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ÍNDICE
SOBRE O AUTOR 03
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 05
O que é a Inteligência Emocional 06
A Importância da Inteligência Emocional 10
O Modelo ESCI 16
AUTOCONSCIÊNCIA 18
Medição da IE 19
Como as Emoções Influenciam a Tomada de Decisão 21
A Roda da Consciência 25
AUTOCONTROLO 29
Porque é Que Sentimos Raiva 30
Gerir Emoções como um Filme 35
CONSCIÊNCIA SOCIAL 38
Como Lemos o Comportamentos dos Outros 39
Técnicas de Persuasão 43
RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS 49
Construir Barreiras Saudáveis 50
A Filosofia Estóica para Lidar com Pessoas que nos Incomodam 54
APRENDER MAIS SOBRE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 59
Podcast “Inteligência Emocional: o Podcast” 60
Livro “Inteligência Emocional – uma abordagem prática” 61
Academia Q.E. – Academia de Inteligência Emocional e Soft Skills 62
Certificação Inteligência Emocional Aplicada 63
AGRADECIMENTOS 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 65
SOBRE O AUTOR
Certificado no EQ-i 2.0 e EQ 360, dado pela High Performing Systems e pela Mul-
ti-Health Systems (Watkinsville – Geórgia, EUA)
Certificado no ESCI (Emotional and Social Competency Inventory), dado pelo Hay
Group (Londres, Reino Unido)
Certificado no ESaC (Emotional Skills and Competencies), pela Paul Ekman Inter-
nacional (Manchester, Reino Unido).
Se não conheces, Spock é uma personagem que apareceu numa série de ficção
científica de sucesso: Star Trek. Nesta série, Spock serve a bordo da nave espacial
USS Enterprise, como oficial de ciências e primeiro-oficial. É uma personagem
meio terrestre e meio extraterrestre, oriunda do planeta Vulcano, que personifi-
ca o raciocínio lógico próprio do seu lado vulcano dominante, não manifestando
quaisquer emoções, embora, num ou noutro episódio, o seu lado humano o faça
sentir emoções e agir de forma mais irracional. Então, se quando sentimos emo-
ções, ficamos irracionais, como é possível sermos inteligentes simultaneamente?
Por último, as emoções também são uma coisa primitiva (e não só), que herdámos
dos nossos ancestrais. A nossa arquitetura biológica está desenhada para fazer
funcionar aquilo que tem resultado melhor nas últimas gerações. É uma cons-
tante evolução adaptativa. O problema é que só há poucas gerações (na ótica do
calendário evolutivo) é que as coisas mudaram de forma disruptiva, e as necessi-
dades de hoje não são as mesmas de há 250.000 anos. Mas o nosso cérebro ainda
é influenciado exageradamente por aquilo que funcionou melhor nas últimas ge-
rações. Por isso, quando estamos alterados emocionalmente, as nossas respostas
são mais primitivas e fortes e podemos dividi-las em três reações: fugir, lutar ou
congelar.
Analisando estes três exemplos, percebemos que realmente não parece ter muito
sentido utilizar a expressão “inteligência emocional“, que mais parece um para-
doxo. Mas é neste paradoxo que encontramos a necessidade de treinar a nossa
inteligência emocional.
Embora não haja uma única definição para o tema, podemos dizer que é a capa-
cidade de sermos inteligentes com as nossas emoções e termos a capacidade de
reconhecer e gerir as nossas emoções e as dos outros. A inteligência emocional é
uma dança entre o nosso cérebro racional e o nosso cérebro emocional. A inter-
secção entre ambos os cérebros e a sua interação é o que constitui a inteligência
emocional (Moreira, 2019)
(Excerto retirado do livro “Inteligência Emocional – uma abordagem prática” de Paulo Moreira)
nho de todos os colaboradores e líderes se devia ao domínio das suas aptidões so-
ciais e emocionais, avaliado pelo QE, em vez do domínio técnico e conhecimento
da sua função, neste caso avaliado pelo QI.
Hoje em dia, é mais do que evidente que as aptidões sociais e emocionais têm um
peso muito significativo para o nosso sucesso pessoal e profissional. Pode parecer
um choque à primeira vista, já que desde cedo somos julgados pela sociedade
pela nossa inteligência académica, o QI, mas a verdade é que a inteligência emo-
cional faz uma enorme diferença na nossa vida.
