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Todo vilão tem sua donzela (2ª G)

Sinopse: 20 anos se passaram após o nascimento de Bruno e Catarina. No dia do aniversário


deles uma festa em um rancho é organizada em homenagem aos dois, com direito a muita
bebida e muita putaria. Fran foi abusada sexualmente e moralmente pelo padrasto durante
toda sua infância e parte de sua adolescência. Conseguiu superar o trauma com ajuda de um
namoradinho da escola e de sua melhor amiga. Após uma briga em casa, ela vai embora de
casa e é acolhida por Thamires.

Bruno (Imperador) Cabral, 20 anos e solteiro. Filho da Babi e do JR, irmão gêmeo de Duda.

Catarina (Cat) Cabral, 20 anos e enrolada. Filha da Babi e do JR, irmã gêmea de Bruno.

Franciellen (Fran) Marinho, 17 anos e solteira. Foi embora de casa e foi morar com Thamires.

Thamires Gomes, 19 anos e solteira. Filha da Fabi e do Ph. Acolheu Fran em sua casa já que
mora sozinha.

Igor Costa (Russo), 21 anos e solteiro. Filho da Maísa e do Pezão.

Luana Souza, 16 anos e solteira. Filha da Ninja e do Vigarista.

Emanuelle Souza, 22 anos e solteira. Filha do Vigarista com a ex-mulher.

Guilherme Salvador, 21 anos e solteiro.

Leonardo (Dado) Silva, 26 anos e solteiro.

Heitor Gomes, 23 anos e namorando.

Nathalia Fidelis, 19 anos e namorando.

João Monteiro, 20 anos e solteiro.

Pedro (Liminha) 24 anos e namorando.

Thalita Gomes, 19 anos e solteira.

Ana Luísa Ferrari, 20 anos e solteira.

Jamilly da Silva, 30 anos.

Yan da Silva, 8 anos, filho da Jamilly com o Dog

Rebeca Andrade, 22 anos, ex mulher do Liminha e solteira.


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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 1º capítulo 💎 Imperador narrando
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Dinheiro pra gastar com bebida e mulher. Fama e poder pra ser considerado onde eu estiver. Família e
amigos sempre ao meu lado me dando forças para seguir o meu caminho. E foi assim que eu cresci no
morro e eu já estou mais do que preparado pra assumir o lugar do meu pai.
Levantei da minha cama na manhã de quinta-feira, tomei um banho, coloquei uma cueca da Calvin Klein,
uma bermuda Nike, meu boné na cabeça e calcei minhas havaianas. Coloquei na cintura minhas duas
pistolas e as minhas pratas. Tomei um banho de perfume, peguei as chaves da minha moto e sai voado
de casa. No rádio, recebi um toque do meu pai me mandando ir para a casa dele.
Cheguei lá, desci da minha moto e quando entrei minha irmã gêmea, Cat, estava sentada no sofá toda
jogada enquanto assistia TV.
Imperador: Fala piranha. –Enchi a mão e dei um tapa na cabeça dela. Conhecendo bem como conheço a
Cat, tomei um saco firme no meio das costas, mas antes que ela recuasse a segurei pelo antebraço.
Cat: Eu odeio você, Bruno!
Imperador: Bom dia cara de cu. –Ri e ela revirou os olhos.
Cat: Bom dia, seu idiota.
Imperador: Calma princesa.
Cat: Vai caçar o que fazer seu viadinho do caralho. –Ela se soltou, me deu uma trombada e subiu às
escadas.
Babi: Vocês dois acordam animados para brigar. –Ela saiu da cozinha com um pano de prato em mãos e
me olhou.
Imperador: Não tenho culpa de nada.
Babi: Você nunca tem culpa de nada, não é Bruno? –Ela riu e voltou para a cozinha. Entrei na cozinha
logo atrás dela.
Imperador: O que tem pra comer aqui coroa?
Babi: Por que não comeu na sua casinha? –Minha mãe é muito coruja, chega dá nos nervos. Então ela
sempre vem com umas piadinhas por não aceitar eu ter ido morar sozinho. Sendo que já fazem uns
quatro anos que estou na outra casa.
Imperador: Porra mãe, lá não tem nada pra comer. –Cocei a cabeça e fiz cara de pena pra ela.
Babi: Pois aqui tem o mesmo que tem na sua casa: Nada. –Ela jogou o pano de prato na minha cara e
abriu a geladeira farta de comida.
Imperador: Porra, depois fala que não tem nada. –Ela fez uns pães com queijo e presunto pra mim com
Nescau-. Melhor mãe do mundo, na moral.
Babi: Valoriza porque não sou eterna.
Imperador: Falando em gente velha, cadê meu pai? Me mandou vir pra cá. –Dei uma mordida no meu
pão, depois de mastigar dei uma golada no meu Nescau.
Babi: Ih não sei do seu pai não, ele sai e não dá satisfação. Vou meter o pau naquele cretino.
Imperador: Barraco? Adoro!
Babi: Vai caçar o que fazer, Bruno. –Ela pegou o mesmo pano de prato que havia jogado em cima de mim
minutos antes e bateu com ele nas minhas costas.
Imperador: Isso dói. –Reclamei com pão na boca.
Babi: Problema seu, não senti nada. –Ela riu e saiu da cozinha. Mal dei outra mordida no meu pão quando
ouvi a voz do meu pai me gritando.
JR: PORRA BRUNO, CARALHO! ONDE VOCÊ TA?
Imperador: Aqui na cozinha... –Falei mansinho né? Não sou bobo nem nada de peitar meu pai. Já tomei
cada porrada dele. Levantei da mesa e o meu pai entrou de braços cruzados.
JR: Tu não conferiu a porra das paradas que chegaram ontem?
Imperador: Não deu tempo de conferir, logo o padrinho chegou me chamando pra resolver umas paradas
no outro morro.
JR: Quem é que te manda? –Ele arqueou uma das sobrancelhas. Às vezes fica difícil saber uma resposta
para dar pra ele ou até mesmo pra minha mãe, foda viu.
Imperador: O senhor.
JR: E quando eu mandar é pra você fazer o que?
Imperador: Fazer na hora e te obedecer.
JR: Isso ai. –Ele desfez o olhar durão e abriu um sorriso-. Agora dá um abraço no pai e bora lá tomar uma
cerveja. –Dei um abraço de lado no meu pai rindo. Meu coração até deu uma aliviada agora-. Meu
moleque vai fazer 20 anos, orgulho do pai. –Ele riu e deu umas porradinhas nas minhas costas. Qualquer
dia minha coluna vai partir no meio de tanto que batem nas minhas costas.
Terminei meu pão e fui para o barzinho com o meu pai. Quando cheguei o Pezão e o Russo estava lá.
Russo: Fala moleque bom. –Eu ri e fizemos um toque de mão.
Imperador: Fala viado, qual é da parada?
Russo: Porra a ansiedade ta a mil pra chegar logo amanhã.
Pezão: Moleques né. –Meu padrinho gastou nós dois. Meu pai deu risada.
JR: Parece que nunca foram numa festa.
Imperador: Porra tão me tirando? Festinha é comigo mesmo, rei do baile aqui. –Bati no peito e ri.
Russo: Só deixa os dois gastando, homem de coleira nem cola nesse tipo de festa.
Pezão: Ram, vai achando que é só vocês dois que ainda tem gás. –Ele riu. Enchi meu copo de cerveja e
dei uma golada, oooh maravilha! O papo ali estava firme juntou ainda com as cervejas bem gelada, adoro.
Russo: Thami está vindo pra cá. –Ele disse olhando para frente, olhei pra trás e a Thamires veio se
quebrando na nossa direção e se aproximou. Gostosa é apelido pra ela viu? Porra...
Imperador: Qual foi Thamires?
Thamires: Preciso que vocês dois me ajudem a resolver um problema.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 2º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Eu acordei com a gritaria do meu padrasto e da minha mãe. Eles vivem brigando e não é coisa pouca. É
briga de deixar minha mãe com marcas roxas, sangrando. Depois de muito tempo eu aprendi a não me
meter na briga dos dois. Minha mãe teve tantas oportunidades de se livrar dele, os vizinhos já me
disseram para abrir mão dela porque pelo visto ela gosta de apanhar dele. Ela já o denunciou inúmeras
vezes, mas sempre volta atrás e inventa uma desculpa esfarrapada para polícia.
Levantei da minha cama, fiz minhas higienes matinais e fui para a cozinha. Meu padrasto não parava de
gritar e então pelo barulho ele estava surrando minha mãe. Meu coração doía ao ouvir aquilo? Sim e
muito. E é por isso que eu estou chorando. Eu estava cansada dele, cansada da minha mãe idiota,
cansada dessa casa tumultuada onde não se pode dormir nem até um pouquinho mais tarde. Cansada do
meu padrasto bêbado todo dia dizendo que só ele coloca dinheiro dentro dessa casa. E só ele mesmo.
Minha mãe depende dele pra tudo, porque o querido não a deixa trabalhar e ela acha que isso é normal.
Ele a trata feito cadela e a babaca ainda acha lindo ficar de cu para cima o dia inteiro lavando, passando,
cozinhando para o imprestável do meu padrasto.
Meu pai se separou da minha mãe justamente porque ela o traiu com o meu padrasto. Meu pai era
perfeito, carinhoso, trabalhador, não faltava nada dentro de casa e tratava-me e a minha mãe muito bem.
Já fazem nove anos que o meu pai morreu e desde então minha vida virou um inferno. Minha mãe nunca
acreditou nas minhas confissões de abuso e me proibiu de abrir a boca para alguém. Eu superei esse
trauma e coloquei isso ao meu favor. Me fez uma mulher mais forte, mais consciente do que eu quero. E é
por isso que eu junto cada centavo que recebo da pensão do meu pai. Tenho várias clientes como
manicure e ajudo minha tia a fazer docinho e salgadinho para festas. Tudo isso porque quando eu
terminar o colégio e passar na faculdade, eu vou sair dessa casa. Eu vou me livrar desse inferno.
Perdida nos meus pensamentos nem percebi que estava olhando para a geladeira vazia. Fechei a
geladeira e vi meu padrasto saindo do corredor. Ele me olhou enfurecido, veio até a mim em dois passos
largos e me pegou pelo braço.
Fran: Me larga Fábio. –Tentei me soltar dele.
Cristina: Fran, fica quieta. –Minha mãe veio até a entrada cozinha, com o nariz e o supercílio sangrando.
Fran: Fica quieta você! –Falei com raiva, peguei uma faca que estava na bancada atrás de mim firme e
apontei para a garganta dele.
Cristina: FRANCIELLEN! PELO AMOR DE DEUS NÃO FAZ ISSO.
Fran: SAI DAQUI AGORA! –Gritei com ela e o meu padrasto ao me sacudir, acabei rasgando seu braço
com faca. Minha mão suja de sangue, eu olhei assustada e com o coração batendo forte a primeira coisa
que fiz foi sair correndo para o meu quarto.
Fábio: SUA CADELA, PIRANHA, VAGABUNDA IGUAL A MÃE. –Ele urrava de dor do lado de fora e começou
a chutar a porta do meu quarto que estava trancada. Passei a mão na minha cabeça e mesmo tendo a
sujado de sangue não liguei.
Fran: Ai meu Deus o que eu vou fazer? –Olhei para os lados e bati o olho na minha cômoda. A arrastei
para segurar a porta que meu padrasto não parava de chutar.
Cristina: FRAN MINHA FILHA ABRE A PORTA PELO AMOR DE DEUS. –Eu estava farta disso tudo.
Troquei de roupa rapidamente, enchi minha mochila com todo o meu dinheiro, documentos, peguei meu
celular e pulei pela janela. Sai correndo pelo quintal, sai na rua e corri até a outra rua. Sentei na calçada
com a mochila nas costas e liguei para a minha amiga Thamires.

🔸 Início da Ligação 🔸
Fran: Thami! Ainda bem que você atendeu, eu preciso da sua ajuda.
Thami: O que houve? Que voz estranha é essa?
Fran: Eu sai de casa, fui embora. Meu padrasto e a minha mãe estavam brigando...
Thami: Não precisa dizer mais nada amiga, já entendi tudo e eu tenho a solução para os seus problemas.
Fran: O que não? Você não precisa...
Thami: Escuta Fran, vem para a minha casa e aqui iremos conversar. Estou indo na rua agora e quando
você estiver chegando me liga que eu vou encontrar com você.
Fran: Tudo bem Thami.
🔸 Fim da Ligação 🔸

A Thami mora na favela e não é longe daqui. Na verdade o morro onde ela mora dava para ver da minha
casa e em dia de baile ouvia perfeitamente o som do funk do meu quarto. Já frequentei baile funk com a
Thami, mas no momento estou mais tranquila.
Eu conhecia bem os vaporzinhos que ficavam na entrada do morro, conhecia pelo nome e não pelo
apelido. Eles me deixaram subir e quando estava chegando perto da casa da Thami quase 20 minutos não
precisei nem ligar. Ela estava parada na frente de sua casa junto com dois meninos, rolei os olhos
mentalmente. Não existe pessoa pior nesse mundo do que o Bruno, conhecido popularmente por
Imperador. Então vem a pergunta que não quer calar: Imperador de que? Eu tomei nojo dele não só pelo
tempo que ele passou estudando comigo, sim, apesar dele ser mais velho ele reprovou algumas vezes e
passou estudar comigo e com a Thami, mas logo depois nunca mais voltou para a escola e isso era no
segundo ano. Ele vivia tirando a Thami de mim, não que eu tivesse ciúmes, mas eu tinha certeza que ele
fazia isso de propósito. Fora que ele me tratava com ignorância sem motivos. Sua irmã, Catarina, era a
sensação do colégio e ela sim é uma pessoa boa que sempre foi educada comigo. Enquanto o Bruno
carregava a Thami para longe de mim, a Cat ficava conversando comigo durante o intervalo.
Russo: Fran! –Ele veio até a mim e me abraçou. Conheci o Russo em um baile funk que vim aqui há muito
tempo e ele também sempre foi um amor comigo.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 3º capítulo 🎈 Thamires narrando
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A cara que a Fran fez ao ver o Imperador era involuntária. Bom, eu não sei por qual motivo os dois não se
gostam simplesmente não se gostam. O Imperador diz que é porque ela faz abuso com a cara dele, ela
diz que o motivo é que ele sempre me puxa para longe dela e a trata com aversão. E sinceramente? Fogo
no cu dos dois. Eles nem se conhecem, estudaram juntos por dois bimestres e pra quê todo esse rancor?
Thami: Solta ela Russo! –Puxei o Russo para longe dela e ele riu.
Russo: Calma morena me deixa só da um beijo na baixinha.
Thami: Beijo você dá depois.
Imperador: Thami, o que você queria que eu e o Russo resolvêssemos? Não temos o dia inteiro.
Thami: Deixa-me conversar com a Fran primeiro.
Fran: Para que mesmo a presença dos dois?
Russo: Se quiser eu posso ir embora. –Ele fingiu se sentir ofendido.
Fran: Para de ser bobo. –Ela riu.
Imperador: Beleza, quando for um assunto conveniente me chama. –Ele subiu em sua moto.
Thami: Para de fogo no piru, Imperador. –Ele rolou os olhos e cruzou os braços-. Anda Fran, vamos
entrar. –Abri o portão, a Fran entrou e o Russo em seguida. Encarei o Imperador e cruzei meus braços-.
Será que você pode deixar de ser um pouco menos infantil?
Imperador: Eu ainda não entendi pra quê estou aqui.
Thami: Imperador, ela está com problemas.
Imperador: A cara dela não é de quem está com problemas.
Thami: Não é preciso chorar e se desesperar para demonstrar problemas.
Imperador: É o que as pessoas costumam fazer.
Thami: A Fran não é uma pessoa de costumes, vamos entrar. E por favor, preciso muito que você e o
Russo nos ajudem.
Imperador: Tanto faz. –Ele deu de ombros e desceu da moto. Dei um beijo em seu rosto quando ele
passou por mim-. Vai ficar me devendo.
Thami: Anota na minha conta.
Imperador: Pode ter certeza. –Entramos na minha casa, a Fran estava sentada em um dos sofás com a
mochila do lado e o Russo deitado no outro sofá.
Thami: Imperador vai ajudar.
Fran: Ajudar em que?
Thami: No seu problema.
Fran: Thamires! –Ela me repreendeu com o olhar-. Você não sabe o que acontecer e...
Thami: Já chega não é mesmo Fran? Olha só eu não aguento mais você dentro daquela casa, não
aguento o imbecil do seu padrasto, não aguento a otária da sua mãe. Até quando? Me diz, por favor, eu
não aguento mais sentir meu coração apertado toda vez que você chega naquela casa.
Fran: Mas foi por isso que eu fui embora. –Ela disse sem graça.
Russo: Caralho mano, que fita viu. O que pegou na sua casa? –A Fran apenas com o olhar me disse que
não era para eu dizer o que acontece dentro da casa dela.
Thami: Ok meninos, eu só preciso que vocês peguem as coisas da Fran na casa dela.
Imperador: Por que ela não pega? Ela tem duas mãos em perfeitas condições.
Russo: Porra mano, só bora fazer. –Ele olhou já entendendo que a situação não era nada agradável.
Thami: Por favor, Imperador. A Fran não pode voltar.
Imperador: Não tenho culpa se ela não consegue ser sociável nem com a família dela.
Fran: Eu não tenho culpa de não ter nascido em uma família perfeita como a sua.
Imperador: Então se fode sozinha, não tenho culpa dos seus problemas. –Ele saiu da minha casa e bateu
a porta atrás dele. A Fran levantou do sofá, prendeu seu cabelo em um nó frouxo-. Olha Thami, eu sei
que sua intenção é sempre as melhores, mas chamar o Bruno aqui não foi uma boa ideia.
Russo: O que eu perdi aqui?
Thami: Russo, conversa com o Imperador e vai à casa da Fran pegar as coisas dela.
Russo: Claro Thami. O que você mandar é ordem. –Ele sorriu e saiu da minha casa.
Thami: Vocês dois não mudam em nada não é mesmo?
Fran: Thami é ele quem não gosta de mim. Eu nunca fiz nada para esse garoto. E pra quê mesmo o
chamou aqui?
Thami: Eu só quero que o seu padrasto pague pelos erros dele.
Fran: Eu posso ficar aqui por um tempo?
Thami: Claro que pode amiga. –Fui até ela e a abracei-. Pode ficar pra sempre se quiser.
Fran: Ai também não né. –Ela riu.
Thami: Claro que sim, mas me conta, o que deu em você para sair de vez de casa? –Sentamos no sofá e
ela jorrou as palavras sobre mim sem pensar duas vezes. Ouve um tempo atrás em que a Fran mantinha
segredo de mim várias coisas e depois que ela me contou do seu passado a barreira que ficava entre nós
duas foi ao chão e nos tornamos melhores amigas mesmo.
Fran: Enfim, Thami, eu estou decidida mesmo em não voltar. Cansei da minha mãe, quero mesmo que ela
se vire com o meu padrasto para lá.
Thami: Está mais do que certa, sua mãe que colocou esse homem dentro da casa de vocês e ainda por
cima ele só trouxe o mal.
Fran: Verdade. –Ela concordou mexendo na bainha de seu short.
Thami: Então algo para alegrar nosso dia, hoje a noite vamos viajar para o rancho. Final de semana
inteiro vai rolar a festa de aniversário do Imperador e da Cat.
Fran: Nem pensar que eu vou na festa desse idiota. –Ela rolou os olhos.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 4º capítulo 🐾 Russo narrando
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Pelo que notei o Imperador e a Fran não se dão bem, porém são poucas pessoas que o Imperador gosta
mesmo, então eu nem ligo.
Russo: Porra parceiro, bora lá pegar as coisas da Fran.
Imperador: Para aquela garota lá? Nem pensar mano, tenho outras paradas pra fazer.
Russo: Outras paradas o que Imperador? Para de tiração, bora lá fazer a parada que a Thami mandou.
Imperador: Porra mano, aquela garota é maior falsa, ninguém merece não.
Russo: Falsidade o que, a menina é firmeza. Não mexe com ninguém, na dela e agora está precisando da
nossa ajuda porra.
Imperador: Beleza, Russo. Bora logo fazer isso. –Subimos nas nossas motos-. Você sabe onde que é a
casa dela?
Russo: Sei porra, sei de tudo. –Ri e fui na frente dele mostrando o caminho. Nós demos uma bagunçada
no meio dos carros apostando corrida até que eu virei em uma rua e parei a moto em frente a casa da
Fran. Bem simples e sem chamar muita atenção.
Imperador: Aqui que aquela garota mora?
Russo: É cara. –Um homem saiu no portão, ele estava com o braço enfaixado e com uma cara feia.
Xxx: O que vocês estão fazendo no meu portão? Caiam fora seus filhos da puta.
Imperador: Ta ficando maluco mermão? Ta catando de galo pra cima da pessoa errada. –Desci da moto e
o Imperador já estava peitando o cara e colocando o dedo na cara dele.
Russo: Qual foi tio, viemos aqui tratar de umas paradas pra Franciellen.
Xxx: Aquela cadela foi embora e se vocês quiserem levar a piranha da mãe dela podem levar, agora saiam
da minha casa.
Russo: Mais respeito com a mina porque ela é parceira, vamos entrar pra pegar as paradas dela e tu fica
no sapatinho.
Xxx: E se eu não deixar entrar na minha casa?
Imperador: Não vai querer mexer com a gente. –O Imperador levantou a camisa disfarçadamente para
mostrar sua arma e eu fiz o mesmo encarando feio o homem-. Dá licença que estamos entrando. –
Trombei naquele cara e entrei na casa dele. O Imperador veio logo atrás de mim. Uma mulher loira com o
rosto todo inchado, roxo e com sangue no canto dos lábios entrou na nossa frente.
Xxx: Quem são vocês? O que querem aqui? –Ela falou apavorada-. Desculpa pelo meu marido, ele é um
pouco estourado.
Russo: Ih tia para de meter a louca, ninguém quer nada contigo não. –Dei um empurrão nela de lado - Dá
licença aqui na humildade, onde que é o quarto da Fran?
Xxx: Minha filha não está, ela foi à padaria.
Imperador: Tu nem sabe onde sua filha ta. –Ele falou com desprezo e rolou os olhos-. Olha só coroa,
mostra o quarto da garota que não tem erro.
Xxx: O que vocês fizeram com a minha menina?
Russo: Ih tia tu liga pra ela depois. –Ele saiu entrando pelo corredor, a mãe da Fran foi atrás dele e eu os
segui.
Imperador: Detesto gente que coloca meus esquemas pra trás, cai fora coroa. –Ele foi abrindo as portas
até que no final do corredor chegamos a um quarto e ele estava todo revirado.
Xxx: É o quarto da minha filha.
Russo: Beleza agora sai daqui. –Bati a porta na cara dela.
Imperador: Porra que bagunça do caralho aqui, mina porca eu hein.
Russo: Claro que isso não foi a Fran que fez.
Imperador: Que merda aquela piranha fez pra sair de casa?
Russo: Mano eu não sei, mas isso ta me parecendo a treta entre a mãe e aquele cara lá da rua.
Imperador: Certeza porra, mulher toda roxa lá, deve ter tomado uma porrada feia. Também né? Chata
pra caralho.
Russo: Cala a boca e me ajuda a catar as coisas da Fran.
Imperador: Chato pra caralho né mano. –Ele de mau humor começou a me ajudar a juntar coisas da Fran
dentro de duas malas que achamos dentro do guarda-roupa dela.
Depois de colocar tudo ali dentro saímos pela janela para não ter que dar de cara com a mãe chatona
dela. Subimos nas nossas motos e voltamos para o morro.
Chegamos à casa da Thami, deixamos as coisas lá e fomos almoçar na casa da tia Babi. Assim que entrei
bati o olho na Catarina que descia as escadas e sorriu ao me ver.
Cat: Russo! –Ela veio pulando até a mim e me abraçou.
Russo: Fala Cat. –Beijei sua testa-. Como é que você está?
Cat: Eu estou bem e você?
Russo: Suave.
Imperador: Só tem o Russo aqui?
Cat: Que me interessa sim. –Ela piscou pra ele e saiu andando indo para a cozinha.
Russo: Sabe que ela é do caralho feito você. –Ri.
Imperador: Vai se fuder Russo. –Ele entrou na cozinha e eu fui atrás. A tia Babi estava terminando de
colocar o almoço na mesa.
Russo: E ai tia, posso tirar o rango aqui hoje?
Babi: Claro que pode meu amor, fica a vontade.
Cat: Quando é que você não almoça aqui não é?
Babi: Para de ser implicante, Catarina!
Russo: Deixa ela, tia, depois fica me pedindo pra levar ela pra cima e pra baixo. –Ela rolou os olhos.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 5º capítulo ❄ Catarina narrando
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Depois de almoçar fui para o meu quarto terminar de arrumar minha mala. Peguei meu celular e enviei
mensagem no Whatsapp para a piranha da Thami.

📨📨📨
Cat: Vagabunda 😽👊
Thami: Qual foi piranha?
Cat: Já arrumou suas coisas?
Thami: Já sim, agora estou ajudando a Fran arrumar as coisas dela. Vou levar ela para o rancho comigo.
Cat: Qual Fran?
Thami: Franciellen, minha amiga.
Cat: Ah sim, aquela que o Imperador odeia? 😂😂😂 Saudades da Fran cara, tempão que eu não a vejo.
Thami: Essa mesmo, aquele idiota do seu irmão não dá uma brecha. Estou bolada com ele.
Cat: Amiga, mas é aquilo né? Imperador quando não gosta, ele não gosta mesmo.
Thami: É fogo, os dois não se conhecem e ficam nesse mimimi 💆
Cat: Eu só vou observar as tretas que vão rolar esse final de semana.
Thami: Observar o que Catarina? Você é piranha, vai ficar com a boca colada em um pau o final de
semana inteiro 😁
Cat: Vai tomar nesse cu Thamires 😂😂😂 Foi contigo mesmo que eu aprendi manjar das chupadas.
Thami: Mas não foi mesmo. Deixa-me ir lá amiga, depois a gente conversa mais e eu apareço por ai de
noite com a Fran.
Cat: Está bem, manda beijo pra Fran.
📨📨📨

Thami levando a Fran para a festa com certeza o Imperador iria provocar a garota, conheço bem o irmão
que eu tenho.
Desliguei-me dos pensamentos, coloquei meus fones de ouvido e coloquei na playlist do Matheus e Kauan.
Fiquei ouvindo música, cantando e arrumando minha mala.
Depois de um tempo, finalizei de arrumar minhas malas e ouvi o grito do meu pai.
JR: CATARINA! –Chega me arrepiei com a voz do meu pai, com certeza ele está bravo com alguma coisa
que o Imperador fez e eu vou ter que consertar.
Deixei meu celular em cima da cama, sai do meu quarto e desci às escadas rapidamente.
Cat: Oi pai, o que aconteceu? –Ele estava com uma cara de bravo, andando de um lado para o outro.
JR: Porra estou te chamando a maior tempão.
Cat: Desculpa pai, estava arrumando minhas coisas.
JR: Tudo bem, viu o seu irmão?
Cat: Se ele não está na boca, ele está comendo mulher.
JR: Preciso que você faça um favor para mim.
Babi: CATARINA NÃO VAI FAZER FAVOR NENHUM PARA VOCÊ, JR, EU JÁ TE AVISEI E NÃO VOU
REPETIR. –Ela gritou de onde quer que ela esteja.
JR: Sua mãe parece que coloca escuta na casa porra. –Ele fez uma cara de emburrado e eu ri.
Cat: Mamãe já avisou. –Joguei-me no sofá.
Babi: ISSO MESMO EIN? MINHA FILHA FAZ FACULDADE E A OBRIGAÇÃO DELA É COM OS ESTUDOS E
NÃO COM O MORRO.
JR: Na boa porra, eu vou matar o Bruno. –Ele rolou os olhos e saiu de casa.
Desde os meus 16 anos eu cumpro alguns serviços para o meu pai, mas minha mãe sempre me manteve
na linha para que não perca o meu foco. Na verdade, meu coração é dividido entre o morro e o meu
futuro como Engenheira Civil. Mas é aquilo né? Mais um corre não vai me fazer me perder na faculdade e,
além disso, eu estou de férias da faculdade e seguindo para o segundo período.
Levantei do sofá, ajeitei minhas havaianas no meu pé e sai de casa. Meu pai estava parado ao lado de sua
moto conversando com a tia Ninja.
Cat: Tia! –Abri meus braços e ela me abraçou.
Ninja: Oi Catarina, como você está? –Ela beijou meu rosto.
Cat: Estou bem e você?
Ninja: Bem.
Cat: Luana veio com a senhora?
Ninja: Veio nada, quem veio foi a Emanuelle. Jhony vai trazer a Luana mais tarde.
Cat: O que ela quer aqui? –Se tem uma pessoa que eu odeio profundamente com todas as forças é a
Emanuelle. Meu pai me repreendeu com o olhar porque ele sabe muito bem que eu estava fazendo cara
feia. Tentei relaxar a minha expressão facial.
Ninja: Ela disse que iria para o rancho com vocês, como ela estava lá em casa eu a trouxe de carro.
Cat: Agora você já sabe onde o Imperador está, estou indo para a boca. –Tomei a chave da mão do meu
pai, subi na moto e voei para a boca. Nem deu tempo de ouvir o comentário que a minha tia fez.
Depois vem sempre um idiota dizer que briga não tem pé nem cabeça, mas é só essa piranha da
Emanuelle aparecer que o Imperador some. Engraçado né? E ainda levá-la para o nosso aniversário. Será
que esse imbecil não pode demonstrar um pingo de respeito comigo.
Dado: Qual foi Cat? Cara feia é essa? –Ele é um dos homens do meu pai e futuro do Imperador.
Cat: Se eu for pra cima de alguém hoje nem tenta me segurar.
Russo: E ai princesa. –Ele saiu de uma salinha e ao se aproximar de mim me abraçou de lado.
Fiquei aguardando meu pai com suas ordens junto com o Russo e o Dado, porque eu só confiava nos dois.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 6º capítulo 💎 Imperador narrando
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Depois do almoço, bati um ronco na casa da minha mãe e depois meti o pé pra rua. Quando estava
descendo pra minha casa, bati o olho na Emanuelle subindo junto com a tia Ninja. Parei minha moto para
cumprimentá-las. Havia convidado a Manu para a festa no rancho, mas eu queria mesmo é que a minha
festa começasse a partir de agora.
Imperador: Onde as moças elegantes estão indo? –Perguntei sorrindo para as duas.
Ninja: Oi Bruninho. –Ela beijou meu rosto.
Imperador: E ai tia? Cadê o tiozão?
Ninja: Seu tio ficou lá no morro, mais tarde ele vai subir pra cá.
Imperador: Ah sim... E ai Manu. –Olhei para ela com um sorriso de lado safado que eu sei que a faz ficar
louca.
Manu: Oi Bruno. –Ela veio até a mim em cima da moto e me abraçou. Cheiro dela é gostoso demais, porra
pae, que serumaninho maravilhoso.
Imperador: Thami está por ai, já a viu?
Manu: Que nada, acabei de chegar.
Ninja: Crianças fiquem ai, que eu já vou lá. –Ela riu, despediu-se da gente e foi andando.
Manu: Vai me levar lá na Thami? –Ela perguntou mexendo no meu cordão.
Imperador: Sabe que não né loirinha. –Abri um sorriso de lado e a olhei dos pés a cabeça.
Manu: Você é muito safado, Imperador. –Ela riu.
Imperador: Qual foi? –Alisei sua cintura por dentro de sua blusa.
Manu: Qual foi nada. –Ela sorriu olhando para baixo. Levantei o rosto dela tocando em seu queixo a
fazendo olhar pra mim, mordi os lábios e sorri pra ela.
Imperador: Eu estou a toa agora, podemos ir lá pra casa e podemos fazer o que você quiser.
Manu: Você é cara de pau né? –Ela riu e entrelaçou os braços em volta do meu pescoço-. Nunca é o que
eu quero. –Ri.
Imperador: É que eu não resisto a você.
Manu: Vamos lá seu cachorro. –Abri um sorriso de vitória, liguei a moto, a Manu subiu e eu fui voado pra
minha casa.
Descemos da moto, entramos na minha casa e ela foi sentar no sofá.
Imperador: Quer alguma coisa?
Manu: Quero não. –Fechei a porta e sentei ao lado dela. Puxei suas pernas para cima da minha e fiquei
acariciando.
Imperador: Você sumiu ein.
Manu: Não sumi nada, a gente conversou essa semana inteira.
Imperador: Conversar é diferente de vir me ver.
Manu: Ah, eu tenho que vir te ver? –Ela riu-. Você sabe bem onde é a minha casa.
Imperador: Sua mãe fica me olhando torto.
Manu: Ela olha torto pra todo mundo. –Ela rolou os olhos e prendeu o cabelo em um nó frouxo.
Imperador: Mas sabe como é também meu pai né loira? Eu tenho altos compromissos pra fazer.
Manu: Um homem importante. –Ela sorriu e se aproximou mais de mim.
Imperador: Sabe que eu sou. Senta mais pertinho de mim, fica longe não. –A puxei pela perna e ela veio
sentar de vez no meu colo-. Assim é melhor. –Alisei suas costas.
Manu: Você se aproveita demais de mim.
Imperador: Eu me aproveito? Você é mais velha do que eu, abusa de mim desde quando eu era moleque.
Manu: Eu não abuso nada. –Ela sussurrou aproximando o rosto do meu, ela passou a unha de leve pelo
meu rosto e eu fiquei com os olhos fixos no dela.
Imperador: E o que é isso que você está fazendo? –Perguntei entrando no jogo dela.
Manu: Fica quietinho, Imperador. –Ela desceu a mão até a minha nuca e me beijou. Deslizei minha mão
por sua coxa até por dentro de sua blusa. O beijo estava lento e calmo, nossas línguas se tocavam e
brincavam entre si. Fiquei passando a mão por dentro de sua blusa, abusando e aproveitando bastante da
presença dela.
Imperador: Vamos ficar mais a vontade na minha cama, loira? –Perguntei entre o beijo.
Manu: Vamos. –Ela sorriu e voltou a me beijar. Levantei do sofá com ela no meu colo, aproveitei e a
peguei com uma perna em cada lado do meu corpo. Fui andando para o meu quarto confiando no meu
mapa mental, porque eu estava entretido naquele beijo. Ela arranhava minha nuca levemente e me
puxava mais para o beijo.
Chegamos em meu quarto, a deitei em minha cama e fui para cima dela. Parei de beijá-la, desci meus
lábios até seu pescoço e depositei alguns beijos, dando algumas mordidinhas enquanto ela suspirava e
passava as unhas pela minha costa. Meu celular começou a tocar e ele é pouco escandaloso.
Manu: Atende amor.
Imperador: Não é nada de importante. –Falei já descendo para os seios dela.
Manu: Vai logo, eu espero. –Peguei meu celular no bolso da minha bermuda, era meu pai e atendi.
🔸 Início da Ligação 🔸
JR: Acho bom você não está com a Emanuelle.
Imperador: Eu com a Manu? Jamais. –Ri.
JR: Fazendo o que então caralho? Que eu to atrás de tu.
Imperador: Eu estava descansando na casa de mãe e fui ajudar a vó com as compras lá.
JR: Sua sorte é que você mete um k.o muito bom. –Dei risada e desliguei.
🔸 Fim da Ligação 🔸
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 7º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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A noite chegou e junto com ela a ansiedade do pessoal de ir para o rancho logo. Para eu ir ou não era
indiferente. Por mais que eu odeie admitir, estava preocupada com a minha mãe sozinha com o meu
padrasto.
Cat: Meninas, vamos lá pra casa, minha mãe fez jantar e a gente come antes de ir.
Thami: Opa! Comida da tia Babi não da pra dispensar. –Não conhecia os pais da Cat, mas sabia pelas
histórias que a Thami e a Cat contavam que os dois eram um amor só.
Cat: Então vocês duas já levam as malas de vocês, ai ficamos lá em casa direto.
Fran: Tudo bem. Vou tomar banho primeiro está bem, Thami?
Thami: Vai lá. –Levantei da cama dela e a Thami me deu um tapa na bunda.
Fran: Sua vaca! –A empurrei na cama e a Cat riu.
Fui pegar uma roupa que havia separado para poder ir para o rancho, peguei uma toalha da Thami e fui
para o banheiro.
Tomei um banho de 15 minutos e lavei meu cabelo também usando o shampoo e condicionador da Thami
mesmo. Terminei meu banho, sequei-me, coloquei minha roupa e sai do banheiro.
Roupa da Fran: http://goo.gl/DAAVrc
Thami: Deixa-me ir lá, porque eu estou louca pra comer.
Cat: Só pensa em comer, cruz credo.
Thami: E fazer amor também.
Fran: Vai lá piranha. –Retribui o tapa na bunda dela quando ela passou por mim na porta do quarto e foi
para o banheiro.
Cat: E ai Fran, me conta dos boys. –Ela veio sentar no pé da cama e me olhou enquanto eu ia me
arrumando.
Fran: Não sei quais boys, quero saber se você e o Russo já se pegaram. –Ela riu um pouco sem graça.
Cat: Eu e o Russo somos amigos.
Fran: Amizade... Não é isso que ninguém vê, eu que nem fico perto de vocês sei que rola um clima
intenso entre os dois.
Cat: Não sei qual clima intenso é esse que você fala. –Ela riu e mexeu no cabelo-. Ele fica dando moral
para essas piranhas.
Fran: E você se incomoda por ciúmes. –Ri passando a make.
Cat: Ciúmes eu sinto mesmo, sinto ciúmes do traste do Imperador, por que não do Russo que é meu pau
mandado?
Fran: Sentir ciúmes do Bruno é o fundo do poço. –Ri.
Cat: Não dá pra escolher irmão, ainda mais quando nasce junto contigo. Imperador é o fundo do poço em
todos os sentidos, mas até que aquele cretino presta um pouquinho.
Fran: Deus me livre. –Rolei os olhos.
Cat: Tomara que ele tome outro chifre da vadia da Emanuelle.
Fran: Bruno é corno manso? –Gargalhei.
Cat: E ainda não admite, todo mundo vê as paradas e ele ainda da ibope para aquela magrela seca.
Fran: Você não vale nada Catarina. –Terminei minha make.
Cat: Ainda tem a audácia de olhar nos meus olhos e falar que não estava com aquela vaca. Como se eu
não conhecesse aquele bosta. –Olhei pra ela através do espelho e a vi emburrada com os braços
cruzados. A bicha é tão bonita que até com ciúmes é linda.
Fran: Liga não, Bruno vai ter o que merece pela glória do senhor. Aquele dali fica metendo em pepeca
suja, vai acabar sem piru.
Cat: Limpa o veneno do canto dos lábios. –Ela riu e desfez a cara bolada.
Fran: Eu gosto de deixar aqui no cantinho para as pessoas verem quem eu sou.
Cat: Boba demais. –A Thami voltou do banho, se arrumou e enquanto isso a Cat chamou o Russo para vir
buscar a gente. Ele chegou, pegou minhas coisas e da Thami, colocou no carro dele, entramos e ele deu
partida para a casa da Cat.
Russo: Vocês duas acham que eu sou capacho de vocês, Fran não entra na onda delas também.
Cat: Mas você é nosso capacho. –Ela estava ao lado dele no carro e colocou a mão na nuca dele.
Russo: Sou o caralho.
Cat: Claro que é. –A Thami me cutucou e fez sinal com o nariz para os dois. Eu entendi o olhar dela e a
olhei perguntando “Sério?” e ela assentiu.
O Russo parou o carro em frente a uma casa e nós descemos.
Thami: Vai ficar por aqui nego?
Russo: Vou nada, vou ali do outro lado fazer uma parada. –Ele abriu um sorriso.
Cat: Parada, aham sei. –Ela riu.
Thami: Nem fala amiga. –Ela rolou os olhos.
Russo: Relaxa gatinhas, tem Russão pra todo mundo. –Ele riu e saiu correndo.
Fran: Doidinho.
Cat: Deixa-o com as doideras dele. –Ela deu de ombros e riu abrindo o portão-. Entra ai meninas, Fran
seja bem-vinda.
Fran: Dá licença, Cat.
Thami: Aqui é casa pra todo mundo. –Ela riu e me deu um tapinha na bunda.
Fran: Para sua safada. –Ri. Entramos na casa e a sala estava escura, mas dava pra ver bem que tinha
alguém no sofá com outra pessoa no colo.
Imperador: Qual foi meninas? –Só pelo tom de voz já percebi que ele ficou puto por ser atrapalhado. A
Cat acendeu a luz e olhou para o irmão com uma loira no colo que estava com o rosto vermelho.
Cat: Minha mãe sabe que você trouxe vagabunda para dentro da casa dela? –Ela estava puta pra caralho.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 8º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Catarina e Emanuelle no mesmo ambiente não tem como sair coisa boa. Será que o Imperador tem merda
no lugar de cérebro? Sinceramente, se ele sabe que a Cat é estressada e ainda por cima odeia a Manu,
pra quê trazer a menina aqui? Se ele tem a casa dele, por que ele não a leva para lá?
Imperador: Catarina não fala assim da Manu! –Ele levantou puto do sofá, em dois passos estava perto da
Catarina apontando o dedo na cara dela. Os dois têm a mesma altura e fragilidade não faz parte da
personalidade de ambos.
Cat: Você tira o dedo da minha cara, não vem se fazendo de homem na frente da sua piranha. –Ela deu
um tapão na mão dele e ele ficou vermelha de raiva.
Imperador: Vem aqui garota! –Ele a pegou pelo braço, antes que eu impedisse, a Fran estava entre a
Catarina e o Imperador.
Fran: Solta a garota, Bruno! Você não tem vergonha de fazer isso com a sua irmã? –Ela o empurrou. Olhei
para a Manu sentada no sofá.
Thami: Manu vai embora de fininho. –Sussurrei pra ela que olhava com uma cara de assustada, a Manu
vestiu sua blusa e saiu pela porta que dava para a varanda.
Nesse instante que eu gastei com a Manu, o Imperador pegava a Fran pelo braço e a olhava com raiva.
Imperador: QUAL É O SEU PROBLEMA, GAROTA? POR QUE VOCÊ PRECISA SE METER ONDE VOCÊ NÃO É
CHAMADA SUA PIRANHA? POR QUE NÃO FICA DENTRO DA MERDA DA TUA CASA? NINGUÉM TE
CHAMOU AQUI.
Thami: Cala a boca, Imperador! Solta a Franciellen agora. –Fui pra cima do Imperador e nisso a Cat puxou
a Fran pra trás dela.
Cat: Escuta bem o que eu vou falar com você, Imperador, a sua sorte é que meu pai e a minha mãe
gostam muito daquela garota. Mas você abre seu olho, meu pai já disse que isso aqui não é motel.
Imperador: Ta bom Catarina, fica falando com suas amiguinhas ai! –Ele saiu de casa puto, bateu a porta e
em seguida bateu o portão.
Cat: EU ODEIO O BRUNO! –Ela bateu o pé no chão e saiu andando subindo as escadas.
Thami: Que cena. –Me joguei no sofá e encarei a Fran.
Fran: Garoto estúpido! –Ela disse alisando seu braço direito, os dois tinham a marca da mão do
Imperador.
Thami: Fazer o que né? Ele é acostumado a fazer o que quer.
Fran: Vou falar com a Catarina.
Thami: Vou com você. –Levantei do sofá e fui junto com a Fran para o quarto da Cat.
Ao entrarmos, vi que a Cat estava sentada na cama dela olhando para o nada. Durona do jeito que ela é
duvido que choraria por conta de uma briga com o Imperador, mas com certeza ela estava chateada.
Fran: Cat, você quer conversar?
Cat: Não quero conversar.
Thami: Então quer falar mal do Imperador? –Sentamos na cama.
Cat: Não quero e também não vou mais para o rancho.
Fran: É o seu aniversário, é a sua festa. As pessoas vão por causa de você.
Cat: Não quero olhar na cara do Imperador por um bom tempo.
Thami: Vocês dois são complicados ein, explodem fácil demais.
Cat: Não posso fazer nada se ele quer fazer da minha casa um puteiro.
Fran: Thami, não tem como nem defender o Imperador.
Cat: A casa não é dele, essa garota não presta e eu não sou obrigada a nada. –Ela cruzou os braços
emburrada e eu tenho a solução dos problemas dela.
Thami: Fran, vamos lá a minha casa comigo? Eu me esqueci de fechar a porta dos fundos.
Fran: Tudo bem, vamos.
Thami: Cat, já voltamos.
Cat: Beleza meninas. –Eu e a Fran saímos do quarto da Cat, descemos as escadas e demos de cara com
os pais da Cat e do Imperador chegando.
JR: Oi meninas. –Ele sorriu.
Thami: Oi tio, oi tia.
Babi: Oi meninas.
Thami: Essa é a Fran, minha amiga.
JR: A menina que se mudou pra cá certo?
Fran: Sou eu sim. –Ela sorriu um pouco sem graça e olhou pra baixo.
Babi: Vão ficar pra jantar?
Thami: Claro que vamos, boca livre é com a gente né amiga?
Fran: É sim. –Ela deu uma risadinha baixa.
JR: Seu pai ligou, Thami, ele quer falar com você.
Thami: Ué, o senhor virou vaporzinho dele pra ficar dando recado? –Rolei os olhos e cruzei os braços.
Babi: Vish, nem meto. –Ela riu e foi pra cozinha.
JR: Você é pior do que a sua mãe ein. –Ele riu, passou pela gente e subiu às escadas. Sai junto com a
Fran da casa.
Fran: Você e o seu pai brigaram? Você não me contou.
Thami: Brigamos sim! Ele fica achando que me manda.
Fran: Ele é seu pai, só quer seu bem.
Thami: Meu bem nada! O Heitor é o rei, pode fazer o que quiser. Se ele pode eu também posso.
Fran: Não julga mal seu pai, aproveita enquanto você ainda o tem ao invés de ficar brigando por coisa
boba. –Odeio quando a Fran dá um tapa desses na minha cara.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 9º capítulo 🐾 Russo narrando
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Estava botando ferro quente na boca da Diana dentro de um beco quando meu rádio começou a apitar.
Pensei que fosse um dos manos, mas na verdade era a Thami. A Diana continuou a me mamar, eu estava
ficando louco já enquanto falava com a Thami.
🔸 Início da Ligação 🔸
Thami: Russo cadê você?
Russo: Ahh... Eu? Eu to... Eu to na boca, resolvendo umas paradas.
Thami: Boca? Para de ser caozeiro. Catarina está precisando de você.
Russo: Porra... Porra agora não dá. Ai meu Deus!
Thami: Você tem dois minutos pra gozar, é caso de vida ou morte.
Russo: Pode nem fuder em paz.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Russo: Vai sua safada, continua ai. –Peguei com força no cabelo dela e soquei meu pau na boca dela
como se estivesse fudendo uma bucetinha. Ela bateu com o meu pau em sua língua e eu joguei meu
leitinho em sua boca. Gozei gostoso, guardei meu pau, olhei para os lados e para ela.
Diana: Já vai? –Ela levantou do chão se ajeitando.
Russo: A gente se vê por ai. –Sorri e sai correndo do beco. Dei uma passada na minha casa, tomei um
banho, coloquei uma cueca Box preta, uma bermuda e o meu boné pra trás. Passei perfume e
desodorante, escovei os dentes, calcei minhas havaianas e sai de casa. Fui a pé mesmo pra casa da Cat,
já que meu carro havia ficado por lá.
Sai entrando e o tio estava sentado no sofá vendo TV.
Russo: Fala aê tio.
JR: Qual foi menor, suave?
Russo: Na tranquilidade. E ai, cadê a Catarina?
JR: Está lá em cima.
Russo: Vou lá falar com ela ta?
JR: Beleza. –Subi às escadas e fui até o quarto dela. Eu e a Catarina tínhamos uma grande amizade, até
eu começar a ter uns sentimentos confusos por ela. Mas é impossível evitar aquela marrenta. Abri a porta
de seu quarto e entrei de fininho. A luz estava apagada e ela estava deitada no escuro.
Cat: Nem ousa deitar comigo, eu estou brava. –Ela disse sem se mexer.
Russo: Eu te deixei brava?
Cat: Não.
Russo: E foi quem?
Cat: Quem você acha que foi?
Russo: Então você sabe que não tem motivos para me afastar.
Cat: Claro que tem.
Russo: Não, não tem motivos para me afastar. –Fechei a porta e sentei na cama ao lado dela-. O que o
Imperador fez dessa vez?
Cat: A Emanuelle.
Russo: Toda vez que o Imperador voltar com ela você vai ficar assim?
Cat: Vou.
Russo: Ele é seu irmão cara e não sua propriedade.
Cat: É a minha propriedade sim! Se ele divide a mesma cara do que eu, então quem manda nele sou eu.
Russo: Você fica uma graça quando está bolada. –A puxei para deitar no meu colo e ela veio.
Cat: Ela vai o machucar como sempre, será que ele não vê o quanto ela só está com ele por status? Pela
condição que ela dá pra ele?
Russo: A Manu é legal, Cat.
Cat: Se você for falar bem dessa garota é melhor você voltar pra rua.
Russo: Legal quem? –Ri-. Beleza, vamos lá. O mano fica com a Manu há um tempão, ela meteu uma par
de gaia nela e ele também nela.
Cat: Lembrando que ele só a chifrou porque foi chifrado e eles tinham terminado.
Russo: Cala a boca advogada de pobre, eu to falando agora. Imperador é complicado, Catarina, acha
mesmo que alguma mina firmeza vai aguentar ele? Nem eu aguento ele às vezes e a minha amizade com
ele é tipo um casamento. Nem você aguenta o Imperador. E a Manu aguenta ele, deve ser por isso que
quando ela chega ele se joga pra cima dela como sempre.
Cat: Mas é claro que eu aguento o Imperador, mas ele me irrita e dá vontade de esfregar a cara dele no
asfalto. E depois, sempre que essa vagabunda está presente ele me ignora. Ela estava esse tempo todo
sem aparecer, só porque vamos para o rancho ela volta a falar com o Imperador? Me poupe.
Russo: Quem procurou foi ele.
Cat: Babaca! Escravoceta! Deixa os assuntos do morro de lado pra ficar atrás de Emanuelle. Eu quero só
ver o dia em que meu pai cismar que não vai mais passar porra nenhuma pra ele.
Russo: Para de reclamar, Cat, deixa o Imperador pra lá. Você ficar ai reclamando não vai adiantar nada.
Ele não vai mudar, ele se sente bem assim e o que a gente pode fazer?
Cat: Nada né. –Ela deu o braço a torcer parecendo chateada.
Russo: Agora vai se arrumar pra gente poder ir logo para o rancho.
Cat: Eu não vou.
Russo: Seu cu que você não vai, levanta logo esse rabo daí e se arrumar.
Cat: Eu estou falando sério, eu não vou! –Ela sentou na cama, fez perninha de índio e me olhou.
Russo: Você fala do seu irmão, mas você também é carne de pescoço.
Cat: Foda-se.
Russo: Anda, se arrumar e vamos logo. Quero ficar bêbado ainda hoje.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 10º capítulo ❄ Catarina narrando
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O Russo encheu tanto o meu saco que eu acabei cedendo às vontades dele. E bom, até agora está
valendo a pena. Porque eu, a Thami e a Fran não paramos de cantar um segundo sequer dentro do carro.
E o Russo entrou na onda também, uma bagunça só.
Cat: Vocês são os melhores.
Thami: E você querendo perder tudo isso por causa de Imperador.
Cat: Eu nem quero saber dele.
Russo: Daqui a pouco está lambendo o cu dele.
Thami: Né não Russo. –Eles riram e eu rolei os olhos.
Cat: Vamos ver só então.
Thami: Cara não adianta, você e o Imperador brigam hoje e amanhã estão se amando.
Cat: Dessa vez é diferente.
(...)
Chegamos ao rancho e como previsto só havia um carro ali que era do Imperador. Ele veio junto com a
Emanuelle. A festa aconteceria da tarde de sexta até quando Deus quisesse.
Sai do carro, o Russo abriu a porta do porta-malas, peguei minhas coisas e entrei na casa junto com as
meninas. O Imperador veio saindo de um corredor com a Emanuelle logo atrás deles.
Imperador: Chegaram! –Ele deu uma risadinha. Rolei meus olhos, passei por ele e fui procurar um quarto
para mim. Não havia muitos quartos por ali, então teria que dividir com alguém.
Deixei minha mala em cima da cama e o Russo entrou dentro do quarto.
Russo: Cat?
Cat: Oi nego. –Olhei pra ele.
Russo: Bora ficar lá fora, tem bebida e o Imperador vai fazer churrasco.
Cat: Vou colocar um biquíni e já vou.
Russo: Beleza. –Ele saiu do quarto e depois voltou.
Cat: Qual foi garoto? –Ri.
Russo: Vai ficar nesse quarto todo sozinha?
Cat: Eu vou ficar com as meninas né.
Russo: Thami e Fran estão em outro quarto. –Ele me olhou com uma carinha de cachorro sem dono e eu
ri.
Cat: Depois coloca suas coisas aqui, Russo. Você não vale nada. –Ele veio até a mim e beijou minha testa.
Ele meteu o pé ali do quarto e eu comecei a me trocar rapidamente antes que ele voltasse. Coloquei a
parte debaixo do biquíni e do nada a porta se abriu com tudo. Pensei que fosse o Russo, mas era só o
Imperador. Coloquei a parte de cima rapidamente, sem nem ligar de saber que era o Imperador. Ele já
havia me visto assim umas dez mil vezes.
Imperador: Vai dividir o quarto com o Russo? –Ele cruzou os braços e arqueou uma das sobrancelhas.
Cat: Vou e daí?
Imperador: Você não acha que isso é demais não?
Cat: Demais o que garoto? Eu hein, vai tomar conta da sua vida que da minha quem cuida sou eu. E,
aliás, se eu quisesse palpite sobra a minha vida consultava uma cartomante. –Peguei meu short, meu
celular e sai do quarto. Fui para a sala, terminei de me vestir lá. O Imperador não satisfeito veio atrás de
mim e me pegou pelo braço.
Imperador: Você acha que eu estou brincando com você Catarina? –Ele gritou comigo e me sacudiu.
Catarina: Brincando Bruno? Você não tem moral nenhuma pra falar comigo. –O pessoal saiu da varanda e
veio ver o que estava acontecendo.
Russo: Ei cara, larga ela. –Ele se meteu e empurrou o meu irmão pra trás.
Imperador: Não se mete Russo, isso não é contigo.
Russo: Claro que é mano, você foi atrás da garota pra brigar com ela por besteira. Ta cansado de saber
que meu lance com a Catarina é de amizade porra! Qual é o teu problema? Tu não veio com a Emanuelle?
Então vai atrás dela porra, a mina quer te dar e você de palhaçada. –Ele me pegou pelo braço, sorri
debochada para o Imperador e fui com o Russo para a cozinha.
Russo: Ele te machucou? –Ele olhou para o meu braço e acariciou.
Catarina: Ih para com essa. –Ri-. Sou casca dura.
Russo: Casca dura, aham sei.
Catarina: Está me tirando é?
Russo: Claro que não, jamais.
Thami: Que clima você e o Imperador ein. –Ela disse entrando na cozinha com uma garrafa de Skol beats
na mão seguida pela Fran que não bebia nada.
Catarina: Imperador muda quando a Emanuelle está por perto.
Fran: Ele é seu irmão, não deveria agir assim contigo.
Russo: Ela também é assim com ele.
Thami: Ai ciúmes bobos dos dois. Se o Russo comer a Catarina ele vai ser o último a saber.
Catarina: Cala a boca Thamires! –Senti meu rosto ficar vermelho e o Russo caiu na risada. Essa doida vive
implicando falando que eu e o Russo vamos ficar, mas ele é só meu amigo, isso jamais rolaria.
Russo: Vocês são ridículas. –Ele riu e saiu andando pra fora dali.
Fran: Mas ele é muito gostosinho boba, não perde a oportunidade.
Catarina: Logo você Fran. –Ri passando a mão no rosto.
Fran: Ué, posso fazer nada. –Ela riu.
Catarina: Vamos beber, vamos lá pra fora que amanhã o babado é certo.
Thami: Assim que se fala cachorra. –Ela me deu um tapinha no peito-. Eu e a Fran vamos colocar nossos
biquínis e já vemos. –As duas foram para o quarto, peguei uma cerveja e fui para a varanda.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 11º capítulo 💎 Imperador narrando
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Eu odeio brigar com a Catarina, mas ela parece fazer tudo para me deixar irritado. Primeiro fica se
metendo nas minhas paradas com a Manu, ofende a garota por nada e agora vem com esse papinho de
dividir o quarto com o Russo? Ah para mano, conheço bem o jogo que a Catarina quer fazer comigo e eu
odeio quando ela apela para o meu lado emocional.
Fui para a área da piscina puto e a Manu sentou atrás de mim em uma espreguiçadeira.
Manu: Amor...
Imperador: Não fode Manu.
Manu: Ei, calma... –Ela beijou o meio das minhas costas e passou os braços pela minha cintura-. Não
briga com a sua irmã, poxa.
Imperador: Já briguei.
Manu: E valeu a pena?
Imperador: Ela não entende.
Manu: Ninguém nunca vai entender, você não precisa ficar provando isso para as pessoas e ainda mais
para a sua irmã que é tão cabeça dura quanto você.
Imperador: Tanto faz, Manu. –Dei de ombros.
Olhei para a Catarina e o Russo brincando na varanda, um correndo atrás do outro e rindo.
Manu: Você precisa deixar que ela faça o que quer, ai ela deixará que você faça o que quer.
Imperador: Eu sei que o Russo gosta dela, Manu, todo mundo sabe. Isso não é amizade, ele só vai fazer o
que tiver que fazer e meter o pé.
Manu: Ah então ele vai fazer o mesmo que você faz com todas? –Ela deu gargalhada, dei um aperto em
sua coxa e ri.
Imperador: Basicamente isso.
Manu: Olha, é aniversário de vocês, eu posso ir embora. Sei que minha presença vai incomodar a ela e eu
sei que vai acabar rolando briga. Me conheço, sei que na hora que eu me estressar mesmo vou pra cima
dela.
Imperador: Não faz isso Manu. –Virei pra ela já puto-. Porra, a Catarina não tem que fazer nada com
você.
Manu: Que nada. Quando você voltar eu te dou seu presentinho. –Ela sorriu e alisou meu rosto.
Imperador: Não vou deixar você ir embora. –Abri um sorriso, fui indo pra cima dela fazendo com que ela
deitasse.
Manu: Se comporta, Imperador. –Ela riu alisando meu braço.
Imperador: Sabe que eu não consigo.
Xxx: EU CHEGUEI SEUS PUTOS! BOTA TIRO PARA O ALTO PORQUE A PRINCESA DA PORRA TODA
CHEGOU. –Ouvi umas buzinas. Levantei em um pulo e olhei para o carro entrando no rancho. Era o tio
Vigarista junto com a louca da Luana.
Catarina: Prima linda! –A Luana saiu do carro e foi correndo abraçar a Catarina.
Manu: Chegou a outra, vou aproveitar meu pai ai. –Ela levantou da espreguiçadeira e eu fiquei encarando
ela.
Imperador: Vai fazer isso mesmo cara?
Manu: É duas contra uma.
Imperador: Eu vou te proteger.
Manu: Esquece Imperador. –Ela saiu andando e foi até o meu tio que estava saindo do carro. Rolei os
olhos e fui até a churrasqueira onde o Russo já estava colocando as carnes pra assar.
Russo: Qual foi mano?
Imperador: Manu vai embora.
Russo: Por que porra?
Imperador: Ela acha que vai rolar treta se ela ficar.
Russo: Com certeza né, Catarina morre se você assumir a Manu.
Imperador: Ela morre se eu assumir qualquer uma.
Russo: Corrigindo: Ela morre se você assumir a Manu e ainda a mata também.
Imperador: Papo reto. –Ri. Peguei uma latinha de cerveja no isopor e o tio Vigarista se aproximou.
Vigarista: E ai.
Imperador: Fala aê tiozão. –Fiz um toque de mão com ele.
Russo: Fala aê. –Ele fez o mesmo com o tio.
Vigarista: Vocês cuidem das minhas meninas.
Imperador: Ih, qual foi? Já vai?
Vigarista: Só vim trazer a Luana.
Russo: Que isso tio, bebe umas ai e amanhã você vai embora.
Vigarista: Se eu ficar a Micaela me mata.
Imperador: Mata nada, eu falo com a tia. –Ri.
Vigarista: Com ela não tem essa de falar.
Luana: Qual é a fofoca por aqui? –Ela apareceu do nada rindo e me abraçou de lado.
Imperador: E ai Luh. –Dei um beijo no topo de sua cabeça.
Luana: E ai primo, oi Russão. –Ela foi abraçar ele.
A Manu me chamou para eu ajudar ela pegar suas coisas e eu fui ao quarto pegar as coisas dela. A puxei
para os meus abraços e ela veio rindo na minha direção.
Manu: Para amor.
Imperador: Para nada, você não deveria ir.
Manu: Vai ser melhor assim.
A Manu foi embora, vi o tio sair com o carro do rancho e virei para voltar para a casa.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 12º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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A Catarina nem disfarçou a comemoração quando a Emanuelle foi embora.
Catarina: Catarina 1, Emanuelle 0. –Ela gargalhou e falou enquanto o Imperador caminhava até a gente.
Imperador: Para de ser chata Catarina.
Thami: Vocês estão esperando o que para voltar a se falar? –Ela riu e deu uma golada na sua bebida.
Imperador: Idiota. –Ele rolou os olhos e saiu rindo andando até o seu carro.
Luana: PRIMO LIGA O SOM AI PRA ANIMAR ESSA PORRA. –Ela gritou para o Imperador que fez sinal de
positivo. Ela veio andando até a mim que até então estava sentada olhando para eles conversando-.
Menina você não vai beber nada não? Vai ficar ai sentada?
Fran: Eu estou bem. –Sorri sem graça. Começou a tocar um funk pesadão que eu tive que disfarçar a
animação que me subiu.
Luana: Que bem, abre essa boca, vamos entornar. –Ela pegou na minha nuca e forçou a garrafa na minha
boca. Eu acabei rindo, o líquido entornou pelo canto da minha boca.
Thami: Toma logo essa porra Fran. –Elas riram.
Russo: Opa! Fran vai dar virote.
Fran: Para gente, eu estou de boa. –Ri sem graça me ajeitando.
Catarina: Está bem nada garota. –Ela me puxou com tudo que eu levantei da cadeira, só que ela me
soltou e eu fui parar nos braços do Imperador.
Imperador: Calma gatinha feroz, tem Imperador pra todo mundo. –Ele riu, rolei os olhos fechando a cara
e me afastei.
Fran: Cala a boca seu idiota. –Rolei os olhos.
Imperador: Já fui chamado de idiota o suficiente. –Ele debochou e deu uma golada na sua bebida.
Catarina, Thami e Luana: IDIOTA!
Russo: Porra! Até nisso elas combinam.
Luana: Combinamos mesmo, ainda bem que a sem sal da Manu foi embora porque ela não combina com
o nosso glamour. Até a Fran que eu mal conheço já sei que super combina com o meu brilho. –Ela me
pegou e nos abraçamos.
Fran: Vou adotar essa garota.
Luana: Me adota mesmo, adoro uma casa diferente.
Russo: Você gosta de encher o saco isso sim.
Catarina: Para de falar assim da minha prima seu gordo. –Ela deu um tapa nele.
Luana: Fala que eu encho o saco, mas de madrugada fica mandando áudio dizendo que quer ficar comigo.
–Ela riu e o Russo deu risada, mas eu percebi só pela cara dele que isso não era mentira.
Fran: Nossa ela te explanou legal agora.
Russo: Vacilona da porra essa mina. –Ele riu e deu uma golada na sua bebida.
Imperador: Ih qual foi Russão? Vai negar a princesa agora? –A Thami me deu uma cutucada, segui o
olhar dela em direção a Catarina que estava virando sua garrafa de Skol beats de só uma vez. Ciúmes
detectado com sucesso. Eu e a Thami não nos aguentamos e começamos a rir.
Luana: Qual é a fofoca? Quero saber.
Fran: Abafa.
Imperador: Essa garota é louca, Luana, pelo amor de Deus não dá ideia.
Fran: Bruno eu não estou dirigindo a palavra a você, então não fala comigo.
Thami: Ih vocês dois ein! Não podem respirar o mesmo ar que dá briga.
Imperador: To saindo ver as carnes. –Ele rolou os olhos e foi para a churrasqueira.
Fran: Garoto nojento.
Catarina: Eu quero é saber da treta.
Luana: Ui, o que eu perdi?
Fran: Não perdeu nada, relaxa.
Russo: Vou vazar. –Ele saiu atrás do Imperador.
Luana: Russo, espera ai. –Ela foi atrás dele e ficamos só nós três.
Thami: Que babado não é mesmo? Luana e Russo.
Catarina: Falo é nada. –Ela olhou para sua garrafa vazia-. Vou pegar mais bebida.
Fran: Mas eu me mordo de ciúmes... –Cantarolei baixo. Olhei para o Russo e a Luana conversando no
gramado perto da piscina.
Thami: Esse final de semana só vai ser babado amiga, aguarda só. –Ela deu risada e me puxou para
dançarmos funk. O Imperador trouxe carne para gente, pelo menos ele me deu se não iria virar aquilo
tudo em cima dele.
A Catarina voltou com três garrafas de Skol beats, me deu uma, outra pra Thami e ficou com a outra. Dei
uma golada e voltei a dançar.
Catarina: Russo e Luana ainda não terminaram o papinho.
Fran: Alerta ciúmes!
Catarina: Não fode, Fran, não tem ciúmes nisso. Só estou perguntando.
Imperador: Eu bem que te avisei. –Ele brotou do nado abraçando a Catarina por trás.
Catarina: Não enche o meu saco.
Fran: Ele só sabe fazer isso. –Disse dando uma golada na minha bebida e a terminando.
Imperador: Não fala comigo garoto, escrota.
Catarina: Nossa ein, esse ódio dos dois vai dar namoro viu?
Thami: Não é Cat? Porque nossa mãe.
Fran: Nojo. –Sai andando dali indo pegar mais bebida no isopor. Senti me pegarem pelo braço e era o
Imperador. Ele sorria debochadamente e fitava meus olhos.
Imperador: Se tem tanto nojo assim de mim por que veio para a minha festa?
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 13º capítulo 🎈 Thamires narrando
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A Fran saiu de perto da gente pegar mais bebida e o Imperador foi atrás dela. Ele a pegou pelo braço e a
puxou para perto dele.
Catarina: Cadê a pipoca? –Ela riu.
Thami: Adoro. –Rimos e nos aproximamos pra ouvir o barraco.
Fran: ...Eu vou para onde eu quiser, desde quando está escrito seu nome aqui?
Imperador: Desde quando isso pertence a mim garota. Ta metendo o louco no canto errado e com a
pessoa errada.
Fran: Quem veio se tirando pra cima de mim foi você. Quem sempre cruza o meu caminho é você. Está
achando o que garoto? Que eu tenho medo de você? Não é porque seu pai é dono do morro e você anda
com uma arma na cintura que eu vou ter medo de você. Agora tira suas mãos de mim, seu idiota.
Russo: Ei caralho, acalmem os ânimos, Imperador cala a sua boca. –Ele tapou a boca do Imperador antes
que ele respondesse a Fran.
Thami: Miga sua louca, vem aqui. –A puxei pelo braço e a Cat veio atrás.
Catarina: É por isso que eu amo a Fran.
Luana: Alguém me atualiza das tretas desse lugar.
Catarina: Eu até poderia, mas você estava ocupadíssima com o Russo. –Eu tive que segurar o riso ne não?
Catarina com ciúmes é a melhor coisa.
Luana: Aff, ninguém merece Cat. –Ela riu-. Fran, o que houve mulher? Que barraco foi aquele com o
Imperador?
Fran: Esse menino me irrita mona, não aguento não, vontade que eu tenho é de afogá-lo naquela piscina.
Catarina: Não pode fazer isso com a minha metade. –Ela riu.
Fran: Ele me irrita isso sim.
Depois disso ficamos curtindo o churrasquinho sem muitos estresses, porém foi na hora de dormir que
deu ruim com todo mundo bêbado.
Thami: Se o Russo disse que iria dormir com a Catarina, é com ela que ele deveria dormir e não com a
Luana. Se a Luana quiser que vai dormir com o Imperador. –Resmunguei totalmente tonta no colo da
Fran.
Imperador: Eu não vou dormir com a Luana. –Olhei pra cima e vi que estava deitada no colo do
Imperador.
Thami: Não fode Imperador, então dorme com a Fran.
Imperador: Não vou dormir com aquela fedorenta.
Thami: Minha amiga não é fedorenta, ela é um amorzinho.
Imperador: Fedorenta e cala tua boca sua bêbada. Vem que eu vou te colocar na cama. –Ele me pegou
no colo e eu fiquei deitada com a cabeça no peito dele, não conseguia abrir os olhos e nem falar nada.
Fran: Bruno, coloca ela aqui na cama. –Ele me deitou na cama e eu vi o teto girar-. Nossa amiga depois
eu sou a fraca. –Eu dei uma risada e quase cai da cama-. Calma sua louca!
Imperador: Vai a deixar cair não sua otária.
Fran: Sai daqui Bruno! –Ela deu um tapa nele e eu apaguei logo em seguida.

