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Machava, Avelino Nilos – CS//ISGECOF//CA&APCF

Ficha 3
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Contabilidade Zootécnica
Contabilidade da Zootécnica – é a contabilidade geral aplicada às empresas que exploram
a Zootécnica.

No referente a contabilidade zootécnica, dada a diversidade de actividades no referente a


criação de animais, abordaremos apenas a pecuária como a actividade de maior relevância
económica.

Actividade Pecuária
Apesar da associação da Pecuária com o gado vacum (bois e vacas), esta actividade se
refere à criação de gado em geral, ou seja, bois, vacas, búfalos, carneiros, ovelhas,
também, aves, etc... (CREPALDI, 1998). Entretanto, como o rebanho bovino representa
uma actividade económica de grande relevância, sendo um dos maiores rebanhos do
mundo, será dado ênfase a esse tipo de gado.

Segundo Santos & Marion (1996, p.26), “pecuária é a arte de criar e tratar o gado. Há
dois tipos de produção: extensiva (gado criado solto, sem alimentação suplementar,
ocupando grande área territorial com um baixo rendimento) e a intensiva (quando o gado
é criado confinado, com alimentação a base de suplemento, aumentando o seu ganho de
peso, sua rentabilidade buscando um aprimoramento técnico e também suprindo períodos
de secas)”.

Processo Produtivo da Pecuária Bovina de Corte


Fases da Pecuária
Existem três fases distintas, na actividade pecuária de corte, pelas quais passa o animal
que se destina ao abate:

Cria: a actividade básica é a produção de bezerros que só serão vendidos após o


desmame. Normalmente, a matriz (de boa fertilidade) produz um bezerro por ano.
Normalmente esta fase estende se dos 0 aos 12 meses
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Recria: a actividade básica é, a partir do bezerro adquirido, a produção e a venda do


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novilho magro para engorda. Vai do 13º até 24º mês

Engorda: a actividade básica é, a partir do novilho magro adquirido, a produção e a venda


do novilho gordo. Vai do 25º até o 26º mês

As empresas que fazem a combinação das fases podem obter até seis alternativas de
produção; uma delas engloba o processo do início ao fim, ou seja, cria-recria-engorda,
que tende a crescer na medida em que aumenta o tamanho da empresa:

 cria;
 recria;
 cria-recria;
 cria-recria-engorda;
 recria-engorda;
 engorda.

Classificação do Gado no Balanço Patrimonial


O gado bovino possui uma classificação dentro do balanço patrimonial para haver a
devida identificação e diferenciação da parte destinada especificamente a venda, do gado
destinado à procriação e o que fica separado para trabalhos dentro da fazenda, sendo as duas
últimas não estão disponíveis para comercialização no momento, não impedindo sua venda
no futuro.
Classificação quanto as categorias do gado dentro do estoque e do imobilizado
Categoria Descrição
Bezerro Ao recém-nascido da vaca denomina-se bezerro(a). Para fins contábeis
denomina-se bezerro(a) de zero a doze meses de idade
Novilha Por ocasião do desmame, geralmente o até então bezerro passa a ser denominado
novilho, e a bezerra, novilha. Para fins contábeis, considera-se novilha de 13
meses até a primeira parição
Novilho Estágio do desmame até o abate. Para fins contábeis, considera-se novilho de 13
meses até o abate
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Garrote Macho inteiro desde a desmama até a entrada na reprodução


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Vaca Após a primeira parição, a novilha passa para a categoria de baixa
Touro A idade para início do trabalho (garrote passa para a categoria de touro) deve ser
em torno de dois a três anos e recomenda-se que a permanência no rebanho não
ultrapasse a faixa de três a quatro anos. Para fins contábeis, considera-se que o
garrote, de 25 a 35 meses, em experimentação, apresentando bom desempenho,
passará para a categoria de touro
Boi Bovino adulto, castro e manso, pode ser empregado nos serviços agrícolas

O tratamento contábil para as empresas com produção de bezerros que poderão ser
destinados futuramente para reprodutores é o seu registro inicial na conta de estoque. A
mudança para imobilizado será a partir do momento em que apresentar característica para
tanto, ao ponto que se houver de início a classificação como permanente e no futuro os
animais não apresentarem potencial para tal haverá problemas de ordem fiscal para tal
reclassificação.
Conforme Marion (1999, p.105), o gado que será comercializado pela empresa, em
forma de bezerro, novilho magro ou novilho gordo, deverá ser classificado no estoque. O
gado destinado à procriação ou ao trabalho, que não será vendido (no momento não há
intenção de vender o gado, embora no futuro venha a ser vendido) reprodutor-touro ou
matriz-vaca, será classificado no ativo permanente imobilizado.

