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QUESTÃO INDIVIDUAL 5

CARLOS FELIPPE DIAS LIMEIRA

O século XX foi palco de diversos movimentos no vasto campo das artes visuais. O próprio
modernismo que significou uma ruptura à ornamentação e profusão de elementos da Art Nouveau,
acaba sendo deixado de lado e fazendo surgir diversas outras tendências que vão introduzir outros
materiais além dos industrializados, tanto na arquitetura quanto no design de interiores.
Os critérios do “bom gosto” transmutam-se a cada época: do culto a modelos estéticos
naturalistas do passado no século XIX, passando a geometrização e crença no progresso do século
XX até desembocar no gosto popular e o consumismo do final do século XX em diante.
Assim como acontece nas artes plásticas, o design de interiores mantêm uma íntima relação
com as histórias social, econômica e cultural, sendo ela um reflexo dos ideais e gostos de
determinada época. Em cada movimento artístico-cultural poderemos encontrar questionamentos
que vão desdobrar-se em novos rumos para a sociedade.
Os princípios racionalistas, do espaço geometrizado, das linhas duras, das cores primárias,
do preto, branco e cinza e dos metais encontrados nos objetos assinados pelo expoente da Bauhaus,
Walter Gropius, vão diluindo-se a partir das produções de designers da década de 1950 em diante,
que começam a combinar referências visuais diversas como as imagens oriundas da cultura de
massa. É o design pop dos anos 1960 marcado pela ironia as referências rígidas e formais do
mercado, no progresso do homem que chegava na lua e nos meios de comunicação de massa.
As poltronas infláveis e coloridas de Gaetano Pesce, as irônicas releituras modernistas de
Alessandro Medini e a fragmentação figurativa e de mateirias experimentada pelos irmãos
Campana, revelam a força da pluralidade e do ritmo criativo do sujeito pós-moderno, assim como
as várias direções que o design de interiores vai apontar a partir dos anos 1970. Personalização é a
palavra de ordem. Ordem esta cada vez mais efêmera, que se exibe nas residências mundo afora.
Valores como a subjetividade, o conforto, a perda da rigidez e do formalismo e o resgate do
passado misturam-se e repercutem na produção de produtos, objetos, decorações e projetos
arquitetônicos de nosso tempo. Todo esse clima de experimentação e novas possiblidades,
propiciam a descoberta e utilização de novos materiais com os já ditos tradicionais.
É a sociedade contemporânea, a era da pós-produção, que reorganiza as ideias e modelos
antigos e lhes dá novas atribuições, utilidades, significados. A ressignificação das coisas, que
deixam de ser plenamente cultuadas e intocáveis, e passam a ser apropriadas, copiadas e recriadas
por qualquer um. O contraste de valores, a globalização que padroniza e revela novas formas de
pensamento e criação. É a cultura do digital para onde tudo converge, se hibridiza e se transforma.

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