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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ Luana narrando
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Foi o cúmulo saber que o Russo iria dividir o quarto com a Catarina. E daí que eles são melhores amigos?
Se ele diz que quer ficar comigo com quem ele tem que dormir? Comigo! Eu o amo e por muito tempo
não fui correspondida por ele. Agora que ele estava caidinho na minha, a Catarina não tem nada que
dividir o quarto com ele.
Catarina: Ih Luana, aceita que dói menos, para de graça prima. –Ela entrou no quarto e bateu a porta na
minha cara.
Luana: VAI TOMAR NO SEU CU CATARINA! Para de se oferecer para o Russo. –Ela abriu a porta, veio pra
cima de mim segurando na minha bochecha.
Catarina: Rala daqui Luana que eu não estou com paciência e vou perder todo amor que eu tenho por
você. Eu não me joguei pra cima do Russo, ele que veio pedir pra dormir comigo. Se ele fez mil e umas
juras de amor pra você no Whatsapp e daí? O que você espera que eu faça. Agora você se console com
suas lágrimas porque ele já está na minha cama.
Luana: Sua vagabunda. –Cravei minhas unhas no braço dela e a arranhei com força tirando sangue.
Catarina: Gatinha nervosa. –Ela riu debochada-. Adoro. –Ela piscou, me soltou e voltou para o quarto.
Fran: Qual é o seu distúrbio mental garoto? –Ela saiu do quarto discutindo com o Imperador.
Imperador: Garota eu não estou pra brincadeira contigo.
Luana: Priminho lindo do meu coração! –Me intrometi no meio da briga dos dois, a Fran fuzilou o
Imperador, entrou no quarto e bateu a porta atrás de si-. Outra nervosinha. O que está acontecendo com
as mulheres dessa casa?
Imperador: Nem quero saber. –Ele disse puto e saiu andando.
Luana: Só sobrou o seu quarto, vamos rachar?
Imperador: Ih Luana, você vai é deitar pra dormir viu? Que tu é cobra peçonhenta e eu não to podendo
arrumar confusão com o meu pai.
Luana: Com o meu pai ou com a Manu? –Segurei no braço dele e sorri. O Russo iria ver uma coisa boa pra
tosse. Se ele se diverte com a gêmea, eu me divirto com o outro.
Imperador: Ambos.
Luana: Com a Manu você resolve depois, resolve comigo agora. –Sorri safada.
Imperador: Vai dormir criança, pelo amor de Deus. –Ele rolou os olhos cortando minha vibe. I D I O T A.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 14º capítulo 🐾 Russo narrando
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Minha vibe é a Catarina e já faz um bom tempo que eu deixei de enxergá-la com a zona proibida. Meu pai
me avisou e o Imperador também, mas não faz mal experimentar novas coisas. Ai vem o lance com a
Luana, ah ela rende muito pra cima de mim e eu já sabia que ela louquinha pra me dar, joguei um papo
de zoeira pra cima dela na pilha pelo Imperador e a safada já lotou minha galeria de nude em uma
semana. A Luana é legal, louquinha toda vida, me dá um tesão do caralho. Mas é quando eu olho pra
Catarina que tudo ao meu redor se desfaz. Eu estou um pouco alterado pela bebida, mas não doido ou
bêbado. Não trocaria uma noite agarradinho com a Catarina, pra foder com a Luana. Ela eu poderia foder
a qualquer momento, com a Catarina raro é eu ter essa oportunidade.
Ouvi a Cat quebrar o barraco com a Luana do lado de fora quietinho na cama. Não consegui me conter
em risadas quando a Cat entrou no quarto puta da vida e deu maior porradão na porta.
Russo: Calma morena. –Ri e sentei na cama.
Catarina: Calma o caralho! Dá próxima vez que você prometer alguma coisa para a Luana é melhor você
cumprir, mas que porra você está pensando ein Igor? –Me chamou de Igor a porra está séria.
Russo: Calma cara, não se estressa.
Catarina: Não me estressar? Como não me estressar? Se você marca de dormir comigo você vai dormir
com quem? C O M I G O. E não com a Luana.
Russo: Se eu falar alguma coisa vai mudar a situação?
Catarina: Não. E eu vou tomar meu banho. –Ela pegou suas coisas e saiu do quarto batendo a porta com
força novamente.
Russo: Eita morena barraqueira... –Ajeitei a cama, fiquei só de bermuda e deitei. Fiquei mexendo no
celular e até que enfim essa casa estava silenciosa.
Mais tarde a Catarina entrou no quarto com sua roupa de dormir, fechou a porta dessa vez sem bater e foi
colocar suas coisas na mala.
Russo: Cat?
Catarina: Me deixa.
Russo: Quanto rancor você tem desse seu coração.
Catarina: Que coração? –Ela me fuzilou com o olhar. Se mulher já é um bicho doido, a Catarina então. Ela
veio deitar na cama e eu me aproximei dela enquanto ela estava de costas para mim.
Russo: Você explode de ciúmes com uma facilidade.
Catarina: Estou cuidando do que é meu.
Russo: Ouvi dizer que quem ama cuida.
Catarina: E eu te amo, mas você só vacila comigo. Sério mesmo Russo? Luana? A Luana é legal, eu a amo
de paixão, mas porra não tinha ninguém melhor?
Russo: Tem alguém melhor né.
Catarina: Sempre tem alguém melhor.
Russo: Você só não pode dar esses surtos, Cat.
Catarina: Ela quem veio me acusando, quando você quem se ofereceu pra dormir comigo.
Russo: Eu sei, mas a Luana é bobona ainda.
Catarina: De boba ela não tem nada.
Russo: Ah também né...
Catarina: Vocês já transaram?
Russo: Que?
Catarina: Vocês já transaram? Está surdo?
Russo: Não cara, claro que não. –E não transamos mesmo.
Catarina: Você é meu garoto. –Ela virou rapidamente para mim e me abraçou se aninhando no meu peito-
Eu explodo de ciúmes, de raiva, de amor, mas eu nunca vou deixar de ser sua amiga. Não quero perder
esses nossos momentos, não quero que outra tome meu lugar.
Russo: Para de ser boba, Cat. Nenhuma outra vai tomar seu lugar.
Catarina: Claro que vai, eu sinto que vai.
Russo: Essa outra só vai tomar o seu lugar se você permitir.
Catarina: Você sabe que eu não vou permitir esse tipo de coisa né? –Ela levantou a cabeça rindo e eu
desci a minha. Nossos olhares se encontraram e estávamos tão próximos que a respiração dela fazia
cócegas no meu rosto.
Russo: To amarradão na sua. –Coloquei minha mão na sua cintura dela e alisei.
Catarina: Para de mentir.
Russo: Não estou cara, é papo sério, não percebeu?
Catarina: Ah... –Ela deu de ombros.
Russo: Tu não quer?
Catarina: Não é isso.
Russo: E é o que?
Catarina: As meninas vão ficar me zoando para o resto da vida.
Russo: E você liga?
Catarina: Imperador vai matar você.
Russo: Imperador está preocupado em ferrar com a Fran.
Catarina: E você está preocupado com o que?
Russo: Eu já parei de pensar faz muito tempo. –Disse roçando meus lábios nos dela.
Catarina: Russo?
Russo: Oi?
Catarina: Só queria saber mesmo se isso era um sonho.
Russo: Você está meio chapada, mas não sonhando, cala a boca Catarina. –Enfim a beijei com vontade.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 15º capítulo ❄ Catarina narrando
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Os lábios do Russo tocaram os meus e eu fiquei sem reação. Eu fiquei em dúvida entre corresponder ou
não, então eu acho que fiquei um bom tempo parada até me afastar.
Catarina: Russo, é...
Russo: Desculpa, foi mal. –Ele afastou o corpo dele do meu e tirou a mão da minha cintura.
Catarina: Me desculpa você, é que eu não esperava e... –Fiquei nervosa.
Russo: Vamos dormir Catarina, isso nunca aconteceu. –Ele deu as costas para mim e eu senti o meu
coração pesar. Droga Catarina!
Catarina: Não é isso Russo, vira aqui, vamos conversar...
Russo: Dorme Catarina. –Ele foi curto e grosso. Calei a minha boca, virei para o outro lado com o meu
coração acelerado e custei a dormir.
Eu fui acordada mais tarde pelo Imperador me dando uns beijinhos na bochecha.
Imperador: Acorda Catalina.
Catarina: Não vem tirar média comigo que eu vou te dar um soco.
Imperador: Eu durmo com a piranha da Luana e você ainda quer me dá um soco?
Catarina: Ela deu em cima de você?
Imperador: Não, só ficamos de boa.
Catarina: Acho bom. Cadê o Russo?
Imperador: Abre os olhos pra falar comigo.
Catarina: Não estou a fim, o olha é meu e eu abro se eu quiser.
Imperador: Vim ver se você estava bem, está dando patada então está ótima.
Catarina: Te amo.
Imperador: Te amo também, levanta porque logo o povo vai está chegando.
Catarina: Uhum, quando sair fecha a porta. –Ele me deu um tapa na bunda e saiu do quarto.
Fiquei dando umas cochiladas na cama até que resolvi acordar, levantei da cama, peguei minhas coisas
dentro da mala e fui para o banheiro.
Tomei um banho de 20 minutos, fiz minhas higienes matinais, coloquei meu biquíni, fiz uma make pra
ficar mais maravilhosa do que já sou, soltei o meu cabelo e estava um arraso.
Voltei para o quarto, guardei minhas coisas, tirei uma foto na frente de um espelho que ali havia e postei
no Instagram.
O Russo entrou no quarto de bermuda, arma na cintura e boné pra trás, do jeito que eu acho que ele fica
mais gostoso.
Catarina: Boa tarde.
Russo: Boa. –Ele nem olhou pra mim direito e foi mexer na sua mala. Fechei a porta do quarto e encostei-
me à porta.
Catarina: Igor, vamos conversar agora. Você só daqui quando estiver falando direito comigo.
Russo: Qual foi Catarina? –Ele levantou, virou para mim e cruzou os braços.
Catarina: Desculpa por hoje de madrugada poxa, eu travei.
Russo: De boa mano, não dá nada. –Ele deu de ombros.
Catarina: Claro que dá alguma coisa, você mal consegue olhar nos meus olhos. –Me aproximei dele,
peguei na sua mão e coloquei na minha cintura-. Para de ser otário.
Russo: Eu não sou otário, você que uma hora parece querer e outra quer dá uma de minha irmã mais
nova. Ou fode ou sai de cima Catarina.
Catarina: Eu não quero te magoar.
Russo: Então sai de cima ué.
Catarina: E a nossa amizade?
Russo: Eu já estraguei gostando de tu mesmo. –Ele se afastou de mim e eu me aproximei de novo.
Catarina: Eu não sei o que eu sinto, você sabe como eu sou difícil, parece que tem um bloqueio dentro de
mim.
Russo: Eu sei de tudo isso, Catarina. –Ele parecia um pouco impaciente e aquele papo foi me
desanimando. Era como se fosse um sacrifício pra ele poder falar comigo. O Russo é uma pessoa boa
demais para alguém quebrada como eu.
Catarina: Se quiser pode ir, já conversamos. –Abaixei a cabeça.
Russo: Beleza. –Ele passou por mim, saiu do quarto e bateu a porta ao sair. Sentei na cama com aquela
sensação de que estava segurando meu coração com as mãos. Eu faço tudo errado, sou um fracasso.
Ogra demais para amar. Covarde demais para dizer o que eu sinto. Confusa demais para tomar decisões.
A Fran entrou no quarto e eu olhei pra ela.
Fran: Aconteceu alguma coisa?
Cat: Não nada. –Disfarcei com um sorriso.
Fran: Você e o Russo brigaram foi? –Ela parece que me leu pelo o olhar e veio sentar ao meu lado na
cama.
Cat: Você acha que daria certo?
Fran: Você e o Russo? Acho que sim, por que não daria?
Cat: Eu não sei, só que parece um pouco impossível, distante.
Fran: O que você sente por ele?
Cat: Eu o amo, crescemos juntos, nos tornamos grandes amigos, fazemos corres juntos, ele me
aconselha, me acalma é o meu pontinho de paz saca? Mas parece que com ele falando esses papos de
coração criou uma barreira entre nós dois. Eu não sou capaz de amar o Russo ou qualquer outra pessoa.
Fran: Claro que você é, poxa não fica se preocupando com essas coisas de sentimento, deixa fluir.
Cat: Eu sou medrosa Fran.
Fran: Só deixa acontecer, vocês estavam estressados ontem. –Ela me aconselhou por um bom tempo.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 16º capítulo 💎 Imperador narrando
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Entrei na casa e vi o Russo parado no corredor de braços cruzados olhando para o nada.
Imperador: Acorda filho da puta. –Dei um grito.
Russo: Vai se fuder mano. –Dei risada.
Imperador: Ih qual foi dessa cara de viado?
Russo: Nada não parceiro;
Imperador: E a Cat?
Russo: Lá dentro com a Fran.
Imperador: Beleza. –Passei por ele e quando fui chegando perto do quarto da Cat ouvi a conversa dela
com a Fran. Somente a Fran falava como ela precisava ficar calma em relação as coisas do coração, que
levar as coisas ao natural e aquele monte de coisa de papo calcinha. Pelo menos essa garota presta pra
alguma coisa.
Thami: Ouvindo conversa atrás da porta gatinho? –Ela riu.
Imperador: Claro que não. –Rolei os olhos e recompus a postura.
Thami: Não é o que parece. –Ela riu.
Imperador: Cala a boca Thamires. –Ouvi várias buzinadas seguidas de uma gritaria.
Thami: Povão chegou.
Imperador: Vai começar a putaria. –Dei risada e sai dali rumo ao lado de fora. Avistei carros seguidos de
carros chegando, com os meus parceiros dentro do carro lotado de piranha.
Russo: Porra pae, bora ficar ruim pra caralho.
Imperador: Porra! –Saímos da entrada da casa e já fomos cumprimentar os parceiros, a mulherada
principalmente que estavam gostosas pra caralho.
Fiorella: Eu e as amigas queremos te dar seu presentinho de aniversário depois. –Ela sussurrou no pé do
meu ouvido e isso já ativou minha safadeza.
Imperador: Que isso gostosa, pode começar a dar desde agora se quiser. –Deslizei minha mão pela costa
dela até sua bunda sorrindo safado.
Fiorella: A hora que você quiser chefe.
Em questão de 1 hora aquilo dali estava um inferninho. Churrasco, muita bebida, muita maconha e muita
mulher. As minas só de biquíni passando pra cima e pra baixo.
Catarina: Chamou todas as piranhas possíveis né. –Ela parou do meu lado rindo.
Imperador: E as impossíveis também.
Catarina: Ainda bem que seus amigos são uns gatos. –Ela riu safada e eu fechei a cara.
Imperador: Qual foi Catarina? Meus manos não porra.
Catarina: Tadinho de você. –Ela riu, deu uma golada na bebida e saiu andando. Olhei para o Russo e ele
apenas mexeu levemente a sobrancelha.
Imperador: Vocês dois brigaram?
Russo: Vou falar disso não.
Luana: Russo! Podemos conversar?
Imperador: Conversem isso ai. –Dei risada, sai dali e veio um pessoal me cumprimentar. Hoje não era
nem meu aniversário, mas já havia ganhado um monte de parabéns.
Olhei para perto das caixas de som e vi a Thami dançando junto com a Fran. E não é que a mala sabia
dançar? Fiquei paradão olhando para as duas dançando, quando uma loira entrou no meu campo de
visão.
Xxx: Parabéns Imperador. –Ela me abraçou, olhei bem pra ela e era uma delícia que só.
Imperador: Que isso loira, parabéns pra você por ter vindo aqui. –Beijei o rosto dela, alisei a cintura dela
com a minha mão.
Xxx: Já que eu ganhei parabéns, que você acha de me presentear?
Imperador: E com o que eu te presenteio? –Desci e dei um beijo no pescoço dela.
Xxx: Não tem um lugar só para nós dois?
Imperador: Claro que tem. –Peguei na mão dela, deixei meu copo de bebida em cima de uma mesa.
Fui para a casa que estava cheia de gente passando pra lá e pra cá. Na sala estava rolando uma putaria
só e muita maconha, mais tarde vou me jogar nesse meio.
Chegando ao quarto, destranquei a porta e entrei junto com a loira. Tranquei a porta novamente e a puta
já veio pra cima de mim. Peguei com vontade em sua bunda e a puxei para o meu colo. A coloquei contra
a porta com força e comecei a beijar seu pescoço, não chegando a deixar chupão.
Xxx: Você nem perguntou meu nome. –Ela disse suspirando enquanto eu ia descendo minha boca até
seus seios.
Imperador: Pra que perguntar se depois não vamos manter contato? –Olhei para ela, alisei seu rosto e vi
que ela estava boladinha-. Loirinha, tu é gostosa demais. –Sorri-. Não dá pra resistir a esse seu olhar de
princesa e ao mesmo tempo de puta.
Xxx: Isso é um elogio? –Ela deu uma risadinha. Olhei pra ela e dei um sorriso.
Imperador: Melhor você calar a boca. –Dei uma risada, mordi seu lábio inferior e a puxei para um beijo
quente.
(...)
Depois de comer bem gostoso aquela piranha, joguei a camisinha fora e sai do quarto. Encontrei com a
Catarina e o Russo conversando no corredor. Ela estava com uma cara brava e ele de cabeça baixa. Nem
me meti, esses dois são chatos pra caralho. Fui pra sala fumar com uns parceiros, chegando lá notei a
Fran em um canto com um cara e ele estava tentando ficar com ela, enquanto ela tentava sair dali. Dei
risada para mim mesmo e pensei “Até pra arrumar uma foda essa mina é chata, porra ninguém merece”.
Bolei um baseado e comecei a fumar enquanto conversava com os parceiros. Só entrando no vibe da festa
e curtindo o momento.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 17º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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O cara estava me perturbando desde o momento em que eu estava dançando com a Thami. Fui pegar
bebida para nós duas dentro da casa e o idiota veio atrás de mim, me prendeu na parede e não queria
mais me soltar.
Thierry: Eu só te solto se você me dar um beijo.
Fran: Me deixa seu idiota, eu não vou ficar com você. –Lutei pra sair dos braços dele.
Thierry: E qual o problema de ficar comigo?
Fran: O problema é que eu não quero, você está forçando algo que eu não quero. –Falei dura.
Thierry: Deixa eu te levar lá pra dentro, mostrar como que eu faço gostoso. –Ele falou no meu ouvido
forçando uma voz safada, mas só consegui sentir nojo.
Fran: Me larga seu babaca. –Dei um chute no pau dele, ele se contorceu de dor, as pessoas por perto nos
olharam e pouco fizeram. Peguei as bebidas e voltei para a festa encontrando a Thami junto com a Luana,
que estava reclamando.
Luana: ... Sabe o que eu não entendo, prima? É como o Russo faz tudo o que a Catarina manda.
Thami: Eu te aconselho a não ficar entre os dois.
Luana: É ela quem está entre eu e o Russo.
Thami: Luana, olha só, a gente está em uma puta festa com vários homens e tu quer ficar se lamentando
por uma piroca que nem gozou na sua buceta? Faz-me favor né. –Ela pegou a bebida da minha mão e
saiu andando pra voltar a dançar.
Luana: Você também acha isso Fran? –Ela me olhou com raiva e eu só dei de ombros. Era melhor do que
eu falar o que eu achava de fato.
Fran: Vamos dançar Luana. –A peguei pela mão e fomos atrás da Thami. Comecei a rebolar até o chão
junto com as duas, dançamos pra caralho.
A noite já estava chegando e o povo pelo visto iria virar por ali. Eu olhava o Imperador e a Catarina de
longe, realmente eles eram queridos por todo mundo.
A Catarina chegou até eu e a Thami, a Luana havia sumido com um cara.
Catarina: Até que enfim consegui ficar com vocês.
Fran: Só agora você chegou né sua piranha.
Thami: Aposto que ela estava caindo de boca em um pau.
Catarina: Claro que não estava. –Ela rolou os olhos e riu.
Xxx: E ai meninas. –Um meninos se aproximou da gente falando e eu lembrei dele, é o irmão da Thami.
Thami: Ih garoto, tchau. –Ela saiu andando com sua bebida na mão.
Catarina: Oi amor, que saudade. –Ela o abraçou-. Chegou agora?
Heitor: Cheguei pow, a festa ta muito boa, só novinha delícia.
Catarina: Fortalece ai. –Ela pegou uma garrafa de whisky na mesa e fez um copo pra ele.
Heitor: Porra, gosto assim. –Ele riu provando a sua bebida-. E ai, Fran? Vai falar comigo não? –Abri um
sorriso sem graça e dei um abraço nele.
Fran: Oi Heitor. –O beijei no rosto.
Heitor: Cada dia mais linda.
Cataria: Ih, sobrei. –Ela riu e saiu andando rapidamente.
Fran: Ai que otária.
Heitor: Otária mesmo? –Ele me olhou sorrindo safado.
Fran: Sossega Heitor. –Ri e sai andando dali.
Ia para o meu quarto pegar uma roupa para poder tomar banho, eu estava me sentindo suja já e como
estava escurecendo já estava batendo um vento frio. Mal entrei no meu quarto, um pé segurou a porta
para que ela não fechasse e a pessoa entrou no quarto. Era o Thierry, antes mesmo que eu gritasse ou
agisse, ele me deu um soco na cara que eu fui parar no chão.
Thierry: Vou te ensinar sua vagabunda, a não se meter comigo. –Ele me pegou do chão pelo cabelo, nem
se deu o trabalho de fechar a porta e me jogou na cama. Ele me deu vários socos na cabeça e apertou
minha cara contra o travesseiro. Eu perdi o fôlego e quase desmaiei. Estava zonza, sentindo-me mal e
temendo o que aconteceria. Me debati, gritei, tentei fugir da cama e ali eu já pressenti o que aconteceria
novamente comigo.
Ele me violou, me bateu, me humilhou e disse que da próxima vez era para eu ser mais fácil. Largou-me
suja de sangue e de sua goza, deitada no chão do quarto. A porta foi fechada e as pessoas que passavam
no corredor nada fizeram para me ajudar. Os meus gritos, a cena, nada foi o suficiente para que eu fosse
ajudada.
Aquele momento foi o estopim para que todo meu passado de abuso e de maus tratos desabasse sobre
mim. Encolhida em um canto, senti-me o pior tipo das mulheres. Fazendo sempre a mesma afirmação na
minha cabeça: Eu sou suja, eu mereço isso. Se eu não merecesse não passaria por isso sempre.
A porta foi aberta e o Imperador entrou ali aos tropeços, como a luz estava acesa ele me viu ali seminua
chorando com o corpo destruído. Ele estava alterado, mas não tirou o olhar de mim.
Imperador: O que houve Franciellen? Garota por que você está pelada e assim? –Ele bateu a porta e veio
até o meu encontro. Ele me levantou do chão-. Tu caiu foi? Que merda é essa? –Ele disse para o sangue
seco na minha perna. Eu não tinha voz e nem força para responder a ele.
Imperador: Franciellen? Me responde? Tu usou alguma parada? Ta viajando? –Ele me sacudiu e me
olhava com seus olhos vermelhos e arregalados.
Fran: Eu... Eu... –Eu não consegui terminar de responder e vi minha mente ficar escura.
Fui acordando aos poucos e estava deitada na cama. Sentia-me zonza e mal lembrava do que tinha
acontecido. Olhei para o lado não vi nada e quando olhei para o outro vi o Imperador sentado no chão
olhando para o nada.
Fran: Bruno? Bruno? –O chamei baixinho e ele olhou para mim, abrindo um sorriso de leve.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 18º capítulo 💎 Imperador narrando
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Fiquei loucão quando a Franciellen desmaiou nos meus braços. Minha reação só foi colocar ela na cama e
2 minutos depois ela acordou. Minha mente estava confusa e perdida naquela situação. Eu não estava
conseguindo raciocinar direito.
Ela acordou e ao me chamar olhei para ela abri um pequeno sorriso.
Imperador: O que aconteceu com você?
Fran: Eu preciso ir embora, Bruno.
Imperador: Vou chamar a Catarina e a Thami. –Fui levantando.
Fran: Por favor, não conta isso a ninguém, só me ajuda a sair daqui.
Imperador: Você ta naqueles dias de mulher?
Fran: Não, claro que não. –Ela foi levantando da cama, eu estava vendo três Franciellen, pisquei os olhos
para tentar vê-la melhor.
Imperador: Eu te levo em casa, mas deixa-me dormir um pouco? –Disse com os olhos já piscando de
sono. Normalmente eu beberia mais para apagar esse sono, estava cedo ainda.
Fran: Não precisa, me deixa no ponto de ônibus mais próximo.
Imperador: Sossega garota, fica quietinha. –Meus olhos foram se fechando e eu apaguei.
Acordei com uma vontade de mijar grande e com muita sede. O som da festa ainda rolava alto e eu não
sabia nem que horas eram. Estava tudo escuro, levantei do chão e sai tropeçando em tudo que achei pela
frente. Liguei a luz e vi a Franciellen deitada na cama enrolada no lençol e dormindo.
Minha mente foi montando o quebra-cabeça aos poucos e fui lembrando-se do que aconteceu. Lembrei-
me da Franciellen ensanguentada e de seu desmaio. Passei a mão pela cabeça, sai do quarto e havia um
falatório do lado de fora, as pessoas bêbadas, dançando, rindo e eu me lembrei da minha festa rolando.
Já era meu aniversário, porra 20 anos.
Procurei um banheiro vazio, dei uma mijada, joguei uma água na cara e fui atrás de água na cozinha.
Voltei para o quarto onde estava com a Franciellen na curiosidade de saber o que rolou com ela. Eu não
vou com a cara dela mesmo, mas a mina parecia mal pra caralho e como sei que as amigas dela devem
está mortas de tão bêbadas, não custa nada oferecer um braço pra mina.
Imperador: Franciellen? –A acordei e ela abriu os olhos.
Fran: Oi Bruno.
Imperador: O que aconteceu com você?
Fran: Não... Não foi nada. –O olhar dela vacilou e eu sou moleque esperto, sei bem quando nego mente
pra mim. E logo me toquei que ela havia me pedido pra levá-la embora.
Imperador: Qual foi mina? Não mente pra mim não.
Fran: Eu estou bem. –Ela não aparentava está bem, seu rosto estava apresentando hematomas roxos.
Então puxei o lençol e vi marcas roxas pelos seus braços e coxas.
Imperador: Quem fez isso contigo?
Fran: Por favor, não foi ninguém. –Os olhos dela marejaram, ela se cobriu novamente. Peguei no rosto
dela, talvez com força demais, porque ela pareceu sentir medo de mim, então me afastei.
Imperador: Eu vou te levar pra casa.
Fran: Por favor, depois disso finge que não me viu assim e que nem sabe meu nome.
Imperador: Garota, eu não sou bicho.
Fran: Isso não me importa.
Imperador: Você quem sabe Franciellen, pega tuas coisas e vamos logo.
Fran: Beleza. –Ela levantou da cama e ela estava com uma roupa diferente, não havia mais sangue nela.
Notei que ela andava devagar e parecia está sentindo dor. Eu poderia ajudá-la, mas a conhecendo preferi
permanecer parado. Ela pegou sua mala e saímos dali. Apenas passei pra pegar as chaves do carro,
passamos pelas pessoas, chegamos ao meu carro e saímos do rancho sem que ninguém perguntasse
nada. Ela foi para o banco de trás, se encolheu e parece que ela dormiu.
No caminho para o morro eu não conseguia tirar os olhos dela. Ela dormia imóvel e eu até reduzi a
velocidade. Essa garota é muito estranha, Deus me livre. Na metade do caminho, quando olhei para ela
novamente, ela estava tremendo e suando.
Imperador: Franciellen? Tu tá passando mal? –Ela não respondeu e isso não pode ser coisa boa. Parei o
carro no acostamento, sai do carro e abri a porta da parte de trás. Passei a mão no cabelo dela e ele
estava molhado de suor-. Franciellen pelo amor de Deus acorda. –A sacudi de leve e a puxei para o meu
colo. Ela mexia a cabeça de um lado para o outro murmurando algumas coisas-. Mina não passa mal
agora, já estamos chegando.
Fran: Mãe... Mãe... Pai? Me tira daqui... Por favor... –Ela dizia baixinho e eu quase não entendia.
Imperador: Por favor, acorda, não tem nenhum hospital aqui. Droga o que eu vou fazer? –Peguei meu
celular e estava fora de área-. Mãe? Mãe? O Fábio... Ele vai... Por favor, não! Pelo amor de Deus... Não
me machuca... Mãe, você precisa... Você precisa me escutar... Para mãe! Não me bate... Desculpa, eu sou
mentirosa... Ele nunca encostou a mão em mim...
Imperador: Franciellen, você precisa acordar. –Apertei o corpo dela contra o meu. Eu nunca havia passado
por situação semelhante e não sabia mesmo o que fazer. Estava desesperado, ela estava queimando de
febre. Ela continuava a falar coisas aleatórias relacionadas ao seu pai, mãe e um Fábio.
A vesti com a minha camisa, voltei para o banco da frente, desliguei o ar-condicionado e voei para o
morro. Não parei nem na minha casa, fui direto para a casa da minha mãe.
Sai do carro, pulei o muro e fui até a porta dos fundos. Meus pais estavam tomando café na cozinha e
tomaram um susto ao me verem.
Babi: O que você está fazendo aqui Imperador?
Imperador: Mãe? A amiga da Catarina... –Disse ofegante, pular o muro não é pra qualquer um não mano-.
Ela está passando mal lá dentro do carro.
JR: O que você fez Bruno? –Ele arregalou os olhos e levantou da mesa.
Imperador: Eu não fiz nada, ela não me contou o que aconteceu e pediu que eu a trouxesse pra cá.
Babi: Vamos ver a menina. –Eles correram para o lado de fora junto comigo e fomos até o meu carro.
Meu pai abriu o portão, eu peguei a Franciellen no colo e a levei até o sofá da minha casa.
JR: Tem que levar essa menina no médico.
Imperador: Eu não sei onde está os documentos dela.
JR: E os pais dela?
Babi: Eu tenho a sensação de que conheço essa menina de algum lugar. –Minha mãe sentou ao lado dela
e passou a mão no rosto dela.
Imperador: Ela mora lá embaixo, não é longe daqui. Mas a mãe dela é louca, quando eu fui lá ela estava
toda arrebentada.
JR: Tu foi fazer o que lá Bruno? Você está ficando com essa menina?
Imperador: A Thami me mandou pegar as coisas dela quando ela se mudou aqui do morro.
Babi: Franciellen o nome dela não é? –Minha mãe perguntou ainda a fitando-. Eu a conheço, trabalhei na
creche onde ela ficava, a mãe dela é uma pessoa boa.
Imperador: Não sei... –Andei de um lado para o outro preocupado-. Mãe pelo amor de Deus faz essa
menina acordar.
JR: Tem que levar ela pra mãe dela.
Imperador: Não vai levar ela pra mãe dela.
Babi: A gente não pode cuidar dela sem saber o que ela tem.
Imperador: Não interessa, já disse que não vai. Vamos esperar ela acordar.
Babi: Filho ela pode ter alguma complicação.
Imperador: Não tem. –Andei de um lado para o outro e minutos mais tarde a Franciellen começou a
acordar. Ela tentou levantar, mas minha mãe impediu.
Babi: Ei, calma Fran. Não levanta, você está com febre.
Fran: Cadê o Bruno? –Ela me buscou com o olhar e me aproximei.
Imperador: Tu ta na minha casa mina, relaxa ai.
JR: Ta sentindo o que?
Fran: Dor e frio.
Babi: Você toma qualquer remédio?
Fran: Tomo. –Minha mãe olhou preocupada e levantou indo pra cozinha, meu pai a seguiu.
Imperador: Fran eu quero que você me conte agora o que aconteceu com você.
Fran: Por favor, Bruno... –Sua aparência estava tão debilitada e ela ainda estava com lágrimas nos olhos.
Imperador: Eu não sei o que fazer com você, Franciellen, juro que tu me deixou louco quando começou a
passar mal no carro. –Agachei na frente dela.
Fran: Não me pergunta sobre isso.
Imperador: E como você espera melhorar assim? Com todos esses segredos.
Fran: Certas feridas a gente só pensa que foram cicatrizadas. –Eu não estava entendendo mais nada.
Levantei quando a minha mãe voltou com remédio e água. A Franciellen tomou tudo.
Babi: Vocês comeram?
Imperador: Nem dormimos ainda, a gente saiu de lá e o povo ainda não havia ido embora.
JR: Ela consumiu alguma coisa na festa?
Imperador: Ela estava bebendo com as meninas.
Babi: Alguém colocou algo na bebida dela? –Olhei para a Franciellen e ela negou com a cabeça.
JR: Leva ela para o seu quarto, é melhor ela dormir.
Imperador: Beleza. –Fui para pegá-la no quarto e ela se encolheu.
Fran: Não precisa, eu vou andando.
Imperador: Para de graça, você estava mancando de madrugada.
Fran: Me deixa Bruno, não me toca. –Ela arregalou os olhos e levantou sozinha.
Imperador: Saco Franciellen. –Larguei ela pra trás, bufei e fui subindo as escadas até o meu antigo
quarto. Como eu dormia sempre por ali, ele sempre estava arrumado. A Franciellen minutos depois subiu
e devagar entrou no meu quarto.
Peguei travesseiro e edredom no guarda-roupa. Arrumei a cama e ela deitou.
Imperador: Olha você pode me tratar mal, feito um bicho até, mas responder o que rolou contigo não
quer dizer que eu goste de você e que somos amigos. Eu não to aguentando te ver toda machucada assim
sem saber o que aconteceu. –Ela ame olhou e bateu na cama, então eu sentei.
Fran: Não quero que você tenha um lado negativo da sua festa.
Imperador: Você acha que eu ligo mano? Aconteceu alguma parada contigo e eu quero saber. Eu to aqui
pra te ajudar, foda-se a festa porra.
Fran: Você não vai entender... –Ela sentou na cama e sua voz embargou-. Aconteceram coisas comigo
quando eu era criança e quinta-feira foi a gota d’água, eu sai de casa e vim morar com a Thami pra me
livrar da minha mãe e do Fábio, meu padrasto. Depois que meu pai morreu minha vida virou um inferno,
eu não tive ajuda de ninguém, minha mãe nunca acreditou em e meu padrasto acabava comigo sempre
que eu tentava fugir, me defender, ir embora ou procurar ajuda. Então eu aprendi a ficar em silêncio,
porque as pessoas nem sempre entendem, fingem se importar. –Ela estava chorando de pingar lágrimas
no edredom. Eu a abracei todo sem jeito e ela encostou a cabeça no meu peito. Com certeza ela estava
ouvindo meu coração acelerado.
Imperador: Ele te batia? Assim como bate na sua mãe?
Fran: Ele me chama de xodozinho do papai, ursinha, minha garotinha. Ele é um porco, um porco que
abusava de mim.
Imperador: Ele apareceu na festa? Aquele nojento foi atrás de você? –Meu peito se encheu de ódio.
Fran: Foi um cara na festa, ele queria ficar comigo e eu neguei. Então eu chutei o pau dele e de noite ele
veio atrás de mim no meu quarto e... Ele fez o que queria fazer.
A primeira coisa que veio na minha mente foi depois de ter fudido a mina e na hora que fui fumar
maconha. Ela estava com um cara e ele estava forçando a barra. Ela não estava sendo chata.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 19º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Eu estava sentindo meu corpo sujo, violado, com a sensação de que a minha alma a qualquer momento
me abandonaria. E o Bruno estava lá, ele é um completo imbecil e eu não queria ficar perto dele. Não
queria homem algum encostando a mão em mim ou falando comigo, mas ele permaneceu ali mesmo com
cara de cansado teimoso que só ele consegue ser.
Bruno: Qual é o nome dele? –Ele perguntou com os olhos fervendo de tanta raiva e levantou.
Fran: Por favor, deixa isso pra lá.
Bruno: Por favor, nada, olha o que aconteceu com você? Como eu posso manter isso em segredo?
Fran: Não vai mudar em nada você fazer algo. –Voltei a deitar e ele parou do lado da cama com os braços
cruzados.
Bruno: Então você gosta? Gosta de ser abusada? –Ele falou com tamanha grosseria que eu me senti
esbofeteada.
Fran: Sai daqui Bruno.
Bruno: Não, eu quero o nome do cara.
Fran: Bruno me deixa. –Tentei secar as lágrimas, mas era em vão, eu chorava chegando até soluçar.
Bruno: Que droga. –Ele saiu puto do quarto e bateu a porta atrás dele.
Ouvi vozes no corredor, mas não parei pra ficar ouvindo nada, me encolhi na cama e fiquei ali.
Eu acabei pegando no sono, quando eu acordei sentindo alguém fazendo carinho em mim. Estava tão
bom o carinho, que eu acabei ficando por ali um bom tempo até ter coragem de abrir os olhos.
Fran: Oi... –Olhei para o lado e vi a mãe do Bruno ali, ela quem me fazia carinho.
Babi: Como você está?
Fran: Melhor... Que horas são?
Babi: Já está tarde, você dormiu o dia inteiro. Pelo menos sua febre passou.
Fran: Obrigado tia, por cuidar de mim.
Babi: Fui à casa da sua mãe, parece que seu padrasto disse que ela não estava e que ele não queria saber
de você. –Droga, por que ela precisava ter ido lá?
Fran: Ah sim.
Babi: O que eles fizeram com você Fran?
Fran: Não fizeram nada.
Babi: Eu conheço bastantes pessoas, procurei saber de você.
Fran: A senhora não podia poxa.
Babi: Fran, conversa comigo, eu prometo que o meu filho não vai te encher o saco. Isso vai ser somente
nós duas ok? Quero cuidar de você Fran, te ajudar, você era uma princesinha quando eu te conheci e
agora é uma mulher. Eu realmente estou preocupada com você, com esses hematomas no seu corpo, com
seu estado de saúde. Eu sou mãe, Fran, meu instinto materno falou alto demais quando eu olhei pra você.
Fran: Tia é complicado, eu não quero falar sobre isso agora, pode ser?
Babi: Claro meu amor, a hora que você quiser. Eu fiz um bolo de cenoura com calda de chocolate
maravilhoso pra você, vamos lá comer antes que o JR chegue da rua com o Imperador?
Fran: Vamos. –Abri um sorrisinho e levantamos da cama. Ela segurou na minha mão e fez carinho no
peito dela. Olhei pra ela e me senti tão bem, como nunca havia me sentido antes.
Descemos às escadas e vi que havia algumas malas pela sala.
Babi: A Thami e a Catarina estão preocupadas com você, elas estão dormindo, Imperador fez com que
elas voltassem pra casa. –Apenas assenti e ela me levou para a cozinha.
Fran: Não queria ter estragado a festa.
Babi: Você não estragou nada, eu nem queria que essa festa acontecesse, eu sabia que ia acontecer
alguma coisa. Imperador e Catarina me escutam? Não me escutam. O pai deles me escuta? Escuta, mas
se faz de surdo.
Fran: A festa estava incrível.
Babi: E cheia de gente que não presta.
Fran: Ah... Isso o mundo está cheio né. -E ela concordou. A Babi partiu um pedaço imenso de bolo para
mim e me deu com um copo de suco. Sentei-me à mesa e comecei a comer, estava faminta.
Babi: Você ainda estuda?
Fran: Estudo, estou no último ano.
Babi: E faz algum curso sei lá?
Fran: Eu trabalho, ajudo minha tia com alguns salgadinhos para festa e também sou manicure, se quiser
to aê.
Babi: Ui adoro. –Ela riu.
Bruno: Mãe, viu o Russo por ai? –Ele entrou sem camisa na cozinha e parou do meu lado.
Babi: Não vi, ele deve ter ido pra casa dele dormir também né?
Bruno: Deve ter ido mesmo. Franciellen quero conversar com você.
Babi: Deixa a menina acabar de comer, Bruno.
Bruno: Estou te esperando lá fora. –Ele olhou para mim e eu assenti.
Babi: Grosso toda vida. –Ela rolou os olhos.
Fran: Já acostumei com a grosseria dele.
Babi: Pensei que fossem amigos.
Fran: Jamais. Ele não me suporta e eu menos a ele.
Babi: Nossa... –Ela se assustou com o que eu disse.
Fran: Desculpa, você é mãe dele e deveria saber o quanto é difícil lidar com ele. –Ela riu.
Babi: Difícil é pouco viu. –Ela rolou os olhos.
Depois de terminar de comer meu bolo, a Babi disse para que eu fosse até o Imperador. Fui até a rua e
ele estava encostado no seu carro conversando com a Manu.
Pelo visto a conversa não estava sendo nenhum pouco boa só pela cara dos dois. Resolvi então voltar,
mas antes que eu entrasse ouvi gracinha.
Manu: Oh garota, volta aqui que eu quero falar com você. –Eu olhei pra trás e ela veio a minha direção-.
Qual é a tua ein? Dando em cima do meu homem? Perdeu a noção do perigo? Não tem medo de ficar
careca não tua cachorra? –O rosto dela estava vermelho e ela estava brava de uma forma que eu nunca
havia visto.
Fran: Isso é comigo? –Arqueei uma das sobrancelhas-. Porque se for meu amor, está passando vergonha.
–Dei as costas pra ela e voltei para a casa.
Babi: Ué? Já conversaram? –Ela me olhou quando eu entrei.
Fran: A namoradinha dele está dando um show lá na rua.
Babi: Senta ai Fran. –Sentei no sofá de braços cruzados-. Que namoradinha dele? –Ela riu.
Fran: Manu. Veja bem se eu vou perder meu tempo com o inútil do Bruno.
Babi: Você esquece que está falando do meu filho. –Ela riu e eu tive que rir também.
Fran: Me desculpa, mas é que ele me tira do sério.
Babi: Ele tira todo mundo do sério.
De repente a porta se abriu e o Bruno entrou puto em casa.
Imperador: Bora Franciellen.
Fran: Que? Pra onde?
Imperador: Anda, bora, quero falar com você.
Babi: Fala direito com a garota, Bruno. Quer falar grosso você fala com aquelas putas da rua, com ela e
dentro da minha casa você fala feito homem. Quer agir feito moleque irritadinho você faz isso na rua. –
Segurei a risada. Ela quebrou a moral dele todinha, já não tinha né tadinho?
Imperador: Porra mãe... –Ele estava todo xoxo.
Babi: Estou falando sério com você.
Imperador: Vamos Franciellen? Eu preciso conversar com você. Será que a senhorita poderia me dar a
honra de ir comigo? –Ele falou com a voz macia e todo galante.
Babi: Isso ai mesmo, palhaço. –Eu levantei do sofá e fui com ele para a rua. Soltei a risada que eu estava
segurando.
Imperador: Ta rindo de que palhaça?
Fran: Homem burro velho, 20 anos nas costas e ainda tem que tomar esporro da mãezinha.
Imperador: Pode falar o quanto você quiser. –Ele cruzou os braços e rolou os olhos.
Fran: Eu vou pra casa da Thami, já abusei muito da ajuda de vocês. E para não parecer que eu sou uma
pessoa ingrata, muito obrigado Bruno. Obrigado por ter sido homem pelo menos uma vez na vida comigo.
Imperador: Eu nunca fui homem com você? Por acaso tenho xereca? –Ele olhou puto e rolou os olhos. Dei
risada.
Fran: Se você tem xereca eu não sei, mas nem agir como se tivesse você age. Muito moleque.
Imperador: Não brinca comigo Fran? Perdeu a noção do perigo? –Ele me puxou pelo braço e um flash do
meu padrasto me agredindo passou pela minha cabeça. Meu coração se acelerou, me soltei dele com a
respiração ofegante e me encostei no carro-. Desculpa... –Ele tentou encostar em mim e eu me afastei.
Uma moto buzinou na minha direção e na mesma hora o Imperador me puxou para ele. Fazendo com o
que meu corpo ficasse colado ao dele.
Imperador: Toma cuidado. Eu sempre vou ter que ficar te salvando?
Fran: Me deixa Bruno, eu preciso ir embora.
Imperador: Pra onde Franciellen?
Fran: Pra casa da Thami.
Imperador: Thami está no vigésimo sono, passei lá pra chamá-la e nem me atendeu.
Fran: Eu preciso de um banho.
Imperador: Precisa mesmo, está fedorenta.
Fran: Vai se fuder, seu babaca. –Dei um pisão com força no pé dele e sai entrando na casa dele. Ele veio
atrás de mim e me puxou-. Pois você pare de me pegar pelo braço que eu não sou tuas piranhas. –Dei
outro pisão no pé dele e ele urrou de dor.
Imperador: Sua cachorra. –Eu dei risada-. Eu quero falar com você. –Ele ficou se contorcendo ali
enquanto eu ria.
Fran: Fala com a minha mão. –Dei de costas e entrei na casa.
Babi: Vocês dois brigam demais viu, vai dar namoro. –Ela riu.
Fran: Nossa nada a ver. –Olhei ficando super sem graça.
Imperador: Oh mãe essa porca precisa de um banho.
Babi: BRUNO. –Ela o repreendeu com o olhar.
Fran: Cansei de você Bruno.
Imperador: Eu que cansei de você garota.
Catarina: MEU DEUS, CALEM A BOCA, TODA HORA EU OUÇO A VOZ DE VOCÊS DOIS BRIGANDO. PORRA
PUTA QUE PARIU. CÊ NÃO TEM CASA NÃO BRUNO? METE O PÉ PORRA. VAI FICAR CACAREJANDO EM
OUTRO QUINTAL CARALHO. –Ela gritou do segundo andar. Olhei para o Bruno e caímos na risada.
Babi: Meu Deus do céu, eu carreguei dois de uma vez só durante nove meses. Parecia que eles brigavam
dentro de mim de tanto chute que tomava. Para nenhum deles me puxar? Eu não mereço isso.
O pai da Catarina e do Bruno entrou na casa. Ele estava com duas armas na cintura e com uma cara feia.
Imperador: Que foi pai?
JR: Nada não. –Ele deu um meio sorriso para mim e subiu as escadas. A Babi suspirou e foi atrás dele.
Imperador: Vai tomar banho Franciellen. –Rolei os olhos, mandei dedo para ele. Então ele me levou até o
quarto, peguei uma roupa e ele me mostrou o banheiro.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 20º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Demoramos muito para dar falta da Fran e do Imperador. Eu e a Catarina estávamos chapadas e no meio
de toda aquela gente ficava difícil pensar que poderia está acontecendo algo. O Imperador não quis dizer
o que houve quando me ligou, disse que não era nada e que estava tudo bem. Mas era estranho não é
mesmo? Imperador ajudando a Fran? Corta essa. Eu sabia que estava acontecendo alguma coisa.
Acordei por volta das 20 horas, estava mauzona de ressaca. Levantei da cama, tomei um banho, fiz
minhas higienes, me arrumei e rapei pra rua. Quando estava na saída do meu portão, minha mãe estava
parada em frente ao carro dela.
Fabi: Thamires...
Thami: Mãe, não...
Fabi: Não você. Você precisa me ouvir e vai me ouvir agora.
Thami: Eu adoraria ficar pra ter um papo família, mas a Fran precisa de mim.
Fabi: Ela espera, a Babi já me disse que está tudo bem com ela.
Thami: Eu só acredito vendo com os meus olhos. –Tentei sair, mas ela me segurou pelo braço e
endureceu o olhar.
Fabi: Thamires para de graça, vamos conversar e agora. Você não é mais nenhuma criança para ficar
dando suas crises.
Thami: Meu pai me trata como uma.
Fabi: Porque você costuma agir como uma.
Thami: Não fala assim comigo.
Fabi: Você acha que eu gosto? Filha, eu amo você, seu pai também te ama. Sentimos sua falta em casa.
Thami: Mãe, eu não posso morar com vocês para sempre.
Fabi: É por causa do Saulo?
Thami: Não é por causa do Saulo. –Rolei os olhos já com raiva. Por que tudo ela precisa meter o Saulo?
Fabi: Do seu irmão?
Thami: Heitor não é meu irmão.
Fabi: Você não vê que isso machuca seu pai filha?
Thami: E daí? Ele também me machuca muito sabia?
Fabi: Vocês dois são cabeça dura. Precisam começar a se ouvir.
Thami: Mãe, ele fez o Saulo terminar comigo.
Fabi: Saulo não é um bom homem pra você.
Thami: Disso eu já sei, agora podemos parar de falar do Saulo pelo amor de Deus? Que minha história
com ele já acabou muito tempo graças ao Heitor e ao meu pai? Que felizmente sempre decidiram com
qual menino eu ficaria e isso significa que nenhum.
Fabi: Isso é mentira Thami.
Thami: Mentira mãe? Mãe eu amo o Saulo e eles tiraram isso de mim. Tiraram esse direito de amar
alguém. Já moro aqui há meses, os meninos cuidam de mim, está tudo muito bom, vejo a vovó todo os
dias.
Fabi: Filha, eu não peço nem que você fale com o Heitor. Porque eu sei que o Heitor também vacila pra
caralho, mas o seu pai? Liga pra ele. Ele só faz o que acha melhor pra você Eu sei que existem mil e umas
maneiras para se conversar. Seu pai é muito bom em conversar, mas não quando se trata de você. Pra ele
você sempre vai ser sempre a garotinha aprendendo o chamar de pai. Então por favor, vamos pra casa
comigo. Só quero que vocês dois conversem.
Thami: Tudo bem. –Droga, eu estou com lágrimas nos olhos. É duro ouvir a minha mãe quando ela tem
toda razão.
Fabi: E sobre o Saulo? Olha vai por mim, aquele homem não ia te levar a nada. Você muda quando está
perto dele Thami.
Thami: Não mudo nada.
Fabi: Eu conheço minha filha. –Ela riu e me abraço-. Seu pai conhece seus soldados. O Heitor conhece o
amigo dele.
Thami: E daí? Ninguém o conhece como eu o conheço.
Fabi: Você sabe que eu já tive um amor assim antes de conhecer seu pai, eu achava que ele seria pra
sempre, mas foi só fase. E eu aprendi que ouvir a minha mãe foi a coisa certa.
Thami: O tio Dog é um gatão. –Dei risada.
Fabi: Nem sonha em falar isso perto do seu pai.
Thami: Pode deixar mãe. –Ri-. Vamos para a casa da dinda comigo? Que eu vou ver a Fran e conversar
com ela.
Fabi: Vamos. –Entramos no carro dela e seguimos. Ao chegarmos, minha mãe buzinou, saímos do carro e
fomos entrando já. A minha dinda Babi saiu de dentro da casa já com um sorriso no rosto.
Babi: Comadre! –As duas se abraçaram forte.
Fabi: Que saudade.
Babi: Claro, você me abandona.
Fabi: Eu nada, você que não aparece mais por lá.
Babi: Verdade, estou te devendo essa.
Thami: Dinda, a Fran ainda está por ai?
Babi: Ih menina ela está em um pé de guerra doido com o Imperador lá na cozinha.
Thami: Ah então os dois estão bem. –Dei risada e entrei. Fui para a cozinha, o Imperador estava em pé
jantando encostado na bancada, enquanto a Fran estava sentada na mesa jantando-. AMIGA!
Fran: Oi amor da minha vida. –Ela abriu um sorriso, abriu os braços, fui até ela e a abracei.
Thami: Como você está?
Imperador: Cuida da sua amiga, Thamires. –Ele colocou o prato vazio na pia e saiu da cozinha. Eita!
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 21º capítulo 🐾 Russo narrando
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O Imperador jurou segredo para a Fran, mas quando a parada é séria, eu e ele não temos essa de
segredo não. O padrinho estava puto com o Imperador por ter deixado isso acontecer com a Fran, porque
o rancho estava sobre responsabilidade dele e era para ele ter tomado conta das meninas.
Quando o Imperador me ligou, ele me fez mandar todo mundo embora. Isso foi por volta das 9 horas, o
pessoal estava jogado pelos cantos dormindo e um pessoal já havia ido embora.
Estava na rua sentado em frente a minha casa junto com a Catarina conversando justamente sobre isso.
Russo: Cat, isso que aconteceu com a Fran poderia ter acontecido com qualquer mulher lá dentro. E teu
pai ta puto por isso pow. Não tiro a razão dele, mas também não dá pra jogar a culpa pra cima do
Imperador. Quem é que sai de casa achando que vai acontecer umas paradas dessa?
Catarina: Russo, se liga mano, a menina vem sofrendo a vida dela toda em nosso território e ninguém fez
nada. Ela mora quebrando lá embaixo, mas quem comanda é meu pai. E ninguém nunca chegou pra falar
um A sobre que estava acontecendo. A minha mãe deve ter falado uma par no ouvido do meu pai
também, porque ela não queria a festa e sabe como é a minha mãe né? Quando ela fala é melhor ouvir. E
papo reto, eu agora prefiro passar meu aniversário com vocês, do que com um monte de gente que eu só
conheço por “oi”. Se tivesse só fiel no rancho ontem, a Fran não estaria daquela forma.
Russo: E como ela ta?
Catarina: Brigando com meu irmão toda hora.
Russo: Então ela está bem.
Catarina: Eu falei com a minha mãe, ela manja muito dessas paradas sabe? Ela disse que queria cuidar da
Fran, só pelo jeitinho que ela está dá pra saber que ela está acumulando tudo pra dentro dela.
Russo: Isso não faz bem.
Catarina: Eu sei que não faz, mas o nosso papel agora como amigo é ajudar, dar carinho e atenção.
Russo: Sabe qual é a minha vontade? É de pegar o padrasto dela, a mãe dela e o cara que pegou ela
ontem, mas bater muito até morrer.
Catarina: Eu estou me segurando mano, o Imperador disse que vai dar o jeito dele de arrancar o nome.
Mas eu duvido que ela vá falar, ainda mais com o Imperador sendo grosso daquele jeito.
Russo: Pior de tudo é que a gente nem pode falar nada né? Pra ela só quem sabe é o Imperador e a
Thami agora né.
Catarina: Pois é, mas com certeza minha mãe também vai ficar sabendo.
Russo: Cara da muita pena da Fran, na boa mesmo. No dia que eu fui à casa dela, a mãe dela estava toda
arrebentada, o padrasto dela é um porco mano.
Catarina: A Fran não é boba, Russo. Ela ia sair de casa. Teve uma vez que ela disse que estava juntando
uma grana pra sair de casa. Ela trabalha pra caralho, então certeza que a vitória dela ta garantida.
Russo: Verdade morena. –Ela bocejou e deitou no meu ombro. Passei o braço em volta dela e a puxei
para mim-. Com sono ainda?
Catarina: Muito e também to com dor de cabeça.
Russo: Posso dormir com você essa noite?
Catarina: Pensei que estivesse puto ainda comigo.
Russo: Morena, não sei ficar puto muito tempo com você.
Catarina: Você fingiu que estava puto só para comer as piranhas na festa e eu não bolar.
Russo: Claro que não porra. –Dei risada-. Acha que eu faria uma canalhice dessa?
Catarina: Russo eu te conheço de outros carnavais.
Russo: Eu também te conheço Catarina, você é pior do que muito homem.
Catarina: Pelo menos eu reconheço isso.
Russo: Ainda bem mesmo. Mas e ai, vai rolar essa noite?
Catarina: Não posso dormir na sua casa, meu pai me mata.
Russo: Fala que vai dormir na Thami.
Catarina: Claro que não Russo, tá maluco? Meu pai não é bobo. Ele sabe que a Fran vai dormir lá.
Russo: E se ela dormir na sua casa?
Catarina: Mesmo assim, Russo. Sossega vai. Nada passa despercebido do meu pai, você sabe que ele
descobriria e iria vir atrás de mim com uma foice. –Dei uma gargalhada lembrando que o padrinho já
havia feito isso com ela-. Porra não fica me gastando.
Russo: Não tem nem como não gastar porra, o moleque saiu peladão na rua.
Catarina: Para com isso. –Notei que ela ficou sem graça e olhei pra baixo.
Russo: Catarina Cabral está sem graça? É isso mesmo produção?
Catarina: Não estou tímida, só não quero que toque nesse assunto.
Russo: Beleza. –Ficamos em silêncio por uns minutos e do nada ela levantou-. Vai pra onde?
Catarina: Pra casa.
Russo: Vai agora não, está cedo. Bora passar ali na barraca pra tomar um açaí.
Catarina: Já jantei nego, vou indo lá, vou dormir.
Russo: Então beleza. Vou brotar lá na boca, depois lá na minha mãe pra puxar um rango.
Catarina: Tudo bem. –Levantei da calçada e a abracei. Ela deitou com a cabeça no meu peito.
Russo: Bons sonhos ta morena? –Sussurrei no ouvido dela e ela abriu um sorriso lindo.
Catarina: Pra você também moreno, sonha comigo do jeito que você mais gosta de me ver. –Ela olhou
para mim e eu fui para beijá-la. Só que ela se afastou.
Russo: Por que você sempre se afasta depois de dar em cima de mim? –Que mulher pra deixar confuso.
Catarina: Porque eu gosto de ficar vendo sua cara de otário. –Ela riu, se afastou de mim, subiu na sua
moto e subiu o morro em direção para a casa dela. Que mina do caralho ein?
Fui fazer minhas paradas na boca que meu pai me mandou fazer e depois passei na casa dos meus pais
pra poder jantar.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 22º capítulo ❄ Catarina narrando
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Cada segundo ao lado do Russo eu vou me sentindo mais vulnerável e entregue a ele. Sou incapaz de
raciocinar com precisão antes de falar as coisas e droga... Como meu coração fica acelerado quando ele
me abraça.
Cheguei em casa, entrei com a moto e deixei na garagem. Entrei em casa, meu pai estava na sala com a
minha mãe.
Catarina: A delicinha da casa chegou. –Falei rindo.
JR: Eu já estava aqui. –Ele riu.
Catarina: Vai cagar.
Babi: Vou ter que deixar as duas crianças de castigo?
JR: Eu tenho prioridade.
Catarina: Cadê Fran? Imperador?
Babi: Seu irmão foi levar ela na casa da Thami pra poder pegar umas coisas, porque a Thami vai passar a
noite na casa dos pais dela e ele não quer que ela fique lá sozinha.
Catarina: Imperador não quer ou a senhora que não quer? –Ri.
JR: Porque tem uma diferença bem grande ai.
Babi: Minhas vontades são as vontades dele. –Ela riu.
Catarina: Deixa-o saber que a senhora está de treta em cima disso.
Babi: Eu nem estava pensando nisso.
JR: Aham, sei...
Babi: Vocês me interpretam muito mal.
JR: Difícil não pensar mal né?
Catarina: É mais fácil cair neve aqui no morro do que o Imperador e a Fran darem certo.
Babi: Nossa como os dois brigam né? Por que eles são assim?
Catarina: Seu filho é uma praga, simples assim.
Babi: Não fala do meu bebezinho.
Catarina: Então fica com o seu bebezinho. –Rolei os olhos e fui para o meu quarto.
JR: Eu fico com você filha, volta aqui.
Catarina: NÃO QUERO, VOCÊS PREFEREM O IMPERADOR ENTÃO FIQUEM COM ELE.
JR: MAS EU NÃO DISSE NADA.
Catarina: VOCÊ É CAPACHO DA MINHA MÃE. –Dei risada e fechei a porta do meu quarto. Peguei minha
roupa no guarda-roupa e fui para o banheiro. Tomei um banho de 15 minutos, coloquei uma cueca
feminina Box preta e uma blusa que eu roubei do Imperador. Sai do banheiro, liguei o ar-condicionado e
fui para a minha cama. Me enrolei no edredom e fiquei mexendo no celular esperando o sono vir.
Já 1 hora da manhã, recebi uma mensagem no Whatsapp do Russo.
🔸 Início da Conversa 🔸
Russo: Ainda acordada? 😁
Catarina: Estou com sono, mas não consigo dormir. 😔
Russo: É falta do meu colo.
Catarina: Para com isso. 😔
Russo: Abre a janela.
Catarina: Que?
Russo: Abre a janela do seu quarto que eu vou pular.
Catarina: Você não vai fazer isso Russo, meu pai vai te matar. 😂😂😂
Russo: Tenho medo não morena, de manhã cedinho eu vou embora.
Catarina: Certeza disso?
Russo: Certeza, abre ai essa janela.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Quando eu abri a janela do meu quarto, o Russo que estava já no telhado pulou pela janela e entrou.
Fechei a janela e olhei pra ele.
Catarina: Você é maluco? –Começamos a conversar com sussurros.
Russo: Só um pouquinho... Maluco por você. –Ele foi me pegando pela cintura com vontade e eu não
resisti, cai nos braços dele e ele me beijou. Os lábios molhados dele me beijavam com volúpia, sua língua
na minha boca era uma loucura. Ele desceu a mão até a minha bunda e apertou com força. Numa puxada
só ele me puxou para o seu colo e eu entrelacei as pernas em volta de sua cintura.
Catarina: Isso é doideira Russo, se meu pai pega a gente... –Disse entre o beijo.
Russo: Pelo menos matei minha vontade. –Ele abriu um sorriso safado e eu taquei o foda-se. Me
entreguei de corpo e alma para o Russo naquele momento. Ele foi me levantando para a cama, quando
deitamos ele jogou o edredom por cima da gente o que esquentou mais ainda o clima.
Fiquei por cima dele enquanto o beijava com vontade, ia rebolando em cima do seu pau para deixá-lo
louco de tesão. Ele apertava minha cintura fazendo pressão para baixo roçando seu pau duro em mim.
Catarina: Não se anima muito porque não vai rolar isso o que você quer. –Falei no ouvido dele, mordi a
pontinha de sua orelha e desci dando mordidinhas no seu pescoço.
Russo: Eu não vim aqui pra isso morena, mas a ocasião faz o ladrão né? –Ele deu uma risadinha.
Catarina: Você é nojento.
Russo: Nojento que você não vive sem. –Ele deu um apertão gostoso na minha bunda e me puxou para
beijá-lo novamente, mas dessa vez em um ritmo mais lentinho e bem gostoso. Eu estava toda arrepiada
com o toque quente dele sobre meu corpo-. Eu vim aqui só para te mostrar o quanto eu posso te fazer
bem, que você não precisa ter medo de sentir qualquer coisa por mim. –Ele foi falando me dando
pequenos beijinhos e alisando minha cintura por dentro da blusa-. Você é uma grande mulher, minha
menina, te quero assim toda linda pra mim todos os dias. –Eu abri um sorriso emocionada e o beijei.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 23º capítulo 💎 Imperador narrando
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Depois que fui buscar as coisas da Fran na casa da Thami, passamos em frente a uma barraca de açaí e
até cumprimentei a tia.
Imperador: Quer tomar açaí?
Fran: Não.
Imperador: Não pow, eu pago.
Fran: Não quero e eu tenho dinheiro.
Imperador: Beleza então, me espera ai. –Foda-se se eu já havia jantado, tomar açaí nunca é demais.
Cheguei a barraquinha e pedi um açaí. A tia montou o meu do jeito que eu peço sempre, paguei e voltei a
andar com a Fran.
Imperador: Quer mesmo não? –A cutuquei com vara curta. Ela rolou os olhos e olhou para o meu açaí.
Fran: Me dá essa merda aqui garoto. –Dei risada e entreguei meu copo pra ela. Ela deu umas colheradas.
Imperador: Não vai me devolver?
Fran: Nem estou a fim.
Imperador: Você é abusada demais mano.
Fran: Sou nada. –Ela riu. Olhei pra ela e veio uma sensação boa junto com um pensamento de que era
bom pra caralho vê-la sorrindo.
Imperador: To viradão, preciso dormir, quando chegar em casa vou dormir pra caralho.
Fran: Acho que roubei sua cama.
Imperador: Tem o sofá.
Fran: Por que não dorme com a Cat?
Imperador: Porque ela me chuta muito, espaçosa demais.
Fran: Bem a cara dela. –Ela me deu o copo de açaí já pela metade.
Imperador: Pode terminar de comer mina.
Fran: Não quero mais, to cheia.
Imperador: Pensei que você não tivesse fundo.
Fran: Eu tenho ta, você que não tem.
Imperador: Quantos anos você tem?
Fran: Isso é uma bandeira branca?
Imperador: Eu ainda não gosto de você.
Fran: Impossível não gostarem de mim.
Imperador: Pois eu não gosto.
Fran: Tudo bem... Eu tenho 17.
Imperador: Que menininha mano... Sério mesmo?
Fran: Sério, sou novinha. –Fiquei olhando para ela enquanto tomava o açaí.
Chegamos à casa dos meus pais, entramos e meus pais estavam sentados no sofá.
Babi: Demoraram ein.
Imperador: Passei pra comprar açaí.
Babi: Ata. –Minha mãe estava me olhando de um jeito estranho, que deu até medo. Já disse que essa
mulher é louca? Então ela é-. Vou para o quarto, bora JR.
JR: Mas eu não quero ir agora.
Babi: Mas quem manda aqui sou eu. –A Fran deu uma risada baixa.
Imperador: Na boa, eu não ia.
Babi: É por isso que você não tem ninguém que te ame.
JR: Ta vendo só. –Meu pai riu e foi para o quarto com a minha mãe.
Sentei no sofá e liguei a TV. A Fran ficou em pé ao lado do sofá.
Imperador: Senta ai.
Fran: Ta bem. –Ela sentou no sofá e colocou sua mochila no colo.
Imperador: Quer ir dormir?
Fran: Quero um pouco.
Imperador: Está com medo do escuro.
Fran: Você é um inútil mano. –Ela levantou do sofá e foi pisando duro para o segundo andar. Dei risada e
fiquei ali vendo TV. Depois peguei as coisas com a minha mãe para poder dormir no sofá, tranquei a casa
toda e apaguei no sofá.
Acordei no meio da madrugada, olhei no meu cel e eram 3 horas da manhã. Tomei um copo de água na
cozinha, dei uma mijada e fui até o segundo andar. Quando me toquei estava parado na porta do meu
antigo quarto onde a Fran estava dormindo. Abri um pouquinho a porta e a luz do banheiro estava ligada.
Depois ela fala que não tem medo do escuro. Encostei a cabeça na porta e fiquei olhando para ela. Nem
parecia a mesma marrenta e chata que cedo estava delirando dentro do meu quarto, que fora abusada no
dia do meu aniversário e que me deu coice o dia todo.
Fran: Eu juro que se você der um passo para dentro desse quarto eu vou quebrar você no meio Bruno. –
Ela falou do nada e eu dei um pulo pra trás assustado.
Imperador: Eu não fiz nada.
Fran: Não precisa vigiar meu sono, eu sei ainda como respirar.
Imperador: Dorme bem. –Fechei a porta e voltei para a sala. Me enrolei no cobertor e fechei os olhos para
voltar a dormir. Era difícil acreditar como um homem tinha coragem de encostar um dedo nela daquela
forma, eu estava com tanto ódio do padrasto dela e do cara que estava na minha festa. E sem contar no
ódio que estava de mim por ter visto um cara a agarrando e não ter feito nada. Pior ainda nem ter
reconhecido o rosto do cara.
Acordei horas mais tarde com a minha mãe cantando na cozinha, meus olhos estavam pesados ainda de
sono.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 24º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Acordei pela manhã sentindo um cheirinho gostoso de comida, meu estômago estava roncando. Peguei
meu celular, havia algumas mensagens no Whatsapp da Thami, então respondi.
🔸 Início da Conversa 🔸
Thami: Amiga 😭😭😭 O Saulo vai ser pai acredita? A mãe é a Renata 😭😭😭 Ele não podia ter feito isso
comigo, ela já está de 4 meses 💔
Fran: Olha Thami, eu sei que você o ama, mas desiste desse cara. O Saulo pode ser legal pra caramba,
mas não presta. 4 meses o bebê? Porra então com certeza ele te meteu chifre, não tem nem 1 mês que
vocês terminaram e você veio morar aqui no morro. Eu sei que você está mal, imagino o quanto você
deve está triste por está recebendo esta notícia. Mas será que ele merece realmente suas lágrimas? E
todas aquelas vezes que ele ia para o baile e te largava em casa? Ele dizia que ia visitar a mãe dele, mas
estava no baile em outro morro. Sabe quando você me dizia que ele era um presente de Deus, pois ele é
uma oferenda muito da ruim que Santo nenhum aceitou. Ele é aquele champagne barato sabe? Aquele
mesmo que mercado nenhum vende porque a marca ruim demais. Nem pra servir em casamento serve.
Amiga, eu te amo, torço pela sua felicidade e pelo seu bem. Saulo não merece você, não merece seu
amor, não merece a mulher incrível e inteligente que você é. Porra Thami, onde quer que você chega você
abala as estruturas. Meu coração fica dilatado pae quando tu chega rebolando sua raba maravilhosa. Você
é muito para o carrinho de mão do Saulo e outra ele já está no fim do poço só por está com a Renata. Me
poupe amiga, se você chegar aqui chorando por causa de Saulo, nossa nem sei o que faço com você.
Pode parando de fogo no cu, seu pai e seu irmão te deram um livramento dos grandes. Imagina só? As
piranhas do morro tudo falando de você pelas costas enquanto você passa de mãos dadas com o
piranhudo do Saulo? Ninguém merece. Agora é vida nova, fase nova. Você vai encontrar um homem legal
para te fazer muito feliz. Na verdade, você não precisa de macho nenhum sendo que já tem a mim. ❤️😁
Thami: Ain Fran o que seria de mim sem você? 😭 Você tem toda razão, você e a minha mãe são meu
porto-seguro. Eu devo tantas desculpas para o meu pai.
Fran: E para o Heitor?
Thami: Heitor não, ele é cretino.
Fran: Para o Heitor sim 😂😂😂😂
Thami: Pega ele pra você então.
Fran: Não.
Thami: Amiga, você fica bolada comigo se eu disser que vou voltar pra casa dos meus pais?
Fran: Claro que não, está tudo bem.
Thami: A casa agora é sua 😍 Presentinho pra você por me fazer tão bem e colocar sempre juízo na minha
cabeça.
Fran: Para de graça, Thami. Não precisa disso. Eu vou para a casa da minha tia.
Thami: Nem pensar 😒 Eu não quero mais você envolvida com nenhum dos seus parentes, aqueles falsos
que nunca moveram uma palha pra te ajudar enquanto você sofria. No máximo deixo você continuar
trabalhando com ela.
Fran: Eu fico sem graça de aceitar.
Thami: Pode parando de graça Fran, você é a irmã que eu nunca tive. Razão pelo qual eu rezo todas as
noites. A casa é sua sim, não venha de graça.
Fran: Obrigado amiga, você é tudo que eu mais amo e Deus me livre um dia ficar sem você 😭😭😭
Thami: Vem aqui para o morro mais tarde, pede o Imperador pra te trazer.
Fran: Não preciso dele pra me levar.
Thami: Ui desculpa ai.
Fran: Boba. Eu vou levantar, porque já abusei muito da hospitalidade.
Thami: Imperador não te deixou dormir sozinha lá em casa 😍😌 Já sinto um romance ai.
Fran: Eca amiga, exagerou feio agora 🙄🙄🙄
Thami: Seria meu sonho ver os dois se dando bem?
Fran: Ele quem começa.
Thami: Os dois começam 🤗
Fran: Vish, tchau Thami.
Thami: Mas você é chata ein.
Fran: Eu tenho que levantar.
Thami: Ainda está na cama? Não almoçou?
Fran: Não osh.
Thami: Beleza então, até mais tarde.
Fran: Até mais, beijos.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Assim que terminei de conversar com a Thami, levantei da cama e fui ao banheiro do quarto. Olhei-me no
espelho, prendi meu cabelo e fiquei me analisando. Fechei meus olhos e fui escovar os dentes. Eu estou
tão feia, tão acabada... Doía até me olhar no espelho.
Ao sair do banheiro, olhei para a cama e vi o Imperador deitado onde eu estava, enrolado no edredom em
que eu usei pra dormir.
Imperador: Desce para almoçar, Fran. –Ele falou com os olhos fechados.
Fran: Eu vou embora. –Comecei a juntar minhas coisas na mochila.
Imperador: Almoça primeiro.
Fran: Não pow, precisa não, vou encontrar com a Thami.
Imperador: Eu estou mandando você almoçar.
Fran: E você não manda em mim. –Odeio quando ele usa esse tom autoritário como se ele me mandasse
ou significasse alguém importante na minha vida. Com raiva terminei de arrumar minha mochila.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 25º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Depois de terminar de conversar com a Fran, sai do meu antigo quarto e fui sentar na sala. Meu irmão
estava lá mexendo em seu celular.
Heitor: Qual foi?
Thami: Nada.
Heitor: Já ficou sabendo da novidade?
Thami: Depende, tem novidade todo dia.
Heitor: Do seu ex.
Thami: Essa já to ligada, antiga até. –Rolei os olhos.
Heitor: Agora você vai parar de marra e aceitar que quebrou a cara?
Thami: Olha Heitor não fala comigo não ouviu? Imbecil. –Fiquei em pé e o ouvi falar.
Heitor: Traz a gostosa da sua amiga aqui para o morro, fiquei loucão por ela lá no rancho e nem tive a
chance de chegar junto.
Thami: Olha só seu cachorro... –Fui para cima dele o enchendo de tapa e soco-. Você nem ouse se
aproximar da minha amiga ouviu? Ou eu acabo com seu namoro com a Nathalia. Seu imbecil, nojento,
você desprezível.
PH: Que porra é essa aqui dentro caralho? –Meu pai chegou gritando na sala, me pegou por trás e me
segurou forte pelo antebraço-. Para vocês dois porra!
Heitor: Qual foi pai? Essa garota ai é muito louca.
Thami: Eu louca? Louca é a sua mãe! Se você ousar encostar um dedo na Fran eu juro que acabo com a
sua vida.
PH: Filha para, pelo amor de Deus. –Ta, eu sai um pouco do controle.
Thami: Calma nada, pai. Ele fica jogando na minha cara a minha história com o Saulo, fala graça da
minha melhor amiga. E você me pede calma? Vai todo mundo tomar no cu. Quer saber? Eu vou é embora.
E só volto quando esse nojento não estiver mais aqui. –Me soltei do meu pai que afrouxou o braço, então
peguei meu celular e sai dali.
Já descendo pelo morro, uma moto passou por mim tão voada que nem deu tempo de eu ver quem era.
Mas logo notei que o cara na moto estava voltando e quando vi quem era meu coração traidor do caralho
se acelerou. O Saulo foi parando a moto do meu lado e abriu um sorriso.
Saulo: Oi princesa.
Thami: Eu morri pra você. –Continuei a andar e olhando pra frente. Ele não satisfeito, veio me seguindo.
Saulo: Está bolada comigo?
Thami: Terminamos nosso namoro, pra quê nos falarmos?
Saulo: Mas você disse que não teria problema, que poderíamos nos ver fora do meu morro.
Thami: Eu sei bem o que eu disse. –Parei e olhei pra ele com raiva-. Você não tem vergonha na cara
porra? De vir atrás de mim achando que eu ia ficar numa boa? Que a qualquer momento eu ficaria
sabendo que a Renata está carregando a porra de um filho teu? Na boa tu não presta mesmo mano, eu
tenho nojo de você. –Os olhos dele ficaram roxos de tanta raiva. Eu tinha certeza que ele não faria nada
comigo, porque se não meu pai o matava da pior forma possível. Dei as costas e meti o pé dali. Fui até o
ponto de ônibus e voltei para o outro morro.
Chegando ao morro, eu já estava segurando o choro e sem olhar direito no beco trombei com alguém.
Thami: Desculpa. –Nem olhei quem era e segui.
Xxx: Ih qual foi Thamires? –O cara pegou no meu braço, quando eu olhei era o tio Dog. Eu o chamo de tio
apenas porque o Imperador e o Russo chamam também, mas meu pai odeia que eu faça isso e a minha
mãe fica em cima do muro.
Thami: Nada não tio. –Neguei com a cabeça.
Dog: Vai querer mentir pra mim? Porra olha essa sua cara ai, ta triste com o que?
Thami: Ah nada não tio, só uns problemas.
Dog: Confia em mim não?
Thami: Confio, mas é que sei lá. –Dei de ombros-. Voltou para o morro?
Dog: Voltei pra ensinar esses moleques como é que se atira. –Ele riu.
Thami: E como ta o outro morro?
Dog: Tudo suave por lá. E ai? Vai subir?
Thami: Mas você estava descendo.
Dog: Bora lá, eu subo com você. –Ele riu e então fomos subindo juntos. Tio Dog é um puta de um gostoso
quarentão e conservado. Já vi muita garotinha render pra ele. Ele não tem filho e fiquei sabendo que
estava morando com uma mulher.
Thami: E a sua mulher? Veio também?
Dog: Veio nada, ela meteu o pé com as minhas coisas. –Ele falou um pouco sem graça, eu parei no meio
do beco e comecei a rir.
Thami: Mentira que ela meteu golpe em você?
Dog: Porra vai ficar zoando?
Thami: Não acredito que tu caiu nessa, tio. –Ri.
Dog: Pra tu ver como só tem gente filha da puta nesse mundão.
Thami: Se serve de consolo, meu ex namorado além de me trair com meio morro e eu aceitar ser corna,
ele ainda meteu filho em outra.
Dog: Pelo menos ele não levou tuas coisas e teu dinheiro.
Thami: É só trabalhar, vida de vagabundo não dá. –Voltamos a subir o morro.
Dog: Dessa vida não saio e ninguém me tira. –Ele me olhou-. Mas fica chateado não, porque só moleque
é louco de fazer uma sacanagem dessas contigo. Homem de verdade não faz.
Thami: Não tem homem mais por aqui, só moleque, os homens estão comprometidos. –Ele me olhou.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 26º capítulo 🐾 Russo narrando
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Caralho que noite foda que eu tive com a Catarina, puta que pariu aquela morena sabe como deixar um
homem louco. Meti o pé da casa dela bem cedo, fui pra minha casa, tirei só um cochilo e meu rádio
começou a apitar chamando pra missão. Trabalhar em pleno domingão é tenso né?
Tomei um banho, coloquei uma cueca, bermuda da Nike cinza crusader, uma camiseta preta, boné pra
trás e chinelo no pé. Botei minhas pratas, peguei meu rádio, dei uma geral no quarto e cai quebrando na
rua.
Tomei café da manhã na padaria e meti o pé pra boa. Só foi chegar lá que meu pai jogou foi é uma par
de corre pra fazer em cima da minha cabeça. Tirado os assuntos da boca, até telhado de uma senhora ele
me fez consertar. Mano se fosse pra ser pedreiro eu nem tinha virado bandido, não era isso que a minha
coroa queria pra mim mesmo.
O dia passou que eu nem senti nada, não tive tempo nem pra bater um prato de arroz com feijão direito.
Por volta das 20 horas da noite, cheguei em casa cansadão, louco para ver minha morena que eu não
tinha falado o dia todo. Notei minha casa toda limpa e já sabia que minha coroa tinha passado por lá. Não
existe mãe melhor no mundo do que ela. Tomei um banho, botei só uma bermuda e me joguei no sofá.
Liguei a TV, peguei meu celular e mandei mensagem pra Catarina.
🔸 Início da Conversa 🔸
Russo: Morena? 🙈
Catarina: Que foi?
Russo: Saudades de você 😍
Catarina: Ta.
Russo: Vish, o que eu fiz agora?
Catarina: Você sabe bem.
Russo: Porra sem ser grosso, mas se eu soubesse nem teria perguntado né 🌝
Catarina: Vai tomar no seu cu Igor 🙄
Russo: Para de ser grossa porra, to falando na boa contigo e tu já vem me xingando.
Catarina: Beleza 👌
Russo: Depois não vem pra cima de mim exigindo atenção beleza?
Catarina: Você já não me deu isso hoje 🤗 Na verdade fingiu que não rolou nada entre nós dois e foi
ciscar na casa da Luana.
Russo: Eu na casa da Luana? Ta de sacanagem com a minha cara. To quebradão, meu pai não me deixou
descansar. Passei o dia todo na rua trabalhando mina, sabe que meus corres são pesados.
Catarina: Ela disse que você estava lá.
Russo: E tu foi perguntar de mim pra ela? Me poupe Catarina 😑
Catarina: Eu não perguntei, ela que disse no grupo.
Russo (áudio): Ah porra... Tu quer uma prova? Vai à casa da dona Vilma ta ligado? Pergunta pra ela o que
eu fiquei fazendo na parte da tarde. To com as costas ardendo de tanto Sol que pegou nela. Imperador
me chamou pra tomar umas e nem isso eu pude. Mas ai tu escolhe em quem acreditar, se vai ser na
Luana ou se é em mim. Desculpa se eu não te mandei nem um bom dia hoje, só sai com o rádio e passei
o dia na rua.
Catarina: Desculpa 😔
Russo: De boa.
Catarina: Vem dormir comigo?
Russo: Na boa, quero não, to estressado e não vai ser bom.
Catarina: Eu já pedi desculpas.
Russo: E eu já disse que ta de boa, mas eu não vou ai.
Catarina: Poxa Russo, eu tenho direito de ficar insegura. Foi a primeira vez que ficamos juntos de
verdade, ai tu some assim, nem deu tchau quando saiu.
Russo: Tu tava dormindo.
Catarina: Me acordava.
Russo: Você não gosta quando alguém faz isso.
Catarina: Eu sei.
Russo: Agora eu vou dormir.
Catarina: Imperador disse que você ia colar no baile lá no morro do Aruan.
Russo: Ele não sabe de nada. Você vai?
Catarina: To arrumada até.
Russo: Me chama pra dormir contigo e já está arrumada pra curtir baile? Jaé Catarina 😁👏
Catarina: Eu estava com raiva de você.
Russo: Vai curtir seu baile vai.
Catarina: Para de ser assim 😔
Russo: Eu sou o que eu quiser
🔸 Fim da Conversa 🔸
Eu estava sem paciência já. Deixei meu cel ali, desliguei a TV, tranquei a casa e fui dormir. Peguei no
sono legal, mas acordei no meio da madrugada. Olhei a hora no cel e eram 2 horas. Levantei pra dar uma
mijada, peguei meu celular e vi que havia várias mensagens. Fui lendo algumas e nem abri a da Catarina.
Respondi o Imperador que estava me chamando para o baile. Quer saber? Vou colar lá.
Tomei um banho, escovei os dentes, me arrumei no estilo, coloquei um dos meus bonés, bastante
perfume, minha arma na cintura e meti o pé de casa dentro do meu carro ouvindo um funk boladão até
chegar ao outro morro. Já subindo vi um monte de menina na rua, com a saia mostrando até o umbigo.
Os manos me deixaram subir na tranquilidade, mandei um rádio para o Imperador e ele disse onde
estava. Deixei meu carro estacionado e fiz o resto do caminho a pé.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 27º capítulo ❄ Catarina narrando
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Eu com certeza fiz cursinho para estragar tudo. Eu sou o desastre em pessoa. Em um dicionário tem uma
foto minha do lado exemplificando a palavra desastre. Quando tudo fica maravilhoso com o Russo, minha
neurose vai lá e estraga tudo. Fora que eu sou desconfiada ao máximo e ignorante ao mesmo nível.
Fui para o baile não sei pra quê. Estava achando tudo aquilo um saco, não estava conseguindo curtir. O
Imperador pegava mulher atrás de mulher bancando o rei como sempre junto com o Heitor e o Saulo. A
Thami estava louca de cachaça já rebolando com suas amigas. Eu estava no meu canto apenas bebendo e
olhando para o povo. Não faz o meu tipo dançar, mas quando eu me animo até que dou umas reboladas.
Uns parceiros vieram conversar comigo e ali ficaram comigo conversando por um bom tempo.
Vi o Imperador passar com os braços estendidos, achei estranho e o segui com o olhar. Dei de cara com o
Russo passando pelo povo e indo cumprimentar meu irmão.
Imperador: Ah moleque bom, sabia que tu viria. Chega junto pra chapar com a gente. –O Russo riu,
passou o olhar em mim e seguiu com o meu irmão.
Catarina: Dá licença gente. –Larguei meu copo de bebida e fui atrás do Russo-. Russo... –Segurei de leve
no braço dele e ele virou para trás.
Russo: Qual foi mina? –Ele me encarou dos pés a cabeça.
Catarina: Não me ignora.
Russo: Ih quero papo de romance agora não. –Ele arqueou uma das sobrancelhas.
Heitor: Qual foi da parada aqui com a morena? –Ele se aproximou rindo.
Russo: Nada não parceiro, tudo suave aqui.
Heitor: Que isso patrão, chega junto aê pra chapar.
Catarina: Russo... –Segurei no braço dele novamente.
Russo: Qual foi porra?
Catarina: Quer saber? Foda-se. Eu vou embora. –O encarei feio e sai dali trombando em todo mundo
mesmo. Subi na minha moto e desci voada o morro.
Estava já na pista de volta pra minha casa, acelerei pra caralho pra sentir o gosto da adrenalina e
esquecer o otário do Russo.
Cheguei ao meu morro, cortei para um beco e subi por um atalho que uso sempre até a minha casa.
Quando estava entrando na minha casa, vi o carro do Russo subindo pra minha rua. O tempo que usei
para guardar a moto, ele entrou no meu quintal e me agarrou com força.
Russo: Eu odeio essa sua marra, esse seu vestido, essa sua cara de brava.
Catarina: Eu odeio suas inconstâncias, quando você me trata mal só porque eu tive um mal julgamento.
Russo: Então para porra, bora ficar de boa.
Catarina: Não tem como ficar de boa quando se trata de mim.
Russo: Não, não tem mesmo. Parece que tudo que você faz é para me provocar. Até quando você não
quer você me provoca.
Catarina: Eu te provoco Russo? –Nem as leis do universo explicavam como as nossas bocas se
aproximavam cada vez mais que a gente discutia.
Russo: Provoca.
Catarina: Você não viu nada ainda.
Russo: Não vi? Eu te conheço sua birrenta.
Catarina: Sou birrenta mesmo.
Russo: Manha e birra você só vai fazer quando eu te pegar na cama e encher sua bunda de tapa.
Catarina: E quem disse que eu vou pra cama com você?
Russo: O mel na sua calcinha depois que eu termino de te beijar não me deixa mentir. –Dito isto ele me
beijou com força e eu retribui. Agarrei a nuca dele e intensifiquei aquele beijo. As mãos do Russo
desceram até a minha bunda e ele a apertou com força. Soltei um suspiro entre o beijo, mordi o lábio o
inferior dele e puxei para um beijo. Enquanto uma mão dele estava na minha bunda quase a deixando de
fora, porque meu vestido já não era pouco curto, a outra mão estava por dentro do meu cabelo pegando
com vontade. Deixando-me louca daquele jeito.
Catarina: Eu ainda estou com raiva de você. –Disse entre o beijo, ele desceu beijando meu pescoço,
deixando beijos e mordidas.
Russo: Cala essa boca Catarina... Só me responde uma coisa antes de calar: minha casa ou a sua?
Catarina: Meu pai...
Russo: Foda-se mano. Responde logo caralho.
Catarina: Sua casa. –Ele parou olhando meus olhos, agora com suas duas mãos na minha nuca e selou
nossos lábios.
Russo: Desculpa mulher. –Ele colou nossas testas e eu dei um selinho nele.
Catarina: Desculpo.
Russo: Agora eu aprendi que eu tenho que te acordar, dar vários beijinhos... –Ele falou me dando selinhos
enquanto eu sorria toda boba-. Ouvir você me xingar com seu mau humor matinal, depois te mandar pelo
menos uma mensagem avisando onde eu to.
Catarina: Aprendeu certinho.
Russo: Marrenta. –Ele segurou na minha mão e saímos da minha casa. Entramos no carro dele e
rapidamente ele chegou à casa dele.
Sai do seu carro e ele saiu em seguida. Caminhei até o portão e fui surpreendida por trás quando ele me
pegou no colo.
Catarina: Me coloca no chão Russo. –Ri.
Russo: Cala a boca, que acordar geral? –Ele riu e bateu o portão com o pé.
Catarina: Ah e você quer falar de mim? Bate mais forte que ainda não quebrou.
Russo: Se quebrar a gente substitui. –Ele riu, abriu a porta da sua casa, entramos e ele a trancou.
Ele foi me levando até o seu quarto que eu conhecia muito bem até mesmo no escuro. Assim que
chegamos, ele me deixou deitada na cama.
Russo: Acende a luz?
Catarina: Para de ser bobinho, vem logo Russo. –Dei uma risada, ele fez alguma coisa e veio pra cima de
mim. Notei ao tocar na costa dele com as minhas mãos que ele estava sem camisa e ao subir uma das
mãos até sua cabeça para puxar seu cabelo, ele estava sem boné.
Russo: Você é muito boa morena. –Ele disse se enfiando entre as minhas pernas, alisando todo meu corpo
e sussurrando no pé do meu ouvido-. Não sei como eu sou bobo ainda de ficar puto contigo. –Ele tirou
meus saltos e os jogou no chão.
Catarina: Xiu... Essa noite eu só quero ouvir seus gemidos de prazer. –Trouxe o lábio dele para o meu e o
beijei. Ele foi me pegando com força, tesão, fazendo todo meu corpo ficar mole em suas mãos. Sua língua
invadia minha boca e se enrolava na minha. A mão dele ia explorando cada canto do meu corpo como na
noite passada. Deixando-me toda arrepiada ao seu toque e louca de tesão fazendo minha calcinha ficar
logo meladinha. Cravei as unhas na costa dele quando ele começou a acariciar minha buceta por cima da
calcinha.
Russo: Safada... –Ele suspirou ofegante no pé do meu ouvido. Eu sentia o volume na sua calça só ir
aumentando. Ele começou a me torturar passando o dedo de leve pela minha buceta, causando-me
arrepios.
Catarina: Sacanagem sua. –Ri e mordi seu queixo.
Russo: Calma minha morena. –Ele foi colocando minha calcinha de lado enquanto voltava a me beijar.
Lentamente ele botou minha calcinha de lado e foi explorando minha buceta com os dedos ágeis. Isso foi
me deixando louca e cada vez mais entregue a ele. Eu o beijava soltando suspiros de prazer e já louca
para que ele me fodesse. Ele foi enfiando um dedo com maestria dentro da minha buceta, mordi meu
lábio e ele deu uma chupada no meu pescoço. Ele começou com vai e vem bem gostoso, deixando-me
louca para receber cada vez mais dele.
Catarina: É essa tortura que acaba comigo... –Ri manhosa e puxei os lábios dele para os meus. Minha
calcinha por ser bem pequena acabou fugindo para o lugar.
Russo: Que merda, pra mim você fica sem calcinha. –Com uma força bruta ele rasgou minha calcinha e
jogou o resto de pano longe. Eu fui pra cima dele, sentindo o pau dele super duro embaixo de mim. Puxei
meu vestido, como estava sem sutiã, acabei ficando já toda nua pra ele. As mãos dele percorreram pelo
meu corpo. Ele me puxou para um beijo intenso, quente e no ritmo perfeito. Ele dava tapas fortes na
minha bunda e a apertava. Eu sentia a minha bunda quente na área onde ele havia batido.
Fui descendo beijando o corpo dele todo, dando mordidas e demorando em algumas partes para deixar
chupões. Abri sua calça e a tirei junto com sua cueca. Seu pau duro pulou da cueca e eu peguei na base
começando a tocar uma punheta enquanto arranhava o abdômen dele.
Russo: Filha da puta... Cai de boca no meu cacete. –Ele disse pegando no meu cabelo na parte de trás e
passar os dedos por dentro. Sem pensar duas vezes comecei a mamar o pau dele com vontade, engolindo
todo seu cacete quente e grosso. Chupava seu pau fazendo com que ele sinta minha boca deslizando por
seu cacete até o talo. Ele me auxiliava pegando no meu cabelo, gemendo baixinho, falando frases
desconexas de prazer, enquanto eu me acabava no pau gostoso dele. Passei a língua por toda base,
chupei sua cabecinha, passando a língua nela fazendo movimentos circulares, descendo a língua até suas
bolas.
Russo: Porra Catarina... –Ele estava estourando de tanto tesão e foi socando seu pau na minha boca,
quase fazendo com que eu engasga-se-. Vem cá sua safada. –Ele me tacou na cama, me ajeitou para ficar
de quatro. Eu bem safada e tesuda, empinei bem a minha bunda para o meu homem. Ele foi pincelando
seu pau na entradinha da minha buceta.
Catarina: Não me tortura, amor... –Pedi toda manhosa e em troca recebi um puta tapa na bunda.
Russo: Cachorra. –Ele me deu uma sequência de tapas e tapinhas na minha bunda. Pegando com força no
meu cabelo, ele foi enfiando seu pau na minha buceta bem devagarzinho para que eu sentisse. Ele ia me
penetrando pedaço por pedaço, eu tinha que respirar fundo porque seu pau estava me arrombando. Ele
meteu tudo, me deu um tapa de leve na bunda-. Geme safada. –Ele começou um movimento de vai e
vem bem lentinho, levando-me ao delírio enquanto eu gemia bem baixinho curtindo o momento pedindo
pra ele me foder toda. Obedecendo-me, ele intensificou na foda, fazendo até que eu perca os sentidos. Eu
gemia alto, ofegante, com os batimentos cardíacos acelerados. Meu corpo inteiro pegava fogo e pingava
de suor. Ele me dava tapas fortes e firmes na minha bunda. Me fodia com maestria, o som dos gemidos
de prazer e de sua respiração ofegante me levavam a loucura. Ele me levantou e ainda de costas, fodeu
bem gostosinho minha buceta enquanto sussurrava putaria no pé do meu ouvido. Sem me conter mais,
com o tesão já no céu, ele aumentou o ritmo das estocadas na minha buceta, uma de suas mãos estava
no meu seio enquanto a outra na minha garganta. Joguei a cabeça pra trás, ele me beijou gostosamente
e me fudeu pra caralho. Eu gozei loucamente naquela piroca gostosa. Ele também já estava se
preparando pra gozar, mas antes disso retirou o pau da minha buceta, me tacou na cama e caiu de boca
na minha buceta, sugando todo meu melzinho enquanto eu rebolava a buceta sensível pelo gozo na boca
dele. Ele subiu uma de suas mãos e apertava meus seios alternadamente. Ele metia a língua na minha
buceta, subia e sugava meu clitóris. Eu me contorcia de prazer na cama, gemia alto pedindo mais,
rebolando naquela língua gostosa dele.
Catarina: Porra Russo! –Eu pegava no cabelo dele e pressionava sua cabeça contra minha buceta. Ele não
parava um segundo sequer nem para respirar enquanto sugava todo melzinho da minha buceta. Eu já
estava sedenta para gozar novamente. O puxei para cima sentado, pulei em cima dele, minha buceta foi
direto no seu pau que entrou todo de uma só vez na minha bucetinha molhada. Comecei a cavalgar no
seu cacete o levando a loucura. Rebolava bem gostoso no seu pau. Ele beijava minha boca com vontade,
fazendo até doer meus lábios. Ele suspirava, descia mamando meus seios enquanto eu me acabava na
sua pica.
Russo: Que delícia... Não para porra. –Ele pegou na minha bunda e fez eu quicar com força.
Ele me colocou de lado, levantou uma das minhas pernas e enfiou seu pau dentro de mim. O Russo metia
forte e ritmado. Fazendo com que eu perdesse a cabeça naquela foda louca. Eu gritava pedindo mais, ele
levantava minha perna pra ter mais acesso à minha buceta e chupava meu pescoço. Eu já estava
perdendo a linha com as estocadas dele na minha buceta.
Russo: Eu vou ggozz... –Ele não conseguia nem dizer direito de tanto tesão.
Catarina: Goza em mim, goza porra. -O tesão foi aumentando e eu gemia ansiando para gozar mais
naquela rola maravilhosa. Ele metia mais rápido, sem parar, sem pena nenhuma de mim e sem conseguir
anunciar o gozo, ele deu uma última estocada profunda e encheu minha bucetinha de porra. Ele deu mais
umas bombadas enquanto suspirava ofegante terminando de gozar na minha bucetinha fazendo-me ter
um puta de um orgasmo incrível.
Ele permaneceu com seu pau quente e latejante dentro da minha buceta melada com seu gozo. Ficamos
quietos recobrando o fôlego até que minutos depois descansando ele beijou minha nuca e voltou a fuder
minha bucetinha dessa vez bem lento.
(...)
Eu acordei toda descabelada e acabada no chão do quarto do Russo. Ele estava tentando me pegar no
colo, toda molenga com as pernas bambas ele me colocou na cama e deitou ao meu lado.
Catarina: Amor... Que horas são?
Russo: Dorme minha princesa. –Ele me abraçou de conchinha, entrelaçou sua mão na minha e beijou meu
pescoço.
Catarina: Você não tem que ir pra boca? –Beijei sua mão.
Russo: Depois do almoço eu vou, vou ficar com a minha mulher agora. –Ele depositou beijinhos pelo
pescoço.
Catarina: Sua mulher? Vai me assumir?
Russo: Você já é mais do que assumida Catarina. Com você uso até aliança.
Catarina: Usa mesmo? Você vai falar com o meu pai? –Ele ficou quieto dando beijinhos no meu pescoço-.
Vai não é? Porque pra me assumir meu pai tem que saber né.
Russo: Sim.
Catarina: Você está com medo do meu pai, Russo? –Virei rapidamente pra ele e o olhei.
Russo: Que isso morena, nada disso. –Ele riu nervoso.
Catarina: Você toma jeito ein Russo, você pode parando de fogo na bunda. Que se for pra ficar comigo
tem que me assumir para o meu pai.
Russo: Claro que eu vou morena. Para de nóia.
Catarina: Nóia nada, você é um cagão. –Ri iniciando um beijo-. Pior se você tivesse é com medo do
Imperador. –Ele parou de retribuir o beijo-. Vai se fuder Russo, não acredito que você está com medo do
Imperador também.
Russo: Não é o seu couro que vai ser arrancado.
Catarina: Eu acho que arranquei o seu primeiro. –Disse olhando para as marcas de arranhão e chupão
pelo corpo dele.
Russo: Você é foda viu Catarina. –Ele riu.
Mais tarde depois do almoço, eu peguei minhas coisas, fui pra minha casa enquanto ele foi pra boca.
Passei pela cozinha achando que a minha mãe estava na sala, pleno engano meu.
Babi: Onde você passou a noite? –Ele me olhou já dando uma risadinha.
Catarina: Eu? Na casa da Thami.
Babi: Aham... Agora a Thami te dá chupão né filha.
Catarina: Mãe para de ser chata. –Ri toda sem graça e fui saindo da cozinha.
Babi: MANDA O RUSSO FALAR LOGO PARA O SEU PAI, NÃO VOU FICAR COBRINDO VOCÊS DOIS TODA
NOITE. –O que não passa despercebido do meu pai, minha mãe descobre. Puta que pariu!
Entrei no banheiro do meu quarto, e nua, pude ver todas as marcas que o Russo deixou pelo meu corpo.
Minha bunda então estava toda lanhada. Tomei um banho bem longo e relaxante, sai do banheiro,
coloquei uma roupa qualquer de ficar em casa e peguei meu cel. Abri no Whatsapp e vi que a Thami havia
criado um grupo só para nós duas e a Fran.
🔸 Início da Conversa 🔸
Catarina: Boa tarde, moças 🌝
Fran: Quem é viva sempre aparece.
Thami: Onde você estava sua vagabunda? Sua mãe me ligou cedinho perguntando de você e eu mandei o
k.o dizendo que você dormiu aqui. Mas tu é burra ein? Voltou pra casa e deixou a moto lá.
Catarina: Minha mãe descobriu foi tudo 🙄
Fran: Meu Deus, conta mais 😱
Catarina: Ela disse que é para o Russo falar logo para o meu pai porque ela não vai acobertar nós dois.
Thami: Caralho minha dinda é foda 😂😂👊
Fran: Puta que pariu vocês dois, sua burra 😂😂😂😂😂😂
Catarina: Eu nem imaginava que fosse rolar.
Thami: Ops rolar... 😈
Catarina: Aham e menina puta que pariu! Thami a gente não pode mais chamar o Russo de babaca,
porque de babaca ele só tem o nome 🙈
Fran: Que isso ele pegou de jeito então.
Catarina: Eu vou é mandar uma nude da minha bunda pra vocês duas verem.
Thami: Deus me livre, ninguém merece ver esse horror.
Catarina: To zoando babaca, é tudo do meu amor agora.
Fran: Estão namorando? 😍
Catarina: Só quando ele perder o medo meu pai e vir aqui em casa 💆
(...)
🔸 Fim da Conversa 🔸
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 28º capítulo 💎 Imperador narrando
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O foda de segunda-feira é que eu sou subordinado do meu pai, como minha mãe o prendeu na coleira,
então ele não sai pra canto nenhum. Então ele acorda com um gás na segunda e eu morto de ressaca.
Logo cedo, já resolvi vários b.o de uma carga de droga que estava chegando pra fortalecer, tive que
negociar com os cu azul e ainda por cima o viado do Russo me deixou sozinho. Meu pai falava que estava
me preparando pra ser homem, não sei quão mais homem ele quer que eu seja. Não é porque minha
barba não cresce tanto quanto deveria crescer que eu deixei de ser homem nessa porra.
Desci para poder almoçar, no caminho encontrei com a Fran conversando com uma mulher no portão,
lembrei que era a mãe dela. Já parei minha moto, desci e andei até a Fran.
Imperador: Algum problema por aqui? –Cruzei meus braços e encarei a mãe dela.
Fran: Nenhum. Bruno eu quero falar com a minha mãe.
Xxx: Filha, por favor, volta pra casa... Menino faz minha filha voltar pra casa.
Imperador: Ficou maluca tia? Teu parceiro relando a mão na tua filha e tu acha que eu vou permitir uma
judaria com a minha menina dessa forma? Se toca porra. –Meu sangue já subiu e a cara de otária da mãe
dela já estava me dando nojo.
Fran: Bruno pelo amor de Deus. –Ela entrou na minha frente assustada.
Imperador: Tu não vai sair daqui não caralho.
Fran: Ta eu não vou, mas para. Mãe pelo amor de Deus, vai embora daqui. Olha eu estou bem ok? Estou
ótima. Eu não vou voltar para aquele lugar. Nunca mais, eu não posso me permitir viver mais um dia lá.
Mãe, vai embora antes que eu perca toda vontade de ainda te chamar de mãe. –Ela disse olhando para a
mãe dela. Que com os olhos cheios de lágrima saiu andando descendo o morro. A Fran me olhou e tirou
as mãos de mim-. Satisfeito? –Ela estava com os olhos cheios de lágrima.
Imperador: Fran...
Fran: Bruno, não se mete nos meus assuntos e também não me olha com essa sua cara de pena.
Imperador: Para com isso cara...
Fran: Me deixa em paz. –Ela entrou na casa e bateu o portão atrás de si. Fui puto para a minha moto,
subi na mesma e pilotei para a casa da minha mãe. O almoço já estava pronto, fiz meu prato e sentei pra
comer na sala. Minha mãe veio da área de serviço e sentou no sofá.
Babi: Filho, viu a Fran hoje já?
Imperador: Acabei de ver ela.
Babi: E como ela está?
Imperador: Suave.
Babi: Como suave?
Imperador: Suave ué. Quando a gente está suave é porque está.
Babi: Ih que mau humor... Vocês brigaram né?
Imperador: A mãe dela que colou aqui, estava fazendo a Fran voltar pra casa. Sabe o que me deixa putão
de raiva? É que se a burra da mãe dela sabe onde a Fran está, uma pressão que o padrasto dela fizer a
mãe dela vai contar onde ela está.
Babi: Ele não sobe pra cá, seu pai já deixou os meninos avisados.
Imperador: Fez certo. –Encarei a TV e dei uma garfada na comida já sem vontade.
Babi: Filho, você não acha melhor ela vir morar aqui? Fico tão preocupada com ela sozinha lá naquela
casa. Com a Thami até tudo bem, uma companhia. Mas ela é tão novinha, é tanta carga em cima dela.
Imperador: O que você quer dona Bárbara?
Babi: Quero que ela venha morar aqui em casa.
Imperador: Eu duvido a dona encrenca aceitar.
Babi: Eu vou conversar com ela.
Imperador: Conversa mesmo, que eu estou de saco cheio já.
Babi: Você também não dá uma brecha né Imperador.
Imperador: Quem dar a brecha é piranha, eu meto a porrada toda mesmo. –Levantei do sofá e larguei
meu prato na cozinha.
Babi: É cada coisa que eu ouço dentro dessa casa que eu juro que um dia fico surda de tanta imundície. –
Ela reclamou enquanto eu metia já o pé pra rua. Passei em casa pra escovar os dentes e voltei pra boca.
Quando cheguei o Russo estava lá já contando a porra do dinheiro.
Imperador: Qual foi teu viado? Cheio de serviço pra gente fazer e tu de moleza na cama?
Russo: Que nada parceiro, estava malzão hoje cedo.
Imperador: Tu foi ontem atrás da Catarina não é? –Dei risada-. Mente pra mim não caralho.
Russo: Fui né mano. –Ele pareceu até relaxar-. Aquela marrenta tava brigada comigo porque eu não dei
atenção pra ela ontem, você acredita?
Imperador: Se ela bola comigo por causa de mulher não vai bolar contigo por causa de atenção? Se liga
ein parceiro que com ela o buraco é mais embaixo quase achando petróleo.
Russo: Morreu o assunto. –Ele falou quando meu pai entrou na sala junto com o tio Dog.
JR: Morre o assunto não, estão devendo porra.
Dog: É assunto calcinha, quero nem saber. –Ele deu um tapão na minha cabeça e outro na cabeça do
Russo.
Imperador: Porra tio sem judaria na quebrada. –Passei a mão na cabeça.
Dog: Pra virar homem, moleque.
Imperador: Caralho, mó fita errada.
JR: E qual foi do assunto que eu to querendo saber.
Russo: Nada não padrinho, as paradas estão tudo aqui. –Ele colocou o saco de dinheiro na mesa e
empurrou na mesa para o meu pai pegar.
Dog: E ai, cara amarela é essa Russão. Bundão feito teu pai. –Ele puxou uma cadeira e sentou perto.
Imperador: É mano... Que cara amarela é essa? –Ser isqueirinho é comigo mesmo.
Russo: Que isso parceiros, to aqui na suavidade trabalhando. Tem cara nenhuma. –Ele deu risada.
JR: Pode pá. –Meu pai pegou o dinheiro olhando desconfiado para mim e para o Russo, em seguida saiu
da sala.
Russo: Porra mano, fica falando essas paradas ai não. Seu pai é todo desconfiado.
Dog: Ih... Já senti treta ai. Quer esconder as paradas do JR é pedir pra morrer, ta ligado né?
Imperador: Ai tio, Russão está relando a mão na minha irmã.
Russo: Porra Imperador! Tu é vacilão pra caralho. –Ele ficou puto e o Dog se borrou de rir.
Dog: Ah mano, tanta mina por ai e você vai logo à princesa do JR? Ah na boa, sinto muito por tu. –Eu
comecei a rir junto com o tio.
Russo: Sem malandragem vocês dois, ficam me tirando na alta. –Ele levantou da mesa, ajeitou o boné-.
Vou fazer meus corres que é melhor. –Ele meteu o pé dali e eu sentei no lugar dele.
Imperador: Pegou o ar. –Ri.
Dog: Viagem desse moleque.
Imperador: O moleque é bom, até suave em ser meu cunhado.
Dog: Tempão que não vejo Catarina.
Imperador: Deve está dormindo, ela só faz isso.
Iron: Ai chefe... –O moleque entrou ofegante na sala.
Imperador: Qual foi? –Levantei e cruzei meus braços.
Iron: Ta maior k.o lá embaixo perto da barraca do Zezin. É treta com sua patroa e da amiga da Thami que
veio morar aqui esses dias.
Imperador: Eita caralho. –Mal ajeitei o chinelo no pé, sai da boca, subi na minha moto e voei até chegar
ao local.
A cena era da Fran sentada no asfalto com metade do cabelo cortado e os fios no chão espalhado, Manu
toda fudida na mão com o rosto sangrando e com o cabelo todo cortado. Catarina com uma tesoura na
mão e segurando a Manu no chão com o pé em cima da cara dela. Minha mãe vindo do outro lado
boladona. Eu desci da moto já puto.
Imperador: Tira o pé da garota caralho. –Puxei a Catarina. A Manu levantou do chão chorando.
Manu: OLHA O QUE SUA IRMÃ FEZ COMIGO, IMPERADOR? OLHA AMOR, OLHA ISSO. –Ela chorava se
descabelando, descabelando não porque nem isso tem como mais.
Catarina: Isso é pra tu aprender sua piranha, que com amiga minha tu não se mete e no meu morro tu
não canta de bucetuda. –Catarina deu um tapa na cara dela.
Babi: O que está acontecendo aqui? –Minha mãe já saiu empurrando nós três pra trás.
Manu: TIA...
Babi: Tia o caralho que meu nome é Bárbara e eu não sou irmã de nenhum dos seus pais. –Esqueci de
avisar, minha mãe também não gosta da Manu-. O que você está fazendo aqui se a sua casa não é aqui
ein garota? –Manu trancou o cu com os olhos cheios de lágrima.
Catarina: Essa piranha mãe, veio aqui desacatar a Fran por causa de Imperador. Ele ao invés de escolher
mina decente pra botar na família escolheu essa rata ai.
Imperador: Porra Catarina ta me tirando caralho?
Babi: Olha só Imperador, tu tira essa menina agora da minha frente e manda ela nunca mais subir pra cá
sem o pai dela ou a Ninja ta me ouvindo? –Minha mãe falou é ordem ta ligado né? Peguei a Manu pelo
braço, dei uma olhada na Fran que estava com me fulminando com o olhar. Subi na moto, botei a Manu
atrás de mim e voei pra casa dela fora do morro.
Imperador: Sem dizer um “ai”, bora entrar. –Descemos da moto, ela estava engolindo o choro, entramos
na casa dela. Fui até o banheiro onde sei que tem uma máquina de barbear do padrasto dela, já deixei no
esquema. Peguei a Manu pelo braço, levei para o lado de fora, a botei sentada numa cadeira e liguei a
máquina na tomada.
Manu: Impera...
Imperador: Cala a boca, Emanuelle. Você já me causou problemas demais. –Fui curto e grosso mesmo.
Comecei a raspar a cabeça dela pra terminar de fazer o serviço da Catarina e não deixar aqueles fiapos
soltos. Ela chorava de soluçar enquanto eu ia terminando o serviço. Sou vilão, mas também não passo
fome né? Precisando dar uns cortes ai to na atividade.
Imperador: Se você quiser lança ai um desenho vai ficar na moral. –Dei uma brincada, mas eu estava
puto por dentro.
Manu: Você ainda ri? –Ela levantou chorando e ficou de frente pra mim-. Olha como eu estou, Imperador?
Você está vendo como eu estou?
Imperador: É como a Franciellen estaria se a Catarina não estivesse lá. –Cruzei os braços e arqueei uma
das sobrancelhas.
Manu: Você não sabe o que aconteceu.
Imperador: Desde final de semana você já vem querendo arrumar k.o com a menina. Já disse caralho que
eu não tenho porra nenhuma com ela.
Manu: Ah não? Ela dormiu na casa dos seus pais, Imperador! Sua mãe gosta mais dela do que de mim. Eu
nunca dormi na casa dos seus pais.
Imperador: Pra começar mulher nenhuma nunca dormiu na casa dos meus pais. Tu não sabe o que rolou
com a garota.
Manu: Ah e você resolve abandonar sua festa de aniversário justamente por causa dela. Você acha que eu
sou alguma otária?
Imperador: Pra fazer esse tipo de coisa é otária mesmo viu. Cara o que está rolando, Manu? Você não era
assim caralho. –Ela abaixou a cabeça-. Caralho tu não pensa não porra? Como que tu quer que a gente
fique junto dessa forma caralho? Ta me tirando no bagulho porra, arrumando confusão dentro da minha
área. Com a minha irmã e a amiga dela? Vai tomar no seu cu Manu, desse jeito não existem condições da
gente ficar junto mais não. –Larguei a máquina em cima da cadeira e meti o pé dali sem deixá-la vir atrás.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 29º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Eu estava espumando de tanto ódio quando a cabeleireira terminou de cortar meu cabelo igualando nos
ombros. Graças a Deus, a Catarina interveio antes mesmo que a Manu conseguisse terminar o que
começou a fazer. Ainda foi incentivada por alguns moradores depois do discurso ridículo que ela fez
falando que eu era piranha que estava dando confiança para o Imperador.
Babi: Você está linda Fran. –Ela alisou meu rosto.
Fran: Aham. –Apenas assenti com a cabeça, dei o dinheiro na mão da cabeleireira e fui pra casa tentando
esconder a vergonha que estava. Com certeza eu estava na boca do povo depois dessa tarde maldita.
Quando cheguei em casa, tranquei tudo e deitei no escuro do meu quarto. Tudo de ruim estava
acontecendo comigo, não havia uma coisa boa para se tirar no meio de toda essa tempestade. Eu não sei
aonde vai parar o trem da minha vida.
Meu coração apertado sangrava por todos os acontecimentos ruins que vagaram pela minha vida. Não
demorou nada, estava debulhada em lágrimas sentindo-me a pior de todos os seres humanos. Era melhor
morrer do que está nessa terra.
Eu não tinha nem cara para poder ir pra escola, minha alma parecia sugar todas as energias do meu
corpo deixando-me debilitada. Ouvi meu celular tocar inúmeras vezes, mas não sai do lugar para poder
atender. Em um estalo veio na minha mente que haveria uma prova importante hoje. Pensei mil vezes em
ir ou não ir. Mas por insistência de um lado do meu cérebro que ainda funcionava, levantei da cama, me
arrumei, peguei meu material e sai de casa.
Descendo o morro ouvi um menino assoviar e o som veio de cima.
Menino: Qual é morena, patrão mandou avisar que quer te ver.
Fran: Manda seu patrão pra casa do caralho. –Continuei meu trajeto pela escadaria.
Xxx: Qual foi Franciellen? Queria falar com você caramba. –Ele veio por trás de mim falando, pegou no
meu braço e eu continuei virada pra frente. Porque eu sei que se olhasse pra ele eu desabaria.
Fran: Me deixa Imperador.
Imperador: Qual foi Fran?
Fran: Franciellen pra você.
Imperador: Você me chamou de Imperador, você nunca faz isso.
Fran: Olha Bruno, me deixa seguir em paz beleza? –Virei pra ele com um pouco de agressividade-. Eu só
quero seguir minha vida, sem muitos holofotes sobre mim. –Minha voz vacilou um pouco e os meus olhos
encheram-se de lágrimas. Não Fran, não desaba agora, espera mais um pouco...
Imperador: Caralho você não vê o que eu estou tentando fazer?
Fran: Você não está tentando fazer nada.
Imperador: Você não me deixa nem tentar, você tem toda essa barreira em torno de você.
Fran: Essa sou eu, acostume-se.
Imperador: Não vou me acostumar, não sou obrigado a nada.
Fran: Eu tenho uma prova agora, tchau. –Quando eu virei para poder ir, ele rapidamente tirou meu
fichário das minhas mãos e subiu dois degraus.
Imperador: Você não está bem, faz segunda chamada.
Fran: Você não sabe nada de mim. Devolve meu fichário Bruno.
Imperador: Ah neguinha tu gosta de correr? Vem pegar teu fichário na toca do chefe. –Ele piscou e saiu
correndo escadaria acima.
Fran: EU ODEIO VOCÊ, ODEIO! –Gritei de tanto ódio que as lágrimas caíram pesadas e quentes.
Soluçando de raiva eu subi as escadarias até a boca. Quando cheguei lá todo mundo ficou me olhando.
Fran: Cadê o Imperador? –Olhei para o Russo e ele sem dizer nada apontou para uma escada.
Subi as escadas fula da vida, abri a porta e fui parar no telhado da boca. O Imperador estava sentado na
mureta lendo meu fichário.
Imperador: Sua letra é mó bonitinha mano, cheia de firula.
Fran: Vai tomar nesse seu cu, me devolve que eu preciso ir pra escola ser alguém de verdade. –Fui pegar
meu fichário com raiva e ele o levantou no alto.
Imperador: Pega agora baixinha.
Fran: Me devolve essa merda. –Esbravejei dando tapas nele que pareciam ser inúteis.
Imperador: Eu tenho uma proposta pra você primeiro.
Fran: Proposta é o caralho, quero meu fichário.
Imperador: Para de ser marrenta, dona encrenca. –Ele riu e ai que eu fiquei mais puta.
Fran: Marrenta nada, eu quero essa merda.
Imperador: Eu dou, mas se você prometer não ir embora sem me escutar.
Fran: Eu vou para onde quiser, você não me manda.
Imperador: Mas não vai mesmo, um toque e os meus homens te prendem aqui.
Fran: Homens do seu pai.
Imperador: Um dia serão meus.
Fran: Um dia, mas não é hoje. Quem manda ainda é o seu pai e você não passa de um moleque não
aprendeu a ser homem.
Imperador: Qual foi porra? Eu estou te tratando bem. –Ele ficou puto.
Fran: Não pedi agrado seu.
Imperador: Mal agradecida.
Fran: Estúpido.
Imperador: Então vai lá embaixo e pega a porra do seu fichário. –Ele tacou meu fichário lá de cima.
Fran: Por que você fez isso? Me diz Bruno? Você sente prazer em me fazer mal? –Dei socos e pontapés
nele. Ele me segurou pelos braços me mantendo afastada e eu chorei de frustração, raiva, ódio.
Imperador: Olha nos meus olhos e responde: está tudo bem com você? –Ele disse convicto.
Foi a pergunta mais simples, direta e correta que alguém já fez para mim em toda minha vida. Eu parei na
hora de lutar, ele deu dois passos em mim direção ainda mantendo o olhar sobre o meu.
Imperador: Responde pra mim, anda. Não precisa mentir pra mim, eu já sei da tua história e to
aprendendo decifrar seu olhar. Eu te observo garota, você acha que não, mas eu estou de olho em você.
Fran: A resposta é não.
Imperador: E por que você luta ainda? Porra eu só to querendo te ajudar caralho. Não está vendo.
Fran: Você sente pena de mim.
Imperador: Quem tem pena é galinha, eu só não quero mais brigar contigo porra.
Fran: Eu não preciso que você me defenda da minha mãe, muito menos da Emanuelle, muito menos de
ninguém. Eu sei me virar sozinha.
Imperador: Eu não estou te defendendo de nada.
Fran: E por que fica olhando para mim como se eu fosse a coitadinha estuprada? Porra vai se fuder mano,
já não basta a cara de otária que a sociedade faz, agora vem você? Preciso não, muito obrigado.
Imperador: Será que é tão ruim assim não querer que aconteça mais nada de ruim com você? Porque sei
lá, é o que eu faria pelo Russo, pela Cat, pelo meu pai, pela minha mãe ou por qualquer pessoa aqui no
morro. Tu não é diferente de ninguém, todo mundo passa por barreiras, você está passando pela sua e eu
quero te ajudar mano. Precisa encrencar com tudo? Eu to ligado que sempre fui vacilão com você, mas é
porque eu não te conhecia. Olha, minha mãe disse que você não precisa ficar na casa da Thami sozinha.
Eu entendo que você queira sua liberdade de ir e vir. Mas meus pais são tranquilões. Minha mãe sente um
carinho muito grande por você e já te tem como filha mesmo. Só vim mesmo dar o recado dela, vê se tu
aceita ser minha irmã emprestada ta ligado? –Ele terminou de falar e me soltou. Mas por impulso, joguei-
me nos braços dele e ele me envolveu em um abraço firme-. Isso é um sim? –Não respondi porque não
tinha certeza da resposta. Estava tão bom no abraço dele, ele beijou minha testa e ficamos ali por alguns
minutos.
Fran: Sabe qual é o problema de se fazer de durona para todo mundo? É que quando eu fecho a porta do
meu quarto meu mundo desaba e eu não consigo mais me controlar.
Imperador: Eu não consigo imaginar o que você passa, porque eu nunca vivenciei ou passei por isso. Mas
ta ligado? Eu te julguei mal pra caralho, te achava arrogante, metida, nojenta, mas tu é diferente mina.
Cheia de problema, vida difícil, rala pra caralho. Eu não to mais a fim de brigar contigo por bobeira, quero
está do seu lado quando você precisar.
Fran: Eu também não quero mais brigar, mas não quero que se meta nos meus problemas.
Imperador: Não me meto, mas vamos pra casa da minha mãe? O rango hoje lá vai ta o aço e eu não
estou a fim de ter que esquentar a comida.
Fran: Eu preciso ir pra escola.
Imperador: Hoje não. –Ele desfez o abraço, saímos dali, passamos pela boca e um menino entregou o
meu fichário. Ele foi até sua moto comigo e subiu-. Sobe ai Fran.
Fran: É Franciellen.
Imperador: Frango. Anda, sobe.
Fran: Frango é o caralho.
Imperador: Olha a boca irmãzinha. –Ele riu e eu subi na moto. Ele pegou caminho pra casa dos pais dele.
Fran: Você não tem sua casa? –Perguntei enquanto ele pilotava.
Imperador: Tenho né, mas eu não sei cozinhar e fica difícil. Tenho que arrumar uma mulher.
Fran: A Emanuelle serve.
Imperador: Emanuelle fez a coisa que eu mais odeio em mulher que é arrumar barraco.
Fran: Ah...
Imperador: E, aliás, você ficou mais bonita assim. –Ele parou a moto em frente à casa dos pais dele, eu
desci e ele fez o mesmo em seguida-. Eu elogio e você nem agradece.
Fran: Nossa você quer que eu agradeça por sua namorada ter dado a louca com uma tesoura? Nossa,
parabéns. Você caga no pau, limpa e caga de novo.
Imperador: Ta bom, não elogio mais.
Fran: Não elogia ué, não sou bonita mesmo.
Imperador: Tu é mó gracinha. –Ele riu entrando na casa e eu fui atrás.
Fran: Não. –Ele abriu a porta.
Imperador: Olha quem apareceu pra jantar? –Ele fez presença rindo. A Catarina olhou rindo pra ele.
Catarina: Se você não me viesse até estranharia.
Imperador: Trouxe a dona encrenca.
Catarina: Amiga, por que você não me atendeu sua louca? Saiu do salão correndo e por que você está
com essa cara inchada e vermelha?
Imperador: Para de perguntar caralho, enfia essa comida na goela e se engasga.
Catarina: Para seu viadinho. –Ela tacou uma almofada nele.
JR: A casa estava um silêncio até você chegar. –Ele veio da cozinha.
Imperador: Eu posso ir embora se quiser.
JR: Faz esse favor, obrigado. –Ele falou debochado e eu dei uma risada baixa.
Imperador: Bora Fran. –Ele me pegou pelo braço.
JR: Ela fica, você vai.
Imperador: Vai me trocar por ela? –Ele olhou incrédulo.
JR: Ela é a minha nova filha, você eu deserdei.
Imperador: Tchau então. –Ele fez ceninha saindo. O JR passou o braço em volta do meu ombro.
JR: Bora jantar. Daqui a pouco essa praga volta.
Catarina: Faz seu prato lá amiga, vem comer comigo porque eu quero fofocar.
Imperador: Oi família, voltei. –Ele entrou na casa novamente-. Família, menos a Franciellen.
Fran: Tanto faz, não gosto de você mesmo.
Catarina: Pelo amor de Deus, não briguem ou quem sai dessa casa sou eu.
Imperador: Vai morar aonde? Com seu namoradinho?
Catarina: Cala a boca seu inútil. –Ela pegou outra almofada e tacou nele.
JR: Que namorado, Catarina? –Ele olhou bravo pra ela.
Catarina: Esse otário que só fala merda, pai. –O Imperador começou a rir e eu dei uma cotovelada firme
na barriga dele o olhando feio. Ele parou de rir na hora e colocou a mão na barriga.
Babi: FRAN! Você veio. –Ela saiu da cozinha já com os braços estendidos pra me abraçar. Não existia coisa
melhor do que o abraço dela, então já fui abraçá-la.
JR: Não quero você de namorado, Catarina. Você tem que estudar me ouviu?
Catarina: Pai, eu não tenho namorado nenhum. –Ela disse mexendo na sua comida.
JR: Não que você queira falar né.
Catarina: Já disse que não tenho, que saco. –Ela levantou bolada e foi pra cozinha.
JR: Vish... O que deu nela?
Babi: Você gosta quando eu digo o que você tem que fazer?
JR: É diferente.
Babi: Não é. Você é pai, não dono. Ela tem 20 anos e não 2. Se ela está namorando que bom né?
JR: Mas...
Babi: Mas nada, Gabriel. Catarina tem todo direito de ter um namorado, a menina nunca namorou poxa.
Enquanto você fica achando linda aquela piranha da Emanuelle atrás do Imperador. –Ela falou sério com
ele. Olhei de rabo de olho para o Imperador e ele estava com uma cara de “Acho que alguém se fodeu”. É
muito engraçado você ver um bandido na posição em que o JR está abaixando a cabeça pra mulher dele.
Ela não falou nada demais, mas quantas mulheres já sofreram injúrias por tão pouco. E a minha mãe que
toma porrada e sério, até hoje eu pergunto por qual motivo naquela cabeça oca dela ela ainda não
denunciou o meu padrasto.
JR: Filha... –Ele foi atrás da Catarina na cozinha.
Babi: Você é ridículo. –Ela sussurrou olhando feio para o Imperador.
Imperador: Posso fazer o que? Saiu. –Ele se jogou no sofá.
Babi: Você gosta é de um barraco isso sim.
Imperador: Gosto mesmo.
Babi: Como que está a esquisita?
Imperador: Eu sei lá, não falei com ela agora de noite.
Babi: Hm...
Imperador: É muito ciúmes para uma sogra só.
Babi: Nunca que aquela garota vai ser minha nora.
Imperador: To zoando mãezinha. –Ele fez cara de anjinho-. Posso jantar?
Babi: Vai jantar na casa da coisinha. Vem Fran. –Ela me puxou pela mão e foi comigo pra cozinha-. E ai,
meu filho falou de você vir morar aqui com a gente? –Quando entramos o clima não estava muito bom ali
na cozinha entre a Catarina e o JR. Ela estava com o rosto vermelho como se estivesse pegando fogo.
Catarina: Pai...
JR: Quantas vezes eu já disse pra você que namorar com bandido não dá futuro?
Catarina: Minha mãe está com você todo esse tempo!
JR: Exceção.
Catarina: E o Russo não pode ser minha exceção?
JR: Não! –Ele falou alto e grosso. Que eu senti o impacto.
Catarina: Beleza. –Ela saiu da cozinha voando, em seguida ouvi a porta da casa e do portão serem batidas
com força.
Imperador: CATARINA!
JR: Que droga! –Ele tentou ir atrás, mas a tia Babi impediu.
Babi: JR, a deixa ir.
JR: Não.
Babi: Deixa que o Imperador fala com ela.
JR: Não.
Babi: Nem tudo é do jeito que você quer.
JR: Não me interessa, ela é a minha filha. Ela não vai ficar dando pra bandido.
Babi: Você faz sua filha fazer serviços pra você. Ou seja, ela também é bandida. Com 15 anos você estava
levando a garota pra aprender a atirar, então pode parando. Mas que coisa, o Russo é um menino bom.
JR: Bom aos seus olhos, aos olhos da mãe dele.
Babi: Você fala como se você fosse aquele cristão que vai todo domingo a missa isento de pecados. –Eu
de fininho fui saindo da cozinha deixando os dois se acertarem e fui pra rua. Quando cheguei no portão, vi
o Imperador segurando a Catarina enquanto ela batia e chutava ele.
Catarina: Me larga, Imperador! Eu vou meter o pé.
Imperador: Não vai, Cat. Mas que droga, que garota marrenta.
Catarina: Eu não quero saber, quero que se foda esse caralho.
Imperador: Cat, você acha que assim vai conseguir que meu pai aprove o Russo porra?
Catarina: Não quero que ele aprove mais caralho nenhum.
Imperador: Cat, por favor, eu estou te pedindo, não vai caralho. Por mim, por favor, só foi uma briga
boba. Quantas brigas você já teve com o pai? Vocês brigam porque são iguais. Você briga até comigo.
Não vai, caramba, se você for vai ter que me levar junto. –Ela parou de lutar, ele a segurou firme do
mesmo jeito que fez comigo em cima da boca-. Caramba, por que você tem que sempre lutar?
Catarina: Será que eu não posso namorar quem eu quiser? Qualquer mina que você coloca em cima da
sua moto meu pai enche a boca pra poder falar com tanto orgulho. E eu? Será que meu pai nunca vai ter
orgulho do meu namorado? –É estranho vê-lo dessa forma, digamos assim: exposto. Eu me expus a ele
de uma forma que poucos conhecem e ele estava se expondo de uma forma que só a família conhece.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 30º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Eu estava sentindo falta já do morro, da Cat, da Fran e dos meninos. Eu fiquei preocupada pra caralho
depois que soube que a Manu foi meter bronca pra cima da Fran, mas o Russo disse que não foi nada
demais. Mas porra conhecendo minha melhor amiga eu sei que ela não deve está nada bem. Depois do
colégio eu vou vê-la e dormir por lá. Sim, eu estou juntinho com a Fran, tomei bomba duas vezes por
causa de bagunça e desinteresse. Mas foi graças a Fran que agora eu estou certinha e buscando passar
de ano. Só passar mesmo, porque eu não estou muito a fim de fazer faculdade não. Não gosto de estudar
e foda-se.
Depois do colégio, liguei pra minha mãe avisando e fui para o morro. Já chegando por lá, uma moto parou
do meu lado do nada me assustando. Eu dei um gritinho e pulei para o lado. Pelas tatuagens no braço
notei que era o meu tio Dog, dei uma risada de alivio e ele tirou o capacete rindo.
Dog: Qual foi Thamires? Está devendo?
Thami: Eu? Estou nada. –Ri.
Dog: Tomou susto por que então?
Thami: Será porque você chegou do nada relando a moto em mim?
Dog: Ta andando no meio da rua ué, eu passo por cima.
Thami: Passa então que eu quero ver, meu pai mata você. –Ri.
Dog: Seu pai forte, mas não é dois.
Thami: Nem você. –Debochei e sai andando. Ele acelerou a moto e veio devagarzinho do meu lado.
Dog: Está indo pra onde?
Thami: Pra minha casa.
Dog: Ah é verdade, você tem casa por aqui. Pensei que tivesse morando com seus pais agora.
Thami: Eu voltei pra lá, mas eu vim ver como a Fran está.
Dog: Ah por causa da treta? Porra achei o corte dela maneiro, tava no telhado quando ela passou
correndo atrás do Imperador.
Thami: Oi?
Dog: Eles namoram não é? Estavam de treta em cima da boca.
Thami: QUE? –Parei na hora com meu queixo lá no chão já.
Dog: Ih novinha, sabe de nada é. Sua amiga não te conta das paradas.
Thami: Essa piranha.
Dog: Sobe ai que te levo pra lá, sei onde ela tá.
Thami: Ta sabendo demais não acha? –Arqueei as sobrancelhas e cruzei os braços já desconfiando.
Dog: Ih tem nada não, cheia de neurose, vai subir ou não vai? Tenho minhas paradas pra resolver.
Thami: Cheio de parada, eu hein. Gosto disso não, gosto de exclusividade pra me levar aonde eu quiser ir.
Dog: Olha a marrenta. –Ele riu-. Cheia de abuso.
Thami: Anda logo vó, me leva onde a Fran está. –Subi na moto segurando meu fichário na frente.
Dog: Te derrubo dessa moto em sua abusada, me chama de vó de novo pra tu ver.
Thami: Eu to vendo aqui os cabelinhos brancos.
Dog: Não fode garota, sua mãe não te deu educação.
Thami: Deu, mas eu esqueci em casa. –Ri e ele deu partida. Rapidamente ele chegou e parou a moto em
frente a casa da minha dinda e do meu dindo. O Imperador estava do outro lado conversando com uns
caras numa rodinha e tomando cerveja. Ele me olhou, saiu da rodinha e veio andando até a gente. Desci
da moto e dei um abraço nele.
Imperador: Qual foi morena? Vai embora e todo dia dá as caras por aqui.
Thami: Nossa nem posso vir mais fazer visita? Cadê minha amiga ein? Quer dizer que a Manu vacilou foi?
Imperador: Vacilo foi pouco porra, a mina surtou caralho.
Thami: Ela nem é dessas paradas.
Imperador: Papo reto. E ai, tio? Desce uma gelada ai?
Dog: Desce nada, to indo resolver umas paradas.
Thami: Ele é cheio de tretinha, assim como você.
Imperador: Ih me tira dessa, não tenho treta nenhuma. –Ele riu.
Dog: Beleza ai vocês dois, fui crianças. –Ele acelerou a moto e meteu o pé descendo o morro.
Thami: Que história é essa de você e da Fran em cima da boca se agarrando?
Imperador: Eu me agarrando com a Fran? Cê louca Thami! –Ele riu coçando a cabeça.
Thami: Aham, Imperador. Você é cheio de história. Cadê ela?
Imperador: Lá dentro, ela disse que ia dormir.
Thami: Aqui?
Imperador: Minha mãe não quer que ela durma na sua casa sozinha, sabe? Vai ser ruim pra ela ficar só
por lá e também mais seguro ela ficar por aqui.
Thami: Nossa eu fico até mais aliviada, porque olha Imperador, o padrasto dela tem costume de aparecer
do nada só pra colocar medo na Fran.
Imperador: Pode deixar cara, que se esse mano trombar por aqui ele não desce mais. Mãe dela teve por
aqui, gostei nada disso. –Só pela cara dele já percebi que ele realmente ficava puto com essa história. Era
estranho como ele e a Fran se odiavam, e agora ele estava a protegendo.
Thami: Beleza, vou ver se ela está acordada. –Eu entrei na casa, a porta estava aberta e quando entrei vi
a tia Babi no maior amorzinho com o meu dindo no sofá-. Opa, eu acho que atrapalhei um pouquinho né.
–Dei uma risadinha baixa.
JR: É... Quase nada né. –Ele riu sem graça e a minha dinda com o rosto vermelhinho saiu do colo dele
indo sentar no sofá.
Thami: Cat e Fran estão por ai?
JR: Lá em cima. –Eu dei uma risada, subi as escadas rapidinho indo direto para o quarto da Cat.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 32º capítulo 🐾 Russo narrando
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A Catarina quando a raiva passa ela fica toda sensível. Depois que o Imperador me chamou no portão
falando o que rolou, esperei o momento certo pra pular a janela da Cat.
Catarina: Não acho justa a atitude do meu pai. –Ela resmungou baixinho para que ninguém soubesse que
a gente estava lá.
Russo: Ele é seu pai, é justo o que ele quiser.
Catarina: Então você não quer ficar comigo? –Ela emburrou a cara e eu ri baixinho beijando o rosto dela
em seguida.
Russo: Claro que eu quero, marrenta. Eu só acho que você precisa da um tempo pra ele. E depois, não é
você que vai trabalhar feito mula amanhã porque seu pai deve tá puto pra caralho comigo. É isso ou ele
me dá um tiro no saco.
Catarina: Acho mais provável o tiro.
Russo: Fica jogando praga mesmo.
Catarina: Larga de ser borracha fraca, Russo. Você fica ai com medinho do meu pai, mas se chega um
carinha metendo o nariz aqui no morro você mete mó marra de machão, bota arma na cara, ameaça e os
caralho. Agora perdeu sua marra? Qual foi ein? Tu é macho ou não? –Ela levantou da cama e falou tudo
isso me encarando de braços cruzados. Meu pai eterno, onde foi que eu fui amarrar meu bode quando me
apaixonei por essa mulher.
A porta de repente abriu, meu coração foi na boca que em um salto eu já estava perto da janela. Meu
coração deu um alívio quando eu percebi que era Thami.
Thami: Gente que isso? –Ela olhou rindo toda escandalosa e ligou a luz.
Catarina: Cala a boca. –Ela cochichou baixinho-. Meu pai não sabe que ele ta aqui.
Thami: Nossa nem eu queria saber. –Sim né, eu estava só de cueca e ela de lingerie com minha camisa
por cima. Não tinha rolado nada, mas como íamos dormir juntinhos né? Tem que ficar confortável.
Russo: Caralho, Thamires. –Peguei minha bermuda e comecei a vestir.
Catarina: Mete o pé vai Russo, cansei da sua cara por hoje. –Ela cruzou os braços e rolou os olhos.
Russo: É assim Catarina?
Catarina: Sim. –Ela fez bico e virou a cara olhando pra Thami. –Porra essa garota é foda viu.
Russo: Então tira minha camisa que eu vou lá agora falar com teu pai.
Catarina: Mentira! Você vai mesmo? –Ela me olhou com os olhos brilhando e sorrindo toda boba vindo até
a mim.
Thami: Que casal lindo. –Ela sorriu toda boba.
Russo: Anda Catarina. –Ela tirou minha camisa e eu vesti.
Thami: Nossa gente eu estou vendo muitas coisas desnecessárias. –Ela riu e fechou a porta em seguida.
Catarina: Vai mesmo falar com meu pai?
Russo: Vou caralho, me irrita mais não. –Coloquei meu boné e minha arma na cintura por cima da camisa.
Terminei de me arrumar e já fui pra janela.
Catarina: Aonde você vai?
Russo: Vou descer né? Ou você quer que eu desça pelas escadas e ele descubra que eu estava aqui?
Catarina: Ata bom. –Ela riu nervosa, me deu um selinho e eu desci. Assim que desci pela árvore, subi no
muro e fui andando até chegar à rua. O Imperador do outro lado da rua me olhou rindo e eu fui até ele.
Cumprimentei os parças e eles me convidaram até pra beber.
Russo: Vou nada, to indo lá na sua casa agora. –Olhei para o Imperador.
Imperador: Tu não veio de lá? –Ele riu.
Russo: Vim porra, Catarina meteu mó bronca e to indo lá falar com seu pai.
Imperador: Ah ta me tirando? Vamos agora. –Ele me agarrou pelo braço e já foi entrando comigo com
tudo na casa dos pais dele.
Russo: Me solta caralho. –Ri. Ele me empurrou e eu sai entrando quase caindo na casa dele. Entrada
triunfal né?
JR: Qual foi caralho? Aqui virou casa da mãe Joana? Tem comida não porra. –Ele levantou puto do sofá e
cruzou os braços.
Russo: Érr... –Eu me ajeitei, sorri sem graça e já olhei pra porta querendo fugir. Meu coração tava na
boca. Eu olhei para cima da mesa e vi que a arma dele estava ali. Olhei para o hack da TV e também
tinha outra lá.
Babi: O que foi vocês dois?
Imperador: Meu mano tem uma coisa pra dizer. –Ele colocou o braço em volta do meu ombro como se
estivesse tentando me dar apoio moral, mas de apoio não tinha caralho nenhum.
Russo: Para de ser isqueirinho mano, fita errada essa tua. –Ri nervoso e me afastei dele. A Catarina veio
descendo as escadas com a Fran e a Thami logo atrás. Que isso porra, todo mundo agora? Ih caralho.
Minha mão estava suada pra caralho, ajeitei o boné na cabeça.
JR: E ai gente? Qual é o motivo dessa reunião na minha casa? O pai de vocês não prendem vocês em casa
não?
Thami: Sabe como é né dindo? A casa de vocês sempre tem fofoca. –Ela se jogou no sofá e puxou a Fran
pra sentar junto com ela.
Babi: Que fofoca crianças?
Catarina: Pai, o Russo veio pedir a minha mão em namoro. –Ela veio toda serelepe para o meu lado. Ele
fechou os olhos, respirou fundo e a tia Babi já olhou pra ele com cara de cu.
Babi: Gabriel...
JR: Russo quem? –Ele me olhou com cara de deboche.
Russo: Qual foi padrinho? Libera ai na humildade...
JR: Ah seu moleque eu vou ensinar você a não mexer com a minha garota. –Ele ia vir pra cima de mim.
Mas parou na metade do caminho, respirou fundo novamente.
Catarina: Pai, por favor... –Vish, olhei e ela estava com os olhos cheios de lágrimas. Segurei na sua mão
tentando passar confiança e fazendo carinho com o polegar-. Por favor... –Ela não tinha nem voz pra
poder falar.
Russo: Padrinho, eu sou favelado, mas não sou bicho. O senhor vem do mesmo lugar do que eu e sabe da
minha trajetória. Não quero maldade com sua filha. Não sou louco de ficar com ela só pra ficar de
brincadeira. Se fosse pra brincar eu brincava na rua. Eu sou homem e o senhor sabe disso. Mas se o
senhor não aceitar, de boa, não vou brigar por isso. Mas só queria te dizer é que o senhor tem uma filha
incrível, difícil não se apaixonar por ela né. Toda marrenta, dona de si, metida a besta e fora que ela é
diferente de qualquer mulher que cola aqui no morro. Vim aqui na humildade, na humildade eu saio
também. Só estou fazendo meu papel de homem que é vir pedir pra namorar com a sua filha, se o senhor
não aceitar tranquilo, nem chego mais perto da Catarina.
JR: Terminou? –Ele estava com uma cara de puto com os braços cruzados. A Fran e a Thami se juntaram
para fazer um coro de “awn” depois que eu terminei de falar.
Russo: É só isso.
JR: Olha Russo, eu juro pra você que se eu ver... –Eu nem deixei ele terminar de falar e já pulei em cima
dele.
Russo: Ah sogrão!
Imperador: Eh! Cunhado! –Ele pulou em cima também-. Traz a cerveja porra! Tiro para o alto que a
Catarina desencalhou caralho.
Catarina: Vai se fuder Imperador, sai que eu quero meu namorado. –Ela veio me puxando.
Babi: Ei! Eu não quero ver beijo de vocês. –Ela riu toda boba.
Russo: Que isso madrinha, você sabe que sempre vai ser a rainha de bateria do meu coração.
Thami: Olha ai querendo ganhar pontinho com a sogra.
Imperador: Cai fora invejosa. –Ele foi sentar no colo dela.
Thami: Sai seu gordo.
JR: Vocês ainda vão me deixar maluco. –Ele riu, jogou as mãos para o ar, deu dois tapinhas nas minhas
costas-. Eu imaginava qualquer um menos você.
Russo: Ela é chata, mas dá pra aturar.
JR: Leva logo daqui de casa, não aguento mais.
Catarina: Fala isso agora, mas quando eu for vai ficar chorando.
JR: Me poupe.
Babi: Chora mesmo, estava quase chorando quando eu briguei com ele. –Ela riu.
Imperador: Qual foi pai? Tem que manter a marra de vilão.
Thami: Meu tio é fofo ué.
JR: Vão se fuder. –Ele olhou com cara de cu e foi para o quarto com a minha sogra. Abracei a Catarina, a
girei no ar e ela riu de felicidade me dando vários beijinhos pelo rosto.
Imperador: Eca, solta minha irmã.
Russo: Eu solto se eu quiser. –Debochei mordendo o lábio inferior dela.
Imperador: Sabia que se ela tivesse um piru entre as pernas você estaria me beijando? –Soltei o lábio da
Catarina na hora e a coloquei no chão.
Russo: Você é muito viado Imperador, nossa mãe. Fran, dá um jeito no seu macho, por favor.
Fran: Credo me tirem dessa treta, estou quietinha na minha.
Thami: É safada, agora está quietinha. Mas não é dessa história que eu estou sabendo.
Fran: Que história? –Ela olhou assustada e depois olhou feio para o Imperador.
Imperador: Eu não fiz nada.
Fran: Você nunca faz nada né? O santinho.
Catarina: Ih não briguem.
Thami: Só quero saber quem disse o eu te amo primeiro
Imperador: Que eu te amo, garota? Ta marolada?
Thami: Dog falou que viu vocês dois em cima da boca de treta.
Russo: Isso é mesmo. –Dei uma risada safada só pra provocar.
Catarina: O que? Eu tenho uma cunhada decente? –Ela fez escândalo-. Cadê meus pais pra aprovarem
isso aqui? Meu Deus vamos fazer um churrasco. –A Fran botou a mão no rosto séria e abaixou a cabeça
fazendo cara de cu.
Imperador: Qual foi gente, para. –Dei risada.
Russo: Que isso Fran, tirando onda ein. Imperador não é bom.
Fran: Não é bom mesmo não. –Ela riu baixinho.
Imperador: Fica me irritando, Franciellen. –Ele olhou sério pra ela e riu no final.
Fran: Coitado de você.
Ficamos zoando por ali até a Fran e o Imperador explicarem o que aconteceu por ali mais ou menos né,
porque eles contaram a história picada como se não tivesse sido só aquilo. Mas foda-se, eu estava feliz
pra caralho e namorando gostosinho com a minha mulher na sala. Ela tinha até tirado uma foto nossas
juntos e postou em seu insta. Imperador meteu o pé para o quarto com a Fran e a Thami.
Russo: Vou meter o pé, morena. –Disse dando selinhos nela.
Catarina: Mas já? –Ela fez biquinho.
Russo: Claro porra, vou nem esperar seu pai me mandar meter o pé. Já é 1 hora da manhã e eu tenho
uns corres já cedo para fazer.
Catarina: Poxa Russo.
Russo: Sério, morena. Amanhã eu apareço por ai te dou uns pegas.
Catarina: Mesmo?
Russo: Claro. –Ela foi me levar no portão, ficamos um tempão para nos despedir. Meti o pé pra minha
casa, quando cheguei tomei um banho e dormi feliz da vida pensando na Catarina.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 33º capítulo 💎 Imperador narrando
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Final de semana chegou florido. Não existe coisa melhor do que ver esse morro fervendo de gente em dia
de baile. Eu havia dormido na casa dos meus pais, perdi a chave da minha casa no pagode de sexta-feira
então acabei ficando logo por lá.
Fran: Acorda ai Imperador, me deixa passar pano logo na sala, vai pra cama. –Ela disse me dando
tapinhas no braço.
Imperador: Carinho zero né? Porra, eu to quebradão Franciellen. Me deixa quieto caralho. –Disse
colocando o travesseiro na cara
Fran: Eu preciso ir trabalhar, Imperador. Sua mãe pediu que eu limpasse essa sujeira que você fez quando
chegou.
Imperador: Então vai trabalhar, tem alguém te segurando?
Fran: Grosso!
Imperador: Ah! Vai se fuder. –Ela saiu pisando duro dali. Fiquei tentando voltar a dormir, porém não
consegui. Levantei do sofá, passei a mão no rosto, vi a Fran na cozinha e fui até ela-. Pode limpar agora
enjoada.
Fran: Vai se fuder. –Ela estava com uma cara de bolada fazendo o pão.
Imperador: Tu é muito encrencada.
Fran: Encrencado é você. –Ela virou a cara, dei uma risada baixa e abri a geladeira. Peguei as coisas pra
tomar café da manhã e sentei-me à mesa.
Imperador: Senta pra comer.
Fran: Não quero.
Imperador: Mas eu quero que você sente.
Fran: Você não me manda. –Ela saiu da cozinha comendo seu pão, ouvi barulho dela subindo as escadas.
Fiz meu pão e fui atrás dela no quarto. Ela estava sentada na cama e eu deitei do lado dela.
Imperador: Vai sair com a gente hoje?
Fran: Não.
Imperador: Bora pow, hoje o baile vai ta suave.
Fran: Não estou a fim Imperador, tenho coisas pra fazer.
Imperador: Tipo o que?
Fran: Do tipo que não é da sua conta, eu não pergunto pra você o que você faz o dia todo. –Ela levantou
da cama e foi até seu guarda-roupa. Percebi marcas roxas recentes acima do seu cotovelo direito.
Imperador: Que marcas são essas? –Levantei rápido da cama e olhei firme nos olhos dela. Ela olhou de
um lado para o outro antes de me responder.
Fran: Estresse.
Imperador: Mentindo pra mim caralho? Olha isso aqui! –Eu virei o braço dela e vi melhor. Fechei minha
mão no mesmo local onde estavam as marcas-. Ele foi atrás de você não foi? –Meu sangue ferveu.
Fran: Ninguém foi atrás de mim. –Os olhos dela se encheram de lágrimas.
Imperador: Franciellen não mente porra. –Chutei o guarda-roupa com força e ela se assustou pulando
para trás.
Fran: Eu vou para o baile com você, por favor, não briga comigo. –Ela foi andando devagarzinho para
trás.
Imperador: Que? –Olhei confuso para ela e passei a mão na cabeça-. Eu estou foda-se para ele se baile
porra.
Fran: Para de gritar comigo. –Ela abaixou a cabeça. Eu respirei fundo, contei até mil e então notei que ela
estava já no canto do quarto com o rosto vermelho segurando o choro.
Imperador: Desculpa... –Me aproximei dela e ela se prendeu a parede evitando que eu encostasse nela.
Fran: Me deixa.
Imperador: Desculpa, eu fico puto só de imaginar algum cara perto de você.
Fran: Vai pra boca, vai fazer o que você tem que fazer.
Imperador: Desculpa morena. –Tentei alisar o rosto dela, porém ela desviou. Olhei para baixo sentindo-
me falho.
Fran: Eu tenho que ir trabalhar, desculpa pela cena. –Ela passou por debaixo dos meus braços.
Imperador: Volta aqui. –Falei controlando o meu modo de falar.
Fran: O que foi? –Ela olhou pra trás bem na hora que eu olhei pra ela de lado.
Quando a chamei eu nem sabia o que falaria pra ela. Me ajeitei ficando totalmente de frente pra ela e
cruzei meus braços.
Imperador: Você tem medo de mim?
Fran: Não. –Ela não transmitia firmeza nem no olhar e muito menos na fala.
Imperador: Eu não vou te machucar.
Fran: Tudo bem. Preciso ir, minha cliente está me esperando. –Ela começou a andar de costas.
Imperador: Não vai agora.
Fran: Tchau Bruno. –Ela saiu porta a fora.
Esperei que ela fosse embora, peguei umas roupas minhas que estavam por ali, tomei um banho e fui pra
boca. Quando cheguei lá, já fui fazer uns corres com o Russo, já dei uma conferida no caderninho do meu
pai que controla tudo que entra e sai. Resolvi altas paradas. Mas tudo isso com o pensamento na Fran, eu
estava preocupado pra caralho com ela, com os hematomas no seu braço e com a mente pesada por ter
sido grosso com ela.
Imperador: Mano? –Olhei para o Russo enquanto a gente comia uns salgados com coca no boteco.
Russo: Qual foi?
Imperador: Você acha que a Fran tem medo de mim?
Russo: Que? Que papo é esse mano?
Imperador: É sério. Presta atenção... –Comecei a contar pra ele o que aconteceu de manhã na casa dos
meus pais e quando terminei, ele me olhou como se não tivesse uma resposta ou não queria me falar.
Russo: Ih cara...
Imperador: Qual foi mano? Manda a real ai.
Russo: Você também quer agir com a garota como se tivesse falando com qualquer uma ta ligado? Você
chuta uma porta com a Catarina ela vai rir, você chuta uma porta com a Manu ela vai achar isso normal e
vai tentar te acalmar. Chuta uma porta com uma garota que viu o padrasto chutando não só porta, como
a mãe dela e quem sabe ela também? Você passa mais tempo com a garota e não percebeu que ela não é
qualquer uma não caralho? A mina é traumatizada. Você a vê andando pelo morro nem a cabeça ela
levanta. A mina vive cheia de medo e eu estava de papo com a Thami essa madrugada mesmo, ela disse
que ia ligar para o ex da Fran, ele sabe como ajudar ela.
Imperador: Ninguém vai chamar ex nenhum. –Olhei puto pra ele com os braços cruzados-. Não quero
marmanjo circulando pela minha casa e ela não precisa ajuda dele.
Russo: Ih... Isso ai tem cheirinho sabe de que? De ciúmes. –Ele deu uma risada.
Imperador: Vai tomar no seu cu, Russo. –Levantei da mesa e fui dentro do boteco, paguei minha parte e
sai.
Russo: Qual foi irmão, volta aqui.
Imperador: Volta aqui é o caralho, só fala merda. –Subi na minha moto e fui diretão pra minha casa.
Quando estava chegando a Thami estava subindo pela escadaria com sua mochila nas costas.
Thami: Achei quem eu estava procurando.
Imperador: Ih, pra você to indisponível.
Thami: Você sempre está disponível pra mim. –Ela riu e se aproximou.
Imperador: O que você quer?
Thami: Me agradeça depois, achei suas chaves na minha bolsa. –Ela me entregou as chaves.
Imperador: Valeu morena, era só isso?
Thami: Claro que não, quero que você faça um favor.
Imperador: Qual favor?
Thami: Que convença a Fran de ir para o baile hoje.
Imperador: Ela não vai querer falar comigo.
Thami: Claro que vai, vocês estão se dando tão bem.
Imperador: Mas eu vacilei. –Disse abrindo meu portão e entrando.
Thami: O que tu fez caralho? –Ela já me olhou brava.
Imperador: Eu não fiz nada não porra, é que me estressei na hora errada. Ela está com uma marca roxa
no braço e eu fiquei preocupado, só isso.
Thami: Sei sua preocupação. –Ela rolou os olhos-. Ela disse o que foi?
Imperador: Não quis dizer, mano. Isso que me deixa puto. –Entramos na minha casa, tirei minha camisa e
me joguei no sofá. A Thami sentou no sofá com o olhar triste.
Thami: Eu não sei o que fazer, Imperador. Eu sou uma amiga tão ruim.
Imperador: Claro que você não é caralho.
Thami: Claro que sou, eu só a quero bem e parece que tudo que aconteceu com ela foi por minha causa.
Eu insisti que ela fosse ao seu aniversário, eu que deixei ela aqui no morro sozinha quando a Manu veio
atrás dela. Tudo que aconteceu de ruim foi por minha causa e eu só queria que ela se divertisse.
Imperador: Você não tem culpa de nada, ninguém tem culpa de nada.
Fiquei trocando um monte de ideia com a Thami até escurecer, então a levei pra casa da minha mãe bem
na hora que a Fran estava chegando.
Thami: Amiga! Que saudade. –Elas se abraçaram.
Fran: Ai sua louca vai me quebrar.
Xxx: Eu não ganho um abraço também? –Olhei pra trás e um cara estava sorrindo olhando para as duas.
Thami: Você veio! –Ela comemorou e foi abraçar ele também. Olhei pra Fran, mas ela estava olhando para
o cara.
Imperador: Quem é tu mermão? –Olhei pra ele e cruzei meus braços.
Thami: Imperador, esse é o João.
João: Prazer ai cara. –Ele estendeu a mão e eu apertei desconfiado.
Imperador: Conhece Fran? –Olhei e ela assentiu.
João: Conhece e não vai vir me dar um abraço?
Imperador: Mendigo de abraço, meu pai eterno. –Murmurei. A Fran deu uma risada e foi toda tímida
abraçar o cara, que a pegou no colo e a girou pelo ar.
João: Que saudade que eu estava de você minha princesa.
Thami: Ele é o ex dela. –Ela cochichou pra mim-. Eu não sabia o que fazer, estava preocupada, ele
sempre soube o que fazer pra ajudar.
Imperador: Beleza Thamires. –Fui até a minha moto, subi e meti o pé pra boca. Quando cheguei meu pai
já me olhou.
JR: Era você mesmo que eu precisava falar.
Imperador: E qual foi do problema?
JR: Vai ter um esquema grande rolando essa noite, uma carga de armas do exército, um informante já
mandou até a rota que vão fazer.
Imperador: To dentro.
JR: Beleza, chama o Russo.
Imperador: Seu genro. –Zoei.
JR: Vai tomar no cu Imperador, não fode. –Ele rolou os olhos e saiu da sala. Sentei na cadeira ali, mandei
um rádio para o Russo informando da parada.
Eu aprendi muito bem que eu não devo reclamar de corre em dia de baile, pegar mulher é bom, mas não
dá pra pegar mulher sem grana no bolso né mermão?
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 34º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Foi uma surpresa e tanto ver o João na minha frente. Tanto que eu fiquei sem reação. Foi tão bom
quando ele me abraçou, como se metade dos meus problemas tivessem sido apagados por uma borracha.
Quando ele me colocou no chão, ouvi a moto do Imperador sendo ligada, olhei na direção e ele já estava
indo embora.
Thami: Entendi nada.
Fran: Depois ele volta. –Olhei para o João e ele fez carinho no meu rosto.
Thami: Estou sobrando.
Fran: Para de ser boba amiga. –Tirei a mão do João do meu rosto.
Thami: Xiu, tchau gente. –Ela riu e saiu andando.
João: Doida né? –Ele sorriu segurando de leve na minha mão e fazendo carinho.
Fran: Sempre foi. –Ri baixinho.
João: Como você está?
Fran: Bem e você?
João: Eu estou bem. –Ele beijou minha testa.
Fran: Você sumiu, nunca mais me ligou.
João: Muito trabalho, princesa, mas eu voltei pra ficar um tempo por aqui. Cuidando de você também. –
Ele falou fazendo carinho no meu rosto e eu o abracei sentindo-me bem.
Fran: Obrigado por estar aqui, senti muito sua falta.
João: Que nada princesa.
Fran: Onde você está morando?
João: Em um apartamento aqui perto, não é muita coisa não, mas dá para o gasto. Olha, você já tem
planos pra hoje a noite?
Fran: Tenho nada.
João: Então vamos sair hoje? Você está muito magrela, vou te engordar. –Ele riu e eu dei um tapa nele.
Fran: Eu não quero engordar. –Ri.
João: Cortou o cabelo. –Ele sorriu e passou a mão pelo meu cabelo-. Ficou muito lindo assim, te deixou
mais linda do que é.
Fran: Não sou bonita. –Abaixei a cabeça, ele levantou minha cabeça com o dedo e me fez olhar nos olhos
dele.
João: Você é a garota mais linda que eu já vi em toda minha vida, você sabe disso. –Ele beijou minha
testa-. E vem cá, de quem é essa casa?
Fran: Dos pais do Imperador.
João: Imperador? Qual é a do apelido ridículo? –Ele riu.
Fran: Não é ridículo, o pai dele é o dono do morro e ele meio que vai assumir em breve.
João: Opa!
Fran: Você não está com medo né?
João: Claro que não. –Ele riu-. Você é a garota dos bandidos.
Fran: Nunca. –Rolei os olhos-. Os pais do Imperador me acolheram na casa deles, uma longa história.
João: Temos tempo essa noite. Posso esperar você se arrumar pra gente poder sair?
Fran: Claro que pode. Eu só não te convido pra entrar porque a casa não é minha e ai já viu né.
João: Eu estou bem aqui fora.
Fran: Medroso. –Dei risada e entrei na casa. A tia Babi estava sentada na sala vendo TV.
Babi: Já chegou meu amor?
Fran: Já sim tia, tudo bem com a senhora?
Babi: Que senhora o que menina, vou te dar umas palmadas. –Ri.
Fran: Hmm... Posso te pedir uma coisa?
Babi: Claro oxe.
Fran: Um amigo me chamou pra sair, será que eu poderia ir?
Babi: Que amigo ein? –Ela riu.
Fran: Na verdade ele é o meu ex namorado, ele está passando uns tempos aqui no RJ.
Babi: Ah então tudo bem, eu vou deixar a chave na planta pra quando você chegar e abrir a porta.
Fran: Obrigado. –Sorri e fui correndo para o meu quarto. Eu estava tão feliz, me sentindo tão viva e tudo
isso só pela simples presença do João. Tomei um banho, coloquei minhas peças íntimas e abri o guarda-
roupa. Fiquei olhando minhas roupas e eu não sabia mesmo o que usar. Nada parecia bom, tudo que eu
vestia eu me sentia feia e desajustada. Estava a ponto de chorar. Os minutos passando e nada.
Mandei mensagem no grupo das meninas pra elas me ajudarem.
🔸 Início da Conversa 🔸
Fran: ME AJUDEEEEM 😩😩
Thami: O que foi mulher? 😱
Catarina: To aqui, o que foi?
Fran: Eu não sei o que vestir pra sair com o João 😔
Thami: Para de ser boba, mulher e aquelas roupas que a gente comprou no shopping aquela vez?
Fran: Não estão boas.
Catarina: Manda foto, Fran.
(Foto)
Thami: Sua otária! Você está linda na roupa 🙄
Catarina: Que gata 😍
Imperador: Vai pra onde? 🙄
Fran: Quem colocou esse garoto aqui?
Thami: Eu 🌝
Russo: Olha eu aqui também 🌚
Fran: Meu Deus! Não baixem a porcaria da foto 🙄
Imperador: Já baixei 😛
Thami: Amiga sua boba, você está linda na roupa, vai com essa 😍👏
Fran: Certeza?
Russo: Ta um arraso mona.
Imperador: Hm.
Catarina: Ta linda pra caralho 😌 Quem é esse João?
Russo: Ex dela.
Imperador: Ta sabendo muito.
Thami: Você ta se doendo muito 😁
Catarina: Gosto de tiro.
Fran: Aff gente 🙄 To indo.
🔸 Fim da Conversa 🔸

