
oxigênio.
 BE: mede o excesso ou déficit de base no sangue. Valores normais: -2 a
+2 mEq/L. Reflete o metabolismo celular.

4- CUIDADOS E REALIZAÇÃO DO EXAME

A artéria radial é a melhor para fazer a punção arterial por ser fácil de
alcançá-la e ter um bom fluxo de sangue. Mas só deve ser utilizida se tiver outra
artéria (ulnar) apta para levar sangue para o membro. Para saber a aptidão,
existem alguns testes simples, como o teste de Allen.

O teste de Allen foi criado em 1929, e para realiza-lo, levanta-se a mão e aperta-
se as duas artérias por 10 segundos, depois solta-se só a artéria ulnar. Então,
solicita-se ao paciente para abrir e fechar a mão 10 vezes (Figura 2).

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Figura 2. Teste de Allen- Verifica a aptidão da artéria ulnar

Após realizar o teste de Allen, o médico ou enfermeiro deve:

 Explicar o procedimento ao paciente


 Higienizar as mãos e colocar luvas e máscara.
 Limpar o local da punção com álcool 70% e fazer antissepsia com
clorexidina alcoólica 0,5%
 Posicionar a mão do paciente em supinação e fixar a artéria com o dedo
indicador da mão não dominante.
 Introduzir a agulha com o bisel para cima em um ângulo de 30 a 45 graus
e avançar até sentir o pulso da artéria.
 Observar o retorno do sangue na seringa e coletar de 1 a 3 mL

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 Retirar a agulha e comprimir o local com gaze por 5 a 10 minutos
 Colocar a tampa na seringa e pressionar o êmbolo para tirar o ar
 Identificar a amostra e enviar ao laboratório o mais rápido possível.

5- INTERPRETAÇÃO DA GASOMETRIA

Através dos parâmetros e seus valores supracitados, é possível interpretá-


los como:

 pH: Valores abaixo de 7,35 é considerado uma acidose e acima de 7,45


uma alcalose.
 PaCO2: alterações indicam uma origem respiratória
 PaO2: Valores abaixo de 80 mmHg indicam uma hipoxemia e acima de
100 mmHg refletem em uma hiperoxemia. Normalmente refletem as
alterações em conjunto com a SaO2
 HCO3-: alterações indicam uma origem metabólica, normalmente
acompanham as alterações no BE.

Portanto, classifica-se a gasometria como:

 Acidose Respiratória: apresenta uma diminuição no pH, um aumento no


PaCO2 e uma hipoventilação.
 Acidose Metabólica: apresenta uma diminuição no pH e uma diminuição
no HCO3-.
 Alcalose Respiratória: apresenta um aumento no pH, uma diminuição no
PaCO2 e uma hiperventilação.
 Alcalose Metabólica: apresenta um aumento no pH e um aumento no
HCO3-.

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Assim como demonstra a Figura 3 abaixo:

Figura 3. Interpretação da Gasometria- Mostra os eventos de uma alcalose respiratória ou metabólica ou de uma

acidose respiratória ou metabólica.

Além disso também é possível determinar se há compensações na


gasometria:

 Acidose Respiratória: aumento de HCO3-.


 Acidose Metabólica: redução de PaCO2
 Alcalose Respiratória: redução de HCO3-.
 Alcalose Metabólica: aumento de PaCO2

6- ALTERAÇÕES NO DISTÚRBIO ÁCIDO- BÁSICO

Relacionados ao Potássio: O potássio é o principal cátion celular. É


responsável pela contratilidade muscular e pela regulação da excitabilidade
neuromuscular, além de ser necessário para a síntese proteica de glicogênio, e
para o equilíbrio ácido-básico.

 Hipocalemia: Diminuição da concentração de potássio abaixo de 3,5


mEq/L. Pode ser causada por redução na ingestão, perda renal ou
extrarrenal, troca intracelular ou por combinações destas.

 Hipercalemia: Aumento da concentração de potássio acima de 5,1 mEq/L.


Suas causas podem estar relacionadas a má absorção, diarreia, uso de

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laxativos, sonda nasogástrica prolongada, diuréticos,
hiperaldosteronismo, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, diabetes,
alcalose respiratória e transplante renal.

Relacionados ao magnésio: O magnésio está presente em 50% da


constituição óssea, sendo o segundo mais importante cátion do liquido
intracelular. Exerce efeitos semelhantes ao do cálcio no sistema nervoso.

