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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS E SUA IMPORTÂNCIA

A busca pela divisão do trabalho advém do interesse em ganhos econômicos


com a especialização; mas, prioritariamente pela busca em eficiência. A estrutura
organizacional pode ser definida como os meios utilizados para dividir o trabalho em
tarefas e assegurar a necessária coordenação entre estas tarefas. Uma definição
mais detalhada de estrutura organizacional cita como o resultado de um processo
através do qual a autoridade é distribuída, as atividades especificadas e um sistema
de comunicação é delineado facilitando a realização das atividades e a liderança em
busca do objetivo organizacional. Em uma perspectiva mais tradicional da
Administração, eram as posições da hierarquia (cargos), e não as pessoas, que
recebiam a autoridade e a incumbência das atividades. Esta perspectiva estrutural
de conceber o cargo como base da autoridade está de acordo com a visão
burocrática organizacional e com a característica de impessoalidade. Inclusive o
setor público adotava essa metodologia de processos burocráticos como meio para
aplicar os princípios legais da administração pública. Os três elementos primordiais
da definição de estrutura organizacional são: as atividades, a autoridade e as
comunicações.

As organizações, como entidades sociais artificiais, são criadas para realizar


objetivos específicos, essencialmente desempenhando atividades. A preocupação
com a eficiência leva à modernização na divisão das atividades em tarefas e
consequentemente, à necessidade de coordenar através da comunicação efetiva os
segmentos a fim de não perder o foco nos objetivos. Estes objetivos são impostos
pelos dirigentes; daí a aplicação de autoridade e a hierarquização.

As principais características estruturais são a formalização, a complexidade e


a centralização. A formalização é o grau em que uma organização se baseia em
regras e procedimentos para dirigir o comportamento de empregados. As grandes
organizações apoiam-se em normas para o controle de seus funcionários enquanto
pequenas organizações utilizam a observação pessoal dos gestores setoriais para
esta finalidade. A formalização é alta quando os funcionários são considerados
como inaptos a tomarem decisões, e um grande número de normas é estabelecida
para orientar seu comportamento e minimizar influências individuais sobre a
organização. A formalização visa impor estruturas para assegurar que os indivíduos
se conformem às exigências das organizações

O termo complexidade se refere à quantidade de diferenciação em uma


organização, analisados pela complexidade vertical que aduz ao número de níveis
da hierarquia, quanto ao número de departamentos ou cargos, que se trata da
complexidade horizontal; bem como em relação à dispersão geográfica.

A centralização, por sua vez, refere-se ao nível da hierarquia com autoridade


para tomar decisões. Numa organização centralizada as decisões são tomadas nos
níveis hierárquicos superiores; enquanto em uma organização descentralizada,
algumas decisões são delegadas aos níveis hierárquicos inferiores.

O Projeto estrutural refere-se ao desenvolvimento ou alteração de uma


estrutura organizacional. Os gestores devem projetar estruturas que permitam
alcançar de forma efetiva os objetivos organizacionais com a especificação das
atividades, da comunicação e da autoridade, levando os níveis de complexidade, de
formalização e de centralização que devem ser adequadas para escolher um
desenho próprio aos fatores como tecnologia, ambiente, tamanho da organização
entre outros.

A dimensão horizontal permite criar na organização, uma subestrutura com o


objetivo próprio, atividades afins, comunicação facilitada e autoridade. A divisão do
trabalho em tarefas leva à necessidade de agrupar essas tarefas para alcançar a
coordenação. A ação de agrupar em unidades organizacionais é chamada de
departamentalização, ainda que as unidades venham a receber denominações como
setor, seção, divisão entre outras nomenclaturas. Dividir o trabalho em tarefas
simples e especializar o trabalhado em movimentos curtos e repetitivos não traz
apenas vantagens pois as lesões, o tédio, o absenteísmo e a rotatividade podem
anular os ganhos. No entanto, a comunicação entre departamentos também pode vir
a ter ruídos por fronteiras invisíveis criadas. Geralmente essa dimensão plana é
aplicada em estruturas em rede.

A departamentalização tem diversas formas. A funcional é o agrupamento de


cargos em departamentos baseado na similaridade das habilidades e especialidades
requeridas e dos recursos utilizados. A departamentalização funcional é usada
principalmente por empresas pequenas que possuem uma linha limitada de
produtos, pois esta configuração torna mais eficiente o uso de recursos
especializados.

A departamentalização divisional é o agrupamento de atividades com base no


resultado, agrupando pessoas com diferentes habilidades e tarefas que trabalham
no mesmo produto, servem a clientes semelhantes ou operam na mesma região
geográfica.

A departamentalização matricial tenta combinar os benefícios de dois tipos de


projeto, funcional e divisional, enquanto evita as suas desvantagens. Portanto, pode-
se dizer que usa a força da especialização funcional com a força coordenadora
divisional. Ela possui uma “matriz” em matemática, em dois ramos: o ramo vertical
ocupado pelas atividades funcionais e o horizontal ocupado pelas atividades de
produto. Desta forma ela rompe o conceito da unidade de comando e altera a
amplitude significativamente.

A decorrência da escolha da amplitude de controle e da formação de níveis


hierárquicos é a chave da estrutura organizacional. A cadeia de comando é uma
linha contínua de autoridade que se estende do topo da organização até o mais
baixo escalão e esclarece quem se reporta a quem, refere-se à estrutura de
autoridade na organização que coincide com o desenho da estrutura, isto é, a
distribuição de autoridade na organização. A autoridade de hoje tem relevância
menor diante da aceitação da cultura empresarial, do uso de sistemas
computadorizados para calcular a informação e da aplicação de outros meios de
influência sobre o comportamento das pessoas.

As estruturas lineares verticais além de altamente hierarquizadas, são


mecanicistas e de rápida comunicação pois cada evita a ambiguidade e é uniforme
em critérios decisórios, assim como centralizadas. Em total oposição as estruturas
linha-staff, que para atividades complexas podem ser eficazes, porém o processo
decisório costuma ser lento por tentar comunicar departamentos horizontal e
verticalmente, sem a mesma especialização, dificultando a comunicação efetiva.

Por sua vez a amplitude pequena pode significar que os gestores estão sendo
subutilizados, implicando em mais níveis hierárquicos, portanto, estruturas altas,
com demora na tomada de decisão. São características de estruturas mecanicistas.
Atualmente as estruturas nos setores públicos foram modernizadas, impelidas
a adotar a gestão de processos. O BPM, Business Process Management representa
uma forma que vai além das estruturas funcionais tradicionais, tornando processos
padronizados, aumentando a entrega e com maior eficiência em resultados.

REFERÊNCIAS

Accioly, Silvia M. Caiado de Castro ; LIMA, R. O. . AGENDA 2030: EXTENSÃO


UNIVERSITÁRIA E PESQUISA SOBRE O ODS 2 NOS CURSOS DE DIREITO DE
NITERÓI, ALCÂNTARA E ILHA DO GOVERNADOR NA UNIVERSIDADE ESTÁCIO
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https://www.graduseditora.com/agenda-2030-ods Acessado em 03 de Outubro de
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CAMARZZI, Arthur F. Que tipo de cultura é sua empresa? Architects of Extraordinary


Team Culture: 5 Secrets from The Ancient Pyramids. Disponível em
[https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/sheila_cabral_dos_santos_ferr
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SARÁBIA-CAVENAGHI, L., SEOLIN-DIAS, L., MARCHIORI, M.. A interação entre os


sujeitos e o processo de construção da sustentabilidade nas organizações gestão e
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