Terminei de me arrumar, passei apenas um gloss e tentei dar um jeito na droga daquele cabelo horrível.
Peguei meu celular, dinheiro, passei perfume e sai do quarto. Desci às escadas, despedi-me da tia Babi e
quando estava passando pela porta da sala o Imperador entrou pelo portão. Ele me olhou dos pés a
cabeça e ele estava com um fuzil atravessado no peito.
Imperador: Vai que seu namoradinho está te esperando ali fora.
Fran: Fica quieto. –Dei uma risadinha, mas ele estava sério-. Onde você vai?
Imperador: Tenho umas paradas ai pra resolver. –Essa cara fechada dele estava me preocupando,
coloquei a mão no peito dele e ele foi um pouco pra trás-. Não estava bolada comigo?
Fran: Não estava bolada com você.
Imperador: Eu não podia nem encostar em você.
Fran: É que...
Imperador: Eu assusto você, mas é o seguinte? Vai lá com o João, já que dele você parece gostar bem
mais ok? E tudo certo mina, meu serviço com você está completo.
Fran: Bruno...
Imperador: Moleque está esperando, Franciellen. –Ele passou por mim e com meu peito acelerado sai de
casa.
João: Que demora princesa. –Ele pegou na minha mão e deu um beijo no meu rosto-. Está linda pra
caramba.
Fran: Obrigado.
João: Vamos para o meu AP? Preciso pelo menos me arrumar.
Fran: Vamos. –Ele pegou na minha mão com carinho e fomos andando descendo o morro até onde ele
havia deixado sua moto. Ele desceu rapidinho o morro e logo pegou a avenida indo até seu apartamento
que ficava não muito distante do morro.
Ele entrou na garagem do prédio, descemos da moto e fomos até o pequeno elevador que ali havia.
Entramos e ele apertou o botão indicando o andar.
Fran: E a sua mãe?
João: Ela está bem, mandou um beijo pra você.
Fran: Manda outro pra ela.
João: Não quer ir final de semana que vem visitá-la não? Podemos ir pra praia também de lá.
Fran: Ah não sei...
João: Saudades de você Fran. –Ele fez carinho na minha mão novamente e eu abri um sorriso leve.
Saímos do elevador assim que ele abriu e ele foi caminhando até seu apartamento. Ele tirou a chave do
bolso, abriu a porta e entramos. Estava uma zona né? Parecia que ele tinha se mudado recentemente.
Fran: Que bagunça ein.
João: Não repara. –Ele riu.
Fran: Impossível não reparar. –Ri-. Mas de boa.
João: Me ajuda a organizar toda essa bagunça qualquer dia?
Fran: Segunda-feira estou livre, não trabalho segunda.
João: Não era pra você está trabalhando.
Fran: Preciso me sustentar querido.
João: Está certa. –Ele riu e tirou sua camisa-. Vou tomar um banho, espera ai ok?
Fran: Ok. –Ele entrou em uma porta e eu sentei em um puff que tinha ali. Peguei meu cel, liguei minha
internet e fiquei mexendo no meu whatsapp. Tinha uma mensagem do Imperador no privado e eu
respondi.
🔸 Início da Conversa 🔸
Imperador: Tu vai mesmo sair com esse cara?
Fran: Ah... Vou sim.
Imperador: 😁👍
Fran: O que foi, Bruno?
🔸 Fim da Conversa 🔸
Aff, ele também quando quer irritar ele irrita. Ninguém merece. Fiquei ali mofando esperando o João se
arrumar, mas valeu a pena pela espera. Ele chegou todo cheiroso e arrumado.
Fran: Ual... –Sorri levantando.
João: Vamos princesa?
Fran: Vamos. –Ele pegou na minha mão, saímos do apartamento dele, pegamos sua moto e ele me levou
a um restaurante onde só serve hambúrguer e essas coisas. Já me senti obesa só vendo os pratos sendo
servidos. Ele sentou em uma mesa no canto junto comigo e o garçom veio entregar pra gente o cardápio.
João: Quanto tempo que a gente não sai juntos não é mesmo? –Ele sorriu e eu assenti.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 35º capítulo 🎈 Thamires narrando
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A saída da Fran com o João ocasionou um clima chato porque por piada do destino Imperador estava se
corroendo de ciúmes. Eu estava na pracinha tomando um açaí junto com a Catarina e rindo pra caralho da
ceninha de ciúmes que Imperador fez no grupo.
Catarina: Quem diria não é mesmo? –Ela riu.
Thami: Eu sabia que isso ia acontecer. Por trás de tantas brigas, eles só precisavam se conhecer.
Catarina: Super apoio ela como minha cunhada, mil vezes melhor que a Manu.
Thami: Mas é complicado, acho que eu dei uma vacilada em ter ligado para o João. –Ri e tomei meu açaí.
Catarina: Quem é esse João? To ligada de nada. Os manos estavam falando lá no radinho de um cara
subindo, mas nem dei ibope, hoje é dia de subir gente pra farrear mesmo.
Thami: João é ex namorado da Fran.
Catarina: Ex bom é EXkol Beats.
Thami: Nossa Catarina, piadinha bem ruim mesmo. –Rimos.
Catarina: Pode falar que você achou graça, eu deixo.
Thami: Não claro que não. Na verdade vou te contar por alto, ele e a Fran trabalharam por um tempo
juntos nessa coisa de jovem aprendiz, ai ele foi se interessando por ela, só que tinha aquele probleminha
dela com o padrasto e nessa época a Fran estava com depressão e tudo ta ligado? Ele investiu muito nela,
fez de tudo por ela, até tentou tirar ela de casa pra cuidar dela e tudo mais. Enfim, ele ajudou ela a
superar o trauma, ela melhorou muito com ele nossa. Ele faz muito bem a ela.
Catarina: E por que eles terminaram então? Se ele é o gostosão, mocinho bom e os caralho.
Thami: Gostoso ele é mesmo, puta que pariu. –Dei uma risada safada-. Mais gostoso que seu irmão.
Catarina: Meu irmão é muito gostoso. –Ela me deu um beliscão.
Thami: Ai sua piranha, cachorra. –Reclamei passando a mão na região onde ela beliscou-. Eles
terminaram porque a mãe dele tem esquizofrenia, então ficou complicado demais pra ele. A Fran preferiu
que ele fosse embora pra cuidar mais da mãe dele e tudo mais.
Catarina: Caralho que barra... Então é isso? Ele é o bom moço.
Thami: E seu irmão um vilão grosso e arrogante.
Catarina: Sim, vilão do amor.
Thami: Não existe vilão do amor, ou o Imperador muda ou sabe o que vai acontecer? A Fran vai com o
João.
Catarina: Tudo culpa sua. –Ela me deu outro beliscão.
Thami: Ai Catarina, isso dói sua piranha.
Catarina: Se você não tivesse de fogo nessa sua xereca, a Fran seria minha cunhada. Ai eu vou ter que ter
uma vida infeliz tendo uma piranha qualquer sendo obrigada a ouvir meus filhos a chamando de tia.
Thami: Cada um com seus problemas. –Levantei do barra de ferro que estávamos sentada.
Catarina: Vagabunda... –Ela cerrou os olhos e me olhou com cara de bunda.
Thami: A Fran já sofreu muito nessa vida dela, Cat. Ela precisa de alguma coisa boa na vida dela, o João é
o único que consegue fazê-la bem. Tudo que eu posso, eu faço, mas tudo que eu consegui fazer esses
dias é trazer mais desgraça pra vida dela. Imperador não vai fazer bem a Fran, ele só fez bem a Manu
porque ele come na mão dela.
Catarina: Tudo bem amiga, eu entendo. A Fran precisa curtir a felicidade dela, mas se eu ver que esse
João não é boa coisa, eu vou castrar ele. –Ela levantou da barra-. Vamos. –Fomos andando a caminho da
casa dela.
Thami: Ele é um amorzinho, você vai ver.
Catarina: Amorzinho é meu piru, não gosto muito de amor não.
Thami: Ah duvido, mano Russo quando chega te coloca de quatro pra ele.
Catarina: Adoro ficar de quatro pra ele.
Thami: Para de ser piranha. –Dei um tapa no ombro dela. No caminho da casa dela, passamos pelo tio
Dog que estava sentado na escadaria fumando um baseado.
Dog: Qual foi? Vão passar e não vão nem pedir a benção? –Ele riu e jogou a fumaça pra fora.
Catarina: Benção é o caralho. –Ela riu sentando do lado dele e ele passou o beck pra ela. A Cat deu uma
puxada forte e me ofereceu.
Thami: Quero não amiga.
Dog: Vão para o baile hoje?
Catarina: Com certeza, não perco por nada.
Thami: Eu idem, to doida pra ficar louca logo.
Dog: Isso ae... –Ele apoiou os ombros no degrau atrás dele e ficou me olhando com aqueles olhinhos
apertadinhos.
Catarina: Cadê o Russo, tio?
Dog: Sei lá de Russo, não to comendo ele porra.
Catarina: Caralho... Da próxima nem pergunto. –Ela riu e passou o beck pra ele.
Thami: Você que tem que saber do seu macho, amiga, perereca GPS.
Catarina: GPS mesmo, por isso to caçando porque to com saudade.
Dog: Ele vai fazer um corre agora a noite, JR fode com a vida dos meninos certeiro.
Catarina: Meu pai é foda.
Thami: Achou mesmo que ele iria facilitar para os dois?
Dog: Mais fácil que isso é só sentando no pepino, tempo ta bom, na minha época teve tantas tretas e
esses moleques ai só colhendo os nossos frutos.
Thami: No seu tempo há mil anos atrás né? –Ri.
Dog: Vai zoando garota, eu te dou uns tapas já.
Thami: Tapa não dói. –Dei risada e mexi nos cabelos.
Catarina: Essa mão toda do tio não dói? Caralho, se um tapa do meu pai quase me desmonta, imagina do
tio Dog?
Dog: Deixa-a brincando com fogo, vai se queimar toda.
Thami: Vou deixar vocês dois ai queimando essa ponta e eu vou descer. –Ri e sai andando dali.
Fui descendo o morro e no caminho encontrei com o Imperador.
Thami: Amor, eu tenho que pegar minhas coisas na sua casa.
Imperador: Só chegar lá e pegar. –Ele nem olhou na minha cara, continuou ali tomando sua cerveja.
Thami: Qual foi, Imperador? Ta bolado?
Imperador: Eu to nada, to relaxando pra logo mais.
Thami: Se você gosta da Fran, muda por ela.
Imperador: Quem ta falando de papo de coração aqui, Thami? –Ele me olhou com as sobrancelhas
arqueadas-. Tem nada disso não, eu só não quero ela machucada, só isso.
Thami: Tem certeza.
Imperador: Absoluta. –Ele terminou sua cerveja-. Põe na conta ai Jorge.
Thami: Ta bom né. –Dei de ombros e ele foi comigo pra casa dele. Fui pra cozinha pra roubar alguma
coisa de comer na geladeira e sai catando um monte de coisa pra comer. O Imperador estava lá pra
dentro da casa, mas eu estava o ouvindo falando no celular muito bem.
Imperador: Que isso, princesa... Desse jeito tem nem como negar um pedido desses... Eu tenho umas
paradas pra resolver agora, mas me espera na sua casa... Claro que eu vou gostosa... Só me aguardar ai
que eu vou mesmo... –Ninguém merece viu? Fiz um misto-quente, enchi meu copo de suco e sentei na
mesa pra comer. Ele apareceu na cozinha com um sorriso safado nos lábios.
Thami: Você não tem jeito né?
Imperador: Posso fazer o que se convite pra comer buceta é a minha fraqueza?
Thami: Por isso a Fran não fica com você.
Imperador: Por isso ela está saindo com o ex namorado dela. –Ele riu debochado e roubou meu outro
misto-quente.
Thami: Hey, é meu.
Imperador: Eu comprei com meu dinheiro, é meu. –Ele riu e saiu comendo. Terminei de comer ali, depois
a Catarina me mandou mensagem perguntando onde que eu estava e eu fui encontrar com ela na casa
dela.
Fiquei conversando bobeiras com a Catarina junto com o Russo, até que ele teve que sair e nós duas
fomos nos arrumar para o baile. Ela ligou o som no seu notebook e já no clima do baile nos arrumamos.
Roupa da Thami: https://goo.gl/S9WdKg
Catarina: Primeiro baile namorando e meu pai manda meu namorado trabalhar, puta que pariu.
Thami: Curte comigo então, bom que sobra mais macho gostoso pra mim.
Catarina: Falando em macho gostoso, tio Dog falou que ia aparecer por lá.
Thami: Não duvido nada.
Catarina: Pra ele eu ficava de quatro com vontade, porra, até conversando com ele dá prazer.
Thami: Para de ser safada, Catarina. –Dei um tapa nela-. Sossega esse facho que seu namorado raspa
sua cabeça.
Catarina: Raspa mesmo e ainda me mata.
Thami: Vai brincando com o Russão, de bobo ele só tem a cara.
Catarina: Eu sei disso chata. –Ela riu e me deu língua-. Se eu fosse você pegava, tio Dog baba na sua
legal.
Thami: Ficou louca cara? Ele é ex da minha mãe. –Ri-. Meu pai me mata.
Catarina: Sua mãe ta nem ai pra isso.
Thami: Mas meu pai sim, agora sossega e para de falar nisso. –Catarina é louca e não da pra ficar dando
ideia pra maluco.
Terminamos de nos arrumar, ela pegou as chaves da moto e umas 23 horas saímos de casa. O baile
estava no comecinho ainda, então paramos na casa de um amigo nosso só pra fazer um esquenta e
depois ir para o baile com os manos. Estávamos na sala junto com o pessoal, tocando funk alto pra
caralho, bebida já, muita maconha e narguilé.
Estava dançando normalzinha, só aquecendo enquanto tomava um copo de vodka, olhei para o lado e
quem eu vi parado me olhando dançar? Dog. Como eu já amo mesmo provocar um homem me olhando
seja ele quem for, eu fingi que não vi nada, virei de costas e continuei a dançar bebendo. Mas isso não
chamou só a atenção dele e sim do Cadu, um amigo nosso que chegou junto em mim.
Cadu: Essa noite você é minha. –Ele sussurrou no meu ouvido, eu abri um sorriso safado.
Thami: Essa noite eu sou de quem eu quiser, dá licença amor. –Sai me afastando dele e olhei pra Catarina
conversando com umas amiguinhas dela.
Thami: Amiga? Vamos.
Catarina: Opa, vamos.
Yago: Geral vai também. –Juntamos a galera toda e saímos da casa. Senti uma mão me puxar para trás
na hora de sair, olhei e era o Dog.
Thami: Que foi tio? –Ri de lado.
Dog: Que tio o que garota, nem parente seu eu sou. –Ele falou sério, mas em seguida abriu um sorriso de
lado.
Catarina: Thami, vai não? –Ela saiu metendo o carão na porta, olhei assustada pra ela-. Opa, eu acho que
você não vai né? –Ela riu e bateu a porta ao sair.
Dog: Catarina é doida né.
Thami: Louca até demais.
Dog: Você também é louca. –Ele pegou na minha mão e foi me puxando aos poucos para ele.
Thami: Louca? Eu não sou louca...
Dog: Se não é louca então é safada, muito perigoso rebolar toda essa bunda pra mim dessa forma.
Dito isso me deu uma pegada tão firme grudando nossos corpos que eu amoleci na hora nos braços
firmes dele. Meu pai eterno, isso não ta certo, pra quê eu fui provocar esse homem?
Thami: Ai Dog... Não faz assim... –Disse suspirando enquanto ele ia beijando meu pescoço e passando as
mãos por todo a parte de trás da minha costa, minha bunda até chegar nas minhas coxas. A mão dele ia
me causando arrepios que puta que pariu. Suspirei passando a mão pelo braço forte dele, enquanto ele
pegava firme na minha bunda e me fazia encostar-se ao seu pau duro e grosso. Eu estava toda
molhadinha só com esses pequenos gestos, é isso mesmo produção? Esse homem todo estava me
possuindo apenas com uma pegada firme?
Ele subiu a mão da minha bunda e foi pegando pela parte de trás do meu cabelo com firmeza.
Dog: Eu vou embora... –Ele disse sussurrando com a voz grossa dele no pé do meu ouvido que me fez
ficar toda arrepiada-. Mas você já sabe o que vai acontecer contigo se me provocar daquela maneira
novamente, ouviu bem Thamires? Então estamos entendidos garota. –Ele se soltou de mim, mordeu os
lábios me analisando dos pés a cabeça e saiu porta a fora.
Eu sentei no sofá daquela casa completamente perplexa com o que havia acontecido. Meu rosto estava
pegando fogo e minha boca estava lá no chão. Eu dei gritinhos de bobeira, sem acreditar que aquilo era
real. Puta que pariu, que homem gostoso meu Deus, passei a mão no meu cabelo e fui para o baile cheio
de fogo e a pé ainda por cima. Ninguém merece viu?
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 36º capítulo 🐾 Russo narrando
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Eu e o Imperador juntamos os melhores homens pra missão e partimos. Estava no carro sozinho com o
Imperador no meio de um matagal alto só aguardando a chamada no rádio avisando que o caminhão do
exército iria passar.
Imperador: Muito vacilo do meu pai mandar logo nós dois.
Russo: Ele está puto, hoje cedo ele me deu várias ordens, to é quebrado.
Imperador: Você é mula demais. Você que come minha irmã e eu que fico sem ir para o baile.
Russo: Ah mano não gosto mesmo de saber que a Catarina ta lá no baile sozinha.
Imperador: Bobo é tu de ter a deixado ir sozinha, ela vai se juntar com aqueles caras amiguinhos dela que
já não valem nada.
Russo: Papo reto, muita raiva disso já.
Imperador: Mulher minha só curte baile se for comigo, nela eu confio, mas é por saber que tem mano que
já vai com mente suja pra lá que eu não gosto. Catarina tem uns amiguinhos torto pra caralho, ela é fiel a
tu mano, mas aqueles amiguinhos dela não valem porra nenhuma.
Russo: Eu to ligado nisso mano, ligado pra caralho.
Ficamos trocando ideia já até quase 2 horas da manhã, Imperador tava boladão que marcou com a mina
e não ia dar tempo pra poder comer ela. Otário pra caralho não é?
🔸 Chamada no rádio 🔸
Dado: Ai fiel, os verdeados tão chegando aqui na área, só aguardando as ordens.
Imperador: Tudo firmeza, é nós mano, mete bala.
🔸 Fim da chamada no rádio 🔸
Liguei o carro, já fui saindo do matagal e começou um tiroteio pesado logo lá na frente. Coloquei o carro
atravessado na rua de terra. Eu e o Imperador saímos do carro nos escondendo dentro do matagal. O
caminhão com as armas veio acelerando com tudo. Imperador de um lado, eu do outro, comemos eles no
tiro. Enquanto eles revidaram. Não entendi nada do que o imbecil do Imperador fez, porque ele começou
a correr pelo matagal. O soldado dentro do carro percebeu isso e foi no tiro com tudo pra parte onde ele
estava. Enquanto outros metiam tiros na minha direção só que por está muito escuro ali não me viam.
Estourei o pneu do caminhão, ele bateu com tudo em cima do carro. Os quatros soldados que restaram eu
comi no tiro junto com o Imperador que estava em cima de uma árvore, muito macaco né? Que susto
esse otário me dá, viadinho do caralho. O caminhão foi com tudo pra cima do carro e todos os soldados
estavam por fim mortos.
Parei uns minutos só pra poder respirar, com o coração batendo a milhão e o sangue correndo quente
pelas veias.
Imperador: RUSSO!
Russo: Que foi caralho?
Imperador: Me ajuda descer daqui porra.
Russo: Tu subiu, tu desce porra.
Imperador: Eu tomei um tiro seu viado, vai se fuder.
Russo: Trouxa mesmo né? –Levantei da onde que tava, os outros manos vieram pra poder ajudar pegar
as armas, enquanto eu tirei o Imperador de cima da árvore.
Imperador: Seu filho da puta. –Deixei os caras lá pra terminar com a parte suja do serviço e fui levar o
viado do Imperador pra casa no carro de outro pivete.
Russo: Ta sangrando pra caralho isso porra.
Imperador: Foi de raspão.
Russo: Seu otário, se tivesse ficado na posição.
Imperador: Eu estava em cima do formigueiro, minha perna ta toda queimada. –Ele reclamou de dor e eu
ri.
Russo: Seu babaca. –Chegamos ao morro-. Vai pra onde viado? Ai cagou o carro todo de sangue.
Imperador: Queria ver se fosse tu, trouxa, vai pra casa da minha mãe.
Russo: Bora acordar o Felipão, ele dá um ponto rápido ai.
Imperador: Vai pra casa da minha mãe porra, anda.
Russo: Vai ver a Fran né?
Imperador: Tomar no cu você não quer né? –Peguei caminho pra casa da mãe dele, quando chegamos a
Fran estava abraçada a um cara encostado na moto e os dois se beijavam.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 37º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Um carro parou perto da gente, então o João foi parando o beijo aos pouquinhos. Eu gelei né? Não sabia
de quem era o carro.
João: Acho que já está na hora da mocinha entrar. –Ele fez carinho no meu rosto e eu olhei sorrindo.
Fran: Obrigado pela noite, pelo carinho, por tudo. –Selei nossos lábios e quem estava no carro saiu. Olhei
rapidamente e pude ver o Imperador saindo do carro. Quando olhei novamente sua camisa estava
rasgada na lateral e havia sangue molhando até sua bermuda. Meu coração foi na boca, larguei o João e
corri até ele-. O que aconteceu com você? Você está bem? –Passei a mão em seu rosto tentando ver
algum sinal de dor, nem me importando que o sangue dele estava me sujando.
Russo: Ele tomou um tiro de raspão, Fran.
Fran: Bruno, pelo amor de Deus, você precisa ir para um hospital.
Imperador: Eu estou bem, calma. –Ele segurou nos meus braços e me afastou um pouco-. Está te
sujando, calma ai Fran.
Fran: Olha isso. –Aproximei a mão de sua ferida na cintura e ele tocou no meu rosto.
Imperador: Para, é só mais um entre vários.
Russo: Estou metendo o pé. –Ele entrou no carro e foi embora. Em seguida ouvi barulho de moto, olhei
pra trás e o João estava indo embora também.
Fran: JOÃO, ESPERA, POR FAVOR! –Andei um pouco pra frente me afastando do Imperador, mas o João
já havia ido.
Imperador: Hm. –Olhei pra trás e o Imperador já estava entrando na casa dos pais dele. O que está
havendo com os homens desse planeta?
Entrei em casa porque eu estava sentindo um frio da porra. Fui seguindo os rastros de sangue que o
Imperador deixou e deu até o banheiro da parte debaixo. Entrei e o Imperador estava só de cueca
passando papel higiênico na borda do ferimento.
Fran: Você precisa levantar ponto e passar remédio, se uma bactéria pegar em você pode te levar a
morte.
Imperador: Desde quando se preocupa? –Ele me olhou sério através do espelho.
Fran: Qual é o problema em me preocupar?
Imperador: Deveria se preocupar com o seu namorado. –Ele deu de ombros e jogou o papel
ensanguentado na lixeira, pegando mais papel.
Fran: Eu adoraria discutir seus ciúmes, mas no momento estou preocupada com seu ferimento, você já
perdeu muito sangue.
Imperador: Foda-se Franciellen. –Ele rolou os olhos e bufou impaciente.
Fran: Qual é o seu problema? –Bati o pé no chão e cruzei os braços.
Imperador: Nenhum porra.
Fran: Então para ok? Pelo amor de Deus. –Me aproximei dele e olhei nos seus olhos-. Tem algo que pelo
menos eu possa limpar e tampar isso?
Imperador: Você sabe dar ponto?
Fran: Não sei as coisas certas.
Imperador: Aqui em casa tem, não quero acordar minha mãe.
Fran: Certo. Olha toma um banho, você está todo sujo. Eu não quero nem saber onde você estava. –Sai
do banheiro o deixando ali para tomar um banho. Fui para a área de serviço, peguei um pano de chão e
fui limpando onde o Imperador sujou de sangue. Tranquei a casa e fiquei esperando na sala.
O Imperador veio só de toalha enrolada na cintura com uma caixa de primeiro socorros em mãos.
Fran: Poderia ter colocado uma roupa né?
Imperador: Não enche.
Fran: Qual foi, Bruno? Precisa ficar me tratando mal assim?
Imperador: Eu estou com uma puta de uma ferida aberta, tomei um tiro, to com a costa ralada, deixei de
fuder com a mina e você ainda quer que eu te trate bem? Me poupe.
Fran: Tudo bem. –Respirei fundo para não iniciar uma briga com ele-. Deita logo nessa merda. –Ele
arqueou uma das sobrancelhas, mas quieto deitou de lado no sofá com a ferida virada pra cima. Abri a
caixa de primeiro socorros. Comecei todo o processo desde a esterilização da agulha, costurando com
paciência para fechar o ferimento e depois passando um remédio por cima para cicatrização. Ele reclamou
de dor toda vez que eu enfiava a agulha.
Fran: Pronto. –Cortei a linha e fui levando as coisas pra cozinha. Guardei tudo, lavei minha mão e quando
ia saindo da cozinha, ele parou na minha frente impedindo minha passagem.
Imperador: Obrigado. –Ele sorriu de lado.
Fran: De nada, agora eu vou dormir. –Eu desci meu olhar pelo abdômen semi definido até chegar a toalha
enrolada na cintura dele involuntariamente.
Imperador: Olha pra cima mina, perdeu o olho no meu pau?
Fran: Nojento. –Cerrei meus olhos, trombei nele e sai andando pisando duro até chegar ao quarto. Ouvi a
risada debochada dele. Deu vontade de voltar lá e enfiar a mão na cara dele.
Tomei um banho rápido, coloquei meu pijama, apaguei as luzes e deitei na cama. Peguei meu celular e
abri no Whatsapp. Havia uma mensagem do João lá, mas achei melhor não responder. Conhecendo bem,
sei que ele está de cabeça quente e desnecessariamente. Acabei pegando no sono em seguida.
Acordei com o barulho do rádio sendo ligado nas alturas. Estava ainda com muito sono, mas também não
posso ficar abusando da hospitalidade deles. Levantei da cama, a arrumei e fui para o banheiro, onde fiz
minhas higienes matinais. Desci às escadas de pijama mesmo, ele não era curto, nem transparente ou
decotado. O Imperador estava sentado na sala mexendo no celular, enquanto olhei pra área de serviço
havia um cara acendendo a churrasqueira enquanto o JR conversava com o Dog e o Pezão, amigos dele.
O Imperador olhou sorrindo pra mim, me lembrei de ontem e fui direto pra cozinha.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 38º capítulo ❄ Catarina narrando
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Eu e a Thami chegamos do baile muito ruim mesmo. Bebemos o que o nosso não corpo nem tinha
capacidade de aguentar. Quando ligaram o som da minha casa, eu despertei na hora, mas a minha
cabeça zuniu explodindo de dor.
Coloquei o travesseiro na cabeça, mas nem isso adiantou. Peguei meu celular, vi que havia várias
mensagens e ligações do Russo. Já passava das 11 horas.
Enviei mensagem para o Russo antes mesmo que ele surtasse mais ainda.
🔸 Início da Conversa 🔸
Russo: Amor? Onde você está? ☹️(3:45)
Ainda está no baile Catarina? (4:00)
Eu vou dormir então 😪 (4:02)
Bom dia pra você também Catarina (10:40)
Catarina: Bom dia meu amor, acordei agora ❤️
Russo: Tranquilo.
Catarina: Vai ficar puto? Eu disse pra você que ia para o baile 🙄
Russo: O que custava mandar mensagem quando chegasse?
Catarina: Foi mal, eu nem me liguei nisso.
Baile estava uma uva 😌👏🏼
Só faltou você lá pra curtir comigo
Russo: Hm 😪
Catarina: Qual foi Russo? Você sabia que eu ia para o baile. Não perco um baile nem se estiver doente.
Russo: Quer levar vida de solteira mano? Suave ué, não me lembro de ter dito algo 🤔
Catarina: Curtir baile é diferente de pegar macho. Porque se for pra pegar eu pego até na faculdade 🙄
Russo: Tranquilo, Catarina 🤗
Catarina: Tranquilo mesmo. Namorado é diferente de dono, você já é burro velho e já deveria saber disso.
Russo: To ligado nisso já.
Catarina: Então ta bom.
Russo: Ta ótimo.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Uma coisa que eu odeio é: No momento quando você avisa que vai sair não fala nada, depois quando
você chega está putinho. Não gosto nem quando meu pai me impõe regra, quem dirá macho da rua.
Fiquei enrolando mais um pouco na cama, até que tomei vergonha na cara e levantei. Fiz minhas higienes
no banheiro e desci às escadas.
Catarina: Bom dia cu. –Dei um pedala na cabeça do Imperador.
Imperador: Vai tomar no cu sua piranha. –Ele deu um tapa no meu braço que deixou marca.
Catarina: Aff seu piranho. –Dei risada-. Que merda foi essa na sua cintura?
Imperador: Tomei um tiro de raspão ontem na missão.
Catarina: Eita caralho, ficou pesado a parada ontem?
Imperador: Pesadão, por pouco não perdemos a mercadoria.
Catarina: Hm... –Me virei pra poder ir pra cozinha, vinha um falatório feminino de lá e eu queria saber
quem estava lá.
Imperador: E o baile ontem? –Ele chamou minha atenção e eu voltei.
Catarina: Uma uva. –Sorri.
Imperador: To vendo pela sua cara de ressaca.
Catarina: Porra, bebi muito.
Imperador: Eu e o Russo perdemos, aliás, tu falou com ele?
Catarina: Já até brigamos.
Imperador: Vacilo ein Cat.
Catarina: Vacilo nada, ele só pensa que me manda.
Imperador: Mandar não né? O cara fica com a mente pesada porra, você no baile e ele trabalhando?
Catarina: Mas ué?
Imperador: Vem cá Catarina. –E lá vem o Imperador querendo dar uma de irmão mais velho, quando na
verdade a mais velha sou eu. Rolei meus olhos e fui sentar no colo dele já de braços cruzados-. Hoje tem
uma puta festa de um amigo nosso lá em Niterói, bebida pra caralho, mulher pra caralho, tudo a vontade
pra consumir. Se caso hoje você tivesse algum trabalho pra fazer com seus amigos da faculdade e não
pudesse ir nessa festa, o Russo falar que vai e pronto. Você ia gostar?
Catarina: Não. –Falei de imediato-. Mas é que...
Imperador: Então pronto porra, você quer namorar, mas quer ficar na onde do oba? Pensa mana, ele não
ligaria se tu fizesse tudo isso que fez ontem se fosse com ele. Mas fazer sozinha? Junto com seus amigos?
Porra Cat, nem eu gosto dos seus amigos e tu sabe como nego aqui já ama uma fofoca. Com certeza já
falaram algo no ouvido dele.
Catarina: Eu vou falar com ele.
Imperador: Vai mesmo. –Levantei do colo do Imperador puta porque ele estava certo. Fui para a cozinha
e minhas tias estavam ali junto com minha mãe e a Fran.
Ninja: Mais uma mão pra ajudar a fazer comida.
Catarina: Eu? Deus me livre. –Ri indo pegar um remédio pra dor de cabeça.
Babi: Eu não dei sorte com filho não, Imperador é um imprestável e Catarina outra. –Ela riu.
Catarina: Isso, fica me tratando mal que eu vou morar com a minha dinda. –Abracei a Ninja por trás e
depois fui abraçar a minha sogra-. Oi sogrinha. –Dei um beijo no rosto dela.
Maísa: Oi meu amor.
Fabi: E eu? Não ganho beijo. –Ri e fui beijá-la também. Ficamos conversando por ali mesmo.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 39º capítulo 💎 Imperador narrando
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Festinha boa rolando em Niterói e meu pai me fez ficar em casa pra churrasco em família. Mas como eu
não sou bobo e nem nada, vou colocar no morro do Aruan pra fazer arruaça nas piranhas e chapar.
A mulherada estava na cozinha e então eu fui pra lá.
Babi: É só falar em nego imprestável que ele aparecer.
Imperador: É muito amor para uma mãezinha só. –Ri.
Fabi: Quero saber quando ele vai apresentar pra gente uma namorada, Catarina já foi.
Ninja: Só quer namorar quem não presta.
Imperador: Que isso tia, assim você quebra a firma. –Ri pegando uma latinha de cerveja na geladeira e
abrindo.
Catarina: Eu já tenho minha cunhadinha favorita.
Fabi: Quem? –Ela olhou rindo e eu olhei curioso pra ela.
Imperador: Fica falando merda.
Maísa: Vocês ficam escondendo o jogo na cara dura. –Ela riu olhando diretamente pra Fran, que estava
descascando umas batatas totalmente fora da conversa.
Imperador: Não sei de nada. –Sabe aqueles sorrisos bestas que você dá todo sem graça? Então, meu
sorriso me traiu.
Fabi: Olha esse sorriso safado ai.
Imperador: Eu não sei de nada, to vazando. –Sai rindo da cozinha e fui para a área de serviço.
Fiquei bebendo e conversando com o pessoal ali. Mais tarde chegou a Luana junto com o tio Vigarista, o
Russo, a Thami com o meu tio PH e pra colocar a cereja no bolo, o namoradinho da Fran também chegou.
Meu Deus que eu saiba era um churrasco em família, desde quando esse parça é da família? Se eu chamo
a Manu minha mãe quebra um barraco em cima de mim e passa o resto da semana sem falar comigo.
Estava na piscina bebendo um whisky junto com o Russo.
Russo: Que cara de cu é essa mano?
Imperador: To com cara nenhuma. –Dei de ombros e fiquei olhando em direção do João junto com a Fran
na rede. Estava com óculos escuros, então olhei mesmo. Não conseguia tirar o olhar dos dois, eu não o
queria nem relando o dedo nela.
Russo: Mano se você for olhar no mínimo disfarça olhando pra outros cantos.
Imperador: Ih Russo, me deixa quieto na minha.
Russo: Dá uma raiva quando você fica na TPM.
Imperador: To de absorvente por acaso caralho?
Russo: Ih que saco mano. –Ele saiu da piscina e foi até a Catarina que estava sentada numa cadeira
pegando sol junto com a Thami. Sai da piscina e me sequei.
Babi: Filho vai almoçar não?
Imperador: Que nada eu vou sair, vou lá pra casa passar um remédio nessa merda. –Apontei para a ferida
na minha cintura.
Babi: Poxa filho, vai sair logo hoje?
Imperador: Ih mãe, vou ficar aqui não.
Babi: Qual é o problema? Você estava tão bem hoje cedo, eu conheço meu filho.
Imperador: Aham, está bem mãe.
Babi: Pelo menos come antes de ir, eu fiz a comida com tanto amor. Mamãe coloca o prato pra você.
Imperador: Ta mãe. –Rolei os olhos e coloquei meu copo vazio em cima da mesa. Sentei na cadeira e
fiquei esperando minha mãe arrumar meu prato.
Fran: Bruno, você sabia que não é pra você tomar banho de piscina? O ponto ainda está recente. –Ela
chegou já me dando esporro e olhando o ponto.
Imperador: E desde quando você se importa?
Fran: Ata desculpa. –Ela saiu indo pra mesa onde minha mãe estava pegando minha comida e o João
chegou por trás dela beijando a bochecha dela-. Vai almoçar não nego?
João: Sem fome, tomei café da manhã tarde.
Babi: Come menino, fica com vergonha não.
João: Não é vergonha tia. –Ele abriu um sorriso. Preguiça dessa pinta de bom moço ein? Minha mãe me
entregou meu prato junto com garfo, eu levantei e fui comer perto das meninas.
Russo: Ta boladinho mais não?
Imperador: Não fode caralho.
Thami: Que foi gente?
Russo: Dor de cotovelo.
Imperador: Vão se foder. –Levantei dali também e fui pra sala da casa, bem melhor. Lá só estava a Luana
sentada no sofá mexendo no seu celular-. E ai, prima. –Sentei no chão e comecei a comer.
Luana: Pelo menos você fala comigo. Oi primo.
Imperador: Ih que isso prima, nada contra você. –Ri.
Luana: Pensei que estivesse putinho comigo também.
Imperador: Não me meto nas confusões dos outros, não tenho nada a ver com a sua treta e da Catarina.
Luana: Isso ai, por isso você sempre foi meu primo favorito.
Imperador: Bobona. E ai, bora colar em Niterói?
Luana: Se meu pai deixar.
Imperador: Sabe que ta comigo ta com Deus né?
Luana: Você não vale nada. –Ela riu.
Imperador: Não tenho vocação pra valer algo. –
Luana: Gosto assim. –Terminei de comer, depois fui convencer o tio Vigarista de deixar a Luana ir comigo
pra Niterói e ele liberou. Me arrumei na minha casa, depois fui pra casa dela e de lá fomos pra Niterói.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 40º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Imperador se juntou com a Luana e meteu o pé pra Niterói, eles não chamaram ninguém.
Thami: Isso tudo é porque ele está com ciúmes da Fran com o João?
Russo: É cara, to te falando.
Catarina: Imperador é muito ciumento. Ele só sabe dar fora na Fran também.
Russo: Tem que deixar mano, Imperador não sabe demonstrar sentimento sem ser grosso.
Thami: Não quero me meter.
Catarina: Você trás o ex da garota pra cá e não quer se meter? Você perguntou se a Fran queria ficar com
o ex dela?
Russo: Ela está cheia de mimo com o cara lá. –Ele riu-. Não está com cara de quem não quer.
Catarina: E daí? Não é sempre que eu quero ficar na sua presença e preciso fingir. –Ela riu e ele olhou pra
ela com cara de ofendido.
Russo: Quer que eu vá embora?
Catarina: Me leva junto.
Russo: Quer fuder é safada?
Thami: Gente me poupe, pelo amor de Deus. –Levantei dali, os dois ficaram rindo e eu fui é me acabar
naquela piscina-. Amiga, vem pra água comigo. –Gritei para a Fran que estava na rede com o João.
Fran: Acabei de comer.
Thami: E daí?
Fran: Quero não amiga.
Thami: Ih sua chata. –Rolei os olhos, como já estava só de biquíni eu entrei na água e fiquei nadando até
enjoar. Sai da água e fui pegar uma bebida na cozinha. Me sequei e fui andando até lá. Quando cheguei o
tio Dog estava pegando cerveja no freezer.
Thami: Pega uma Skol beats pra mim.
Dog: Não ficou louca demais no baile não?
Thami: Quase nada. –Ri e encostei-me à bancada. Ele pegou uma Skol beats, abriu e me entregou.
Dog: Toma princesa. –Ele sorriu, molhei o lábio inferior com a língua, peguei a Skol beats e tomei na
frente dele.
Thami: Obrigado amor. –Pisquei e sai andando caprichando na rebolada. Ele passou por mim mais rápido
do que eu, passou a mão na minha bunda apertando com vontade.
Dog: Gostosa pra caralho. –Ele murmurou e saiu na minha frente. Meu coração estava batendo acelerado
e com um sorriso safado eu fui sentar junto com o João e a Fran.
João: Conheço esse sorriso.
Thami: Que sorriso? Não tem sorriso nenhum. –Tentei disfarçar bebendo.
Fran: Estava aprontando né Thamires?
Thami: Eu nada.
João: Ela vive aprontando amor.
Fran: Eu sei disso, nem me conta mais nada.
Thami: Amiga depois eu te conto. –Pisquei pra ela.
João: Pode contar agora, estou indo embora mesmo. –Ele riu.
Fran: Já?
João: Já. Vou dar um pulo na casa da minha vó.
Fran: Tudo bem, vou te levar no portão. –Ela foi levar ele no portão e depois voltou.
Thami: Amiga vamos cair na piscina, ta muito calor.
Fran: Ah nem amiga. –Ela fez careta.
Thami: Cara se o problema for os homens que estão ai, pode ter certeza que todos eles são de bom
caráter. –É difícil ter que passar tranquilidade pra alguém tão traumatizada quanto ela.
Fran: Deixa isso pra lá. –Seu rosto corou.
Thami: Anda amiga, para de graça, poxa vamos se divertir comigo. Vai lá, coloca um biquíni e desce.
Fran: Chata meu pai eterno. –Ela subiu, colocou seu biquíni e depois voltou. Ela tem um corpo tão lindo,
tudo tão natural e perfeitinho. Não precisa ter vergonha.
Thami: Que linda. –Sorri, peguei na mão dela e fomos pra piscina. Ficamos nadando juntas até que
paramos pra poder conversar.
Fran: Me conta ai dos babados.
Thami: Me conta primeiro da sua saída com o João.
Fran: Não teve nada demais, só saímos pra comer, anda me fala o que rolou que eu sei que você está
aprontando.
Thami: Sabe o Dog? –Falei baixo só pra ela.
Fran: O que tem?
Thami: A gente meio que está quase ficando.
Fran: O que? Amiga você é louca demais. Não é esse que é ex da sua mãe? –Ela riu olhando assustada
pra mim. Eu contei o que rolou na casa do meu amigo ontem e no que rolou hoje na cozinha-. Você é
muito maluca.
Thami: Tem que aproveitar amiga, não tenho nada a perder e nem a ganhar.
Fran: Está certinha. –Rimos.
Thami: Me conta do João.
Fran: Amiga, não teve nada demais. Só saímos, conversamos, ficamos juntinhos, ele cuidou de mim, fez
aquele carinho gostoso.
Thami: Ele te faz muito bem né amiga?
Fran: Ele faz sim, só que não é mais como antes. –Ela disse olhando sem graça pra baixo.
Thami: Como assim?
Fran: Não quero me relacionar agora. Ele ficou um tempo longe de mim e agora ele meio que acha que
devemos continuar do ponto onde paramos.
Thami: Mas vocês tecnicamente não terminaram.
Fran: Terminamos sim. Eu deixei claro que eu queria que ele cuidasse da mãe dele e que não era pra se
preocupar comigo no momento.
Thami: Mas você ainda sente algo por ele?
Fran: Sinceramente? –Ela me olhou um pouco triste e eu entendi tudo.
Thami: Desculpa Fran. –Eu a abracei sentindo-me culpada-. É que eu sei que ele é uma boa pessoa, que
te protege, cuida de você, te faz muito bem. Você estava mal e eu não quero você triste.
Fran: Amiga, você não tem culpa, eu também estava super animada pela volta do João, muito animada
pra sair com ele. Mas sabe um encontro chato? Sem química? Eu e o João perdemos nossa ligação.
Thami: Eu entendo amigo, sabe que eu também estou perdendo meu encanto pelo Saulo?
Fran: Você é safada, Thamires. Você ama é o perigo, o que você não deve fazer. Aparece um quarentão
gostoso e ex da sua mãe. Sua xota logo pisca né. Te conheço muito bem de outros carnavais já. Igual
com o Saulo, bandido, não vale nada, amigo do seu irmão, sua xota piscou na hora. Amor de pica passa
de uma hora pra outra.
Thami: Você está com a língua afiada né sua cachorra. –Gargalhei alto.
Fran: Tenho que ser sincera.
Thami: Por isso que te amo amiga. –Nos abraçamos.
Fran: Eu também te amo muito. Mas agora, não é por nada não, mas o Dog não tira os olhos de você.
Thami: Deixa ele olhar, não arranca pedaço mesmo. –Ela riu.
Fran: Você não vale nada.
Thami: Nunca disse que valia. Vem cá, vamos para o baile hoje? Ai você dorme lá em casa ou se preferir
pode voltar pra casa com a Catarina.
Fran: Ah amiga, não estou pra baile hoje e se eu for o João vai ficar boladinho igual ontem.
Thami: EU SABIA QUE TINHA COISA QUE VOCÊ NÃO ESTAVA ME CONTANDO.
Fran: Para de ser escandalosa. –Rimos.
Thami: Anda Fran, me conta logo tudo de uma vez. Quero saber porque você e o Imperador brigaram
ontem cedo, o que rolou nesse encontro com o João. Quero tudo.
Fran: Amiga promete não contar para o Imperador? Tipo promete mesmo?
Thami: Franciellen... Você sabe que eu não posso prometer certos tipos de coisa.
Fran: Eu só não quero que o Imperador suje as mãos dele. –Ela estava com os olhos cheios de lágrimas.
Thami: Ele nasceu pra ter as mãos sujas, é o que ele faz e você entende isso né?
Fran: Foi o Thierry. Você conhece?
Thami: Que Thierry, Franciellen? –Meu queixo caiu. Porque se for o Thierry que eu estou imaginando a
casa vai cair e muito.
Fran: Eu não sei o nome dele. O que foi, Thami?
Thami: Me conta tudo e depois eu te digo quem é.
Fran: Ele foi me procurar lá na escola na sexta, ele queria que eu entrasse no carro com ele, mas eu corri
pra dentro da escola. Foi ele quem...
Thami: Não precisa dizer mais nada Fran. –Sequei as lágrimas dela. Meu coração estava quebrado em mil
pedacinhos-. Você vai ter que me desculpar, mas eu não posso manter segredo disso. Se ele está indo
atrás de você no colégio, não duvido nada ele vir atrás de você aqui no morro. Ele não é só amigo do
Imperador, ele é dono de um morro importante aqui, ligação direta com meu pai, JR, Aruan, Vigarista.
Fran: Thami você não pode abrir a boca, por favor, eu não quero que nada aconteça com o Imperador. –
Ela me olhou assustada e eu vi desespero no olhar dela. Eu senti que até ela desconhecia o quanto ela se
preocupava com o Imperador. Se eu não estivesse tão preocupada com a situação, eu super começaria
uma festa por saber que eles dois estão começando a nutrir um sentimento ali.
Thami: Eu não vou prometer nada.
Fran: Thamires...
Thami: Está protegendo estuprador, Franciellen? Assim como sua mãe? –Falei brava e até mais grosso do
que queria com ela.
Fran: Não estou protegendo ninguém, eu estou...
Thami: Diz, se você me dizer agora quem é que você está protegendo eu fico quieta.
Fran: Eu já disse.
Thami: Você sabe muito bem que quanto mais você esconder isso do Imperador mais será pior.
Fran: Eu sei muito bem disso.
Thami: Então conta logo caramba.
Fran: Eu não posso, você não entende.
JR: O que está acontecendo aqui meninas? –Ele se aproximou e agachou na nossa frente olhando
preocupado pra Fran.
Thami: Nada dindo.
JR: Chorando por quê? –Ele olhou pra Fran.
Fran: Estamos lembrando-se de quando nos conhecemos, hoje fazem 3 anos. –Ela riu.
JR: Ah sim. –Ele riu, levantou e voltou pra conversar com o pessoal. Vi a Babi olhando pra ele e achava
super lindinho como os dois conversavam pelo olhar, ainda mais como estavam dedicados em cuidar da
Fran.
Thami: Eu odeio mentiras.
Fran: Você pega o ex boy da sua mãe e quer falar isso? –Ela riu secando as lágrimas.
Thami: Existem mentiras e mentiras. Umas a gente goza, outras você acaba sendo ameaçada na porta da
escola. Se o Imperador cismar de colocar nego atrás de você, quero só ver a merda que isso vai dar.
Fran: Ele não faria isso né?
Thami: Do jeito que ele está louco de ciúmes de você junto com o João, não duvido nada. –Ri.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 41º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Eu estava preocupada demais com a situação que eu estava vendo desenrolar na minha frente.
Assustada, eu só conseguia confiar na Thami, pois foi ela quem sempre ao meu lado para tudo. Meu
suporte, minha irmã, minha conselheira e minha família. Morando agora no morro, eu estava tendo o
apoio da Babi e do JR, da Catarina e do Russo, até mesmo do grosso do Imperador que com o jeito dele
me desarmava completamente e só com um olhar ele decifrava o que eu estava sentindo. E eu tinha
medo, é da minha natureza querer proteger todos aqueles que eu amo. Daria minha vida pela Thamires,
como daria minha vida pelo Imperador e até mesmo pela família dele.
Fiquei na piscina até mais tarde com a Thami e ela sempre me enchendo para ir ao baile, acabei cedendo
às vontades dela. Até porque eu não estava a fim de sair novamente com o João, eu não tinha assunto
pra desenrolar com ele, eu queria espairecer a mente, mas ele queria voltar ao passado. Eu não sou mais
a mesma Franciellen de meses atrás, como lá na frente não vou ser a mesma e vou achar o meu eu atual,
totalmente estúpido. Eu amava o João, porque ele foi minha fortaleza por muito tempo, devo minha vida a
ele. Porém, o que eu sinto por ele é apenas um carinho, uma grande amizade e tê-lo por perto é
importante pra mim. Tê-lo como namorado, no momento não é mais o que eu quero, porque eu sei que
estaria com ele por conveniência e não por amor. Ele não merece ser amado assim, ele é demais para
receber o meu pouco.
A Thami foi embora com os pais dela e lá eu a encontraria junto com a Catarina e o Russo. Por volta das
22 horas, eu comecei a me arrumar, tomei um banho, coloquei minhas peças íntimas, passei hidratante
corporal por todo o corpo, me perfumei e fui para a tarefa mais difícil da minha vida: com que roupa eu
vou?
Graças a Deus com todo o meu trabalho e o dinheiro que entra, eu consigo sempre ter um dinheirinho pra
comprar roupa nova. Porque se eu fosse depender da minha mãe e do meu padrasto, puta que pariu né?
Infelizmente eu vinha pensando muito na minha mãe, em como ela está e nas situações que ela estaria se
submetendo. Ao mesmo tempo em que eu sentia uma raiva da minha mãe por conta de todo nosso
passado juntas, eu sentia pena e amor por ela, minha vontade era de protegê-la de todo mau.
Perdida em pensamentos, acabei escolhendo minha roupa, a vesti, ajeitei meu cabelo do jeito que pude,
fiz uma make básica e estava pronta.
Roupa da Fran: https://goo.gl/8ITgdd
A Catarina entrou no meu quarto com tudo que chega me assustou e ela caiu na risada.
Fran: Sua vaca, o que foi?
Catarina: Bora... Nossa está linda assim. –Ela mordeu os lábios me olhando.
Fran: Para com isso. –Fiquei sem graça que eu senti minhas bochechas corarem.
Catarina: Anda vamos sua linda. –Ela me mandou meu beijo, deixei meu cel em casa e só peguei dinheiro
colocando nos peitos.
Fran: Bora. –Peguei na mão dela e fomos descendo as escadas. Os pais da Cat estavam sentados em um
dos sofás e no outro estava o Imperador todo largado e o Russo. Mas os dois estavam muito gatos, uma
coisa que não tem como negar é que eles se vestem muito bem.
Russo: Estou aqui mofando esperando vocês. –Ele reclamou rindo e ficou em pé.
JR: Acabou de chegar, eu hein. –Ele riu.
Russo: Estava esperando a moleza do Imperador.
Imperador: Eu estava prontíssimo quando você chegou. –Ele riu levantando e seu olhar ficou preso no
meu. Eu abaixei a cabeça tentando conter o sorriso.
Russo: Pronto indo tomar banho né?
Babi: Não suporto gente lerda pra se arrumar.
JR: Então você não se suporta né.
Babi: Você é o que mais demora aqui, me poupe.
JR: Eu tenho que ficar gostoso né?
Catarina: Ficar gostoso pra minha mãe só se for né, que eu quebro um barraco se te ver olhando para o
lado.
Imperador: E ai pai, te vigiando. –Ele deu uma risada meio mole, então percebi que ele estava se
controlando pra não deixar ninguém perceber que ele estava meio bêbado.
Babi: Tem que vigiar mesmo minha filha, rum. –Ela deu um beliscão nele.
JR: Ai que buceta... –Ele reclamou se afastando dela-. Vão logo crianças, pelo amor de Deus.
Catarina: Eca vocês dois, bora amiga. –Ela foi me puxando pela mão e saímos de casa rindo.
Russo: Vocês duas são bobas, acham que não vão fuder quando envelhecerem?
Imperador: Eu quero chegar aos quarentão fudendo muito e com muita saúde graças a Deus.
Fran: Ninguém quer saber o que vocês vão fazer com quarenta.
Russo: Vou estar com a Catarina. –Ele a abraçou por trás e beijou o pescoço dela.
Fran: Que lindinhos. –Falei com a voz fofinha.
Catarina: Ai amor. –Ela sorriu toda boba e selou os lábios deles.
Imperador: Ninguém merece isso. –Ele rolou os olhos.
Fran: Ciúmes? –Olhei pra ele rindo.
Imperador: Não sou ciumento.
Fran: Não é o que parece.
Russo: Se tem uma coisa que o Imperador faz melhor é ser ciumento.
Imperador: Vão se fuder. –Ele subiu na moto dele, o Russo fez o mesmo ligando e a Cat subiu depois.
Catarina: Não precisamos nem dizer quem é que saiu hoje a tarde por birra. –Ela riu me olhando.
Imperador: Sai porque estava a fim, anda logo Fran, sobe ai na moto. –Ele a ligou e eu subi em seguida.
Fran: Por que não me avisou? Teria colocando uma calça ou um short. –Falei só pra ele.
Imperador: Você está linda assim. Seu namoradinho não vai? –Ele olhou pra trás.
Fran: Por que quer saber? –A Catarina e o Russo meterem o pé deixando nós dois pra trás.
Imperador: Se eu não quisesse saber não teria perguntado.
Fran: Se eu quisesse responder eu teria dito ao invés de esperar você perguntar.
Imperador: É pra dar fora? –Ele sorriu de lado.
Fran: Eu não te dei fora, só não acho que seja da sua conta saber da minha já que você tem uma leve
queda por sentir ciúmes.
Imperador: Eu não sou ciumento caralho.
Fran: Sim, o João vai me encontrar lá no baile. –Menti só pra poder provocar mesmo. O sorriso sumiu dos
lábios dele e ele virou pra frente acelerando sua moto.
Imperador: Segura ai, Franciellen. –Depois fala que não é ciumento. Dei uma risada e segurei na cintura
dele. Ele desceu o morro muito rápido, entrando nos becos estreitos e escuros. Eu estava morrendo de
medo né? Então segurei nele com força-. Vou parar pra poder abastecer. –Em seguida ele colocou o
capacete e pegou a avenida indo direto para o posto de gasolina ali perto. Eu desci da moto ajeitando
meu cabelo e ele desceu em seguida enquanto esperava o cara abastecer. Ele tirou o capacete e fiquei
olhando pra ele. A cara de cu dele era a mesma que ele estava fazendo mais cedo.
Fran: O João não vai, Bruno, para de graça. –Rolei os olhos.
Imperador: To nem ai. –Ele cruzou os braços e olhei firme pra frente.
Fran: Só sentimos ciúmes de quem temos medo de perder. –Ele me olhou arqueando a sobrancelha, ele
se aproximou de mim, eu estava de cabeça abaixada.
Imperador: Tenho medo mesmo de perder você, porque eu me importo contigo caralho. Não é porque a
gente briga que eu deixe de me importar contigo. Levanta essa cabeça, Fran. –Ele pegou no meu queixo e
me fez olhar nos olhos dele-. Tu me irrita mano, você me irrita demais, eu fico puto com você. Não tem
um dia que eu estive na sua presença que você não tivesse me deixado puto.
Fran: Então se afasta de mim.
Imperador: Não quero, não quero mais ter que ficar brigando contigo tlg? Tu é cheia de charme, mas
também é pura encrenca. –O cara terminou de abastecer, Imperador pagou, subimos na moto e ele
meteu o pé para o morro.
Fiquei pensando na nossa conversa, com certeza ele estava sentindo meu coração acelerado. O Imperador
me faz falar as coisas sem pensar, só seguindo no ritmo dele e pensando nas coisas que eu disse, era
estranho. Algo que eu não sabia definir.
Chegamos à favela, ele teve que deixar a moto parada em uma área e o restante iríamos seguir a pé. Fui
pra claridade perto da escadaria, enquanto o Imperador estava ajeitando a moto lá. Passou uns garotos
por mim me olhando.
Xxx (1): Baile hoje vai está bom ein parceiro
Xxx (2): Com uma princesinha dessas, vale a pena perder o baile todo. –Eles fizeram o comentário bem
no momento que o Imperador estava saindo do beco. Eu fechei os olhos, quando olhei para o Imperador
ele já estava com a cara fechada olhando para os moleques que trancaram.
Imperador: Mexendo com a mulher dos outros no lugar errado seus moleques. –Os meninos começaram a
correr escadaria acima e se enfiaram em um beco qualquer.
Fran: Para Bruno. –Segurei na mão dele, quando o abracei senti sua arma na cintura.
Imperador: Porra mano falta de respeito contigo.
Fran: Eu sei, deixa isso quieto.
Imperador: Muita raiva de você dona encrenca. –Ele cerrou os olhos, eu ri baixinho e me afastei dele.
Fran: Vamos logo bora. –Comecei a subir as escadas, ainda bem que não vi de salto, subir aqui de salto é
maior furada. O Imperador veio logo atrás de mim e pegou na minha mão.
Imperador: Não discute, não quero ninguém falando graça com você.
Fran: Não preciso de um homem pra me proteger, sei me cuidar.
Imperador: Foda-se, isso é pra todo mundo saber que não é pra mexerem contigo. –Ele soltou a minha
mão, pegou na minha cintura e fomos subindo a escadaria juntos.
Fran: Depois eu sou dona encrenca. –Rimos.
Imperador: Eu sou encrenqueiro mesmo, adoro um barraco.
Fran: Sua cara mesmo. Só avisa se tiver alguma das suas negas por perto.
Imperador: Minhas negas é um problema mesmo, adoram um barraco.
Fran: Mexer contigo é até problema, deixa eu me afastar. –Ri me separando dele, mas ele me pegou com
firmeza grudando nossos corpos de lado.
Imperador: Nada disso, se alguém te atacar, você ataca de volta. Eu falo uma coisa, você falta me matar.
Ai vem umas neguinhas da canela russa e você quieta? Para viu. –Ele riu.
Fran: Detesto barraco na rua. Deus me livre ficar brigando na rua ainda mais por causa de você, me
poupe. Não vale minha dignidade.
Imperador: Tranquilão, eu mato e morro por você, enquanto você não é capaz de mover um dedo por
mim.
Fran: Foi uma escolha sua, não minha. Não sei em qual versículo da Bíblia vem dizendo que eu sou
obrigada a render assuntinho pra quenga de favela.
Imperador: Viajo na sua, dona encrenca. –Ele riu me olhando.
Fran: Viaja comigo, vamos embora daqui.
Imperador: Contigo eu vou mesmo. –Rimos juntos e chegamos a casa da Thami. Ela estava esperando
junto com o Heitor, Catarina, Russo e para minha infelicidade, o Thierry também estava ali. Ele me
olhando dando um sorrisinho disfarçado. Meu coração se acelerou e eu tive vontade de sair correndo.
Comecei a suar frio de pavor, com medo do que ele poderia fazer. E agora eu entendi qual era o motivo
da cara de bunda da Thami.
Thami: Amiga, ainda bem que você chegou, vamos logo. –Ela me puxou pela mão e foi andando rápido
comigo na frente. Deixamos o pessoal pra trás e eles viam rindo logo atrás da gente-. Diz algo caralho.
Fran: Eu quero ir embora.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 42º capítulo 💎 Imperador narrando
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Não entendi nada da atitude da Thami puxando a Fran e sai logo na frente com ela.
Imperador: Fala ai parceiro. –Cumprimentei o Thierry, em seguida o Heitor.
Heitor: Qual foi mano, faltou uma resenha pra fechar esse mês.
Thierry: Estávamos falando agora com o Russo.
Russo: Bora marcar porra, qualquer coisa só chegar lá no morro pra gente fechar.
Catarina: Resenha é comigo mesmo, até arrumo o lugar.
Thierry: Ai fechamento.
Imperador: Claro porra, bora fechar. –Fomos subindo o morro, mas meu olho estava na Fran. Não
conseguia me concentrar em nada quando ela estava por perto. Depois do comentário dos moleques lá
embaixo, fiquei preocupado com ela pra caralho, não queria que nada acontecesse de ruim.
Thierry: E ai, quem é aquela mina que chegou junto contigo?
Imperador: Franciellen? Amiga das meninas.
Catarina: Qual foi Thi? Está interessado?
Thierry: Que isso, mulher de parceiro meu. –Ele bateu no meu ombro.
Catarina: Que nada, Fran e Imperador são amigos. –Ela riu me olhando. Catarina é rainha da provocação,
ainda mais quando ela tem interesse em algo.
Russo: Até desenrolo ela pra você mano.
Heitor: Qual foi porra, se alguém tem que pegar a Fran esse alguém sou eu. Já estou na fila já faz muito
tempo.
Catarina: Que isso! Altas revelações, todo mundo querendo a Fran. –Ela riu.
Heitor: Claro porra, faria dela minha fiel.
Russo: Vai rodar com a Nathalia?
Heitor: Pela Franciellen? Caralho a mina é linda pra porra, toda jeitosinha. –Eu fiquei quieto só ouvindo
aquela palhaçada.
Thierry: Jeitosa é pouco, linda demais. Se você não pegar ela hoje, eu pego. –Ele falou para o Heitor.
Catarina: Que isso, pensei que ela iria ser minha cunhada gente.
Heitor: Acabou de dizer que ela é amiga do Imperador.
Catarina: A esperança é a última que morre.
Thierry: Imperador é guloso porra, cedo estava com a Manu, agora de noite com a moreninha.
Heitor: Pra que uma, se da pra ter várias?
Heitor e Thierry são meus amigos de longa data, mas eu não estava com um pingo de paciência. Ainda
mais quando eles resolvem cagar pela boca.
Imperador: Bora fazer o seguinte? Mudem de assunto agora. Eu não quero ouvir mais uma palavra a
respeito da Franciellen saindo da boca dos dois e acho bom nem chegarem perto dela. E outra, ela não
está interessada e tem namorado. –Falei bem grosso mesmo. Era melhor eu ter falado do que ter metido
tiro nos dois, porque iria surtir o mesmo efeito. Olhei feio para a Catarina por ter conseguido me provocar
daquela forma e ela engoliu em seco. O Thierry mudou de assunto e logo chegamos ao baile.
Pra ser sincero, eu perdi o tesão de ficar naquele baile. Chegamos juntos da Thami e da Fran, parei atrás
da Fran e disfarçadamente falei com ela.
Imperador: O que foi? –Ela estava tensa. Algo estava acontecendo, conheço a Thami e pra ela não está
animada em um baile? Ah para tem algo rolando.
Fran: Quero ir embora.
Imperador: Vamos comigo, não quero ficar aqui também.
Fran: Certeza? Acabamos de chegar.
Imperador: Absoluta, estou com dor de cabeça também.
Fran: Amiga, eu estou indo embora ok? –Ela falou com a Thami.
Thami: Com quem?
Fran: Imperador vai embora e eu vou com ele.
Thami: Sério? –Ela me olhou assustada e eu a senti mais aliviada. Algo estava acontecendo e eu odeio
quando me escondem as coisas.
Imperador: Sério e amanhã vamos conversar.
Thami: Ta bem. –Ela engoliu em seco. Peguei na mão da Fran e me despedi do povo.
Russo: Vai embora por que cara? Era só brincadeira aquilo.
Imperador: Perdi a vontade de ficar e ela quer ir embora.
Catarina: Imperador, para de ser dramático.
Imperador: Fala comigo não Catarina. –Puxei a Fran e fomos saindo do tumulto. Até o funk estava me
irritando e eu ainda estava meio chapado de mais cedo.
Fran: Bruno...
Imperador: Me deixa quieto, Fran, não estou a fim agora e não quero ser grosso contigo.
Fran: Você só está machucando minha mão. –Então percebi que estava segurando na mão dela com força
demais e aliviei.
Imperador: Desculpa.
Fran: O que foi?
Imperador: Em casa conversamos.
Fran: Vamos atrapalhar seus pais. –Ela riu.
Imperador: Quer dormir na minha casa? Eu fico na sala.
Fran: Não quero incomodar.
Imperador: Incomodo nenhum, só quero dormir mesmo.
Fran: Então está bem. –Chegamos à minha moto, subimos e eu fui voado pra minha casa. Entrei na
garagem junto com ela, descemos da moto, tranquei o portão e abri a porta da minha casa.
Entramos juntos, tranquei a porta assim que ela entrou. Tirei minha camisa, joguei as chaves em cima do
sofá e fui andando até meu quarto.
Imperador: Eu te deixaria dormindo no outro quarto, mas está uma zona pra lá porque eu nem mexo lá.
Fran: Tudo bem. –Conversar com a Fran tinha que ser no sapatinho, porque eu não queria deixá-la
assustada com alguma merda que eu falasse-. Me dá algo pra poder dormir?
Imperador: Dou sim. –Abri meu guarda-roupa, peguei uma camisa minha e um short da Catarina que
estava lá. Entreguei as coisas pra ela-. Depois que terminar de se trocar vai lá pra sala que eu quero
trocar uma ideia contigo-. Ela assentiu e em seguida ela foi para o banheiro do meu quarto mesmo.
Aproveitei pra poder trocar de roupa, coloquei só uma samba canção. Deixei a cama pra ela arrumada,
peguei um travesseiro, edredom e fui pra sala.
Já deitado e mexendo no meu celular, vi a Fran se aproximar de mim perto do sofá. Ela sentou na beirada
e eu cheguei mais para o canto.
Fran: O que quer falar comigo?
Imperador: O que houve com você e a Thami? Não adianta dizer que foi ‘nada’ porque eu sei bem quando
tem algo rolando e vocês não souberam disfarçar.
Fran: Ah... –Ela ficou quieta em seguida.
Imperador: Diz pra mim, não me esconde. É algo com o Heitor? Ele disse que queria ficar contigo.
Fran: Heitor? Eca. Jamais ficaria com o Heitor. –Ela deu uma risadinha.
Imperador: Thierry então?
Fran: Não... Eu não o conheço.
Imperador: Você tem um péssimo hábito de vacilar a voz quando mente.
Fran: Não vacilei.
Imperador: Vacilou sim.
Fran: Você está chapado.
Imperador: Já se passaram horas desde o último copo de whisky.
Fran: Para com isso poxa, é problema pessoal da Thami.
Imperador: Ela está ficando com o Thierry?
Fran: Olha, deixa isso pra lá, por favor.
Imperador: Não mina. –Estava escuro, mas eu sabia que ela estava rolando os olhos-. Sou chato mesmo e
foda-se.
Fran: Chato é apelido pra você.
Imperador: Só quero cuidar de você. –Larguei meu celular no sofá e fiz carinho no joelho dela.
Fran: Já está cuidando muito bem.
Imperador: Certeza?
Fran: Absoluta.
Imperador: Dorme aqui no sofá comigo?
Fran: Está de sacanagem com a minha cara. –Ela riu levantando-. Com uma cama de casal maravilhosa lá
e eu vou dormir no sofá?
Imperador: Então quer dizer que dormiria na cama comigo? –Já disse me levantando.
Fran: Claro que não, Imperador. Se toca vai. –Ela riu e foi indo para o quarto. Deixei com que ela fosse,
me ajeitei no sofá e peguei no sono.
Acordei horas mais tarde com algo caindo na cozinha. Levantei no pulo e rapidamente já estava na
cozinha. A Fran havia deixado cair uns talheres no chão.
Imperador: Porra mano, você dá cada susto.
Fran: Isso que dá quando você me adota como sua filha e resolve proteger até meu sono.
Imperador: Aquele dia foi um acaso.
Fran: Aham sei. –Ela riu catando as coisas do chão. Ela fica linda ao acordar, ainda mais com a minha
blusa que estava tampando o short-. O que você gosta de comer quando acorda? –Minha língua chega
coçou pra responder, mas ela estava com uma faca na mão, então melhor ficar quieto.
Imperador: Qualquer coisa, vou comprar pão na padaria.
Fran: Já trouxe o pão. –Olhei pra mesa e realmente ela já havia comprado pão. Também havia uma jarra
de suco-. Também fiz Nescau.
Imperador: O que eu faço pra você morar aqui comigo? Eu durmo todas as noites no sofá, não ligo. –Abri
um sorriso e a abracei.
Fran: Deus me livre morar contigo, você é imprestável demais. Não nasci pra lavar cueca de macho.
Imperador: Você acha que eu não lavo minhas roupas?
Fran: Eu sei que vem uma tia limpar aqui, lavar pra você e ainda cozinhar quando você come em casa.
Imperador: Culpa da minha mãe ué, mas eu sei fazer as coisas sim.
Fran: Sua mãe arruma até comida pra você.
Imperador: Outra culpa dela. Ela gosta de fazer minhas vontades quando eu estou puto com algo.
Fran: E você estava puto por que ein?
Imperador: Para de me provocar garota. –Ri.
Fran: Adoro. –Tomamos café da manhã juntos e ela me deu vários tapas a cada merda que eu falava. Me
arrumei depois do banho e fui levá-la pra casa dos meus pais.
Chegamos lá já depois do almoço e eu estava sem fome, tomamos café muito tarde. A Fran foi para o
quarto dela e eu fui atrás do meu pai na boca.
JR: Qual foi? –Ele me olhou rindo-. Fran dormiu na sua casa é?
Imperador: Dormiu, sem maldade. –Já peguei o caderno da boca pra poder ir pra quadra ver como que
tava nosso estoque. Meu pai veio atrás de mim.
JR: Sem maldade você não está, te conheço. –Ele riu-. Pensei que ela estivesse chorando ontem porque
você foi embora lá de casa.
Imperador: Ela estava chorando?
JR: Ela deu uma desculpinha de garota, mas sei lá ne.
Imperador: A gente até brigou né, mas não foi nada demais, estamos até de boa.
JR: Brigam o dia todo né, isso vai dar é namoro.
Imperador: Ela é muito encrencada para o meu gosto.
JR: E você lá tem gosto? Aparece com cada troço, pelo amor de Deus.
Imperador: Seu passado te condena, bebezão. –RI.
JR: Passado é passado.
Imperador: Então não mexe no meu também.
Pezão: Qual foi da treta? –Ele chegou à quadra junto com o Tio Dog.
JR: Imperador está de olho na Fran.
Dog: Essas crianças se apaixonam demais viu.
Imperador: Eu não disse nada. –Respondi contando as paradas e conferindo a mercadoria.
Pezão: Nem precisa dizer né. Fica em cima da mina feito urubu.
Imperador: Não fico.
JR: Não aprendeu com o pai como que chega numa mina.
Dog: Fraquinho demais, se ficar de moleza vem outro e leva.
Pezão: Papo reto mesmo, vai te fazer de otário ela.
Imperador: Vocês não a conhecem e eu odeio quando falam dela assim. –Encarei os três seriamente,
então pude voltar ao que estava fazendo.
Dog: Então qual é o problema? Fala com o tio que eu ajudo.
JR: Você não tem moral aqui, tomou chifre perdeu a moral completamente. –Depois dessa tive até que rir.
Dog: Mas é aquele ditado né? –Ele rolou os olhos sentando em cima da mercadoria fazendo com que eu
perdesse a conta.
Imperador: Em nome de Jesus. –Murmurei baixinho começando tudo de novo.
JR: Ontem fez birra e foi embora por causa do namorado da menina. Hoje ela dormiu na casa dele, mas
diz ele que foi sem maldade... –Os três me infernizaram com o assunto Franciellen que chega estava me
dando raiva já.
Imperador: Papo retão? Meu lance é mulher fácil, pisquei e abri um sorriso já é minha. Ela me deixa
louco, arruma encrenca com tudo, uma palavrinha e nós dois começamos a brigar. Eu sinto um puto de
um ciúmes dela porque o ex namorado dela apareceu e o cara não tem um defeito sequer. Perguntei dele
pra geral e nego nem sabe direito da existência dele. O moleque não tem porra nenhuma, nem passagem
o viadinho tem. Sabe o que mais me irrita também? É ver meus amigos fazendo fila pra saber quem é que
vai pegar ela primeiro. Ninguém vai pegar ela caralho, eu não deixo mais que inferno. E outra, vocês não
sabem como é vê-la magoada com algo que eu falei porque eu sou um cavalo com ela e não sei lidar. Não
é como se eu pudesse pressioná-la contra parede e mandar um papinho torto. Porque ela não cai,
simplesmente não cai e nunca vai cair. –Terminando de falar eu sai puto dali, taquei o caderno junto com
a caneta contra parede. Bati a porta quando sai, passei pela boca, subi na minha moto e fui pra casa da
minha mãe.
Quando eu entrei, a Fran estava lixando suas unhas e vendo TV sentada no chão da sala. Ela me olhou e
abriu um sorriso ao me ver.
Imperador: Cadê minha mãe?
Fran: Ela saiu.
Imperador: Catarina?
Fran: Ainda não veio, mas está com o Russo na casa da Thami.
Imperador: Beleza. –Fui pra cozinha tomar uma água e quando voltei a Fran estava falando no cel. Fiquei
parado na porta só a ouvindo falar. Sei que é errado, mas ela estava falando com o João.
Fran: Poxa João, para com isso, eu fiquei nem 2 minutos naquele baile... É que eu deixei o cel em casa...
Dormi na casa do Imperador... Você prefere que eu minta pra você?... Eu não fiquei com ele, eu hein.
Nem com ele e muito menos com garoto nenhum... Não tem motivo pra desconfiar de mim sendo que eu
estou falando a verdade... De noite saímos, só não posso voltar tarde porque amanhã cedo eu vou ajudar
minha tia... Tudo bem, beijos... Vou desligar porque tem gente na casa... Ai ta bom João, sem drama...
Beijos, tchau, amo você. –Ela largou o celular no chão, passou a mão no rosto e quando jogou a cabeça
pra trás me viu parado na porta da cozinha. Ela ficou em pé me olhando.
Fran: Feio demais ouvir a conversa dos outros.
Imperador: Não vou mentir pra você, ouvi mesmo. –Ri de lado.
Fran: Ridículo. –Ela rolou os olhos e foi pra subir nas escadas. Quando ela pisou no primeiro degrau, eu já
estava segurando na mão dela e a puxando de leve pra mim. Soltei sua mão, pegando na sua cintura e a
alisando de leve-. Bruno...
Imperador: Oi? –A puxei mais para mim bem de leve, fazendo com que ela descesse do degrau e ficasse
de frente pra mim.
Fran: Eu estou namorando com o João, você ouviu a conversa.
Imperador: Está satisfeita com ele? –Passei os dedos de leve pela bochecha dela fazendo carinho com os
olhos vidrados nos dela-. Responde...
Fran: Não.
Imperador: Gosto da sua sinceridade. –Subi minha mão por dentro do cabelo dela e senti ela se arrepiar
toda quando comecei a fazer carinho na sua nuca-. Você é tão linda, Fran, muito linda mesmo.
Fran: Obrigado. –Ela sorriu tímida.
Imperador: Eu sou ogro assim mesmo, mas existem momentos que não, momentos que você já viu e que
sabe que me importo com você.
Fran: Se importar é diferente do que você quer agora.
Imperador: Você quer também, minha menina? –Desci meus dedos até seu queixo, já com a testa colada
na dela.
Fran: Minha menina? –Ela sorriu toda boba e do nada a porta se abriu. Ela se afastou de mim num pulo.
JR: Opa eu acho que atrapalhei um pouco né. –Ele riu e eu xinguei meu pai mentalmente.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 43º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Nunca fui do tipo de render fácil para algum homem, até mesmo porque eu prefiro evitá-los. Me envolver
mesmo, só me envolvi com o João. Eu gosto da ideia de poder contar nos dedos das mãos a quantidade
de homens que já fiquei. Eu não me sinto querida e muito menos amada por homem algum. Mas olhando
para o Imperador, sentindo o calor do toque dele, percebendo suas atitudes, seus gestos de proteção, eu
estava ficando amolecida pela presença dele.
O JR entrou na casa atrapalhando o momento e eu me afastei no mesmo momento do Imperador, não
queria que ele pensasse mal de mim por está nos braços do filho dele. Olhei para a cara de frustração do
Imperador e abaixei a cabeça.
JR: Olha eu nem vi nada. –Ele riu.
Imperador: Esquece pai. –Eu, morrendo de vergonha sai rapidamente dali indo para a rua. O Imperador
veio atrás de mim-. Fran, espera caralho.
Fran: Ai que vergonha, Bruno, você tinha que fazer isso? –Disse pegando caminho pela escadaria sem
rumo e ele vindo atrás de mim.
Imperador: Ué caralho, eu sou adivinha agora? Meu pai estava na boca porra.
Fran: Você sabe bem que eu não posso fazer isso. –Parei no meio da escadaria, virei e olhei pra ele-.
Presta atenção, o João largou a mãe dele na clínica pra poder vir ver como estou, ele pensa que ainda
temos alguma coisa. Eu não posso magoá-lo dessa forma.
Imperador: E daí caralho? Isso foi coisa da Thamires, ela que se vire agora.
Fran: Não é assim que as coisas funcionam.
Imperador: Se você não quer porra, pega e fala. Ah tomar no cu mina, quer saber? Estou pouco me
fodendo ta ligado? Se você tem o João, eu tenho as minhas garotas, mete o pé e segue em frente.
Esquece tudo mesmo que eu te disse lá em casa. –Ele deu as costas e foi subindo o morro.
DROGA FRANCIELLEN! Eu só posso ter feito SENAI pra burrice, porque olha isso não é normal.
Sai andando e fui para a casa da minha tia fora do morro, ainda bem que ela tinha algumas encomendas
pra fazer e eu fiquei lá ajudando ela.
Mais tarde voltei pra casa poder sair com o João, quando cheguei ainda não havia ninguém e já estava de
noite.
Enquanto estava no banho, eu ouvi barulho de tiro, me assustei pra caralho e os tiros continuaram por
mais alguns minutos. Sai do banho enrolada na toalha, escovei meus dentes e sai do banheiro. Meu cel
vibrava em cima da cama e era ligação de um número privado. Logo atendi.
🔸 Início da Ligação 🔸
Fran: Alô? Quem é?
Xxx: Fugiu de mim ontem foi princesa? Pois fique sabendo que o Imperador não é o suficiente para me
deter quando se trata de você meu amor. Eu vou passar por cima dele queira você ou não. Tudo isso por
você minha princesa.
Fran: Seu nojento, como conseguiu meu número?
Thierry: A essa altura você já deve saber que eu posso conseguir muito mais do que seu número, fique
atenta no que eu vou te diz...
Fran: Atenta nada! Seu bicho nojen...
Thierry: Shi... Fica quietinha princesa, gosto quando você fica bem quietinha. Gostou dos tiros? Eu
acredito que tenha gostado. Eu só vou sossegar quando eu ver o sangue do Imperador jorrando por ess...
🔸 Fim da Ligação 🔸
Desliguei na cara daquele nojento, na pressa eu comecei a colocar minha roupa rapidamente, calcei meus
chinelos e sai de casa rapidamente. Passei pela Catarina na rua, ela me gritou e começou a correr atrás de
mim.
Catarina: FRAN? PRA ONDE VOCÊ VAI PORRA? –Ela me alcançou.
Fran: Preciso falar com o Imperador. –Respondi ofegante.
Catarina: Amiga, o Imperador não está aqui no morro. –Eu parei de uma só vez, sentindo meu coração
bater forte.
Fran: E onde ele está?
Catarina: Eu não sei, mas ele disse para o Russo que ia sair.
Fran: Cat, por favor, me ajuda a achar o Imperador.
Catarina: Primeiro me diz o que está acontecendo. –Ela segurou nos meus braços e me olhou preocupada.
Fran: Eu não posso. –Andei de um lado para o outro passando a mão no meu rosto-. O que foi esses
tiros?
Catarina: Meu pai não quis dizer.
Fran: Como ele não quis dizer? –Olhei preocupada.
Catarina: Isso é tudo muito estranho.
Fran: Por favor, Cat, não me faz perguntas, apenas me ajuda a achar o Imperador. –Ela me olhou séria,
pegou seu cel do bolso, procurou um número e começou a chamar.
Catarina: Oh piranha, cadê meu irmão?... Eu falo contigo como eu quiser, Emanuelle... Meu amor, quero
saber onde está o Imperador e eu sei que ele está ai... Não me interessa o que você pensa... Fala pra ele
se vestir que em dois minutos eu estou ai... Fala pra ele que não sou eu quem está chamando, é a
Franciellen... Beijos minha querida. –Ela desligou a ligação.
Fran: Ele está com a Manu? –Meu coração se apertou mais do que já estava.
Catarina: Você não queria saber onde ele estava? Então pronto. Eu evitei falar ué, mas você está ai toda
desesperada.
Fran: Esquece qualquer coisa, não precisa ir atrás dele.
Catarina: Ué Fran? Não estou te entendendo.
Fran: Deixa baixo. –Fui descendo o morro até chegar em casa.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 44º capítulo ❄ Catarina narrando
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Isso tudo está me cheirando a treta. Primeiramente do nada começa um tiroteio e para, meu pai diz que
não foi nada. Então a Fran aparece com os olhos cheios de lágrima, correndo querendo saber onde está o
Imperador e quando descobre ela fica triste e vai embora? Que buceta viu.
Voltei pra minha casa, peguei minha moto e fui atrás do Imperador na casa da Manu. Quando cheguei lá
ele já estava saindo indo pra sua moto. Parei com a moto do lado da dele.
Catarina: Qual foi Imperador? Tem vergonha na cara não? A mina não tem nem cabelo pra você pegar na
cama e você ainda vem atrás dela?
Imperador: Cadê a Franciellen? –Ele cruzou os braços e me olhou feio-. E outra, não estou te dando
nenhum pingo de liberdade pra falar comigo assim.
Catarina: Vai cantar de galo pra cima de mim? –Fechei a cara também.
Imperador: Você sabe muito bem que da minha vida quem cuida dela sou eu. Se eu como a Emanuelle,
isso é problema meu. Desde quando eu virei uma propriedade sua para você decidir o que eu devo fazer?
Se toca porra, quem sabe das paradas sou eu, não é tu.
Catarina: Então se liga seu otário, cantou foi é tiro lá no morro e você comendo essa piranha seca da
Emanuelle. Fran ficou louca atrás de você. É por isso que você não dá certo com mina de fé, porque na
primeira oportunidade que você tem, você vacila. É por isso que meu pai não deixa você assumir o morro,
porque quando tem problema, você está é comendo piranha. –Acelerei a moto e meti o pé dali voltando
para o morro. Parei na minha casa, desci da moto e fui entrando em casa. Meu pai e os meus tios
estavam reunidos na sala olhando um para o outro preocupados.
JR: Cadê seu irmão?
Catarina: Na casa da Emanuelle.
JR: Liga pra ele e manda ele vir pra cá agora.
Catarina: Não estou falando com ele.
JR: Será que você pode colaborar Catarina?
Catarina: Será que você pode me pedir outro favor? Eu não quero saber do Imperador, quero mais é que
ele pegue uma DST e morra no hospital. –Subi as escadas puta da vida e bati no quarto da Fran. Ela veio
atender a porta e sua cara de choro superava a minha cara de raiva.
Fran: O que foi?
Catarina: Ta chorando por que caralho? Por causa do Imperador?
Fran: Não...
Catarina: Então por qual motivo?
Fran: Eu não posso dizer... –Ela chorou de soluçar.
Catarina: Fran, não mente pra mim. Você e a Thami estão estranhas desde ontem e eu não vou engolir
isso.
Fran: Não tem nada pra engolir.
Catarina: Anda caralho, eu tenho certeza que tudo isso não é pelo Imperador.
Fran: É sim. –Ela assentiu tentando conter as lágrimas.
Catarina: É brincadeira né... –Olhei para o lado impaciente-. Meu irmão deve gozar ouro não é possível. –
Reclamei olhando para o teto.
Imperador: Sai de perto dela Catarina, que eu quero falar com ela. –Ele veio me puxando pra trás, entrou
no quarto, bateu a porta com força atrás dele.
Meu pai veio subindo as escadas com uma cara feia pra caralho e veio na minha direção.
JR: Eu quero saber o que está acontecendo Catarina.
Catarina: Pai eu não sei. Isso você vai ter que resolver com os dois. –Olhei pra porta.
JR: Tudo muito confuso, tudo muito errado. –Ele andou de um lado para o outro.
Catarina: Deixa os dois conversarem, espera tudo se acalmar. –Respirei fundo pra conter a raiva que eu
estava sentindo do Imperador-. Eu acho que Fran e o Imperador brigaram, ela está chorando lá dentro.
JR: Então só porque eles brigaram que ele foge das responsabilidades dele?
Catarina: Esqueceu-se do ‘eu acho’. –Rolei os olhos. O Tio Dog subiu as escadas junto com o meu dindo.
Pezão: Dia animado. –Ele riu.
JR: Não vejo motivo pra risada.
Dog: Não vejo motivo pra tanto alarde. –Ele rolou os olhos-. Você sabia muito bem que uma hora ou
outra iriam tentar invadir aqui porra.
JR: Eles tentaram, entraram aqui.
Catarina: Pra mexer com o seu psicológico, pai. Cadê o Russo?
Pezão: Na boca junto com os soldados.
Catarina: Tudo bem, eu vou lá vê-lo e ajudar no que for preciso. –Sai andando saindo de casa.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 45º capítulo 💎 Imperador narrando
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Quando entrei no quarto junto com a Fran, tranquei a porta e a olhei firme.
Imperador: Me chamou pra quê? E primeiramente, engole a porra do choro.
Fran: Eu estava preocupada com você. –Ela disse soluçando secando as lágrimas dos olhos.
Imperador: Estou bem, e daí?
Fran: Nada, pode ir embora. –Ela sentou na cama com os olhos inchados.
Imperador: O que está acontecendo, Franciellen? Você não ia sair com o João? Você não escolheu ir lá
ficar com ele caralho? Então pra que mandou a Catarina ir atrás de mim? Eu mandei você seguir em
frente com a tua vida.
Fran: Você acha mesmo que eu estaria me indispondo e chorando por conta de você ter me dado um pé
