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ADMINISTRAÇÃO DA

LOGÍSTICA E DO
PATRIMÔNIO

José Eustáquio Simões


jose.simoes@fumec.br
OBJETIVO
Trabalhar didaticamente os fundamentos da logística empresarial, tendo em vista proporcionar ao
Gerente logístico, conhecimento técnico e perfil de liderança nos processos de transformação das
empresas, que proporcionem qualidade de serviço de distribuição e de geração de valor para os
seus clientes.

1 – Logística: Uma função essencial na empresa

 Como surgiu o termo?


 Palavra de origem francesa do verbo LOGER = Alojar;
 Termo utilizado pelos militares, nas grandes guerras, que significava: “Arte de
Transportar, Abastecer e Alojar Tropas”;
 Do WEBSTER: “Logística é o aspecto da ciência militar que lida com o abastecimento,
manutenção e transporte de materiais bélicos, recursos e pessoal”;
 Com o passar do tempo assumiu um significado mais amplo e passou a ser utilizado
pelas Industrias;

1.1 – A proposição de valores logísticos

Evolução:
a. Inicialmente o que tínhamos era algo como termos diferentes, com significados
coincidentes;
b. São atividades direcionadas ao deslocamento de materiais e informações, desde a fonte
(MP - Matéria Prima) ao consumidor final (PA - Produto Acabado);
c. Empresas chegaram até a denominar setores de administração de materiais como
Logística;
d. Termos logísticos, ao longo dos anos vêm conquistando outras áreas dentro das
empresas;
e. Logística passa então a ser uma filosofia gerencial (SCM – Suply Chain Management).

1.2 – O funcionamento da logística

 Ela envolve todas as atividades do fluxo de materiais a partir do fornecedor até o


consumidor final, tais atividades incluem fornecimento físico, planejamento e
controle da produção e distribuição física.
ARNOLD, T. Jr. 1999.

“Atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o fluxo
de material, partindo das especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto
terminado ao cliente”.
Fonte: GURGEL, F. A. FRANCISCHINI, P. G.
1.3 – Objetivos da logística empresarial

Integrar as áreas
A Administração da Logística e do Patrimônio não pode ser tratada de maneira isolada e está
profundamente integrada às seguintes áreas do conhecimento administrativo:

 Orçamento da empresa;
 Desenvolvimento e projeto do produto;
 Planejamento das vendas;
 Planejamento e controle da produção;
 Logística de abastecimento e da manufatura;
 Administração do ativo fixo; e
 Sociedade.
Fonte: GURGEL, F. A. FRANCISCHINI, P. G.

2 – Natureza do problema logístico

2.1 – A função logística nas organizações


A Logística interage com várias áreas da Empresa, em alguns momentos como fornecedora de
serviços e em outros momentos com cliente interno. Equilibrar esta interação e entender a
importância do papel da Logística é fundamental para os bons resultados da empresa.
Agir como fornecedor que tem o dever de entender e atender as necessidades dos clientes
internos, percebendo que os clientes da empresa necessitam fundamentalmente deste
entendimento interno da importância das funções, provoca um resultado positivo. O contrário
provoca um desastre empresarial.

CONTROLE DA CONTROLE DE
COMPRAS TRÁFEGO DE FORA
PRODUÇÃO ESTOQUE

DISTRIBUIÇÃO RECEPÇÃO

ADMINISTRAÇÃO
DE MATERIAIS

TRÁFEGO PARA INSPEÇÃO DAS


FORA ENTRADAS

INSPEÇÃO DE ARMAZENAGEM MOVIMENTAÇÃO ARMAZENAMENTO


SAÍDA EXTERNA DE MATERIAIS NA FÁBRICA
2.2 – Logística e administração da produção
Em outras épocas, as diferentes áreas que compõem a Logística estavam divididas e espalhadas
dentro da organização. O resultado era desastroso para a empresa, que não conseguia um
direcionamento adequado e uma proposta de trabalho única e direcionada.

Gerente Geral
Digite o título aqui

Produção Financeiro Compras Comercial

P.C.P. Distribruição

Controle de Estoque

Ao se perceber que existia uma forma mais adequada de tratar a Logística, com um bom
direcionamento das ações, com uma Gerência única, os resultados tiveram uma melhora
significativa.