E sabes uma coisa? Ainda bem que é assim. Porque ao contrário do QI, que é imu-
tável, o QE pode ser desenvolvido. Existem alguns especialistas que dizem que o
QI pode ser trabalhado, mas a opinião nunca é unânime e mesmo aqueles que
defendem que o podemos aumentar indicam que o incremento é marginal. O
QE, por outro lado, pode ser mais desenvolvido (Matthews et al., 2002).
No seu livro Emotional Intelligence Quickbook, indica que mais de 70 por cento
das pessoas submetidas a testes mostraram ter dificuldade em gerir o stresse e
situações mais desafiantes no local de trabalho. Estas pessoas ou evitam passiva-
mente os problemas fazendo-os prolongarem-se no tempo ou confrontam-nos
tão agressivamente que estes aumentam de proporção de forma desastrosa.
Travis afirma também que apenas 15 por cento dos trabalhadores inquiridos se
sentem respeitados e valorizados pelo seu empregador. Quatro em cada cinco
trabalhadores afirmam ainda que era provável trocarem os seus empregos, se
lhes fosse oferecida uma posição com uma remuneração semelhante à que têm
atualmente.
Um estudo feito pelo Instituto Politécnico de Rensselaer, nos EUA, mostrou como
o criticismo pode ser prejudicial nas relações profissionais. Numa simulação, foi
pedido a voluntários que criassem uma campanha publicitária para um novo
champô.
alguns sentiram que realmente não eram capazes de fazer um trabalho melhor.
Em resumo, as críticas negativas e os ataques pessoais destruíram o moral dos vo-
luntários e isso refletiu-se não só no próprio trabalho, mas também na capacidade
de o melhorar (Moreira, 2019).
No Stress
De acordo com esta pesquisa, 47 por cento dos funcionários inquiridos considera-
ram que o seu trabalho era muito cansativo num dia normal. Quase metade (48
por cento) dos profissionais afirmou sentir o nível de stress aumentar no último
ano. Esta investigação, que contou com a participação de mais de 1.000 traba-
lhadores a tempo inteiro, mostrou que 49 por cento dos inquiridos apontaram
as falhas dos colegas no desempenho das tarefas, como a principal causa para o
aumento do stress no trabalho. A pressão para aumentar as vendas, as metas de
desempenho e a falta de pessoal são também citadas por 45 por cento dos funcio-
nários, como principais motivos de stresse (Moreira, 2019).
Num estudo organizacional feito por Slaski e Cawright (2003), foram comparados
gerentes que receberam treino em inteligência emocional, um dia por semana
durante quatro semanas, com gerentes num grupo de controlo que não recebe-
ram nenhum treino deste tipo. Os resultados do estudo indicaram que os geren-
tes que receberam o treino mostraram um aumento médio de 10,50 por cento no
moral da equipa e uma redução média de 11,10 por cento em stress relacionado
com o trabalho. Este estudo mostrou que desenvolver a inteligência emocional,
mesmo com um treino curto, pode ter resultados positivos na redução do stress.
Na produtividade
Essa consciência emocional permitiu-lhes usar estratégias para lidar com os pro-
blemas e puderam, assim, ser mais eficazes no trabalho, gerando mais rendimen-
tos para si próprios e, presumivelmente, aconselhando melhor os clientes (Cher-
miss & Goleman, 2001).
Na liderança
Na Escola
É estimado que o ser humano experiencie centenas de emoções por dia, sendo
que estas advêm de regiões mais primitivas do cérebro. Aquilo que nos ajuda
a não reagir constantemente por impulso e a não nos tornarmos seres pura-
mente emocionais, é a parte superior e executiva do cérebro, o córtex pré-f ron-
tal, que se situa no neocórtex, denominado por Daniel Goleman por cérebro
racional. Este é o grande desafio diário que a inteligência emocional procura
resolver: conseguir equilibrar a comunicação entre estes dois cérebros, o mais
primitivo e o racional.
