Título: Métodos de Interpretação e escolas de Interpretação.
Os métodos de interpretação consistem nos processos adotados pelo
intérprete para determinar o alcance e sentido das normas.
1) Interpretação Tradicional, gramatical ou literal: parte da premissa que o
intérprete deve buscar o significado das palavras, já que o legislador não as teria escolhido em vão. As palavras proclamam a expressão da vontade do legislador. Nesta teoria, também chamada de escola exegética, predomina a vontade do legislador. Surgiu na França no século XIX e pugna pelo positivismo, isto é, o excessivo rigor à lei.
2) Interpretação histórico-evolutiva: Como reação ao positivismo exagerado
da escola exegeta surge o sistema de interpretação histórico-evolutiva que buscava a mens legislatores (vontade ou intenção do legislador na época da confecção da lei) para aplica-la, de forma adaptada, ao presente contexto social.
3) Interpretação histórica: Para alcançar a mens legis muitas vezes o
interprete tem que recorrer ao momento, aos elementos e às condições históricas da época em que foi confeccionada a lei. Em alguns casos vale-se dos projetos de leis, dos debates nas comissões técnicas das assembléias legislativas, dos pareceres etc.
4) Interpretação teleológica ou lógica: De acordo com IHERING “ a luta é o
trabalho eterno do direito”, pois os fins sociais e as exigências do bem comum devem pautar a interpretação de uma norma. Tal fim dirige o intérprete para o caminho da justiça ao invés de prestigiar a literalidade da letra fria da lei. Essa técnica parte da premissa que a norma deve ser interpretada de acordo com sua finalidade. Se atingida o fim almejado pela norma, considera-se que ela está cumprida, mesmo que de forma diversa daquela descrita pela regra. Assim, mantém-se o equilíbrio entre as partes interessadas.
5) Interpretação sistemática: Toda ciência é sistematizada quanto à forma,
à ordem crescente de seus artigos dentro de cada lei, aos princípios, aos institutos jurídicos. Esta forma de interpretação leva em conta o sistema jurídico como um todo, exercitado de forma abstrata e lógica. Procura estabelecer uma conexão entre os diferentes textos legais. A CR/88 diferente das constituições anteriores, cujos primeiros artigos eram dirigidos à ordem econômica, política e a propriedade, demonstrando a importância que a sociedade dava a esses valores, mudou-se e inverteu a ordem para priorizar:
6) Interpretação através da pesquisa cientifica: Pugna pela solução das
hipóteses não previstas em lei, (lacunas) pela pesquisa sobre a natureza das coisas, já que a lei não é completa, pois não pode prever todas as situações.
7) Interpretação autêntica, legislativa ou legal: Ocorre quando a
interpretação emana do próprio órgão que criou a norma. Este órgão declara o conteúdo, intenção, alcance ou interpretação daquela norma por meio de outra norma. 8) Interpretação doutrinária ou jurisprudencial: Quando várias decisões judiciais encerram o mesmo entendimento acerca de determinada matéria, cria-se uma jusrisprudência, que demonstra a forma de interpretação majoritária dos juízes.
9) Da Interpretação a favor da Liberdade: Alguns autores sustentam que
qualquer norma que restrinja a liberdade deve ser interpretada restritivamente, isto porque, para eles, é a liberdade o bem máximo do ser humano.
10) Interpretação extensiva, restritiva. Quando a norma for restritiva de direito,
a interpretação o será, ao contrário sensu, quando a norma for criadora de benefícios ao trabalhador, sua interpretação será extensiva.