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A linguagem e suas alterações

 DEFINIÇÕES

A linguagem na sua forma verbal é uma atividade humana. É o principal


instrumento de comunicação de comunicação, expressão do pensamento e
emoções dos indivíduos. A linguagem pode ser descrita, como um sistema de
signos arbitrários, o signo linguístico, as palavras. Esses signos têm seus
significados específicos por meio de um sistema de convenções historicamente
dado. A linguagem é uma criação social de cada um e de todos os grupos humanos.
Além disso, é preciso diferenciar as dimensões: fonética, fônica semântica, sintática,
prosódica e pragmática.

Ao se falar em semântica, refere-se à significação dos vocábulos e palavras de


determinada língua. Já a sintática diz respeito a lógica das palavras entre si.
Ademias, outra dimensão é a prosódica implica no reconhecimento das emoções –
intensidade dos sons frequência e duração – no sentido de poder da comunicação
verbal.Tem-se a pragmática, conceituada no emprego da linguagem em situações
sociais concretas.

“A linguagem – a fala – é uma inesgotável riqueza de múltiplos valores. A


linguagem é inseparável do homem e segue-o em todos os seus atos. A linguagem
é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus
sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o
instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base última e mais
profunda da sociedade humana. Mas é também o recurso último e indispensável
do homem, seu refúgio nas horas solitárias em que o espírito luta com a
existência, e quando o conflito se resolve no monólogo do poeta e na meditação
do pensador. [...]. Para o bem e para o mal, a fala é a marca da personalidade, da
terra natal e da nação, é o título de nobreza da humanidade” (Hjelmslev, 1975, p.
185).

“Para Chomsky, é pelo menos admissível que os seres humanos sejam


geneticamente “programados” para falar, para utilizar a linguagem. Ele acredita que
existam certas unidades fonológicas, sintáticas e semânticas de caráter universal.
Categorias sintáticas como substantivo, verbo, tempo passado e componentes do
significado de palavras, como “masculino” ou “objeto físico”, pertencem a conjuntos
fixos de elementos segundo os quais se pode descrever a estrutura sintática e
semântica em todas as línguas. É o que o autor chama de “universais substantivos”
(Lyons, 1989)” (Dalgalarrondo_psicopatologia cap.22)

Em adição, Chomsky fala sobre a criatividade humana na linguagem, ou seja,


cada indivíduo tem capacidades de produzir e compreender sentenças novas. Pois
frequentemente as pessoas enunciam e compreendem frases e palavras novas –
advindas dos princípios sistemáticos e regras gramaticais – dispõem de um domínio
criativo da linguagem humana. Este fato torna os estudos sobre distúrbios da
linguagem em psicopatologia mais complexo, pois essa flexibilidade faz com que a
discriminação do normal e patológico se torne mais difícil

Linguagem em outros transtornos mentais (revisão ampla em


Fine 2007)

 TRANTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE


No transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, o indivíduo tem
dificuldades para manter a atenção em tarefas, diálogos, entre outros. O mesmo,
por vezes, parece não escutar quando é lhe falado ou tem rapidez na fala,
interrompe, fala com menos pausa ou pausas mais breves. Há vezes que parece
que o mesmo fala demais ou responde antes de lhe terminarem uma pergunta
direcionada à ele. Ou seja, sua linguagem é cheia de saltos de uma pessoa para
outra ou de um tema para outro.

 TRANSTORNO DO HUMOR: DEPRESSÃO

Em pessoas depressivas – moderadas ou graves – a sua fala é mais lenta, com


pausas longas. A mesma pode falar pouco do que o habitual ou ter menos assuntos
em seu discurso. Além disso, tem-se o uso de termos como inutilidade ou culpa e
sua entonação mais plana nas frases.

 TRANSTORNO E HUMOR: MANIA

No transtorno em que o paciente está em mania, ele costuma utilizar palavras


mais positivas ou mais uso de ímpetos, os quais podem expressar autoestima
elevada, O tom pode ser elevado, e a fala mais rápida com jogos de palavras, o tom
mais engraçado e se estiver irritado, o mesmo pode rechaçar mandos ou ofertas de
outras pessoas.

Já em casos de mania mais graves, observa-se a fuga de ideias com falas muito
aceleradas e mudança rápidas e frequente. A lógica da associação das palavras
podem não ter lógica ou por sonância e pode se tornar inteligível.

 TRANTORNO DE PERSONALIDADE

1. Esquizotípca: a fala é idiossincrática – incomum, bizarro ou insólito – lenta e


vaga, sem tantas conexões. Podem ser usadas palavras arcaicas e com
repertório reduzido.

2. Dependente: o indivíduo conversa como se estivesse em busca da atenção e da


aprovação do outro. Evita negativas à fala dos outros.

3. Obsessivo-compulsiva: O discurso tende a ser muito controlado, rígido ou


formal. Além disso, pode ser lento, pois há a preocupação com a lógica
demasiada. O seu vocabulário pode ser neutro, sem termos emocionais.

4. Narcisista: Sua fala pode ter egocentrismo, ou seja, só fala de si ou do seu


ponto de vista. Ele usa muitos pronomes em primeira pessoa e pode ignorar
ideias, sentimentos ou até toda a fala das outras pessoas.

5. Histriônica (borderline): Tende a ter muita emotividade, com verbos em


relação a emoção. Este paciente tente a usar palavras reforçadoras, assim
como uma entonação exagerada.

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