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Unidade II

LÓGICA FORMAL

Profa. Ana Lúcia Machado da Silva


Método indutivo

Indução:
 Processo mental.
 Parte de dados particulares,
constatados.
 Infere-se verdade geral ou universal, não
contida nas partes examinadas.
 objetivo: levar a conclusões mais amplas
do que as premissas nas quais foram
baseadas.
Argumento indutivo

 Fundamenta-se em premissas,
as conclusões são prováveis (e não
verdadeiras) - quando as premissas são
verdadeiras, podemos dizer que a
conclusão é provavelmente verdadeira.
 Exemplos de método indutivo:
O corvo 1 é negro.
O corvo 2 é negro.
O corvo n é negro.
.....
(todo) corvo é negro.
Exemplo de método indutivo

 Cobre conduz energia.


Zinco conduz energia.
Cobalto conduz energia.
Ora, cobre, zinco e cobalto são metais.
.........
Logo, (todo) metal conduz energia.
 Premissas + conclusão.
Método indutivo: conclusões

a) De premissas que encerram informações


sobre os casos ou acontecimentos
observados, passa-se para uma
conclusão que contém informações sobre
casos ou acontecimentos não
observados;
b) Passa-se pelo raciocínio, dos indícios
percebidos, a uma realidade
desconhecida por eles revelada;
c) O caminho de passagem vai do especial
ao mais geral, dos indivíduos às espécies,
das espécies ao gênero, dos fatos às leis
ou das leis especiais às leis mais gerais;
Método indutivo: conclusões

d) A extensão dos antecedentes é menor do


que a da conclusão, que é generalizada
pelo universalizante "todo", ao passo
que os antecedentes enumeram apenas
"alguns" casos verificados;
e) Quando descoberta uma relação
constante entre duas propriedades ou
dois fenômenos, passa-se dessa
descoberta à afirmação de uma relação
essencial e, em consequência, universal
e necessária, entre essas propriedades
ou fenômenos.
Exemplos práticos

 Retirando uma amostra de um saco de


arroz, observa-se que aproximadamente
80% dos grãos são do tipo extrafino.

 Conclui-se, então, que o saco de arroz é


do tipo extrafino.
Exemplos práticos

 Pesquisa eleitoral é outro exemplo do


raciocínio indutivo. Por meio da
amostragem de eleitores realiza-se a
pesquisa que irá ser utilizada para
encontrar a/o porcentagem/percentual de
votos de cada um dos candidatos.

 Raciocínio indutivo leva a conclusões


prováveis, porém mais gerais do que o
conteúdo das hipóteses.
INTERVALO
Leis, regras e fases
do método indutivo

1. Observação dos fenômenos: nessa etapa


são observados os fatos ou fenômenos e
analisados, com a finalidade de
descobrir as causas de sua
manifestação;
2. Descoberta da relação entre eles: na
segunda etapa procuramos por
intermédio da comparação, aproximar os
fatos ou fenômenos, com a finalidade de
descobrir a relação constante existente
entre eles;
Leis, regras e fases
do método indutivo

3. Generalização da relação: nessa última


etapa generalizamos a relação
encontrada na precedente, entre os
fenômenos e fatos semelhantes, muitos
dos quais ainda não observamos (e
muitos inclusive inobserváveis).
Tipos de raciocínio indutivo

 A indução formal é a operação que


consiste em afirmar (ou negar) de uma
totalidade de seres o que antes foi
afirmado (ou negado) de cada um dos
seres tomados singularmente.

 Exemplo: Constata-se que o mais hábil


piloto é aquele que sabe; que o mais
hábil cocheiro é aquele que sabe, etc. e
induz-se: o homem que sabe é o melhor.
Tipos de raciocínio indutivo

 Indução amplificante é a operação


mental que consiste em atribuir a uma
classe de seres ou categoria de fatos (o
geral) a propriedade ou a relação
verificada num certo número de casos
particulares.
Tipos de raciocínio indutivo