na bunda? Garoto se enxerga! Você não é a pica de ouro não querido. Tem mil e umas melhores do que a
sua.
Imperador: Então me diz Franciellen, me diz qual é o motivo de todo esse seu show.
Fran: Eu só fiquei preocupada com você, rolou uns tiros e... –Os olhos dela estavam inchados e
vermelhos.
Imperador: Quer saber caralho? Esquece tudo e me beija. –Fui pra cima dela, pegando na sua nuca e a
beijei deitando sobre o corpo dela. Ela foi dando espaço para mim, nossas línguas se tocavam lentamente
enquanto eu ia alisando o corpo dela com a minha mão devagar. Minha mente que estava pesada e cheia
de ódio foi se acalmando conforme íamos nos beijando. Os lábios dela tocavam os meus com ternura, de
um jeito que nunca me beijaram. Coloquei a mão por dentro do cabelo dela e suspirei entre o beijo.
Imperador: Você me irrita tanto, Franciellen. –Disse com os lábios próximos ao dela.
Fran: Se eu te irrito então pra quê me beijou?
Imperador: Porque eu estou cansado de ficar irritado com você. –Segurei no rosto dela e selei nossos
lábios-. Se eu soubesse teria feito antes.
Fran: Bruno, não é tão simples assim.
Imperador: Para de querer complicar. Termina com o João caralho, você não sente nada por ele.
Fran: Não é isso.
Imperador: Então o que é? –O celular dela começou a vibrar debaixo dela e ela nem se moveu pra
atender-. Atende esse celular, deve ser o João.
Fran: Não, deixa ele pra lá. –Ela suspirou alto demais, olhei pra cara dela de preocupação. Não existe uma
mentirosa pior do que ela. –Enfiei a mão por debaixo dela procurando o celular dela-. Imperador para com
isso. –Ela segurou meu braço.
Imperador: Larga agora, Franciellen. –Achei seu celular e vi que era ligação de um número privado. Sai de
cima dela e atendi. Ela veio com tudo pra cima de mim, eu a segurei com uma só mão.
🔸 Início da Ligação 🔸
Imperador: Qual foi? Quem é que ta ligando pra Franciellen?
🔸 Fim da Ligação 🔸
Quem é que seja desligou na minha cara, joguei o cel dela em cima da cama e olhei pra ela.
Imperador: Não mente pra mim, fala agora o que está acontecendo. Você não é do tipo que chora a toa.
É o seu padrasto te atormentando?
Fran: Fica fora disso, por favor. –Ela implorou.
Imperador: Eu não vou ficar fora disso, não adianta.
Fran: Eu estou te implorando. –Ela estava com os olhos marejados olhando para mim-. Por favor, eu
estou te pedindo, eu não quero que você se machuque.
Imperador: As marcas que eu vi no seu braço, você acha que eu esqueci aquilo porra? Franciellen você
não precisa me proteger de nada, eu sei me cuidar desde moleque. Anda logo porra, me diz o que está
rolando.
Fran: Eu não posso suportar ver você machucado, eu não posso, você entende? –Uma lágrima caiu
pesada rolando pela bochecha vermelha dela.
Imperador: E você acha justo eu ver você machucada? Você acha que eu gosto de ver você mal? Você
acha que eu fico contente quando vejo você marcada?
Fran: Bruno...
Imperador: Me conta o que está acontecendo, agora. Você mudou desde ontem, chegamos a casa da
Thami pra encontrar o pessoal e você mudou. Eu vou te fazer apenas uma pergunta: o Heitor de alguma
forma já tentou relar a mão em você? Porque ele disse que queria ficar com você há um bom tempo. –Ela
negou com a cabeça desviando o olhar do meu. Peguei firme no rosto dela, talvez com brutalidade demais
e a fiz olhar pra mim-. Não adianta mentir dizendo que foi algo com a Thami, porque eu sei que não foi. O
problema é você, é com você e eu sei disso. Não tive oportunidade de falar com ela, mas você sabe
Franciellen, se eu for atrás da Thamires agora eu vou fazer ela abrir a boca na marra.
Fran: Por favor, Imperador... –Ela suplicou.
Imperador: Escolha feita. –A soltei, destranquei a porta e ela veio atrás de mim segurando no meu braço-.
Me larga, Franciellen. –Puxei meu braço com força.
JR: Imperador! –Meu me puxou pela camisa me tirando de dentro do quarto.
Imperador: Eu tenho que resolver umas coisas, me larga.
Fran: Bruno, por favor, não vai atrás da Thami, ela não tem nada a ver com isso.
Dog: O que está acontecendo porra? –Meus tios fecharam a passagem e não iam me deixar passar.
Imperador: Tenho problemas pra resolver.
JR: Você só sai daqui quando eu mandar.
Imperador: Eu saio daqui quando eu quiser. –O encarei de braços cruzados. A Fran entrou na minha
frente e colocou a mão sobre a minha, foi quando percebi que já estava pegando a minha arma.
Fran: Por favor, eu estou te pedindo, isso não é algo que você queira se meter.
Imperador: Escuta o que eu vou falar com você agora e é a última vez: Você não pode me proteger de
nada, não pode me esconder e muito menos decidir no que eu devo me meter. Não foi o Heitor, jamais
seria o Russo, qual é o seu problema com o Thierry? Me diz agora caralho, ele era o único homem ali e
quando eu perguntei dele pra você ontem sua voz vacilou. Anda Franciellen, fala agora. –Meu pai e os
meus tios apenas ficaram olhando a cena, quietos esperando a Franciellen responder.
Fran: Eu ia contar pra você, Bruno, eu juro que eu ia. Mas não era pra ser assim. Por favor, ele disse que
vai te matar, eu não posso ver ninguém machucado por causa de mim. Foi ele quem... Quem... Quem me
machucou na sua festa e ele foi atrás de mim na escola. –Eu parei no tempo olhando para os olhos negros
da Franciellen, apenas sentindo meu sangue percorrer minhas veias. Meu pai puxou a Franciellen pra trás
dele.
Pezão: Imperador, não. –Ele falou atrás de mim-. Você não...
Imperador: Você acha que eu não faria? –Olhei de rabo de olho com a voz calma.
Dog: Ninguém está duvidando que não, mas ele sabe que você vai atrás dele.
JR: Filho, se acalma. –Ele veio se aproximando pra tentar tirar a arma da minha mão.
Babi: O que está acontecendo aqui? –Olhei pra trás no mesmo momento que meu pai puxou a arma da
minha mão-. Dá para os dois saírem da minha frente? –O Dog e o Pezão abriram espaço para que ela
passasse-. Muito obrigado. Que confusão é essa que está rolando aqui? Lá debaixo da pra ouvir vocês
discutindo.
Pezão: Estamos caindo fora, bora Dog. –Eles meteram o pé dali.
Babi: Estou esperando uma explicação.
JR: Conversa com a Franciellen, deixa que eu falo com o Imperador. –Meu pai me olhou e me guiou pela
nuca até o quintal de casa. Eu estava com o ódio me consumindo por dentro, minha vontade era de matar
o Thierry a porrada. O cara era meu amigo, vivemos várias paradas juntos e agora ele se torna alguém
que eu nunca conheci? Um doente, nojento, que ameaça a Fran?
Imperador: Que droga. –Dei um soco em uma árvore fazendo machucar minha mão.
JR: Imperador, se acalma. –Ele pegou pelo meu braço-. Eu vou ter que chamar a Catarina aqui? Ou não?
Imperador: Não. –Ele me olhava sério, então olhei para o céu respirando fundo.
JR: Você vai deixar sua raiva falar mais alto? Eu sei que você quer proteger a Fran, o que aconteceu com
ela foi horrível, o Thierry era seu amigo, ele tem ligação com o nosso morro. Então para pra pensar só um
pouco. Eu só peço que você respire e comece a pensar.
Imperador: A única coisa que eu penso é matar ele.
JR: E você acha que eu não quero isso? Eu mal conheço aquela menina e já a tenho como minha filha. Eu
e a sua mãe fizemos uma promessa de que cuidaríamos dela. Então porra qual é a tua cara? Acha que
indo lá vai proteger e cuidar dela? Você acha mesmo que ele não mataria você? Ele é dissimulado,
Imperador. Você o conhece até melhor do que eu, sabe que ele não teria pena de você, como não tem
pena de ninguém lá no morro dele.
Imperador: E se fosse a mamãe? –Abaixei meu olhar para ele-. O que você faria? Será que você consegue
sentir um pouco do que eu estou sentindo? Ela só tem 17 anos, sabe o tanto que ela já teve que passar?
A mãe dela prefere o padrasto a ela, a Fran perdeu o pai cedo, desde então foi abusada e porra olha
como ela é uma pessoa incrível? Você acha mesmo que o Thierry merece mais algum segundo de vida? Eu
não tiro da minha cabeça o dia em que ela estava dentro do meu carro voltando para cá no morro no dia
do meu aniversário falando coisas referentes ao seu passado. Ela se tornou alguém importante pra mim,
como a Catarina é, como a Thami é, como o Russo, você e a minha mãe. É loucura como um dia eu não
conseguia nem olhar pra cara daquela garota sem sentir vontade de mandá-la tomar no cu e agora dá
vontade de cuidar dela.
JR: Bruno, eu entendo você mais do que ninguém. Mas por favor, não cometa alguma loucura. Pensa
antes de fazer. E se isso fizer a Fran se afastar de você? Você não percebe como ela tem medo de cara
que é violento.
Imperador: Ela sabe muito bem que eu não sou nenhum anjo. –Rolei os olhos e cruzei meus braços.
JR: Então você faz o que você quiser.
Imperador: Eu vou pra minha casa.
JR: Mais você não vai mesmo. –Ele gargalhou debochando da minha cara-. Imperador, para de ser
birrento. Ouve o que eu estou te dizendo. A Franciellen precisa de tu hoje, vai perder uma chance de
marcar ponto com ela. Ou você prefere que ela chame o João? Porque você sabe muito bem que ele é
bom nessa coisa de ficar ao lado dela.
Imperador: Tem nego subindo pra cá?
JR: Ninguém sobe mais hoje, só morador.
Imperador: Suave, não é pra o deixar subir não. –Dei aquela conversa como encerrada e entrei em casa.
Tirei minha camisa, subi às escadas e fui para o meu antigo quarto, que agora é o quarto da Fran.
Apaguei a luz e deitei na cama de barriga pra cima, com o braço em cima dos meus olhos. Eu estava com
a mente pesada, tentando manter a minha calma.
Do nada a luz do quarto foi ligada, olhei já sentando na cama e era Fran. Ela me olhou toda sem graça e
abaixou a cabeça.
Imperador: Não gosto quando você olha pra baixo.
Fran: Não tenho para onde olhar.
Imperador: Pra frente ué, quem olha pra baixo dá sensação de vulnerabilidade. Você é por acaso
vulnerável a alguma coisa?
Fran: Não briga comigo.
Imperador: Não estou brigando. Estou te passando a realidade. –Eu abri meus braços e sorri de leve-.
Olhar pra baixo te impede de você ver que eu estou com os braços abertos querendo um abraço seu. –Ela
me olhou, abriu um sorriso tímido, sentou do meu lado e me abraçou.
Fran: Desculpa...
Imperador: Não precisa pedir desculpas, eu estou do seu lado, vou cuidar de você. –Fiz carinho nela e
beijei sua testa.
Fran: Vai mesmo?
Imperador: Se você prometer nunca deixar de ser encrenqueira com tudo.
Fran: Você gosta quando eu brigo com você né? –Ela riu baixinho.
Imperador: Adoro ver sua cara de brava.
Fran: Vou tomar um banho, preciso dormir.
Imperador: Posso dormir aqui com você?
Fran: Claro que não. –Ela desfez o abraço e me olhou sorrindo.
Imperador: Eu não vou nem encostar em você.
Fran: Para de ser espertinho. –Ela levantou da cama, foi até o guarda-roupa e começou a pegar roupa.
Imperador: Vou embora então.
Fran: Vai com Deus.
Imperador: Porra Franciellen.
Fran: Você me pede pra não deixar de ser encrenqueira e ainda fica bolado? –Ela me olhou rindo e eu ri.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 46º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Após o banho, a tia Babi pediu que eu fosse ajudá-la com o jantar. Ela foi conversando comigo, me
passando conforto, dizendo como lidar com o Imperador e tudo mais.
Babi: Ele é assim mesmo, Fran, ele é superprotetor e ciumento demais.
Fran: Eu sei bem como é, porque eu também sou assim. Só não quero que ele se machuque sabe? Morro
de medo de algo acontecer com ele.
Babi: Vou te falar, Fran? Você vai viver com esse medo, assim como eu vivo com o medo de acontecer
algo com o JR e com os amigos dele.
Fran: Mas o Bruno é tão difícil de lidar, tão ignorante. –Falei terminando de temperar a carne e ela riu.
Babi: Como você fosse uma anjinha também né?
Fran: Mas é culpa dele, não me deixa quieta. –Fiquei conversando bastante com ela até que terminamos
de fazer o jantar. Ela foi chamar o JR e o Imperador, enquanto eu ia colocando meu prato. O Imperador
chegou à cozinha e me abraçou por trás encostando com o queixo dele no meu ombro.
Imperador: Cheirosinha. –Ele deu um cheiro no meu pescoço.
Fran: Banho ne querido.
Imperador: Hmm chata. –Ele me soltou e na mesma hora eu senti falta do abraço dele.
Fran: Não, volta aqui, abraça mais. –Dei uma risadinha.
Imperador: Me dispensou pra dormir com você e agora quer abraço? –Ele me olhou rindo pegando seu
prato. Ele tem um corpo tão gostoso e assim só de samba canção não tem como não se sentir atraída.
Fran: Uma coisa não tem nada a ver com a outra. –Olhei de lado e terminei de fazer meu prato. Os pais
dele entraram na cozinha e eu fui sentar na sala pra poder comer. Logo o Imperador veio sentar junto
comigo e a Catarina chegou em casa toda suada e com duas armas na cintura girando a chave da moto
nos dedos. Logo atrás dela veio o Russo todo suado também
Imperador: Veio pelo cheiro vocês dois. –Eu e ele rimos.
Russo: Nem viemos comer otário.
Catarina: Eu vou tomar um banho pra jantar e dormir.
Russo: Vou pra casa, só vim trazer a patroa.
Imperador: Fica ai pra jantar, quero falar contigo.
Russo: Vou só tomar um banho e tu cola lá na rua.
Imperador: Beleza.
Russo: Tchau Fran.
Fran: Tchau Russo. –Ele saiu dali fechando a porta atrás dele. Eu terminei de jantar quase ao mesmo
tempo que o Imperador, fui escovar os dentes e quando sai a Catarina estava sentada na minha cama.
Catarina: Amiga...
Fran: Oi amor?
Catarina: Me explica o que está acontecendo?
Fran: Explico. –Sentei ao lado dela e abri o verbo. Não tinha mais porque esconder nada, não dava pra
esconder nada dela e muito menos do Imperador. Porque quanto mais esconder, pior será a confusão.
Bem que a Thami avisou. Conversando com calma e paciência, a Catarina foi capaz de compreender e se
acalmar com mais facilidade do que o Imperador. Mas a cara de decepção misturada de raiva do Thierry
era a mesma.
Quase 1 hora da manhã, a Catarina foi para o quarto dela para dormir e eu desci para tomar um copo de
água na cozinha. Quando desci as escadas, vi que a TV estava ligada e o Imperador deitado no sofá com
o edredom cobrindo da cintura pra baixo. Ele olhou pra trás e abriu um sorrisinho. Fui para a cozinha, bebi
minha água e fui para a sala. Sentei na beirada do sofá e olhei pra tela da TV.
Fran: Que filme é esse?
Imperador: Nem sei direito, liguei a TV e já estava ai.
Fran: Posso ver então com você?
Imperador: Deita ai. –Ele levantou o edredom, chegou para o lado e eu deitei junto com ele com a minha
cabeça em seu braço. Aos poucos ele foi me envolvendo nos seus braços, até formar uma conchinha
gostosa. Eu sentia a respiração leve dele no meu pescoço-. Dorme aqui comigo, Fran?
Fran: Seus pais vão achar ruim.
Imperador: Então a gente dorme no seu quarto.
Fran: Você quer ir deitar logo então?
Imperador: Eu quero. –Fui levantando do sofá, ele levantou em seguida, pegou seu travesseiro e desligou
a TV. Fui subindo as escadas na frente dele e entrei no quarto, ele entrou logo atrás e fechou a porta.
Deitei na cama, fui me enfiando dentro do edredom e ele veio deitar logo depois junto comigo.
Fran: Vai me dar um abraço de boa noite?
Imperador: Claro que vou. –Ele sorriu e me abraçou por cima de mim, me dando vários beijos pelo
pescoço. Espertamente, ele foi subindo dando beijinhos pela minha bochecha até chegar à minha boca me
dando um selinho de leve.
Fran: Já está se aproveitando de mim.
Imperador: Estou dando uma boa noite digno. –Ele fez carinho no meu braço e desceu pra minha cintura.
Fran: Eu vou ficar mal acostumada assim.
Imperador: Ah quem me dera você ficasse.
Fran: Posso tentar.
Imperador: De verdade?
Fran: De verdade. –Eu assenti olhando para ele nos olhos.
Imperador: Minha menina. –Ele sussurrou com os lábios próximos ao meu e deu início a um beijo sem
pressa, bem carinhoso, explorando bem a minha boca, passando-me todo o desejo que ele estava
sentindo no momento. Fazendo-me se sentir única, a escolhida e a preferida dele.
Enquanto eu ia ficando envolvida naquele beijo, a cada toque do Imperador no meu corpo eu me
arrepiava. Essa sensação era nova para mim e apesar do Imperador ser bruto, nesse momento ele estava
sendo cuidadoso. Nossas línguas se tocavam avidamente, uma mão minha estava em suas costas e a
outra na nuca dele dando energia ao beijo. Ele desceu uma mão que estava na minha cintura até a minha
coxa fazendo que eu colocasse a perna em volta da cintura dele, enquanto ele ia se encaixando entre
minhas pernas. Eu puxei o edredom para cima de nós dois sem que nossos lábios se desgrudassem, ele
deitou na cama fazendo com que eu fosse para cima dele. Abri um sorriso entre o beijo e senti-o fazendo
o mesmo.
Imperador: Se eu ganhar um boa noite assim todos os dias eu te levo pra morar comigo. –Ele riu baixinho
fazendo carinho na minha cintura por dentro da minha blusa do pijama.
Fran: Não abusa da minha caridade.
Imperador: Não preciso de caridade. –Ele mordeu meu lábio inferior um pouco bruto e riu, como uma
forma de castigo pelo o que eu disse.
Fran: Então do que você precisa?
Imperador: De você. –Um silêncio pairou ali, parece até que o morro se calou só para poder ouvir as
palavras do Imperador. Eu não conseguia dizer nada, porque meus lábios estavam ocupados indo de
encontro ao dele e o beijando intensamente.
Alguma hora mais tarde, eu e o Imperador não falávamos nem em dormir. Era beijos e mais beijos,
seguido de mais beijo, então a gente falava alguma besteirinha junto com nossas implicâncias, então mais
beijo.
Imperador: Você é linda demais. –Ele disse alisando meu rosto vindo deitar em cima de mim. Só que de
tanto a gente se mexer na cama, nem percebemos que já estávamos na pontinha o que resultou na nossa
queda no chão.
Fran: Caralho. –Gargalhamos rolando no chão juntos-. Xiu, vai acordar o pessoal.
Imperador: Ah na boa se meu pai entrar aqui estragando o momento eu mato ele.
Fran: Mata nada, cala a boca vai e me beija rapidão.
Imperador: Precisa nem pedir duas vezes. –Ele riu pegando no meu cabelo e dando início a um beijo
quente enquanto rolávamos no chão gelado que era aquecido pelo calor que emanava dos nossos corpos.
Segunda-feira amanheceu tão linda e ensolarada, eu estava aconchegada nos braços do Imperador
enquanto ele me fazia um cafuné.
Fran: Quem vê até pensa que você é carinhoso. –Falei baixinho olhando para ele.
Imperador: Eu sou carinhoso com quem eu acho que merece. –Ele sorriu de lado.
Fran: Eu preciso ir trabalhar.
Imperador: Hoje não.
Fran: Hoje sim, não vou para o salão, eu vou pra casa da minha tia ajudar ela com as encomendas.
Imperador: Você não precisa se matar de tanto trabalhar.
Fran: Nem todo mundo nasce herdeiro do tráfico. –Eu ri, dei um beijinho na cara de birra dele e levantei
da cama.
Imperador: Eu sou honesto ta bem. –Ele respondeu enquanto entrava no banheiro.
Fran: Honesto, aham sei bem disso. –Ri baixinho. Fiz minhas higienes matinais e sai do banheiro. Abri o
guarda-roupa e fui escolhendo a roupa que iria usar hoje.
Imperador: Quer que eu te leve na sua tia?
Fran: Vai te incomodar?
Imperador: Que nada, eu preciso resolver umas paradas com o meu padrinho.
Fran: Então tudo bem. –Olhei sorrindo para ele e fiquei toda tímida quando me lembrei da nossa
madrugada juntos. Parece que ele adivinhou meu pensamento, porque ele abriu um sorriso como o meu.
Imperador: Para de me olhar assim, sua boba. –Ele riu levantando da cama e ajeitando sua samba
canção. Reparei no volumão que estava fazendo, sim, o Imperador estava excitado e a samba canção
fazia marcar TUDO! Senti meu rosto pegar fogo de vergonha e olhei para o guarda-roupa.
Imperador: Caralho você é muito boba. –Ele riu alto abrindo a porta do quarto.
Fran: Cai fora daqui, Bruno.
Imperador: Culpa sua cara, eu segurei a linha a madrugada toda, agora não deu mais. Você é muito linda
quando acorda.
Fran: CALA A BOCA BRUNO. –Peguei uma escova de cabelo pra tacar nele, mas o cretino saiu correndo do
quarto.
Tentei me recompor, rindo ainda pela situação e lembrando-se do pau do Imperador. Eita que subiu um
calor né? Tomei um banho, vesti a minha roupa escolhida, ajeitei meu cabelo, arrumei meu quarto, peguei
meu celular e sai do quarto.
Roupa da Fran: http://goo.gl/9JhHPU
Desci às escadas e fui diretamente para a cozinha. Quando cheguei o Imperador estava encostado na pia
com o rádio na mão com uma cara nada boa, a mãe dele estava fazendo algo de comer no fogão e o JR
sentado à mesa tomando café da manhã com uma cara nada boa também. Assim que o Imperador me
viu, ele mudou logo a cara para um feliz forçado e eu comecei a achar tudo isso estranho.
Fran: Bom dia gente... Aconteceu alguma coisa?
JR & Babi: Bom dia.
Imperador: Nada Fran, toma seu café que eu estou indo em casa e já volto pra te buscar. –Ele saiu pela
porta da cozinha.
Babi: Senta pra comer, amor. –Ela passou a mão na minha cabeça e colocou os ovos mexidos na mesa.
Sentei para comer, mas nem quis comer muito. O JR logo saiu da cozinha e ouvi a porta da sala batendo.
Fran: Tia?
Babi: Oi?
Fran: Aconteceu alguma coisa? Vocês estão estranhos...
Babi: Não precisa se preocupar com nada, problemas do morro. –Assenti e terminei meu café da manhã.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 47º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Eu acordei na segunda-feira já na hora do almoço, ontem eu havia ficado na rua até tarde conversando
com umas amigas da comunidade. Tomei um banho, fiz minhas higienes, coloquei minhas peças íntimas,
um short jeans de lavagem clara e um top rosa. Desci às escadas da minha casa, procurei as pessoas da
casa e achei minha mãe na área de serviço.
Thami: Oi mãe.
Fabi: Oi filha... Você ficou sabendo?
Thami: Sabendo do que?
Fabi: Mataram aquele ex namorado da Franciellen.
Thami: O QUE? O João? –Meu queixo caiu automaticamente-. Mãe não brinca com essas coisas pelo amor
de Deus.
Fabi: Não estou brincando filha, seu pai chegou aqui em casa contando, Imperador e JR estão putos.
Thami: Fran já sabe disso? –Perguntei tremendo de nervoso, meu Deus. João morto? Como assim? Meus
olhos se encheram de lágrimas e o meu peito se apertou.
Fabi: Eu estou contando pra você porque você o conhece, mas o Imperador deu ordem de não deixar a
Franciellen saber de nada.
Thami: Como ele pode esconder isso da Fran? Ele não tem coração?
Fabi: Filha se acalma. –Ela veio me abraçar e eu me afastei.
Thami: João era meu amigo, eu que pedi pra ele voltar para cá pra poder cuidar da Fran.
Fabi: Filha...
Thami: Me deixa mãe. –Fui para o meu quarto com meu coração acelerado e desacreditada nas palavras
que acabei de ouvir.
Peguei meu celular e liguei para o Imperador. Ele demorou, mas atendeu.
🔸 Início da Ligação 🔸
Imperador: Qual foi porra?
Thami: Diz que é mentira... Pelo amor de Deus, Imperador. O João não morreu não é?
Imperador: Thamires eu quero que você fique quieta sobre isso. Quem te contou essa porra?
Thami: Minha mãe.
Imperador: Isso não é pra ninguém saber.
Thami: Você não pode fazer isso com a Fran.
Imperador: O que eu faço com a Fran é um problema seu e você vai me obedecer. Estamos entendidos?
Thami: Imperador, pelo amor de Deus, ele era importante pra mim.
Imperador: Enxuga tuas lágrimas e toma cuidado porra. E outra, eu não quero segredinhos nenhum me
ouviu? Qualquer coisa que tu me esconder a respeito do Thierry quem vai pagar é você me ouviu? Não
quero você escondendo segredo nenhum a respeito da Franciellen, você mais do que ninguém sabe as leis
do morro e eu não quero ter que repetir pra você.
Thami: Quem o matou? Me responde isso, por favor. Imperador, a mãe dele só tinha ele.
Imperador: Agora não tem ninguém. O Thierry, Thamires.
Thami: O Thierry... Imperador, foi ele no seu aniversário. Ele está atrás da Franciellen, ele foi atrás dela
no colégio.
Imperador: Eu já sei de tudo isso.
Thami: E o que você vai fazer?
Imperador: Não é da sua conta.
Thami: Como eu vou mentir para a Fran?
Imperador: Do mesmo jeito que mentiu pra mim.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Eu andei nervosa pelo meu quarto, minha ficha não caia. Isso estava estranho, eu chorava mais de
nervoso. Eu precisava de uma boa explicação, que alguém falasse comigo sem ser grosso. Um amigo meu
de longa data morreu e é assim que o Imperador age comigo?
Liguei para o Dog, eu precisava falar com alguém, precisava saber o que estava acontecendo mesmo.
🔸 Início da Ligação 🔸
Dog: Oi Thami.
Thami: Está ocupado?
Dog: Por que você está chorando? Ei, calma...
Thami: O João morreu mesmo?
Dog: O moleque lá?
Thami: Moleque? Você acha que ele é só um moleque?
Dog: Calma Thami... Eu não acho nada, nem o conheci.
Thami: Não me interessa. Você e o Imperador estão achando que ele é só mais um. Mas não é! Existem
pessoas como eu que estão sentindo a falta dele.
Dog: Thamires para de dar a louca, olha eu quero que você me encontre na entrada do morro ok? Eu vou
passar pra te pegar.
Thami: E vai me levar pra onde?
Dog: Eu não sei, mas para de chorar, pelo amor de Deus.
Thami: Idiota.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Eu me troquei rapidamente, peguei meu celular e sai de casa. Ouvi minha mãe me chamar, mas eu já
estava na rua. Desci o morro todo e cheguei ao asfalto já ofegante. O Dog já me esperava ali, não falei
com ele, apenas subi na sua moto e ele deu partida.
Ele foi me levar para a casa dele no outro morro, assim que chegamos minutos mais tarde, descemos da
moto e entramos na sua casa. Ele me pegou pela mão e me abraçou forte.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ 48º capítulo 💣 Dog narrando
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Quando eu abracei a Thami ela chorou forte no meu peito, alisei sua cabeça tentando passar algum tipo
de conforto para ela.
Thami: Ele era um menino bom, ele cuidava da mãe dele, cuidou da Fran quando ela mais precisou. Ele
voltou pra cá justamente para fazê-la bem.
Dog: Eu imagino, se acalma princesa.
Thami: Me acalmar? Como vocês querem que eu esconda isso da Fran? Me explica. –Ela se afastou de
mim com os olhos inchados pelo choro, o rosto vermelho e uma irritação misturada com frustração no
olhar-. Ela é a minha melhor amiga... O Imperador não tem o direito de me pedir para mentir para ela.
Dog: Eu não posso fazer nada.
Thami: Claro que você pode, o Imperador vai ouvir você.
Dog: Ele não quis ouvir o pai dele, vai me ouvir? Imperador está com ódio do Thierry, se a gente não o
segurasse ontem, a merda estaria pior.
Thami: O que aconteceu ontem?
Dog: A Franciellen contou para o Imperador o que o Thierry fez com ela, ele ficou puto e se a gente não
segura ele ia atrás do Thierry pra matar. E foda, é que o Thierry mandou atacar o morro ontem, só
colocar susto mesmo. Disse para a Franciellen que ia matar o Imperador. Ou seja, Thami, as coisas não
estão fáceis. Thierry era amigo do Imperador, nosso morro tinha relação boa com a dele.
Thami: O que o Imperador vai fazer?
Dog: Ele disse que coloca um morro inteiro abaixo atrás do Thierry pra matar.
Thami: Que nojo do Thierry, nojo mesmo. –Ela sentou no meu sofá e eu sentei ao lado dela-. Ele não
podia ter pegado o João. Como vocês descobriram da morte dele?
Dog: Foto. Enviaram as fotos do João morto para o Imperador e pelo o que disseram...
Thami: Eu não quero saber. –Ela me interrompeu-. Isso é demais para mim, não quero ter a cena do João
morto na minha mente. –Fiquei quieto a ouvindo chorar. Nunca fui bom em ver mulher chorando e nunca
soube o que fazer direito. Apenas fiquei fazendo carinho nela e a deixei chorar a vontade, melhor do que
nada.
Eu estava sentindo uma atração louca por ela, quase selvagem. Ela está sempre sorrindo, brincando,
rebolando essa bunda maravilhosa que só ela tem e vendo ela triste desse jeito era de cortar o coração.
Ela deitou com a cabeça no meu colo e eu fiquei fazendo carinho no rosto lindo dela.
Dog: Quer comer alguma coisa?
Thami: Estou sem fome.
Dog: Mas já passou da hora do almoço.
Thami: E quem se importa? Se quiser meter o pé pode ir, comigo não tem enrolação.
Dog: Calma nervosinha. –Ri baixinho.
Thami: Me deixa em paz. –Meu rádio começou a apitar e eu atendi.
🔸 Início da Ligação 🔸
PH: Ta aonde mano?
Dog: Em casa.
PH: Imperador convocou geral para uma reunião.
Dog: E o JR?
PH: Sei de nada não, só to te passando a informação porque já estou chegando ai.
Dog: Suave.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Dog: Ouviu né? Tenho que ir.
Thami: Vai me deixar?
Dog: Eu tenho coisas para resolver.
Thami: Por favor, não vai.
Dog: Eu não posso ficar Thami.
Thami: Tudo bem. –Ela sentou no sofá para que eu levantasse.
Dog: Uma hora me manda ir, agora quer que eu fique? –Olhei para ela.
Thami: Não faz diferença. –Ela estava com uma cara tão fofa. Coloquei uma mecha de cabelo dela para
trás, depositei minha mão na sua nuca e aproximei meu rosto do dela selando nossos lábios.
Dog: Fica bem Thami, eu volto assim que eu poder. Olha meu quarto é logo ali no fim do corredor, pode
fazer o que tu quiser por aqui sem problema algum. Mas fica bem ok? Não conheci seu amigo, mas pelo
jeito que você chora por ele dá pra ver que foi alguém importante em vida. E ele não iria querer te ver
chorando. Infelizmente não vamos conseguir resgatar o corpo dele pra fazer no mínimo um enterro, mas
o que podemos fazer é pedir para Deus proteger quem ta vivo para que o Thierry não leve mais ninguém.
Thami: Você acha que ele faria?
Dog: Ele quer a Franciellen. Você o conhece melhor do que eu, tem algo que ele não faria para conseguir
o que quer?
Thami: Ele faz tudo para conseguir o que quer.
Dog: Então certo morena. Se cuida, porque eu não posso está sempre vigiando seus passos.
Thami: Você me vigia?
Dog: Difícil perder uma oportunidade de te ver passar, toda linda desse jeito. –Ela abriu um sorriso tímido
e eu selei nossos lábios novamente-. Fica por ai ok? –Levantei do sofá.
Thami: Vou ficar. –Beijei sua testa e sai de casa. Subi na minha moto e voei praticamente até a boca.
Quando cheguei do lado de fora da sala pensei até que fosse o JR falando, sério do jeito que estava e alto
também, mas quando eu entrei era o Imperador falando firme com todos ali presentes.
Imperador: Estamos entendidos? Qualquer coisa a partir de hoje passa por mim, ninguém sobe e ninguém
desce nessa porra sem que eu saiba. Thierry mexeu com quem não deveria, isso não é um jogo.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 49º capítulo 💎 Imperador narrando
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Eu queria esperar até o momento certo para poder contar a Fran o que aconteceu ao João. Eu queria
contar isso para ela, sentia-me na obrigação de dar a notícia. Por isso esperei até um pouco mais tarde,
meu pai achou certo eu esperar ficar calmo para poder contar tudo para ela.
Conforme as horas passavam mais o meu ódio pelo Thierry iria crescendo, não era só pelo o que ele fez a
Fran e sim porque ele queria tomar o meu morro, tomar o espaço da minha família, tirar tudo o que eu
mais prezava. Eu não daria tudo isso a ele de mão beijada. Após a reunião feita com o Heitor, PH, Aruan,
Vigarista, meu pai, Dog, Russo e Pezão eu estava satisfeito de tudo que havia falado. O olhar de
aprovação do meu pai foi o que me sustentou no final, porque pela primeira vez eu estava sentindo o
peso de comandar um morro. O Heitor me chamou de canto e eu fui conversar com ele.
Heitor: Você pretende juntar as tropas pra invadir lá no morro do Thierry.
Imperador: Foi o que eu acabei de dizer. Não prestou atenção?
Heitor: Prestei, é claro. Porém não concordo. Acho que seu ato está sendo precipitado demais, a
Franciellen sabe se cuidar muito bem.
Imperador: Vem cá, qual é a tua ein Heitor? E se fosse ele estuprando e ameaçando sua irmã? E se fosse
algum dos seus amigos mortos? E se fosse o seu morro sendo atacado ein? Acha que isso é uma
brincadeira? –Cruzei meus braços e olhei pra ele sério.
Heitor: Longe disso, Imperador.
Imperador: Então eu acho bom você começar a pensar antes de abrir sua boca. –Sai andando dali para
fora da boca e o Russo veio atrás de mim.
Russo: Velho, posso te pedir só uma coisa?
Imperador: Pode, manda ai.
Russo: Deixa a Catarina fora disso.
Imperador: E você acha que eu vou permitir que a Catarina se meta nisso? Claro que não.
Russo: Bom, assim espero.
Imperador: Ela disse alguma coisa?
Russo: Ela está na faculdade, mas me mandou umas mensagens dizendo que estava bolada com tudo isso
ta ligado?
Imperador: Entendo, mano. Mas você sabe que esse tipo de coisa nunca foi a onda da Cat, não precisa se
preocupar e eu nunca que vou querer ela metida nessas paradas.
Russo: Porra irmão, to contigo até o fim, tu sabe disso não é cara?
Imperador: Claro que eu sei porra. –Fizemos um toque de mão e nos abraçamos de lado.
Russo: Desce aquela gelada?
Imperador: Só se for agora. –Descemos de moto até um boteco que é já de lei a gente está lá toda
semana e ficamos tomando aquela gelada até chegar a hora que a Fran pediu que eu fosse buscá-la na
casa da tia.
Assim que eu cheguei lá, ela já estava esperando no portão e veio até a mim.
Fran: Está menos estressado agora? –Ela se aproximou de mim na moto e eu dei um selinho nela.
Imperador: Eu estou suave cara, não estava estressado de manhã.
Fran: Tem certeza?
Imperador: Absoluta, quer tomar um sorvete antes de irmos?
Fran: Se eu não estivesse já atrasada para o colégio eu iria.
Imperador: Então depois que eu te buscar. Pode ser?
Fran: Claro que pode. –Ela sorriu e me deu um selinho.
Imperador: Sobe ai. –Liguei a moto e ela subiu. Só pra irritar ela mesmo eu acelerei a moto ao máximo,
causando mesmo pelas ruas e subindo no morro pra chamar atenção de quem ali estivesse.
Quando chegamos à casa dos meus pais, a Fran desceu brava da moto tentando ajeitar seu cabelo
embolado.
Fran: Vai tomar no seu cu Imperador! –Ela me olhou brava e entrou pisando duro em casa. Eu dei risada,
desci da moto e entrei na casa. Minha mãe estava sentada no sofá assistindo TV me olhou séria.
Babi: O que aconteceu?
Imperador: A dona encrenca está bolada porque eu vim voado na moto.
Babi: Imaginei que fosse mesmo, escutei o barulho da moto.
Imperador: Bravinha demais. –Ri e sentei no sofá ao lado dela.
Babi: Já contou para ela?
Imperador: Ainda não. Eu a chamei pra tomar um sorvete, ia contar de boa pra ela, mas como ela vai pra
escola vou deixar pra contar depois.
Babi: Faz o que você achar melhor. –Olhei para ela e levantei do sofá. Subi às escadas e entrei no quarto
da Fran. Ela estava mexendo no seu celular sentada na cama.
Imperador: Vai se arrumar não?
Fran: Vou. É que eu liguei para o João hoje o dia todo e ele não me atendeu.
Imperador: Ah sim.
Fran: Ele deve está muito bolado por não ter conseguido subir o morro ontem e eu nem dei satisfação
nenhuma pra ele. Ele me enviou mensagem no Whatsapp dizendo que não estavam o deixando subir, ai
eu respondi ele hoje cedo e ele não me respondeu mais. Liguei e tudo já.
Imperador: Hm... –Me joguei na cama ao lado dela.
Fran: Não precisa ficar ciúmes, eu tenho que falar com o João. Tenho que explicar pra ele o que está
acontecendo entre mim e você.
Imperador: Não estou com ciúmes, sério mesmo.
Fran: Aff Bruno. –Ela largou o celular na cama, levantou, pegou suas roupas e foi para o banheiro.
Eu não estava com ciúmes, só não queria dizer alguma mentira para ela.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 50º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Eu estava preocupada com o João, esse silêncio dele estava me assustando. Ele estava com ciúmes do
Imperador desde o dia em que saímos e com razão. Mas eu não tenho culpa se meu coração estava
aventureiro e resolveu se envolver com o Imperador. Eu precisava explicar isso para o João, sabia que ele
não reagiria bem a isso, mas o que eu poderia fazer? Forçar um relacionamento não dá para mim. O que
eu posso garantir a ele é a minha amizade eterna, porque o João está no topo de pessoas importantes
para mim. Alguém que vai ficar para sempre na minha memória, que eu rezo todo santo dia para que
Deus o guarde e o proteja.
Após terminar de me arrumar para a escola, peguei meu fichário e a minha mochila.
Imperador: Vamos?
Fran: Vamos. –Ele levantou da cama e saímos do quarto. Andamos pela casa até sairmos, ele subiu na
moto e eu subi em seguida-. Por favor, Imperador, não voa como você voou mais cedo.
Imperador: Calma princesa. –Ele riu e deu partida. Dessa vez ele foi na velocidade aceitável, não custou
nada e chegamos ao meu colégio. Desci da moto, na despedida ele me puxou para ele e eu beijei seu
rosto.
Fran: Obrigado Bruno.
Imperador: Só beijo no rosto?
Fran: Você não merece nem beijo na bochecha. –Ri.
Imperador: Poxa. –Ele fez um biquinho de pena abaixando o rosto. Segurei na nuca dele com as duas
mãos, levantei seu olhar e o beijei dando início a um beijo delicado, sem chamar muita atenção. Mas um
beijo sem chamar atenção não estaria beijando o Imperador não é mesmo? Mesmo em cima da moto, ele
me deu uma pegada firme, investindo com vontade no beijo, tirando meu fôlego e me deixando
completamente arrepiada.
Fran: Bruno... Sossega. –Ri baixinho parando o beijo com selinhos.
Imperador: Não tem como não, por mim nem deixava você entrar no colégio.
Xxx: Oi Imperador. –Uma menina veio se aproximando da gente e eu me afastei com a chegada dela.
Imperador: Oi Dara. –Ele beijou o rosto dela. A expressão do Imperador mudou para preocupada. Será
que essa menina é ficante dele assim como a Manu era?
Dara: Quem é essa garota ein? –Ela me encarou rindo, meu coração ficou acelerado de raiva. Dei às
costas e sai andando para entrar no colégio. Quem o Imperador pensa que é? Tem treta com as garotas
do meu colégio e ainda por cima me beija na frente de todo mundo? Não vale nada mesmo.
Respirei fundo umas mil vezes e fui pra minha sala. Não sei porque eu estou esquentando minha cabeça
com isso. Imperador tem e sempre vai ter todas as mulheres jogadas aos pés dele, por que passou pela
minha mente que apenas com um beijo ele deixaria de ter as tretinhas dele? Boba mesmo, Franciellen.
Sua carência ainda vai te matar.
O sinal para entrar na sala tocou e a minha turma foi enchendo, mas nem sinal da piranha da Thami.
Mande mensagem para ela no grupo.
🔸 Início da Conversa 🔸
Fran: THAMIRESSSSS CADÊ VOCÊ SUA PIRANHA? 😭😭😭😭
Thami: Oi amiga, estou por ai e você?
Fran: No colégio uai.
Catarina: Matando aula Thamires? 🤔
Thami: Que nada rs
Fran: Quem mandou você me deixar sozinha com esses demônios? 😭
Thami: Calma amiga.
Russo: Fran está dramática hoje 😂😂😂😂
Fran: Estou mesmo 🙄
Imperador: Me responde no privado Fran 😪
Fran: Vou estudar gente, beijo 😚
🔸 Fim da Conversa 🔸
Ele está pensando que eu vou ser alguma babaca que come na mão dele? Não vou ser mesmo. Fiquei
assistindo as aulas tentando manter minha cabeça concentrada. Fui a primeira a sair da sala depois que o
último professor do dia liberou. Fui saindo do colégio mexendo no meu celular e vi a mensagem do
Imperador.
🔸 Início da Conversa 🔸
Imperador: Fran, a Dara é só uma amiga 😢 (17:50)
Vai ficar bolada comigo? (18 horas)
Estou te esperando aqui no portão (22:00)
Fran: Ta.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Quando sai no portão, o Imperador estava lá em cima da sua moto olhando para todos os lados quando
estivesse fazendo guarda. Fui até ele e encostei a mão em seu braço.
Fran: Oi.
Imperador: Vamos tomar sorvete?
Fran: Quero não, estou com fome de janta e não de sorvete.
Imperador: Mas você disse que iria sair comigo depois do colégio.
Fran: Eu não quero Imperador. –Olhei impaciente.
Imperador: De boa Franciellen, a Dara é só uma amiga que caralho.
Fran: Não perguntei o que ela era, na verdade não estou nem ai.
Imperador: Sobe ai então. –Ele ligou a moto puto da vida e eu subi em seguida. Amiga? Amiga é o
caralho. Conheço a Dara, sei bem que ela é safada pra caralho. Não pode ver um macho.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 51º capítulo 💎 Imperador narrando
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Dara é melhor amiga da Manu, havia até me esquecido desse fato de que ela estudava lá. Com certeza ela
contou tudo para Manu dizendo que me viu com a Fran, mas o que tem isso haver? Eu estava puto de
raiva, quando procurei a Manu acabei pedindo pra ficar com ela de vez. E depois eu nem liguei mais pra
isso, foram tantos acontecimentos de uma só vez, que minha mente nem pensou na Manu. Com certeza a
Manu contou para a Dara que estava comigo e ela com certeza já contou para a Manu que me viu com a
Fran. Eu estou errado, admito meu erro.
A Fran quando chegamos a casa dos meus pais nem olhou na minha cara, nem quis falar comigo direito.
Fui para a minha casa, tomei um banho, coloquei uma roupa qualquer, passei pela boca e fui para a casa
dos meus pais. Quando eu cheguei a porta estava trancada, mas a Catarina veio abrir pra mim e depois
trancou quando entrei.
Catarina: Vai dormir aqui?
Imperador: Não sei, vim conversar com a Fran.
Catarina: Vai contar do João?
Imperador: Eu vou, mas ela está puta comigo por causa da Dara.
Catarina: Por causa da Dara? A amiga da Emanuelle?
Imperador: Sim.
Catarina: O que aquela garota fez?
Imperador: Na verdade nada, a Fran ficou com ciúmes.
Catarina: Apenas ciúmes?
Imperador: Complicado, depois falo contigo. –Subi às escadas e quando entrei a Fran estava parada em
frente ao espelho olhando seu corpo. Ela estava tão concentrada que nem me ouviu entrar e sentar em
sua cama. Ela se olhava, analisava e estava com uma cara triste. Eu a vi mexendo no cabelo umas mil
vezes, alisar sua barriga, apertar os braços. Era como se ela estivesse vendo uma pessoa através do
espelho totalmente diferente do que ela é. A Fran não é nenhuma menina riquinha, perfeitinha ou alguma
atriz de TV, mas porra essa morena é linda demais. Ela é o tipo de mina que eu acho perfeita, ela é toda
bonequinha, se apertar demais parece que vai quebrar.
Imperador: Você é linda demais, Fran. –Ela tomou um susto e olhou para trás. Realmente ela estava
perdida nos pensamentos.
Fran: O que você está fazendo aqui?
Imperador: Queria conversar contigo e fiquei te admirando.
Fran: Cai fora daqui, não é pra você ficar aqui. –Ela veio me empurrando para fora da cama, então eu a
segurei pelo braço.
Imperador: Calma, eu só vim conversar com você.
Fran: Sai fora daqui, eu não quero que me veja assim. –Ela parou de me empurrar e foi se afastando de
mim. Ela tampou seu rosto com a mão, então me aproximei a envolvendo com meus braços.
Imperador: Ah se você soubesse o quanto eu te acho linda, não ficaria perdendo tempo se olhando no
espelho. –Beijei o topo de sua cabeça-. Não fica exigindo perfeição de você, ninguém é perfeito. Eu
mesmo já fiz algumas tatuagens para tampar algumas marcas de quando eu era moleque, já fiz tanta
besteira que se eu pudesse apagava da minha vida.
Fran: É diferente.
Imperador: E pra que igualdade? Pra que se martirizar por algo que não tem necessidade. Me responde, o
que você mudaria no seu corpo? O que está tão errado assim? Porque porra eu não consigo enxergar. –
Ela ficou quieta com a cabeça no meu peito-. Você se sente inferior a outras mulheres não é?
Fran: Pra que você fica em cima de mim sendo que você tem mulheres tão lindas como a Dara? –Ela disse
isso após de longos minutos em silêncio apenas um ouvindo a respiração do outro.
Imperador: Já disse que não tenho nada com a Dara. Ela é amiga da Manu, só isso.
Fran: Só isso? Sua cara quando a viu não pareceu só isso. –Ela se afastou de mim, cruzou os braços e fez
uma cara de brava muito linda. Eu não aguentei, tive que dar risada e sentei na cama. Como não rir de
uma garota com ciúmes com menos de 1,60m? Estava fofa demais-. Eu não estou para gracinha com
você.
Imperador: Quer a verdade?
Fran: Quero.
Imperador: Ontem eu fiquei muito puto mesmo com você, então fui atrás da Manu. –Eu não conseguia
encarar a Fran nesse momento-. Eu peguei e falei com ela que queria uma parada séria. Mas era mais pra
poder te irritar, porque você estava com o João e eu fiquei puto com isso.
Fran: De boa.
Imperador: De boa? –Olhei para a Fran e ela estava com uma cara indiferente-. Como de boa?
Fran: De boa ué. –Ela deu de ombros.
Imperador: Não vamos mais ficar não é mesmo?
Fran: Não vou ficar com você comprometido, não quero confusão com a Manu. Ela tirou metade do meu
cabelo fora, não sei mais do que essa garota seria capaz.
Imperador: Eu fiz isso na hora da raiva, mas porra eu quero mesmo me envolver com você.
Fran: Me deixa quieta vai, Bruno, eu preciso dormir. –Ela virou de costas para mim. Levantei da cama e a
abracei por trás-. Me larga, vai atrás da Manu, nesse momento ela deve está louca já atrás de você.
Imperador: Louca ela está desde cedo. Tô preso na sua. –Sussurrei no ouvido dela-. Preso até demais e é
o único momento que eu me permito ficar preso. Adoro tuas encrencas, adoro esse teu jeito birrento,
gostei demais de ver sua cara de ciúmes. Eu vacilei, eu sei, mas me deixa consertar? Olha, eu não sei o
que ta rolando comigo, nunca nem fui de falar essas paradas pra mulher nenhuma, mas eu quero mesmo
tentar algo que dê certo contigo.
Fran: Vamos então pelo menos tentar?
Imperador: Isso, tentar, uma coisa de cada vez. –Ela se virou para mim e eu a puxei pela cintura
deixando nossos corpos grudados. Rocei os meus lábios no dela e sussurrei – Essa noite você dorme nos
meus braços?
Fran: Durmo. –Ela sorriu e eu selei nossos lábios.
Imperador: Precisamos conversar Fran. –Falei rapidamente e a afastando de leve de mim.
Fran: Pensei que íamos para a parte da cama, onde a gente se beija até pegarmos no sono.
Imperador: Eu não posso adiar mais isso. –Sentei na cama dela, meu coração batia a milhão e eu estava
mais nervoso do que eu achei que fosse ficar-. Sente aqui vai. –Ela sentou e eu levantei.
Fran: Eita, você está me deixando preocupada. –Ela riu.
Imperador: Porra... –Olhei para baixo sem saber como começar a contar isso pra ela. Eu deveria ter
deixado para a minha mãe contar-. Olha pequena, eu não sei mesmo como te contar isso. Eu juro, que se
eu pudesse tirar toda a dor do mundo de você eu tiraria. –Sentei no chão aos pés dela e a olhei nos olhos.
Fran: O que você está falando Bruno? Eu não estou gostando nada do seu tom de voz. É algo com a
minha mãe? Diz pra mim, por favor, diz logo tudo de uma vez. –Ela me olhou preocupada, segurei na sua
mão-. Eu sabia que estava rolando alguma coisa, você mudou muito comigo de manhã. A cara dos seus
pais não negava nada.
Imperador: Não é nada com sua mãe. É com o João... –Eu dei uma pausa antes de começar a falar, mas
antes de dizer qualquer coisa a Fran já havia lido meu olhar e seus olhos se encheram de lágrimas.
Fran: O que aconteceu com o João? Diz que ele está bem! Pelo amor de Deus Imperador, diz alguma
coisa. Diz logo que o João está bem.
Imperador: Ele está morto, Fran, desculpa. –As lágrimas caíram pesadas molhando o rosto dela. Os olhos
delas focaram nos meus, mas parecia que ela não estava mais ali-. Fran... –Levantei do chão e a sacudi
de leve-. Fran... Fala comigo...
Fran: Como assim morto, Bruno? –Ela me olhou negando com a cabeça-. Eu sabia que havia algo de
errado com ele, o dia todo eu estava com essa sensação ruim. Diz para mim que é mentira. –O rosto
vermelho dela junto com suas lágrimas estavam misturados com desespero e tristeza.
Imperador: Foi o Thierry. Não vou entrar em detalhes. –Sentei ao lado dela e tentei puxá-la para mim.
Fran: Não, se afasta, por favor... Melhor, sai do quarto, eu quero ficar sozinha. –Ela foi se afastando de
mim na cama.
Imperador: Não faz assim princesa. –Meu coração estava partido em vê-la assim.
Fran: SAI DO MEU QUARTO! –Ela gritou e caiu em um choro profundo descompassado. Sai do quarto,
meus pais e a Catarina vieram ver o que estava acontecendo.
JR: O que houve?
Imperador: Eu contei para ela.
Catarina: Vou conversar com ela.
Babi: Não filha, respeita o momento dela. –Minha mãe segurou no braço da Cat.
Catarina: Mas ela precisa do nosso apoio.
Imperador: Ela me mandou sair, a deixa sozinha por um tempo, ela precisa desse tempo sozinha. –Passei
por eles, desci às escadas e sai da casa. Subi na minha moto e fui embora pra casa. Quando cheguei,
tranquei tudo e deitei na minha cama com a cabeça cheia de pensamentos.
Minha vontade era de ficar com a Fran, acalmá-la, fazer com que ela se sinta bem. Chamei a Thami no
Whatsapp pra poder conversar, ainda bem que ela estava online.
🔸 Início da Conversa 🔸
Imperador: Thami.
Thami: O que você quer?
Imperador: Não faz assim 😪
Thami: Quero papo contigo não, Imperador. Fica na sua que eu fico aqui na minha.
Imperador: Eu estava puto.
Thami: E daí porra? Um amigo meu morre e é assim que tu age? Fiel, quero mais papo não.
Imperador: Eu contei para a Fran 😪
Thami: Droga 😭😭
Como ela está? 😔
Imperador: Ela não me quer por perto. O que eu faço? 😔
Thami: Dá o espaço dela. Assim que eu acordar vou bater na sua casa.
Imperador: É isso que dá quando a gente esconde segredos, você mais do que ninguém sabe que não
deve esconder esse tipo de coisa.
Thami: Eu fiquei sabendo na festa da sua casa. A Fran não fazia ideia de que tipo de pessoa o Thierry era.
Imperador: Não era pra nem ter pensado duas vezes, assuntos do morro você não mantém segredo
nunca.
Thami: E o que você vai fazer?
Imperador: Eu vou dá o meu jeito, minha preocupação agora é a Fran e proteger o morro.
Thami: O Thierry não pode sair dessa ileso 😡 Monta uma casinha pra ele, primo.
Imperador: Deixa que isso eu resolvo.
Thami: Papo reto, agora eu vou dormir.
Imperador: Ah e outra coisa, quando você pensar em arrumar treta com o Dog cuidado na hora de entrar
na casa dele. Fofoca aqui corre igual água.
Thami: Se falaram não era eu, se tem foto é montagem 😚
Imperador: Montagem? Seu pai vai é te comer na porrada.
Thami: Me ajuda primo 😭😔
Imperador: Ajuda? Quero me meter nisso não, se vira nessa ai.
Thami: Ele comprou um monte de coisa para eu comer, cuidou de mim o dia todo 😔 Como não se apegar
assim?
Imperador: Segura essa sua xereca Thamires, pelo amor de Deus 💆🏽
Thami: Eu seguro poxa, mas você me tratou tão mal hoje cedo e a morte do meu João também, porra e
ele foi o único que me ofereceu um colo 😕
Imperador: Eu só quero saber se seu pai descobre.
Thami: Seu pai sabe também?
Imperador: Claro porra, me diz alguma coisa que meu pai não sabe?
Thami: Quem foi que te contou isso?
Imperador: Não é da sua conta né caralho.
Thami: Ih grosso 💆🏽
Imperador: Minha tromba.
Thami: Vou assistir um filme com ele, beijos.
Imperador: Você vai dormir ai caralho? Pensei que estava na sua casa caralho.
Thami: Vou sim. Falei que estava dormindo na sua casa por conta da Fran ❤️
Imperador: Está brincando com fogo 💆🏽 Eu não quero saber de porra nenhuma, se seu pai perguntar eu
vou tirar o meu da reta.
Thami: Ele é só meu amigo, já você eu to vendo que não é porra nenhuma.
Imperador: Quer lançar papo de amizade pra cima de mim? Para né 🙄
Thami: Você é o rei das amizades.
Imperador: Se você é 7 eu sou 14.
Thami: Aprendi contigo.
Imperador: Papo reto.
Thami: Estou indo lá, beijos.
Imperador: Beijos.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Resolver problema é a coisa mais fácil do mundo com a Thami, ela é bem tranquila. Eu não conseguia
parar de pensar na Fran, nada fazia parar de pensar nela. Peguei a chave da moto umas mil vezes para
poder ir lá pra casa dos meus pais. Fiquei enrolando andando pela casa, fiquei vendo TV e nada do sono
chegar. Havia uma caralhada de mensagens da Manu, mas eu não estava com cabeça pra responder. Eu
não queria porra nenhuma mais com ela, não sei nem pra que eu fui à casa dela, sou uma anta mesmo.
Quase 3 horas da manhã e ouvi nego me gritarem na rua. Sou bobo nem nada né, deixei gritando no
portão, peguei minha arma, subi na laje da casa só pra ver quem era. Era o Dado junto com a Fran ao
lado dele? Desci voado e fui até o portão.
Imperador: Qual foi? –Olhei para o Dado depois para a Fran que estava de cabeça baixa.
Dado: Achei a mina descendo o morro, patrão.
Imperador: Suave. –Peguei a Fran pelo braço-. Tchau Dado.
Dado: Tchau patrão. –Bati o portão e abracei a Fran logo em seguida. Ela entrou em um choro profundo e
compulsivo. Apenas a abracei forte, fazendo carinho nela, a deixando chorar a vontade.
Fran: Diz que tudo isso é mentira, pelo amor de Deus...
Imperador: Eu gostaria de dizer que sim. –Depositei vários beijos no topo de sua cabeça-. Vamos entrar
princesa, vem. –A levei para dentro, indo diretamente para o meu quarto-. Senta ai que eu vou buscar um
copo de água. Fui para a cozinha, enchi um copo de água e voltei para o quarto. Ela pegou a água e
bebeu rapidamente.
Imperador: Quer mais? –Ela negou com a cabeça e eu coloquei o copo na bancada. Sentei na cama,
encostando-se à cabeceira-. Deita a cabeça aqui. –Bati na minha coxa e ela veio deitar. Ao invés dela
deitar na minha coxa, ela sentou no meu colo de lado deitando a cabeça no meu peito, joguei o edredom
por cima da gente e a envolvi nos meus braços-. Eu estou aqui do seu lado, Fran, desculpa não está
sabendo lidar com isso, mas eu garanto que a morte do João será vingada.
Fran: Eu não quero vingança, eu não quero nada, só quero o meu João de volta. Você não entende... Ele
era uma pessoa boa, um homem de bem, ele teria uma linda família, ele era trabalhador, ele vivia pela
mãe dele. Nos momentos que eu mais precisei ele esteve do meu lado, foi ele quem secou cada lágrima,
que me fez sorrir nos piores dias, que me defendeu, que me ensinou como me virar. Ele... Ele foi tudo pra
mim, mesmo que estivéssemos afastados por ele ter ido embora, mesmo que a agora eu não o via mais
da forma como ele me via. Ele era o João e ninguém é capaz de substituir ele. –Eu fiquei até sem palavras
para poder respondê-la-. E me responde como eu darei essa notícia para a mãe dele? Eu sempre vejo as
pessoas da família dele pela rua, como eu conseguirei contar a verdade pra eles? O João se foi,
Imperador. Ele não vai mais voltar, ele se foi... –Eu sentia um aperto no meu coração em vê-la dessa
forma. Já perdi vários parceiros nessa vida, já vi meu pai perder vários amigos também. Ela perder o João
é como se eu perdesse a Catarina, a Thami ou o Russo. O que eu poderia fazer aquele momento era ficar
ao lado dela e isso eu fiz.
Amanheceu e a Fran finalmente havia dormido. Eu estava quebrado de ter ficado naquela posição a noite
toda com ela no meu colo. Foda é ela falando ao dormir, como se estivesse sonhando com o João. Deixei-
a na cama, fui tomar um banho, fazer minhas higienes da manhã e sai do banheiro apenas de cueca. A
Fran estava sentada na cama feito um zumbi me olhando. Eu tampei a frente, sei que ela fica toda
estranha com essas paradas, vesti uma bermuda no guarda-roupa e olhei pra ela de novo.
Imperador: Vai dormir, Fran, você não dormiu a noite toda.
Fran: Eu não quero.
Imperador: Quer comer algo.
Fran: Também não. Eu vou trabalhar. –Ela levantou da cama, mas eu a segurei pelos ombros.
Imperador: Que trabalhar o que.
Fran: Tenho cliente marcada hoje, preciso ir.
Imperador: Você não tem que nada. –A olhei firme-. Pode ficando ai caralho, como que você quer
trabalhar assim? Olha como você está porra? Hoje nem eu vou para a boca, vou ficar aqui com você. Hoje
não tem nada pra gente, se você não quiser ficar aqui, a gente sai e vai fazer outra coisa. Você não está
bem, me deixa cuidar de você.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 52º capítulo 🐾 Russo narrando
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Imperador me passou o papo cedo que iria ficar com a Fran hoje e não iria para a boca. Já que quem
manda é ele, tive que levantar meu cu da cama e ir pra boca. Quando cheguei lá, meu pai e o meu
padrinho estavam lá discutindo alguma coisa.
Russo: Qual foi da parada?
Pezão: Perdeu o respeito, moleque? –Ele me deu um tapa na cabeça.
Russo: Ih coroa, cai fora. –Ri me afastando dele.
JR: Deixa esse moleque achando que já é homem.
Russo: Homem eu sou né, tenho piru.
Pezão: Se eu fiz eu posso tirar.
Russo: Minha mãe disse que me fez com o dedo. –Sentei em cima da mesa e ri.
JR: E ai, vai deixar parceiro?
Pezão: Vou amostrar pra ele o dedo que ela usou pra fazer.
Russo: Escroto. –Rolei os olhos.
Os coroas meteram o pé dali e eu fui fazer os meus trabalhos, a toa eu não sou né?
Pirulito: E ai negão, qual foi da tua mina chegando aqui no morro com um cara lá da zona sul? –Ele
chegou rindo colocando o malote de dinheiro na minha frente. Olhei pra ele com a cara fechada.
Russo: Que história é essa?
Pirulito: Tua mina, a Catarina, chegou ai cheia de assunto com um Playboy.
Russo: Já é parceiro. –Eu fiz o pagamento dele da semana e ele saiu rindo. Guardei o resto do dinheiro no
cofre, passei a mão na minha arma e sai da boca puto. Catarina chegando com playboy aqui no morro? Tá
de sacanagem. Deve ser algum merdinha da faculdade dela. Entrei no carro, desci pra casa dela voado,
quando cheguei lá o cara estava a abraçando. Nem desliguei o carro, desci dele, bati a porta com força e
atravessei a rua. Quando cheguei perto deles, não perdi chance e já fui empurrando o cara para longe da
Catarina.
Xxx: Caralho, que isso parceiro.
Russo: Que isso é o caralho filho da puta. –Dei um chutão na barriga dele e ele caiu por cima da moto.
Catarina: Russo! Que porra é essa? –Ela me pegou pelo braço e saiu me empurrando pra trás.
Russo: Que porra é essa digo eu? Ta me tirando de corno na quebrada Catarina? Ficou maluca. –Peguei
ela com força pelo braço e a encarei firme-. Não namoro com piranha não caralho.
Catarina: Você me chamou de que Russo? Repete?
Russo: Piranha porra! Ta comigo e quer ficar abraçando homem? Vai tomar no seu cu.
Catarina: Seu filho da puta, você nunca mais encosta teu dedo ou dirija a palavra a mim. –Ela com o
braço livre deu um tapa na minha cara.
Russo: TÁ ME BATENDO PORQUE CARALHO? TA FICANDO MALUCONA SUA PIRANHA? –A soltei e ela se
afastou de mim.
Catarina: VOCÊ É UM IMBECIL, CIUMENTO, IDIOTA, VOCÊ NÃO SABE DE PORRA NENHUMA TEU
MOLEQUE. VOCÊ TEM QUE SER MUITO HOMEM PRA TER UMA MULHER COMO EU DO SEU LADO, CAI
FORA DA MINHA VIDA E NUNCA MAIS CRUZA MEU CAMINHO. NÃO DESFAÇO AMIZADE POR CAUSA DE
HOMEM, NÃO MUDO POR CAUSA DE RELACIONAMENTO. VAI TOMAR NO SEU CU E METE O PÉ DAQUI. –
Ela gritava com raiva, antes de cometer alguma merda de sangue quente, eu apenas entrei no carro e
passei com o carro em cima do pé dela. Sou ruim mesmo, piranha do caralho quer me tirar de corno, mas
não vai mesmo.
Fui pra casa puto da vida e tomei um banho pra esfriar a cabeça, mas a raiva da Catarina só aumentava.
Quando eu sai do banho e fui pra sala o Imperador estava parado com a cara fechada e os braços
cruzados.
Russo: Qual foi?
Imperador: Qual foi é o caralho, ta achando que pra cima da minha irmã tu se faz de homem?
Russo: Sua irmã de abraço com playboy na frente da tua casa, subindo de moto com o filho da puta. Sou
corno não tio, e Imperador tu não se mete nessa treta. A parada não é contigo.
Imperador: Minha irmã não é dessas piranhas não filho da puta.
Russo: Ah como se Catarina fosse alguma santa. –Rolei os olhos e o encarei sério.
Imperador: Precisa ficar na grosseria?
Russo: Tu que chegou invadindo minha casa, sou grosso mesmo, melhor ser grosso do que falso.
Imperador: Ta me chamando de falso?
Russo: Não se faz de burro, Imperador. Chega dá preguiça quando você vem com esse mimimi.
Imperador: Já é Russo.
Russo: Já é porra, você sabe que sua irmã ta errada. Não é a primeira porra, já te falei que não sou
corno. E não vem de hipocrisia e nem com suas frasesinhas de efeito, comigo não cola porra. Tu teria
feito pior se tivesse visto o que eu vi. Ela deu sorte que eu não fiz merda porra, por mim eu matava
aquele filho da puta lá mesmo.
Imperador: Tu sabe muito bem que não é assim que as coisas funcionam aqui dentro.
Russo: Se não funciona aqui dentro, funciona no asfalto e eu to pouco me fodendo se é amigo da
Catarina.
Imperador: Ela torceu o pé.
Russo: Problema dela, por mim era pra ter quebrado aquela pata de vaca. –Me joguei no sofá puto.
Imperador: Ela quebrou o quarto inteiro de raiva.
Russo: E teu pai?
Imperador: Meu pai falou que não queria saber, que era problema de vocês.
Russo: Não quero ninguém se metendo nisso não, fiz mesmo e não me arrependo. Antes ter terminado
assim do que a gente ter ficado por mais tempo junto. Catarina não serve pra ser minha fiel.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 53º capítulo ❄ Catarina narrando
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Minha vontade era de pegar a arma e ir atrás do Russo pra acabar com a vida daquele filho da puta.
Ninguém fala comigo daquele jeito na frente das pessoas do morro.
Babi: E cala sua boca Catarina. –Ela disse enquanto me ajudava a entrar no carro.
Catarina: Calar a boca por quê? Me Explica porque eu ainda não entendi. Eu não posso mais ter amigos,
não posso beber, não posso porra nenhuma?
Babi: Se você quer levar sua vida de solteira, pois fique assim. Você acha super normal homem te trazer
para casa sendo que você tem carro e tem moto caralho? Porra quer trair, trai direito e fora do morro.
Catarina: Ta bom mãe, você e o Russo estão certos e eu estou errada. O Guilherme é meu amigo!
Babi: Eu vi você chegando com ele Catarina, eu vi vocês dois de conversinha.
Catarina: Mãe, ótimo, eu não quero saber de mais porra nenhuma. Não quero saber do Russo, não quero
saber de caralho nenhum. –Ela dirigiu até a nossa casa e também nem me ajudou a sair do carro. Minha
mãe entrou em casa e meu pai olhou para nós duas ao entrarmos.
JR: Eu não vou limpar o seu quarto. –Ele olhou pra mim.
Catarina: Vai entrar na linha da mamãe de não ligar pra mim? Em que mundo vocês vivem e acham
normal a atitude do Russo?
JR: Normal não é Catarina, eu conheço a filha que eu tenho e o soldado que eu tenho. Você só pensa que
é esperta, eu tenho 42 e você vinte. Quem está na vantagem de esperteza aqui? –Meu pai levantou do
sofá e parou em pé na minha frente. Minha mãe saiu da sala subindo as escadas.
Catarina: O que você quer dizer com isso?
JR: De onde você conhece esse Guilherme?
Catarina: Da faculdade.
JR: Você não foi pra faculdade de moto. Cadê sua moto?
Catarina: Deixei lá.
JR: Ah e por quê? Está achando que eu vou te levar lá ou sua mãe?
Catarina: Eu peço a alguém.
JR: Pois você vai se virar, ninguém vai buscar a moto na faculdade pra você. Se você não queria mais
namorar com o Russo não era nem pra ter enchido meu saco pra ficar com ele. Você parece que tem 8
anos ainda, mimada e birrenta. Achando que tudo tem que ser da sua forma quando não é. Quantos anos
você tem? 20? 20 ou 2? Quer se igualar a essas putas do morro beleza, mas fique solteira pelo menos.
Tenha dignidade de assumir seus erros. Sua mãe viu e eu não vou discordar da palavra dela. O Russo
errou de ter ido pra cima de você e do Guilherme? Beleza! Mas eu não teria feito diferente. Fica
provocando o cara. Você acha que eu não sei da briga de vocês dois no final de semana? Eu sei de tudo,
Catarina. E aqui dentro de casa esse Guilherme não entra.
Catarina: Você vai colocar o Russo acima de mim? É isso?
JR: Eu estou colocando a razão e ela vocês dois perderam. –Ele me olhou sério e saiu de casa batendo a
porta em seguida. Me joguei no sofá puta da vida e o Imperador chegou.
Catarina: Não quero conversar, melhor ficar longe de mim.
Imperador: Machucou a pata foi? –Ele riu se jogando no outro sofá.
Catarina: Vai tomar no seu cu, arrombado do caralho.
Imperador: Olha a boca maninha... Cara não adianta ficar boladinha, agora você está livre pra fazer o que
quiser.
Catarina: Imperador eu já disse pra você sumir da minha frente. –Respirei fundo pra não explodir em cima
dele.
Imperador: Catarina, você sabe que eu estou em cima do muro...
Catarina: Além de ficar em cima do muro é duas caras. Foi lá cheirar o rabo do Russo, agora vem aqui
encher meu saco, vai tomar no seu cu e cuidar da Franciellen.
Imperador: Ela está dormindo e eu vim aqui tirar uma onda com sua cara. –Ele riu debochada-. Olha
criança, essa atitude eu esperava do Russo e não de você viu. O cara largou as putas tudo, mano, sabe o
que é largar todas as piranhas? Sabe as festinhas que nós dois quebrava no final de semana? Porra, ele
largou tudo isso mano, moleque ficou loucão atrás de tu, tudo que você queria ele fazia. E a única coisa
que você precisava ter era respeito. Se eu que sou seu irmão, odeio quando você cola na favela com
esses moleques, imagina teu namorado porra? Vai tomar no cu Catarina, você agiu de má fé.
Catarina: Todos contra Catarina, ótimo! Chama o próximo, vou ficar sentadinha aqui só aguardando.
Imperador: Beleza, quando a casa cair pra você não vem correr atrás de mim. Você sabe bem que eu
nunca fui de te ajudar muito, o único babaca que aturava de fato suas arrogâncias meteu o pé da tua
vida. –Ele saiu andando e bateu a porta.
Babi: QUEBRA A PORTA CARALHO, FOI VOCÊ QUE COMPROU NÉ BUCETA? TODA HORA BATEM ESSA
PORRA, ATÉ A HORA QUE CAIR E NINGUÉM VAI QUERER COLOCAR NO LUGAR. –Ela falou lá de cima.
Catarina: É SÓ PEDIR PARA O RUSSO VIR CONSERTAR, VOCÊ NÃO AMA TANTO ELE?
Babi: PELO MENOS O MEU SOBRINHO NÃO GRITA COMIGO.
Catarina: ENTÃO FICA COM A PORRA DO SEU SOBRINHO, QUE SACO, EU VOU EMBORA DESSA MERDA.
Babi: É SÓ VOCÊ IR CATARINA, FAZ IGUAL O SEU IRMÃO, ARRUMA UMA CASA E VAI MORAR PRA LÁ.
ESTÁ ACHANDO RUIM? METE O PÉ! 20 ANOS NAS COSTAS E AINDA MAMANDO NA MINHA TETA É FODA
TAMBÉM.
Catarina: Beleza mãe. –Minha mãe quando quer sabe como machucar muito bem e eu não aguentei toda
aquela pressão infernal em cima de mim. Acabei chorando de raiva, vontade de esmurrar a cara de
alguém até matar. As lágrimas desciam quentes pela minha bochecha e mais ainda o ódio dentro de mim
aumentava.
Peguei meu celular e só de raiva marquei de sair com o Guilherme. Se antes ele estava dando em cima de
mim, agora vai me pegar. O amiguinho vai é virar contatinho e foda-se.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 54º capítulo 🎈 Thamires narrando
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
Passar a noite com o Dog me fez muito bem, mas infelizmente eu tive que ir embora pela manhã. Assim
que cheguei em casa minha mãe me olhou toda desconfiada e fui para o meu quarto. Não queria ficar de
conversinha mesmo, tomei um banho, troquei de roupa e fiz as minhas obrigações dentro de casa, depois
os deveres do colégio e assim fui para o meu quarto. Minha mãe entrou no meu quarto enquanto eu
estava mexendo no celular.
Fabi: Filha? –Ela me olhou parada na porta.
Thami: Oi mãe.
Fabi: Como você tá? Chegou e mal falou comigo, está calada no seu canto.
Thami: Não estou com muito ânimo, mãe, só isso.
Fabi: Quer carinho da mamãe? –O jeito carinhoso da minha mãe me fez sorrir e ela veio deitar na cama
junto comigo-. Eu acho que tendo um bebê agora eu não faria tão igual a mim como eu fiz você. –Ela riu
beijando o topo da sua cabeça.
Thami: Você é minha irmã, isso sim. –Ri beijando a bochecha dela.
Fabi: Desculpa a mãe por ter falado mal com você ontem?
Thami: Tudo bem, mãe, já passou. Eu fiquei nervosa e também não foi nada demais.
Fabi: Eu não conheci esse menino direito, mas se ele vale suas lágrimas é porque foi uma boa pessoa em
vida.
Thami: Nunca vou me esquecer dele.
Fabi: E a Fran? Como ela está?
Thami: Imperador disse que ela está muito abalada, logo mais eu vou vê-la antes de ir para o colégio.
Fabi: Faz bem filha. Thami posso fazer uma pergunta? –Ela mudou o tom de voz, ainda abraçada, eu olhei
pra ela.
Thami: Pergunta mãe.
Fabi: Não quero que você pense que eu estou te proibindo de algo ou fique bolada comigo, só escuta um
conselho de mãe, tudo bem?
Thami: Ta bem mãe.
Fabi: No dia lá na casa do JR e da Babi, eu vi uma situação e depois fui percebendo umas coisas...
Thami: Diz logo o que é mãe. –Perguntei impaciente já nervosa com o que ela poderia falar.
Fabi: Você e o Dog estão se relacionando filha? Ou vocês estão apenas conversando? Ou qualquer coisa...
Por favor, não me esconde isso, eu só quero que você me conte a verdade. –Meu coração quase saltou
pela boca, eu sentei depressa na cama, ela permaneceu encostada na cabeceira na cama me olhando.
Thami: Mãe... –Minha garganta fechou, eu não achava palavras pra falar.
Fabi: Thami, eu não vou te julgar em nada. Eu apenas quero saber a verdade, eu quero ser sua mãe,
quero que você conte para mim tudo.
Thami: É complicado mãe. –Abaixei a cabeça mexendo no detalhe da colcha na minha cama.
Fabi: Complicado é mesmo viu... Independente da história que eu tive com ele, eu não quero que você
pense que o que eu vou te falar agora tem haver com isso. O seu pai odeia o Dog, muitos antes de me
conhecer ele já não gostava dele e até hoje você percebe que seu pai não fala com o Dog. Então filha, por
mim você fica com ele, fica com quem você quiser, desde que o homem tenha algo de bom pra te
oferecer. Eu só não quero que você se atrase com alguém, que fique sofrendo, que fique se otária de
homem. Eu não criei você com tanto amor, fiz uma filha linda dessas, pra ficar chorando por homem.
Thami: Eu sei disso mãe. Apenas aconteceu sabe, só isso. Ele é diferente de todos os homens que eu já
conheci, completamente diferente do Saulo. Ontem eu dormi lá e poxa, ele foi perfeito em tudo. Ele
apenas me abraçou e ficou ali comigo. E mais nada, não teve maldade, ele apenas cuidou de mim. Eu sei
que ele tem idade para ser meu pai, eu tenho noção dos problemas que eu vou ter com o meu pai. Mas
eu não sinto a necessidade de precipitar as coisas, como eu precipitei com o Saulo. Eu mal o conhecia e já
queria casar com ele, ter filho. E com o Dog eu não vejo as coisas desse jeito, eu só quero curtir,
aproveitar o momento. Se der certo deu, se não deu eu vou partir para outra. –Minha mãe me olhou rindo
como se não tivesse acreditando no que eu estava falando.
Fabi: Agora eu vou dar outro conselho, ouve os conselhos da mamãe porque vai dar certo. Se você quer
curtir, curte com ele lá na China, não curte com ele em um lugar que fica óbvio para o seu pai descobrir.
Eu posso morrer carregando esse segredo para o túmulo, mas se seu pai descobrir eu vou me fazer de
muda e cega se ele perguntar. Responsabilidade e problema dos dois.
Thami: Tudo bem mãe. Eu estava com tanto medo da senhora me matar. –Eu pulei no colo dela a
abraçando.
Fabi: Thamires quando foi que eu te deixei na mão? Quantas e quantas vezes eu fiquei aqui fazendo o
papel da melhor amiga e você nem pra me dar um reconhecimento?
Thami: Eu não te dou reconhecimento? –Ri.
Fabi: Nenhum pouco.
Thami: Aff sua doida. –Se eu tenho apoio da minha mãe, eu tenho tudo. Eu me preocupei sim com o fato
dele ser ex da minha mãe, porque eu sei que eles tiveram juntos por um bom tempo, mas se ela não liga
pra isso, eu vou ligar pra quê? Foda mesmo é o meu pai e ele nunca gostou de nenhum homem que eu
trouxe em casa.
Umas 15 horas minha mãe foi fazer umas coisas e eu fui me arrumar pra poder ir para o outro morro.
Tomei um banho, coloquei logo a roupa do colégio, arrumei minha mochila, fiz uma make básica e sai de
casa. Pedi um moto táxi pra me levar até o outro morro, paguei por ele e fiz o resto do trajeto a pé
mesmo. Estava subindo, cumprimentando os conhecidos enquanto o Dog vinha descendo na minha
direção. Eu ia passar direto por ele, mas ele me segurou pelo braço fazendo-me parar. Sorri safada
olhando pra ele.
Thami: Eu não posso me encontrar assim com você. –Sorri olhando em seus olhos.
Dog: Tenho medo de nada não.
Thami: Eu tenho medo de tomar uma mãozada do meu pai, então me larga e me encontra na rua do meu
colégio.
Dog: Vai matar aula pra ficar comigo?
Thami: Eu mato aula pra tantas coisas, mais um dia não faz mal.
Dog: Você me provoca demais, Thamires.
Thami: Cuidado comigo. –Sorri, soltei meu braço da mão dele e subi rebolando. Peguei meu cel e mandei
mensagem no Whatsapp para o Imperador, porque a Fran não visualizava já desde ontem.
🔸 Início da Conversa 🔸
Thami: Viado, cadê a Fran?
Imperador: Respeita o pai piranha.
Thami: Anda logo, me responde.
Imperador: Na minha casa, ela está dormindo desde cedo.
Thami: E você está aonde?
Imperador: To na rua, aqui em frente de casa.
Thami: Estou chegando.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Cortei pelo beco e logo já estava na rua do Imperador. O cretino estava debaixo daquele sol soltando pipa
junto com os moleques da rua.
Thami: Teve infância não?
Imperador: Se mete não porra, vai caçar o que fazer. –Ele falou entretido com a pipa no céu-. VOU
CORTAR EIN CARALHO. –Ele gritou pra um moleque em cima de uma laje.
Thami: Vou entrar pra falar com a Fran.
Imperador: A casa é sua madame. –Eu dei risada e entrei. Fui andando pela casa, até que achei a Fran
dormindo. O rostinho dela estava inchado pelo choro e ela estava toda encolhidinha no edredom por conta
do frio do ar condicionado. Deitei ao lado dela e ela acordou assustada.
Thami: Calma amiga, sou eu. –Fiz carinho nela.
Fran: Ah... –Ela virou ficando de frente pra mim.
Thami: Como você tá?
Fran: Seguindo... –Ela deu de ombros.
Thami: Só quero que saiba que eu estou do seu lado para tudo... –Eu a abracei e fiquei ali com ela
oferecendo meu carinho. Logo ela voltou a dormir e fiquei ali dando carinho nela até umas 18 horas
quando o Imperador entrou todo suado no quarto.
Imperador: Ela ainda está dormindo?
Thami: Ela acordou, conversou um pouco e dormiu de novo.
Imperador: Ela não quis comer nada, não quis conversar muito comigo também.
Thami: Tem que ter paciência, nego. Olha, assim que ela acordar tenta dar uma animada nela, ela gosta
muito sabe de que? Miojo. Quer deixar a Fran bem, dá miojo.
Imperador: Certeza?
Thami: Papo reto, agora eu vou indo.
Imperador: Tchau sua feia. –Sai do quarto, em seguida da casa. Fui descendo o morro e sai fora de lá.
Caminhando em direção ao colégio, um carro preto parou do meu lado, era o carro do Dog. Ele parou o
carro em seguida entrei.
Dog: Pensei que nunca fosse pra esse colégio.
Thami: Está com pressa de que, bebê? –Ri ajeitando meu cabelo.
Dog: Para de me provocar Thamires.
Thami: E pra onde vamos ein querido?
Dog: Conheço um lugar suave.
Thami: Eu não vou pra motel querido. –Rolei os olhos.
Dog: Quem está falando de motel garota? Se toca.
Thami: Vai ficar de grosseria comigo? –Olhei feio pra ele.
Dog: Estou brincando, você leva tudo a sério. –Ele riu.
Thami: Aham, sei. –Rolei os olhos.
Ele foi seguindo o carro por um caminho super nada a ver, todo estranho e que deu em uma casa simples
no meio do nada, mas bem jeitosinha.
Thami: Que lugar é esse?
Dog: É do Vigarista, descolei com ele.
Thami: E ele não perguntou para o que era?
Dog: Disse que era pra negócios. –Ele riu descendo do carro e eu desci em seguida. Ele estendeu a mão
para mim e eu peguei.
Thami: Você fez algo é? –Olhei sorrindo.
Dog: Não vou deixar passar em branco. –Ele sorriu piscando. Quando entramos na casa estava tudo
arrumado, limpo, mas ele foi me levando para um quarto.
Thami: Eu conversei com a minha mãe. –Falei e assim que entramos vi tudo arrumadinho, havia
champagne, duas taças, algumas coisas para comer, tudo ajeitadinho, uma TV grande, ar condicionado
ligado.
Dog: Oi? –Ele me olhou sério.
Thami: Deixa isso pra lá. –Ri jogando minha mochila de canto e indo deitar na cama-. Ai que cama
fofinha.
Dog: Deixar pra lá o que? Você contou pra sua mãe? –Ele me olhou bravo.
Thami: Ela descobriu sozinha. –Ri.
Dog: Como assim caralho? –Ele sentou na cama-. E teu pai?
Thami: Meu pai não sabe de nada, minha mãe levou numa boa. –Dei de ombros.
Dog: Tem certeza, Thami?
Thami: Se ela não tivesse levado de boa ela teria me comido no cacete.
Dog: Isso é verdade. –Ele me olhou pensativo.
Thami: E o meu beijo? Não ganho um beijo hoje?
Dog: Você só quer um? –Ele abriu um sorriso largo e lindo, vindo para cima de mim deslizando sua mão
pela minha cintura.
Thami: Eu quero vários. –Falei manhosa.
Dog: Vai passar a noite aqui comigo? –Ele sussurrou no pé do meu ouvido passando a mão por dentro da
minha blusa já.
Thami: Não posso amor, eu disse que ia para o colégio. –Ele me puxou para o colo dele e eu senti seu
pau duro embaixo de mim.
Dog: Ah que sacanagem comigo. –Ele deu vários beijos no meu pescoço.
Thami: Sossega Dog. –Ri baixinho pra poder provocar e fui o tirando de cima de mim.
Dog: Eu só quero te beijar morena. –Ele me segurou de leve fazendo carinho no meu braço.
Thami: Você está na maldade.
Dog: Eu não tenho culpa se meu pau sobe quando eu te vejo. –Ele riu me puxando pra ele e mordendo
meu lábio inferior.
Thami: Eu tenho que aproveitar enquanto está subindo né. –Arranhei a barriga dele por dentro de sua
camisa e ele me olhou com cara de cu.
Dog: Suas piadinhas fora de hora me broxam. –Ri alto.
Thami: Perdoa minhas piadinhas e não desiste de mim.
Dog: Você é chata mano.
Thami: Se sou chata porque fica me tarando? –Ri beijando o pescoço dele.
Dog: Fiquei envolvidão. –Ele mordeu meu lábio inferior.
Thami: Muito envolvido?
Dog: Você não faz nem ideia. –Ele me pegou firme ao me beijar após falar, deixando-me completamente
sem fôlego ao reagir. Ele pegava firme no meu cabelo pela nuca e sua língua invadia a minha boca
deliciosamente. Eu fiquei toda arrepiada e suspirei entre aquele beijo gostoso.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 55º capítulo 💎 Imperador narrando