Gerente Geral

Materiais Financeiros Produção Comercial

Compras Distribuição P. C. P Cont. Estoque

2.3 – Natureza do produto logístico


“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenagem de Matérias
Primas, Produtos em Processo (WIPs), Produtos Acabados e Informações, desde um ponto de
origem até um ponto de consumo, de forma eficiente e efetiva, conforme as necessidades do
cliente”.

 É importante destacar que de acordo com a atividade da empresa ela se dedica com mais
intensidade a uma ou a outra atividade logística. Por exemplo, numa usina de cimento, a
atividade critica é a DISTRIBUIÇÃO FÍSICA. Já num supermercado, a atividade logística critica
é o SUPRIMENTO FÍSICO e numa empresa de manufatura, de maneira geral, tanto o
SUPRIMENTO FÍSICO, COMO A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E A DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
são, de certa forma, críticos.
 Estabelecido o conceito de logística, fica mais fácil compreender e assimilar que a
UTILIDADE DE UM PRODUTO NÃO DEPENDE SÓ DA SUA FORMA E DE ALGUMAS
CARACTERÍSTICAS, MAS TAMBÉM DE ONDE ELE SE ENCONTRA E DO FATO DE LÁ ESTAR
QUANDO FOR NECESSÁRIO.
2.4 – Elementos do sistema logístico

As principais exigências do sistema Logístico são:


a. Econômicas
b. Ecológicas
c. Sanitárias
d. Financeiras
e. Jurídicas
f. Sociais
g. Políticas
h. Religiosas
i. Técnico-organizacional

AS FUNÇÕES LOGÍSTICAS MAIS IMPORTANTES PODEM SER DIVIDIDAS EM


ATIVIDADES PRIMÁRIAS E ATIVIDADES DE APOIO:

Atividades Primárias:

Transporte:
Referem-se aos métodos de movimentar os produtos aos clientes: vias rodoviárias, ferroviárias,
aeroviárias e marítimas. De grande importância, em virtude do peso deste custo em relação ao
total do custo da logística.

Gestão de estoques:
Dependendo do setor em que a empresa atua e da sazonalidade temporal, é necessário um nível
mínimo de estoque que aja como amortecedor entre a oferta e a demanda.

Processamento de pedidos:
Determina o tempo necessário para a entrega de bens e serviços aos clientes.

Atividades de Apoio:

As atividades de apoio oferecem suporte às atividades primárias. São elas:

Armazenagem:
Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como :
localização, dimensionamento da área, arranjo físico, configuração do armazém.

Manuseio de Materiais:
Está associada com a armazenagem e também apoia a manutenção de estoques. Está relacionada à
movimentação do produto no local de estocagem.

Embalagem de Proteção:
Seu objetivo é movimentar bens sem danificá-los além do economicamente razoável.
Obtenção:
É a atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Trata da seleção das fontes de
suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação de compras e da forma pela qual
o produto é comprado.

Programação do Produto:
Enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo de entrada), a programação do produto lida com a
distribuição (fluxo de saída). Refere-se às quantidades agregadas que devem ser produzidas,
quando e onde devem ser fabricadas.

Manutenção de Informações:
Nenhuma função logística dentro de uma Empresa poderia operar eficientemente sem as
necessárias informações de custo e desempenho. Manter uma base de dados com informações
importantes - por exemplo: localização dos clientes, volumes de vendas, padrões de entregas e
níveis de estoques - apoia a administração eficiente e efetiva das atividades primárias e de apoio.

Problemas Logísticos atuais:

 Ciclo de vida do produto tem diminuído


 A cada lançamento o ciclo é reduzido pela metade
 Enfoque na flexibilidade e agilidade
 Novo estilo Gerencial devido à política de parcerias
 Investimentos em sistemas informatizados que propiciam maior flexibilidade/rapidez de
resposta
 Internacionalização dos mercados de compra e venda
 Preocupação com a disposição de itens recicláveis (a logística reversa)

Nível de Serviço

Para se mensurar a eficiência, e mesmo a eficácia, dos sistemas logísticos é necessário que se
proceda a avaliação do desempenho de cada um dos subsistemas logísticos.

FÁBRICA/
FORNECEDORES CLIENTES
EMPRESA

SUPRIMENTO LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO


FÍSICO PRODUÇÃO FÍSICA
Indicadores de Desempenho de Níveis de Serviço

 Tempo do ciclo do pedido para cada fornecedor.

