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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPINA GRANDE – PB
EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO

RESILIÊNCIA

Componente Curricular: Psicologia do esporte e do exercício físico

Docente: Edivan Gonçalves da Silva Júnior

Discentes: Antonio Vidal Galdino Campêlo.

CAMPINA GRANDE-PB

Novembro 2022
ATIVIDADE RESILIÊNCIA, REFERENTE AO VÍDEO.

Tema da psicologia positiva, surgiu na década de 90, na qual busca


observar o ser humano nas suas potencialidades e qualidades, buscando-
se trabalhar com suas limitações. O vídeo é dividido em dois momentos;
um momento de exposição teórica e pratica e outro momento para
perguntas e respostas na temática. Ao longo do vídeo foi feita algumas
observações sobre; Conceito, teorias, avaliação, variáveis relacionadas,
características individuais e coletivas e considerações finais. Na psicologia
positiva é muito falado sobre o desenvolvimento da resiliência, a
resiliência como zona verde na busca de metas, conhecida como zona de
desafio, essa linha tênue entre aceitação e adaptação. Uma problemática
sobre o que é e como pode ser trabalhado a resiliência, é levantando
algumas perguntas; tem clareza e pode ser desenvolvida? Tem
consciência na habilidade psicológica? Consegue gerenciar o ambiente?
E como interpreta os próprios desafios? A resiliência está apenas ligada
ao esporte? Ou pode ser aplicada na vida como o todo?