Para as crianças e os jovens, este desafio torna-se ainda maior, porque a parte do
cérebro racional que os vai ajudar a gerir a parte emocional só fica completamen-
te desenvolvida por volta dos 25 anos de idade. É por isso que algumas das deci-
sões tomadas por crianças e jovens parecem aos adultos “irracionais”, “atitudes de
criança” ou “estúpidas”. É importante ter em conta que, até aos 25 anos, ainda se
estão a formar ligações importantes no cérebro racional. Nesta fase inicial, a prá-
tica da inteligência emocional mostra-se de grande importância, pois irá ajudar a
enraizar atitudes, comportamentos e hábitos de sucesso para a vida. E os resulta-
dos verificam-se logo na fase escolar.
Alguns estudos feitos com alunos, verificaram que aqueles com maior QE tinham
um melhor desempenho académico (Evenson et al., 2008; Song et al., 2010). Esta
relação foi analisada com alunos em quadros de honra até aos do quadro despor-
tivo (Jaeger et al., 2003). Inclusive, entre alunos de uma instituição de grande pres-
tígio, o otimismo previa melhor os resultados académicos dos alunos do primeiro
ano, do que o QI (Schulman, 1995).
Keefer, Parker e Wood (2012), recorrendo a uma amostra de 1.015 estudantes, des-
cobriram que o motivo que levou os alunos a não conseguirem terminar o seu
curso, após seis anos de início do mesmo, se deveu a uma baixa inteligência emo-
cional nos domínios das relações interpessoais e da gestão do stress. Descobri-
ram, também, que os estudantes que não abandonaram o curso do primeiro para
o segundo ano, tinham uma inteligência emocional mais desenvolvida do que
aqueles que abandonaram.
Nós somos seres sociais, foi assim que evoluímos dos nossos antepassados caça-
dores-recoletores até aos dias de hoje.
Outro estudo indicou que fumar aumenta o risco de mortalidade num fator de
1,6, enquanto o isolamento social aumenta o risco num fator de 2,0, tornando-o no
maior risco para a nossa saúde (House et al., 1988).
Na parentalidade
Existem inúmeros estudos que demonstram que os métodos utilizados pelos pais
para educarem os filhos, seja com “mão pesada”, ou com entendimento e em-
patia, com indiferença ou carinho, têm grandes e longas consequências na vida
emocional da criança.
casamento também eram mais eficazes a ajudar os filhos nos seus altos e baixos
emocionais (Hooven, et al., 1994).
O MODELO ESCI
Existem três grandes correntes da Inteligência Emocional, sendo que neste E-book,
iremos seguir com base no modelo ESCI (Emotional and Social Competency In-
ventory), tendo sido desenvolvido por Daniel Goleman, Richard Boyatzis e o Hay
Group (Boyatzis, 2007).
Autoconsciência Consciência
Social
Ei
Autocontrolo Relacionamentos
Interpessoais
Vamos então começar com uma medição rápida da tua Inteligência Emocional.
Alguma vez deixaste que as tuas emoções te levassem a fazer algo que mais tarde
te arrependeste?
E alguma vez permitiste que os teus sentimentos te impedissem de fazer algo que
realmente querias muito?
Esta é uma competência que pode ser trabalhada e desenvolvida, mas não faz
com que fiquemos imunes às emoções. Aliás, não sentir emoções não é sermos
emocionalmente inteligentes, é uma perturbação, conhecida como Alexitimia.
Então como saber se temos uma elevada Inteligência Emocional? Existem vários
testes para fazer essa medição, uns com alguma validação empírica e outros nem
por isso. Mas mesmo os que têm validação empírica, divergem muito da sua es-
trutura, pois são sempre baseados em modelos diferentes de Inteligência Emocio-
nal (recordo-te que existem três grandes modelos mundiais, mas também outros
mais pequenos e com menor validação).
Mas como o meu objetivo é dar-te uma ideia aproximada de como está a tua
Inteligência Emocional de forma a termos um ponto de partida, coloquei 7 afir-
mações habitualmente utilizadas, em testes que medem este conceito, e que
deverás responder utilizando uma escala de 1 (discordo totalmente) a 7 (concor-
do totalmente).
AFIRMAÇÃO PONTUAÇÃO 1 A 7
Total
O valor médio é de 24,5, pelo que um resultado abaixo dessa pontuação significa
(teoricamente), uma baixa inteligência emocional.