Definição de Curto e Longo Prazo


O curto e longo prazo na pecuária dependem do seu ciclo operacional (período que decorre
do nascimento do bezerro até a venda e o respectivo recebimento do dinheiro) que costuma
durar por volta de três a quatro anos. O estoque e também as obrigações constantes dentro do
prazo de um ciclo operacional enquadraram-se no circulante, respectivamente do ativo e
passivo.

Métodos de Custeio Utilizados na Pecuária


A contabilização da pecuária pode ser realizada segundo dois métodos: pelo Método do
Custo Histórico e a pelo Metodo de Justo Valor
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Metodo de Custo Histórico


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A utilização do método de custo histórico onde “os activos são incorporados à
entidade pelo valor de aquisição ou pelo custo de fabricação (incluindo todos os gastos
necessários para colocar o ativo em condição de gerar benefício para a empresa), tem
aspectos favoráveis: (i) objetividade, pois o Custo Histórico é uma medida impessoal, isto é,
não depende de quem esteja avaliando os ativos; (ii) verificabilidade, pois como decorrência
do aspecto anterior, qualquer valor do ativo, por meio de exame a qualquer tempo e por
qualquer pessoa, poderá ser verificável constando-se o mesmo valor (o que facilita o trabalho
dos auditores); (iii) realização do lucro, por meio desse princípio, reconhece-se somente o
lucro realizado por negociação (venda), ou seja, não se reconhece o ganho econômico, como
exemplo, a manutenção de estoque (ganho ou estocagem)”. Marion (1999, p.123).
O método do custo histórico é muito utilizado, especialmente por ser aceito pelos
auditores, e pela sua fácil aplicabilidade devido à técnica utilizada que consiste na
apropriação dos custos incorridos em um determinado período, proporcionalmente ao número
de cabeças e a classificação destas dentro das categorias existentes, sendo que um garrote, por
ex. deve ter o valor apropriado por cabeça menor que um touro.
Segundo Marion (1999, p.123), duas premissas básicas são levadas em consideração
para a utilização desse método: (i) inicialmente soma-se o custo do rebanho (salário,
alimentação do gado, exaustão das pastagens, depreciação dos reprodutores, cuidados
veterinários...) e divide-se o resultado pelo total de cabeças do rebanho em formação (em
crescimento e aqueles nascidos no período). Tem-se, portanto, o custo médio de produção por
cabeça, por período. (ii) o número de cabeças no rebanho não inclui, para efeito de rateio de
custo, o gado reprodutor em plena produção, pois eles não recebem custos (já não estão em
formação). Todavia, o custo da manutenção desse rebanho já formado (alimentação,
tratamento veterinário, depreciação...) será incluído no custo do rebanho e distribuído para o
rebanho em formação”.
Há também uma variação dessa técnica que ocorre de empresa para empresa, é a
inclusão dos bezerros que estão a nascer neste rateio por cabeça, ou então lhe apropriar custos
somente ao nascer.
A parte do rebanho que está registrada no activo imobilizado possui o desgaste natural
e perda de capacidade de produção, chamada de depreciação, como acontece com as
máquinas em uma indústria, sendo os bezerros gerados os produtos que arcam com o ônus da
depreciação dos reprodutores. Os animais destinados à reprodução não terão depreciação
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enquanto estiver no estado de evolução, passando a depreciação a existir quando atingem a


