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Ficha 3
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Contabilidade Zootécnica
Contabilidade da Zootécnica – é a contabilidade geral aplicada às empresas que exploram
a Zootécnica.
Actividade Pecuária
Apesar da associação da Pecuária com o gado vacum (bois e vacas), esta actividade se
refere à criação de gado em geral, ou seja, bois, vacas, búfalos, carneiros, ovelhas,
também, aves, etc... (CREPALDI, 1998). Entretanto, como o rebanho bovino representa
uma actividade económica de grande relevância, sendo um dos maiores rebanhos do
mundo, será dado ênfase a esse tipo de gado.
Segundo Santos & Marion (1996, p.26), “pecuária é a arte de criar e tratar o gado. Há
dois tipos de produção: extensiva (gado criado solto, sem alimentação suplementar,
ocupando grande área territorial com um baixo rendimento) e a intensiva (quando o gado
é criado confinado, com alimentação a base de suplemento, aumentando o seu ganho de
peso, sua rentabilidade buscando um aprimoramento técnico e também suprindo períodos
de secas)”.
As empresas que fazem a combinação das fases podem obter até seis alternativas de
produção; uma delas engloba o processo do início ao fim, ou seja, cria-recria-engorda,
que tende a crescer na medida em que aumenta o tamanho da empresa:
cria;
recria;
cria-recria;
cria-recria-engorda;
recria-engorda;
engorda.
O tratamento contábil para as empresas com produção de bezerros que poderão ser
destinados futuramente para reprodutores é o seu registro inicial na conta de estoque. A
mudança para imobilizado será a partir do momento em que apresentar característica para
tanto, ao ponto que se houver de início a classificação como permanente e no futuro os
animais não apresentarem potencial para tal haverá problemas de ordem fiscal para tal
reclassificação.
Conforme Marion (1999, p.105), o gado que será comercializado pela empresa, em
forma de bezerro, novilho magro ou novilho gordo, deverá ser classificado no estoque. O
gado destinado à procriação ou ao trabalho, que não será vendido (no momento não há
intenção de vender o gado, embora no futuro venha a ser vendido) reprodutor-touro ou
matriz-vaca, será classificado no ativo permanente imobilizado.
Para Martins (1992, p.248) “nada impede que se eleja o método de avaliação que
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melhor se ajuste à natureza de cada item do ativo e às características do ramo ou do setor da
atividade. Assim, pode-se ter critérios diferentes para diversos itens do activo, desde que
melhorem a qualidade dos relatórios contabilisticos e sejam destacados em Notas
Explicativas. Dessa forma, sugere-se uma uniformidade na avaliação no âmbito das empresas
pecuárias (que poderia também ser estendida a empresas agricolas):
a) avaliar os estoques (rebanhos) no Ativo Circulante a valores correntes de mercado,
inclusive o bezerro por ocasião do seu nascimento;
b) avaliar o Ativo Permanente considerando o Custo Histórico Corrigido com a
possibilidade de reavaliação;
c) para os demais itens do Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo, dado serem
valores de menor significância em relação ao Ativo Total, não havendo necessidade de um
estudo mais acurado, aplicar a avaliação ao Custo Histórico como Base de Valor”.
de animais e ganhos que ocorrem com o crescimento natural do gado. São as variações
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patrimoniais positivas. As insubsistências activas significam reduções do ativo da empresa
causadas por perdas, factos anormais, fortuitos e imprevistos. É o caso típico de mortes,
desaparecimentos de animais do rebanho, etc. São as variações patrimoniais negativas, ou
seja, as diminuições reais do activo. Estes tipos de perdas são as não previstas no processo
normal de trabalho, pois as perdas envolvidas no processo produtivo são custos a serem
atribuídos diretamente ao gado e não reduzindo o resultado.
Devido ao ciclo operacional da pecuária ser maior que um ano, deve-se, apoiados em
regras da Teoria da Contabilidade. Reconhecer receitas durante o período de produção, antes
da realização de sua venda, objetivando informações gerenciais que representem com maior
fidedignidade a realidade da entidade.