Este valor é sempre um ponto de partida e não um valor definitivo, pois podemos
(e devemos) desenvolver a nossa inteligência emocional.
Uma série de experiências de Lee e Andrade (2011), verificaram que quando era
induzido medo a investidores, estes vendiam mais rapidamente as suas ações.
No mercado de ações, um investidor com medo que está inclinado para vender
irá ter mais probabilidade de acreditar que os outros partilham a mesma visão,
acelerando o seu comportamento de venda em antecipação de uma queda no
mercado de ações.
Já alguma vez foste desafiado para algo, como falar em público e sentiste medo?
É provável que o teu comportamento perante esse desafio (ou pelo menos o pen-
samento inicial) tenha sido de recusar, procurando a segurança.
Isbell e colegas (2005), demonstraram que participantes que estavam num estado
de humor positivo (vs triste), tinham mais probabilidade de formar impressões de
outros, examinando informação global (e.g., traços) antes de olharem para infor-
mação mais específica (e.g., comportamentos). Ou seja, se observarmos alguém a
ajudar outra pessoa e estivermos num estado emocional positivo, é mais provável
que o consideremos altruísta (traço) em vez de meramente pensar que ajudou
outra pessoa (comportamento).
Raiva e Injustiça
No entanto, a raiva não leva a um aumento de culpa e punição uniforme. Esta re-
lação está também dependente do contexto social.
O estudo verificou que apenas quando a raiva era combinada com a condição de
injustiça, é que aumentava os julgamentos punitivos de outras situações não rela-
cionadas com esse vídeo.
Os autores sugerem então que este aumento de sentido de punição pode ser
uma necessidade de restabelecer um sentido de justiça que falhou anteriormen-
Então, se sentires que existe uma injustiça na tua vida ou na vida de outra pessoa,
a raiva pode ser um motor importante para te dar energia e confiança para repo-
res a justiça. Um exemplo histórico da utilização positiva da raiva foi com Martin
Luther King Jr., líder do movimento dos direitos civis contra a segregação racial
nos Estados Unidos da América.
Tristeza e Recompensas
Quando estamos tristes, queremos nos sentir melhor e por isso tentamos obter re-
compensas rápidas, mesmo a um maior custo. Um exemplo pode ser comermos
uma caixa de gelado inteira ou irmos às compras. Queremos preencher aquele
“vazio emocional” com algo.
Nojo e Moralidade
Em resumo, aquilo que consideramos que é moral ou imoral, tem mais a ver com
o nosso sentimento de nojo do que propriamente com razões mais racionais.
A RODA DA CONSCIÊNCIA
Existem várias formas de desenvolver a nossa autoconsciência.
EU
R
P
SE
EN
B
SO
O
EU
TO
EU
SIN
FA
ÇO
EU
EU QUERO
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6. Eu faço: escreve uma ou duas ações concretas que possas fazer para consegui-
res atingir aquilo que queres.
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AUTOCONTROLO
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL • EBOOK
Todos nós já dissemos coisas que depois nos arrependemos, pois estávamos “ce-
gos de raiva”.
Vamos então entender porque é sentimos raiva, para entendê-la melhor e apren-
der a gerir.
ESTADO
PRÉ-RAIVA
AVALIAÇÃO RAIVA
PROVOCAÇÃO
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
Provocação: estímulos como a perceção que alguém nos está a querer fazer mal,
impedir o nosso objetivo ou termos sido alvos de injustiça, leva a uma maior raiva,
do que estímulos inerentemente positivos, como um elogio, ou ver alguém a sor-
rir. Habitualmente, pensamos que basta esta provocação, que sentimos automa-
ticamente raiva. Mas, segundo este modelo, a provocação é um gatilho, mas não
é a causa final. A raiva e a sua intensidade vão-se desenvolvendo através de mais
fatores.
Avaliação Primária: depois da provocação ter sido iniciada e combinar com o nos-
so estado pré-raiva, fazemos uma avaliação primária. Nesta avaliação, julgamos a
situação à luz de vários indicadores, de forma a realmente saber se é algo que nos
irrita ou não, bem como a sua intensidade. Algumas perguntas que estão incluí-
das nesta avaliação:
É justo ou injusto?
É condenável ou não?