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Resolvi seguir a dica da Thamires, tomei um banho, fui ao mercadinho, comprei miojo e fiz para a Fran.
Eu estava quase terminando quando ela apareceu de banho com uma camisa minha na cozinha.
Imperador: Oi minha menina. –Sorri de lado olhando pra ela tirando o miojo do fogo.
Fran: Isso é miojo?
Imperador: É sim, quer comer?
Fran: Quero. –Coloquei o miojo no prato, ela sentou a mesa e eu coloquei o prato junto com o garfo pra
ela comer.
Imperador: Tem suco quer?
Fran: Quero não, obrigado. –Ela começou a comer bem devagar porque estava quente. Eu que não sou
bobo nem nada, comprei uma quentinha na pensão aqui perto na hora que fui comprar o miojo-. Por que
pra você é comida e para mim é miojo?
Imperador: Porque você negou comida o dia todo e a Thami disse que você ia querer comer miojo.
Fran: Eu ouvi vocês conversando. –Ela riu baixinho, estiquei o braço e fiz carinho no rosto dela.
Imperador: Não quero te ver mal ta ligado? Faço qualquer coisa pra te ver sempre sorrindo. E ta ligado
mina? Acho que o João não ia querer te ver triste, porque pelo que eu sei a meta dele sempre foi te fazer
sorrir.
Fran: Foi sim.
Imperador: A hora do Thierry vai chegar.
Fran: Não quero ver você machucado, Bruno. –Ela colocou a mão sobre a minha e fez carinho olhando
nos meus olhos-. Eu não vou suportar perder mais alguém.
Imperador: Não vai me perder, eu vou está sempre aqui por você. –Dei uma piscadinha pra ela.
Fran: Promete?
Imperador: Prometo.
Fran: Gosto tanto quando me chama de minha menina. –Ela sorriu tímida.
Imperador: Você é a minha menina. –Peguei a mão dela e a beijei.
Fran: Sério?
Imperador: Sério Fran. Você a única pessoa que me importa, você se tornou muito importante pra mim.
Fran: Por mais que eu odeie admitir e também nunca imaginei que fosse dizer isso um dia pra você.
Bruno, você é alguém importante pra mim, você me traz uma paz, um conforto, uma segurança. Algumas
coisas passaram a ficar sem graça depois que ficamos.
Imperador: Vamos continuar ficando? –Eu sorri bobo por saber que eu era importante para ela.
Fran: Vamos. –Ela abriu um sorriso fofo e voltou a comer, então fiz o mesmo.
Meu rádio começou a apitar chamando, fui responder só quando fui pra sala. Não queria a Fran ouvindo
os assuntos do morro.
🔸 Início da Chamada 🔸
Dado: Chefe.
Imperador: Fala.
Dado: Chegou a notícia aqui que o Thierry fugiu para a Colômbia.
Imperador: Ta me tirando porra? E quem assumiu lá o morro?
Dado: Ele deixou o Tota no comando.
Imperador: Deixa comigo parceiro, logo mais to subindo para ai.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Thierry só pode está de brincadeira com a minha cara. Eu não tenho tempo pra ficar fazendo esse
joguinho de cão e rato. Comigo e só no diretão mesmo. Mas se ele está achando que eu vou deixar a
parada esfriar só porque o Tota assumiu lá, ele que está de bobeira. Se não é o Thierry que vai cair, quem
cai é o Tota. Quando virei pra poder ir pra cozinha, a Fran estava parada na porta me olhando.
Imperador: Se eu sai da cozinha era porque eu não queria que você ouvisse minha conversa.
Fran: Você ouve as minhas, por que eu não posso ouvir as suas?
Imperador: Assunto do morro não é assunto com macho.
Fran: Thierry foi embora? É isso?
Imperador: Sim.
Fran: Quem é Tota?
Imperador: Não é da sua conta.
Fran: Por favor, me diz quem é esse Tota.
Imperador: Você conhece por acaso?
Fran: É muita coincidência. –Ela subiu as escadas correndo e eu corri atrás dela.
Imperador: Espera ai Fran, que assunto é esse? –Peguei pelo braço dela.
Fran: Me larga Imperador. –Ela se afastou de mim respirando ofegante e se encostou à parede.
Imperador: De onde você conhece o Tota.
Fran: Totinho.
Imperador: Totinho, mas nego chama de Tota.
Fran: Caíque Marinho não é? Me arruma uma foto dele agora.
Imperador: Você não está falando coisa com coisa.
Fran: Eu estou certa sim. Não é possível isso. –Ela passou a mão na cabeça um pouco atordoada.
Imperador: Olha pra mim. –Falei firme com ela e a fiz parar quieta segurando pelos seus ombros-. Me
explica o que está rolando caralho, odeio quando você fica assim.
Fran: Meu pai se chamava Antônio, todo mundo o chamava de Tota. Eu tive um irmão, mas nunca tive
muito vínculo com ele. Na verdade eu nem me lembro da existência dele, porque muito antes do meu pai
morrer, meu irmão era envolvido com o tráfico e havia metido o pé de casa. Totinho, todo mundo
chamava ele assim. Sabe quando bate um flash na sua cabeça? –Ela disse tudo muito ansiosa e com a
respiração ofegante. Ela mal conseguia parar e me olhar nos olhos.
Imperador: Quantos anos ele deve ter por agora? –Ela começou a contar nos dedos e fez uma cara como
se estivesse pensando.
Fran: Ele deve está agora com uns 30 anos, por ai.
Imperador: Caralho Franciellen sua vida é um rolo mano, puta que pariu. –Larguei ela e encostei na
parede a encarando.
Fran: Desculpa, mas não deve ser o mesmo.
Imperador: É o mesmo caralho, conheço o Tota, já colei em várias festas com ele. Inclusive ele estava no
meu aniversário.
Fran: Havia um mundo de gente no seu aniversário.
Imperador: Olha, eu tenho que da um pulo na boca agora, você fica suave?
Fran: Fico.
Imperador: Pode fazer o que quiser por ai, a casa é sua.
Fran: Eu acho que preciso voltar pra casa dos seus pais. –Eu a abracei e puxei para junto do meu corpo.
Imperador: Você precisa nada, vou pegar umas roupas sua pra você passar uns dias aqui comigo. –Selei
nossos lábios.
Fran: Não gosto de ficar aqui com você. Muito bagunceiro, credo. Pra fazer um miojo viu a louça que você
deixou na pia?
Imperador: Eu ia limpar. –Rolei os olhos.
Fran: Aham sei.
Imperador: Aff, mas vai ficar comigo sim porra, quem manda sou eu.
Fran: Você pode mandar no morro, mas em mim infelizmente você não conseguiu e nem conseguirá. –Ela
me olhou sorrindo e foi andando para o meu quarto.
Voltei para a cozinha, terminei de jantar, voltei para o quarto, escovei os dentes e a Fran estava deitada
na cama assistindo um desenho na TV.
Imperador: Teve infância não? –Olhei pra ela rindo e ela rolou os olhos dando um risinho do tipo “eu acho
que não, estive ocupada sendo mulher do meu padrasto”. Minha cara foi no chão de vergonha, mas ela
não disse nada apenas continuou vendo desenho.
Fran: Sai da frente Imperador, você não é transparente.
Imperador: Você só me trata mal cara. –Fiz cara de pena.
Fran: Vai logo lá à rua porque ai você chega mais rápido. –Deitei em cima da cama e dei vários beijinhos
no rosto dela.
Imperador: E se eu quiser ficar aqui juntinho de você?
Fran: Eu não quero ficar juntinha com ninguém. –Ela cerrou os olhos de brincadeira.
Imperador: Assim você me ofende.
Fran: To nem ai.
Imperador: Bom te ver animadinha. –Dei um beijinho no lábio dela.
Fran: Eu vou ficar bem nego, só preciso de um tempo pra administrar tudo.
Imperador: Tudo bem princesa. –Levantei de cima dela, peguei minha arma e meti o pé de casa. Voei de
moto até a boca e quando cheguei o Russo já estava lá.
Imperador: Qual é o nome do Tota?
Russo: Tota ué.
Imperador: De verdade animal.
Russo: Eu sei lá, pra que eu vou querer saber nome de macho?
Imperador: Porra mano, eu estou achando que ele é irmão da Franciellen. -Ele me olhou assustado.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 53º capítulo 🐾 Russo narrando
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Terminar com a Catarina me feriu por dentro, depois que a raiva passou ficou só a tristeza e o
arrependimento. Eu poderia ter reagido àquela situação de mil e umas maneiras, mas escolhi justamente
aquela que eu com certeza iria me arrepender pra sempre. Depois minha madrinha e ex sogra me chamou
pra conversar, disse que estava muito triste com a minha briga com a Cat, que estava principalmente
triste com a Cat por ter brigado com ela, com o meu padrinho e com o Imperador também. Ela pediu que
eu tentasse conversar com ela, mesmo que a Catarina tenha errado comigo. Então eu terminei de fazer as
paradas que meu pai, tomei um banho e fui lá na casa dela depois que já tinha escurecido. Quando
cheguei a Catarina estava aos beijos com o mesmo cara que havia a trago em casa mais cedo.
Quieto eu cheguei, quieto eu fui embora direto pra boca e lá fiquei fazendo minhas paradas até o
Imperador chegar.
Russo: Como assim irmão da Fran? –Ele começou a me explicar tudo e já entramos em contato com
algumas pessoas pra confirmar tudo isso. O papo era verídico.
Imperador: Mano, o que vamos fazer?
Russo: Se ele está junto com o Thierry nessa mano, nem vou ter pena de matar não.
Imperador: A Fran nem se lembrava dele direito.
Russo: Papo reto, ela devia ser criança porra.
Imperador: Mas e ai porra, o que foi dessa sua cara ai?
Russo: Cara nenhuma porra, estou aqui de boa resolvendo as paradas.
Imperador: Me esconde nada não. –Ele ficou brincando com a arma em cima da mesa me olhando.
Russo: Sabe o que é parceiro? Vou rasgar o verbo contigo, vi a Catarina beijando o cara que veio deixar
ela em casa hoje. Pra quem dizia me amar, o amor acabou rápido não acha?
Imperador: Ela está com raiva.
Russo: Deu irmão, pra Catarina eu não volto mais. Minha madrinha conversou comigo hoje, pediu que eu
fosse falar com a Catarina sabe, pra gente se acertar. Quando cheguei lá e a vi beijando outro homem?
Para, Imperador. Eu não sou bobo, não sou cego, não sou otário. Eu e a Catarina terminamos, ela pelo
visto já superou isso.
Imperador: Sabe o que é? Eu não sei mesmo o que te dizer. Eu conheço a Catarina, ela faz as coisas sem
pensar e depois se arrepende. Te amar, ela te ama sim e na hora da raiva a gente faz cada coisa sem
pensar. Porra mano você agiu errado com ela mais cedo, ai meu pai falou uma par pra ela, minha mãe
também.
Russo: Eu poderia me envolver com qualquer mina, meter o corno na Catarina fácil e ela nunca
descobriria. Mas eu sempre a respeitei, onde quer que eu estivesse e a vendo beijando outro cara o que
você quer que eu pense? Catarina nunca teve postura nenhuma e essa é a verdade. Eu agi errado com ela
e me arrependo. Me arrependo mais ainda de ter apagado todos os meus contatos das minas na boa.
Imperador: Dá o desprezo pra Catarina, segue a tua vida irmão e nem dá mais bola pra ela. Tu foi o
melhor cunhado que eu já tive e ta ligado nisso. Catarina vai quebrar a cara feio por ser arrogante.
Russo: Pra ela eu desejo tudo o que é bom, mas não vou ficar sofrendo por ela.
Imperador: Não vale a pena, papo reto.
Russo: Nem vale. –Trocamos uma ideia firme e depois eu fui pra casa. Tomei um banho, fiquei só de
cueca, liguei o ar-condicionado e me joguei na cama. Peguei meu celular e vi que tinha lá a conversa com
a Luana de mais cedo.
🔸 Início da Conversa 🔸
+55 21 9xxxx-xxxx: Russo, eu sei que a situação ai no morro não está nada boa, que você e o pessoal
estão estressados com tudo por ai. Mas meu aniversário está chegando e eu queria pelo menos sair com
alguns amigos. Avisa ao Imperador e as meninas 🙅🏼 (15:40)
Russo: Quem é? (15:42)
+55 21 9xxxx-xxxx: Apagou meu número né? (15:42)
Russo: Apaguei o número de geral. (15:43)
+55 21 9xxxx-xxxx: Luana.
Russo: Oi loira, apaguei mesmo.
Eu estou firme, pode ter certeza. Eu vou ver com o Imperador e as meninas.... (15:43)
Luana: Catarina também está convidada ok? (15:44)
Russo: Eu duvido muito ela ir, terminamos. (15:45)
Luana: Sinto muito. (15:45)
Russo: Estou indo trabalhar, logo mais te chamo. (15:46)
Luana: Beijos. (15:46)
Russo: Voltei loira. Me responde rápido porque eu não gosto que demorem. (Agora)
Luana: Você é muito abusado isso sim.
Russo: Sou mesmo.
Luana: Estava aonde?
Russo: Trabalhando oxe.
Luana: O dia todo?
Russo: Sou trafica, mas sou responsável.
Luana: Responsabilidade não tem nada a ver com você.
Russo: E nem com você.
Luana: Olha você não me irrita que se não vou te bloquear.
Russo: Bloqueia caralho, eu tenho mais sete celulares aqui.
(...)
🔸 Fim da Conversa 🔸
Eu virei a noite conversando com aquela doida, pelo menos me fez esquecer-se da Catarina.
Três semanas passaram corridas pra caralho ali na favela. Eu ocupei minha mente, cada corre que
aparecia eu me metia e foda-se. As coisas estavam quentes entre a Catarina e os pais dela, eu preferi
nem saber porque eu sei que minha vontade de ir atrás da Catarina falaria mais alto do que meu orgulho.
O JR proibiu o Guilherme, boyzinho da Catarina, de subir aqui no morro. E pra ver como as coisas estavam
quentes, o Imperador até pediu pra Fran ficar lá pela casa dele pra não ficar se metendo na treta entre os
três.
O aniversário da Luana é hoje, quarta-feira, pedi para uma mina comprar o presente dela no shopping e
fui fazer meus trabalhos.
Imperador: Mano. –O Imperador chegou a boca coçando a cabeça e com uma cara de preocupado.
Russo: Qual foi viado? O que está pegando?
Imperador: Acabei de chegar da casa da Manu. –Ele puxou um banquinho e sentou. Fechei a mochila
carregada de coca e joguei em cima dele.
Russo: Entrega ao Dado depois.
Imperador: Já é.
Russo: Conta pra mim o que houve lá na Manu? Ficou com ela parceiro?
Imperador: Longe disso e você não pode contar nada disso pra Fran.
Russo: O que é mano?
Imperador: Manu está grávida e está dizendo pra todo mundo que o filho é meu. –Dei risada.
Russo: Caralho mano e agora?
Imperador: Eu cheguei pra ela e falei que só ia falar que é meu com teste, meti o pé de lá. Quando
cheguei aqui no morro, o pai dela me passou um rádio e meteu maior louco pra cima de mim. Mano, o
Vigarista vai me matar caralho. –Ele falava sério e eu não me aguentei, sentei na cadeira rolando de rir da
cara de cagão dele.
Russo: Ah seu viado, você está muito fodido.
JR: Qual é a graça aqui ein? –Ele entrou na boca.
Russo: E ai padrin, está sabendo da novidade? Tu vai ser vovô.
Imperador: CALA A BOCA RUSSO. –Ele me repreendeu com o olhar. Em seguida meu pai entrou na sala
rindo de algo no celular.
JR: Qual foi Imperador? –Ele olhou para o Imperador-. Você engravidou a Franciellen caralho?
Pezão: Eita porra, Franciellen está grávida?
Imperador: Vão tomar no cu porra. –Ele levantou puto e sai dali.
Russo: Eita cuzão, ai coroada vou meter o pé que hoje é dia de festinha. –Dei risada e meti o pé pra
minha casa. Quando cheguei, havia mensagem da Luana no meu cel.
🔸 Início da Conversa 🔸
Luana: Você também não vai hoje? 😔
Russo: O que? Eu vou ué.
Luana: Pelo menos você vai, todos os meus amigos e amigas arrumaram uma desculpinha dizendo que
não vai. 😔
Russo: Eita caralho.
Luana: Muita sacanagem sabe? Eu estou do lado de todo mundo pra tudo, agora quando chega o meu
aniversário ninguém liga pra mim. O Imperador eu entendo, a Manu está grávida e ele tem que contar pra
Fran. Mas poxa, foi cada desculpinha ridícula que me deram.
Russo: Loira 😔 Fica assim não. Oh, se arruma ai, que eu vou me arrumar aqui. Assim que eu terminar
vou colar na sua casa, você é gente boa pra caralho e eu vou me esforçar pra te dar o melhor aniversário
do mundo.
Luana: Sério? 😍
Russo: Sério loira, até mais tarde.
Luana: Até mais tarde 😍
🔸 Fim da Conversa 🔸
É chato você fazer aniversário e seus amigos te largarem de lado pra fazer outras coisas. Eu não poderia
fazer isso com a Luana, não foi assim que a minha mãe me criou. Terminei de me arrumar, sai de casa e
entrei no meu carro. Liguei o som no último volume e fui descendo o morro. Logo peguei a avenida e já
fui diretão para o morro onde a Luana morava. Quando cheguei, os homens me fizeram abaixar o vidro e
ao me verem liberaram minha entrada. Subi o morro até a casa da Luana, ela morava com os pais.
Quando cheguei, sai do carro e a mãe dela estava saindo no portão.
Ninja: Fazendo o que por aqui Russo?
Russo: Vim buscar a Luana.
Ninja: Hmm... O que você quer com a minha filha? –Ela cruzou os braços e arqueou a sobrancelha. Meu
cu tranca pra ela fácil, sei das coisas que ela já fez e porra não tem ninguém que não tenha medo. Eu dei
dois paços pra baixo e encostei-me ao meu carro.
Russo: Que isso tia, com todo respeito.
Ninja: Respeito é o caralho, você e o Imperador estão cheio de foguinho com as meninas do meu marido.
Russo: Eu... Eu... Que isso... –Não sabia nem o que responder.
Luana: Já chega não é mesmo, mãe? –Ela saiu no portão rindo e segurando a mão pela mão-. Não precisa
fazer o papel do meu pai.
Ninja: Estou de olho em você dona Luana.
Luana: Calma mãe, quantos ciúmes.
Ninja: Ciúmes nada.
Luana: Amo a senhora, beijos. –Ela beijou a bochecha da Ninja-. Até mais tarde.
Ninja: Usa a cabeça ein Luana.
Luana: Sempre uso.
Ninja: Estou de olho em você Igor. –Ela me encarou e entrou em casa em seguida e eu pude respirar.
Russo: Sua mãe é osso viu. –Olhei pra ela que estava linda.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 54º capítulo 🎀 Luana narrando
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
A gente só sabe quem são seus amigos de verdade em dois momentos: Na doença e quando você resolve
não faz uma festa. Depois do aniversário da Catarina e do Imperador, de alguma forma meus pais ficaram
sabendo da minha confusão com a Catarina e eu tomei um belo de um castigo. E nesse tempo meus
amigos iam me chamando pra sair, como eu não podia, eles foram se afastando de mim. Todo santo dia
meu pai jogava na minha cara mostrando como eu só andava com amizade errada, como ele não queria
que eu me perdesse na vida, que eu era muito nova para certas coisas. No momento eu ficava com muita
raiva, então minha mãe vinha e me mostrava como a minha vida estava caminhando para um lado ruim.
Chegou meu aniversário e ninguém quis ir, senti a solidão na pele e eu sempre odiei andar sozinha. Na
favela, como meu pai é o dono, as piranhas me temem ainda mais porque eu adoro um barraco e não
perco uma porrada pra quenga nenhuma. Tendo uma mãe como a minha eu não posso chegar a casa
chorando porque apanhei na rua.
Agora com essa novidade de que a Manu estava grávida, minha mãe conversou muito comigo para não
fazer as mesmas coisas que a Manu estava fazendo. Eu desconfiava de que o filho não era do Imperador,
por ela não ponho a mão no fogo. Mas como ela fez a cabeça do meu pai, ele estava puto com o
Imperador. Como se o Imperador tivesse gozado na camisinha e de madrugada invadiu o quarto da Manu
e jogou a porra na buceta dela. Ah me poupe, meu pai tem que ver que a filha dele é uma naja.
Depois que a minha mãe entrou, eu tive que rir da cara de alívio do Russo.
Luana: Você é muito medroso, minha mãe não faria nada com você. –Ri.
Russo: Ah não... Ela mete o louco igual o meu padrinho.
Luana: Isso é verdade.
Russo: Feliz aniversário princesa. –Ele estendeu os braços e eu fui abraçá-lo-. Comprei um presente pra
você.
Luana: O que é?
Russo: Perai. –Ele abriu a porta do carro e pegou uma bolsinha da Cartier que eu quase desmaiei quando
vi-. Coisa simples, liga não. –Eu abri a bolsinha que havia uma caixinha dentro. Dei a bolsinha pra ele e
abri a caixinha com uma pulseira linda de ouro rosa.
Luana: Que linda, puta que pariu Russo. –Eu sorri toda boba abraçando ele.
Russo: Ai princesa nunca mais me pede nada.
Luana: Depois dessa não peço mesmo não. –Deve ter sido uma baba de tão cara essa pulseira.
Pulseira: http://goo.gl/HKuiXp
Russo: Boba. –Ele beijou minha testa.
Luana: Eu vou usar é agora. –Tirei a minha pulseira e o Russo colocou a que ele me deu-. Melhor
presente, além da sua presença. –Dei outro abraço nele-. Muito obrigado nego.
Russo: De nada baixinha. Então, vamos?
Luana: Vamos para alguma chopperia? Eu desmarquei na pizzaria.
Russo: Que nada, vamos para o shopping, estreou Esquadrão Suicida.
Luana: Você no shopping? –Olhei rindo-. Você nem curte.
Russo: Não curto porque eu nem posso muito né loira. Mas bora, antes que a sua mãe ligue mandando
você voltar pra casa.
Luana: Fica rindo vai. –Entramos no carro dele e ele deu partida.
No caminho ele ligou o som em um funk, fomos cantando e dançando até o shopping que não era muito
longe dali. Quando chegamos, saímos do carro e fomos andando entrando no shopping.
Russo: Vou mentir não, mas estou cheio de fome.
Luana: Quando você não está cheio de fome não é?
Russo: Em vários momentos, tipo quando eu estou dormindo eu não sinto fome.
Luana: Aham, sei Russo. –Rolei os olhos.
Russo: Vai ficar me tirando loira?
Luana: Vou sim.
Russo: Vem cá tampinha. –Ele colocou o braço em cima da minha cabeça fazendo de apoio.
Luana: Vai se fuder Russo. –O empurrei de lado.
Russo: Para de ser trouxa, tampinha.
Luana: Não me chama de tampinha.
Russo: Tampinha. –Chegamos à parte do cinema, ele não me deixou pagar nada-. Hoje é o seu
aniversário
Luana: Não precisa me bancar em tudo.
Russo: Caralho eu estou aqui sendo uma pessoa de bom coração e você ainda reclama.
Luana: Reclamo nada. –A fila para o filme não estava tão cheia assim, ainda bem que chegamos bem na
hora da sessão. Não ia querer ficar esperando muito também. Fomos sentar lá no fundão e eu comecei a
comer a minha pipoca.
Russo: Espera o filme começar sua gulosa.
Luana: Não me estressa ein. –Dei um beliscão nele. O filme não demorou quase nada pra começar. Ele
passou o braço em volta do meu pescoço e porra não deu pra segurar. Tudo o que eu sentia por ele antes
eu já sentia que estava voltando mesmo que eu lutasse para não estragar essa amizade que estava
rolando entre nós dois.
Russo: Está gostando do filme? –Ele perguntou no meu ouvido e eu me arrepiei toda.
Luana: Não entendo nada dessas coisas, mas até que é bom. –Respondi olhando pra ele. O olhar dele se
fixou ao meu e eu senti o clima rolar ali, porém eu peguei o copo de refrigerante e tomei me afastando
dele. Não iria perder o Russo logo agora que ele estava sendo tão legal comigo. Não queria me apegar
mais ainda e depois do nada ele aparecer dizendo que está namorando novamente com a Catarina. Na
metade do filme eu havia me perdido, mas ficar ali com o Russo estava bom demais.
Eu deitei com a cabeça no peito do Russo depois que tudo que compramos pra comer já havia acabado.
Ele ficou fazendo carinho no meu braço e deu um beijo no topo da minha cabeça. Como prestar atenção
no filme assim meu Deus? Minha Nossa Senhora das Faveladas, dai-me sabedoria para não pular no colo
desse homem na frente de todo mundo.
Luana: Aquele casal ali pagou caro pra poder ficar se pegando no cinema. –Comentei de um casal que
estava na nossa frente e não paravam um segundo sequer de se beijar.
Russo: Deixa o povo ser feliz. –Ele riu baixinho.
Luana: Mas é sério, uns pegas dentro do carro é mais barato.
Russo: E o ar-condicionado? Gasta pra caralho também.
Luana: Você me entendeu Russovaldo.
Russo: Para de me chamar assim tampinha.
Luana: Te chamo do jeito que quiser.
Russo: Eu vou te dar um beliscão jaja.
Luana: Para de me amar um pouco.
Russo: Você que me ama garota. –Ele riu baixinho.
Luana: Fica quieto que se não o povo vai reclamar da gente conversando.
Russo: Vamos fazer uma coisa que precisa de silêncio então. –Ele deu um beijinho na minha testa.
Luana: Você está cheio de segunda intenção.
Russo: Você está linda demais e eu não vou pra casa antes de fazer o que eu quero.
Luana: O que você quer? –Olhei pra ele no mesmo momento em que ele olhou pra baixo.
Russo: Um beijo seu loira. –Ele tocou minha bochecha.
Luana: Não acho que devemos, não quero perder sua amizade.
Russo: Não é o que você sempre quis? Não entendo mina.
Luana: A intenção é ser o melhor aniversário da minha vida.
Russo: E não está sendo bom?
Luana: Está sendo, se a gente ficar e um dia você me deixar chupando dedo eu vou me lembrar desse
dia. Não quero estragar.
Russo: Mas já ficamos antes.
Luana: Antes era diferente.
Russo: O que mudou agora?
Luana: Você ama outra garota, Russo.
Russo: Beleza loira.
Luana: Beleza. –Virei pra tela, mas ele não me deixou sair do peito dele e ele ainda continuou fazendo
carinho.
Mais tarde o filme acabou e saímos da sala de cinema. Fomos à sala de jogos e brincamos igual criança.
Eu estava feliz por ter dito não ao Russo, mas um pouco triste também porque eu estava louca pra dar
uns beijos naquela boca gostosa dele. Eu sei o quanto fiquei triste em ver ele com a Catarina, mas são
coisas do passado.
Depois de terminarmos de lanchar no Burger King, o shopping já estava “fechando”, então resolvi ir ao
banheiro. Quando cheguei para a minha surpresa a Catarina estava lá dentro lavando as mãos.
Luana: Oi prima. –A cumprimentei só para não ser mal educada, entrei na cabine, urinei e depois sai. A
Catarina estava ainda lá olhando-me como se fosse me matar.
Catarina: Se divertindo bastante com o meu ex, prima? –Ela riu debochada enquanto eu lavava as mãos.
Luana: Bastante, Russo é uma boa pessoa.
Catarina: Deprimente os dois, pior ainda é você se alimentando com os meus restos. –Dei uma risada,
peguei papel e comecei a secar minha mão.
Luana: Russo é aquele tipo de pessoa que tem muito a oferecer e acaba fazendo caridade com pessoas
que só aparentam ter algum tipo de conteúdo. Catarina, não estraga meu aniversário, não estou com o
Russo pegando o seu resto. Ele está sendo meu amigo e tornando minha noite incrível. Passar bem,
Catarina. -Amassei o papel e joguei no lixo. Sai do banheiro com meu coração acelerado. Encontrei com o
Russo me esperando do lado de fora.
Russo: Pensei que você tivesse caído na privada.
Luana: Eu não aguento mais suas piadinhas.
Russo: Calma acerolinha. –Ele me abraçou de lado bem no momento que a Catarina passou pela gente.
Catarina: Oi ex, oi Xerox. –Ela passou andando mexendo no cabelo e foi ao encontro de um garoto o
beijando em seguida. Olhei para o Russo que estava com o olhar preso no dela.
Luana: Olha não da ideia. –Segurei na mão dele fazendo carinho.
Russo: Vamos embora.
Luana: Vamos. –Depois disso o Russo ficou super seco comigo, falando pouco e eu não insisti. Ele parou o
carro em frente a minha casa-. Obrigado pela noite.
Russo: Desculpa Luana, eu não queria que acabasse assim. Iria te levar para outro lugar, mas não estou
com cabeça.
Luana: Tudo bem eu entendo. –Beijei o rosto dele-. Fica bem.
Russo: Vou ficar, se cuida acerolinha.
Luana: Se cuida também. –Sai do carro e entrei na minha casa. Encostei-me ao meu portão sentindo um
peso grande no meu coração, não iria rolar mesmo eu e ele ficarmos desse jeito. Impossível o Russo
esquecer a Catarina assim de uma hora para outra, só a presença dela e ele já mudava completamente.
Entrei em casa e a minha mãe me esperava na sala.
Ninja: Como foi lá filha?
Luana: Fomos ao cinema e foi legal.
Ninja: E que cara é essa?
Luana: Nada mãe, só quero ir dormir.
Fui para o meu quarto, tomei um banho, coloquei uma roupa folgada e deitei pra poder dormir.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 55º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Esses dias com o Imperador estavam sendo interessante, ele estava ao meu lado para tudo, até mesmo
quando eu xingava por ter batido o dedinho em algum canto. Ele foi minha fortaleza quando eu fui a casa
de uma tia do João contar sobre a notícia. A dor era crescente dentro do meu peito e o Imperador me fez
aceitar o fato de que o João não voltaria e que era para eu lembrar sempre dos momentos bons. Os dias
mais tristes ele e a Thami se juntavam para fazer miojo para mim. Tendo os dois por perto eu não
precisava de mais nada. Fora os pais do Imperador que eram um amor só comigo.
O assunto do Tota eu quis deixar baixo, nem quis falar com o Imperador sobre isso. Não estava com
cabeça pra ficar perguntando neguinho se era meu irmão ou não.
O Imperador chegou às 20 horas em casa meio atordoado, pensei até que ele havia usado alguma
parada, mas sabia que o lance dele era só maconha e cigarro. Eu estava sentada no sofá assistindo TV
quando o Imperador passou pra poder sair todo arrumado e cheiroso.
Fran: Bruno, eu fiz o jantar. Não vai ficar pra comer? –Não que a vida do Imperador seja da minha conta,
mas pra quem dorme comigo todo santo dia e diz que quer ficar comigo no sério, pelo menos uma
justificativa né? Eu tenho que saber o que está rolando.
Imperador: Ah foi mal, morena... Eu já jantei. –Ele respondeu com a mão na maçaneta.
Fran: Não faz mal. –Sorri sem graça-. Aconteceu alguma coisa?
Imperador: Não, nada disso. Não precisa se preocupar, vou resolver uns assuntos na rua e depois eu
volto.
Fran: De boa. –Voltei a ver TV e ele saiu. Sabe aquela sensação pesada que seu peito fica? Aquele
sentimento de insuficiência? Eu já vi essa situação mil vezes. Lógico que o Imperador não ficaria só
comigo e eu estava incomodando dentro da casa dele.
Desliguei a TV e fui arrumar minhas coisas no quarto dele. O ruim de você morar com os outros é que
você acaba se acostumando e eu me esqueci de arrumar um canto pra poder morar. Na casa dos pais do
Imperador a situação estava muito difícil com a Catarina e todo dia rolava um barraco diferente, a Babi
vivia desabafando comigo dizendo que estava se sentindo mal por não saber o que fazer com a Cat e o JR
no momento das brigas.
Terminei de arrumar minhas coisas, sentei na cama e peguei meu celular. Ia mandar uma mensagem pra
Thami perguntando se eu poderia dormir com ela, mas com certeza ela estava com o Dog e só veria mais
tarde. Eu não fui para o colégio justamente por causa dela, porque ela meteu um k.o para o pai dela
dizendo que iria ficar aqui comigo. DROGA! O pai dela está aqui no morro.
Eu pensava em um monte de coisa ao mesmo tempo, acabei sentando na cama do Imperador.
Fran: Ótimo, eu não posso sair daqui enquanto Thamires não terminar de transar. –Peguei meu celular e
fiquei mexendo. Do nada chegou a mensagem de um número desconhecido.
🔸 Início da Conversa 🔸
+55219xxxx-xxxx: Ouvi dizer que estava atrás de mim.
Fran: Quem é?
+55219xxxx-xxxx: Você me procura e eu que tenho que responder quem é?
Fran: Se eu não quisesse saber quem é que está me enviando mensagem não estaria perguntando.
+55219xxxx-xxxx: A linda é bem grossinha.
Fran: Sou mesmo.
+55219xxxx-xxxx: Deveria tomar cuidado.
Fran: Não tenho medo de ninguém.
+55219xxxx-xxxx: Tapa de irmão mais velho sempre dói pra caralho.
Fran: Hmmm Caíque? Até havia me esquecido que tenho irmão, por ironia do destino acabei lembrando.
+55219xxxx-xxxx: O que você quer comigo? Não quero você abrindo a boca pra minha mãe que estou de
volta na área.
Fran: Aprendi muito bem como ficar calada.
+55219xxxx-xxxx: O que você está fazendo metida na casa do Imperador, Franciellen?
Fran: O lindo sabe meu nome.
+55219xxxx-xxxx: Não brinca comigo garota.
Fran: Quem me chamou foi você meu bem, vai ter que engolir meu deboche.
+55219xxxx-xxxx: Tem medo de morrer não?
Fran: Teria coragem de matar sangue do seu sangue?
+55219xxxx-xxxx: Eu quero ver você.
Fran: Não vou ver você sozinha. Imperador me mata.
+55219xxxx-xxxx: Imperador está curtindo o bebê na barriga da mulher dele, aproveita que o Russo
também não está na área.
Fran: Bebê?
+55219xxxx-xxxx: Não sabia? Desculpa meu veneno ter escorrido um pouco demais agora.
Fran: Vai se fuder Caíque.
+55219xxxx-xxxx: Salva meu número que eu quero ver sua cara.
Fran: Vou salvar caralho nenhum, você não me manda.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Eu parei de responder no momento em que a porta do quarto se abriu e um homem alto parou na porta
com o celular na mão.
Xxx: Oi irmã, certeza que não quer salvar meu número? –Ele sorriu. Puta que pariu, que sorriso é esse?
Fran: Sai daqui Caíque, Imperador vai matar você se te ver aqui.
Tota: Me chama de Tota, Caíque é muito íntimo. –Ele veio até a cama já sentando e eu levantei em um
pulo indo em direção ao guarda roupa.
Fran: Eu não quero falar com você, já disse.
Tota: Claro que você quer. –Ele franziu o cenho rindo e piscou.
Fran: Não quero, infelizmente eu me lembrei de você.
Tota: Infelizmente? Assim você me magoa. –Ele fez cara de pena.
Fran: O que você quer merda? –Cruzei os braços tentando esconder o medo que estava sentindo.
Tota: Então quer dizer que você é a bela dama dos caras? –Ele riu-. Não resisti ao saber que você estava
me procurando ainda mais que temos o mesmo sangue. Não se sabe muito bem, mas eu sei que essa
treta que está rolando é a seu respeito. O que você fez ein Franciellen? Thierry fugiu, JR e Imperador
cortando os laços com o tráfico do morro que eu to comandando. –Ele levantou da cama e parou na
minha frente com os braços cruzados-. Você não é a mais a garotinha magrela que eu deixei pra trás.
Fran: Você não é tão amigo do Thierry? Pergunta o que ele fez.
Tota: Quero saber da sua boca. –Ele se aproximou e segurou meu rosto com a mão. Eu grudei o corpo no
guarda-roupa e senti raiva quando ele fez isso. Ele me imobilizava com a outra mão.
Fran: Me larga seu estúpido.
Tota: Eu só largo quando você me responder o que eu quero. Tudo gira em torno de dinheiro e droga
Franciellen, não vou deixar uma garota qualquer interferir nisso.
Fran: Pergunta aos seus informantes. Eu não devo nada a você.
Tota: Pra que saber meias verdades se eu posso extrair tudo da fonte? –Ele não tirava o sorriso
presunçoso do rosto e isso me dava mais raiva. Eu tentava me soltar e ai mesmo que ele me prendia
mais.
Fran: Você nunca vai extrair nada de mim.
Tota: Você está com medo de mim? –Ele riu me largando. Eu nem percebi que ele havia me levantado do
chão.
Fran: Me poupe né querido. –Disse passando a mão no rosto e no braço onde ele havia deixado marcado.
Tota: Não sou um cara mau, Franciellen, mas não vou facilitar nada se eu souber que você é um prejuízo.
Fran: Eu não prejudiquei ninguém.
Tota: Ah não? Então me explica por que eu perdi 10 homens nessa manhã?
Fran: Eu to nem ai para os seus homens, por mim todos podem ser mortos. Um líder se não conhece seus
homens não é um líder. Ou seja, você não é ninguém. –Endureci o olhar pra ele.
Tota: Você apenas tenta fazer cara de má, mas fica tão lindinha. –Ele riu debochando.
Fran: Onde você esteve todo esse tempo?
Tota: Eu faço as perguntas.
Fran: Coopera e eu explico essa guerra.
Tota: Você não manda em porra nenhuma.
Fran: Não foi determinado em momento algum um líder nessa conversa, então responde as minhas
perguntas e eu respondo as suas.
Tota: Você é marrenta pra caralho, merece uns tapas.
Fran: Vou nem dizer o que você merece. –Cruzei os braços e o olhei dos pés a cabeça parando nos olhos
dele-. Vou repetir: Onde você esteve?
Tota: São Paulo.
Fran: Por que foi embora?
Tota: Eu ia ser preso, então fui tirar umas férias.
Fran: Sabe que o meu pai morreu?
Tota: Não quero falar do pai. –Ele pareceu ficar triste com isso, mas logo disfarçou.
Fran: Pois eu quero falar muito do pai. Você me largou com a minha mãe, você não sabe o que eu tive
que aturar com a minha mãe por perto, não sabe das paradas que rolou na minha vida para eu está aqui
no quarto do Imperador. Então você não vem com esse papo de macho alfa para cima de mim, porque a
partir de hoje quem dita as regras sou eu.
Tota: O que você queria? Que eu fosse preso?
Fran: Antes preso como homem do que fugir feito rato.
Tota: Meça suas palavras.
Fran: Você mediu suas atitudes? Acho que não. –Rolei os olhos.
Tota: Como está a mãe?
Fran: Não sei dela já faz um tempo e não quero saber também.
Tota: O que aconteceu depois que o pai morreu?
Fran: Você quer realmente saber? Porque eu acho que o rato que vive dentro de você não é capaz de
suportar.
Tota: Você está é com muita marra, tu não sabe porra nenhuma de mim. –Ele ficou puto e ele já não
tinha o sorriso no rosto há muito tempo.
Fran: E você chegou aqui achando que sabia algo sobre mim. –Andei de um lado para o outro no quarto-.
Achando que me amedrontando funcionaria. Eu já lidei com homens do seu tipo meu bem, pois fique
sabendo que eu não tenho mais medo.
Tota: Você é mulher do Imperador, Franciellen? –Ele me pegou de uma só vez pelo braço e fez com que
eu calasse a boca.
Fran: Não.
Tota: Você já falou demais, quero saber de uma vez por toda: Qual a sua relação com a fuga do Thierry?
Fran: Thierry é um estuprador nojento, rato como você. Ao invés de bater de frente preferiu fugir.
Tota: Ele foi negociar lá fora.
Fran: Chame como quiser. –Arqueei uma das sobrancelhas-. Pois lá vem a bomba, você estava no
aniversário do Imperador que já me falaram, sabe que cancelaram a festa. Sabe o motivo? Se soubesse
não estaria aqui, pois bem, o Thierry abusou de mim nessa festa e quase me matou. Já não bastasse a
humilhação que ele me sujeitou, ele começou a me ameaçar e ao Imperador também. Então o JR e o
Imperador reagiram e cortaram as relações. O Thierry matou o João brutalmente, logo o João que fez
tanto por mim na pior época da minha vida... –Droga eu estava chorando.
Tota: Quem é João? O cara que o trem pegou? –Ele deu uma risadinha.
Fran: Você está rindo seu nojento? –Olhei com nojo pra ele-. O João foi a minha salvação, a pessoa que
ficou do meu lado, que me levantou enquanto você estava em São Paulo se divertindo com mulheres e
bebidas. O mesmo João, muitas vezes me defendeu do meu padrasto, o homem que a minha mãe
substituiu nosso pai. Ele bate na minha mãe, a ofende e como o Thierry me usou como objeto de prazer.
E você ainda ri? Você ainda consegue sentir orgulho do trem? Você ainda se orgulha de ter fugido
enquanto eu ia me esquecendo de um irmão mais velho que deveria ter me protegido. Você não é meu
irmão, Caíque. Nem deveria usar o apelido do papai, porque você não é motivo de orgulho para ele. –Ele
me soltou perplexo, com o olhar vidrado no meu.
Tota: Franciellen...
Fran: Vai embora daqui Caíque. Continua agindo como se eu não existisse.
Tota: Não... –Eu dei as costas para ele, peguei minha mochila e comecei a sair dali. Ele me pegou pelo
braço e me jogou contra a parede.
Fran: Me larga.
Tota: Me ouve Franciellen.
Fran: Não quero ouvir você. –Virei a cara.
Tota: Eu ia ser preso porra e se ficasse aqui iriam me matar. –Ele falou nervoso.
Fran: Você só voltou por interesse, Tota. –Debochei.
Tota: Não me julga errado, como eu voltaria pra casa? Me explica!
Fran: Como você teve coragem de me esquecer? Como ignorou toda a existência da nossa família?
Tota: Eu nunca deixei de amar vocês. –Ele falou segurando meu rosto e me fazendo olhar pra ele
enquanto eu fechava os olhos tentando conter as lágrimas.
Fran: O que é mais importante: o morro ou eu? –Abri os olhos e parei de lutar-. Me responde agora,
Caíque. Ou sou eu ou é o morro. De qual lado você vai ficar? A lei do morro é dura, o que você faria com
o homem que estupra? -Ele se afastou de mim, levantou a camisa mostrando uma barriga toda tatuada e
tirou sua arma a colocando no chão. Meu coração batia acelerado, parecia que ia sair da boca a qualquer
momento. Ainda agachado no chão, ele olhou para mim.
Tota: Eu sou um homem agora, errei pra caralho no passado. Você antes do morro, Franciellen. Se eu vim
atrás de você era pra saber da verdade, não esperava que essa fosse a real situação. Eu vim com o intuito
de te matar mesmo, não vou mentir, pensei que tu tivesse virado uma piranha de bandido. Não diz que eu
não sou seu irmão, porque eu sou. Posso não merecer, mas eu vou mostrar que sou diferente. Deixa eu te
conhecer, Fran. –Fiquei quieta recuperando meu fôlego tentando processar as palavras dele.
Fran: Levanta do chão, não tem cadeira em casa não? –Ele deu uma risadinha e levantou vindo me
abraçar e eu pude sentir o cheiro gostoso do perfume dele.
Tota: Quero que você conheça minha mulher e a minha filha.
Fran: Eu tenho sobrinha?
Tota: Tem sim, pequena. Quantos anos você está agora?
Fran: 17.
Tota: Verdade, você era mó pirralha quando eu meti o pé.
Xxx: QUE PORRA É ESSA? –Olhei para o lado da escada e o Imperador estava parado na escada já com
arma em punho.
Fran: Imperador não faz isso. –Entrei na frente do Tota e o segurei.
Imperador: O que ele está fazendo aqui, Franciellen?
Tota: Eu só vim conversar com ela, calma cara.
Imperador: Calma é o caralho, Franciellen sai da frente agora.
Fran: Bruno, por favor, não faz isso. Apenas conversamos, ele não sabia do que o Thierry havia feito. –Eu
fui me aproximando do Imperador com a arma mirada pra mim.
Imperador: Eu disse que não queria você metida com os assuntos do morro, Fran. –Ele me olhou bravo
agora com a arma por cima do meu ombro. Ele desceu o olhar para mim e eu não tirei o meu olhar do
dele.
Fran: Abaixa a arma, Bruno, vamos conversar lá embaixo. Por favor, neguinho. –Coloquei a mão no peito
dele.
Imperador: Tudo bem. –Ele abaixou a arma e eu olhei para o Tota que estava parado no corredor com os
braços cruzados.
Fran: Vamos lá pra baixo. –Passei pelo Imperador e comecei a descer as escadas.
Tota: Que isso cara, somos parceiros.
Imperador: Não sou parceiro de ninguém. –Ele disse mal humorado.
Fran: Não deixa o Russo te ouvir falando isso.
Tota: Fiquei curioso demais para descobrir mais sobre a minha irmã. –Sentamos no sofá e o Imperador
colocou a arma na mesa de centro e olhou fixo para o Tota.
Fran: Eu vou dar um soco em você. –Olhei para o Imperador.
Imperador: Não estou com paciência hoje.
Tota: Então acho melhor eu voltar outro dia.
Imperador: Também acho, volte para o buraco de onde você não deveria ter saído e cuidado para não
tomar um tiro na saída. –Ele levantou do sofá e abriu a porta.
Tota: Vou te obedecer cunhadinho. –Ele riu debochado, levantou do sofá e passou pelo Imperador, que
bateu a porta com força quando o Tota saiu.
Fran: Qual foi Imperador? –Levantei do sofá, cruzei os braços e olhei para ele.
Imperador: Você o convidou pra cá? –Ele me olhou bravo.
Fran: Não, ele me procurou no Whatsapp e do nada ele já estava aqui dentro de casa.
Imperador: Como assim porra?
Fran: Eu não sei por onde ele entrou, eu juro.
Imperador: Eu quero saber de tudo o que rolou, pode falando. –Ele sentou aborrecido no sofá.
Fran: Por que eu tenho que te contar algo? Você não me conta nada. –O encarei ainda em pé.
Imperador: Não tenho nada pra te contar, já disse.
Fran: Eu acho que você ser pai já é muita coisa para poder me contar. –Ele pareceu mais aborrecido ainda
quando eu disse isso.
Imperador: Quem disse isso para você?
Fran: A fofoca corre no morro. –Ele ficou quieto respirando pesado e abaixou a cabeça-. Você não tem
que me dar satisfação de nada, Imperador. Eu não sou nada sua e você nada meu, então se você arruma
filho na rua não precisa me esconder. Não estou aqui pra ser sua fiel e muito menos alguma trouxa que
fica com a barriga na boca do fogão pra você.
Imperador: Eu sabia, mano. Eu sabia porra. –Ele falou passando a mão na cabeça.
Fran: Sabia de que?
Imperador: Que você ia embora e ia me deixar. –Ele levantou do sofá e me olhou. Os olhos deles não
estavam mais com raiva, ele parecia está triste ao falar isso-. Porra mina, a gente está numa brisa boa pra
caralho, eu sabia que a Manu ia infernizar. Vai embora não porra, não quero que você vá. Porra Fran, meu
lance com a Manu é antigo, ela ta de barriga já de dois meses. Eu não tenho certeza que é meu. Caralho
fala alguma coisa. –Ele falou desesperado e me pegou pelos braços-. Não fala que a gente não tem nada
não porra.
Fran: Por isso você está estranho comigo desde cedo?
Imperador: Você queria que eu estivesse feliz? –Ele se afastou e sentou no braço do sofá-. O filho não é
de uma mulher que eu considero, minha época com a Manu já foi, meus olhos estão abertos pra ela
agora. Perdi meu tempo batendo boca com a minha mãe por causa da Manu pra saber que a minha coroa
estava certa em tudo. Agora o pai da Manu já meteu maior louco em cima de mim, já viu o pai da Manu
porra? Dá dois do meu pai. Se ele tiver que subir aqui pra me matar ele sobe caralho.
Fran: E onde você foi mais cedo? –Olhei pra ele tentando conter meus ciúmes. Foda-se a gravidez da
Manu, ele saiu todo arrumado como se tivesse ido pegar mulher sim.
Imperador: Eu fui à casa da Manu, o pai dela estava lá porra. A Manu fez a doida lá, disse cada coisa e o
pai dela acreditou. Contou até do dia que a amiga dela me viu beijando você em frente ao seu colégio.
Fran: Bem feito. –Cruzei os braços e fiz bico.
Imperador: Bem feito, Fran? Caralho...
Fran: Não mandei você se envolver com piranha e ser safado. Agora aguenta as consequências e vê se
aprender a usar camisinha.
Imperador: Já estou cansado dessas minas grávidas falando que o filho é meu. Sei das porras que eu
faço, não sou louco. Mas a Manu eu não tenho certeza caralho.
Fran: Você vai pegar o dinheiro que você usa pra comprar roupa de marca toda semana e fazer um teste
antes mesmo desse neném nascer.
Imperador: Eu faço morena, mas não vai embora. Já estou acostumado a dormir aqui contigo, acordar
com você cantando na cozinha, toda magrela vestindo minhas blusas. –Ele me pegou pela cintura e eu
fiquei entre as pernas dele.
Fran: Não adianta, eu estou brava com você.
Imperador: Brava por quê?
Fran: Você botou o Tota pra fora.
Imperador: Eu não estou a fim de discutir com filho da puta. Dentro da minha casa não resolvo nada. Só
na boca.
Fran: Você disse que eu não posso pisar na boca.
Imperador: E não pode mesmo não. O assunto é meu e dele agora.
Fran: Desde quando isso?
Imperador: O único bandido que você se envolve é comigo Franciellen. –Ele levantou do braço do sofá me
pegando pela cintura e mordendo o lábio inferior-. Quero mano nenhum olhando pra você.
Fran: Nem olhar pode? –Dei uma risadinha entrelaçando os braços em volta do pescoço dele.
Imperador: Mas é claro que não porra, mulher do chefe ninguém se mete, mato sem dó nem piedade. –
Ele riu, roçando os lábios nos meus.
Fran: Então vamos combinar uma coisa... –Eu falei ofegante, pois o Imperador começara a beijar o meu
pescoço.
Imperador: O que? –Ele me pegou no colo do nada e eu entrelacei as pernas em volta da cintura dele.
Fran: Nada de sair cheiroso assim na rua... Ai minha nossa senhora... –Ele começara além de beijar meu
pescoço, a passar a mão pelas minhas costas deixando-me toda arrepiada-. Não pode também... Ai
Imperador... Não pode sair sem camisa na rua, ai já é demais e as quengas ficam comentando...
Imperador: Hm... Só isso minha menina? –Ele falou com aquela voz gostosa sussurrando no pé do meu
ouvindo, deixando-me louca.
Fran: Tem muito mais coisa, mas agora me beija vai.
Imperador: Sim senhora. –Os lábios deles encontraram os meus e nos beijamos intensamente. Enquanto
ele me segurava com uma mão na minha coxa, a outra foi parar dentro do meu cabelo. Ele me beijava
com vontade, enquanto eu passava a unha por dentro da manga da camisa dele.
Xxx: Imperador você já chegou mano, quero trocar um papo... Eita caralho, negócio está bom aqui. –Era
o otário do Russo. Eu pulei do colo do Imperador, quase caindo no chão e o Russo se encostou na porta
rindo feito um idiota.
Imperador: Qual foi porra? –O Imperador disse olhando para o Russo todo ofegante.
Russo: Eu volto outro dia. –Ele riu já saindo e fechando a porta atrás dele.
Fran: Ai meu Deus que vergonha. –Coloquei a mão no rosto.
Imperador: Que isso amor. –Ele veio na minha direção.
Fran: Vai ver o que o Russo quer.
Imperador: Está tarde, outra hora eu vou.
Fran: Vai agora que eu vou é tomar um banho. –Eu ri e fui subindo as escadas.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 56º capítulo 💎 Imperador narrando
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
Logo agora que a situação com a Fran estava finalmente evoluindo o viado do Russo chega, porra pra que
serve os amigos mesmo né? A Fran subiu as escadas e eu fui para a rua. O Russo estava entrando já no
carro dele, mas saiu quando me viu saindo no portão.
Imperador: Qual foi viado?
Russo: Porra mano, desculpa ai. –Ele riu.
Imperador: Nunca vou te desculpar por isso. –Rolei os olhos e cruzei meus braços.
Russo: Perdoa sim bebê.
Imperador: Vai se fuder Russo, tem buceta pra fuder não?
Russo: Você até que tinha, porém atrapalhei. –Ele riu.
Imperador: Fala qual foi.
Russo: Queria trocar uma ideia irmão, só isso.
Imperador: De que? Manda ai.
Russo: Pow fui ao shopping com a Luana né?
Imperador: Ficou com ela?
Russo: Que nada, ela não quis.
Imperador: Ah mete essa pra outro. –Ri.
Russo: Papo sério, tentei dar umas investidas e nada. Mas foda-se, não to na seca. Foda mesmo, a gente
já estava perto de ir embora e a Catarina apareceu, porra mano ela beijou o cara que ela está saindo na
minha frente ta ligado? Pra me provocar mesmo. Chamou a Luana de Xerox. Porra qual é a da Catarina?
O que está acontecendo com ela porra?
Imperador: Papo reto, irmão?
Russo: Papo de fé, cara depois disso até vim embora. Ia levar a loira pra dar umas voltas por ai, mas
desanimei total com isso.
Imperador: Amanhã vou trocar uma ideia com a Catarina, já deu essas atitudes dela.
Russo: E tu conhece esse cara que ela está saindo?
Imperador: Conheço nada parceiro, tanta coisa pra fazer e eu caguei pra Catarina. Fiquei bolado com ela,
to louco pra meter umas porradas nela já.
Russo: Faz merda com ela não, mano.
Imperador: A mina te tira como otário e você ainda ta com pena?
Russo: Não é isso caralho.
Imperador: Coração apaixonado é burro mesmo né. Oh, quero meu parceiro triste por causa de mulher
não. Vou colocar quarentas xotas na sua frente.
Russo: Porra parceiro. –Rimos.
Imperador: Papo reto mesmo, fica de tristeza pra cima de mim.
Russo: E se fosse a Fran? Você iria ficar suave?
Imperador: Meu lance com a Fran é diferente.
Russo: Pra mim vocês estão é namorando já.
Imperador: Claro que não estamos.
Russo: Ah não? A mina ta dormindo na sua casa direto.
Imperador: Isso não quer dizer nada.
Russo: Aham vai nessa, logo mais tá botando aliança no dedo dela.
Imperador: Fica mesmo jogando praga pra cima de mim.
Russo: Tu gosta dela mano, ta na sua cara.
Imperador: Gostar eu gosto ué, mas eu não quero namorar. Não nasci pra namorar, não sei ser fiel.
Russo: Com a Manu você sossegou.
Imperador: A Manu foi diferente.
Russo: Claro, ela te tirava como otário na alta.
Imperador: Ah vai se fuder, Russo. –Ele riu.
Russo: Parceiro era só isso mesmo, vou pra casa que ta tarde.
Imperador: Beleza, amanhã você tromba comigo na boca.
Russo: Pode deixar. –Ele entrou no carro e eu entrei em casa. Tranquei tudo e fui para o quarto.
Quando eu entrei vi a Fran deitada na cama assistindo TV.
Imperador: Tem lugar ai pra mim?
Fran: Só se você tomar banho.
Imperador: Preguiça.
Fran: Então vai dormir na sala.
Imperador: Você só judia de mim. –Peguei a roupa no armário e fui para o banheiro. Tomei um banho só
pra tirar o suor do corpo de uns 10 minutos, sai, me sequei, coloquei a cueca e a samba canção. Voltei
para o quarto, apaguei a luz, liguei o ar-condicionado e deitei ao lado da Fran.
Fran: Agora sim, bem cheirosinho. –Ela jogou o edredom por cima da gente e eu fui abraçando ela dando
beijinhos no seu pescoço, sentindo o cheiro gostoso dela.
Imperador: Desliga essa TV ai vai. –Ela desligou a TV e veio me abraçando também.
Fran: O que o Russo queria? –Ela se ajeitou na cama, deitei no peito dela e ela ficou fazendo carinho em
mim.
Imperador: Falar da Cat.
Fran: Cat vacilou feio com ele.
Imperador: Vai vacilar comigo assim não né?
Fran: Como se você não vacilasse comigo.
Imperador: Desse jeito?
Fran: Não temos nada, Bruno, então não é vacilo. Deixa isso pra lá.
Imperador: Você me magoa quando fala que a gente não tem nada.
Fran: Você tem a mesma síndrome da Catarina, quer ter alguma coisa levando vida de solteiro.
Imperador: Só porque eu saio?
Fran: Só porque você sai e se aparecer alguma mina se oferecendo você pega.
Imperador: Eu não quero te machucar. –Falei depois de ter ficado uns bons minutos em silêncio.
Fran: Não está machucando.
Imperador: Você nem se importa não é? Nem gosta de mim também.
Fran: Se coloca no meu lugar. Eu ando no morro e as meninas me olham como se estivesse escrito
“otária” “corna”. Eu vou trabalhar e ficam me olhando torto sabe.
Imperador: E por que você não fala?
Fran: Vai mudar alguma coisa?
Imperador: Eu gosto de você porra.
Fran: Então o que custa ao menos dá uma segurada?
Imperador: Sou homem.
Fran: Tudo bem. –Ela parou de fazer carinho em mim e virou de costas para mim.
Imperador: Fran? –Ela não respondeu, toquei nela e não adiantou nada-. Princesa? –Tentei abraçá-la por
trás e ela não deixou.
Fran: Vamos fazer o seguinte, Bruno? –Ela levantou da cama e eu logo sentei.
Imperador: O que?
Fran: Nunca mais alimente esperança em mim, não me chama de minha menina, não me chame de sua
mulher, não sorri ao me beijar. Não faça nada. Nem me beije mais. Se for pra ter um relacionamento com
alguém com um pensamento como o seu eu prefiro ficar sozinha. –Ela tirou minha camisa, tacou na
minha cara e saiu andando pra fora do quarto. Caralho eu só faço merda, puta que pariu!
Não tem coisa pior do que sentir medo de perder alguém e porra como eu estava vacilando com a Fran.
Levantei da cama e sai do quarto indo atrás dela. A peguei pelo braço e a puxei para mim.
Imperador: Não vai embora. –Quando ela encostou o corpo ao meu percebi que ela estava sem sutiã.
Fran: Como se eu fosse embora assim né idiota, eu estava indo dormir lá embaixo.
Imperador: Não fala assim comigo.
Fran: Com você eu falo do jeito que eu quiser.
Imperador: Me desculpa caralho.
Fran: Desculpas? –Ela falou com tom de incredulidade-. Pensa antes de agir ou de falar. Você fala as
coisas para mim, mas suas atitudes são totalmente diferentes.
Imperador: Me diz o que fazer, Fran.
Fran: Deixa de ser moleque.
Imperador: Eu não sou moleque.
Fran: Ah não? –Ela me repreendeu.
Imperador: Você nunca disse que queria ser minha fiel.
Fran: Não vamos avançar tanto as coisas... Mas poxa, Bruno, eu gosto de você caramba. De você eu
gosto de tirar tudo o que é bom, seu carinho, a forma como me protege, seu jeito de me mimar, você é
tudo de bom para mim. Mas poxa, você se sentiria bem se rolasse tudo entre a gente e quando você
saísse um cara comentasse das coisas que eu faço com ele? Quer ficar comigo? Beleza, vamos ficar. Mas
não precisa fazer coisas que você sabe que vão me deixar mais apaixonada ainda por você.
Imperador: Você está apaixonada por mim?
Fran: Você só ouviu isso?
Imperador: Fica bem difícil ouvir algo com seus seios colados ao meu corpo.
Fran: Vai se fuder. –Ela se afastou, porém eu a peguei firme colando meu corpo no dela.
Imperador: Vamos recomeçar então.
Fran: Como?
Imperador: Eu gosto de você, Fran. Quero que você seja só minha, durma todo dia comigo, quero acordar
com você. Mas porra, esquece o que eu fiz antes. Bora seguir daqui em diante. Eu confesso meus erros,
confesso que fui filho da puta com você, mas não me chama de moleque. Porra eu fui apaixonado pela
Manu e ela brincou com meus sentimentos. Você chegou de um jeito diferente, de um modo diferente, do
nada eu já estava querendo matar todo mundo que olhava pra você. Eu não sei lidar com isso não.
Fran: Eu não admito você falando que já foi apaixonado pela garota que cortou meu cabelo.
Imperador: Mas você ficou tão linda, em compensação ela está careca.
Fran: Foda-se, to nem ai. Meu cabelo não se brinca.
Imperador: Vamos dormir minha menina? –Sussurrei no ouvido dela pegando por dentro de seus cabelos.
Fran: Não faz assim Bruno... –Ela suspirou.
Imperador: Não faz o que? –Perguntei beijando o pescoço dela e dando mordidinhas.
Fran: Isso que você está fazendo, eu ainda quero brigar mais com você.
Imperador: Nem sei mais porque a gente estava brigando. –Desci a outra mão até os seios dela e apertei
com vontade.
Fran: Que abusado... –Ela suspirou colocando a mão sobre a minha.
Imperador: Deixa minha menina, só um pouquinho... –Ela já estava mole na minha mão, enquanto meu
pau estava ficando duro.
Fran: Assim você me quebra.
Imperador: Você é linda demais. –Colei minha testa na dela com os olhos fechados.
Fran: Mesmo?
Imperador: Mesmo, ainda mais quando está com as minhas blusas. –Desci minha mão até a bunda dela,
peguei firme a puxei para o meu colo.
Fran: Odeio você. –Ela selou nossos lábios.
Imperador: Impossível odiar a mulher que faz meu pau subir. –Dei uma risadinha, porém ela se vingou
dando uma arranhada forte na minha costa-. Ai princesa.
Fran: Para de ser safado. –Ela riu toda tímida.
Imperador: Nem viu nada... –Rocei meus lábios nos dela e fui a levando de volta para o quarto. Quando a
coloquei na cama, fui jogando travesseiros e edredom para o chão. Ela permaneceu com as pernas
entrelaçadas na minha cintura e eu desci meu corpo sobre o dela a pegando com vontade.
Fran: Bruno... –Ela me chamou entre o beijo.
Imperador: Oi. –Olhei para ela no escuro.
Fran: Eu nunca...
Imperador: Não? –E eu achando que ela já havia feito com o João... – Não quer?
Fran: Quero, só que...
Imperador: Você está com medo? É isso? Olha Fran, não sou nenhum ogro que só quer te comer. Estou
contigo porque gosto de você. –Dei vários selinhos nela.
Fran: Não gosto da ideia de te deixar na mão.
Imperador: Fran, para com isso. –Ele segurou de leve no meu rosto e fez-me olhar para ele-. Eu gosto de
você porra, não porque eu quero te comer, eu te acho linda, sinto tesão por você sim e não vou negar
isso. Mas porra, nem tudo se resume em sexo e eu aprendi isso passando esses dias com você. Olha eu
fico muito feliz só de dormir todo dia de conchinha com você.
Fran: Fica mesmo. –Ela riu.
Imperador: Coloca uma roupa, amor. –Dei risada olhando para os seios dela bem indiscreto.
Fran: Ah é verdade.
Imperador: Se quiser dormir assim não ligo, acho super confortável.
Fran: Vai cagar Imperador. –Ela foi levantar da cama, porém a segurei pelo braço e a joguei na cama.
Imperador: Vamos dormir assim mesmo. –Peguei as coisas do chão, organizei a cama pra gente deitar e a
abracei de conchinha.
Fran: Você se aproveita de mim.
Imperador: Você gosta. –Ri beijando a nuca dela.
Fran: Gosto nada.
Imperador: Imagina se não gostasse. –Dei risada e logo mais dormimos.
Dia seguinte chegou no grau, quinta-feira pra mim já começa o final de semana. Acordei no pique, várias
mensagens no whatsapp chamando pra colar em festinha ou contatinho marcando pra rolar treta.
Tomei um banho, coloquei meus ouros, boné, blusa de marca, arma na cintura. Antes de sair dei um beijo
no rosto da Fran e ela abriu os olhos devagarzinho.
Imperador: Bom dia amor. –Dei um selinho nela.
Fran: Ai sai Imperador, beijo uma hora dessas? Nem escovei os dentes. –Ela se escondeu debaixo do
edredom e eu tive que rir.
Imperador: Você é louca né princesa.
Fran: Cai fora que eu vou dar um beliscão com a unha na cabeça do seu pinto.
Imperador: Que isso, como eu vou fazer pivete em você?
Fran: Você já fez na Manu, ta ótimo.
Imperador: Ai como você é abusada, vou dá uns tapas nessa sua bunda magrela. –Deitei em cima dela
por cima do edredom.
Fran: Hmm ta cheiroso, vai pra onde?
Imperador: Para o inferninho.
Fran: Se tu for eu vou atrás de você com água fervendo e desse jeito mesmo que eu to.
Imperador: Você não teria coragem. –Ri.
Fran: Me irrita então.
Imperador: Calma amor, essa noite vou ficar contigo.
Fran: Acho bom mesmo.
Imperador: Ciumenta.
Fran: Pelo menos está de camisa.
Imperador: Estou te obedecendo, patroa.
Fran: Gosto assim.
Imperador: Anda, sai debaixo desse edredom.
Fran: Não, eu estou pelada.
Imperador: Você dormiu assim comigo cara.
Fran: É diferente.
Imperador: Seu bunda que é.
Fran: Diferente mesmo, não tenho.
Imperador: Parece que bateram com uma perna de três na sua bunda.
Fran: Me humilha mesmo.
Imperador: Sinceridade acima de tudo.
Fran: Vai embora, Bruno. Não quero falar com você nunca mais.
Imperador: Mentira amor, sua bunda é gostosa. –A abracei com força por cima do edredom.
Fran: AAAAI TA ME SUFOCANDO. –Ela tirou o edredom de cima da cabeça toda descabelada.
Imperador: Que isso amor, assim não dá né. –Dei risada-. Acordar feia desse jeito.
Fran: Vai se fuder. –Fingir ajeitar o cabelo dela, ela me olhou brava e deu um tapa na minha mão.
Imperador: Você brava fica gostosa.
Fran: Vai pra boca, em nome de Deus. Me deixa dormir.
Imperador: Gosto de ir mesmo pra sua boca, passar a língua bem de levezinho na sua língua.
Fran: Você acordou com um fogo nesse piru.
Imperador: Acordei mesmo.
Fran: Vai fuder então porra, sai daqui.
Imperador: Olha como você me trata. –Fiz cara de pena.
Fran: O que você quer, Bruno?
Imperador: Um beijo poxa.
Fran: Dá licença então que eu vou escovar os dentes.
Imperador: Mas não está com cheiro ruim.
Fran: Não fode. –Ela me olhou com cara de cu e eu ri. Sai de cima dela, ela levantou da cama toda
gostosa apenas de calcinha fio dental. Não aguentei, tive que apertar aquela bunda gostosa.
Imperador: Eita magrela gostosa.
Fran: Vou beliscar seu pau. –Ela me fuzilou com o olhar e eu ri colocando as mãos pra cima.
Imperador: Calma amor, precisa dessa violência toda não. –Ela pegou minha blusa no chão, vestiu e foi
para o banheiro. Fiquei mexendo no meu celular e dei uma de Russo, sai apagando todas as conversas de
mina. Não compensava perder a magrela por nenhuma mina ali, na boa. Seria dar certo eu não sei, mas
pelo menos minha coroa gostava pra caralho da magrela. Sou muito ligado nesses bang de destino não,
mas porra, a magrela ter aparecido na minha vida só pode ter sido algo lá de cima mesmo.
Perdidão nos meus pensamentos, senti os braços da Fran me abraçar por trás e ela beijar meu pescoço.
Imperador: Lavou a boca pra me beijar?
Fran: Estraga o clima não Imperador.
Imperador: Senta no colo do chefe, vem.
Fran: Bobo. –Ela veio sentando no meu colo com uma perna de cada lado-. Você é muito meu mesmo ein.
–Ela abriu um sorriso lindo com os lábios próximos aos meus.
Imperador: Por quê?
Fran: Apagou as conversas no whatsapp, não respondeu as piranhas, nem salvou o número delas.
Imperador: Você estava me vigiando sua magrela? –Ri todo sem graça.
Fran: Você estava perdido nos pensamentos ai, só atrapalhei agora mesmo.
Imperador: Muito vaca você. –Dei um selinho nela.
Fran: Sim, sou vaca e você boi. Vamos fazer nosso filhote.
Imperador: Só me chama pra fazer filho mesmo.
Fran: Amo te iludir.
Imperador: Você judia de mim.
Fran: Amo fazer isso. –Ela riu-. Não se apega e nem diz que me ama, piso mesmo.
Imperador: Frase que Thamires posta no Facebook, não mereço. –Rolei os olhos.
Fran: E você acha que eu aprendi com quem?
Imperador: Está falando demais, acho bom me beijar aqui rapidão.
Fran: Beijo, claro que beijo. –Sorrimos juntos e ela fez um charme fingindo que ia me beijar, mas não ia.
Fisguei os lábios dela e a beijei com vontade. Peguei nos cabelos dela e intensifiquei o beijo.
O beijo foi evoluindo de uma maneira muito rápida, eu já estava deitado na cama com a Fran sobre mim.
Eu apertava a bunda dela e subia minha mão acariciando o corpo dela.
Ouvi meu rádio chamar e a Fran gemeu em reprovação.
Imperador: Nem quero saber. –Voltei a beijar ela, minha língua brincava com a dela e o meu pau já
estava latejando de tesão dentro da cueca. A Fran rebolava bem em cima do meu pau me provocando pra
caralho. Eu fui passando a mão pela alça da calcinha, já louco pra dar um puxão e rasgar. Tirei a minha
camisa dela e olhei para aqueles seios lindos. Ela sorriu meio safada meio tímida olhando nos meus olhos
sentada no meu colo.
Imperador: Porra magrela, puta que pariu, você fode meu psicológico. –Ri ofegante alisando o corpo dela.
Fran: Amor eu tenho cliente agora, pelo amor de Deus. –Ela parece que se lembrou de algo e pulou fora
do meu colo.
Imperador: Mentira amor, faz isso comigo não. –Choraminguei com o pau durão.
Fran: Cliente fixa, não posso perder, preciso trabalhar.
Imperador: Não precisa. –Deitei na cama de barriga pra baixo olhando pra ela pegando as roupas dentro
da mochila-. Por que suas coisas estão dentro da mochila?
Fran: Porque eu ia meter o pé ontem.
Imperador: E ia pra onde?
Fran: Pra casa da Thami.
Imperador: Mas minha pica é boa demais pra você me deixar. –Sorri como um bebê pidão.
Fran: Vai se fuder Imperador.
Imperador: Quero fuder outra coisa.
Fran: Vai cagar, Bruno. –Ela abriu o guarda-roupa e pegou mais roupa dela.
Imperador: Vai trabalhar ou vai passear no shopping?
Fran: Me irrita não.
Imperador: Dez anos pra escolher a mesma roupa pra sair com a mesma cara.
Fran: Meu filho quem sabe usar maquiagem não sai mesmo com a mesma cara na rua.
Imperador: Na rua você é linda, em casa parece um dragão. Na rua parece que você tem um rabo que
meu Deus. Quando os manos comentam sobre você eu já falo: “isso ai é calça de enchimento, em casa
não tem nada disso, chega da pena da magreza”.
Fran: Vai tomar no cu, na boa. –Ela me olhou brava e foi pisando duro até o banheiro. Dei risada da cara
dela, peguei minhas paradas e meti o pé pra boca. Na metade do caminho lembrei que hoje era
aniversário da minha vó. Dei meia volta e fui pra casa de vó, saudades da minha velha.
Chegando lá, deixei minha moto ali por perto, subi às escadas e sai entrando.
Imperador: Vó? Eu vim tomar café da manhã com a senhora. –Falei ao entrar.
Patrícia: Oh meu filho vem cá na cozinha. –Quando cheguei o Russo estava lá também. Dei um abraço na
minha velhinha e dei um beijo em sua cabeça.
Imperador: Parabéns vó, muitos anos de vida, muitos tios do forró pra senhora e que eu ganhe um avô
rico para me bancar. –Dei vários beijos nela.
Russo: Interesseiro né. –Ele disse com a boca toda suja de bolo.
Imperador: Ih caralho, veio aqui só pra comer.
Patrícia: Para de implicar com seu primo. –Logo mais meus pais chegaram ali, Catarina, os pais do Russo,
os pais da Thami e ela, minha dinda com o Vigarista e menos a Luana que estava no colégio. Tomamos
café da manhã e eles marcaram um churrasco pra fazer de noite. Eu já estava indo pra boca, mas minha
mãe me chamou na rua.
Imperador: Oi mãe. –Falei de cima da moto. Ela estava com um olhar caidinho.
Babi: Filho, como a Fran está?
Imperador: Ela está bem, deve ter ido trabalhar. Eu também estou bem, caso queira saber. –Ela deu uma
risada.
Babi: Traga ela de noite pra comemorar.
Imperador: Ela deve ir para o colégio hoje mãe, mas vou trazer de todas as formas.
Babi: Tudo bem filho.
Imperador: Mãe aconteceu alguma coisa?
Babi: Nada não.
Imperador: Mente não coroa.
Babi: Brigas e mais brigas lá em casa. Clima está pesado demais, seu pai não fala com a Catarina, ela
também não faz um pingo de questão. Tudo é motivo para discutirem. Eu estou com medo que ela faça
besteira, que vá embora de casa pra morar com aquele homem. Filho, eu sei que na hora da raiva a gente
fala coisa sem pensar, eu mesmo já mandei a Catarina ir embora. Porém ela é a minha filha, eu a criei
com tanto amor e agora eu não sei o que fazer. –Ela disse com os olhos cheios de lágrimas. Levantei da
moto e fui abraçá-la.
Imperador: Fica assim não, mãe. Eu vou dar uns toques na Catarina, pode deixar. Ela já passou do limite.
–Minha mãe desabou de chorar.
Babi: Eu não quero mais a minha família separada. Você fica pra lá com a Fran, a Catarina pra lá com o
Guilherme, JR na rua como sempre e eu em casa ou na ONG. –Minha mãe trabalha em uma ONG que faz
ações pedagógicas, recreação, creche, aulas do fundamental I ali no morro.
Imperador: Olha pra mim. –A fiz olhar pra mim, me matava ver a minha mãe daquele jeito-. Eu vou dar
um jeito nisso, eu prometo. Desculpa está ausente lá de casa, correria demais, você mesmo pediu que eu
ficasse longe junto com a Fran pra dar apoio pra ela.
Babi: Eu sei filho, você está sendo um grande homem. Obrigado por tudo. –Ela secou as lágrimas
assentindo, mas ela não parava de chorar.
Imperador: Faz o seguinte, mãe? Sai pra relaxar. Chama as minhas tias, vai fazer essas paradas que
mulher gosta, faz a limpa no cofre do meu pai e foda-se. Deixa os dois pra lá, quando você volta tudo vai
está bem.
Babi: Vai está mesmo?
Imperador: Vai mãe. –Beijei a testa dela.
Me partiu o coração ver a minha mãe daquele jeito, pior de tudo era saber que tudo isso era por culpa de
piranhagem da Catarina. Já vacilei muito, ainda mais quando eu estava com a Manu, mas nunca chegou
ao ponto que chegou agora.
Subi na minha moto e parti pra casa dos meus pais. Deixei a moto na entrada, entrei em casa pela porta
dos fundos que eu tinha chave e fui subindo as escadas. Entrei no quarto da Catarina, estava um frio da
porra pelo ar-condicionado ligado, a madame enroladinha no edredom. Puxei o edredom dela com força e
ela já foi acordando. Não perdi meu tempo, enrolei minha mão no cabelo dela e a puxei pra fora da cama.
Imperador: Vem cá Catarina.
Catarina: ME LARGA IMPERADOR.
Imperador: Largar? Largar é o caralho. Quer ser piranha porra? Vou te ensinar como que é ser piranha. –
A empurrei contra a parede do quarto e dei dois tapas fortes nela-. Ta achando que eu tenho pena de
você garota? –Ela gritava, tentando se defender do jeito bruto dela, mas não dava não. Eu estava com o
sangue fervendo e joguei-a contra a cômoda do outro lado do quarto.
Catarina: ME LARGA IMPERADOR! –Ela se ajoelhou ao chão e eu dei uma joelhada na cara dela.
Imperador: Na primeira vez eu conversei, agora não vou te largar até você aprender. –Ela caiu no chão e
eu pisei na cara dela com o meu pé. Ela chorava e gritava pedindo para que eu parasse.
Catarina: PARAAA! PELO AMOR DE DEUS, PARA!
Imperador: Tu não merece o amor nem de Deus sua cachorra, trocou o amor dos nossos pais por piru
caralho? –Dei um chutão na cara dela, porém ela se defendeu com as mãos.
Catarina: BRUNO! PARA. –Ela chorava gritando para que eu parasse, ela tentou sair se arrastando dali. Eu
a peguei pelo cabelo e a coloquei de pé.
Imperador: Faz o seguinte Catarina, pega suas coisas e vai arrumar teu canto para morar. Você já causou
muito problema para os meus pais. E se achar melhor vai morar com aquele Guilherme. Tu sabe muito
bem como que o bonde lida com piranha aqui dentro do morro não sabe? –Falei no ouvido dela bem firme
e ela chorava engolindo em seco tudo o que eu dizia-. Mete o pé daqui de casa caralho, você perdeu toda
a moral que tinha comigo. –A larguei e ela caiu de joelhos no chão. Sentei na cama dela respirando fundo
com o sangue fervendo nas veias. Ela chorava cuspindo sangue no chão. Chega dava nojo de vê-la toda
descabelada, com a cara arrebentada.
Catarina: Me perdoa Bru...
Imperador: Isso não tem perdão.
Catarina: Irmão... –Ela olhou para mim chorando.
Imperador: Eu não sou mais o seu irmão. –Levantei da cama-. E avisa para o Guilherme, se ele pisar na
entrada do morro a ordem é pra matar.
Catarina: Bruno... –Olhei pra trás já na porta.
Imperador: O que foi?
Catarina: Eu vou terminar com o Guilherme...
Imperador: Agora? Agora que você toma vergonha na cara? –Ri debochado.
Catarina: Eu estou grávida, Imperador. –Dito isso ela deitou no chão chorando olhando para cima.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 57º capítulo ❄ Catarina narrando
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
Sim, grávida. Mas esse era o menor fato, pois eu não sabia como contar isso ao Russo. Impossível ser do
Guilherme, nunca fui para a cama com ele, apenas dormimos juntos algumas vezes e não rolou nada além
de umas mãos bobas.
Meu corpo inteiro doía, não era a primeira vez que o Imperador me batia. Já tive brigas com ele realmente
violentas e ele sempre acabava ganhando, ou meus pais interferindo. Jogada no chão, sentindo muita dor,
eu olhei para o Imperador sentindo vergonha de mim por está sujeita a essa humilhação.
Imperador: Grávida de quem? –Ele me fulminou com o olhar e tão fundo que pude ouvir.
Catarina: Não é óbvio?
Imperador: Óbvio? Eu desconheço você, Catarina. Então óbvio não é uma palavra que deva ser sinônimo
das suas atitudes. –Ele deu um tapa de palavras na minha cara, me arrastei até a cama bagunçada ainda
por conta de eu estar dormindo quando fui surpreendida e sentei tentando limpar com a blusa o sangue
que escorria das partes com corte em meu rosto.
Catarina: Do Russo.
Imperador: Como pode afirmar? Você não está trepando com o Guilherme?
Catarina: Nunca fui para a cama com ele.
Imperador: Você espera que eu acredite nisso? –Ele riu incrédulo.
Catarina: Por favor, irmão...
Imperador: Eu não sou seu irmão.
Catarina: Não diz uma coisa dessas. –Senti meu coração pesar.
Imperador: Você é imatura, irresponsável, mimadinha demais. Trocou tudo e todos por macho.
Catarina: Eu estava com raiva.
Imperador: Raiva? Por favor, você estava se esfregando com um macho na entrada de casa.
Catarina: Era meu amigo.
Imperador: Aquilo não é amizade. O que eu tenho com o Russo é amizade.
Catarina: Vai me trocar pelo Russo?
Imperador: Ele nunca traiu minha confiança.
Catarina: Me ajuda Imperador.
Imperador: Vai atrás do Guilherme ué, agora que ta de barriga vai procurar sua família? -Eu chorava
baixinho olhando para o meu colo sentindo o peso de todos os meus atos.
Catarina: Não faz assim.
Imperador: Catarina, junta suas coisas e eu quero você fora da casa dos meus pais está ouvindo? Chega
de causar problemas, seu filho, seu problema. Conversa com o Russo e vê com o que ele vai fazer. Meus
pais não vão se estressar com seus problemas mais. Você fez sua escolha e eu não vou tornar a repetir.
Catarina: E pra onde eu vou?
Imperador: Vai atrás dos seus amigos, aqueles mesmos que você gosta de curtir baile, vamos ver se eles
irão ajudar você. –Dito isso, ele saiu do quarto e bateu a porta com força.
Sentindo dor, fui para o banheiro, tirei minha roupa e tomei um banho. Juntei todas as minhas forças para
poder parar de chorar. Eu realmente iria terminar com o Guilherme, ele estava agindo muito estranho
comigo e eu estava começando a desconfiar que ele estivesse ficando com outra mulher.
Após meu banho, fiz o curativo nas áreas onde estavam machucadas e vi as marcas que o Imperador
havia deixado em meu corpo. Como ele ordenou, juntei minhas roupas em malas e fui saindo do meu
quarto. Meu pai estava subindo as escadas na mesma hora que eu estava já na metade do corredor.
JR: Pra onde vai?
Catarina: Eu vou caçar um canto pra morar... –Não conseguir segurar mais, então as lágrimas caíram
pesadas.
JR: Vai embora com o Guilherme?
Catarina: Não com o Guilherme, nem com ninguém. Eu vou sozinha, não vou mais causar problema para
você e para mamãe. –Sequei minhas lágrimas que insistiam em cair junto com meu soluço alto.
JR: Que marcas são essas, Catarina? –Ele se aproximou pegando no meu braço.
Catarina: Imperador brigou comigo.
JR: Ele perdeu a noção? –Ele segurou no meu rosto analisando e pude ver o olhar do meu pai sobre o
meu.
Catarina: Pai, me perdoa, eu venho sendo uma péssima filha para você e para mamãe.
JR: Claro que eu perdoou. –Ele me abraçou-. Você não precisa ir embora.
Catarina: Sim, eu preciso. Eu já tenho 20 anos e vivo na aba de vocês.
JR: Não, Catarina. –Me afastei do meu pai.
Catarina: Eu estou indo, pai. Eu preciso crescer, preciso pensar, eu fiz muito merda. E hoje, o Imperador
mostrou para mim o quanto estive enganada. O quanto eu estou errada na história.
JR: Você só se perdeu, Catarina. Você vai embora e vai ficar onde? Num barraco qualquer dentro da
favela? Vai comer o que? Você nem trabalha.
Catarina: Pai, não precisa se preocupar. Eu vou ficar bem.
JR: Eu vou ligar pra sua mãe.
Catarina: Deixa minha mãe. Na minha idade ela já cuidava de mim e do Imperador, da casa, estudava e
eu? Quem sou eu? O Imperador já me mandou ir embora, não vou mais causar problemas com ele. Você
sabe que se eu não for, ele me arranca daqui a força e nem para o morro eu subo mais.
JR: Ele não tem esse direito, essa casa é minha.
Catarina: A casa que fica dentro do morro dele não é? Você abriu mão do seu posto, agora é a vez do
Imperador. E eu não tiro a razão dele. –Me afastei do meu pai e comecei a descer as escadas.
JR: Eu vou arrumar uma casa pra você.
Catarina: Pai, por favor, me deixa ir. –Puxei minhas malas e sentindo muita dor sai da casa dos meus pais.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 58º capítulo 🐾 Russo narrando
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ——————————————————
Estava descendo o morro dentro do carro junto com uns moleques, iríamos realizar uns corres no asfalto
quando vi a Catarina descendo o morro com duas malas rosas tendo um monte de dificuldade ao passar
pelos buracos. Não deu nem para vê-la direito, o Dado passou rápido demais. Peguei meu celular e
mandei mensagem para o viado do Imperador.
🔸 Início da Conversa 🔸
Russo: Catarina está descendo o morro com umas malas.
Imperador: Mandei ela ir embora da casa dos meus pais.
Russo: Por quê?
Imperador: Porque ela estava pisando muito na bola, minha mãe não estava mais aguentando e vai ser
bom pra ela aprender se virar sozinha.
Russo: Ficou louco, mano? Catarina não sabe fritar nem ovo.
Imperador: Ela aprende.
Russo: Você aprendeu?
Imperador: Eu tenho dinheiro pra comer na rua e pra pagar alguém pra fazer comida pra mim.
Russo: E ela vai morar aonde?
Imperador: Eu não quero saber. Está com pena de que? A mina te tirou de otário na frente do morro
todo, palhaço.
Russo: Não precisa lembrar.
Imperador: Faz parte ser seu amigo, tenho que te lembrar sempre disso.
Russo: Papo reto, pra que inimigo se eu tenho você?
Imperador: Não sei pra que mesmo. E se liga, ela está carregando um filho teu.
Russo: O que? Para de ser zoeiro, moleque.
Imperador: Se tem uma coisa que eu não estou hoje é pra zoeira.
Russo: Ela falou isso pra tu?
Imperador: Para de ser imbecil, Russo. Se eu falei que ela está grávida é porque está.
Russo: Não gozou hoje foi?
Imperador: Estou estressado.
Russo: E eu tenho que te aturar?
Imperador: Sim e eu quero que você vá ao morro do Vigarista vê se ele vai fechar com a gente nas