Resiliência no esporte

Conceito que se originou na física, na qual, determinados materiais


tinham a capacidade de absorver energia, na região elástica, sendo capaz
de voltar a forma original quando vinda a causa de sua deformação. Nask
(1982). Logo depois, estudiosos observaram que a resiliência poderia ser
aplicada em outros ambientes. Segundo Plaeco. (2002) a capacidade de
responder de forma mais consistente aos desafios e reagir com
flexibilidade e capacidade de recuperação, diante desses desafios e
circunstâncias desfavoráveis, tendo uma atitude otimista, positiva e
perseverante e mantendo um equilíbrio dinâmico durante e após os
embates. Outro conceito se caracteriza por a capacidade humana de
passar por experiências adversas sucessivas sem prejuízo para seu
próprio desenvolvimento, superando-se e até mesmo, se fortalecendo
diante das adversidades da vida. Grunspun (2006)
Com base no contexto esportivo e segundo Noce, observa-se que
existem diferenças entre atletas e não atletas, que ex-atletas de
rendimento, tendem a apresentar maior resiliência, estado geral de saúde
com melhores aspectos emocionais e menor ansiedade quando
comparados a indivíduos não atletas, ou seja, a vida do atleta faz com que
essas pessoas desenvolvam uma série de características importantes,
sendo importantes também fora do ambiente esportivo. E ainda,
principalmente por a frequência e intensidade dos desafios que os atletas
passam, estes acabam apresentando maior resiliência. Um exemplo
observado, durante o vídeo, foi do ex-ginasta Diego Hipólito, na qual por
meio de superações, diante de determinadas derrotas durante sua
carreira, em seguida, veio à redenção, soube lidar com a dor e frustrações
que passou, é um exemplo de resiliência. Outro exemplo a ser citado, é de
Vanderlei Cordeiro de Lima, que durante as olimpíadas de Atenas,
durante sua prova de maratona, ele foi tirado da pista por um fanático
padre que estava como espectador, Vanderlei com a ajuda de um grego,
conseguiu voltar a pista, mas já não conseguiu mais manter o mesmo
ritmo em que estavam, as dores tomaram conta do seu corpo e acabou
perdendo a posição para o italiano e americano, mesmo ficando com o
bronze, o semblante de realização de Vanderlei ficou marcado, ao chegar
fazendo o famoso aviãozinho e não se importando com todo aquele
ocorrido, para ele, aquele momento era mágico independentemente do
resultado.
Segundo o professor Noce, compreende-se que existem linhas de
abordagem dentro da teoria da resiliência que mostra a resiliência como
um processo ou como um traço de personalidade. Com relação ao modelo
teórico, sobre a resiliência em atletas, o primeiro modelo segundo Gellie e
Vealey (2008). Mostra basicamente que a resiliência está relacionada ao
tempo de exposição as adversidades que o atleta foi submetido, um
exemplo que pode ser citado mais uma vez, é do maratonista Vanderlei
Cordeiro de Lima, na qual não teve uma vida fácil, sempre trabalhou
ajudando o pai no corte da cana de açúcar.
Existe ainda uma segunda teoria, que é a teoria de resiliência
psicológica e desempenho esportivo ótimo, apresentado pelos autores
Fletcher e Sarkar (2012). Caracteriza-se da seguinte maneira, o efeito que
os estressores exercem sobre a maneira como os atletas avaliam
determinados desafios, e dependendo da presença ou não, de uma série
de fatores psicológicos, pôde-se gerar repostas facilitadoras que vão
proporcionar um desempenho ótimo. Segundo Noce, foi feito uma
pesquisa na UFMG, fizeram o desenvolvimento de uma ferramenta
específica de resiliência no esporte, na qual eles queriam conhecer melhor
a resiliência no esporte, foi observado na revisão sistemática de resiliência
em atletas, na qual observa-se alguns resultados sobre sobre artigos
pesquisados para sua pesquisa que tratava sobre a resiliência, destaca
ainda algumas ferramentas, exemplo CD-RISE 25, na qual foi observado
que das ferramentas utilizadas no ambiente esportivo, nenhuma delas foi
construída no esporte foi desenvolvida a ferramenta, escala de resiliência
no esporte-Er-Esp. (Bicalho Melo e Noce; 2020)
Existe ainda alternativas de avaliar resiliência no esporte, de acordo
com o análise de invariância da ER-ESP, mostra-se que independente do
sexo e do esporte e atleta, a escala avaliava bem seu nível de resiliência,
avaliando nos atletas as experiências esportivas, podendo-se apresentar
experiências boas ou ruins, os recursos pessoais e competências que os
atletas possuem, o apoio social e familiar, apoio social esportivo e
espiritualidade, que mostra juntamente o fortalecimento a partir da crença
para enfrentar diversas situações no esporte. Segundo o professor Noce,
existe ainda variável de resiliência, que se caracteriza por fatores de
proteção, ou seja, influências que modificam, melhoram ou alteram
respostas pessoais a determinados riscos, isto significa, o equilíbrio entre
dificuldade da meta e competência, suporte familiar, ambiente de trabalho
desafiador e saudável e experiências bem-sucedidas. Outra variante é os
fatores de riscos, que vai desde os eventos negativos de vida, que quando
presentes aumentam a probabilidade do indivíduo apresentar problemas
físicos, psicológicos e sociais, exemplo, comportamentos impulsivos,
ambiente de trabalho tóxico, crenças limitantes e falta de suporte social.
Dos fatores estressantes que os atletas sofrem, vai desde lesões,
derrotas, pressão por resultados, pressão social, treinos exaustivos entre
outros. Existe então uma série de características que iram influenciar
determinados atletas, sejam de forma positiva ou negativa.
O professor Noce cita o caso da atleta Gabrielle Andersen, que estava
disputando sua primeira maratona olímpica, na qual, o vídeo destaca a
chegada da atleta, nos momentos finais da prova em que ela chega
exausta, sem força para nada, destaca-se esse momento pela sua
determinação, características de pessoas resilientes, apesar das
adversidades no momento, os efeitos de um estresse térmico e psico
físico, a atleta consegue concluir a prova.
A resiliência com relação a atletas e equipes observa-se então uma
análise da resiliência também em equipes. Das características básicas de
pessoas resilientes, percebe-se uma autoestima elevada, disciplina,
motivação, responsabilidade e tolerância a dor, dor física e emocional,
esses são alguns componentes individuais para lidar com situações
adversas, caracterizando assim uma pessoa resiliente. Vale citar ainda, o
positivismo, competitividade, o comprometimento, maturidade,
persistência e paixão pelo esporte.
Segundo Folkamn e Moskowitz (2004), observar-se o coping
estratégias de enfrentamento, que seria um conjunto de estratégias,
conjuntivas e comportamentais, que é utilizada para as pessoas se
adaptarem à determinadas circunstâncias adversas ou estressante,
conjunto de estratégia cognitiva e comportamentais.
O coping que se caracteriza por uma ferramenta para lidar com as
situações adversas que auxiliam no perfil resiliente, se organiza em três
dimensões, que é o coping focado no problema, na qual se caracteriza em
permanecer na situação que estava causando estresse, o coping focado
nas emoções, que tem ligação em controlar pensamentos ou emoções
enquanto estiver na situação que estava causando estresse e por último o
coping focado na evitação, na qual se observa o esforço para remover-se
da situação através de estratégias voltas para a evitação é que pode ser
interpretada como positiva e negativa, dependendo da situação que o
atleta avaliar.
O professor Noce destaca ainda, que ao longo da carreira esportiva
dos atletas, eles têm treinadores, pais e professores, e todos eles são
responsáveis por ajudar quanto à resiliência e geram ligação direta na
melhora do seu desempenho e carreira, é a partir deles que irá existir todo
um suporte social, são eles que iram buscar através de desafios a
percepção de sucesso frente aos problemas.
Para compreender a resiliência, o professor Noce cita um modelo de
desenvolvimento de resiliência (processo) na qual trás a resiliência como
um resultante da qualidade das experiências que a pessoa passou, essas
experiências podem ser bem ou mal sucedidas, normalmente são bem
sucedidas quando o indivíduo fica na zona do desafio, pois, as atividades
que são compatíveis com o nível de habilidade, o atleta sabe se ele se
esforçar, ele vai conseguir realizar determina atividade, aumentando então
o nível de competência e gerando uma perspectiva futura.
Com relação à experiência malsucedida, normalmente é um resultante
do processo da zona da frustração ou zona da apatia que irá provocar
então, uma resposta ruim do atleta, é exatamente por isso que o atleta
necessita de um suporte social, adaptação e aceitação, além da sua
espiritualidade seguindo suas crenças.
Vale destacar ainda, o conceito de resiliência para equipes, segundo
os autores Morgan, Fletcher e Sarkar. (2013), a resiliência de equipe
esportiva é definida como um processo psicossocial dinâmico que protege
um grupo de indivíduos do potencial efeito negativo dos estressores que
se encontra coletivamente. Segundo Noce, as resiliências para equipes
podem se caracterizar em quatro dimensões, a eficácia coletiva, que
refere-se às crenças compartilhadas de um grupo em sua capacidade de
efetuar uma tarefa, a segunda dimensão vem através da estrutura do
grupo, que refere-se convenções que moldam normas e os papéis dos
grupos e que envolve aspectos psicossociais e físicos. A outra dimensão,
a abordagem do domínio, que se refere a atitude e comportamento
compartilhados que promovem uma ênfase na melhora da equipe. E a
última dimensão, o capital social, que refere-se a existência de interações
de alta qualidade e relações de cuidado dentro do grupo. Essas são as 4
dimensões para representar as características resilientes das equipes
esportivas de elite.
Fica claro então que, para Noce, existem quatro formas de
desenvolver a resiliência, a primeira é compreender de maneira geral que
resiliência pode ser desenvolvida ao longo do tempo, não significa que um
atleta compreende que é pouco resiliente que ele não será resiliente, ao
contrário, ele pode sim desenvolver a resiliência com o tempo. Segundo, o
desenvolvimento das habilidades psicológicas, exemplo, a autoconfiança
o diálogo interno, a imaginação, o estabelecimento de metas e a
preparação. Terceiro, ter ligação com treinadores, gestores, e para os
atletas também, que é gerenciar bem um ambiente, fornecendo um
ambiente de alto desafio e alto suporte para construir assim um caráter de
resiliência. E por último, as crenças, a forma que os atletas precisam
interpretar os desafios de forma positiva para superar, os atletas podem
fazer isso através do momento que reconhecem os eventos de ativação,
desafiando crenças que não iram mudar em nada na vida deles e lutar
contra consequências negativas.
O professor Noce encerra então com o vídeo que retrata o tempo, que
o tempo nos ensina a lidar melhor com as dificuldades que todos passam
ou iram passar em especial aos atletas, por ser colocado à prova o tempo
todo, se deparando que diversas situações, situações essas que
provocam dor e que através de todos os problemas tiveram resiliência e
no fim acabaram superando e chegando ao êxito. As adversidades
moldam campeões, dentro e fora das competições. “Paciência e
perseverança tem o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem
e os obstáculos sumirem” John Quiney Adams