Agora, vamos colocar em prática este quadro de análise da raiva, numa situação
que aconteceu.
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[Provocação]: Qual foi a situação específica que serviu de gatilho à tua reação?
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[Estado Pré-Raiva]: Como é que te estavas a sentir antes dessa situação acontecer?
Descreve em que estado de humor e fisiológico te encontravas antes dessa situação
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É justo ou injusto?
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É condenável?
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[Avaliação Secundária]: Que avaliação secundária fizeste? Pensaste que era a pior
coisa que já aconteceu ou pensaste que podias lidar com isso?
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Qual foi a lição da raiva neste momento? Considerando que as emoções servem
um propósito, o que é que esta emoção estava a sinalizar? Como é que queria
ajudar?
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Olhando para as respostas que deste, o que poderás fazer da próxima vez para que
respeites a mensagem da raiva, mas que também tenhas um comportamento
mais adaptativo e saudável nessa situação?
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Para isso, devemos imaginar a situação que nos está a fazer sentir a emoção como
se fosse um filme.
Seguem sete estratégias para gerir as emoções como se fossem um filme (Bariso,
2018):
Pausa: colocar “pausa” significar parar e pensar antes de agir. Quando esta-
mos alterados emocionalmente, temos tendência para agir imediatamente.
E, por vezes, esse comportamento não será o mais saudável. Devemos pausar
para dar tempo e recuperar e termos um pensamento mais flexível.
Tirar o som: quando a interação com a outra pessoa começar a ter uma carga
emocional elevada e se sair momentaneamente, não for opção, podemos pa-
rar de falar. Respirar fundo e recordar que o que for dito nesse ponto, poderá
ser demasiado extremo ou exagerado e arrependermo-nos. O tirar o som não
é ficarmos calados em toda a interação, mesmo que a pessoa nos faça per-
guntas. Podemos falar, mas dizendo apenas que de momento não estamos
bem para continuar a ter aquela conversa.
Gravar: numa discussão, temos a tendência de querer falar mais e por cima
da outra pessoa e não ouvimos realmente o que é dito. Gravar significa ouvir
de forma concentrada, com a intenção de aprender mais sobre a perspetiva
da outra pessoa.
Câmara lenta: da próxima vez que estivermos a lidar com uma emoção de
carga negativa, abrandar e perguntar-nos porque é que nos sentimos como
sentimos. Aqui a estratégia é focada menos na outra pessoa e mais em nós:
nos nossos gatilhos, nas nossas motivações, nas nossas intenções. Analisar os
detalhes da nossa emoção pode-nos ajudar a ganhar entendimento sobre os
motivos por trás da mesma e levar a soluções úteis.
CONSCIÊNCIA SOCIAL
CONSCIÊNCIA
SOCIAL
AUTOCONSCIÊNCIA • AUTOCONTROLO • CONSCIÊNCIA SOCIAL • RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS | 38
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL • EBOOK
Por exemplo, vários estudos mostram que as entrevistas de emprego pouco são
prognósticas do comportamento futuro do entrevistado. No entanto, sentimos
que precisamos de fazer uma entrevista para conhecer realmente a pessoa. Mas,
se alguém nos disser que nos consegue decifrar apenas numa entrevista de em-
prego, dizemos que a pessoa está errada, pois consideramos que há muito mais
de nós que não é revelado na entrevista. Então existe aqui uma assimetria de ava-
liação: consideramos ser bons a avaliar os outros, mas consideramos que os outros
não têm conhecimento suficiente sobre nós para nos avaliarem.
Vamos imaginar que somos a Ana e estamos numa fila de trânsito. Passado algum
tempo, um outro condutor (o João) vem a circular na faixa ao lado e corta-nos na
fila, ficando à nossa frente. Enquanto nós estivemos no “pára-arranca” 30m, o João
poupou esse tempo conduzindo numa faixa sem carros e cruza-se na nossa.
Neste cenário, é comum a Ana fazer atribuições internas ao João: “só pensa nele”,
“é um idiota”, “não sabe conduzir”, “egoísta”.
Agora, vamos imaginar que somos nós, a Ana, e que entramos numa fila de trân-
sito, à frente de outro carro que já lá estava. Porque é que será que teríamos este
comportamento?
