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Aluno: Levi Siqueira de Lima

Curso: Direito
Turma: 1º Período - Manhã
Data de entrega: 15/04/2020
Disciplina: História do Direito
Professor: Helder Felipe
Trabalho: Fichamento de Texto Indicado

Fundamentos do Direito Hebreu Refletidos na Legislação Brasileira

O autor dessa pesquisa buscou demonstrar proximidades entre as normas pertencentes


ao direito hebraico e de alguns institutos e regras que compõem o ordenamento jurídico penal
brasileiro contemporâneo, traçando um paralelo entre tais ordenamentos.

A partir da leitura do texto base para fichamento é possível elencar uma série de
aplicações de institutos no direito contemporâneo tais como:

1) o descanso sabático (4º mandamento): “Lembra-te do dia de sábado para o santificar”


(Êx. 20.8), semelhante conceito apresenta-se com o repouso semanal remunerado (art.
7º, inciso XV, CF88) o qual visa manter a saúde física, mental e social do trabalhador,
preservando-o da fadiga e permite uma maior inserção familiar;

2) no Direito Processual temos ao mesmo tempo a participação da figura da testemunha,


bem como um tipo penal para os casos de falsa testemunha. Na passagem bíblica de
Deuteronômio 19.15: “Uma só testemunha contra ninguém se levantará por qualquer
iniquidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que pecasse: pela boca de
duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o negócio”.
Ademais, o 9º mandamento, assim, prevê: “Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo” (Êx. 20.16). Já no Direito Penal brasileiro podemos fazer uma correlação com
os chamados crimes contra a honra como calúnia (art. 138), difamação (art. 139), injúria
(art. 140) e denunciação caluniosa (art. 339);
3) o 6º mandamento positivado em Êxodo 20.13 “Não matarás” o qual visava a
preservação da vida, podemos traçar um paralelo com a conduta tipificada no art. 121
do Código Penal brasileiro como homicídio;

4) o 8º mandamento positivado em Êxodo 20.15 “Não furtarás” o qual visava a


preservação do patrimônio, tal expressão abrangia tanto o furto quanto o roubo.
Podemos relacionar aos crimes de furto ou roubo previstos nos arts. 155 e 157 do Código
Penal brasileiro;

5) Destaque especial para o Princípio da Intrancendência das Penas o qual significa que
uma vez condenado, ninguém poderia pagar a pena por você. No direito hebraico, tal
princípio está normatizado em Deuteronômio 24.16 “Os pais não serão mortos por causa
de crimes cometidos pelos filhos, nem os filhos por causa de crimes cometidos pelos
pais; uma pessoa será morta somente como castigo pelo crime que ela mesma cometeu”
(versão NTLH). No direito brasileiro isso é previsto no art. 5º, inciso XLV, da CF88:
“nenhuma pena passará da pessoa do condenado, [...]”.

Ante o exposto, conclui-se que essa análise paralela entre ordenamentos jurídicos
distintos é denominada de Direito Comparado, “considerado atualmente como um elemento
necessário de toda ciência e a cultura jurídicas” (DAVID, 2002, p. 3).

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