Você está na página 1de 1

O utilitarismo, uma corrente filosófica criada no século XVIII pelos filósofos britânicos Jeremy

Bentham e John Stuart Mill, é um sistema ético que avalia a moralidade de uma ação com base
em suas consequências. O objetivo principal do utilitarismo é maximizar a felicidade e
minimizar o sofrimento. Portanto, uma ação é considerada moralmente correta se resultar na
maior quantidade de felicidade para o maior número de pessoas.
No caso da “Bebê Teresa”, os pais dela, sabendo que ela não poderia viver por muito tempo
devido à sua condição de anencefalia, propuseram a doação de seus órgãos ainda em vida para
beneficiar outras crianças. No entanto, a lei não permitia a remoção dos órgãos até que o
doador estivesse morto.
Do ponto de vista utilitarista, a decisão de doar os órgãos da Bebê Teresa poderia ser vista
como a ação correta, pois poderia ter resultado na maior quantidade de felicidade para o
maior número de pessoas. A doação dos órgãos poderia ter salvado a vida de outras crianças,
o que poderia ser visto como um resultado positivo que maximiza a felicidade e minimiza o
sofrimento.
No entanto, é importante notar que o utilitarismo é apenas uma das muitas teorias éticas e
nem todos concordam com seus princípios. Além disso, cada caso é único e pode haver outros
fatores a serem considerados.

A deontologia é uma teoria ética que se concentra no dever moral ou nas regras, em vez das
consequências de uma ação. Ela foi popularizada pelo filósofo Immanuel Kant e é
frequentemente contrastada com o utilitarismo.
No caso da “Bebê Teresa”, a deontologia poderia ter uma perspectiva diferente. De acordo
com Gonzalo Herranz, presidente da comissão deontológica da Federação de Colégios Médicos
de Espanha, o fato de se considerar a eutanásia para uma criança sem cérebro "nasce da
mentalidade de intolerância à deficiência"2. Ele sugere que, se essa mentalidade se espalhar,
pode começar com a morte de crianças anencéfalas e acabar com a morte de crianças com
síndrome de Down.
Portanto, do ponto de vista deontológico, a decisão de doar os órgãos da Bebê Teresa
enquanto ela ainda estava viva poderia ser vista como moralmente errada, pois violaria o
dever moral de respeitar a vida humana, independentemente da condição de saúde da pessoa.
No entanto, é importante lembrar que a deontologia é apenas uma das muitas teorias éticas e
nem todos concordam com seus princípios. Além disso, cada caso é único e pode haver outros
fatores a serem considerados.

A ética das virtudes é uma abordagem filosófica que enfatiza o caráter moral do indivíduo, em
vez de regras ou consequências. Ela se concentra no desenvolvimento de virtudes pessoais,
como coragem, justiça, prudência e integridade.
No caso da “Bebê Tereza”, a ética das virtudes poderia considerar várias virtudes. Por
exemplo, a compaixão dos pais em querer ajudar outras crianças através da doação de órgãos
de sua filha poderia ser vista como uma virtude1. No entanto, a prudência também poderia ser
considerada, pois os pais precisariam equilibrar o desejo de ajudar os outros com o respeito à
vida de sua filha.
A ética das virtudes também poderia considerar a integridade dos médicos envolvidos no
caso. Eles teriam que equilibrar seu dever profissional de salvar vidas com o respeito à vida da
Bebê Tereza.
No entanto, é importante lembrar que a ética das virtudes é apenas uma das muitas teorias
éticas e nem todos concordam com seus princípios. Além disso, cada caso é único e pode
haver outros fatores a serem considerados.

Você também pode gostar