 Média de pedidos e valor faturado para cada fornecedor no período.

 Porcentagem de pedidos atrasados de cada fornecedor.

 Porcentagem de pedidos de produção não realizados em tempo.

 Número de indisponibilidades resultantes de atrasos na produção.

 Número de atrasos na produção devido às indisponibilidades.

ORDEM DE IMPORTÂNCIA DE INDICADORES MAIS UTILIZADOS

1) DISPONIBILIDADE DE PRODUTOS
Falta de produtos na hora da venda são motivos alegados por clientes para não comprar
mais daquele fornecedor. Piora quando o vendedor completa a venda, confiando nos dados
do sistema, e depois verifica que não existe o produto no estoque.
2) TEMPO DE ENTREGA
É o tempo dispendido do momento do efetivo pedido, até a entrega do produto ao cliente.
Notem que a percepção do cliente é do tempo total, pois ele não identifica as etapas do
processo.
3) CUMPRIMENTO DO PRAZO
É a medida da quantidade de vezes que ocorre atrasa na entrega do fornecedor. Se ele
deixa de cumprir o prazo várias vezes, mesmo que alternadas, perde credibilidade.
4) FREQUÊNCIA DE ENTREGA
Quantidade de vezes por período de tempo que o fornecedor efetua entregas. Se o produto
requer giro rápido, as entregas devem ser nos períodos mais curtos possíveis, ou seja, com
grande frequência.
5) SISTEMA DE REMEDIAÇÃO DE FALHAS
Ao acontecer uma falha, o fornecedor deve ter uma solução a mais rápida possível para
sanar aquela falha.
6) FLEXIBILIDADE
O fornecedor deve ser o mais flexível possível no atendimento às necessidades do cliente.
7) APOIO NA ENTREGA FISICA
O fornecedor deve ter meios que facilitem a entrega dos produtos para o cliente.
8) SISTEMA DE INFORMAÇÃO
O sistema de informações do fornecedor deve contemplar as necessidades principais do
cliente, para que ele tenha segurança quanto ao fornecimento.
9) APOIO PÓS ENTREGA
Após a entrega do produto, não acabou a responsabilidade do fornecedor. Ele deve estar
pronto a atender e solucionar problemas que porventura possam acontecer depois da
entrega.
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

A palavra TRANSPORTE tem origem no latim e significa mudança de lugar.

Assim, transportar é conduzir, levar pessoas ou cargas de um lugar para outro.

É o segundo maior custo para a empresa, perdendo somente para o custo do produto.

SÃO CINCO OS MODAIS DE TRANSPORTE:

1 - RODOVIÁRIO

CARACTERÍSTICAS
• Curtas distâncias
• Cargas completas e incompletas
• Porta à Porta
• Flexibilidade
• Frequência e disponibilidade
• Lei da oferta e da procura

2 - FERROVIÁRIO

CARACTERÍSTICAS
• Longo Curso
• Lento (carga e descarga)
• Transbordo
• Matérias primas
• Acabados de baixo valor agregado
• Boa capacidade de carga
• Cargas completas

3 - DUTOVIÁRIO

CARACTERÍSTICAS
• Transporte de diversos produtos, como água, gás, combustíveis líquidos, e alguns minerais,
por gravidade ou pressão mecânica, através de dutos adequadamente projetados à
finalidade a que se destinam.

4 - AQUAVIÁRIO

CARACTERÍSTICAS
• Lento
• Grande capacidade de carga
• Baixo custo
• Baixo nível de perdas e danos
• Frequência e disponibilidade
• Necessidade de estrutura de apoio
5 - AEROVIÁRIO

CARACTERÍSTICAS
• Velocidade
• Alto Valor
• Aeronaves maiores
• Menor índice de danos e perdas
• Mercadorias de alto valor agregado
• Produtos perecíveis

VELOCIDADE X VOLUME

Quanto maior a velocidade de um modal de transporte, menor a sua quantidade transportada.

Quanto maior a velocidade de um modal de transporte, maior é custo do transporte.