Dificilmente nos iríamos avaliar como egoístas ou que não sabemos conduzir. Iria-
mos justificar o nosso comportamento com atribuições externas, tais como “vou
perder o voo”, “estou atrasada para a minha entrevista de emprego”, “enganei-me
na faixa e tive que entrar”
Self-serving bias
Viés observador-ator
Porque é que será que fazemos mais atribuições internas aos comportamentos
(negativos) dos outros e mais atribuições externas aos nossos comportamentos
negativos?
Dessa forma, assumimos que o comportamento dos outros se deve a fatores in-
ternos (é egoísta, desonesto, cruel, etc), e que o nosso se deve a forças externas
(estava cansado, distraído, etc).
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Qual pensas que foi o motivo dessa pessoa ter reagido assim? Escreve aquilo que
pensaste no momento.
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Essa justificação é interna ou externa? Se for interna, que outros motivos externos
podem ter levado a esse comportamento? Escreve vários motivos que te recordes.
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Imagina que eras tu a ter tido essa reação. Qual seria o motivo mais provável que
te levaria a ter esse comportamento?
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Com base no que identificaste nos últimos pontos, escreve como te sentes agora
quando pensas na situação e o que aprendeste com esta reflexão.
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TÉCNICAS DE PERSUASÃO
A persuasão integra o conceito de influência e destina-se a influenciar as crenças,
atitudes, intenções, motivações ou comportamentos de alguém.
Pode ser utilizado um processo de persuasão sistemático onde é feito o apelo atra-
vés da lógica e da razão ou um processo de persuasão heurístico, onde se apelam
às emoções.
Foot-in-the-Door
Ao pedirmos algo pequeno, iremos fazer com que a outra pessoa fique compro-
metida a nos ajudar e o pedido grande age como uma continuação de algo que
tecnicamente essa pessoa já tinha aceitado previamente.
Três dias depois, ligaram para a casa de ambos os grupos e pediram se podiam ir
pessoalmente à sua casa para ir à cozinha e catalogar os produtos de limpeza.
O grupo que inicialmente recebeu a chamada com o questionário, teve uma taxa
de aceitação de 53%.
Quanto ao grupo, que apenas recebeu este primeiro pedido grande, teve uma
taxa de aceitação de apenas 22,20%.
Door-in-the-Face
Neste caso, o sistema é invertido e devemos pedir algo grande que a outra parte
não vai aceitar e depois pedir de seguida algo muito menor.
A ideia central é que como a outra pessoa já nos recusou uma vez, vai ter menos
probabilidade de nos recusar novamente, pois o pedido que estamos a fazer é
muito menor. É como se tivéssemos ajustado o nosso pedido e a outra pessoa tem
mais tendência também a rever a sua nova decisão.
3. Grupo “smaller request only control”: apenas foi apresentado este pedido
pequeno.
Embora no primeiro grupo ninguém tenha aceitado realizar o pedido grande, ti-
veram uma maior probabilidade de aceitar o segundo pedido, mais pequeno. No
entanto, aqueles que foram confrontados logo com o pedido pequeno (e único),
apenas 16,70% é que aceitou.
Ancoragem
Não tomamos decisões “no vazio”, mas sim influenciados por outros produtos
idênticos ou similares que possamos comparar.
Dan Ariely (2008) pegou numa subscrição que encontrou no site “The Economist”
e apresentou a 100 estudantes do MIT as seguintes opções e pediu qual das mo-
dalidades de subscrição é que escolheriam.
Com base nestas três opções, 16% escolheram a opção A (Economist.com subs-
cription) e 84% a opção C (Print & web subscription).
De seguida, Dan Arierly removeu a opção do meio e apresentou a outros 100 estu-
dantes do MIT, resultando no seguinte cenário:
O que ele verificou foi que removendo apenas a opção do meio, 68% escolheram
a opção A e 32% a opção C (mais cara).
Então, removendo uma opção que anteriormente ninguém tinha escolhido, mu-
dou significativamente as opções dos estudantes. Enquanto na primeira expe-
riência, 84% tinham escolhido a opção mais cara, na segunda experiência, esse
número caiu para 32%.
E porque é que isto aconteceu? Porque na primeira experiência, a opção que nin-
guém escolheu serviu como âncora e os estudantes pensaram que como a versão
impressa e online tinha o mesmo preço que apenas a verão impressa, então seria
um bom negócio.