 Indução amplificante representa um salto


no desconhecido: passa do particular
(análise de alguns casos em que a
amostra não é feita ao acaso) para o
geral (validação do resultado para todos
os casos do mesmo gênero).
Exemplo:
 Todos os corpos observados até agora,
deixados no ar, caem.
Logo, todos os corpos caem.
Fórmula:
 Todos os s observados até agora F é G.
Logo, todo o F é G.
Tipos de raciocínio indutivo

 Indução simples é a operação que


consiste em atribuir a um ser ou
categoria de fatos a propriedade ou a
relação verificada num certo número de
casos particulares observados. Sendo de
caráter humano, pressupõe, tal como a
indução amplificante, a uniformidade da
natureza.
Indução simples

Exemplo:
 Todos os objetos observados até agora
exercem força gravitacional na razão
direta da sua massa.
Logo, se mais um objeto for observado,
ele exercerá força gravitacional na razão
direta da sua massa.
Fórmulas:
 Todos os s observados até agora F é G.
Logo, o próximo F a observar é G.
 x% de s observados até agora F é G.
Logo, se mais um F for observado, será G.
Tipos de raciocínio indutivo

 Indução probabilística (generalização


estatística) tem no cálculo de
probabilidades o critério para distinguir
as inferências indutivas válidas das não
válidas, uma vez que não é possível
prever ou predizer um fato com rigor
absoluto.
 A probabilidade indutiva de uma
generalização estatística é uma função de
duas quantidades: o tamanho da amostra
selecionada ao acaso por métodos
matemáticos (a amostra tem que ser
significativa) e a força da conclusão (o
grau de probabilidade extraído pela
aplicação de princípios matemáticos).
Indução probabilística

Exemplo:
 Menos de 1% de 1 000 rolamentos,
selecionados ao acaso para examinar a
produção de 1999 da fábrica ‘Real
Sociedade’, deixou de satisfazer as
especificações do produto.
Logo, somente uma pequena
percentagem de todos os rolamentos
produzidos durante a produção de 1999
desta fábrica deixa de satisfazer as
especificações.
 Fórmula: n% de s selecionados ao
acaso, F é G.
Logo, n% de todo F é G.
INTERVALO
Tipos de raciocínio indutivo

 Indução estatística (silogismo


estatístico)
O silogismo estatístico é uma forma de
indução em que as premissas, baseadas
em informações estatísticas sobre um
conjunto, sustentam a conclusão
provável sobre algum elemento desse
conjunto.
Indução estatística

Exemplo:
 98% dos calouros universitários são
capazes de interpretar Camões.
João é um calouro universitário.
Logo, João é capaz de interpretar
Camões.
Fórmula:
 x% de F é G
xéF
Logo, x é G.
Observação e classificação

Método indutivo:
 1º passo: observação
2º passo: classificação
Classificação: agrupamento dos fatos ou
fenômenos da mesma espécie, segundo
a relação constante que se nota entre
eles; fruto da generalização da relação
observada.
Exemplo

 Observo que Pedro, José, João etc. são


mortais; verifico a relação entre ser
homem e ser mortal; generalizo dizendo
que todos os homens são mortais:

 O homem Pedro é mortal.


O homem José é mortal.
O homem João é mortal.
.........
(Todo) homem é mortal.
Método dedutivo

 O que a figura de Sherlock Holmes está


fazendo neste tópico? O que ele tem a
ver com o método dedutivo?
Método dedutivo

 Sherlock Holmes é uma personagem


criado pelo médico e escritor britânico
Sir Arthur Conan Doyle.
 Holmes é um investigador do final do
séc. XIX que aparece pela primeira vez
no romance “Um estudo em vermelho”,
em novembro de 1887.
 Sherlock Holmes ficou famoso por
utilizar, na resolução dos seus mistérios,
o método científico e a lógica dedutiva.
Método dedutivo