 Hipomagnesemia: Diminuição da concentração de magnésio abaixo de


1,3 mEq/L. Suas causas podem estar relacionadas a má absorção,
diarreia, uso de laxativos, sonda nasogástrica prolongada, diuréticos,
hiperaldosteronismo, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, diabetes,
alcalose respiratória e transplante renal.

 Hipermagnesemia: Aumento da concentração de magnésio acima de 2,6


mEq/L. Resulta geralmente de quadros de insuficiência renal e da
incapacidade de excretar o resultado de sua ingestão.

Relacionados ao fosfato: Aproximadamente 80% do fosfato do corpo esta


ligado ao cálcio dos ossos e dos dentes. O restante divide-se em compostos
orgânicos, combinados com proteínas, lipídeos e carboidratos, nos segmentos
dos músculos e no sangue.

 Hipofosfatemia: Diminuição da concentração de fósforo menor que 2,7


mg/ dl. Causas: jejum, má absorção, oferta inadequada em dieta
parenteral, broncodilatadores, corticoides queimaduras graves, alcalose
(respiratória ou metabólica), hipertireoidismo, hiperparatireoidismo
(primário e secundário), alcoolismo.

 Hiperfosfatemia: Aumento da Concentração de fósforo maior que 4,5 mg/


dl. Causas: destruição celular por quimioterapia, acidose (metabólica e
respiratória), insuficiência renal aguda ou crônica e hipoparatireoidismo

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7- CONCLUSÃO

A gasometria arterial destaca-se como uma ferramenta indispensável na


fisioterapia, sobretudo para pacientes com complicações respiratórias e
cardíacas. Esta análise, que mede os níveis de oxigênio e dióxido de carbono no
sangue, permite aos fisioterapeutas uma avaliação meticulosa da função
respiratória e do equilíbrio ácido-base.

Os resultados provenientes da gasometria oferecem insights valiosos sobre


distúrbios respiratórios, identificando condições como hipoxemia e hipercapnia e
avaliando a eficácia da ventilação pulmonar. Estas informações capacitam os
fisioterapeutas a planejar e ajustar tratamentos personalizados. As intervenções
podem englobar técnicas de reeducação respiratória, fortalecimento dos músculos
envolvidos na respiração e o uso de dispositivos de assistência ventilatória.

No contexto cardíaco, a gasometria arterial ganha relevância adicional. Ela


possibilita a avaliação do impacto da função cardíaca na oxigenação tecidual,
essencial para a prescrição de exercícios terapêuticos que visam otimizar tanto a
função cardiovascular quanto a respiratória.

Em suma, a gasometria arterial é um pilar na fisioterapia. Seu uso estratégico


no diagnóstico, monitoramento e tratamento de distúrbios respiratórios e
cardíacos realça a capacidade dos fisioterapeutas em promover saúde,
otimizando a respiração e a função cardíaca e, assim, melhorando
substancialmente a qualidade de vida dos pacientes.

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8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

WEST, John B. Fisiologia respiratória: princípios básicos. 2. ed. São Paulo:


Manole, 1996.

SARMENTO, George Jerre Vieira. O ABC da fisioterapia respiratória. 2. ed.


Barueri: Manole, 2014.

SARMENTO, George Jerre Vieira. Fisioterapia respiratória de A a Z. Barueri:


Manole, 2011.

BERNARDES, Rosane Andrea Bretas; DI PIETRO, Telma Lissandra. Fisioterapia


respiratória. São Paulo: Editora Sol, 2020.

SILVA, Ana Paula; SANTOS, Ana Paula; SILVA, Maria José. “Gasometria arterial:
da coleta à interpretação por enfermeiros”. Secad - Artmed, Porto Alegre: Artmed
Panamericana Editora Ltda., 2020, v. 1, n. 1, p. 1-10.

Wilkins RL, Dexter JR, Murphy RLH. Gasometria arterial. In: Wilkins RL, Dexter
JR, Murphy RLH. Eletrocardiografia para Profissionais de Saúde. 3a ed. Barueri:
Manole; 2010. p. 213-26.

Porto CC, Colsen MAA. Gasometria arterial. In: Porto CC. Semiologia Médica.
7a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. p. 420-5.

Guimarães FS, Azevedo IM. Fisioterapia Respiratória. 2a ed. São Paulo: Manole;
2013.

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