MODAL VELOCIDADE CUSTO


Aeroviário Alta Alto
Rodoviário Média Médio
Ferroviário Baixa Baixo
Aquaviário Baixa Baixo

ESTOQUE E ARMAZENAMENTO

“Local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado à
sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a
necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionada à
política geral de estoques da empresa”.
João José Viana

ORGANIZAÇÃO DO ESTOQUE

RECEBIMENTO:
 Descarga, Conferencia qualitativa, conferencia quantitativa e regularização.
 Recebimento dos materiais
 Conferência dos documentos
 Conferência dos materiais
 Envio dos materiais para o almoxarifado

ARMAZENAGEM:
 Guarda, Preservação, Separação, Liberação para entrega e Venda de inservíveis.
 Conferência dos materiais
 Organização dos materiais
 Guarda dos materiais até o uso
 Separação dos materiais de acordo com os pedidos
 Envio dos materiais para a Distribuição.
EXPEDIÇÃO:

 Programação e Entrega
 Conferência do material separado
 Embalagem adequada do material
 Emissão dos documentos de saída
 Conferência e embarque do material

INVENTÁRIO FÍSICO

 O QUE É INVENTÁRIO FÍSICO?


É a contagem física dos materiais em estoque e a sua comparação com os registros
existentes na empresa.
 NECESSIDADE DE INVENTÁRIO
O inventário é necessário para que exista uma correlação exata entre as quantidades
existentes no estoque e as quantidades descritas nos registros que a empresa mantem.
 TIPOS DE INVENTÁRIO
Existem os inventários gerais, que são feitos ao final do período fiscal e os inventários
rotativos, que são definidos de acordo com a necessidade de cada empresa.
 RESULTADOS DO INVENTÁRIO
É feita uma comparação entre quantidade encontrada no estoque e os registros da
empresa, são feitos ajustes dos estoques para as divergências, um relatório de divergências
com as ações alternativas de solução, é medida a acurácia do estoque, e tudo isto utilizando
as melhores práticas do mercado.

EMBALAGEM E MANUSEIO SE MATERIAIS

A embalagem desempenha duas funções básicas:

Marketing
Na perspectiva de marketing, a embalagem age como uma forma de promoção e propaganda.

Logística
Na ótica da logística, a embalagem tem duplo papel: primeiramente, proteger o produto de avarias
durante o armazenamento e transporte. Em segundo lugar, a embalagem pode facilitar o
armazenamento e a remoção do produto, reduzindo o manuseio e os custos de movimentação.

 Embalagem: tem como objetivo proteger e distribuir produtos ao menor custo possível.
 Embalagem Primária: é o recipiente que está mais próximo ao produto (Marketing).
 Embalagem Secundária: são os acessórios que se somam à embalagem primária.
 Embalagem de Transporte: são as utilizadas para proteção dos produtos durante o
armazenamento e transporte.

Tipos de embalagem
 Caixa de papelão;
 Tambores;
 Fardos;
 Recipientes Plásticos;
 Plástico com bolhas de ar.

As embalagens buscam atender às principais necessidades do Marketing, do Transporte, da


Armazenagem e da Distribuição dos produtos.
PRINCIPAIS DIFICULDADES NA UTILIZAÇÃO DA LOGÍSTICA

Fatores que dificultam o melhor uso de logística


• falta de cultura de trabalho com enfoque integral
• carência de informações contábeis que apoiem a tomada de decisões logísticas
• falta de hábito de trabalho com parceiros
• falta de ferramentas

ALEMANH

ESPANHA

FRANÇ

Outros problemas:
 Tamanho do Brasil (país de dimensões continentais).
 Relação complicada entre PIB x POPULAÇÂO x ÁREA.
 Demora na efetivação do país como unidade autônoma.
 Convivência durante uma época importante e longa com altíssimos índices de
inflação.
 Demora em atingir alto padrão de desenvolvimento.
ESTRATÉGIA COMPETITIVA

É o conjunto de planos, políticas, programas e ações desenvolvidas por uma empresa ou unidade
de negócios para ampliar ou manter, de modo sustentável, suas vantagens competitivas frente aos
concorrentes.

Ohmae, 1983: Sem competidores não haveria necessidade de estratégia, pois o único propósito do
planejamento estratégico é tornar a empresa apta a ganhar, tão eficientemente quanto possível,
uma vantagem sustentável sobre seus concorrentes.

Porter, 1985: A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra
as forças que determinam a competição industrial.