Como podemos verificar, a persuasão não precisa ser invasiva ou forçada. Basta
apresentar um pedido grande ou pequeno antes do pedido principal ou encon-
trar uma forma de ancorar a pessoa a uma decisão, que a persuasão pode ocorrer.
RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS
RELACIONAMENTOS
INTERPESSOAIS
AUTOCONSCIÊNCIA • AUTOCONTROLO • CONSCIÊNCIA SOCIAL • RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS | 49
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL • EBOOK
Por vezes os conflitos surgem porque não colocamos barreiras com outras pes-
soas ou porque as nossas barreiras são rígidas demais.
Se não colocarmos barreiras, a outra pessoa pode invadir o nosso espaço pessoal,
sendo inconveniente e tocando em assuntos que para nós são desconfortáveis. No
entanto, se colocarmos barreiras muito rígidas, não criamos ligações verdadeiras
com outras pessoas.
Em primeiro lugar, as barreiras que colocamos dependem das pessoas com que
colocamos as barreiras.
Uma barreira saudável com um parceiro amoroso vai ser diferente de uma barrei-
ra saudável com um chefe ou com um colega.
Por exemplo, vamos supor que somos professores e temos alguns conflitos com
alunos porque não temos barreiras e partilhamos tudo da nossa vida. Uma barrei-
ra saudável seria escolher deixar a vida pessoal separada da sua vida profissional,
não partilhando muito sobre a nossa vida privada.
Um terapeuta também pode criar barreiras saudáveis com os seus pacientes, por
exemplo, definindo que não se vai conectar com estes nas redes sociais.
Numa relação romântica, uma barreira saudável pode ser definirem ter umas ho-
ras de uma noite, por semana, para eles, de forma a usufruírem um tempo pes-
soal, de reflexão. Ou uma mulher que foi mãe há pouco tempo, pedir ao parceiro
para fazer mais algumas responsabilidades, como dar banhos, levar o bebé ao par-
que, etc..
Numa relação entre pais e filhos adolescentes, uma barreira saudável pode ser os
pais pedirem aos filhos para baterem à porta antes de entrar ou os filhos pedirem
aos pais para nunca lerem os seus diários ou entrarem no seu computador.
Sei que quando falamos de barreiras, há quem sinta que faça sentido e há quem
não concorde com este método.
Ou seja, um professor pode dizer que não existe mal em partilhar a sua vida pes-
soal com os alunos ou um casal pode dizer que não faz sentido tirar uma noite
para um deles sozinhos.
Cada caso é um caso e só nós é que sabemos como é que nos sentimos em cada
situação e com cada pessoa.
Então, como saber se a relação que temos com alguém precisa ou não de uma
barreira saudável?
Vou dar um exemplo comum que vejo nas empresas: um líder que tem o sistema
de porta aberta. Ou seja, a porta está sempre aberta fisicamente para qualquer
um a qualquer hora. Muitos defendem que ter uma porta fechada passa a ima-
gem de alguma separação e afastamento.
Tudo bem com essa decisão. No entanto, a maioria desses líderes confessa que
têm muita dificuldade em conseguir começar e acabar o que têm de fazer por
causa das constantes interrupções.
Ou seja, neste caso, essa ausência de barreiras está a causar conflitos e transtornos.
Claro que o líder não precisa ter a porta sempre fechada, pois essa poderia ser vista
como uma barreira rígida.
Mas o líder só tem essas duas opções? Claro que não. Pode decidir em certos mo-
mentos do dia, ou pontualmente quando precisa, fechar a porta e ficar incontac-
tável para dar prioridade aos seus assuntos. Isso é uma barreira saudável.
E porquê?
Então, se as barreiras saudáveis são tão importantes, porque é que evitamos defi-
ni-las? Estes são alguns dos maiores motivos:
Medo da rejeição: temos medo que a outra pessoa nos rejeite ou fique ma-
goada e se afaste, por querermos definir esta barreira. Por exemplo, num ca-
sal, um dos parceiros pode ter medo de pedir umas horas para si, por medo
que a outra pessoa fique triste com o pedido. O que precisamos de refletir é
que estes pedidos, desde bem enquadrados, ajudam nas nossas relações. E
se a outra pessoa gosta de nós, irá aceitar, da mesma forma que nós aceita-
ríamos se nos pedissem algo.