No processo de crescimento do gado, há um ganho de peso que deve ser registrado,
para representar o verdadeiro potencial de benefícios para a empresa. Dessa maneira, deixa-se
o Patrimônio Líquido avaliado pelo valor correto.
Conforme Iudícibus (2000, p.62) “em produtos que encerram características especiais,
como bens sujeitos a processo de crescimento natural ou metais preciosos, é possível
reconhecer a receita, mesmo antes da venda, porque existe uma avaliação do mercado (ou
preço) que é objetiva em estágios distintos da maturação dos produtos (gado, vinho, reservas
florestais, estufas de plantas) ou no caso de metais preciosos, mais fáceis de se
caracterizarem, pois o produto já se encontra no final da fase de produção
Assim, o estoque ficaria avaliado pelo valor de realização, em cada estágio. Deveria
ser feito, todavia um provisionamento das despesas para colher e vender tais estoques, no
estágio em que se presume que a venda irá ocorrer”.
O momento ideal para avaliar o estoque vivo a valor de mercado é no encerramento do
Balanço Patrimonial, porém nesta data encontram-se dificuldades devido ao nascimento dos
bezerros ocorrerem durante todo ano. Uma solução para esse levantamento seria uma estação
de monta planeiada ou por meio de inseminação artificial, ou ainda por aceleração de “cios”,
desta maneira facilitando o levantamento e a divisão do rebanho por categoria.
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englobam o sistema de cria, onde é calculado o custo inicial do bezerro durante a gestação ou
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após o nascimento.
Segundo Marion (1999, p.181), “uma das preocupações da contabilidade da pecuária é
o cálculo do custo do bezerro por diversos motivos: a) para saber se é viável ter gado
reprodutor na fazenda ou seria mais interessante adquirir de terceiros os bezerros para recria e
engorda; b) para avaliar de forma adequada o Ativo da empresa, já que os bezerros têm um
custo real; c) para avaliar de forma adequada o restante do rebanho destinado a corte. Não há
dúvida de que uma avaliação inadequada dos bezerros irá refletir no restante do rebanho”.
O critério para distribuição de custo aos bezerros é o de processo onde são agrupados
os custos durante um período, para na seqüência atribuir ao produtos (bezerros).
Dos diversos métodos existentes de cálculo do custo do bezerro, destacaríamos os
seguintes: (i) custo médio dos reprodutores consistindo na transferência aos bezerros, após o
nascimento, de todos os custos que foram apropriados aos reprodutores durante um período.
Estes custos apropriados referem-se a parte que lhes é destinada dentro dos parâmetros e vão
ser repassados na sua totalidade aos bezerros, pois o gado reprodutor não incorpora o custo da
produção, repassando aos seus produtos, os bezerros; (ii) custo específico, sendo um método
mais detalhado com limitação em conseguir as informações necessárias dentro da
precariedade da divisão existente entre o rebanho de corte e o reprodutor, sendo acentuado
ainda mais quando a propriedade é de pequeno e médio porte.
Esta norma, tem como objectivo prescrever o tratamento contabilístico para apresentação
e divulgação das demonstrações financeiras das entidades relacionadas com actividades
agrícolas
Machava, Avelino Nilos – CS//ISGECOF//CA&APCF
O FASB define justo valor como o montante pelo qual um activo poderia ser alienado, ou
um passivo cancelado, em uma transação entre partes independentes dispostas a realizar a
operação em situação diferente de uma liquidação ou de uma venda forçada (SFAS 107,
1991).
A IAS 41 (pag 8) define justo valor como a quantia pela qual um activo pode ser trocado,
ou liquidado um passivo, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em
que nenhum relacionamento exista entre elas
A IAS 41 tem seu campo de aplicação definido no seu primeiro parágrafo, limitando a sua
aplicação a contabilização dos activos biológicos, produto agrícola no ponto de colheita e
aos subsídios governamentais descritos nos parágrafos 34 e 35 da mesma norma.