- Watson!
- Sim, Holmes.
- Você foi aos correios enviar um telegrama.
- Meus Deus!!! Estou perplexo! Como
adivinhou? – perguntou Watson com um ar
deveras espantado.
- Evidente, meu caro Watson! Você tem uma
mancha de lama na ponta do sapato.
- E isso significa o quê? – Watson continuava
pendurado no seu espanto.
- Meu caro Watson. – Holmes dignou-se a
explicar. Afinal estava mortinho por isso
mesmo. Neste momento, o único lugar que
está em obras é a zona dos Correios.
Portanto, foi aí que sujou os sapatos de lama.
- Notável Holmes! Mas diga-me, como sabe
que fui enviar um telegrama?
- Evidente, caro Watson! - e lá exibe ele os
galões novamente - Tem na sua secretária
envelopes, folhas e selos. Você esteve toda
a manhã comigo e não o vi escrever.
- Holmes! Estou espantado.
INTERVALO
Raciocínio dedutivo

 Do geral para o particular;


 Premissas verdadeiras garantem uma
conclusão verdadeira;
 Não ampliam o conhecimento.

 Tem sua validade determinada pela


forma lógica do argumento, e não pelo
conteúdo dos enunciados.
Raciocínio dedutivo

As exigências para o bom funcionamento


do método de raciocínio dedutivo.
 Exigência 1: Temos a certeza da
veracidade de certas declarações
chamadas de premissas ou hipóteses
(ou axiomas ou postulados).
 Exigência 2: Concordamos no que diz
respeito a como e quando uma
declaração segue logicamente de outra.
 Exigência 3: Para aplicar o raciocínio
dedutivo temos que dominar bem a
linguagem comum (neste caso
português) e escolher os termos
primitivos.
Exemplo: a cibernética

 Um exemplo de raciocínio indutivo.


 Em um programa de busca, o usuário
digita o assunto que pretende pesquisar,
mas obtém um número muito grande de
respostas, de links para sites que podem
conter a informação desejada.
 Ele cruza, então, mais informações,
refina sua pesquisa e consegue uma
resposta mais específica, próxima da
que procurava.
 A partir dessa forma de refinar pesquisas
nesse programa conclui que sempre
deve proceder assim em todos
os sites de busca.
Exemplo: a cibernética

 Já a lógica de inferência dos usuários


espertos assenta-se sobre processos
dedutivos.
 É o internauta previdente, que antecipa
as consequências de seus atos.
 Durante a navegação, quase todos os
cliques com o lado direito do mouse são
exemplos de dedução. Somente usa esse
recurso, que permite desempenhar uma
série de funções (downloads, avançar,
voltar etc.), quem de antemão conhece
as regras de funcionamento do espaço
virtual.
Raciocínio dedutivo

 Proposição condicional: enunciado


complexo composto de duas partes.
Ex.:

Se hoje é quarta-feira, então amanhã é


quinta-feira

antecedente consequente
Lógica dedutiva

 A lógica dedutiva necessita de


premissas além de qualquer dúvida,
caso raro no dia a dia, em religião,
política, arte, leis e ciência.
 Aplicação limitada.
Aplicação

 Você é um guarda em sua ronda noturna,


e ouve um alarme disparar.
 O alarme é de uma joalheria que está com
o vidro da frente totalmente estilhaçado.
Saindo da joalheria, você vê um homem
vestindo uma máscara, carregando um
saco.
 Após detê-lo para averiguar o que está
acontecendo, você vê que o saco está
cheio das joias da joalheria.
 Segue logicamente, de uma forma
dedutiva, que o indivíduo é um ladrão, ou
seja, que ele estava assaltando
a joalheria?
Raciocínio dedutivo

 Os problemas reais, no entanto, muitas


vezes não se encaixam dentro do
esquema da Lógica Clássica.
 Por vezes, achamos que uma das
premissas é verdadeira, mas não é
possível ter certeza.
 Outras vezes, não é possível obter-se um
silogismo para o caso estudado, o que
não quer dizer que não haja informação
ali.
Raciocínio dedutivo

 No exemplo do guarda, é possível que o


suposto ladrão seja o dono da joalheria
que, voltando mascarado de um baile a
fantasia, viu um carro atirar
acidentalmente uma pedra contra o vidro
de sua joalheria e, tendo apenas um saco
para carregar as joias, resolveu levá-las
para casa para proteger sua propriedade.
 A explicação pode ser improvável, mas,
ao existir, impossibilita a aplicação da
Lógica Clássica.
ATÉ A PRÓXIMA!

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