Medo do confronto: temos medo que um confronto surja com o nosso pedi-
do e temos a tendência a querer evitar confrontos. Por exemplo, se tivermos
um colega que é inconveniente e quisermos definir um limite daquilo que é
aceitável, podemos ter receio que este se chateie e inicie uma discussão, ou
que existam represálias. Mas um receio hipotético não nos deve condicionar
a ficarmos passivos numa relação onde existem situações que nos geram
desagrado.
Não fomos ensinados a criar barreiras saudáveis: não somos ensinados pe-
las nossas famílias, nem pela nossa cultura (este efeito é maior nas culturas
coletivistas) a criar limites saudáveis. Por não ser comum, não consideramos
essa ideia.
Embora atualmente a palavra “estoico” esteja associado a alguém que é frio, indife-
rente à tristeza ou à alegria e que reprime os seus sentimentos, esta visão está incor-
reta, sendo que os estoicos defendiam uma filosofia de vida em que tínhamos de ter
em atenção às emoções destrutivas que eram originadas de erros de julgamento.
No entanto, sabemos que nem sempre é possível viver uma vida tranquila, pois
existem situações e pessoas que não conseguimos evitar lidar e que mexem com
as nossas emoções.
1. Reflexão interna: quando estivermos a lidar com alguém que nos irrita, de-
vemos parar e refletir sobre os nossos próprios comportamentos negativos.
Esta reflexão nos nossos próprios comportamentos negativos, permite criar
uma maior empatia e tolerância com as falhas das outras pessoas.
a. Imagina-te daqui a uns anos, de forma vívida. Imagina o teu “eu futuro”.
b. Imagina que o teu “eu futuro” olha para trás, para esse conflito.
c. Como é que achas que o teu “eu futuro” iria sentir-se sobre essa situa-
ção? Será que daqui a vários anos essa situação irá importar?
Nas situações em que alguém nos comunique algo que vá contra os nossos va-
lores, ideais e que nos faça sentir desrespeitados e irritados, deveremos utilizar a
seguinte “estratégia de eliminação de picadas”, constituída por três perguntas:
1. “O que foi dito, é verdade?”: se não for verdade, então não existe razão para
nos chatearmos, pois o que está a ser dito não é real. Se for verdade, então
também não existe razão para nos chatearmos, pois está apenas a verbalizar
um facto, que podemos não gostar, mas que não deixa de ser verdadeiro.
2. “A pessoa que me disse isto, está bem informada?”: se não estiver, deve-
mos compreender que lhe falta informação e que esse é o motivo de ter dito
o que disse. Se estiver, então temos o dever de refletir sobre a nossa posição,
pois a outra parte possui conhecimento sobre a situação e pode estar a ver
algo que nós não estamos a ver.
Recorda-te e descreve um conflito que tiveste ou que estás a ter com alguém, em
que te foram ditas palavras que te magoaram ou em que a outra pessoa teve com-
portamentos que te prejudicaram.
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Fatalismo Social: A outra pessoa com que tiveste o conflito costuma ter esses com-
portamentos sistematicamente? Poderás considerar que é uma pessoa difícil? Se
sim, porque é que te irritaste com o seu comportamento? Consideras que esperar
que ela se comporte de outra forma é benéfico para o teu bem-estar? Consideras
que irá ajudar em alguma coisa a resolver conflitos futuros?
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1. Imagina-te daqui a uns anos, de forma vívida. Imagina o teu “eu futuro”.
2. Imagina que o teu “eu futuro” olha para trás para esse conflito.
3. Como é que achas que o teu “eu futuro” iria sentir-se sobre essa situação?
Será que será realmente relevante daqui a vários anos?
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Após teres realizado o exercício, como é que te sentes quando pensas na situação?
O que mudou?
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AGRADECIMENTOS
Quero agradecer a confiança depositada em mim quando fizeste o download
deste E-book.
Espero que tenha sido útil para ganhares um maior entendimento sobre esta
competência tão importante na nossa vida que é a Inteligência Emocional.
Até breve,
Paulo Moreira
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