Partindo da perspectiva dos autores podemos fazer as seguintes


considerações quando se fala em resiliência de imediato pensamos em
coisas positivas e na capacidade de retomarmos o controle em situações
adversas que encontramos em nossas vidas. O termo que vem das
ciências exatas remete a capacidade de retornar a forma inicial após
sofrer alguma alteração na forma inicial. Na psicologia o uso desse termo
é atribuído às capacidades dos indivíduos de manter equilíbrio entre as
diversas maneiras de estímulos que acontecem diariamente em nossas
vidas. Do ponto de vista da psicologia do esporte esse termo se adequa
as tribulações que os atletas se deparam no meio competitivo visando à
quebra de suas próprias marcas e desempenho, visando sempre à
conquista de novos méritos para exaltar seu esforço continuo. As
diferentes formas de resiliência se dão através da especificidade da
modalidade, seja do atleta que veio de classe baixa e almeja a ascensão
social, seja aquele que visa dar melhor condição de vida para sua família
e para si, seja na categoria de superar seus próprios limites o seja para
conseguir superações que fora empecilhos para metas maiores em outros
momentos de sua vida. Nesse contexto a psicologia aborda como forma
de superar tensões promovidas pelo fator competição que acomete
praticantes de varias modalidades esportivas impedindo o melhor
desempenho e a obtenção dos pontos mais altos de eficiência em suas
performances.

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