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idade adulta e começarem a serem utilizados na reprodução.
São encontrados grandes problemas quanto ao método de depreciação a ser escolhido
e na determinação da vida útil do rebanho, devido a difícil análise do ponto de potencialidade
máximo e desse momento em diante a decrescente eficiência do gado na reprodução.
Estabelecendo uma curva de eficiência do gado na reprodução, o método comumente mais
utilizado foi o da linha reta. A vida útil do rebanho também varia muito e o veterinário seria o
mais indicado para determinar tal medida.
Podem ser adotados outros critérios de apropriação de custos como a separação por
lote de animais, seguindo características como a idade, raça, etc., sendo encontrados
problemas quando a empresa é de pequeno porte, pois as compras seriam feitas separadas por
fichas para a devida apropriação. Outro problema seria encontrado na criação de gado
confinado (criação intensiva) sendo difícil conseguir tal separação com o espaço disponível
para tal tipo de criação.
Segundo Nepomuceno (1986) há um outro modelo de apropriação de custos partindo
custo histórico, através da separação dos animais por lote de acordo com a sua idade e raça,
facilitando a compra de insumos e o rateio da mão-de-obra diretamente ligada à produção.
Esse também evidencia que determinados tipos de raça ou até o tipo de criação tem um custo
especificamente mais alto com pessoal, como seria o caso do gado leiteiro ou ainda do
confinado, para solução de problemas de alocação propõe uma folha de pagamento
determinada por tipo de atividade, o que se torna muito difícil em pequenas e médias
propriedades, onde os empregados possuem várias funções e tratam de várias criações.
Há, no entanto, fortes críticas que devem ser evidenciadas no modelo do custo
histórico. A respeito da falta de correção dos itens do ativo que ficam expostos à inflação,
destorcendo o valor dos bens tornando a informação gerencial falha, pois os valores se
diferem do mercado. Também ocorre no momento da venda, confrontação das receitas e
despesas em moeda de poder aquisitivo diferente, o que seria solucionado por uma correção
monetária na conta de estoques, tecnicamente correto e de grande relevância para fins
gerenciais.
Outra crítica diz respeito à evolução natural e o respectivo ganho econômico
propiciado pela natureza dos animais com o crescimento e aumento de valor agregado, obtido
através do seu ciclo biológico. Tal valoração não é permitida pelo custo histórico, que é
embasado principalmente no princípio do custo histórico como base de valor.
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Para Martins (1992, p.248) “nada impede que se eleja o método de avaliação que
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melhor se ajuste à natureza de cada item do ativo e às características do ramo ou do setor da
atividade. Assim, pode-se ter critérios diferentes para diversos itens do activo, desde que
melhorem a qualidade dos relatórios contabilisticos e sejam destacados em Notas
Explicativas. Dessa forma, sugere-se uma uniformidade na avaliação no âmbito das empresas
pecuárias (que poderia também ser estendida a empresas agricolas):
a) avaliar os estoques (rebanhos) no Ativo Circulante a valores correntes de mercado,
inclusive o bezerro por ocasião do seu nascimento;
b) avaliar o Ativo Permanente considerando o Custo Histórico Corrigido com a
possibilidade de reavaliação;
c) para os demais itens do Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo, dado serem
valores de menor significância em relação ao Ativo Total, não havendo necessidade de um
estudo mais acurado, aplicar a avaliação ao Custo Histórico como Base de Valor”.