drogas que estão vindo da Colômbia.
Russo: Por que você não vai?
Imperador: Porque eu estou mandando você.
Russo: Você não me manda.
Imperador: Anda logo.
Russo: Quer que eu traga seu absorvente também não? Com abas ou sem?
Imperador: Vai tomar no seu cu.
Russo: Amo você.
Imperador: Cai fora.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Imperador quando está estressadinho sai debaixo, certeza que ele brigou feio pra caralho com a Catarina.
E esse papo que ela está grávida? Preciso tirar isso a limpo.
Russo: Dado para o carro ai.
Dado: Por quê?
Russo: Porque eu estou mandando você parar o carro. –Ele me olhou através do retrovisor, parou o carro,
esperei uma moto passar e desci do carro.
Subi o morro correndo, peguei um atalho pela escadaria e depois topei com a Catarina puxando suas
malas pelo morro de cabeça baixa.
Russo: Quero trocar um papo com você. –Entrei na frente dela e a fiz parar.
Catarina: Hoje não, Russo. –Ela disse com a voz embargada e olhando para o chão.
Russo: Está chorando caralho?
Catarina: Me deixa seguir, Russo.
Russo: Que seguir o que porra, vim tirar um papo sério contigo. –Peguei firme no rosto dela e a fiz olhar
pra mim. Vi o rosto dela todo marcado e então entendi porque ela não queria me olhar. Ela soltou o rosto
da minha mão e abaixou o rosto.
Catarina: Eu preciso ir.
Russo: Vai pra onde caralho?
Catarina: Eu ainda não sei, vou ver com a Thami se posso ficar com ela uns dias.
Russo: Beleza, faz o que quiser, mas e ai que história é essa que você está carregando um filho meu?
Catarina: Não acredito que o Imperador contou isso.
Russo: Contou e é verdade então? Olha pra minha cara porque eu odeio quem não olha nos olhos. –
Peguei firme no rosto dela e a fiz me olhar nos olhos-. Tira onda de marrenta e agora que apanhou vai
ficar de cabeça baixa?
Catarina: Não precisa me humilhar mais.
Russo: Você adora humilhar e não gosta de ser humilhada? Se poupe. –Os olhos delas estavam marejados
e vermelhos. Aquilo não me comovia, eu ainda sentia raiva demais dela, ainda mais depois de ontem.
Catarina: Russo...
Russo: O que você quer?
Catarina: Se não quiser assumir o filho...
Russo: Ao contrário de você eu aprendi os ensinamentos dos meus pais e sei bem fazer meu papel de
homem. O que precisar para a criança bate no meu portão. –A olhei dos pés a cabeça e segui em frente.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 59º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Havia acabado de chegar da casa da minha vó, havia tomado um banho pra tirar o calor e terminei de por
roupa após o banho quando o Heitor entrou no meu quarto sem ao menos bater na porta.
Thami: Você acha que está entrando no quarto das suas piranhas é?
Heitor: Abaixa a bola que eu quero trocar uma ideia com você.
Thami: Trocar ideia você troca com seus amigos, não sou sua amiga. –Prendi meu cabelo em um nó
frouxo, cruzei meus braços e o encarei.
Heitor: Cala a boca e ouve o que eu tenho pra te falar.
Thami: Ouço o que quiser, na hora que eu quiser. Se quiser falar comigo marca uma hora. –Sai andando
do meu quarto, desci às escadas, peguei meu celular em cima da mesinha da sala e fui para a rua.
Quando sai havia vários dos homens do Heitor ali, juntamente o Saulo que não apenas me seguiu com o
olhar, como veio atrás de mim.
Saulo: Quero falar com você. –Ele me pegou pelo braço dentro de um beco e me fez virar pra ele.
Thami: Ih querido me erra, marca hora pra falar comigo.
Saulo: Eu vou falar e você vai me ouvir. –Ele já foi me colocando contra o muro e vindo pra cima de mim.
Thami: Ai meu amor, foi o tempo que essa jogada de parede molhava minha calcinha. –Dei risada
debochada e ele me olhou confuso.
Saulo: Fica comigo apenas hoje, Thami. Eu largo tudo pra ficar com você. –Ele foi dando um cheiro no
meu pescoço, dando beijinhos e eu apenas ria. Não estava sentindo nada.
Thami: Me poupe né Saulo, você não é nada comparado ao homem de verdade que eu estou pegando
agora. Dá licença que eu tenho mais o que fazer. –O afastei de mim e sai andando. Meu celular começou
a tocar e era a Catarina. Muito estranho, já que ela não estava falando muito comigo e nem com a Fran.
🔸 Início da Ligação 🔸
Thami: Oi Catarina.
Catarina: Amiga... (chorando) Posso passar uns dias na sua casa?
Thami: Por quê? Está chorando por quê?
Catarina: Eu sai da casa dos meus pais.
Thami: Porra Catarina, o que você fez dessa vez?
Catarina: Imperador me mandou sair.
Thami: Também pudera né Catarina? Só fez merda.
🔸 Fim da Ligação 🔸
A louca desligou na minha cara e eu não podia fazer nada. Minha mãe que é madrinha da Catarina estava
brava demais com ela também. Claro que eu não ia negar nada para uma amiga, mas ela desligou na
minha cara porque quis. Fui ao mercado que a minha mãe havia pedido mais cedo junto com dois
vaporzinhos que catei na entrada do morro, pedi que eles levassem as compras para a casa da minha vó
porque lá rolaria um churrasco de niver da minha vó.
Fui para a minha casa e quando cheguei minha mãe estava sentada no sofá toda linda, de unhas feitas,
cabelo feito também.
Thami: A madame foi para o salão?
Fabi: Fui sim.
Thami: Já fiz o que a senhora pediu. Catarina me ligou chorando mais cedo.
Fabi: Já estou sabendo dessa fofocada. Babi está uma fera com o Imperador.
Thami: Só porque ele a mandou sair de casa?
Fabi: Ele bateu nela, Thami.
Thami: E onde está a novidade? Eles vivem brigando no sério.
Fabi: Mas passou dos limites.
Thami: Catarina precisa de um chá de semancol. Fez merda, arque com as consequências. Meu pai fala
isso toda hora pra mim. Quando eu faço minhas merdas sei bem das consequências.
Fabi: Sabe mesmo Thami? –Ela me olhou um pouco brava.
Thami: Sei mãe, sei muito bem que meu pai também me põe pra fora se descobrir que eu estou com o
Dog.
Fabi: Então eu espero que não derrame uma lágrima.
Thami: E não vou derramar. Ninguém mais aqui é criança, nem eu e muito menos Catarina. O que ela fez
com os meus dindos e com o Russo não tem perdão poxa. Ela me deixou de lado, deixou a Fran de lado
também por causa de homem.
Fabi: Todo mundo comete erros.
Thami: E todo mundo precisa aprender com eles, com ela não vai ser diferente.
Fabi: Você é muito insensível.
Thami: E você a Madre Teresa. –Levantei do sofá e fui para o meu quarto. Joguei-me na minha cama,
peguei meu celular do bolso e abri no Whatsapp.
🔸 Início da Conversa 🔸
Thami: Amor?
Dog: Oi princesa, sumiu hoje de manhã.
Thami: Fui fazer umas coisas pra minha mãe, tive ai no morro hoje cedo.
Dog: Estou ligado, nem veio me dar um beijo de bom dia.
Thami: Desculpa amor. Hoje a noite eu dou vários de boa noite.
Thami: Na sua casa?
Dog: Estou partindo pra rua.
Thami: De noite vamos nos ver?
(...)
🔸 Fim da Conversa 🔸
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 60º capítulo 💎 Imperador narrando
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O dia inteiro meu passou sem falar comigo por conta do que fiz com a Catarina, mas não faria diferente.
Umas 19 horas eu fui pra casa tomar um banho e quando entrei no meu quarto a Fran estava apenas de
calcinha e sutiã ajeitando o cabelo na frente do espelho.
Imperador: Boa noite. –A abracei por trás e a vi sorrindo através do espelho.
Fran: Boa noite, Bruno. –Dei vários beijinhos no seu pescoço e ela ficou toda meiga, fazendo charminho.
Imperador: Você não tem foto alguma comigo.
Fran: Não gosto de tirar foto.
Imperador: Verdade, fui procurar foto sua no Facebook e só tem uma mais antiga que a minha vó.
Fran: Não torra ein. –Ela rolou os olhos e virou pra mim.
Imperador: Pelo menos uma foto comigo.
Fran: Não vou ficar na mesma galeria junto com um monte de mulher pelada.
Imperador: É que mandam no grupo. –Ela fechou a cara e rolou os olhos, não aguentei e tive rir-. Você é
muito ciumenta ein.
Fran: Sou ciumenta mesmo, quer espaço vira astronauta. –Dei risada da cara de bravinha dela e beijei sua
testa.
Imperador: Mas tem cada nude lindinho. –O bagulho ficou sério, porque o rosto dela ficou vermelho.
Fran: Tanto faz. –Ela se afastou e foi andando até o guarda-roupa. Dei risada.
Imperador: É brincadeira, amor.
Fran: Caguei. –Rolei os olhos, peguei uma cueca limpa no guarda-roupa, beijei o rosto dela que estava
fechado e fui para o banheiro. Tomei um banho de 20 minutos, me sequei, escovei os dentes, passei
desodorante, coloquei minha cueca e sai do banheiro. A Fran já estava arrumada sentada na cama
mexendo no celular dela com uma cara nada boa. Coloquei minha roupa, tomei um banho de perfume,
escolhi um dos meus bonés novo, coloquei meu tênis, peguei minha carteira, coloquei a arma na cintura e
olhei pra Fran.
Imperador: Bora patroa.
Fran: Vamos. –Ela bloqueou o cel, levantou da cama e colocou seu cel no bolso.
Imperador: Está linda ein. –Sorri olhando pra ela e pegando de leve na cintura dela.
Fran: Não, os nudes daquelas mulheres são lindos. –Ela saiu do quarto fazendo birra, dei risada, peguei
meu celular e fui atrás dela. Apaguei as luzes da casa, tranquei tudo e sai. Fui até a minha moto, liguei já
subindo e a Fran subiu em seguida. Pilotei até a casa da minha vó e quando cheguei já havia uns carros
conhecidos na entrada. A Fran desceu da moto, desci em seguida, peguei na mão dela, subimos as
escadas e entramos. Não havia ninguém na parte debaixo, acredito que a festa esteja rolando no terraço
porque estava ouvindo um falatório do cacete junto com pagode.
Imperador: Antes da gente subir, vem cá. –A puxei para a cozinha, encostei na bancada da pia e ela ficou
parada na minha frente.
Fran: O que foi?
Imperador: Eu só estava brincando com você.
Fran: Eu sei disso.
Imperador: Então pra que esses ciúmes?
Fran: Porque não quero foto de mulher pelada no seu cel.
Imperador: Não tem foto nenhuma, eu apaguei.
Fran: A foto da sua tela de bloqueio é a pior de todas. –Ela cruzou os braços e rolou os olhos.
Imperador: Eu quero mudar, mas você não tira uma foto comigo. –Fiz uma cara de anjinho sorrindo, vou
arrumar problema com ela pra quê?
Fran: E não vou tirar também. –A puxei com firmeza pelos braços colando nossos corpos e olhei pra baixo
olhando em seus olhos.
Imperador: Minha magrela é bem esquentada. –Ri beijando o topo da cabeça dela.
Fran: Sou esquentada mesmo. –Ela fez bico e eu selei os lábios dela fazendo carinho na bochecha dela.
Babi: Gente a festa é lá em cima. –Minha mãe entrou na cozinha sorrindo com uma travessa com algo
dentro.
Imperador: Já estamos indo.
Fran: Oi. –Ela sorriu para a minha mãe.
Babi: Oi amor. –Minha mãe sorriu de volta e saiu da cozinha.
Fran: Vamos subir?
Imperador: Vou te apresentar como minha fiel ein. –Mordi a pontinha da orelha dela.
Fran: Vai nada, não aceitei. –Ela fez charme.
Imperador: Ah não? Então duvida de mim. –Peguei na mão dela, saímos da cozinha e fomos para a
escada que dava para o terraço. Quando chegamos estava cheio lá em cima, povo sambando, bebendo e
conversando.
Fran: Quanto gente. –Ela cochichou pra mim, meio que se escondendo atrás de mim. Claro né? O povo
tudo olhando para nós dois. A Catarina estava comendo churrasco em um canto conversando com o
Russo, depois eu vi a Thami numa roda de conversa com a minha mãe, minha dinda, tia Fabi e a tia
Maísa. Meu pai e o meu tio Pezão conversando com uns caras lá. Um povo que eu conhecia já desde
moleque pelo terraço. Fui até as mulheres do meu coração.
Fabi: Pensei que não fosse vir mais. –Ela riu olhando para eu e a Fran.
Ninja: Que mãozinhas são essas ein? Ganhei mais uma sobrinha foi? –Ela nada discreta já veio abraçando
nós dois.
Babi: Eu disse que havia ganhado uma nora.
Thami: Isso ai, ninguém me atualiza das fofocas. –Ela riu rolando os olhos fingindo ciúmes.
Imperador: Vocês são chatas ein. –Ri e ficamos trocando ideia com elas lá.
Depois fui falar com o restante do povo, apresentei a Fran como minha fiel mesmo na cara dura, nada me
tirava o prazer de vê-la morrendo de vergonha. A Thami ficava só olhando pra gente rindo.
Imperador: E ai gente velha. –Cheguei perto do meu pai, com meu tio Pezão e o meu padrinho, Vigarista
que agora seria avô do meu suposto filho.
Pezão: Cadê o respeito?
JR: Está se achando não é mesmo? –Ele riu-. Não sei como a Fran te aguenta.
Imperador: Ela me aguenta não é fiel? –Olhei pra ela rindo e ela tampou o rosto com a cara-. Cheia de
vergonha, fiz cócegas nela tirando a mão do rosto dela.
Vigarista: Nem pra namorar serve. –Ele riu-. Deixa a menina.
Fran: Eu não quero mais, Imperador, vamos terminar.
Imperador: Nem adianta, já marquei território. –Dei uma lambida no rosto dela.
JR: Eca. –Meu pai olhou fazendo cara de nojo.
Pezão: Agora eu entendo porque você demorou a aparecer com alguém.
Fran: Ele é muito chato, faz merda e depois quer ficar passando a língua em mim. –Ela fez bico.
Imperador: Fiz nada. –Fiz cara de anjo.
Vigarista: Vai beber. –Ele ofereceu cerveja.
Imperador: Vou. –Ele encheu um copo e me deu.
Fran: Vou ficar com a Thami está bem?
Imperador: Está bem. –Ela foi andando e eu a segui com a olhar.
Pezão: Você está fedendo a amor. –Ele fez cara de nojo.
Imperador: E vocês estão fedendo a inveja.
Vigarista: Quero ver se vai largar minha filha de lado. –Ele rolou os olhos.
Imperador: Que isso, padrinho, já me resolvi com a Manu. –Ri nervoso e dei uma golada na cerveja.
JR: Fran já sabe da novidade? –Ele riu me provocando.
Imperador: Claro que sabe. –Rolei os olhos-. E ela está de boa.
Vigarista: Ela parece ser de boa.
Imperador: Só quando não está com ciúmes. –Logo mais eles trocaram de assunto, fomos falando umas
paradas do morro, mas eu queria mesmo é saber o que tanto o Russo e a Catarina conversavam. Estava
curioso pra caralho.
Mais tarde apresentei minha vó, que estava cercada de amigas, para a Fran. E não é que as duas já se
conheciam? A Fran fazia as unhas da minha vó às vezes e tudo mais. As duas chegaram até me excluir do
assunto.
Luana: Primo! –Ela me abraçou e beijou minha bochecha.
Imperador: Chegou agora?
Luana: Cheguei, menino, estava no colégio até agora de noitinha fazendo um projeto pra amanhã. –Ela
toda agitada entregou o presente para a minha vó e depois cumprimentou a Fran com vários beijos na
bochecha. A louca saiu pela laje falando com todo mundo, dando beijinhos, conversando com um e outro.
Não sei de que lado ela puxou toda essa simpatia, porque a minha madrinha é simpática com quem
convém e o meu padrinho até bem de boa, mas não tão simpático assim. A Manu é bem antipática
também.
O Russo veio na minha direção, me puxou pelo braço e foi me carregando até a escada onde descemos
indo pra sala da casa da minha vó.
Imperador: Que foi parceiro?
Russo: Conversei com a Catarina.
Imperador: E ai?
Russo: Mano não dá pra a deixar dormindo em casa de prostitutas não.
Imperador: Que? –Segurei a risada.
Russo: Ta rindo seu viado? –Ele olhou com cara de cu e os braços cruzados.
Imperador: Vou chorar?
Russo: Vou levar ela pra ficar lá em casa.
Imperador: E a Luana?
Russo: Tem nada a Luana não, vou continuar sendo amigo dela ué.
Imperador: E você não vai dar nenhum uns beijos na Catarina?
Russo: Lógico que não. Ela em um quarto e eu no outro. Não volto pra ela jamais.
Imperador: Papo retão mesmo?
Russo: Papo reto. –Ouvimos o falatório espalhafatoso da Luana entrando pela casa, olhei na direção do
corredor e ela vinha seguida pela Fran.
Luana: Amiga, me espera, eu preciso muito fazer xixi. –As duas nem viram eu e o Russo ali no banheiro.
Russo: Vou subir beleza?
Imperador: Beleza. –Ele passou pela Fran no corredor, mexeu com ela, foi para o lado de fora e subiu às
escadas para o terraço. Cheguei na Fran e a prendi contra a parede.
Fran: Fazendo o que aqui embaixo com o Russo?
Imperador: Conversando, muito barulho lá em cima. –Disse alisando os braços dela.
Fran: Ah de boa. –Dei vários beijinhos no pescoço dela-. Já jantou?
Imperador: Quero comer não. –A porta do banheiro se abriu atrás da gente e a Luana saiu.
Luana: Ih gente, vão se pegar em um quarto. –Ela riu e saiu andando pelo mesmo caminho fez.
Fran: Vamos subir. –Ela tentou ir, mas eu fui firme e a prendi nos meus braços.
Imperador: Hoje você não me deu um beijo sequer. –Fiz cara de pena.
Fran: Te dei vários beijos hoje. –Ela riu.
Imperador: Não agora de noite.
Fran: A festa é lá em cima, amor. –Ela riu ficando sem graça, eu assenti já aproximando meus lábios dos
dela e fui dando pequenos beijos nos lábios dela.
Imperador: A festa está sem graça.
Fran: Tem bolo, nenhuma festa é sem graça quando tem bolo.
Imperador: Bem mais tarde é o parabéns.
Fran: Vão sentir nossa falta.
Imperador: Deixa que sintam. –Fui roçando meus lábios nos dela, descendo pelo seu pescoço, acariciando
a cintura dela-. Quero matar a saudade da minha magrela.
Fran: Não faz assim, sabe que é meu ponto fraco. –Ela suspirou ficando toda arrepiada com meus beijos
em seu pescoço.
Imperador: Você está muito cheirosa.
Fran: Alguém pode ver a gente aqui. –Olhei pra ela, com nossas testas coladas.
Imperador: Vem cá. –Peguei na mão dela e no fim do corredor entramos no antigo quarto da minha mãe.
Minha vó sempre o mantinha limpo, nunca se sabe quando eu ou meus primos vamos vir dormir aqui.
Fran: Se alguém aparecer?
Imperador: Ninguém vai aparecer. –Tranquei a porta segurando na cintura dela-. Acendo a luz?
Fran: Deixa assim. –Sorri safado, tirei meu boné jogando de lado, a peguei firme pela cintura e a
pressionei contra a parede a beijando com vontade. Nossas línguas se tocavam e ela explorava minha
boca com vontade. Eu controlava minha respiração, mas acontecia que se tratando da Fran era impossível
controlar qualquer coisa.
Imperador: Amor? –Disse descendo beijando o pescoço dela, subindo até sua orelha e dando uma
mordidinha-. Você é muito gostosa. –Sussurrei e ela suspirou passando a unha de leve por dentro da
minha camisa. Meu pau já estava começando a dar sinais de vida dentro da cueca, peguei a Fran no colo
e fui a levando para a cama. Deitei sobre o corpo dela, a vi morder o lábio inferior e sorrir para mim.
Fran: Você não presta né Bruno? –Ela riu baixinho, roçando as pernas na minha cintura, eu pressionava
meu pau contra a buceta dela conforme ia dando beijos quentes no pescoço dela e alisando o corpo dela
com a minha mão.
Imperador: Impossível prestar com você. –Subi olhando em seus olhos-. Você me domou e agora não sei
mais o que faço.
Fran: Só faz o que você sabe fazer de melhor. –Ela sorriu safada e eu entendi muito bem esse sinal dela.
Olhei sorrindo pra ela e rocei meus lábios nos dela.
Imperador: Eu sei fazer muitas coisas. –Peguei nos braços dela e os coloquei para cima da cabeça dela,
segurando nas mãos dela. Fui dando beijinhos no decote dela, dei mordidinhas nos seios dela e com a
outra mão livre massageei os seios dela.
Fran: Mas você entendeu bem qual é o tipo de coisa que eu estou querendo.
Imperador: Tem certeza? –Beijei o rosto dela, em seguida beijei o queixo dela.
Fran: Acho que sim.
Imperador: Acha?
Fran: Estou nervosa. –Dei uma risadinha, soltei os braços dela e mordi o lábio inferior dela.
Imperador: Se eu falar que também estou, vai te ajudar?
Fran: Você é safado, não sente vergonha de nada e muito menos fica nervoso com isso.
Imperador: Você faz uma caveira ao meu respeito ein. Não é porque eu já transei mil e uma vezes que
talvez com você seja a mesma coisa. –Tentei esconder que fiquei um pouco puto com isso. Com a Fran
era diferente e eu sentia a insegurança dela, tanto que eu ficava inseguro também.
Fran: É só que... Tenho medo de fazer e depois você me descartar. –Eu dei uma risada.
Imperador: Quando eu só quero comer eu falo na cara. Eu te assumi como minha fiel, Franciellen. Acha
mesmo que é só pelo sexo? Acha que sempre foi só pelo sexo?
Fran: Eu sou apaixonada por você, Bruno.
Imperador: Você é meu prêmio de loteria, minha dama. –Peguei na mão dela e beijei.
Fran: Você fez quantos anos de cursinho pra ser perfeito assim?
Imperador: Eu não sou perfeito. –Ri sem graça.
Fran: Se não é perfeito, está fingindo muito bem. –Ela colocou as mãos no meu rosto.
Imperador: Sabe qual é o meu combustível para me esforçar em ter você?
Fran: Qual é?
Imperador: Apenas você. –Sorri colando minha testa na dela.
Fran: Bobo demais. –Ela sorriu toda alegre.
Imperador: Não vai se arrepender, minha menina. –Alisei o rosto dela e voltei a beijá-la. E eu não queria
que ela se arrependesse mesmo, minha intenção naquele momento era fazer a Fran perder os medos
dela, se entregar a mim, ser minha por completo, o momento era dela. Meu prazer era vê-la gemendo de
prazer. E tecnicamente eu seria sim o primeiro homem da vida dela, o primeiro homem que a respeitou
nesse momento. E apesar de todos os meus vacilos e também por não querer admitir, a Fran estava me
mudando pra caralho. Eu já estava perdendo graça nas outras, porque o sorriso da Fran valia muito mais
do que sexo por sexo. E com a Fran não iria rolar sexo, iria rolar muito, além de todas as coisas que já
provei.
Deitei na cama e a trouxe para cima de mim, coloquei uma mão na bunda dela e a outra por dentro de
seu cabelo. Eu a beijei do jeito que eu sei que ela gosta: sem pressa, explorando cada canto de sua boca
e acompanhando o ritmo que ela impunha. A mão que estava em sua bunda foi subindo por suas costas
fazendo carinho e ela estava arrepiando ao meu toque. Mordi levemente os lábios dela e fiz com que ela
rebolasse no meu pau, para ela sentir o que a esperava.
Imperador: Aproveita minha menina, que essa noite vai ser a melhor da sua vida. –Sussurrei no ouvido
dela mordendo em seguida a pontinha de sua orelha. Meu coração batia acelerado, sentia-me ansioso
demais pelo momento e tinha medo de fazer algo que fizesse tudo dar errado.
Entrelacei meus dedos nos dela, trouxe sua mão pequena e delicada até a mim, beijando mesma.
Enquanto ela rebolava no meu pau, eu chupava e beijava todo o corpo dela. Massageei e chupei
gostosamente os seios dela. Os suspiros de prazer da Fran se misturavam aos meus e o momento estava
se tornando cada vez mais nosso. E aos poucos nossas roupas iam sumindo.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 61º capítulo 🌼 Franciellen narrando
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Não estava acreditando no que estava rolando com o Imperador. Ele me passava uma segurança ao
mesmo tempo em que me fazia sentir prazer, eu estava me sentindo tão desejada por ele. O toque dele
em meu corpo não havia descrição melhor para dizer a não ser que perfeito. Meu corpo estava todo
arrepiado, ainda mais quando ele mamava e mordia o biquinho dos meus seios. Eu suspirava de prazer
com ele mamando meus seios, ele apertava minha bunda contra seu membro duro e fazia minha buceta
molhar de tesão. Ele me pegou pelos cabelos, beijou-me, me segurou pela cintura, ficou de joelhos
comigo no seu colo e em seguida me deixou nos pés da cama vindo por cima de mim. Ele desceu beijando
meu corpo, trançando um caminho de beijos demorados que se misturavam com pequenas chupadas. Ele
foi descendo até a minha buceta onde ele foi tirando a minha calcinha com a boca olhando para mim com
uma cara de safado que me dava tesão só de olhar. Ele deu um cheiro na minha buceta tão profundo
deixando-me arrepiada, em seguida deu mordidinhas nas minhas coxas segurando as mesmas entre sua
cabeça.
O Imperador começou passando a língua por toda a minha buceta e eu gemi um pouco alto demais. Morri
de medo de alguém ouvir, mas apesar da barulheira do som era meio que impossível. A não ser que a
pessoa chegasse muito perto da porta do quarto.
Imperador: Geme pra mim, Fran, não fica com medo. –Ele começou a chupar a minha buceta com
maestria, a excitação foi subindo com ele chupando meu clitóris, a respiração foi ficando ofegante e eu
não conseguia mais conter os gemidos quando ele começou a meter sua língua dentro da minha
grutinha-. Que buceta gostosa, puta que pariu... –Ele parecia alucinado com o momento junto comigo,
agarrei a cabeça dele, me contorcendo na cama de tanto prazer e cravei as unhas um pouco abaixo do
pescoço dele arranhando com força. Isso pareceu dá até mais prazer nele.
Ele começou a introduzir dois dedos na minha buceta, sem pressa e fazendo um vai e vem bem gostoso
enquanto dava linguadinhas no meu clitóris. Eu não queria pensar em mais nada, o mundo poderia se
explodir que não me importava.
Fran: Chupa Imperador... Is... Isso... Que gostoso. –Ele aumentou o ritmo ao fuder minha bucetinha
metendo seus dedos e chupando meu clitóris. Eu mal conseguia me controlar, pressionava a cabeça dele
contra a minha buceta e ele caia de boca com vontade.
Imperador: Gostosa pra caralho... Goza na minha boca... Deixa-me provar do seu mel todo. –Ele deu
beijos por toda a minha buceta, dando mordidinhas entre minhas coxas. Minha buceta pulsava de tesão e
novamente o Imperador me chupou com toda vontade dele. Eu não aguentei por muito tempo e explodi
em um intenso gozo na boca dele.
Pela primeira vez senti uma sensação completamente diferente, estava tendo meu primeiro orgasmo com
um homem que me deseja como mulher de verdade. Ele tirou os dedos da minha buceta e deu para mim
chupar, enquanto ele sugava todo mel que escorria da minha buceta.
Imperador: Vem cá. –Ele me pegou pelos braços me colocando de joelhos na cama, ele ficou em pé fora
da cama, tirou sua cueca, seu pau era grande e lindo. Mordi meu lábio inferior, sem medo algum com o
que poderia rolar. Eu ia chupá-lo, porém ele me segurou pelo braço e olhou-me nos olhos.
Imperador: Essa noite o prazer é todo seu, Fran. –Dito isso, ele me pegou no colo, com seu pau roçando
na minha buceta e me beijou com um pouco de força, pegando firme no meu cabelo. Sua língua explorava
minha boca e ele acariciava todo o meu corpo-. Que corpo lindo... Toda gostosa... –Ele falava perdido em
palavras, roçando os lábios nos meus. Eu estava com os olhos fechadas, apenas aproveitando ele
explorando meu corpo.
Ele bem safado, ia roçando a cabecinha do seu pau na minha buceta enquanto me beijava. O Imperador
me deitou na cama, se encaixou entre minhas pernas e as levantou na altura da cintura dele. Ele deitou o
corpo sobre o meu, subiu as mãos pela lateral do meu corporal e ao chegar aos meus seios os apertou
com vontade, suspirando alto no meu pescoço. Ele mordeu a pontinha da minha orelha.
A mão dele tocou a minha pele causando arrepios ao longo de todo o meu corpo, ele estava sendo tão
delicado e ao mesmo tempo safado na medida certa, que eu estava me surpreendo. Eu estava com o
corpo em febre, a pele do Imperador pegava fogo em contato com a minha. Rocei minha perna na cintura
dele, arranhei as costas dele. Ele começou a pincelar seu pau na entradinha da minha buceta, instigando
meu clitóris, colocando na entradinha da minha buceta e me castigando com chupadas pelo meu pescoço
e seios.
Fran: Ai Bruno... Não me tortura dessa forma... –Falei gemendo baixinho de prazer que eu estava
sentindo com aquela tortura. Desejando que ele me penetrasse. Levei minhas mãos ao pescoço dele e
devagar arranhei a área gemendo próximo ao seu ouvido.
Imperador: Minha safada... –Ele grunhiu, pegou nos meus braços com certa brutalidade colocando acima
da minha cabeça, ele chupou meus seios e encaixou seu pau na minha buceta-. Quero ouvir você
pedindo. –Ele segurou no meu rosto e alisou. Olhei em seus olhos, mordi meu lábio inferior e com a
buceta latejando não me contive.
Fran: Me fode, Bruno... –Pedi suspirando tentando controlar a respiração.
Imperador: Isso mesmo que eu gosto de ouvir. –Ele sorriu safado. Ele foi forçando a entrada na minha
buceta melada, tornando aquilo maravilhoso. Sem pressa, o Bruno foi metendo na minha buceta, fazendo
com que eu sentisse cada centímetro do pau dele me fudendo literalmente. Eu tinha que morder meu
lábio inferior cada vez que ele enfiava mais um pouco, sim ele estava me torturando enfiando pedaço por
pedaço. Segurando na minha garganta e com dedo no meu lábio inferior, o Bruno fez o que ninguém
nunca havia feito comigo. Ele me fodeu por simples prazer de homem e mulher. Ao invés de socar tudo,
ele enfiou até a metade e começou a fazer movimentos de vai e vem para que eu me acostumasse.
Imperador: Geme pra mim minha safada... Geme... –Ele só tirava o olhar de mim quando grunhia alto
juntamente com um palavrão-. Ai caralho, que porra de buceta gostosa. – Eu contraia a musculatura da
buceta, então notei que isso o deixava louco e ele começou a socar com vontade na minha buceta.
De joelhos na cama, Imperador me colocou no colo dele e meteu sua rola em mim.
Imperador: Quica no meu pau minha gostosa... Quica... –Ele chupa meus seios com certa voracidade,
deixando-me arrepiada e com uma mão em minha cintura ele com bastante experiência me ajudou a
quicar bem gostoso na rola dele. Ele agarrou com a mão na minha bunda, socou seu pau bem fundo,
fazendo-me soltar um gemido agudo e alto. Ele tapou a minha boca.
Fran: Desculpa. –Ri mordendo o lábio inferior dele.
Imperador: Sua safada... –Ele chupava meus lábios e me fazia quicar gostoso na piroca dele. Ele deitou na
cama comigo ainda por cima, segurou na bunda e meteu sem parar na minha buceta. Eu gemia sentindo
meu corpo todo pegar fogo, meu suor se misturava ao dele. Ele apertava minha bunda e dava pequenos
tapas nela.
Os gemidos do Imperador estavam se intensificando cada vez mais, ele já apertava meu corpo contra o
dele com mais força e socava sem pena alguma na minha buceta. Eu me controlava para não gemer alto
e ficava gemendo no ouvido dele.
Fran: Mete Bruno... Mete gostoso, vai... –Eu já perdia os sentidos, não queria saber de mais nada. Minha
razão havia ido para o espaço e eu só queria receber a rola do Bruno.
Ele tirou seu pau quente e melado da minha buceta, então ficou mexendo no meu grelinho.
Imperador: Que buceta melada gostosa. –Ele passava a mão na minha buceta sem pressa, enfiava os
dedos socando na minha buceta e depois masturbava meu clitóris.
Fran: Bru... Brun... Bruno... –Eu não conseguia nem formar uma frase de tanto prazer que eu estava
sentindo com o ato dele.
Imperador: Quero sentir sua goza melando minha piroca. –Dito isso ele retirou seus dedos, socou seu pau
na minha buceta e chupou meu lábio inferior para que eu não gemesse alto.
Não aguentei, gozei loucamente na piroca do Bruno, enquanto eu gozava ele metia mais e mais. A
respiração dele estava ofegante e ele gemia alto. Com a buceta sensível ainda pelo gozo recente, ele me
colocou deitada na cama, tirou seu pau bem a tempo de gozar bem em cima da minha buceta. Antes fora
do que dentro né?
Imperador: Ai caralho... Puta que pariu... –Ele dizia punhetando o pau enquanto sua porra quentinha era
jorrada pela minha buceta e barriga. Olhei pra ele com os olhos fechados sorrindo de prazer e sorri
também.
Ele se jogou ao meu lado naquela cama de solteiro, me abraçou de lado. Parecia que o corpo dele estava
com febre, assim como o meu. Eu respirava ofegante juntamente com ele.
Fran: Bruno? –Tomei coragem para poder falar longos minutos depois que gozamos.
Imperador: Oi?
Fran: Podemos ir pra casa?
Imperador: Podemos. –Ele disse beijando meu pescoço. Levantamos da cama, o Bruno acendeu a luz,
então eu fui procurando minhas roupas pelo quarto.
Senti os braços do Bruno me envolverem pela cintura quando eu só estava com o short e sem blusa.
Fran: Oi amor.
Imperador: Posso perguntar uma coisa?
Fran: Claro que pode. –Ri um pouco sem graça.
Imperador: Foi bom pra você? –Virei olhando pra ele, coloquei os braços em volta do pescoço dele e selei
nossos lábios.
Fran: Se foi bom pra mim? –Sorri sentindo meu rosto corar.
Imperador: É magrela. –Eu estava vendo uma cena inédita e inesperada: Imperador inseguro.
Fran: Foi perfeito. –O puxei e o beijei com a mesma voracidade que havíamos feito sexo minutos antes.
Ele como não é bobo nem nada, já me pegou com firmeza pela cintura, fazendo-me sentir seu pau duro
novamente.
Imperador: Essa noite eu vou é cuidar muito bem de você. –Ele disse safado entre o beijo e pegando com
força na minha bunda-. Fazer dela inesquecível.
Fran: Mais inesquecível do que ter seu primeiro orgasmo ao som de Alcione não existe. –Ele deu uma
risada alta olhando para o teto.
Imperador: Na boa mano, você não existe.
Fran: Sou doce, dengosa, polida. Fiel como um cão. Sou capaz de te dar minha vida, mas olha, não pisa
na bola. Se pular a cerca eu detono, comigo não rola. –Cantei sorrindo pra ele.
Imperador: Você é boba pra caralho. –Ele selou nossos lábios-. Mas você é bem assim mesmo, toda
ciumenta. Quebra a porra toda.
Fran: Ainda bem que você sabe.
Arrumamos a bagunça que fizemos no quarto, fomos lá em cima nos despedir do povo e de lá fomos pra
casa do Imperador.
Imperador: Princesa, você qu... –Eu não esperei que ele mal trancasse a porta e terminasse de falar, o
puxei pelo braço, me joguei nos braços dele, olhei nos olhos dele, sorri safada.
Fran: A princesa quer você, apenas você. –Disse com convicção alisando o peito e o abdômen do
Imperador.
Imperador: Eu só obedeço suas ordens. –Ele jogou as chaves no sofá, com um braço ele me pegou no
colo, e eu o abracei com as pernas. Com a outra mão ele pegou com firmeza no meu cabelo fazendo
nossos rostos se aproximarem-. Vou te falar uma coisa, brinca com fogo pra você ver o que é bom.
Fran: Se eu estou brincando é porque eu quero me queimar.
Imperador: Olha minha menina, parece que você quer brincar. –Ele sorriu safado e eu passei a unha nas
costas dele lentamente por cima da camisa mesmo.
Fran: Me ensina como as crianças grandes brincam.
Imperador: Cala a boca e me beija. –Ele me beijou com vontade, tirando até o meu fôlego. Excitada era
pouco para o que eu estava. Com passos largos e ainda me beijando com vontade, o Imperador foi me
levando para o quarto dele, onde ele fechou a porta a batendo com o pé com força e me jogou na cama.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 62º capítulo 💎 Imperador narrando
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Fran queria saber como é brincadeira de gente grande, pois bem, vou mostrá-la como eu gosto de
brincar. Após tê-la jogado na cama, olhando pra ela com cara de mal e de safado.
Imperador: Tira a roupa, Franciellen. –Falei com firmeza e ela demorou uns segundos pra poder assimilar
minhas palavras. Mordi meu lábio inferior olhando nos olhos dela, enquanto ela aos poucos foi entrando
na brincadeira e tirando sua roupa. Tirei meu tênis, minha camisa e abri minha bermuda. Deixei que ela
caísse um pouco e alisei meu pau duro por cima da cueca.
Fran: Bruno:
Imperador: Xiu... –Encostei o dedo indicador nos lábios vermelhinhos dela-. Agora você é minha, sem falar
nada, apenas quero ouvir você gemendo. –Ela mordeu o lábio inferior, toda nua e sentada na cama.
Peguei na mão dela e levei até meu pau-. Você gosta disso? –Ela olhou em meus olhos e ela assentiu
fazendo uma carinha de safada.
Fran: Você vai me comer? –Coloquei a mão no pescoço dela com certeza firmeza e a fiz olhar pra mim.
Imperador: Vou fuder você toda. –Meu pau pulsou de tesão na mão dela. Ela agilmente foi fazendo com
que a minha bermuda caísse e um pouco sem jeito foi tirando minha cueca com os dentes. Meu pau pulou
pra fora da cueca e ficou bem na cara dela. Essa noite eu queria que fosse um prazer só dela, mas parecia
que o prazer dela também era me dar prazer. Me olhando tesuda, a Fran com suas mãos pequenas e
delicadas, começou a punhetar meu pau olhando em meus olhos.
Fran: Que pau gostoso... –Ela sussurrou, eu passei a mão no rosto, subindo até seus cabelos.
Imperador: Coloca ele na boca, chupa bem gostoso. –Suspirei ao falar sentindo um tesão fodido com a
punheta leve que ela fazia em mim. Aos poucos ela foi colando meu pau na sua boca e só coube até a
metade. Ela foi chupando e ao mesmo tempo punhetando a parte que ela não conseguia engolir. Notei
que ela estava um pouco nervosa e fui fazendo carinho por dentro do cabelo dela, fazendo com que ela
relaxasse.
Imperador: Ai que gostosa... Puta que pariu... –Fez os olhos gemendo de prazer sentindo a boca dela
babar todo meu pau, olhei pra Fran ao mesmo tempo em que ela olhou para mim. Sentia meu corpo todo
pegar fogo, nunca havia tido tanta paciência com uma mulher como eu estou tendo com a Fran. Ela
estava me deixando louco com aquela mamada. Ela passou a língua pela minha cabecinha, desceu pela
base do meu pau e depois voltou a sugar a cabecinha do meu pau.
Fran: Está gostando? –Ela tirou o pau da boca, punhetou meu pau com mais velocidade e mordeu o lábio
inferior.
Imperador: Sua safada... –Dei um tapinha de leve no rosto dela e com a outra mão peguei com mais
firmeza no cabelo dela-. Chupa vai... Chupa gostoso... –Ela prontamente ficou de quatro na cama e caiu
de boca no meu pau. Peguei a mão dela que arranhava meu abdômen e desci até as minhas bolas onde
ela começou a massagea-la.
Imperador: Porra Franciellen... –Grunhi alto sentindo um puta tesão com a aumentada de velocidade que
ela deu ao me mamar. Comecei a fuder aquela boquinha dela com vontade
(...)
Eu e a Fran fodemos a noite inteira, eu que achei que ela não fosse aguentar, a safada se demonstrou
bem interessada em tudo que estávamos fazendo sem reclamar de cansaço. Eu acordei pensando na
nossa madrugada de sexo, nos gemidos de prazer, nos momentos que ela gozava. Mas pra mim o melhor
momento foi a hora que fodemos no banho antes de irmos dormir.
Ela estava toda linda agora dormindo em meus braços, já deveria ser mais de meio-dia com certeza. Havia
acordado há muito tempo já, mas queria mesmo é ficar zelando pelo sono dela. Nunca havia ficado tão
preso a uma mulher como estava preso a Fran. Tudo nela me chamava, me satisfazia, me deixava feliz.
Um tempo mais tarde, ela foi acordando e se mexeu em meus braços. Beijei a nuca dela e fiquei sentindo
o cheirinho gostoso dela.
Imperador: Bom dia minha menina.
Fran: Bom dia amor.
Imperador: Dormiu muito ein. –Ri baixinho.
Fran: Que horas são?
Imperador: Não faço a mínima ideia.
Fran: Eu precisava trabalhar hoje. –Ela riu baixinho.
Imperador: Hoje não, morena. Você trabalha muito, descansa hoje, é sábado.
Fran: Tudo bem meu amor. –Ela se virou pra mim, passou uma perna ao redor do meu corpo, se
aninhando em mim e deitou com a cabeça no meu pescoço. Ficamos juntinhos assim por um tempo até
tomarmos coragem pra poder levantar. Eu estava com o meu corpo mole de cansaço.
Imperador: Posso tomar banho com você? –Perguntei sentado na cama enquanto ela pegava roupa dela
no guarda-roupa.
Fran: Não amor. –Ela respondeu baixinho e com certeza ela estava morrendo de vergonha.
Imperador: Vai negar?
Fran: Vou. –Ela pegou suas coisas e quando passou por mim para poder ir ao banheiro notei as bochechas
dela vermelhas. Dei uma risada, peguei meu cel e fui ver quais seriam a boa pra hoje. A noite tem baile e
de tarde eu queria mesmo é ficar com a minha princesa né? Já eram 14 horas e eu passei rádio para um
moleque passar na pensão e trazer duas quentinhas pra mim.
A Fran voltou do banho logo mais, eu entrei, tomei meu banho e quando sai do banheiro a Fran não
estava mais li, porém havia trocado a roupa de cama. Sai do quarto, desci às escadas e achei a Fran na
cozinha colocando suco na mesa com copos e talheres ao lado das quentinhas.
Imperador: Com fome né?
Fran: Estou morrendo. –Ela riu baixinho. Ela estava cheia de vergonha, muito linda com a cara de tímida
dela. Almoçamos juntos e depois passamos a tarde inteira um curtindo a presença do outro.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 63º capítulo 🐾 Russo narrando
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Após conversar muito com a Catarina na festa de aniversário da minha vó, decide que ela poderia morar
comigo na minha casa com a condição de que ela respeitaria meu espaço e eu o dela. Nossa relação seria
restrita ao nosso filho e eu exigi também o teste de paternidade. Apesar de eu sentir que o filho é meu, a
Catarina quebrou a minha confiança juntamente com o amor que eu sinto por ela e então não vou confiar
cegamente nela. Muito menos ser o bonzinho demais pra depois ela me passar a perna.
A Luana mal quis falar comigo na festa da nossa vó, claro que ela me viu conversando com a Catarina,
mesmo eu e ela não tendo nada eu notei que ela ficou com ciúmes. Mas foda-se também, não estou
querendo arrumar mais encrenca com mulher. Se a Luana quiser ficar com ciúmes de algo nada a ver, por
mim de boa, não quero mais dor de cabeça. Hoje é dia de baile e eu vou ficar loucão, comer as melhores
piranhas e ninguém me segura.
Acordei por volta das 11 horas, tomei um banho e quando sai do quarto a Catarina estava passando pano
na casa.
Russo: Você não precisa limpar, eu pago a mina pra limpar pra isso.
Catarina: Não vai quebrar minhas unhas se ajudar, hoje é sábado e eu vi mensagem no seu celular
dizendo que ela não poderia vir. –Ela tirou meu celular do bolso e me entregou.
Russo: Não mexa no meu celular novamente. –Falei curto e grosso ao puxar o celular da mão dela. Então
sai de casa, fui pra casa da minha mãe só pra comer alguma coisa. Quando cheguei ela já veio toda pra
cima de mim e me abraçou.
Maísa: Saudades do bebê da mamãe. –Ela me abraçou toda sorridente e eu achei mega estranho né.
Russo: O que a senhora quer?
Maísa: Eu nada... –Ela sorriu toda misteriosa-. Já comeu? Estou com almoço no fogo, fica pra almoçar.
Russo: Beleza, até fico. Cadê meu pai?
Maísa: Ai filho... Você está tão estranho. –Ela fez uma cara de desanimada-. Seu pai está na rua como
sempre né.
Russo: Estou de boa, mãe. –Ela foi me puxando pra cozinha, sentei em um banco perto da bancada e ela
foi mexer nas panelas.
Maísa: Pensei que estivesse feliz, agora que você e a Catarina voltaram. Morri de pena quando soube o
que o Imperador fez.
Russo: Não voltei com a Catarina e muito menos vou voltar. Eu cedi um espaço pra ela dormir dentro da
minha casa porque eu não a queria dormindo em buraco.
Maísa: E vocês brigaram?
Russo: Não brigamos, só não estou de bom humor hoje.
Maísa: Eu vou ser vovó. –Ela sorriu e eu respondi sorrindo sem graça-. Não está feliz?
Russo: Ui uma criança! Grandes emoções e blá blá blá! -Rolei os olhos.
Maísa: Eu tinha apenas 16 anos quando engravidei de você, Igor.
Russo: Eu sei disso, sei diminuir a sua idade pela minha. –Ela levantou a colher de pau quente e me olhou
brava.
Maísa: Olha só Igor, você não entende o que eu estou falando?
Russo: Falando do que, mãe? Uma hora você diz que tem pena de Catarina outra você diz que está feliz
pelo seu neto. E daí? Eu não tenho pena nenhuma da Catarina.
Maísa: Você não sabe como a vida de uma mulher muda com uma criança. Eu larguei minha vida inteira
só por você, passava noites em claro pra cuidar de você, mal dormia, filho. Eu não tive o apoio dos meus
pais, graças a Deus a mãe do seu pai, sua madrinha e suas tias me ajudaram muito.
Russo: Eu sei, mãe, obrigado por isso.
Maísa: Só seja mais paciente com a Catarina, o momento dela é complicado. Ela saiu de casa, perdeu a
confiança do Imperador, os pais dela estão chateados com ela.
Russo: A gente colhe o que planta.
Maísa: Você está plantando rancor, vai aguentar colher isso?
Russo: Não vou ser idiota de Catarina, mãe. Minha responsabilidade é com meu filho, não vai faltar amor
e nada pra ele. Agora se a Catarina precisa de algo, ela que vá trabalhar.
Maísa: Você ainda a ama.
Russo: E daí? –Cruzei os braços e olhei para o lado. Não sei por que não fui para a boca, na boa.
Maísa: Perdoa ela filho. Desprende-se dos erros dela.
Russo: Ela trocou tudo e todos por outro cara, agora que fique com o que o outro cara tem a oferecer.
Quando joguei papo que queria ficar com a Catarina, eu deixei claro mano que aquilo era sério, que
cachorrada comigo não rola. Se eu assumi como minha fiel, porra não tem outra na minha vida. Ela não
quis melhorar pelo nosso relacionamento, agora que tome no cu sozinha. Ela não atingiu só a mim, ela
atingiu a família dela. Agora ela vem fazendo cena de pena? Vou te falar, mãe, se ela não estivesse
grávida com certeza Catarina estava agora mesmo dando pra outro. –Levantei do banco tão rápido que
ele caiu no chão e comecei a sair dali.
Maísa: RUSSO VOLTA AQUI!
Russo: ME DEIXA EM PAZ. –Fui para o quintal e subi às escadas para o terraço.
Fui para a beirada, o vento batia no meu rosto e eu fiquei olhando para o morro. Minha mente estava um
turbilhão de pensamentos, acendi um cigarro e fiquei fumando ali.
Independente do meu amor pela Catarina, pra ela eu não volto mais. Ela fez a escolha dela, então eu
aceitei. Não gosto de mentiras, não gosto de ilusões. Não adianta ninguém dizer pra eu perdoar ela,
porque eu não vou. Ninguém sentiu por mim a dor de ser traído, de ver a mina que você ama beijando
outro cara. Ninguém a ama por mim, ninguém se coloca no meu lugar. Não sou ruim por está seguindo
em frente, muito menos a Catarina é boa por ter apanhado e por estar grávida. Nesse jogo não tem
vencedor, porque a única coisa que eu sinto é vazio.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 64º capítulo ❄ Catarina narrando
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Eu só pude enxergar o tanto de merda que eu fiz quando o olhar das pessoas que eu amo era de
decepção. Eu me sentia uma merda, nunca chorei tanto em toda minha vida. Eu me coloquei no fundo do
poço por egoísmo meu. E não era apenas o olhar dos meus pais que me doía, sim o olhar do Russo. O
tratamento dele comigo era seco, ele não demonstrava emoção e muito menos que se importava. Pior
ainda era ver o Imperador passar por mim e fingir que eu não existo. O Imperador é a minha metade,
parte do que eu sou e ele se arrancou de mim. Por minha culpa, porque eu sou burra, infantil e idiota.
Eu terminei de limpar a casa do Russo chorando, tomei um banho e fiquei na cama que ele arrumou pra
mim em um quarto extra. Eu não tinha forças nem pra levantar, não aguentava mais chorar e pedia a
Deus para dar forças a mim e ao meu bebê.
Eu senti fome de tarde, fiz um almoço simples e comi. Fiquei sentada no sofá assistindo um filme, mas
com o pensamento longe quando o Russo chegou com um saco de cocada branca. Minha boca chega
encheu de água.
Russo: Oi. –Ele passou por mim, entrou na cozinha e como ele não me ofereceu, eu também não pediria.
Meu coração estava apertado pela nossa situação, não queria mais ficar assim com ele. Queria ao menos
um abraço de carinho, de ouvi-lo dizendo que está ao meu lado. O Russo voltou para a sala sem camisa,
colocou a sacola de cocada na minha frente com duas dentro.
Catarina: Posso pegar um pedaço?
Russo: Pode. –Eu peguei a sacola e ele saiu comendo subindo as escadas. Ele sabe que eu sou louca por
cocada assim como ele. Devorei as duas rapidamente e isso me fez até um bem.
Meu celular vibrou dizendo, mas eu só respondi porque vi que era mensagem da Fran.
🔸 Início da Conversa 🔸
Fran: Oi Cat.
Catarina: Oi Fran, tudo bem?
Fran: Estou bem e você?
Catarina: Seguindo.
Fran: Queria conversar contigo, pode ser?
Catarina: Pode ser.
Fran: Eu não tenho muito tempo, porque o Imperador foi na boca resolver alguma coisa e já volta. Mas
aproveitando a oportunidade, fiquei sabendo o que aconteceu entre os dois agora. Sua mãe veio
desabafar comigo aqui no whats e poxa Cat, eu não quero que essa situação fique assim entre vocês.
Vocês tem uma família unida, maravilhosa, uma família que toda pessoa sonha em ter. Eu sei que vocês
se desentenderam, mas isso não é motivo pra jogar tudo para o alto. Sua mãe ama você e sente sua falta,
seu pai idem. O Imperador não tem o direito de te mandar pra fora de casa, ele nem mora lá pra início de
conversa. Quem decide isso são seus pais. Não adianta você dizer que ele é o dono do morro, e daí? Isso
dá o direito dele interferir na vida das pessoas? Eu tenho certeza que você não está confortável morando
com o Russo e olha neguinha, pode ter que tudo o que você precisar eu estarei do seu lado.
Independente se você está grávida ou não. Amizade não é apenas nos momentos bons. Você falhou, de
boa, quem nunca falhou nessa vida? Eu não vou sair do seu lado nunca, assim como você não saiu do
meu quando eu precisei. Sua família é muito importante para mim, não se afasta por conta de uma falha.
Foi apenas uma falha, princesa. Todos falham, o que importa é o que você vai fazer pra mudar a situação
daqui pra frente. Não aceito conformismo como opção. (Áudio) –O áudio que a Fran enviou foi longe,
porém me fez desabar de tanto chorar. De todas as pessoas eu nunca esperei ouvir isso dela, eu me
sentia abraçada por ela.
Catarina: Eu nem sei o que te responder, Fran 😞 Você disse tudo o que eu precisava ouvir.
Fran: Amor vai conversar com sua mãe. Conversa com seu pai. Escuta o que eles tem pra te dizer e
ensinar. Aproveita enquanto você tem seus pais, porque um dia eles não vão estar mais aqui.
Catarina: Eu sei bem disso 😞 Eu tive que perder pra poder valorizar e eu sei bem o valor dos meus pais.
Eu só preciso tomar coragem para encará-los. Apenas isso.
Fran: Olha, deixa que com o Imperador eu vou me virar. Ele só está com raiva, mas vou fazer passar. Vou
conversar com jeitinho.
Catarina: Você já fez tanto por mim.
Fran: Nada é o suficiente pra um amigo, estou do seu lado.
Olha Imperador chegou aqui, te vejo no baile?
Catarina: Não vou.
Fran: Vai sim, vamos curtir um pouco juntas. Thami também está com saudade.
Catarina: Vou pensar... Até mais.
Fran: Até princesa, pensa com carinho.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Eu não iria mesmo ao baile, precisava organizar minha mente e meu coração até me sentir bem ao ir para
o baile. A noite chegou e o Russo saiu todo arrumado, com certeza para o baile. De madrugada acordei
com altos gemidos vindo do quarto. E não era um sexo a dois, parecia que a diversão ali estava entre o
Russo e mais três mulheres. Eu me senti um lixo, meu coração doeu de saber que cada minuto que se
passava eu perdia o meu Russo. Nem quando a casa se silenciou eu consegui dormir, meu coração estava
ferido demais para isso. No domingo, eu passei o dia inteiro trancada no meu quarto, não queria sair nem
para comer. Queria ficar sozinha sem ver a cara de ninguém. E ninguém também se preocupou com isso.
Na segunda-feira, sem muita vontade, me arrumei e fui pra faculdade de ônibus. Quando cheguei fui
abordada pelo Guilherme com um olhar estranho sobre mim.
Catarina: O que foi?
Guilherme: Me segue e não pergunta mais nada. –Ele segurou no meu braço e foi me levando até um
carro vermelho no final da rua-. Eu quero ter uma conversa em particular com você.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 65º capítulo 🚔 Guilherme narrando
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O tempo estava correndo e a minha vingança chegando perto. JR tirou meu pai de mim, então eu vou
tirar aquilo que ele mais ama. Seria difícil chegar perto do Imperador, mas não impossível. Eu tenho a
Catarina pra poder brincar, então agora eu vou me aproveitar. A otária terminou comigo na hora errada e
se afastou, meu plano estava todo calculado e eu estava manipulando essa otária direitinho.
Ela um pouco confusa, tentando se soltar, entrou dentro do carro.
Guilherme: Olha Catarina, eu não quero machucar você. –Sorri docilmente ao entrar no carro que aluguei
e olhei pra ela através do retrovisar dando partida no carro.
Catarina: Para esse carro que eu quero descer agora, Guilherme.
Guilherme: Amor, calma, apenas vamos conversar em particular. –Gargalhei internamente-. Está com
medo de que, Cat? Oxe, só vamos conversar. –Falei bem tranquilo.
Catarina: Não temos mais nada pra conversar, eu tenho uma aula importante hoje.
Guilherme: Nossa você está com uma cara de acabada, andou chorando princesa? –Olhei para ela que
estava um pouco assustada-. O que foi, Cat? Algum problema?
Catarina: Todos! Eu não quero ficar nesse carro com você.
Guilherme: Mas somos namorados ué, quantas vezes você já ficou no carro comigo?
Catarina: Agora é diferente.
Guilherme: Está com medo de mim?
Catarina: Eu com medo? Lógico que não. –Eu costurava com o carro aos poucos aumentando a
velocidade-. ME DEIXA SAIR DESSA MERDA, ANDA CARALHO!
Guilherme: Não quero que você saia minha deusa, eu quero conversar com você.
Catarina: Se eu soubesse que você é um doente mental eu nunca teria ficado contigo.
Guilherme: Doente mental? Nada disso, eu estou muito bem. –Gargalhei pegando a rota que eu havia
feito até uma casa no meio do mato na baixada. Peguei vários atalhos pra não ser pego pelo trânsito.
Esse é o bom de ser policial, você acaba descobrindo rotas que nem imaginava que existia. Parei o carro
no portão de madeira coberto pelo mato na estrada de terra e a Catarina começou a gritar socando as
janelas do quarto. Ela poderia gritar a vontade, não havia nada ali do que barulho de vaca e o somo que
ela emitia era só mais um mugido.
Sai do carro, abri a porta dela, então ela chutou a minha barriga e tentou fugir de mim. Eu a estudei
tempo o suficiente pra saber que ela era muito boa em se livrar de situações difíceis.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 66º capítulo 🎈 Thamires narrando
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Eu acordei bem cedo, como o dia estava muito quente, resolvi chamar o povo pra poder ir pra praia.
Depois de horas convencendo a Fran, ela topou só porque tinha pouco trabalho hoje e ela adiantou pela
manhã. Minha mãe também não me deu trégua, só disse que eu poderia ir a praia depois de ajudá-la nas
coisas de casa. Heitor não lava nem o copo que bebe água e a minha mãe pede que eu a ajude. Mas
enfim, assim que terminei de almoçar, tomei um banho, coloquei meu biquíni, uma saia de ir pra praia e
uma blusinha por cima de praia também que era conjunto da saia. Arrumei minha bolsa e sai de casa.
Caminhei até cinco ruas depois do morro, já estava bufando de calor quando encontrei com o Dog em
cima da moto.
Dog: Que cara é essa? –Ele riu.
Thami: Porra amor, não tem pena de mim?
Dog: Pena de que? Caminhar faz bem.
Thami: Vai se ferrar Dog.
Dog: Tadinha da minha gordinha, sobe ai. –Ele ligou a moto.
Thami: Idiota. –Falei subindo, ele alisou minha coxa e olhou pra trás.
Dog: Sou idiota, mas eu estou apaixonado por você.
Thami: Não acredito também. –Fiz birra e cruzei os braços. Mas na verdade eu estava me segurando para
não agarrá-lo.
Dog: Certeza morena? –Ele sorriu olhando em meus olhos, olhei para o lado tentando não sorrir.
Thami: Você é uma desgraça viu.
Dog: Eu sei bem disso, agora vamos para a praia. –Ele riu e selou nossos lábios. Ele deu partida na moto
e seguiu para a praia da Barra onde encontraria a Fran, Imperador e Russo no posto 5. O Dog deixou a
moto no estacionamento e estendeu a mão para mim.
Thami: Pra andar de mão dada comigo tem que me assumir. –Arqueei uma das sobrancelhas.
Dog: Pra que assumir para as pessoas se meu coração já te assumiu? –Ele me puxou pela cintura
discretamente e beijou minha testa.
Thami: Assumiu mesmo? Bandido não ama.
Dog: Nego faz uma fama do caralho, mas talvez bandido não ame muito pra não ter que deixar sua
mulher chorando no dia que ele partir.
Thami: Talvez seja só pelo sexo fácil e com a fiel é mais difícil.
Dog: É sempre pelo sexo fácil. –Ele riu e eu dei um tapa nele.
Thami: Safado demais, mas eu gosto. –Entrelacei meus dedos nos dele e fomos ao encontro do pessoal
que nos esperava no lugar marcado. Notei que a Fran não estava com uma cara nada boa, talvez seja
pela vergonha de ficar de biquíni na frente de todo mundo.
Russo: Ialá, olha o casalzinho. –Ele gastou assim que nos aproximamos e eu sorri toda sem graça.
Thami: Não ferra vai.
Russo: Ninguém me avisou que isso era encontro de casal.
Imperador: Você é o meu casal. –Ele olhou para o Russo com uma cara besta.
Russo: Então se livra da Fran, gosto de exclusividade.
Imperador: Já me livrei, amor.
Dog: Quanta viadagem, Deus me livre. –Ele fez uma cara de nojo e riu.
Russo: Tem Russo pra você também.
Dog: Ai garoto se afasta de mim, mato você.
Imperador: É muito amor pela gente. –Eles riram.
Thami: Vamos pra areia logo, quero entrar no mar.
Russo: Baleia não pode ver uma água né.
Thami: Já é o segundo que me chama de gorda, vão se fuder.
Dog: Ta gostosa demais, do jeito que eu gosto. –Ele sussurrou no meu ouvido enquanto andávamos e eu
sorri toda boba. Mas estava preocupada mesmo com a Fran, eu devo ter forçado a barra pra ela poder vir.
Os meninos foram comprar cerveja e alugar guarda-sol e as cadeiras de praia.
Thami: Amiga, desculpa, se você não queria vir era só ter dito. –A abracei de lado.
Fran: Não é isso.
Thami: Então é o que?
Fran: Tem alguma coisa errada sabe?
Thami: Como assim alguma coisa errada?
Fran: Eu não sei, sério. Só estou com uma sensação horrível de que está acontecendo algo muito ruim
com alguém que eu amo.
Thami: E quem poderia ser? Já ligou para a sua mãe?
Fran: Eu liguei, não conta para o Imperador, mas ela disse que estava tudo bem e pelo tom de voz dela
realmente pareceu estar.
Thami: Então amiga, todo mundo que você ama está por aqui.
Fran: O Tota não me responde.
Thami: Seu irmão? Aquele que te procurou na casa do Imperador?
Fran: Pois é amiga, pode ser ele também.
Thami: Relaxa, essa sensação logo passa. –O menino que trabalhava no quiosque montou o guarda-sol e
abriu as cadeiras. Logo os meninos voltaram com várias bebidas.
Fran: Ainda é meio de semana gente. –Ela riu.
Imperador: E tem dia pra poder beber?
Dog: Ih deixa ela, todo dia é dia.
Thami: Não quero ninguém fedendo a cerveja em cima de mim depois.
Russo: Olha você deveria aproveitar, porque pra pegar você tem que está bastante bêbado. –Todo mundo
riu, até mesmo o Dog aquele cachorro.
Thami: Russo não fala mais comigo o resto do dia.
Fran: Calma amiga, pelo menos alguém te quer até mesmo bêbado.
Thami: Franciellen vai se fuder. –Segurei a risada fingindo estar brava e comecei a tirar minha roupa.
Os meninos começaram a beber, eu e a Fran nos bronzeamos então deitamos em nossas cangas para
pegar sol. Os meninos estavam sentados na nossa frente bebendo e conversando, rindo que nem uns
idiotas.
Fran: Amiga, preciso te contar uma coisa.
Thami: Me conta. –Virei pra ela já curiosa e deitei a cabeça de ladinho em cima dos braços. Sentindo o sol
arder nas minhas costas. A Fran estava do mesmo jeito.
Fran: Promete segredo? –Ela falava baixinho.
Thami: Claro né cuzona.
Fran: Eu e o Bruno fizemos sexo. –Ela falou tão baixinho, mas deu para entender perfeitamente. Eu olhei
pra ela, olhei para o Imperador na cara de pau, depois olhei pra ela de volta. Tentando conter o sorriso
junto com a minha boca aberta.
Thami: MEU PAI ETERNO. –Nem fui escandalosa u.u
Fran: Não te conto mais nada sua fofoqueira.
Imperador: Contar o que?
Dog: Estão de assuntinho ai, quero saber também.
Fran: Não é da conta de vocês.
Russo: Estão falando de macho, aposto.
Thami: Ninguém aqui está falando de macho. –Ri olhando pra Fran. Rindo de felicidade mesmo, de
orgulho de ver a minha amiga finalmente se entregando a alguém, dando passos grandes na vida dela,
abandonando cada vez mais o passado dela. Eu sabia que ela e o Imperador fariam muito bem um ao
outro, apesar da história dela com o João e dele ter feito muito por ela também, pelo visto com o
Imperador era muito além do que eu pudesse compreender.
Imperador: Fran me conta o que foi.
Fran: Pergunta ao Russo ué, você me trocou por ele.
Dog: Hmmm toma trouxa.
Thami: Isso que dá, troca mesmo buceta por piru.
Russo: Não precisa ficar de invejinha.
Fran: Inveja de que? Sempre tem um me querendo.
Imperador: Não tem merda nenhuma. –Ele fechou a cara cheio de ciúmes e eu ri mais ainda.
Thami: Que lindinho cheio de ciúmes.
Fran: Ninguém merece ciúmes uma hora dessas.
Imperador: Sou ciumento mesmo. –Ele colocou os óculos de sol e ficou olhando para o lado.
Ela levantou do chão, pegou o Imperador pela mão e foi o puxando para ir para a água com ela. O Dog
ficou lá conversando com o Russo, tirei uma foto pra postar no Instagram.
A tarde na praia estava muito boa, há muito tempo eu não curtia algo assim e eu senti falta da Catarina
naquele momento. Eu queria tanto tirar esse bloqueio do meu coração e fazer o mesmo que a Fran fez,
oferecer carinho e apoio. Mas sabe quando seu coração já está cheio e cansado de ser trocado por falsas
amizades e por outros homens? Não é a primeira vez que isso acontecia e eu tinha medo de procurá-la.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 67º capítulo 🐾 Russo narrando
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Depois de passar a tarde na praia, voltamos para o morro e assim que pisei em casa notei que algo estava
estranho. Andei pela casa inteira e não achei a Catarina. Meu coração começou a ficar pesado, sentei no
sofá assim mesmo sujo de praia e fiquei pensando nela. Claro que eu me preocupo, finjo tacar o foda-se,
mas eu me preocupo. Eu não queria grandes ligações com ela, pra não me ferir mais, mas eu sentia falta
dela e chamá-la pra morar comigo talvez tenha sido mais um ato de saudade do que de responsabilidade.
Tomei um banho, troquei de roupa e entrei no quarto dela. A mochila dela da faculdade não estava ali, o
celular dela estava em cima da mesinha carregando e a roupa que ela usaria para ir ao médico também
estava ali na cama. Eu fui para a praia na raiva mesmo, estava zoando com o povo, mas estava puto. A
Catarina não queria que eu fosse junto com ela no médico.
Comecei a me preocupar seriamente com aquilo, peguei as minhas chaves, tranquei a porta e fui a pé
mesmo pra casa dos pais dela. Chamei no portão e quem atendeu foi a Fran.
Fran: Veio jantar também.
Russo: Catarina está ai?
Fran: Aqui não.
Russo: Chama o Imperador.
Fran: Aconteceu alguma coisa? –Ela olhou preocupada.
Russo: Não, chama o Imperador. –Falei sério e sentindo um agitação estranha no meu peito.
Fran: Me diz logo o que aconteceu.
Russo: Franciellen faz logo o que eu estou mandando você fazer e vai chamar o Imperador. –Talvez tenha
falado grosso até demais, porque ela engoliu em seco e de repente o portão se abriu mais.
Imperador: Qual foi parceiro? Precisa mandá-la me chamar não, to aqui. Qual é o papo?
Russo: Cadê a Catarina?
Imperador: Não está aqui.
Russo: Ela também não está lá em casa.
Imperador: Deve ter saído.
Russo: Não saiu. A Catarina nem voltou da faculdade, eu tenho certeza disso. –Andei de um lado para o
outro na frente do portão. O Imperador me parou e foi me empurrando pra trás.
Imperador: Como assim ela não voltou da faculdade? O que tu fez caralho?
Russo: Eu não fiz nada porra. Antes de ela sair pra faculdade ela deixou um bilhete dizendo que eu não
precisava ir ao médico com ela.
Imperador: Se alguma coisa aconteceu com a minha irmã a culpa vai ser tua.
Russo: Sua irmã? A mesma irmã que você colocou pra fora de casa?
Imperador: Foda-se o que eu fiz, você por acaso sou eu? Não porra.
Russo: Vai se fuder, Imperador, eu vou atrás da Catarina sozinho.
Fran: Dá para os dois pararem de brigar? –Ela entrou no meio de nós dois com lágrimas nos olhos.
Imperador: Tá chorando por que caralho? –Ele olhou puto pra ela.
Fran: Eu sabia que havia algo de ruim acontecendo, eu sabia! E você Bruno não me ouviu, você não ouve
nada a não ser que seja do seu interesse.
Imperador: Não se mete nisso, Fran. –Ele ficou murcho na frente dela.
Fran: Eu avisei pra você que algo estava errado, eu avisei. A Catarina não está bem, eu tenho certeza
disso. –Meu coração se apertou tanto que ele podia explodir. Eu sai correndo até a minha casa, subi em
cima da minha moto e sai voado pelo morro atrás dos amiguinhos da Catarina. Bati na porta de um por
um, revistei tudo, meti porra na cara de quem quer que fosse pra saber de algo sobre ela.
O Imperador veio atrás de mim juntamente com o meu padrinho, eles me encontraram em um beco, eu
estava consumido de tanta raiva.
JR: Russo!
Russo: Me erra. –Sai andando em direção a minha moto.
Imperador: A gente vai encontrar ela.
Russo: Eu rodei essa porra toda, ela não está no morro.
Imperador: Catarina tem um zilhão de amigos, ela pode ter ficado depois da faculdade com eles.
Russo: Ela não faria isso, não é da Catarina sumir desse jeito. Ela some, mas pelo menos avisa alguém. –
Meu padrinho estava nervoso, ele quieto é tipo uma bomba prestes a estourar.
Imperador: No que está pensando pai?
JR: Guilherme.
Russo: Ela terminou com ele.
Imperador: Você sabe onde ele mora. –Os dois olharam pra minha cara esperando uma resposta.
Russo: Eu sei, mas ele não costuma ficar muito por lá.
JR: Vocês dois vão atrás dele. Vou chamar o seu pai e o Dog, vamos dá uma volta por ai atrás dela.
Russo: Beleza. –Subi na minha moto, Imperador subiu em seguida e eu desci o morro voado. Cada
segundo que se passava, mas eu ficava doido de preocupação. Eu conheço a Catarina, ela é previsível
demais, ela não costuma desmarcar os compromissos. Mesmo que ela fosse ficar em outro lugar, alguma
amiga dela saberia e nenhuma amiga dela sabia de nada. Eu fiz todo mundo mostrar a última conversa
com a Catarina e a última visualização dela no Whatsapp era 7:15 a hora que ela está na faculdade.
Fiz o percurso até a casa do Guilherme, mas quando estava entrando na rua diminui a velocidade porque
havia carro de polícia em frente a casa do viadinho.
Imperador: Vai reto, Russo.
Russo: Não caralho, eu vou parar.
Imperador: Mano, a gente tem passagem, se eles reconhecerem a gente fudeu.
Russo: É a Catarina porra.
Imperador: Eu sei caralho, eu sei disso, é a minha irmã. Mas ela mesmo diria que isso é idiotice.
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ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 68º capítulo 💎 Imperador narrando
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Na minha mente um milhão de pensamentos se passavam e o arrependimento de ter sido rude demais
com a Catarina caiu sobre terra. A Fran me esculachou demais antes que a gente fosse para o baile, ela
havia descoberto o que eu fiz e conversou com a Catarina. Eu nunca a vi falar tão sério comigo como
naquela noite, fiquei quieto, porque eu sabia que estava errado. Na hora da raiva já fiz muita coisa sem
pensar. Eu e a Catarina sempre chegamos a pontos extremos, nossa vida inteira. Minha mãe costuma
falar que a gente já brigava dentro da barriga. E deveria mesmo, Catarina não perdia uma oportunidade
de aprontar comigo e eu retribuía a altura. Ela fodia com meus relacionamentos e eu fazia questão de
dizer para o meu pai onde é que ela estava metida. Meus pais com o passar do tempo pararam de se
meter em nossas brigas, porque sabiam que depois eu estava cheirando o cu dela. Sim, porque sempre
cedia era eu. Sempre pedia desculpas, sempre corria atrás. A filha da puta já me cortou com linha com
cerol e eu pedi desculpas pra ela dentro do hospital com o pescoço enfaixado. Arrependo-me de ter batido
nela, de saber que teria um sobrinho e que ele poderia ter morrido por minha causa. Mas se eu não
intervisse, ela continuaria com aquele homem, continuaria destratando meus pais. Uma coisa é certa,
quando eu quis ficar com a Manu eu sai de casa quase a base de tiro. Se ela quisesse ficar com o
Guilherme era pra ter feito o mesmo. Nunca troquei minha família pela Manu, nunca briguei com meus
amigos e com ninguém por buceta. Catarina SEMPRE fez e por causa de uns homens nada a ver. O único
cara que eu concordei que ela namorasse foi o Russo e mesmo assim eu sabia que ia dar merda.
Catarina e eu temos um lance complicado, mas a gente se ama. Eu daria minha vida no lugar dela,
mataria por ela, trocava o morro e todo dinheiro que eu tenho por ela. Porque apesar de todas as
burradas que cometemos um com o outro, sempre estamos juntos. Não existe foto de infância nossa
separados, sempre juntos. E não porque a minha mãe queria que fosse juntos, é porque um só tirava foto
com o outro. Dormir em quarto separado foi um custo. Lidar com os ciúmes de ver algum homem se
interessando por ela pra mim era como se enfiar uma faca no meu peito. E o medo de saber que ela
poderia está em qualquer canto correndo perigo me matava aos poucos. Podia não demonstrar
fisicamente tão bem quanto o Russo estava demonstrando, mas por dentro meu mundo estava
desabando.
O Russo me obedeceu e seguiu em frente, passando pelos policiais e seguindo reto por uma grande
avenida. Ele parou em uma praça, descemos da moto e eu olhei para o seu bufando. Pedindo
mentalmente para Deus protegê-la.
Russo: Mano?
Imperador: Qual é?
Russo: A gente vai achar ela não vai?
Imperador: Vamos. –Meu celular começou a tocar e eu atendei sem ao menos ver quem era.
🔸 Início da Conversa 🔸
Imperador: Alô?
Xxx: O relógio está fazendo tic-tac e seu tempo está se esgotando. Escuta os gritos da sua irmãzinha...
GRITA CATARINA... GRITA SUA CACHORRA...
Catarina: Eu não vou gritar... (Choro estridente dela) IMPERADOR NÃO OUVE O QUE ELE ESTÁ DIZENDO,
IRMÃO NÃO VEM ATRÁS DE MIM, ELE VAI MATAR VOCÊ.
Xxx: Estrada da Conceição, número 19, sua irmã aguarda você.
Catarina: IMPERADOR NÃ...
🔸 Fim da Conversa 🔸
Imperador: Alô? Caralho quem é? –Vi que o filha da puta havia desligado a ligação.
Russo: Mano? O que foi? –Ele me olhou assustado e eu respirei nervoso.
Imperador: Alguém pegou a Catarina. –Disse com dificuldade, sentindo meu coração doer muito-. Estrada
da Conceição número 19. Você conhece Russo? –Ele ficou em silêncio-. RESPONDE PORRA. –As pessoas
ao redor se assustaram.
Russo: Não conheço. –Ele disse nervoso, andou de um lado para o outro-. Vamos voltar para o morro..
Imperador: Não dá tempo caralho... Minha irmã pode morrer a qualquer momento.
Russo: Você não sabe onde fica esse lugar.
Imperador: Cala a boca que eu vou descobrir agora. –Ele pegou o rádio e chamou o pai dele.
🔸 Início da Chamada 🔸
Russo: Coroa onde fica Estrada da Conceição?
Pezão: Acharam a Catarina?
Russo: Ligaram para o Imperador agora e deram esse endereço: Estrada da Conceição, número 19.
Pezão: Puta que pariu...
JR: RUSSO SEU FILHO DA PUTA CADÊ A MINHA FILHA?
Russo: Padrin...
JR: PADRINHO É O CARALHO, AONDE VOCÊ E O IMPERADOR ESTÃO?
Russo: Longe do morro.
JR: VOCÊS VOLTEM PARA O MORRO AGORA, ISSO É UMA ORDEM.
Russo: Padrinho não dá tempo, Catarina está em perigo.
JR: FODA-SE EU VOU RESOLVER ISSO, VOCÊS DOIS NÃO VÃO RESOLVER ISSO SOZINHO.
Imperador: ESCUTA QUE EU VOU FALAR, CATARINA É A MINHA RESPONSABILIDADE AGORA, EU VOU
ATRÁS DELA NEM QUE SEJA ATÉ O INFERNO. SE QUISER ME ACOMPANHAR VEM ATRÁS DE MIM, NÃO
VOU VOLTAR PARA O MORRO. O ENDEREÇO JÁ FOI DADO, VEM ATRÁS SE QUISER.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Ele tacou o rádio no meu peito e eu segurei.
Imperador: Eu sei quem deve saber onde fica esse lugar, bora. -Subi na moto e ele subiu na garupa. Meti
o pé para o morro do Aruan, lá onde a Thami mora.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 69º capítulo ❄ Catarina narrando
Na minha mente um filme ruim se passava. Eu não queria que ninguém viesse atrás de mim. Eu fiz a
merda de colocar o Guilherme na minha vida e ninguém deveria pagar pelos meus erros. Dentro de uma
cela imunda, acorrentada pelos pés e pelas mãos como um animal. Guilherme ria, debochava e apontava
uma arma para mim.
Catarina: Isso tudo... É por que terminei? Gui... Me desculpa, eu não posso brincar com seus sentimentos.
–Disse com dificuldade sentindo o sangue escorrer pela lateral da minha boca. Eu não conseguia nem
sentar. Com certeza a minha perna estava fraturada. Ao lutar com o Guilherme, ele me arremessou e
assim que cai no chão fui espancada com uma pá. Minha cabeça latejava e mil coisas se passavam por
ela. A saúde do meu bebê, saber que as pessoas estavam atrás de mim e de que o Guilherme tiraria a
minha vida.
Guilherme: Você acha mesmo que eu gostava de você, Catarina? –Ele riu com uma cara doentia, cruzou
os braços e me encarou sorrindo-. Você não faz ideia não é mesmo sua mimadinha do caralho? Não faz
ideia do que é viver sem pai e sem mãe. –Ele utilizou uma voz mansa comigo e do nada alterou
parecendo monstruoso. Me encolhi cada vez mais, sentindo meu corpo inteiro latejar de dor-. SUA
FAMÍLIA TIROU TUDO O QUE EU TINHA. E EU VOU TIRAR TUDO O QUE VOCÊS TEM, CAUSAR DOR,
RAIVA. EU VOU DESTRUIR VOCÊS.
Catarina: Por quê? –Chorei perguntando sentindo uma dor aguda na barriga e na lombar. Grunhi de dor e
respirando fundo olhei para o Guilherme.
Guilherme: Seus pais nunca contaram para você o que eles fizeram no passado não é? Nunca disseram
que por conta deles eu cresci em uma DROGA DE ORFANATO. Seu pai ao fugir da prisão com a ajuda da
piranha da sua mãe, matou meu pai. Esses filhos da puta agora vão... –Um estrondo que pareceu ter
vindo da frente da casa retiniu e isso interrompeu a fala do Guilherme-. Espera aqui vagabunda, já volto
pra poder acabar com a sua raça.
Catarina: ALGUÉM ME TIRA DAQUI! SOCORRO! –Gritei o mais alto que pude, o Guilherme da porta, virou
e atirou 3 vezes contra mim. Eu protegi minha cabeça rapidamente, o primeiro tiro pegou na parede, o
segundo na cela, porém o terceiro não tive sorte e acabou atingindo o braço que estava em volta da
minha cabeça.
Guilherme: Vê se isso agora vai te deixar quieta, piranha. –Eu já havia tomado um tiro antes, mas nada
comparado ao que estava acontecendo agora. Eu me revirei sentindo dor, meu corpo inteiro clamava por
socorro. As lágrimas caiam quentes pelo meu rosto misturando-se com o suor. A dor que eu sentia
aumentava cada vez mais. Ouvi gritos, sons graves, barulho de tiro e isso aumentava meu desespero.
Ouvi a voz do Imperador me gritar e meu coração se apertou de medo por ele.
Imperador: CATARINA! CATARINA ONDE VOCÊ ESTÁ? CATARINA CARALHO! –Ele gritava cada vez mais
perto de onde eu estava.
Catarina: IR...MÃO! IRM...ÃO! EU ES...TOU AQUI. –Minha voz falhava. Então eu ouvi um grito agudo do
Imperador seguido de um tiro-. IMPERADOR! IMPERADOR!
Guilherme: SEU FILHO DA... –Antes que ele terminasse de falar algo, uma arma foi disparada dez vezes. A
cada tiro eu tremia. O meu desespero se aumentou, não sabia de quem era o tiro. A bala alojada no meu
braço queimava na minha pele. A porta do quarto onde eu estava presa dentro da cela foi arrombada com
uma pesada e eu pude ver a imagem do Russo entrando por ela. Mas eu já estava perdendo os sentidos,
meus olhos estavam se fechando e a minha boca estava seca com o gosto de sangue.
Russo: Catarina... Catarina pelo amor de Deus fica comigo... Não faz isso comigo, minha mulher, não faz
pelo amor deu Deus... –Então o mundo para mim era apenas escuridão.
Quando acordei estava dentro de um hospital com a sensação de “será que eu estou viva ou esse é o
hospital do inferno”? Olhei para o teto branco, pisquei algumas vezes e eu me sentia tão grogue.
Russo: Madrinha ela está acordando... –Senti pegarem na minha mão e a pessoa tremia.
Babi: Minha filha, minha princesinha. –Os rostos vermelhos e cheios de lágrimas do Russo e da minha
mãe entraram no meu campo de visão. Eu não conseguia mover os ombros.
Catarina: Mãe... Eu tô viva ou isso é um sonho? –Disse com a voz embargada, sentindo dificuldade para
respirar.
Babi: Você está viva meu amor, graças a Deus. –Ela alisou meu rosto e beijou minha testa-. Você foi
livrada, meu amor, seu irmão e o Russo fizeram de tudo por você.
Catarina: Russo... –Olhei pra ele e vê-lo chorar apertou o meu peito. Eu nunca havia o visto chorar, na
verdade desconfiava se ele era dotado de lágrimas. Ele segurou na minha mão firme, encostou os lábios
nele e suas lágrimas molharam meus dedos. Olhei para a minha mãe já com lágrimas nos olhos-. Mamãe,
como está o meu bebê?
Babi: Filha... –Ela olhou para o teto, passou a mão pelo rosto e o silêncio dela já disse tudo.
Russo: Eu fui um idiota com você, Catarina. Se eu não tivesse ido pra cima de você naquele dia, se eu não
tivesse te tratado como qualquer uma o final de semana inteiro, se eu tivesse ido ao médico com você...
Babi: Meu amor não chora. –Minha mãe o abraçou com firmeza-. Não é culpa sua, não é culpa de
ninguém. Não acordamos todo dia esperando que uma coisa dessas aconteça meu amor.
Catarina: Se tem alguém aqui que deve desculpas esse alguém sou. E cadê o Imperador?
Babi: Está com seu pai, eles estão doidos para ver você. Todo mundo, aliás.
Catarina: Sim... Diz que... Eu estou com saudades... –O sono foi chegando novamente e eu acabei
cedendo a ele.
Não sei o quanto passei adormecida, porém acordei sentindo um pouco menos de dor. Olhei para a janela
ao lado e vi que estava escuro. Olhei para o outro lado e vi minha mãe sentada numa poltrona olhando
para mim.
Catarina: Dormi muito?
Babi: São os remédios. –Ela pegou na minha mão e fez carinho dando-me força. Minha mãe ficou ali me
dando força, conversando comigo até que eu deixei que ela dormisse. Eu também acabei dormindo muito.
Eu me sentia em dívida com a minha família e com o Russo. Se não são eles, não sei o que seria de mim.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 70º capítulo 🐨 Babi narrando
As coisas chegaram ao limite e eu estava exausta. Duas semanas com a Catarina no hospital me fizeram
repensar muitas atitudes minhas. Assim que o JR colocou a Catarina sentada no sofá, o Imperador veio da
cozinha junto com a Fran.
Babi: Quero que todos sentem. –Eu estava cheia de dor de cabeça, morrendo de sono, porém eu não
passaria mais nenhum dia engasgada.