Conceitos Básicos
A IAS 41 define activo biológico como “um animal ou planta vivos”, e produto agrícola
como o produto colhido originado dos activos biológicos da empresa no momento da
colheita.
A IAS 41 define a colheita como o esforço realizado por uma empresa agrícola para a
separação de um produto de um activo biológico ou a cessação (provocada ou não) dos
processos de vida de uma planta ou animal vivo.
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A IAS 41 em seu parágrafo 5 define actividade agrícola como “a gestão por uma empresa
da transformação biológica de activos biológicos para venda, em produtos agrícolas, ou
em activos biológicos adicionais
Reconhecimento e mensuração
Segundo a IAS 41 uma empresa deve reconhecer um activo biológico ou produto agrícola
quando, e somente quando:
O justo valor ou custo do activo possa ser fiavelmente mensurado (IAS 41, parág
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Esta presunção somente pode ser refutada no reconhecimento inicial quando preços ou
valores, determinados em mercado, não estejam disponíveis e para o qual se determine
que as estimativas alternativas de justo valor possam não ser claras e confiáveis. Neste
caso os activos biológicos devem ser mensurados pelo seu custo histórico menos qualquer
depreciação acumulada ou perdas de imparidade acumulada. Mas tão logo o valor possa
ser estimado com confiabilidade ou o mercado se torne activo a empresa deve mensura-lo
pelo justo valor. Se a empresa estimou o valor de um activo biológico em seu
reconhecimento inicial pelo justo valor este critério deve ser utilizado até a sua alienação
(IAS 41 parág. 30).
Em geral, pelo critério de justo valor, se reconhece um ganho ou uma perda no momento
inicial de incorporação de um activo na empresa, ou a cada período em que as
demonstrações financeiras forem apresentadas, ocorrendo neste momento, a avaliação
deste activo pelo justo valor e comparando com seu valor inicial. Este procedimento é
realizado tanto para o caso de activos biológicos como para produtos agrícolas no ponto
da colheita.
Para o caso dos activos biológicos reconhece-se ganhos e perdas, tanto ocorridos pelas
transformações biológicas por factores naturais, que estes sofrem com o decorrer do
tempo, quanto pela variação de seu preço no mercado. Assim a IAS 41 determina em seu
parágrafo 51 que os ganhos e perdas ocorridos nestes activos sejam evidenciados e
avaliados separadamente, quanto a alterações físicas e a alterações nos preços,
principalmente quando estes possuem ciclo de produção maior que um ano.
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Apresentação e divulgação
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as empresas devem apresentar em suas demonstrações financeiras, as quantias
escrituradas de forma separada com descrição, ainda que narrativa, de cada grupo de
activos biológicos, o montante acumulado e o montante de cada grupo de activos
biológicos.
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H – ( ) O que determina o ano agrícola de uma empresa é a cultura que possuir a maior
área plantada,
I – ( ) a depreciação da cultura da cebola, poderá ser feita pela produção prevista, ano a
ano, fazendo o cálculo proporcional a produção realizada no ano;
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31-12-2006
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixa 1.300.000,00
Estoques
Matrizes 124.800,00
Pastagens 100.000,00
Obs. A depreciação dos reprodutores será de 8 anos e das matrizes 10 anos para cada período. A
exaustão da pastagem de 10 anos.
O custo do período destinado a manutenção do rebanho inclui: sal $ 8.000, ração $ 9.000 e
vacinas $ 7.000. Os demais gastos são representados por salários e encargos do pessoal da
fazenda (vaqueiros) $ 29.000, gastos com veterinário $ 4.000, despesas gerais
administrativas da fazenda (Gastos Indirectos), registrados e contabilizados com
pagamentos à vista.;
Pede-se:
A Fazenda Ruth possui em suas existências, no início ano 2008, dez cabeças de gado
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registadas a $ 900, totalizando $ 9.000.
Pretende-se:
A Agropecuária Cow Ltda. tem como objeto à cria, recria e engorda de gado bovino para
corte e apresentou no primeiro ano o seguinte Balanço Patrimonial (em milhares):