Metodo do Preço de Mercado


Outro Método de Custeio utilizado na Pecuária é o de Avaliação do Preço de
Mercado, onde são abandonados os preceitos utilizados no Custo Histórico como Base de
Valor. Utilizando-se do reconhecimento das receitas antes da sua realização (venda), do
provisionamento de despesas para períodos seguintes, da avaliação dos estoques pelo preço
de mercado e do reconhecimento do ganho econômico com o crescimento natural.
No momento da venda devem ser levantados o valor do estoque e contrapor ao valor
da venda, reconhecendo a diferença como resultado (podendo ser positivo ou negativo). Deve
ser feito o tratamento de acerto das despesas de distribuição, apropriando como despesas do
período as pertinentes a diferença positiva nas vendas.
No plantel bovino, devido ao grande tempo de permanência no estoque e ao ganho de
peso que os animais possuem naturalmente, ocorre um acréscimo econômico e não financeiro
que é uma mudança de valor no patrimônio da empresa pela alteração de um ou mais itens
patrimoniais. Esta variação deve ser registrada na contabilidade para representar o valor mais
próximo da realidade referente o registro dos animais. A conta para tal registro é a de
Variação Patrimonial Líquida, que pode ser negativa ou posetiva, caso o gado tenha perda ou
ganho de peso respectivamente.
A representação desta variação é chamada de superveniências activas. Significam
acréscimos, ganhos em relação ao Activo da empresa que ocorrem em virtude de nascimento
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de animais e ganhos que ocorrem com o crescimento natural do gado. São as variações
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patrimoniais positivas. As insubsistências activas significam reduções do ativo da empresa
causadas por perdas, factos anormais, fortuitos e imprevistos. É o caso típico de mortes,
desaparecimentos de animais do rebanho, etc. São as variações patrimoniais negativas, ou
seja, as diminuições reais do activo. Estes tipos de perdas são as não previstas no processo
normal de trabalho, pois as perdas envolvidas no processo produtivo são custos a serem
atribuídos diretamente ao gado e não reduzindo o resultado.
Devido ao ciclo operacional da pecuária ser maior que um ano, deve-se, apoiados em
regras da Teoria da Contabilidade. Reconhecer receitas durante o período de produção, antes
da realização de sua venda, objetivando informações gerenciais que representem com maior
fidedignidade a realidade da entidade.
No processo de crescimento do gado, há um ganho de peso que deve ser registrado,
para representar o verdadeiro potencial de benefícios para a empresa. Dessa maneira, deixa-se
o Patrimônio Líquido avaliado pelo valor correto.
Conforme Iudícibus (2000, p.62) “em produtos que encerram características especiais,
como bens sujeitos a processo de crescimento natural ou metais preciosos, é possível
reconhecer a receita, mesmo antes da venda, porque existe uma avaliação do mercado (ou
preço) que é objetiva em estágios distintos da maturação dos produtos (gado, vinho, reservas
florestais, estufas de plantas) ou no caso de metais preciosos, mais fáceis de se
caracterizarem, pois o produto já se encontra no final da fase de produção
Assim, o estoque ficaria avaliado pelo valor de realização, em cada estágio. Deveria
ser feito, todavia um provisionamento das despesas para colher e vender tais estoques, no
estágio em que se presume que a venda irá ocorrer”.
O momento ideal para avaliar o estoque vivo a valor de mercado é no encerramento do
Balanço Patrimonial, porém nesta data encontram-se dificuldades devido ao nascimento dos
bezerros ocorrerem durante todo ano. Uma solução para esse levantamento seria uma estação
de monta planeiada ou por meio de inseminação artificial, ou ainda por aceleração de “cios”,
desta maneira facilitando o levantamento e a divisão do rebanho por categoria.
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Cálculo do Custo dos Bezerros


A contabilidade da pecuária estabelece critérios para se calcular o custo dos bezerros,
por se tratar de uma assunto de extrema importância quando são tratados eventos que
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englobam o sistema de cria, onde é calculado o custo inicial do bezerro durante a gestação ou
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após o nascimento.
Segundo Marion (1999, p.181), “uma das preocupações da contabilidade da pecuária é
o cálculo do custo do bezerro por diversos motivos: a) para saber se é viável ter gado
reprodutor na fazenda ou seria mais interessante adquirir de terceiros os bezerros para recria e
engorda; b) para avaliar de forma adequada o Ativo da empresa, já que os bezerros têm um
custo real; c) para avaliar de forma adequada o restante do rebanho destinado a corte. Não há
dúvida de que uma avaliação inadequada dos bezerros irá refletir no restante do rebanho”.
O critério para distribuição de custo aos bezerros é o de processo onde são agrupados
os custos durante um período, para na seqüência atribuir ao produtos (bezerros).
Dos diversos métodos existentes de cálculo do custo do bezerro, destacaríamos os
seguintes: (i) custo médio dos reprodutores consistindo na transferência aos bezerros, após o
nascimento, de todos os custos que foram apropriados aos reprodutores durante um período.
Estes custos apropriados referem-se a parte que lhes é destinada dentro dos parâmetros e vão
ser repassados na sua totalidade aos bezerros, pois o gado reprodutor não incorpora o custo da
produção, repassando aos seus produtos, os bezerros; (ii) custo específico, sendo um método
mais detalhado com limitação em conseguir as informações necessárias dentro da
precariedade da divisão existente entre o rebanho de corte e o reprodutor, sendo acentuado
ainda mais quando a propriedade é de pequeno e médio porte.

