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História 3° Período
Psicologia da Educação
Ainda no âmbito da relação entre adolescente e família, o autor afirma que a estrutura
familiar não tem grande importância no desenvolvimento social do jovem em comparação
com o grau de conflituosidade familiar e a qualidade das relações entre os pais. No entanto, a
resolução de alguns aspectos evolutivos pode se ver influenciada por problemas no contexto
estrutural da família, como as consequências do divórcio, por exemplo.
A própria configuração do grupo, por sua vez, também passa por mudanças ao longo
do período que tratamos aqui. Dunphy (1963) dividiu esse período em quatro etapas. A
primeira é a da turma unissexual, marcada pela pouca permeabilidade e abertura, fornece
seguranças e apoio para as futuras relações com o sexo oposto, que vão marcar a próxima
etapa, a da interação entre turmas unissexuais. Tal etapa apresenta uma relação um pouco
desajeitada e rude entre os indivíduos de sexos opostos. A seguir, forma-se a turma mista.
Com menor coesão e menos intimidade entre os indivíduos, essas turmas se definem em
relação aos aspectos formais ou acadêmicos, e a orientação para a relação com os iguais.
Outra característica ressaltada pelo autor e o fato de que a turma acaba condicionando as
relações sociais de seus membros. Por fim, a turma é desintegrada e a ultima etapa apresenta
uma série de casais relacionados entre si, o que marca a introdução do adolescente nas
relações de casal. O momento dessa introdução, segundo o texto, parece determinado por
fatores sociais mais que biológicos e a sua qualidade está associada ao grau de ajustamento
socioemocional. Segundo Furman e Wehner (1994) essas relações satisfazem as necessidades
sexuais, de afiliação, de afeição e de apoio, desses jovens. Haveria também “uma relação
causal entre o tipo de apego estabelecido com os pais durante a infância e o caráter dos
vínculos afetivos com o casal na adolescência e na idade adulta.” (362). Além disso, as
relações de amizade também darão sua contribuição.
A nossa sociedade ocidental cristã fornece uma clara carga de machismo também para
as relações sociais adolescentes. O autor expõe frequentemente a diferenciação de gênero
expressa nas relações entre esses jovens, apesar de não demonstra a carga cultural que está
intrínseca nelas. É importante ter conhecimento de que machismo, velado ou não, direciona
toda uma carga de opressão principalmente nas mulheres. É preciso saber como tal opressão
se dá também no meio adolescente. A erotização da adolescência, através dos meios
midiáticos, é um dos âmbitos da mercantilização desse mesmo período. O estímulo à
sexualidade nessas idades se torna aí extremamente problemático, pois não vem
acompanhado de conscientização e educação, mas sim de uma série de conceitos criados e
comportamentos estimulados sem nenhum compromisso com o que realmente seria saudável
para os jovens, conceitos e comportamentos geralmente orientados pelo machismo, pela
homofobia e pelo racismo velado, e para o mercado.