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Aula 3 Direito Constitucional 28.02.

2013

Título: Métodos de Interpretação e escolas de Interpretação.

Os métodos de interpretação consistem nos processos adotados pelo


intérprete para determinar o alcance e sentido das normas.

1) Interpretação Tradicional, gramatical ou literal: parte da premissa que o


intérprete deve buscar o significado das palavras, já que o legislador não
as teria escolhido em vão. As palavras proclamam a expressão da
vontade do legislador. Nesta teoria, também chamada de escola
exegética, predomina a vontade do legislador. Surgiu na França no
século XIX e pugna pelo positivismo, isto é, o excessivo rigor à lei.

2) Interpretação histórico-evolutiva: Como reação ao positivismo exagerado


da escola exegeta surge o sistema de interpretação histórico-evolutiva
que buscava a mens legislatores (vontade ou intenção do legislador na
época da confecção da lei) para aplica-la, de forma adaptada, ao
presente contexto social.

3) Interpretação histórica: Para alcançar a mens legis muitas vezes o


interprete tem que recorrer ao momento, aos elementos e às condições
históricas da época em que foi confeccionada a lei. Em alguns casos
vale-se dos projetos de leis, dos debates nas comissões técnicas das
assembléias legislativas, dos pareceres etc.

4) Interpretação teleológica ou lógica: De acordo com IHERING “ a luta é o


trabalho eterno do direito”, pois os fins sociais e as exigências do bem
comum devem pautar a interpretação de uma norma. Tal fim dirige o
intérprete para o caminho da justiça ao invés de prestigiar a literalidade
da letra fria da lei. Essa técnica parte da premissa que a norma deve ser
interpretada de acordo com sua finalidade. Se atingida o fim almejado
pela norma, considera-se que ela está cumprida, mesmo que de forma
diversa daquela descrita pela regra. Assim, mantém-se o equilíbrio entre
as partes interessadas.

5) Interpretação sistemática: Toda ciência é sistematizada quanto à forma,


à ordem crescente de seus artigos dentro de cada lei, aos princípios,
aos institutos jurídicos. Esta forma de interpretação leva em conta o
sistema jurídico como um todo, exercitado de forma abstrata e lógica.
Procura estabelecer uma conexão entre os diferentes textos legais.
A CR/88 diferente das constituições anteriores, cujos primeiros artigos eram
dirigidos à ordem econômica, política e a propriedade, demonstrando a
importância que a sociedade dava a esses valores, mudou-se e inverteu a
ordem para priorizar:

6) Interpretação através da pesquisa cientifica: Pugna pela solução das


hipóteses não previstas em lei, (lacunas) pela pesquisa sobre a natureza
das coisas, já que a lei não é completa, pois não pode prever todas as
situações.

7) Interpretação autêntica, legislativa ou legal: Ocorre quando a


interpretação emana do próprio órgão que criou a norma. Este órgão
declara o conteúdo, intenção, alcance ou interpretação daquela norma
por meio de outra norma.
8) Interpretação doutrinária ou jurisprudencial: Quando várias decisões
judiciais encerram o mesmo entendimento acerca de determinada
matéria, cria-se uma jusrisprudência, que demonstra a forma de
interpretação majoritária dos juízes.

9) Da Interpretação a favor da Liberdade: Alguns autores sustentam que


qualquer norma que restrinja a liberdade deve ser interpretada
restritivamente, isto porque, para eles, é a liberdade o bem máximo do
ser humano.

10) Interpretação extensiva, restritiva. Quando a norma for restritiva de direito,


a interpretação o será, ao contrário sensu, quando a norma for criadora de
benefícios ao trabalhador, sua interpretação será extensiva.

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