Estudo da IAS 41 e o justo Valor


A contabilização das actividades da empresa rural pelo critério do justo valor é prescrita
pela International Accounting Standard 41 – IAS 41 (Norma Internacional de
Contabilidade 41 – NIC 41). Esta norma foi editada pelo International Accounting
Standards Committee (IASC) em Dezembro de 2000, tendo sido adoptada pelo sucessor
do IASC, o International Accounting Standards Board (IASB), em Abril de 2001 com
data para vigência a partir de 1 de Janeiro de 2003.

Esta norma, tem como objectivo prescrever o tratamento contabilístico para apresentação
e divulgação das demonstrações financeiras das entidades relacionadas com actividades
agrícolas
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Critério do justo valor


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Segundo Nobes (1998) justo valor significa a quantia que compradores e vendedores
estariam dispostos a trocar seus activos em uma operação com base puramente comercial.

O FASB define justo valor como o montante pelo qual um activo poderia ser alienado, ou
um passivo cancelado, em uma transação entre partes independentes dispostas a realizar a
operação em situação diferente de uma liquidação ou de uma venda forçada (SFAS 107,
1991).

A IAS 41 (pag 8) define justo valor como a quantia pela qual um activo pode ser trocado,
ou liquidado um passivo, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em
que nenhum relacionamento exista entre elas

Âmbito de Aplicação da IAS 41

A IAS 41 tem seu campo de aplicação definido no seu primeiro parágrafo, limitando a sua
aplicação a contabilização dos activos biológicos, produto agrícola no ponto de colheita e
aos subsídios governamentais descritos nos parágrafos 34 e 35 da mesma norma.

Excluem-se do âmbito desta,

os terrenos relacionados com a actividade agrícola,

os activos intangíveis relacionados com a actividade agrícola,

Exclui também os activos biológicos utilizados nas actividades não produtivas,

Conceitos Básicos
A IAS 41 define activo biológico como “um animal ou planta vivos”, e produto agrícola
como o produto colhido originado dos activos biológicos da empresa no momento da
colheita.

A IAS 41 define a colheita como o esforço realizado por uma empresa agrícola para a
separação de um produto de um activo biológico ou a cessação (provocada ou não) dos
processos de vida de uma planta ou animal vivo.
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A IAS 41 em seu parágrafo 5 define actividade agrícola como “a gestão por uma empresa
da transformação biológica de activos biológicos para venda, em produtos agrícolas, ou
em activos biológicos adicionais

Reconhecimento e mensuração
Segundo a IAS 41 uma empresa deve reconhecer um activo biológico ou produto agrícola
quando, e somente quando:

A empresa controle o activo como consequência de acontecimentos passados;

Seja provável que benefícios económicos associados ao activo fluirão para a


empresa; e

O justo valor ou custo do activo possa ser fiavelmente mensurado (IAS 41, parág
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Determinação do Justo Valor


O justo valor de um activo biológico ou produto agrícola, pode ser fiavelmente
determinado numa das seguintes circunstancias:

 Existência de um mercado activo para o activo biológico ou produto


agrícola.
 O preço mais recente de transacções no mercado, desde que não tenha
havido uma alteração significativa nas circunstancias económicas entre a
data dessa transacção e a do balanço;
 Os preços de mercado de activos semelhantes, com os devidos ajustem
para reflectir as diferenças;
 Com base na comercialização de partes dos activos sob avaliação;
 Os fluxos de caixa líquidos de um activo descontados a uma taxa pré-
impostos apropriada para o mercado; e
 As informações relativas a activos combinados.
Para os produtos agrícolas a norma define que o justo valor sempre será possível de ser
mensurado confiavelmente. Já para os activos biológicos há a presunção de que o justo
valor pode ser confiavelmente mensurado. (IAS 41 parág. 32).
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Esta presunção somente pode ser refutada no reconhecimento inicial quando preços ou
valores, determinados em mercado, não estejam disponíveis e para o qual se determine
que as estimativas alternativas de justo valor possam não ser claras e confiáveis. Neste
caso os activos biológicos devem ser mensurados pelo seu custo histórico menos qualquer
depreciação acumulada ou perdas de imparidade acumulada. Mas tão logo o valor possa
ser estimado com confiabilidade ou o mercado se torne activo a empresa deve mensura-lo
pelo justo valor. Se a empresa estimou o valor de um activo biológico em seu
reconhecimento inicial pelo justo valor este critério deve ser utilizado até a sua alienação
(IAS 41 parág. 30).