Mintzberg, 2000: É através da estratégia que a empresa irá se posicionar na tomada de decisões,
quanto a corporação e a competitividade, ou seja, como fará o direcionamento da organização, a
fim de agir diante das ameaças da concorrência.

Liderança em Custos
Vantagens competitivas pela oferta de produtos e serviços a custos mais baixos que os
concorrentes

Diferenciação
Vantagens pela introdução de elementos de diferenciação nos produtos e serviços, elevando os
preços

Foco
Vantagens ou pela oferta de produtos e serviços mais baratos ou pela diferenciação dos mesmos,
mas em um segmento de mercado mais localizado ou restrito.

INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA REVERSA

Canal Reverso de Reuso: Leilões de Empresas

Um exemplo de canal reverso de grande importância é o da venda industrial de materiais em


leilões, na forma de sucata e equipamentos usados, constituindo-se em fonte primária de pós-
consumo, em que são adquiridos e coletados bens de pós-consumo ou pós-uso: bens do ativo fixo
em condições de uso, como máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, veículos etc.; partes de
equipamentos ou peças sem condições de uso, denominadas genericamente de 'sucatas'; sobras
industriais de processo ou subprodutos de processo; excessos de estoques de insumos e matérias-
primas, entre outros.

Canal Reverso de Pós-Venda: E-commerce

O comércio eletrônico - subdividido no sistema business-to-business (B2B), com 109 bilhões de


dólares comercializados nos Estados Unidos em 1999, e no sistema business-to-consumer (B2C),
com 18 bilhões de dólares comercializados nesse país em 1999 - tem experimentado enorme
crescimento em todo o planeta.

O comércio eletrônico entre a empresa e o consumidor final apresenta as mesmas características


do comércio de vendas por catálogo. Ambos pertencem ao setor denominado 'canal direto de
vendas', ou seja, um nível de devoluções por não conformidade às expectativas do consumidor da
ordem de 25 a 30% em relação ao total das vendas, o que o caracteriza como um dos mais
importantes canais de distribuição reversos de bens de pós-venda.

Canal Reverso de Pós-Consumo: Embalagens Descartáveis

Outro exemplo de canal reverso de importância econômica crescente é o das embalagens em geral,
sejam elas primárias ou de contenção dos produtos, secundárias ou de contenção das primárias ou
unitizadas para o transporte.

Trata-se de um segmento que tem se adaptado e contribuído de forma significativa para as


modificações mercadológicas e logísticas requeridas na distribuição física, garantindo elevada
eficiência e tomando-se também altamente descartável. Importantes conteúdos tecnológicos têm
sido introduzidos nesse segmento industrial para tornar essas embalagens mais leves,
transparentes, seguras e baratas, melhorando as condições promocionais dos produtos,
adaptando-as às novas condições de vida da sociedade moderna e facilitando as condições de
distribuição física.
Conforme abordado a Logística Reversa cuida dos fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de
consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de
disposição final.

Os canais de distribuição são classificados em dois: Canais Reversos de pós-consumo e Canais


Reversos de pós-venda. Por exemplo, uma geladeira usada, já sem serventia para seu dono original,
pode ser vendida para uma empresa de conserto e comercialização de equipamentos de segunda
mão. Ela é transportada até a oficina, reparada e, uma vez revendida, conduzida ao novo endereço.
Assim temos um exemplo de Canais Reversos de pós-consumo.

Outro tipo importante de Canais de Distribuição Reversos é o de pós-venda. Nesse caso, incluímos
um retorno de embalagens e a devolução de produtos ao varejista ou fabricante. Por exemplo,
Rogers e Tibben Lembke (1998) mencionam que 25% dos produtos vendidos por empresas de
catálogos nos Estados Unidos são devolvidos pelos consumidores, seja porque não serviram (no
caso de roupas e de calçados), seja porque o comprador não ficou satisfeito, seja por outra razão
qualquer.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BALLOU, Donald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e


Logística Empresarial. 4ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BOWERSOX, Donald; CLOSS, David I. Logística Empresarial: O Processo de Integração da Cadeia de


Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BOWERSOX, Donald I. et all. Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística. Rio de Janeiro: Elsevier,
2007.

LEITE, Paulo R. Logística Reversa. São Paulo: Prentice – Hall, 2003.

KLEBER, Fossati et all. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Atlas,
2003.

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