O principal efeito da utilização do critério de justo valor diz respeito ao reconhecimento


das variações destes activos na demonstração de resultado do exercício em que elas
ocorrerem, conforme determinam os parágrafos 26 a 29 da norma. Diferentemente do
critério de custo histórico e da realização da receita em que a variação dos activos só é
reconhecida no período em que ocorre a venda ou consumo efectivo dos activos.

Em geral, pelo critério de justo valor, se reconhece um ganho ou uma perda no momento
inicial de incorporação de um activo na empresa, ou a cada período em que as
demonstrações financeiras forem apresentadas, ocorrendo neste momento, a avaliação
deste activo pelo justo valor e comparando com seu valor inicial. Este procedimento é
realizado tanto para o caso de activos biológicos como para produtos agrícolas no ponto
da colheita.

Para o caso dos activos biológicos reconhece-se ganhos e perdas, tanto ocorridos pelas
transformações biológicas por factores naturais, que estes sofrem com o decorrer do
tempo, quanto pela variação de seu preço no mercado. Assim a IAS 41 determina em seu
parágrafo 51 que os ganhos e perdas ocorridos nestes activos sejam evidenciados e
avaliados separadamente, quanto a alterações físicas e a alterações nos preços,
principalmente quando estes possuem ciclo de produção maior que um ano.
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Apresentação e divulgação
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as empresas devem apresentar em suas demonstrações financeiras, as quantias
escrituradas de forma separada com descrição, ainda que narrativa, de cada grupo de
activos biológicos, o montante acumulado e o montante de cada grupo de activos
biológicos.
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Exercicios Práticos e Preparação para o Teste


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1 – Como exemplo de actividade agrícola propriamente dita temos:


( ) cultura da cebola ( ) avicultura ( ) moagem de trigo ( ) metalúrgica
2 – Como exemplo de atividade zootécnica temos:
( ) hortaliças ( ) avicultura ( ) moagem de trigo ( ) metalúrgica
3 – Como exemplo de actividade pecuária temos:
( ) hortaliças ( ) ovinocultura ( ) moagem de trigo ( ) metalúrgica
4 – a fixação do ano agrícola é importante para:
( ) determinar o plano de contas ( ) determinar a atividade operacional ( ) determinar
os planos da empresa ( ) determinar o exercício social
5 – numa actividade agrícola, com diversas culturas em períodos de colheitas diferentes,
prevalece o ano agrícola com base em:
( ) cultura permanente-cultura que proporciona várias colheitas; ( ) cultura temporáriacultura
anual uma só colheita; ( ) participação econômica de cada cultura; ( ) tempo de colheita

ASSINALE “V” OU “F” NAS QUESTÕES ABAIXO:


A – ( ) um dos principais itens dos custos da cultura temporária é a sua depreciação;
B – ( ) a amortização da conta Melhoria será contabilizada como despesas operacionais;
C – ( ) A cultura permanente em formação -Videira é classificada no ativo circulante, pois
Está em formação e a cultura permanente-mangueira é classificada no ativo permanente;
D – ( ) A conta PRODUTOS AGRICOLAS, na contabilidade agrícola, equivale a
Conta ESTOQUE DE MERCADORIAS para uma empresa comercial;
E – ( ) As culturas permanentes em formação devem ser depreciadas sempre que se
Realizar o balanço patrimonial;
F – ( ) A conta Colheita em andamento – Uva, deve ser classificada no ativo permanente;
G - ( ) A depreciação representa a perda do valor, pela utilização, do pasto ou reserva
florestal;

H – ( ) O que determina o ano agrícola de uma empresa é a cultura que possuir a maior
área plantada,
I – ( ) a depreciação da cultura da cebola, poderá ser feita pela produção prevista, ano a
ano, fazendo o cálculo proporcional a produção realizada no ano;
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Fazenda Arenápolis – Método de Custo – Critério de Rateio: Custo médio do Rebanho


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A fazenda Arenápolis apresentou o seguinte Balanço Patrimonial em 31-12-2006, contendo o


seguinte plantel: 60 novilhos, 40 novilhas, 4 reprodutores e 80 matrizes.

Balanço Patrimonial Inicial

31-12-2006

Ativo Passivo

Circulante Circulante

Caixa 1.300.000,00

Estoques

Novilhos (13-24) 29.400,00

Novilhas (13-24) 15.400,00

Permanente Patrimônio Líquido

Imobilizado Capital Social 1.500.000,00

Reprodutores 10.400,00 Lucro do período 56.220,00

(-) Deprec. Ac. Reprod. (1.300,00)

Matrizes 124.800,00

(-) Deprec. Ac. Matriz (12.480,00)

Pastagens 100.000,00

(-) Exaustão Ac. Pastag. (10.000,00)

Total Ativo 1.556.220,00 Total Passivo + PL 1.556.220,00

Obs. A depreciação dos reprodutores será de 8 anos e das matrizes 10 anos para cada período. A
exaustão da pastagem de 10 anos.

Durante o Ano 2007 Realizaram-se as seguintes operações


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 No início de 2007, o custo do período destinado a manutenção do rebanho inclui: sal $


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6.000, ração $ 8.000 e vacinas 4.000. Os demais gastos são representados por Salários e
encargos do pessoal da fazenda(vaqueiros) $ 14.000, gastos com veterinário $ 3.000,
despesas gerais administrativas da fazenda (Custos Indirectos) $ 13.000, registrados e
contabilizados com pagamentos à vista.

 Durante o período, a taxa de natalidade foi de 100%, nascendo 80 bezerros: 60 machos e 20


fêmeas;

 Morte de 20 novilhos (machos) dos 13-24

 No Final do ano os novilhos dos 13-24 passaram para 25-36

Durante o Ano 2008

 O custo do período destinado a manutenção do rebanho inclui: sal $ 8.000, ração $ 9.000 e
vacinas $ 7.000. Os demais gastos são representados por salários e encargos do pessoal da
fazenda (vaqueiros) $ 29.000, gastos com veterinário $ 4.000, despesas gerais
administrativas da fazenda (Gastos Indirectos), registrados e contabilizados com
pagamentos à vista.;

 Foi realizada a venda dos novilhos todos novilhos de 25 a 36 meses e 10 Matrizes em


experimentação para abate, segundo a lista de preços mínimos da SEFAZ, de $ 1.540 para
machos e $ 985,00 para fêmeas. As restantes Matrizes em experimentação foram aprovadas
para a procriação.

 Os bezerros foram transferidos para novilhos de 13-24

 Durante o período, nasceram 120 bezerros: 50 machos e 70 fêmeas

Pede-se:

 Lançamentos no Razão Esquemático,


 Fazer os Balanços Patrimoniais dos períodos de 2007 e 2008, bem como as respectivas DRE’s
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A Fazenda Ruth possui em suas existências, no início ano 2008, dez cabeças de gado
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registadas a $ 900, totalizando $ 9.000.

Durante o ano de 2008 nada se vendeu, nada se comprou em termos de plantel


bovino.

Constatou-se durante esse ano um custo de manutenção do rebanho de $ 10.600.

O valor de mercado de cada cabeça no final do ano era de $ 2.100, totalizando $


21.000.

Pretende-se:

Contabilização pelo critério de custo e pelo critério de justo valor.

A Agropecuária Cow Ltda. tem como objeto à cria, recria e engorda de gado bovino para
corte e apresentou no primeiro ano o seguinte Balanço Patrimonial (em milhares):

O Gado Reprodutor é composto por um touro e duas Matrizes.


No segundo ano nasceram 10 bezerros avaliados ao preço de mercado de $ 15 mil cada. O
custo de produção anual é de 80 mil.
No terceiro ano os bezerros passam para novilhos de ½ ano tendo o valor de mercado de 30
mil cada. neste ano o preço de mercado de um bezerro dos 0 aos 12 é de 20.000 cada . O
custo de produção anual é de 100 mil. Durante este ano ocorreu a perda de um bezerro por
doença.
No ano seguinte são vendidos 8 novilhos por 50 mil cada e 2 novilhos são incorporados para
gado reprodutor uma vez que demonstraram qualidade para tal: fertilidade, ardor sexual,
carcaça, peso, etc.
Pede-se:
Fazer os lançamentos, o Balanço e a DRE nos anos 2, 3 e 4 sabendo-se que os custos sempre
foram a vista.

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