Imperador: Ih lá vem bomba.
JR: O que foi amor? –Ele olhou confuso para mim.
Babi: Mandei todos sentarem.
Fran: Vou pra casa, tchau pessoal. –Ela ia saindo, porém fiz sinal para que ela também sentasse.
Babi: Você também faz parte da família agora, mocinha. Os quatros precisam ouvir. –O Imperador sentou
em um sofá com a Fran, o JR foi sentar no outro sofá ao lado da Catarina.
Imperador: Senta que lá vem história.
Babi: Não debocha Bruno. –Olhei sério para ele e a Fran deu um beliscão nele discreto-. O que eu quero
falar é que a partir de hoje eu não vou tolerar brigas, confusão e muito menos fofoca dentro da minha
casa. E quero deixar bem claro que aqui dentro dessa casa quem manda sou eu e o Gabriel. Ninguém aqui
é Deus para julgar ninguém, muito menos dono da razão. Todos tempos direito de errar e de se redimir.
Não da pra cobrar amadurecimento de alguém da noite para o dia. Eu tenho quase quarenta anos e nem
por isso estou madura o suficiente. Muitas das vezes não sei como reagir a algum problema. Sou falha,
sou humana e reconheço isso. Gabriel, Bruno e Catarina vocês tem o péssimo hábito de se julgarem
melhores do que os outros por isso brigam tanto entre si. E eu estou cansada de ver os três brigando.
Cansada de não ter meus filhos pra cuidar, pra dar carinho. Eu não quero que você filha saia da minha
casa por conta de brigas e de problemas. –Olhei para a Catarina que estava com os olhos marejados e em
seguida olhei para o Imperador-. Não quero que você, Bruno, suma daqui de casa só porque está
estressada com a Catarina ou com seu pai, só porque as coisas estão difíceis. Você até pouco tempo
namorava uma menina que eu desaprovava por puros ciúmes, porque você dava toda sua atenção para
ela e se esquecia de dar atenção para mim. Porque eu sabia que aquela menina também só usava você
enquanto você se jogava aos pés dela. Por mim nem você teria saído daqui de casa, seria meu bebezão
pra sempre. –Então olhei para o JR-. Olha com você eu não falo mais nada, estou contigo há mais de
vinte anos e você parece se igualar a idade dos seus filhos. Intolerante, resmungão, mandão. Você não
pode decidir pelo Bruno ou pela Catarina. Tampouco eu posso. Você me tira do sério com essa sua mania
de querer controlar tudo. Você controla o morro, não a nossa família. Precisamos nos ouvir, sermos
sinceros um com o outro. Eu sei o quanto o nosso dia a dia às vezes pode ser estressante, o quanto as
cobranças são demais, é chato quando somos chamados para a responsabilidade. Isso não é só culpa da
Catarina, é culpa nossa. Por não termos sentado para conversar antes. Minha culpa por não ter visto as
necessidades dos meus filhos. Culpa do Imperador que está sempre tão próximo da irmã e não a ajudou,
ao invés disso tomou uma das piores decisões da vida dele. Culpa da Catarina por ser sempre tão cabeça
dura, por ter um gênio forte, por ser quase impossível de se moldar. E culpa do Gabriel, por ele se
esquecer de que na rua ele é o JR, dentro de casa ele é chefe de família e não do tráfico. E você Fran, só
queria que ficasse mesmo para que eu dizer: seja bem-vinda a nossa família. É doideira, mas você pode
se acostumar. Era só isso mesmo. Alguém quer dizer alguma coisa? –Olhei pra eles que estavam quietos.
Imperador: Eu quero dizer.
Babi: Se for pra falar merda fica quieto.
Imperador: É sério. Eu só queria pedir perdão pra Cat. –Ele olhou pra ela na mesma hora que a Catarina
olhou pra ele-. Desculpa ta? Eu estava puto, exagerei demais, deixei a raiva falar mais alto do que a
razão. E desculpa principalmente quando disse que você não era mais minha irmã.
Catarina: Eu desculpo. Eu fui tão imbecil com todos vocês. –Ela falou com a voz embargada e chorou-. E
hoje eu percebo que se eu não tenho minha família eu não tenho merda nenhuma. Me desculpa, você
Bruno. Porque quem sempre pisou na bola contigo foi eu e você sempre me pediu desculpas. Minha mãe
sempre disse que um dia eu iria cair do cavalo feio por conta do meu orgulho e veja bem, tomei um tiro,
quebrei a perna, perdi meu filho, perdi o homem que eu amo. Quase perdi minha família. Eu amo vocês,
amo muito.
Babi: A gente também ama você filha. –O Imperador foi o primeiro que a abraçou, depois fui abraçá-la
também, puxei o ogro do JR e nos abraçamos em família.
JR: Olha que ninguém veja essa cena.
Babi: Toma vergonha na cara, JR. –Rolei os olhos pra ele-. Bem, agora tiramos o peso do ombro.
Imperador: Já podemos almoçar.
Babi: Ninguém fez a comida.
Imperador: Dá licença que a minha namorada cozinha pra caralho. –Ele riu levantando da cozinha e a
Fran ficou vermelha de vergonha.
Fran: Cala a boca, Bruno.
Babi: Vamos ver se vai passar no teste da cozinha. –Ri brincando com ela e fomos todos para a cozinha
nos servir. Sentamos à mesa da varanda e começamos a comer.
Catarina: Olha, só aceito a Fran como minha cunhada. –Ela disse se lambuzando de tanto comer. Também
tadinha, só comendo comida de hospital.
Imperador: Vai cagar. Não fica de olho na magrela não. –A comida da Fran realmente estava maravilhosa.
E eu estava boba olhando para o Imperador e ela juntos. Me lembrava tanto a forma como eu e o JR nos
olhava. E eu acho que ele percebeu a mesma coisa, porque apertou a minha coxa e sorriu para mim.
JR: Você é perfeita. –Ele sorriu.
Babi: Somos.
JR: Amo você.
Imperador: E C A. –Ele falou fazendo careta olhando pra nós dois e só de implicância dei um beijo no JR.
Fran: Deixa seus pais. –Ela o beliscou e todos nós rimos.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 71º capítulo 🐾 Russo narrando
Sabia que a Catarina havia recebido alta do hospital e esses últimos dias haviam sido horríveis para mim.
O Guilherme não entrou na vida da Catarina porque se interessava por ela, mas sim para poder matá-la.
Os policiais que estavam em frente a casa dele estavam todos sabendo daquele plano maldito. Com o
passar dos dias, depois que o Imperador se recuperou do tiro que tomou na coxa, fomos atrás de
informações. Descobrimos que o Guilherme havia sido filho de um policial morto na fuga do JR dentro do
aeroporto, que a mãe dele morreu por conta de uma depressão e ele foi jogado em um orfanato. Ele
cresceu, se tornou policial, descobrimos que nem matriculado na faculdade da Catarina ele de verdade
estava. O plano dele desde o início era matar o Imperador e a Catarina para fazer os meus padrinhos
sofrerem. Quando invadimos a casa dele, no quarto dele havia um quadro cheio de fotografias da
Catarina, do Imperador e dos meus padrinhos. O cara era doido de pedra mesmo. Parece até coisa de
filme. Não me arrependo de tê-lo matado, me arrependo é de não tê-lo torturado até a morte.
Mas não era isso que estava me machucando, o que me doía era saber que eu não protegi a Catarina e o
meu filho o suficiente. Que agora as coisas poderiam estar diferentes e que eu agi feito um babaca com
ela. Minha mãe pediu que eu desse um espaço para que ela se recuperasse e depois para que eu
conversasse com ela. Então assim resolvi fazer, seria bem melhor assim.
Na segunda-feira, o ritmo no morro voltou ao normal. Até o clima estava favorável. Tomei um banho
depois que acordei, me arrumei, tomei um café da manhã e rapei pra rua. Estava subindo na minha moto
quando vi a Luana subindo o morro, liguei a moto e pilotei até o lado dela.
Russo: Está fazendo o que por aqui loirinha?
Luana: A Manu veio aqui atrás do Imperador e quis que eu viesse junto.
Russo: Não foi para a escola?
Luana: Acordei atrasada. –Ela riu.
Russo: Pode não ein, vai reprovar assim.
Luana: Sou loira, mas não sou burra.
Russo: E é bem espertinha também. –Notei que ela estava usando a pulseira que eu havia dado para ela
em seu aniversário. Apesar da Luana ser toda linda e dizer gostar de mim, não era justo da minha parte
brincar com os sentimentos dela.
Luana: E ai, como está a Catarina?
Russo: Ela está em casa já, voltou ontem.
Luana: Eu sei disso, mas quero saber como ela está. Não acho que eu seja uma visita agradável para ela.
–Ri.
Russo: Ela estava com o braço enfaixado e uma perna quebrada, mas mesmo assim te tacaria umas
coisas.
Luana: Bobeira dela.
Russo: Isso é verdade. –Ri.
Luana: Sabe Russo...
Russo: Luana... –Falamos ao mesmo tempo-. Fala você.
Luana: Não, fala você.
Russo: Não, você.
Luana: É que... –Ela mordeu o lábio inferior um pouco nervosa-. Eu sei bem que você ama a Catarina e
que se você quiser ajuda para reconquistá-la, eu sei de várias ideias que li em um site ai. Nesse tempo
que nos aproximamos só percebi que eu gostava de você porque você tem um rostinho bonito e é
simpático, mas gostar de outra forma não gosto.
Russo: Eu não sou apenas um rostinho bonito. –Cerrei os olhos fingindo estar puto.
Luana: Desculpa... –Ela ficou sem graça e então eu ri.
Russo: Brincadeira loirinha. Mas sério, gosto da sua amizade e eu não quero te perder por conta de
putaria minha. Você é linda pra caralho e merece um mano de fé.
Luana: Eu sei disso.
Russo: Convencida pra caralho ein.
Luana: Sou nada bebê. –Ela riu. Fiquei trocando ideia com ela, até o Imperador me chamar pelo rádio e
eu fui ver o que o gostosão queria.
Russo: Fala minha puta.
Imperador: Tota está subindo e eu preciso do meu braço aqui.
Russo: O que aconteceu com os seus? Estou olhando daqui e parece que estão bem saudáveis. –Ele me
olhou com cara de cu e eu ri.
Imperador: Nossa vai tomar no seu cu, Russo.
Russo: Te amo minha puta. A Fran sabe que o irmão dela vai subir?
Imperador: Ela não precisa saber de tudo.
Russo: Você tem que parar de esconder as coisas dela.
Imperador: Não estou escondendo nada dela, estou omitindo. Ela não perguntou, então não disse. Eu não
quero que esse cara ache que tem algum direito sobre a Fran.
Russo: Ele é irmão dela, você não pode ficar controlando a Fran.
Imperador: Não estou a controlando.
Russo: E também está tomando todas as decisões por ela.
Imperador: Eu só não quero que ela vá embora.
Russo: Gostava mais de você quando era putão.
Imperador: Não fode.
Russo: Foder é o que você está precisando.
Imperador: Não estou mesmo. –Ele rolou os olhos e eu ri.
Russo: Eita que a Fran está caprichando ein.
Tota: Minha irmã está caprichando no que mesmo? –Ele entrou na sala e olhou para nós dois. Tomei
postura, cruzei os braços e olhei sério pra ele.
Imperador: Não é da sua conta, parceiro. –Ele fechou a cara. Ainda bem que ele não encarou o cara,
imagina a merda que daria.
Russo: Conversa aqui entre nós dois.
Tota: Estão falando da minha irmã, eu tenho direito de saber qual é o assunto. –Não fui com a cara dele,
esse sorrisinho debochado me dá nojo.
Imperador: Dentro do meu morro você não tem direito nenhum a não ser de obedecer minhas ordens. –
Ele encarava o Tota bem sério e sem perder a pose de homem. Que orgulho da minha putinha.
Russo: Aqui dentro da boca tu negocia com a gente, fora da favela tu faz o que quiser, dentro da nossa
área você é ninguém.
Tota: Tem certeza que vão tratar o irmão da Fran dessa forma? –Ele riu debochado e sentou em uma
cadeira.
Imperador: Você só acha que a Fran interfere em alguma coisa. Enfim, veio aqui para negociar, então o
nosso assunto será limitado a isso. Se quiser saber dos caprichos da Franciellen liga pra ela.
Tota: Na verdade assim que sair daqui eu vou fazer uma visita a ela.
Russo: Tá bem, mas quem perguntou algo? Queremos saber da grana. Cadê?
Tota: No carro.
Imperador: Então busca.
Tota: Você só pensa que é alguém Imperador. –Imperador puxou o rádio dele e falou com um dos manos.
Imperador: Ai Dado na escuta?
Dado: Na escuta patrão.
Imperador: Jetta TSI preto, perto do beco da cinza, traz o dinheiro que está lá pra mim agora. –Ele largou
o rádio em cima da mesa-. Comigo não tem desenrolo, não tem brincadeira, o nosso trato é único e não
tem criança alguma aqui. 500 mil agora e pelo restante do tempo que firmamos parceria, tu é novo aqui
na área e não conhece metade das porras. Thierry te deixou numa furada mermão e se você não abrir
teus olhos, eu mesmo faço questão de te mandar ceguinho para o inferno. –Imperador é parça, é
brincalhão, mas quando fala sério o bagulho é outro. E o Tota percebeu isso. Na mesma hora o Dado
entrou na sala com uma mala preta de mão pesada e jogou o dinheiro na mesa.
Dado: Ai patrão.
Imperador: Faz a ronda pela linha com os moleques e vai ao morro do Aruan fazer o arrecadamento do
mês. Russo conta o dinheiro, Tota só sai do morro se na mala tiver 500 mil. Caso contrário me chama no
rádio que eu vou sair pra cortar o cabelo. –Ele saiu andando para o meu lado, abri a mala e olhei na hora
que ele passou pelo Tota, deu dois tapões na cara dele e saiu pela porta.
O meu padrinho entrou na sala olhando para todos os lados e olhou para o Tota com o mesmo olhar que
o Imperador olhava para ele.
JR: Trouxe o nosso dinheiro?
Tota: Trouxe.
JR: Assim que eu gosto, cachorro pequeno só late mesmo por áudio, porque na área tu não é porra
nenhuma e nem canta de galo. –O Tota estava com o rabinho entre as pernas, eu comecei a contar o
dinheiro e era porra pra caralho. Todo trabalho sujo sou eu que faço, fico puto com isso caralho, tanta
puta coçando xereca pelo morro e eu que tenho que contar dinheiro.
Terminado de contar o dinheiro, meu padrinho liberou o Tota e ele meteu o pé.
JR: O que rolou aqui?
Russo: Imperador fez o Tota trancar o cu. –Ri.
JR: Notei que a cara dele era de quem havia visto um fantasma.
Russo: Thierry o deixou no lixo, fudeu a conta do morrão lá e agora ele tá se fudendo.
JR: Foda-se se ele quer uma relação boa, então tem que andar no sapatinho. Ele sabe que depende pra
caralho daqui.
Russo: Tô ligado nisso padrinho e geral também está. –Fechei a mala.
JR: Ai malandro faz o pagamento da molecada ai e depois tira a tua parte.
Russo: Ai padrin, Imperador falou que nossa parte ia ficar por último.
JR: Falou o que? –Ele olhou como se não tivesse ouvido o que eu falei. Porra meu padrinho é foda, meu
cu tranca fácil pra ele.
Russo: Coisa do Imperador. Ele disse que ia dar uma colaborada com o postinho e com a ONG da
criançada com esse dinheiro. E com o dinheiro que vai entrar amanhã ele ia fazer o nosso pagamento.
JR: Tá certo então, então faz o que o Imperador mandou.
Russo: Beleza padrinho. –Meu padrinho saiu da sala, separei o dinheiro pra poder levar para os dois
locais.
Fui primeiro na ONG quando cheguei lá já procurei a responsável que tadinha ela gelou quando viu minha
arma.
Russo: Ai patricinha vim trazer a grana das crianças e vocês fortalecem ai no trabalho com a molecada. –
Joguei o saco de dinheiro em cima dela.
Rita: Isso tudo? –Ela abriu a sacola e olhou maravilhada.
Russo: Sem gracinha, nossa parte ta feita e agora vocês façam a de vocês.
Rita: É muito mais que a dona Babi disse que seria.
Russo: Se eu tô dando é pra pegar caralho, se não quer devolve. –Ela engoliu em seco.
Rita: Claro que não. –Ela riu toda sem graça.
Russo: Então já é. Fica suave por ai. –Dei as costas e fui saindo dali. Passei por uma salinha onde havia
umas crianças pintando e rindo pra caramba com uma dinâmica que faziam.
Me amarrava nessas paradas, porque quando era menor já fiquei muito aqui na ONG junto com o
Imperador, a Cat e a Thami. Tia Babi ficava aqui direto trabalhando, então a gente vinha pra cá também.
Saindo dali, fui direto para o postinho que fortalecia pra caralho na comunidade, pra quem não tinha
condições de nada, o postinho na hora do aperto dava uma ajuda até para os manos do corre. Cheguei ao
diretor do postinho e fiz a entrega do dinheiro. Terminado meu serviço, fui tomar uma gelada.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 72º capítulo ❄ Catarina narrando
Eu que nunca achei que fosse ter vocação para ser mãe, sinto uma ausência grande juntamente com um
aperto no coração só por saber que eu não teria mais o meu bebezinho. Minha mãe percebendo isso, veio
conversar comigo enquanto eu estava sentada no meu quarto vendo TV. Ela me deu o meu remédio junto
com um copo de suco de laranja.
Catarina: Obrigado mãe. –Entreguei o copo depois que tomei tudo junto com o remédio.
Babi: Que foi filha? Estou te sentindo muito pra baixo. –Ela sentou ao meu lado na cama.
Catarina: Nada não, mãe, não esquenta.
Babi: Você já quebrou a perna antes e não parou quieta, agora eu realmente não estou entendendo. Não
sai do quarto, não quer conversar e também não demonstrou interesse na companhia das meninas.
Catarina: Eu só estou a fim de ficar na minha, pensar na vida.
Babi: Russo conversou com você?
Catarina: Ainda não.
Babi: Quer conversar com ele?
Catarina: Eu quero, mas não é por ele que eu estou assim.
Babi: É por causa do bebê. –Eu assenti sem tirar os olhos da TV-. Você é nova, Cat. Terá outras
oportunidades. Talvez não era pra ser a hora.
Catarina: Era pra ser a hora sim, se não fosse eu não teria ficado grávida, eu que não fui uma boa mãe e
o protegi. Você protegeu e o Imperador desde quando nos descobriu, então não vem com essa. –Meus
olhos se encheram de lágrimas.
Babi: Ow meu amor, não fica assim. –Ela veio me abraçar forte.
Catarina: Eu havia criado planos, escolhido os nomes, o Russo seria um ótimo pai. O sonho dele é ser pai
e eu estraguei tudo. Estraguei nosso namoro, não protegi nosso filho e coloquei a vida do Imperador em
risco.
Babi: Não fica assim minha princesa, nada entre você e o Russo está acabado. Ele não saiu do seu lado no
hospital, quando era hora de ir embora, em casa ele mandava muitas mensagens para mim perguntando
de você. Vocês dois ainda terão uma nova chance, de recomeçarem o namoro, de terem o filho de vocês.
Mas agora você não sente que as coisas serão diferentes? Com mais responsabilidade, com mais
dedicação, com mais amor. Vocês precisam conversar, deixar o passado pra lá e se darem uma nova
chance.
Catarina: Acontece que eu não me sinto mulher o suficiente pra ele, eu não estou pronta pra namorar um
homem como o Russo. Que sempre fez tudo por mim e eu nada por ele. Quem vê não imagina o quanto
ele é carinhoso e dedicado. Você nota só pelo jeito como ele trata a mãe dele, cheio de amor, vive dando
os melhores presentes pra ela. Ele me tratava feito uma princesa. E mesmo a gente voltando hoje, não
seria a mesma coisa, porque a dor ainda está em nós dois. Só iríamos forçar um sentimento e logo depois
iríamos brigar até terminarmos novamente.
Babi: Eu não posso deixar de concordar com você, ambos ainda estão imaturos para recomeçarem a
relação. Precisam de um tempo para se descobrir, você precisa focar na sua faculdade porque suas notas
estão horríveis, Catarina.
Catarina: Eu sei disso mãe.
Babi: Conversa desse jeitinho com o Russo, ele vai compreender.
Catarina: A senhora acha?
Babi: Tenho certeza.
Catarina: Eu vou alugar uma casa fora do morro. –Disse de uma vez por todas.
Babi: Não começa. –Ela riu não levando a sério.
Catarina: Escuta, mãe. Eu vou alugar uma casa fora do morro, vou arrumar um emprego de verdade, vou
aprender a cozinhar, a me virar e estudar. Preciso desse amadurecimento. Você e o pai não podem me
acolher dentro da casa de vocês por pena, porque eu não sei fazer porra nenhuma.
Babi: Se você não sabe é porque eu não ensinei, eu estraguei você. –Ela agora já demonstrou
preocupação com as coisas que eu disse.
Catarina: Eu vou observar tudo o que a senhora faz, anotar as receitas e aprender. Serei uma nova
Catarina e vocês de fato irão se orgulhar de mim.
Babi: Eu me orgulho demais de você filha.
Catarina: Pois irá se orgulhar muito mais, a conversa em família que tivemos abriu meus olhos.
Babi: Se essa é a sua decisão, irei respeitar e te dar todo meu apoio. –Ela me abraçou forte e beijou o
topo da minha cabeça-. Minha menininha está crescendo.
Catarina: Sou mais alta que você, mãe.
Babi: Para de ser ridícula, não enche meu saco.
Catarina: Todo mundo é mais alto que você, mãe.
Babi: Não a Fran.
Catarina: Olha vocês duas competem.
Babi: Não me irrita que eu tive você e o seu irmão com muito glamour viu? Com todo esse meu tamanho.
Catarina: Baixinha guerreira.
Babi: Para de ser chata. –Rimos juntas-. Se não bastasse agora vou ter um neto da Manu, ninguém
merece.
Catarina: Falaram que ela estava por ai atrás do Imperador.
Babi: E ainda está, na verdade ela está o esperando pra conversar com ele.
Catarina: Quem espalhou a fofoca.
Babi: Seu pai.
Catarina: Meu pai é fofoqueiro né.
Babi: Adoro, ele anda por ai e me conta tudo.
Catarina: Deus me livre, dois velhos fofoqueiros. –Ela me deu um tapa e eu ri.
Fiquei ali curtindo bastante com a minha mãe e depois fui com ela pra cozinha aprender um pouco.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 73º capítulo 💎 Imperador narrando
Eu não estava muito com humor para o Tota, na verdade ele não era ninguém para me afrontar dentro da
minha área. Não ligo se ele é irmão da Fran, assuntos do morro não tem nada a ver com laços de família.
Além do mais, ele nem ligava muito pra ela, não gosto nada de saber que do nada ele já a ama e os
caralhos. Ele não me convence com aquela cara de corno manso que ele tem.
Após sair da boca, eu fui cortar o cabelo e em seguida fui pra casa conversar com a Manu. Eu a deixei lá
em casa esperando, não mandei aparecer no morro cedo. Quando eu entrei estava Manu sentada em um
sofá mexendo no celular com a blusa levantada até os seios, deixando apenas a barriga de lombriga
amostra. E no outro sofá estava a Fran sentada no sofá mexendo também no celular dela.
Imperador: Cheguei.
Manu: Já era tempo, né Imperador. Eu tenho outras coisas para fazer.
Imperador: Se tivesse outras coisas para fazer não bateria no morro para encher meu saco, minha mãe já
não avisou que não quer você aqui em cima?
Manu: Se eu não venho aqui, você nem liga para o seu filho.
Imperador: Ele só é meu filho depois do exame de DNA. –Ela engoliu em seco-. Vou tomar banho e você
espera aqui. –Passei por trás do sofá e fui até a escada-. Amor, vem aqui comigo. –A Fran olhou, levantou
do sofá e veio comigo. Ela não estava com uma das melhores caras.
Fui para o meu quarto juntamente com a Fran e quando entramos tirei minha camisa.
Imperador: Manu falou algo contigo?
Fran: Não. –Ela negou com a cabeça.
Imperador: Certeza? –Segurei de leve no rosto dela e a fiz olhar em meus olhos.
Fran: Sim. –Ela assentiu com a cabeça-. Ela vai ter um filho seu, Bruno, a trata um pouco melhor.
Imperador: Eu tenho quase certeza que esse filho não é meu.
Fran: Pois é Bruno, na hora de transar com ela você adorou, pois adore a ideia de ser pai também. Porque
sendo seu filho ou não, ela não fez essa criança com o dedo. E se ela está dizendo que você é o pai, seja
homem com ela. Você não precisa tratá-la com ignorância, usa a educação que eu tenho certeza que a
minha sogra e meu sogro deram duro para te dar. –Fiquei quieto ouvindo as palavras da Fran. Odiava
quando essa baixinha tinha razão pra caralho.
Imperador: Já me machuquei muito com a Manu.
Fran: Quem nunca se machucou nessa vida? Você não é o primeiro e nem o último.
Imperador: Ela não vale nada, Fran, ela quer mesmo encher o nosso saco. Pra quê ficar com aquela
barriga seca de fora? Não tem nem saliência. –Ela deu de ombros e olhou toda sem graça de lado-. Ela
falou algo sim para você. O que ela disse?
Fran: Nada.
Imperador: Diz. –Segurei no rosto dela novamente e a fiz olhar para mim.
Fran: Você vai ficar nervoso, não vou falar.
Imperador: Anda, fala.
Fran: Ela só ficou provocando, levantando a blusa e alisando a barriga. Mandando áudio para as amigas
dizendo “Estou aqui na casa do ex olhando pra casa da ridícula da atual” e na minha frente tá ligado?
Imperador eu só não fiz nada porque aqui é a sua casa, eu não tenho nada com essa garota e muito
menos quero ter. Eu poderia é ter virado a mão na cara dessa vagabunda, mas não faz parte da minha
índole e o bebê que ela está carregando não merece a mãe que tem.
Imperador: Não quero você sujando suas mãos com piranha nenhuma. –Beijei a testa dela-. Deixa que a
Manu é assunto meu e aqui dentro da NOSSA casa ela não se mete mais não.
Fran: Nossa?
Imperador: Aham nossa. –Selei nossos lábios-. Eu vou tomar um banho pra tirar o cabelo do corpo.
Fran: Não sei pra que corta o cabelo, não tira o boné nem pra me dar uns beijinhos na boca.
Imperador: Você é implicante ein, morena. –A abracei sorrindo dando vários beijos na sua bochecha-. Vou
te falar na sinceridade, sendo meu filho eu vou amar pra caralho, mas meu sonho mesmo era que meu
primeiro filho fosse teu. Mulher de verdade, madura pra caralho, trabalhadora, sabe do que quer. –Ela
abriu um sorriso de orelha a orelha. Eu amo o sorriso bobo dela depois que eu a elogio.
Fran: Um dia quem sabe iremos ter a oportunidade de ter o nosso filho.
Imperador: Mesmo? –Sorri.
Fran: Claro amor, agora vai tomar banho que eu vou ajeitar um almoço pra gente.
Imperador: Está bem morena. –Ela me deu um selinho e eu fui para o banho.
No banho eu já pensava em tudo que eu falaria para a Manu, estava com raiva dela e sabia que ela era
nojenta de provocar assim mesmo. A Fran já tem a autoestima baixa e essa piranha se aproveita pra
destruir o que eu tenho com a Fran. Mas ela não vai mesmo, porque eu vou fazer de tudo sempre pra ter
a Fran ao meu lado. Terminado meu banho, escovei os dentes, passei um hidratante, perfume,
desodorante, coloquei uma cueca branca da Calvin Klein, uma bermuda Jeans, minhas pratas, boné pra
trás e estava suave. Desci às escadas, senti o cheirinho gostoso vindo da cozinha e vi a Manu sentada nos
sofá.
Imperador: Bora lá pra fora. –Falei pra ela.
Manu: Vamos conversar aqui dentro.
Imperador: Lá fora agora. –A peguei pelo braço com força e fui com ela para a rua-. Dentro da minha
casa tu não pisa mais.
Manu: O que? –Ela olhou perplexa e eu apertei o rosto dela com a mão.
Imperador: Escuta o que eu vou dizer: Assim que você tiver as semanas certas para fazer o exame de
DNA me avisa que eu vou lá pagar essa merda. Quero o envelope do resultado lacrado na minha mão e se
essa criança for minha, eu vou fazer apenas minhas obrigações como pai e nada mais. Minha relação com
você será limitada a criança e você não volta a pisar no morro. Se precisar de algo basta me ligar e eu
levarei ou mandarei alguém levar. Ouviu cachorra? –Falei olhando firme nos olhos dela. Ela assentiu sem
palavras, a soltei, entrei em casa e bati o portão atrás de mim.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 74º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Ouvi o barulho do portão batendo tão forte que chega tomei susto, em seguida o Imperador entrou na
cozinha e eu olhei pra ele enquanto refogava o arroz.
Fran: O que aconteceu lá fora?
Imperador: Botei a Manu pra fora.
Fran: Como assim?
Imperador: Eu não quero que ela suba pra cá ué, minha mãe já falou que não é pra ela subir.
Fran: Amor eu vou almoçar contigo e logo depois eu vou trabalhar? –Virei para frente do fogão pra prestar
atenção melhor no que fazia.
Imperador: Não vai passar a tarde comigo não?
Fran: Ih nem rola amor, tenho que trabalhar né? E de noite ainda tenho que ir estudar.
Imperador: Vou ficar na saudade? –Ele me abraçou por trás, já pegando na vontade e grudando nossos
corpos. Ele respirou fundo no meu pescoço, deixando-me arrepiada. Fiquei toda mole nos braços dele.
Fran: Bruno... Assim é jogo sujo.
Imperador: Você joga sujo toda hora comigo. –Ele falou baixo no pé do meu ouvido e riu no mesmo tom.
Fran: Que horas eu joguei sujo? –Empinei a bunda contra o pau dele, só pra provocar e percebi que ele
estava ficando duro.
Imperador: Não preciso nem falar, você sabe muito bem. –Ele mordeu a pontinha da minha orelha,
acariciou meu corpo fazendo com que a minha blusa subisse um pouco.
Fran: Sossega meu amor. –Respirei fundo tentando resistir ao Imperador.
Imperador: Impossível sossegar.
Fran: Assim a gente não almoça hoje.
Imperador: Tô nem ai pra comida.
Fran: Você nem ai pra comida? –Ri. Ele foi subindo com a mão dele pelo meu corpo, dando beijinhos no
meu pescoço e eu já não estava mais aguentando me segurar. Chega apaguei o fogo pra não queimar
nada.
Imperador: Eu quero mesmo é comer você toda. -Dito isso ele me pegou com força pelo cabelo e me fez
virar pra ele. Nossos olhares se encontraram e a cara de desejo do Imperador me deixou doido.
Antes que eu respondesse algo, ele me pegou com vontade e me beijou. Ele rapidamente me pegou no
colo e eu abracei sua cintura com as pernas.
Fran: Gostoso. –Disse sem atrapalhar o beijo e respirando ofegante. A língua do Imperador explorava a
minha boca.
JR: IMPERADOR! –Ouvi gritar no portão. Parei o beijo e olhei pra cara dele.
Imperador: Puta que pariu. –Ele fechou os olhos e respirou fundo parecendo decepcionado.
JR: PORRA IMPERADOR ABRE O PORTÃO CARALHO!
Fran: Vai lá amor.
Imperador: Ele vai desistir e vai embora.
Fran: Seu pai amor.
Imperador: Vou falar com o meu pai com o pau duro? –Dei risada e desci do colo dele.
Fran: Anda amor, vai ver o que ele quer.
Imperador: Muito empata foda. –Ele me deu um selinho, eu ri e então ele saiu da cozinha.
Voltei a fazer o almoço e o Imperador não voltou mais. Ele deve ter ido fazer alguma coisa para o pai
dele. Terminado o almoço, eu almocei sozinha, fui tomar um banho, me arrumei e sai pra trabalhar.
Arrumei muitas clientes pelo morro, ruim era ter que andar pra caralho pra poder chegar até algumas
casas né. Mas fora isso era suave.
Umas 17 horas voltei pra casa, quando entrei o Imperador estava comendo comida e vendo TV.
Fran: Já está jantando?
Imperador: Estou almoçando ainda. –Ele disse com uma cara de cansado.
Fran: Onde você estava?
Imperador: Estava fazendo umas paradas do morro para o meu pai.
Fran: Tadinho do meu preto. –Ri e dei um selinho quando passei por ele. Sentei no outro sofá, estava
cansada demais e coloquei minha maleta ao meu lado.
Imperador: Quer que eu te leve para o colégio?
Fran: Quero sim, vou lá me arrumar. –Levantei do sofá, subi às escadas e fui para o quarto. Meu celular
começou a tocar e era o Tota.
🔸 Início da Ligação 🔸
Fran: Oi Tota.
Tota: Oi Fran, como está?
Fran: Estou bem e você?
Tota: Beleza. Tem compromisso pra hoje?
Fran: Sim, estou indo para o colégio.
Tota: Tem como faltar não?
Fran: Não, tenho muitas faltas já.
Tota: Queria trocar ideia contigo.
Fran: Você fala comigo quando quer também.
Tota: Vida é corrida, marrenta.
Fran: A minha também é, nem por isso deixo de procurar você.
Tota: E por que você não vem morar comigo? A gente pode se conhecer melhor, minha patroa ia adorar
você, meu filho também.
Fran: Quero não. Estou bem morando com o Imperador.
Tota: Vai trocar a família por macho.
Fran: Você trocou a sua família por ambição. –Desliguei na cara dele.
🔸 Fim da Ligação 🔸
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 75º capítulo 🎈 Thamires narrando
Cheguei ao colégio na hora certa, encontrei com a Fran se despedindo do Imperador na entrada.
Thami: Bora Fran.
Imperador: Deixa eu me despedir da minha mulher, por favor?
Thami: Você se despede de noite, quero fofocar com ela agora.
Fran: Tem Fran pra todo mundo, só marcar hora.
Imperador: Está ficando abusada ein magrela. –Eu e ele rimos.
Thami: Abusadinha demais, anda amiga, sinal já bateu.
Fran: Tchau nego. –Ela deu um selinho nele.
Imperador: Tchau. –Puxei a Fran e fomos entrando no colégio.
Thami: Vocês dois são tão lindos juntos. Sabia que de tanto ódio sairia amor.
Fran: Não é amor ainda. –Ela disse pensativa e com um sorriso bobo nos lábios olhando para baixo.
Thami: Paixão com certeza.
Fran: Muita paixão. O Bruno não tem nem como descrever a importância dele na minha vida.
Thami: Ele mudou muito depois que firmou contigo.
Fran: Também percebi as mudanças dele.
Thami: Responsabilidade tá a mil pra ele agora.
Fran: Porra nem fala né. Hoje quando cheguei da rua ele estava almoçando ainda. Ele não quis dizer o
que foi fazer, mas estava cansado.
Thami: É bom que não saiba mesmo de tudo o que ele faz sabe? Meu pai e o Heitor não falam nada, mas
eu sei que coisa boa eles não fazem o dia todo.
Fran: Eu sei disso, sei que quem faz merda no morro eles matam sem pena. Sei bem das leis do morro.
Dividir às vezes é bom, tira o peso dos ombros dele. Assim como ele divide o peso das minhas dores
comigo.
Thami: Com o tempo ele se abre. Imperador é mais fácil de lidar do que a Catarina. Ele sente a
necessidade de falar, só dá um tempo que ele vai falar que não vai parar mais. Cat é um túmulo, pra ela
dizer como está se sentindo é porque ela não está suportando mais.
Fran: Reparei nisso, mas me fala ai, como está com o Dog?
Thami: Não muito bem. –Não queria falar dele. Estava respirando fundo o dia todo, tentando descontrair
com outras coisas. Entramos na sala e fomos sentar no fundão, enquanto isso a turma ia enchendo.
Fran: Por quê? –Ela virou para trás.
Thami: A ex mulher dele está o infernizando querendo voltar desde que ela nos viu juntos na rua uma
vez. A gente estava longe pra caralho daqui e ela achou a gente. Agora ela me procura, me manda cada
mensagem horrível. Eu e o Dog brigamos feio por causa dela, então terminamos.
Fran: O que? Vocês terminaram?
Thami: Terminamos. –Disse sentindo meu coração doer e meus olhos se encherem de lágrimas.
Fran: É só uma briga, Thami, conversa com ele.
Thami: Não tem conversa, ele tem que dá um basta nessa mulher.
Fran: O que ele pode fazer?
Thami: Dá uma dura nela seria bom. Porque se ele não fizer, quem vai fazer sou eu. Eu vou me estressar
feio com aquela vagabunda logo mais, ele não me viu estressada.
Fran: Não faz algo que vai se arrepender.
Thami: Quando foi que eu me arrependi de dar uma coça em vagabunda? Ela veio me mandar um papo
de que ela era a fiel dele pra sempre, que eu seria apenas uma amante meia boca que ele estava tirando
férias e que logo eles voltariam. Porra quem o perdeu foi ela e ele veio ficar comigo.
Fran: Você confia nele?
Thami: Confio, Fran. Ele nunca me deu motivos para desconfiar. Essa foi a primeira vez que brigamos,
sempre ficamos numa boa.
Fran: Quando a gente sai daqui, você liga pra sua mãe avisando que vai dormir lá em casa e vai pra lá
conversar com ele.
Thami: Certeza amiga?
Fran: Anda amiga, conversa com ele, vai deixar ele soltinho pra outra passar a mão no seu homem?
Thami: Você tem razão.
Fran: Engole esse choro ai que você quer derramar, porque o Dog é todo seu. –Sorri junto com ela.
As aulas se seguiram tranquilas, fiz as coisas que os professores passaram e depois fomos liberadas.
Tomei um susto quando sai do colégio e estava meu pai encostado no seu carro com a cara amarrada e
de braços cruzados.
Thami: O que meu pai está fazendo aqui?
Fran: Olha a cara dele amiga. –Meu cu trancou. Meu pai nunca vinha no meu colégio e muito menos me
olhava desse jeito. O Imperador chegou de moto, desceu rapidamente e foi em direção ao meu pai-. Puta
que pariu amiga, o que está rolando.
Thami: Bora ver. –A Fran me puxou e fomos até o meu pai que falava grosso com o Imperador.
PH: NÃO QUERO VOCÊS SE METENDO NO QUE EU FAÇO COM A THAMIRES, ELA É MINHA FILHA E NÃO A
DE VOCÊS.
Imperador: Qual foi tio? Pra quê tudo isso? Thamires é adulta já, não precisa de ninguém ficar limitando a
vida dela. –Meu pai já armou pra socar o Imperador, mas a Fran entrou na frente.
Fran: O que está acontecendo aqui? –Ela encarou meu pai.
Thami: Pai? Está tudo bem?
PH: Thamires entra no carro agora.
Imperador: Thamires e Franciellen, não se metam nisso. –Ele pegou a Fran com força pelo braço e a
colocou de lado.
Thami: O que está rolando.
PH: Eu mandei você entrar no carro caralho.
Ele me pegou com força pelo braço, abriu a porta do carro, me jogou ali dentro com força e bateu a porta
com força. Meu coração estava gelado de tanto medo e eu comecei a socar a janela do carro pedindo pra
sair. Meu pai entrou no carro em seguida e deu partida rapidamente.
Thami: Pai me deixa sair. –Disse respirando fundo com medo do que poderia ser.
PH: CALA A BOCA THAMIRES! –Ele gritou comigo.
Thami: Pai o que aconteceu? Por favor, me diz... –Comecei a chorar de nervoso, meu coração batia forte.
Com certeza ele descobriu do Dog.
PH: ABRE A PORRA DA SUA BOCA E EU TE JOGO DESSE CARRO. –Ele falou bravo e avançou todos os
sinais. Ele entrou no morro com tudo, passou direto do caminho pra nossa casa e pegou caminho pra
boca. Eu não tinha voz nem pra falar nada, meu coração doía e eu soluçava.
PH: Tá chorando por quê? Por acaso alguém te bateu aqui? Ah deve ser choro de culpa com certeza. –Ele
debochou puto. Parou o carro em frente a boca e eu vi a moto do Dog jogada no chão. Meu pai saiu do
carro, abriu minha porta e me puxou pra fora com força. Ele foi me carregando pra dentro da boca e lá
dentro estava o Dog de braços cruzados. Havia marcas de soco no rosto dele.
Dog: Solta a Thamires. –Ele foi pra cima do meu pai, o empurro e me puxou pelo braço.
Thami: PARA DOG! NÃO FAZ ISSO COM MEU PAI. –Me soltei dele e fiquei entre os dois.
PH: VOCÊS DOIS ACHARAM MESMO QUE IAM ME TIRAR DE IDIOTA PARA O RESTO DA VIDA NÉ? –Olhei
respirando fundo para o meu pai.
Thami: Pai...
PH: CALA A BOCA QUE QUEM VAI FALAR SOU EU! –Ele apontou a arma para nós dois. Eu engoli em seco
e senti o suor grudar a minha camiseta nas costas-. VOCÊ NÃO SE ACHA MUITO VELHO PRA QUERER DÁ
EM CIMA DA MINHA FILHA NÃO SEU FILHO DA PUTA? E VOCÊ THAMIRES? NÃO TEM VERGONHA NA SUA
CARA? VOCÊS DEVERIAM TER NOJO UM DO OUTRO ISSO SIM. E AINDA ACHANDO QUE IRIAM TIRAR
COM A MINHA CARA. –Meu pai apontou a arma para cima e atirou. Eu dei um grito de pavor e o Dog me
abraçou.
Dog: PH vamos conversar na calma, por favor.
PH: Tu acha que eu tenho que conversar na calma com um lixo feito você? Tira as mãos da minha filha. –
Meu pai me pegou com força pelo braço e me puxou para ele. A porta da boca se abriu e quem entrou foi
minha mãe.
Fabi: Tira a mão da Thamires agora, PH. –Ela veio pra cima da gente e me puxou para ela-. Você ficou
maluco?
PH: MALUCO FABIANA? VOCÊ AINDA NÃO ME VIU MALUCO. COMO VOCÊ PODE ACEITAR UMA
CACHORRADA DESSAS?
Fabi: Thamires não é mais criança, Dog não é mais moleque. Pelo amor de Deus, você não pode tratar a
Thamires como se ela tivesse 12 anos. Ela cresceu, é mulher formada, você vai fazer o que? Prender ela
dentro de casa? Você não vê que foi por esse mesmo motivo que ela foi embora de casa? –Ela disse
olhando sério nos olhos do meu pai. Eu olhei para o Dog e ele me pediu calma baixinho. O olhar dele me
tranquilizou, apesar dele parecer bastante nervoso. Ele me pedia calma, dizia que a gente sairia dessa.
PH: PUTA QUE PARIU. –Ele riu debochado-. Por algum acaso você está se ouvindo Fabiana?
Fabi: Estou me ouvindo muito bem sim, é você que não se ouve já faz algum tempo! –Minha mãe
explodiu em cima dele.
PH: Eu não me ouço? Tranquilão. Se junta ai com a piranha da tua filha e rala dessa merda.
Fabi: Como é que é Paulo Henrique?
Thami: Pai! Você não pode fazer isso com a minha mãe! Ela não tem porra nenhuma com essa história,
ela só está mostrando o quão sem noção você está sendo. –Me soltei da minha mãe e encarei meu pai. O
Dog parou do meu lado e a minha mãe ficou atrás da gente.
Dog: As meninas não tem nada com isso não, a parada aqui é de homem pra homem. Não me arrependo
de ter ficado com a sua filha, ela não é nenhuma criança, não a forcei em nada em nenhum momento. Se
nesse show que você deu já disse tudo o que tinha para dizer a mim e a Thamires, beleza. A Fabiana não
tem nada a ver com isso, eu até a considero demais para uma pessoa do seu nível. –Ele olhou para mim-.
Thamires, não vou te forçar a vim comigo não beleza? Obedece teu pai e a tua mãe.
PH: Você não tem que dizer o que ela tem ou não que fazer. –Meu pai ferveu de raiva e eu já estava
ficando puta com toda aquela situação.
Thami: QUER SABER O QUE EU QUERO DE VERDADE? EU QUERO QUE O MUNDO INTEIRO SE EXPLODA
DE UMA SÓ VEZ. NÃO QUERO NINGUÉM MANDANDO EM MIM, NÃO SOU OBJETO PARA TER ALGUÉM
COMO DONO. VOCÊ É MEU PAI, ME PROTEGER É UMA COISA, AGORA SE METER NA MINHA VIDA É
OUTRA. EU ESTOU SUFOCADA, CANSADA DE TER VOCÊ DIZENDO O QUE EU TENHO QUE FAZER, COMO
TENHO QUE ME VESTIR. EU NÃO TENHO MAIS 5 ANOS, EU CRESCI PAI, ACORDA. EU NÃO SOU VIRGEM,
MUITO MENOS BOBINHA, NÃO CAIO NO PAPO DE QUALQUER HOMEM NÃO. SE EU FIQUEI COM O DOG
FOI PORQUE EU QUIS MESMO. PODE ME CHAMAR DE SAFADA, DO QUE VOCÊ QUISER, PODE PENSAR
MIL E UMAS COISAS. NÃO ME ARREPENDO, NÃO VOU CHORAR NA SUA FRENTE DE ARREPENDIMENTO,
CHORO PORQUE ESSA SITUAÇÃO QUE VOCÊ ESTÁ NOS METENDO É DESCABIDA, VOCÊ PODE COMETER
ALGUMA DOIDEIRA QUE PODE SE ARREPENDER PRA SEMPRE. MANDA MESMO A MAMÃE EMBORA,
MANDA PARA VOCÊ VER SE EU A DEIXO VOLTAR PRA VOCÊ. –Segurei Na mão do Dog e encarei meus
pais de lado-. Estou indo, mas não é porque vou pegar uma carona com ele que eu estou indo morar com
ele. Vou voltar para a minha antiga casa no morro, não quero pedidos para voltar, não quero lágrimas na
minha porta porque eu não sou santa de igreja pra ficar ouvindo lamúrias de ninguém. Vamos embora,
Dog. Essa palhaçada pra mim já deu. –O puxei para ir embora comigo, meus pais não disseram nada e eu
também nem os olhei. Estava cega de raiva e porque meus olhos estavam embaçados pelo choro.
Dog: Princesa...
Thami: Me deixa quieta, Dog. Me leva embora daqui. –Ele levantou a moto, subiu e ligou. Subi em seguida
ao mesmo tempo em que a minha mãe saiu da boca. Ela não disse nada, apenas assentiu com a cabeça
dando sua aprovação. Então o Dog seguiu metendo o pé do morro.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 76º capítulo 🐾 Russo narrando
A marmita que a minha mãe arrumou pra mim até caiu no chão quando me assustei com o tio PH entrou
na alta dentro da boca caçando o Dog. Do jeito que ele estava possuído de raiva, logo imaginei que ele
havia descoberto da Thami e do Dog. Também demorou pra caralho né? Eles nem disfarçavam muita
coisa. Mas foda mesmo é perder a janta que mãe arrumou pra mim com apenas duas garfadas. Eu limpei
o que sujei, me despedi dos manos, dei ordem do que eles deveriam fazer pra essa noite e sai da boca.
Estava ainda cheio de fome e eu queria saber o que estava rolando. Trombei com o Imperador na entrada
da boca e ele me olhou no desespero.
Imperador: Negão, a casa caiu pra Thami e para o Dog. Tio PH ta indo pegar a Thamires no colégio
agora. To indo lá.
Russo: Puta que pariu mano, ele passou feito bicho aqui na boca, caçou o Dog e meteu o pé.
Imperador: Mano to com medo, meu pai falou pra gente não se meter e deixar isso no baixo. Minha mãe
está até se arrumando pra poder ir lá ao outro morro.
Russo: Quanto menos pessoas se meter nisso melhor, Thami sabia onde estava se metendo.
Imperador: Eu sei né mano, mas porra o pai dela é loucão. Se ele cismar comete tragédia.
Russo: Bora rezar pra isso não rolar mano. Ai vai atrás deles que eu vou fazer umas paradas ai para o
meu coroa.
Imperador: Você é mula mesmo ein.
Russo: Eu sou do corre né parceiro.
Imperador: Manda quem pode. –Ele piscou, riu e meteu o pé voado de moto. Subi na minha moto e fui
fazer as paradas que meu pai mandou. Logo depois fui pra minha casa e cheguei quase 1 hora da manhã.
Meu Whatsapp estava cheio de mensagem, Imperador me atualizou da fofoca toda que rolou com o Dog e
da Thamires. Disse que a Thami voltou pra morar aqui. Nem rendi muito assunto. Não vou ficar julgando
a vida dos outros não, não cabe a mim se meter nessa história que todo mundo sabia que daria merda no
final. Essa parada de esconder nunca dá certo quando um ou outro tem rabo preso.
Tomei um banho e bati na cama pesadão de sono. Meu celular começou a tocar e era a Catarina. Logo
atendi.
🔸 Início da Ligação 🔸
Russo: Oi Cat.
Catarina: O que está fazendo?
Russo: Cheguei em casa agora, cansadão. E tu?
Catarina: Em casa. Meus pais saíram pra poder resolver a parada lá no outro morro com os meus tios.
Vem aqui em casa.
Russo: Vish Cat, acho que não é uma boa ideia. Seu pai não vai curtir isso e tu sabe.
Catarina: Eu preciso muito conversar com você e esse é o momento ideal.
Russo: Tudo bem então. Em dois pulos eu estou ai.
Catarina: Valeu Igor, beijos.
Russo: Beijos.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Levantei da cama na maior preguiça, catei uma bermuda e uma camisa, calcei meus chinelos da Adidas e
meti o pé de casa. Fui a pé mesmo pra casa da Catarina, a rua mesmo de madrugada estava um pouco
movimentada. Quando cheguei lá, o portão estava apenas fechado no trinco, então entrei e fui até a porta
da sala.
Russo: Catarina, sou eu!
Catarina: Está aberta. –Ela gritou lá de dentro e então entrei. Ela estava sentada no sofá com as pernas
pra cima e com a perna quebrada em cima de uma almofada grande. Ela estava linda com um pijama,
cabelo preso em um nó frouxo, com uma cara de anjo. Quem a vê desse jeito, nem imagina o caos que é
essa mina.
Russo: E ai, me chamou e eu vim. –Abri um sorriso já curioso pra saber o que ela queria falar comigo.
Catarina: Senta ai. –Ela ajeitou as pernas, então eu sentei e puxei as pernas dela para o meu colo-. Quer
ir direto ao ponto ou atualizar como foi o nosso dia?
Russo: Direto ao ponto, estou nervoso.
Catarina: Então é melhor assim, porque isso está me sufocando demais. –A olhei de lado e depois voltei a
fazer carinho na perna dela.
Russo: O que quer dizer com isso? –Meu coração se acelerou pra caralho, na minha mente viu mil coisas,
a imaginei pedindo desculpas e pedindo pra voltar. Do nada ela ficou quieta, então olhei pra ela que
estava com o rosto vermelho e os olhos cheios de lágrimas-. Que isso morena? Está chorando por quê? –
Olhei pra ela confuso.
Catarina: Eu só quero que saiba Russo, que é bem melhor assim. Tanto para mim, quanto para você.
Você é maravilhoso, é um grande homem, prestativo, tudo que te pedem você faz mesmo não querendo
fazer. Você sempre zelou não apenas pela nossa amizade, mas também pelo nosso namoro. Eu não fui
mulher o suficiente para você. Deixei minha arrogância ser meu cão guia e aos poucos fui perdendo você,
um dos meus bens mais valiosos. –A voz dela embargou e ela deu uma pausa porque começou a chorar.
Eu não conseguia dizer nada, simplesmente travei ouvindo tudo o que ela dizia, sentindo meu coração
murchar aos poucos-. Você teria sido um excelente pai, eu já amava o nosso bebê e eu não fui o
suficiente para poder cuidar dele.
Russo: Não diz isso Cat... –Meu peito se afundou. Eu que nunca fui de chorar, senti o peso das palavras
dela.
Catarina: Russo vai ser melhor assim. Eu aqui e você pra lá. Não tem condições de a gente namorar
enquanto eu não amadurecer, enquanto eu não estiver confortável comigo mesma. No hospital, eu nunca
senti tanto do seu amor, você esteve ao meu lado, chorou com medo de me perder e por nosso filho. A
nossa relação será eterna, estará sempre em minha memória. Mas hoje, eu não posso voltar a namorar
com você me sentindo mal e culpada por ter estragado tudo.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 77º capítulo ❄ Catarina narrando
Eu sentia que meu mundo estava acabando a cada momento. Chorar com o Russo olhando para mim
daquela forma estava me destruindo. O olhar perdido dele, de quem estava sendo largado era demais
para mim. O Russo é muito para mim e eu hoje não o mereço.
Catarina: Amor?
Russo: Oi? –Nossos olhares se encontraram.
Catarina: Desculpa por tudo, por ser falha, por ser infantil, por não ter zelado pelo nosso namoro como
você sempre fiz, desculpa por todas às vezes que eu taquei o foda-se para a nossa relação.
Russo: Não precisa ficar pedindo desculpas, Catarina. –Ele disse me cortando e fungou. Uma lágrima caiu
molhando minha perna-. Vai ser bem melhor assim. Não se coloca no chão, porque nessa relação eu
também cometi falhas contigo. Não sou homem perfeito, começamos nosso namoro praticamente do
nada, sem ser da conta de que deveríamos aprender ser melhor um para o outro. Então acabamos nos
ferindo. Eu peço desculpas por todos os meus erros, por ter sido covarde no momento da raiva. Mas
minha marrenta, eu não vou esquecer você, impossível esquecer alguém que eu tanto amo. Mesmo com
toda a mágoa que eu carrego de você, mano não tem como não se esquecer disso quando eu olho pra
você. Seus olhos, seus lábios, tudo porra. Não consigo ficar com outra mina sabendo que é contigo que eu
quero estar. Eu não sei se daria um bom pai, não sei nem segurar criança, mas estava curtindo a ideia e
eu queria dá é meu melhor. Mas se você deseja seguir o seu caminho, vou te deixar seguir em paz. –Não
aguentei o ouvir me chamando de “Minha marrenta” e me acabei de tanto chorar.
A porta de casa se abriu e quem entrou foi meu pai e a minha mãe.
Russo: Boa noite, já estou indo embora.
Babi: Tudo bem meu amor. –Minha mãe passou por ele e fez carinho na nuca dele.
JR: Bora Babi. –Meu pai pegou na mão dela e subiu as escadas.
Catarina: Eu estou indo embora aqui do morro, vou caçar uma casa fora daqui e vai ser melhor pra mim.
Eu preciso focar na faculdade, buscar minha independência. Meu pai não vai estar aqui pra sempre e eu
não vou ficar nessa vida dependendo de macho.
Russo: Está certa. Você tem todo meu apoio. Precisamos mesmo ficar longe um do outro? –Ele me olhou
todo triste e a minha vontade era de largar tudo e cair nos braços dele.
Catarina: Não sei se vou conseguir manter a mesma amizade que tínhamos antes.
Russo: Não achei que fosse. –Ele abaixou a cabeça e ficou fazendo carinho na minha perna-. Só queria
uma solução para os nossos problemas.
Catarina: Essa é a solução, acabou Russo. –E enfim eu consegui terminar de partir meu coração. Eu não
conseguia nem falar nada direito de tanto que eu chorava. Minha cabeça latejava. Aos poucos ele foi
levantando do sofá.
Russo: Se cuida marrenta. –Ele beijou demoradamente o topo da minha cabeça.
Catarina: Se cuida Russo. –Ele desceu os lábios até a minha testa.
Ele foi embora da minha casa e então a minha mãe veio logo em seguida.
Babi: Oh minha filha. –Ele me abraçou forte.
Catarina: Era pra ser um até logo, mas tem gosto mesmo de adeus. –Solucei deitada no peito dela.
Babi: Deus sabe o que está guardado para os dois, era o que você queria Cat.
Catarina: Eu quero o Russo, mãe. Mas eu não posso o magoar de novo.
Babi: Filha, vai ser melhor para os dois assim. –Ela tentou me consolar, mas eu queria mesmo é ficar
sozinha. Fui para o meu quarto com o auxilio da minha mãe, deitei em minha cama e fiquei enrolada no
edredom. Eu não tinha mais nenhuma foto de nós dois juntos para recordar. Apaguei tudo no dia em que
brigamos.
Minha cabeça dava mil e umas voltas, eu precisava ter dito tudo aquilo para o Russo. Não aguentava mais
ter aquilo sempre martelando na minha mente. Só não imaginava o quanto isso iria doer em mim.
O dia seguinte chegou, mas eu não tinha forças nem para levantar da cama. Minha mãe me ajudou com
algumas coisas como banho e depois me deixou deitada na cama. Não queria fazer muitas coisas. Meu
celular vibrou e vi notificação de mensagem do Imperador. Logo abri para poder responder.
🔸 Início da Conversa 🔸
Imperador: Ei Cat, como você está?
Catarina: Seguindo e você?
Imperador: Eu tô suave... Pow Cat, vim aqui falar contigo por conta do Russo mano. Tu terminou com ele
de vez mesmo?
Catarina: Vai ser bem melhor assim. Não estávamos juntos de todas as formas 😔
Imperador: Eu to ligado mana, mas você sabe que o cara é louco na sua.
Catarina: Eu o amo Imperador. Mas não dá pra gente continuar. Uma hora um vai magoar o outro. Na
primeira briga vamos jogar os problemas do passado na cara e eu sei bem o quanto isso só vai ferir mais
nós dois 😞
Imperador: Nunca vi vocês dois assim caralho.
Catarina: Fazer o que né irmão?
Imperador: Papo reto, comprei tequila e vamos beber pra caralho.
Catarina: Fran vai dá um soco na sua cara.
Imperador: Vai nada.
Catarina: Eu preciso de você irmão.
Imperador: De noite eu estou ai pra ficar contigo.
Catarina: Está mesmo?
Imperador: Prometo que estarei.
Catarina: Certo, vou ficar esperando.
Imperador: Pode esperar. To indo agora.
Catarina: Beijos.
🔸 Fim da Conversa 🔸
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 78º capítulo 💎 JR narrando
Acordei logo pela manhã, olhei para o lado e não vi a Babi mais na cama. Fiquei enrolando ali para poder
levantar até que tomei coragem e fui para o banheiro. Fiquei me olhando no espelho e vi uns fios brancos
de cabelo na barba e no cabelo.
JR: Puta que pariu viu, pode ficar tudo branco, só não posso ficar broxa. –Rolei os olhos, coloquei a pasta
na escova e escovei os dentes.
A Babi apareceu na porta do banheiro, abriu um sorriso e me olhou.
Babi: Bom dia.
JR: Bom dia. –Falei com a boca cheia de pasta.
Babi: Dormiu bem?
JR: Dormi sim, mas não acordei bem. –Lavei minha boca com a água e sequei com a toalha de rosto.
Babi: Por que não? –Ela me olhou confusa.
JR: Porque você não estava mais lá. –Ela riu.
Babi: Dá abraço agora. –Ela veio me abraçar, a peguei com firmeza pela cintura e beijei a bochecha dela.
JR: Deixa eu te dar um bom dia direito. –Ela sorriu e então a beijei com vontade, pegando firme em seu
cabelo e brincando com sua língua. Deslizei minha outra mão pelas costas dela, até chegando a sua bunda
também e voltando para a cintura. O beijo da Babi mesmo depois de anos nunca perdeu a graça para
mim, sempre cheio de fogo, com desejo. Nada entre a gente havia mudado, apenas o fato de que o
Imperador e a Catarina nos davam dor de cabeça mesmo depois de grandes.
Babi: Hmm amor, vamos tomar café da manhã. –Ela disse parando o beijo com selinhos e alisando meu
peito.
JR: Vou tomar banho primeiro, ai vou comer e depois vou a rua.
Babi: Tem que fazer compra aqui pra casa.
JR: Manda um moleque lá.
Babi: Não, tô mandando você. –Ela me olhou decidida. Essa mulher quando quer também ein, não tem
como dizer não pra ela.
JR: Porra loira...
Babi: Não vem com essa Gabriel. Estou mandando você ir.
JR: Por que você não pode pedir pra algum moleque na rua?
Babi: Então tá, Gabriel. –Ela saiu andando fazendo carinha de brava. Tenho que parar de mimar essa
mulher ou ela vai me deixar doido-. Eu só acho engraçado que nessa casa tudo sou eu, não posso contar
com ninguém. –Ela disse reclamando mexendo na sua gaveta. Encostei-me à porta do banheiro e ri-. Tá
rindo de que? Tem alguma palhaça aqui?
JR: Calma amor, eu vou lá. –Cocei a cabeça.
Babi: Não me peça calma. –Ela sentou na cama.
JR: Calma minha loira. –Fui até ela, me curvei e beijei a testa dela-. Você sabe que eu faço tudo por você.
Babi: Ai que mentiroso. –Ela cerrou os olhos e riu.
JR: Ou quase tudo. –Ri segurando o rosto dela com as mãos-. Eu vou para o banho, vem comigo?
Babi: Já tomei banho.
JR: Não é qualquer banho. –Rocei meus lábios nos dela.
Babi: Você não vale nada, JR. –Ela abriu um sorriso safado-. Você não pode me agradar quando eu quero
ficar brava contigo.
JR: Claro que eu posso. –Falei sussurrando dando selinhos nela. Peguei nos braços dela e a fiz ficar em
pé, então a peguei no colo fazendo-a entrelaçar as pernas em volta da minha cintura-. Porra amor tá
pesadinha ein?
Babi: Pesada seu cu, você que está velho demais. –Ela fez bico de brava e eu ri a beijando.
JR: Pesada nada, gostosa pra caralho.
Babi: Isso ai. –Ela fez bico convencida e eu selei nossos lábios.
Antes de levá-la para o banheiro, a coloquei contra a porta do guarda roupa, a prendendo pela cintura,
tirei sua blusa. Segurei na sua nuca com uma mão, fazendo carinho com o dedão na bochecha dela,
enquanto a outra mão eu acariciava os seios dela. Olhei para os seus seios e em seguida olhei para os
olhos dela.
JR: O que você fez comigo? –Umedeci meus lábios e coloquei minha testa na dela.
Babi: Como assim? –Ela respondeu baixinho.
JR: Parece que nada entre a gente mudou.
Babi: Não estou entendendo.
JR: Todos os problemas, todos os anos ao seu lado, você é a minha mulher e parece que eu ainda tenho
23 e você 18.
Babi: Deixa de ser bobo homem. –Ela sorriu de orelha a orelha e selou nossos lábios-. Se não fossem as
rugas, eu acharia o mesmo.
JR: Detalhes. –Ri.
Babi: Chega de detalhes. –Ela me puxou com firmeza e sorriu safada. Passou a unha pela minha costa a
arranhando com vontade. Fiquei todo arrepiado, respirei fundo, mordi o lábio inferior dela e a puxei para
um beijo quente.
JR: Você me deixa louco. –Apertei seus seios com vontade enquanto a beijava. Eu estava nem ai que a
Catarina estava do quarto ao lado dormindo, vish minha casa eu vou fazer estrago mesmo.
Eu não consigo encontrar palavras para descrever a excitação do momento, a Babi me deixava louco a
cada toque. O prazer que eu tinha em casa, porra, não tem nem como eu encontrar na rua. Ao longo do
tempo fui percebendo como a Babi era encaixada perfeitamente na minha vida. A cara de prazer da Babi
só me dava mais vontade de continuar a beijando e tirando sua roupa. Aos beijos fomos para o banheiro,
coloquei a Babi no chão, ela mordeu seus lábios e colocou a mão no meu pau duro por cima da samba
canção.
Babi: Essa delícia toda pra mim... –Ela riu safada, então se virou, começou a tirar sua roupa ficando nua.
Tirei minha samba canção, entrei no Box e fechei a porta em seguida. A Babi já havia ligado a ducha e
estava passando um sabonete líquido pelo corpo. Eu não perdi tempo. A puxei para mim com uma mão só
e a envolvi em meus braços. Com a outra eu comecei a ensaboar o corpo dela, perdendo mais tempo em
sua bunda gostosa. Ela prontamente já pegou no meu pau e começou a me masturbar com as mãos
cheias de espuma.
JR: Gostosa pra caralho. –Apertei sua bunda com força e firmeza, respirei fundo, fui com ela para de baixo
da água e a beijei com vontade. Desci minha mão até sua buceta quentinha e comecei a brincar com seu
clitóris. Ela respirava fundo entre o beijo, gemendo baixinho sem atrapalhar o beijo. Ela afastou um
pouquinho os lábios dos meus, quando eu comecei a socar meus dedos em sua buceta, mordeu o lábio
inferior, deu uma risadinha maliciosa apertando seus seios e voltou a me beijar. Meu pau pulsou de tesão
nas mãos ágeis da Babi.
Com aquela cara de safada que ela sabe que me deixa maluco, ela ajoelhou na minha frente, tocou uma
punheta rápida no meu pau, enquanto eu já ia pegando nos cabelos molhados dela.
Babi: Que pau gostoso. –Ela sorriu safada, dividindo o olhar para o meu pau e para os meus olhos.
JR: Chupa vai, faz um carinho nele com a boca. –Sem ter que pedir duas vezes, ela colocou meu pau na
boca e eu suspirei de tesão sentindo aquela boca gostosa dela.
Uma mão eu mantive pegando com firmeza no cabelo dela, enquanto a outra estava no seu pescoço e eu
fazia um carinho no rosto dela com o polegar. Ela abocanhou com tanto gosto meu pau, que eu chega
grunhi alto demais. Ela começou a mamar bem lentinho, fazendo com que eu sentisse toda sua boca
gulosa pelo meu pau, mas perdeu o controle chupando com tanta vontade que enlouqueci. A auxiliei
pegando com força nos cabelos dela e socando meu pau naquela boca gostosa dela. Eu a fazia engolir
quase todo meu pau e ela o deixava bem babado. A Babi tirou todo meu pau da boca, passou a língua por
toda extensão, dando linguadinhas na cabecinha, desceu até as minhas bolas e as chupou com vontade.
JR: Puta que pariu, Bárbara... –Disse com a voz ofegante, tendo que buscar o ar com muita dificuldade.
Eu estava estourando de tesão, já com vontade de meter com vontade nela-. Chupa esse caralho, sua
puta safada. –Tirei a mão que estava no pescoço dela e bati com meu caralho na língua dela, enquanto a
mesma sorria toda safada.
Babi: Me dá leitinho na boca, JR.
JR: Vou te dá leitinho aonde você quiser. –Dei um tapa no rosto dela com força e sem pena, então ela
voltou a chupar com vontade. Eu grunhia de tesão, tentando me controlar pra não fazer muita arruaça.
Mesmo eu quero fazer tudo no alto mesmo, sem ter que controlar, sabia que a Babi odiava isso por causa
da Catarina. A Babi caiu de boca novamente no meu pau, sugando o melzinho que saia do meu pau, ela
chupava meu pau quase todo, enfiando o que cabia na sua boca.
Eu já estava louco para fuder a buceta dela, queria gozar dentro daquela buceta gostosa. Fiz com que ela
tirasse meu pau da boca, a puxei pelos cabelos e a coloquei de pé.
JR: Vou comer essa buceta toda agora. –A coloquei contra a parede, dei um tapa em sua bunda que ficou
a marca da minha mão, com a outra mão peguei no cabelo dela a domando. Colei meu corpo ao dela e
trouxe seu ouvido pra pertinho da minha boca-. O que tu quer minha dama? –Subi minha mão pelo corpo
dela até chegar em seus seios.
Babi: Me fode, JR. –Ela pediu com a voz ofegante e me olhando de ladinho.
JR: Seu desejo é uma ordem. –Suspirei dando beijos pelo pescoço dela que a fez ficar toda arrepiada. Ela
apoiou as mãos na parede, fui encaixando meu pau na buceta dela, pincelando na entradinha. Ela gemia
baixinho, apertando seus seios.
Babi: Não me torture, me fode logo caralho. –Sem esperar mais, soquei meu pau todo naquela buceta
melada e quente. Ela soltou um gemido alto e oco, coloquei a mão na boca dela, com a outra mão segurei
os braços dela pra trás e comecei a socar meu pau com força naquela buceta gostosa.
Sem perder o ritmo, eu socava meu pau sem parar na buceta dela. Meu corpo todo tremia de tesão, os
únicos barulhos que ali havia era o som do meu saco batendo na bunda dela, dos meus grunhidos perto
do ouvido da Babi e da água do chuveiro. Eu tirei minha mão da boca dela, porque a queria ouvir gemer.
Ela gemia e xingava baixinho tentando se controlar. A cada palavrão dela, eu dava uma socada com força
e ela grunhia alto.
JR: Tá gostoso é? –Perguntei ofegante e com a boca seca. Dei um tapa naquela bunda gostosa com o
meu pau enterrado na buceta dela. Puxei o corpo dela e comecei a estimular o grelinho dela,
massageando seu clitóris e a fazendo delirar de tesão. Ela deitou a cabeça no meu peito e eu chupei os
lábios dela.
Tirei meu pau de sua buceta, ele estava todo melado, então enfiei em seu cuzinho. Comecei a enfiar
devagarzinho fazendo com ele o sentisse entrando a cada centímetro. A Babi gemeu mordendo os lábios e
contraiu o cuzinho no meu pau, deixando meu louco. Soquei três dedos dentro da buceta dela e isso a
levou a delírio. Ela gemia enquanto eu comecei a socar meu pau no cu dela, a coloquei contra parede
novamente, segurei o cabelo dela com uma mão, fazendo com que ela inclinasse a cabeça para trás. Dava
tapas e mais tapas naquela bunda gostosa, enquanto socava meu pau com força a fazendo perder o
controle. Eu não tinha pena nenhuma, socava com gostoso, deixando a bunda dela toda vermelha.
Babi: Mete... Não para... –Ela pedia gemendo com a cara vermelha de prazer. Eu a castigava com meu
pau, nisso eu já estava possuído de prazer e não tinha nem mais controle do que fazia.
Já explodindo de tesão, tirei meu pau do cuzinho dela e soquei na sua buceta bem no momento em que
ela gozou com vontade.
JR: Isso goza minha puta. –Grunhi sentindo a buceta dela contrair no meu pau e pulsar de tesão. Tirei
meu pau todo melado da bucetinha dela. A coloquei de joelhos, ela colocou a língua pra fora só
aguardando. Bati uma punheta rápida e então comecei a gozar na boca e na cara dela. Ela sorria toda
safada engolindo toda a minha porra.
Depois de tomar um banho de verdade, o dia realmente começou de verdade e com mais disposição.
Peguei dinheiro, fui pra rua e mandei um moleque ir ao mercado para mim, dei o dinheiro junto com a
lista. Ele chamou uns amigos e meteu o pé.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 79º capítulo 💎 Imperador narrando
O dia não estava muito favorável. Meu pai resolveu da um chá de sumiço pela manhã, Russo estava mal
pela Catarina, a Fran estava estranha e não me dizia o motivo. Estava de boa perto da boca, em cima da
minha moto quando a Carlinha se aproximou de mim. Uma morena delícia e safada dessas chama atenção
de longe.
Carlinha: Oi Imperador. –Ela sorriu falando com a voz toda dengosa.
Imperador: E ai Carla, qual é a boa? –Abri um sorriso de boa, mesmo querendo muito não desci o olhar
pelo corpo dela.
Carlinha: A boa é a gente que faz sempre não é? –Ela riu jogando o cabelo de lado.
Imperador: Passado né.
Carlinha: Saudades de quando era presente. –Ela se aproximou encostando o corpo no meu. Fui me
afastar e quase cai junto com a moto.
Imperador: Peraí, Carla. Eu tenho mulher.
Carlinha: Deixa sua mulher pra depois. –Ela descaradamente desceu a mão pelo meu corpo até pegar no
meu pau. Segurei firme na mão dela e olhei para o lado para ver se ninguém tinha visto aquilo. Se a Fran
fica sabendo dis... PUTA QUE PARIU CARLA.
Imperador: FRANCIELLEN! –Empurrei a Carla de canto, pulei da moto e já fui correndo atrás da Fran que
já estava descendo as escadarias-. Franciellen volta aqui porra, não é nada daquilo que tu viu mano.
Fran: VAI PARA O RAIO QUE TE PARTA, IMPERADOR. FICA FINGINDO ESTAR PREOCUPADO COMIGO,
QUANDO EU DECIDO VIR CONVERSAR COM VOCÊ, EU TE VEJO DE PIRANHAGEM COM MULHER! –Ela
virou pra mim em uns degraus abaixo de mim e gritou para que todo mundo ouvisse. Nego que já adora
um bafafá parou tudo o que estava fazendo pra ver o que estava rolando.
Imperador: Fran calma pelo amor de Deus me deixa explicar.
Fran: Explica pra aquela garota que agora você está solteiro. -A ver chorando foi como um tapa na minha
cara, ela se virou e voltou a descer as escadas correndo.
Tigrão: Ai patrão, a baixinha vai voltar.
Imperador: VAI PARA O CARALHO. –Voltei para a boca e topei com o meu pai só de risos.
JR: Que cara é essa? –Ele riu.
Imperador: Me erra na boa.
JR: FALA COMIGO DIREITO QUE EU SOU TEU PAI. –Ele me deu um soco no meio das costas. Eu respirei
fundo contendo a raiva que eu estava sentindo.
Imperador: A Franciellen terminou comigo, só isso que saco. –Chutei a porta da boca e os manos que
estavam por perto chega se assustaram. Entrei pra dentro da minha sala e o meu pai veio atrás de mim-.
Eu não estou a fim.
JR: Vai falar com ela caralho.
Imperador: Não dá pra falar com a Franciellen, já tentou brigar com ela? Aquela mina é louca.
JR: O que tu fez dessa vez? –Passei a mão no rosto irritado e dei um soco na mesa.
Imperador: O que te faz pensar que eu fiz alguma coisa?
JR: Porque ela não terminaria contigo a toa. Conheço os filhos que eu tenho. –Ele se se encostou à porta
fechada, cruzou os braços e ficou me encarando.
Imperador: A piranha da Carlinha veio toda se querendo pra cima de mim, daí a Fran pegou.
JR: Não admito você traindo a Franciellen. –Ele me olhou feio.
Imperador: Eu não a trai, ela que interpretou mal. A Carla veio pegando no meu pau também porra!
JR: E tu acha que ficar aqui sentado vai mudar alguma coisa?
Imperador: Eu to puto, se eu for atrás da Franciellen vai dar merda que eu sei.
JR: Ta puto por um erro seu?
Imperador: Eu quero saber onde eu errei, só isso. –Olhei com raiva pra ele-. Ela interpretou as coisas
errado e eu sou o filho da puta?
JR: Por experiência própria, tu vai atrás dela e dá teu jeito pra ela te desculpar.
Imperador: Mas...
JR: Cala a boca, Imperador. –Ele rolou os olhos e saiu da sala. Levantei puto dali, sai da boca, subi na
minha moto e fui atrás da Franciellen. Diminui a velocidade, peguei meu celular e liguei pra ela. Ela não
atendia, liguei e liguei, até que ela atendeu.
🔸 Início da Conversa 🔸
Imperador: Ta aonde?
Fran: Não é da sua conta. –Voz de choro.
Imperador: Para de chorar, amor. –Meu coração doeu.
Fran: Não me chama de amor, nunca mais. Eu acreditei em você, te dei o voto da confiança de que você
seria fiel a mim e você quebrou. Também pudera né? Bandido não é fiel, não ama. Eu que sou uma
palhaça.
Imperador: Eu não trai você, Fran. –Parei a moto em frente a minha casa e passei a mão na minha
cabeça-. Onde você está?
Fran: Na rua.
Imperador: Em que lugar?
Fran: Não é da sua conta.
Imperador: Porra Fran, eu não trai você.
Fran: EU VI IMPERADOR! EU VI A MINA COM A MÃO NO SEU PAU, AH ME POUPE! Eu não sou cega.
Imperador: SE TU NÃO É CEGA PORRA, TU VIU EU TIRANDO A MÃO DELA DE MIM E ME AFASTANDO. TU
SÓ VÊ O QUE VOCÊ QUER FRANCIELLEN, NÃO VOU FALAR MAIS NADA COM VOCÊ. QUE MERDA MANO!
Fran: NÃO GRITA COMIGO!
Imperador: Você não para de gritar comigo também. E quer saber também? Vai tomar no cu, cansei.
Quando você ver que fez burrada me procura, que eu tô foda-se.
🔸 Fim da Conversa 🔸
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 80º capítulo 🌼 Franciellen narrando
O Imperador nunca se põe no meu lugar, ele acha que é fácil ouvir provocações, ver as meninas lindas se
insinuando pra mim e me tirando como babaca na rua. Mas é diferente, dessa vez eu vi ele de papinho
com aquela piranha. É por isso que essas garotas vivem me fazendo de pano de chão, porque ele da
confiança.
Eu estava sentada no canto de um beco e veio um cara cheirando a maconha sentar ao meu lado.
Fran: Me deixa em paz caralho.
Xxx: Que isso patroa, o que houve contigo?
Fran: Não me chama assim, eu tenho nome então o usa.
Xxx: Vish... –Ele riu lesado-. Quando o patrão falava que tu era brava eu não sabia o quanto.
Fran: Olha se você não tiver nada de útil para falar o fim do beco é por ali.
Xxx: Só queria ajudar... –Ele foi se levantando.
Fran: Desculpa. –Disse secando minhas lágrimas-. Eu não tô bem.
Xxx: Brigou com o patrão?
Fran: Brigamos.
Xxx: Fica assim não, o patrão é gente boa.
Fran: Mas não vale porra nenhuma.
Xxx: Que isso! Patrão te dá maior moral.
Fran: Assim como da para essas piranhas daí da favela.
Xxx: Não posso falar por ele, não to em todo canto. –Ele se ajeitou do meu lado-. Mas ele te respeita pra
caralho, tu é a protegida dele.
Fran: A protegida e não a fiel.
Xxx: Tu que pensa. –Ele riu.
Fran: Do que você tá falando?
Xxx: Eu não sei porque brigaram, mas ele rende muito pra tu. Conheço o patrão tem pouco tempo, mas
porra ele mudou pra caralho desde que tu subiu pra morar aqui.
Fran: Não adianta nada ele mudar se ele não dá um chega pra lá nessas piranhas.
Xxx: Piranha tem a rodo né, que mina não quer ser bancada? Porra ou tu se garante ou mês que vem é
outra em cima da moto dele. Ficar nessa insegurança não vai te levar pra lugar nenhum.
Fran: Olha pra mim garoto, vê se eu tenho naipe pra competir com alguma mina aqui dentro? Eu não
tenho corpo, não tenho porra nenhuma, nem bonita eu sou. Que porra de segurança eu vou sentir se eu
não sou porra nenhuma?
Xxx: É só você que pensa nisso mano, isso tudo ta na sua cabeça mina.
Fran: Eu tenho espelho, não sou cega.
Xxx: Vai perder o mano Imperador por bobeira.
Fran: Vê uma mina se esfregando no seu namorado é bobeira agora?
Xxx: Claro que não né? Mas toma sua posição. Ficar chorando escondida só vai fazer essas putas do
morrão montarem em cima de você, porque elas sabem que você é fraca.
Fran: Eu não me sinto confortável dentro da minha própria pele e quando eu estou com o Imperador, é
como se tudo estivesse bem.
Xxx: Então mina, para com esse choro e começa a viver. Peita essas piranhas, marca território, mostra
que o Imperador tem mulher. Se for eu vendo um cara dando em cima da minha mulher, eu já chego
junto e já mostro que ela tem dono. Comigo não tem essa de tentar pegar o que é meu.
Fran: Eu não sei como fazer isso, eu tenho medo dele me rejeitar ou de ficar com cara de tacho.
Xxx: Eu que vou te deixar com cara de tacho se você ficar com esse fogo no cu. –Ele deu risada e eu
sequei minhas lágrimas olhando para o chão. Pensando nas coisas que ele estava me dizendo.
Fran: Eu sou ridícula né?
Xxx: Sinceramente?
Fran: Claro.
Xxx: Tempo é dinheiro mina, tu ficar sentada aqui chorando não vai mudar em nada.
Fran: Eu vou atrás dele.
Xxx: Vai mesmo. –Levantei do chão e parei em pé de frente pra ele.
Fran: Obrigado pelo toque, obrigado mesmo. Qual teu nome?
Xxx: Pode me chamar de Pedro, melhor assim.
Fran: Tudo bem Pedro, obrigado.
Pedro: De nada, precisando eu tô sempre por ai. –Assenti com a cabeça e sai andando rapidamente.
Cheguei a casa do Imperador, a moto dele estava parada do lado de fora. Entrei com o coração na mão e
ele estava sentado no sofá com uma cara de cu do cacete, sua arma do lado dele no sofá. Ele estava de
braços cruzados vendo TV, mas parecia que ele nem estava prestando atenção em nada. Tanto que nem
percebeu quando eu entrei.
Fran: Bruno? –Ele olhou assustado pra mim, se ajeitou sentando no sofá.
Imperador: Fala. –Ele arqueou uma sobrancelha e me olhou sério.
Fran: Podemos conversar?
Imperador: Agora tu quer conversar?
Fran: Não precisa ser ignorante.
Imperador: Claro que precisa Franciellen, você me julga sem nem falar comigo, tu prefere tirar suas
próprias conclusões e acha que eu tenho que cheirar teu rabo ainda? –Ele levantou e ficou parado de
frente pra mim-. Se eu quisesse te meter chifre, eu metia até na tua cara. Eu ia pouco me lixar pra sua
existência porra, eu não fazer nem metade do que eu faço por você. Acha mesmo que eu te assumiria pra
minha família se eu não fosse fiel a tu porra? A Carlinha veio se oferecendo caralho, eu resisti, não toquei
nem um dedo nela a não ser para afastá-la de mim. E tu ainda quer tirar uma de grandona pra cima de
mim? Como se só você tivesse algum tipo de razão? Olha mano, escuta o que eu tenho pra te dizer
enquanto você não mudar esse teu jeito, as coisas entre a gente não vai funcionar.
Escutei quieta as coisas que ele tinha a dizer, tirando a grosseria e seu tom de voz alto, as coisas que ele
me dizia me atingiram feito flechas. Tudo o que o Pedro acabou de me dizer, o Imperador repetiu em
partes só que de forma sentimental.
Fran: Bruno...
Imperador: Bruno nada, Franciellen. Toma postura de mulher porra, eu não tô em todo canto pra te
proteger, eu tô nem ai pra fofoquinha de piranha mal comida. Você tem que parar de se sentir inferior às
outras mulheres, é contigo que eu estou, se fosse pra ficar com qualquer outra eu teria ficado. Mas eu
escolhi você e não outra. Eu odeio mulher que arma barraco no meio da rua, que fica se achando só
porque tem uma condição legal. E você não precisa de fazer nada disso pra ter respeito das minas. Elas se
aproveitam de você, da sua fragilidade. Para de andar olhando para o chão, para de se colocar por baixo,
para de se humilhar pelos outros. Tu é muita coisa, para ficar se sentindo de menos. Todo mundo enxerga
teu valor, garota, menos você. –Eu estava segurando a vontade de chorar, mas eu não faria isso, não
agora. Eu sentei no sofá, olhei para o chão e depois olhei pra ele.
Fran: Você tem razão, Imperador. –Disse depois de um tempo quietos já.
Imperador: Eu só quero o nosso bem. Só quero que você se sinta bem também. –Ele sentou do meu lado
falando agora parecendo mais calmo.
Fran: Eu estou presa ao meu passado, presa a minha criança interior. Entende? Eu estou machucada,
estou ferida ainda. Você me vê sorrindo, brincando, de boa com você, mas é a minha máscara. Porque
por dentro as coisas estão desmoronando aos poucos. Eu odeio quando me olham com deboche, me senti
mal vendo aquela menina se oferecendo pra você. Você está em uma puta posição, Bruno, as meninas
aqui do morro fariam qualquer coisa pra está no meu lugar. Só que eu não estou pronta para ser sua fiel,
não estou com o psicológico bom, eu tenho muitas pendências e enquanto nada disso for resolvido, eu
não vou me sentir bem. Eu não vou conseguir seguir em frente, não vou te fazer feliz. Eu não consigo
perdoar minha mãe, meu padrasto, não consigo me perdoar pela morte do João, não consigo esquecer o
que o Thierry fez a mim. Essa é a grande verdade. Você me faz muito bem, Bruno, muito bem mesmo.
Mas agora eu estou precisando ir. Ir para poder me sentir melhor, consertar a minha vida aos poucos,
resolver as minhas pendências. E esse é um processo difícil pra mim e eu não posso machucar você.
Imperador: Pera, você está terminando comigo? –Eu levantei do sofá e encarei o olhar de incredulidade
dele.
Fran: Estou. –Senti meu peito se afundar por ter confirmado minhas palavras.
Imperador: Não faz isso comigo, Fran, por favor. –Ele se ajeitou no sofá e segurou na minha cintura com
uma mão, como se tivesse impedindo que eu fosse.
Fran: Eu estou indo, Bruno. E volto depois para pegar as minhas coisas.
Imperador: E pra onde você vai caralho?
Fran: Eu irei dar o meu jeito. –Meus olhos se encheram de lágrimas e eu fiquei quieta, porque se eu
falasse mais alguma coisa iria chorar. Eu sentia meu coração se partindo junto ao do Imperador, mas
aquilo era o melhor a ser feito.
Imperador: Amor... –Ele abaixou a cabeça e depois me olhou. Eu sentia que ele estava tão triste quanto
eu estava-. Desculpa se eu fui muito grosso com você, exigente demais, eu sei que as coisas pra você não
são fáceis. Não vai embora, Fran, você é a minha menina. –Ouvir o tom de desespero dele me machucava
por dentro, as lágrimas caíram pesadas.
Fran: Se cuida meu homem. –Beijei a testa dele e demorei aproveitando o momento. Ele acariciou minha
cintura, fazendo um carinho tão gostoso e eu me lembrei de cada noite em que dormimos com ele me
acariciando dessa forma. Meu coração pesou e então me afastei-. Desculpa... –Me afastei e fui
caminhando até a porta. Ele nada fez, apenas ficou ali sentado enquanto eu ia embora.
Assim que bati o portão da casa dele, encarei para a rua com a visão embaçada pelas minhas lágrimas e
olhei para o céu. Respirei fundo e pensei: “será melhor assim para nós dois”.
Caminhei sem rumo pelo morro e fui parar em uma pracinha, onde ali fiquei pensando e olhando para o
céu. Havia uns bandidos jogando bola junto com umas crianças e eu fiquei olhando para eles jogando.

ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 81º capítulo 🎈 Thamires narrando


Eu havia voltado para a minha antiga casa no morro e com a ajuda do Dog, me estabeleci por lá. Eu ainda
estava muito ferida pelo acontecido de ontem. Tanto que eu não queria nem ficar com o Dog por um
tempo. Queria mesmo é ficar na minha e organizar meus pensamentos.
Meu celular começou a tocar e quando vi era o Imperador. Logo atendi.
🔸 Início da Ligação 🔸
Thami: Oi primo, o que foi?
Imperador: Você está com a Fran?
Thami: Não, por quê?
Imperador: Por nada, só queria saber mesmo.
Thami: Aconteceu alguma coisa? Ela sumiu?
Imperador: Não, que nada. Sério mesmo, vou trabalhar agora, abraço.
Thami: Tá né... Qualquer coisa só me ligar.
Imperador: Ligo sim, tchau.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Conheço bem o primo que eu tenho, Imperador não é desses de ficar ligando por nada. A campanhia da
minha casa tocou e eu fui atender. Era o meu pai, ele estava de braços cruzados, mas com o olhar caído
de quem estava triste.
Thami: Oi pai.
PH: Ainda mereço ser chamado assim?
Thami: Sim, sempre irá merecer.
PH: Podemos conversar?
Thami: Claro, entra aí. –Dei espaço, ele passou pelo portão, fechei em seguida e entramos na minha casa.
Sentei no sofá e ele sentou ao lado do que eu estava.
PH: Eu queria me desculpar.
Thami: Desculpar pelo o que?
PH: Por ter agido daquela forma contigo.
Thami: Você não tem que me pedir desculpas.
PH: Claro que tenho, depois que eu coloquei minha mente no lugar, conversei com a Fabi e eu vi o que eu
fiz foi errado pra porra. Agi muito por impulso, por raiva do passado e não nego.
Thami: Eu não sou a mamãe, não sou criança, pai.
PH: Eu sei filha, mas ele é um homem mais velho. Ele tem idade para ser o seu pai.
Thami: Eu sei que você pode tá imaginando que ele está se aproveitando de mim por vingança do
passado ou por eu ser mais nova. Mas pai, eu não sou inocente. O que eu fiz com ele, poderia fazer com
qualquer outro homem, seja ele da minha idade, mais novo ou muito mais velho. Tira da sua cabeça que
eu sou a Thamires de 4 anos de idade. Eu sei que isso dói em você, mas quando a mamãe tinha a minha
idade nem ela era mais inocente. Quando você tinha a minha idade você já tinha até filho.
PH: Eu sou seu pai, você quer que eu aceite isso como suas amiguinhas? Por favor, né Thamires.
Thami: Não como minhas amiguinhas, mas como meu pai. Eu nunca pude apresentar nenhum namorado
a você, nunca tive a chance de viver um amor porque você e o Saulo sempre me prendiam. Eu odeio ter
que esconder as coisas, ter que ficar mentindo pra poder ficar com alguém que me faz bem. Será que eu
nunca vou ter o direito de chegar em casa, ter um almoço em família com o meu namorado? Nunca pai?
Será que eu preciso sair da casa de vocês só pra ter liberdade? Por que eu não posso conquistar a
confiança de vocês para eu poder ser quem eu quiser? Eu seria muito mais transparente se você fosse
menos cabeça dura.
PH: Me desculpa, filha? Eu sei o quanto eu errei com você em todos esses anos, porra eu só não quero
ver você como as minas na favela. Sofrendo por causa de macho e com criança berrando nos braços.
Thami: Ai pai pelo amor de Deus ein? Camisinha e anticoncepcional está ai pra isso. –Cruzei os braços e
rolei os olhos. Ele ficou todo sem graça e eu ri. Pulei no colo do meu pai e o abracei com força-. Você é o
meu paizinho lindo, meu amorzinho. Não existe homem nesse mundo que irá substituir o seu papel. Só
não me priva de fazer o que eu quero, eu não sou mais bebê.
PH: É meu bebê sim.
Thami: Não sou. –Rolei os olhos.
PH: Mas você me desculpa?
Thami: Claro que desculpo. Na hora da raiva eu também falei coisas sem pensar, pedi que vocês não
viessem mais atrás de mim. Só que agora, pai, eu vou seguir com a minha vida. Você e a mamãe pra lá,
eu aqui. Vou trabalhar, vou terminar meus estudos e daí pra frente eu vejo.
PH: Não tem nada que eu possa fazer pra você voltar pra casa?
Thami: Não.
PH: Nem uns presentes que eu sei que você ama?
Thami: Não estou à venda, mas meu aniversário está chegando né. –Ri.
PH: Aff.
Thami: Te amo muito pai.
PH: Eu também te amo minha filha. Agora eu preciso ir, vim aqui no morro também pra resolver uns
problemas.
Thami: Problemas? Quais problemas? –Levantei do colo dele e ele se levantou juntos.
PH: Coisas do morro, não precisa se meter.
Thami: Amo me meter. –Fiz bico e ri.
PH: Eu sei bem como você gosta, mas dessa vez isso não é assunto pra você.
Thami: Poxa pai...
PH: Poxa nada, Thami. Quando é coisa suave eu falo, quando não é nem adianta.
Thami: Ai que saco. Mas bora, vou te levar no portão.
PH: Bora. –Fui o levando para o portão, nos despedimos, ele entrou no carro e meteu o pé. Assim que
entrei em casa, meu celular começou a tocar e era o Dog.
🔸 Início da Ligação 🔸
Thami: Oi meu amor.
Dog: Oi princesa, como está?
Thami: Estou bem, graças a Deus e você?
Dog: Hm... Que bom está animadinha. Eu tô tranquilo.
Thami: Na boca?
Dog: Não, na minha casa. Vem aqui me ver? Quero trocar uma ideia com você.
Thami: Vem cá você.
Dog: Fica fazendo jogo comigo não morena.
Thami: Não é jogo. Logo mais eu tenho aula.
Dog: Então eu vou ai.
Thami: Ótimo, vou ficar te esperando.
Dog: Ta bom.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Fiquei tão curiosa pra saber o que era, que então sai pra ficar o esperando no portão. Assim que ele
chegou, já fiquei preocupada porque a cara dele não tinha expressão alguma.
Thami: O que foi Dog? Não estou gostando nada da sua cara.
Dog: Bora entrar que lá dentro eu falo contigo. -Ele não me deu nenhum selinho, entramos na minha casa
e sentamos no sofá.
Thami: O que foi Dog? Estou ficando preocupada. –E então ele começou a rir.
Dog: Morena, você quer sair essa noite como minha fiel? -Eu dei um tapa no braço dele e respirei aliviada.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 82º capítulo ❄ Catarina narrando
A noite mal havia chegado e o Imperador chegou lá em casa com duas garrafas de tequila, um engradado
de Skol beats, garrafa de energético e também maconha.
Catarina: Pra que isso tudo?
Imperador: Eu preciso beber.
Catarina: Fran vai ficar puta se você chegar em casa bêbado.
Imperador: Não vamos falar da Fran.
Babi: Oi filho. –Minha mãe desceu as escadas toda arrumadona e já olhou para as sacolas na mão do
Imperador-. Vai ter festa na sua casa?
Imperador: Vim dormir aqui ué.
Babi: Eu e o seu pai vamos sair e vocês não vão aprontar aqui dentro de casa.
Catarina: Vocês vão sair?
Babi: Vamos ué.
Imperador: Não vamos dar festa nenhuma, só vim dormir aqui.
Babi: E essas bebidas Imperador?
Imperador: Quem faz uma festa só com isso? Ih mãe, não tem nada não, eu vou beber com a Cat.
Babi: Olha eu não vou falar mais nada com vocês dois, eu quero minha casa limpa quando chegar. –Meu
pai desceu as escadas e olhou para gente.
JR: O que está acontecendo aqui?
Babi: Seus filhos vão encher a cara.
Catarina: Quem disse em encher a cara mãe? Vamos ver um filme na Netflix. –Ri.
JR: Deixa as crianças pra lá, bora sair. Tranca a casa quando forem dormir eu e a sua mãe só voltamos de
manhã. –Meu pai me deu um beijo na cabeça, pegou na mão da minha mãe e eles saíram.
Babi: Esses dois vão destruir a minha casa. –Minha mãe saiu reclamando e meu pai bateu a porta assim
que eles saíram. Olhei para o Imperador rindo.
Catarina: Eu vou ligar o som, coloca isso tudo lá fora que essa noite eu quero esquecer meu nome. –Ele
riu e eu fui para o meu quarto lentamente por conta do gesso. Peguei meu pen drive, troquei de roupa e
desci novamente. Liguei o rádio da minha casa nas alturas e o Imperador já havia preenchido a mesinha
de centro com as paradas. Ele apareceu com dois shots de tequila, sentou ao meu lado, me deu um
copinho.
Imperador: Ao foda-se?
Catarina: Foda-se! –Então viramos. Era disso que eu estava precisando, de beber pra caralho ao lado do
meu irmão. Eu sabia que havia algo de errado com ele, mas enquanto ele estivesse sóbrio ele não iria
falar.
Alguns goles mais tarde, quase amanhecendo, eu estava jogada no quintal de casa com o Imperador
jogado ao meu lado.
Imperador: Mana... –Ele disse todo mole pela bebida. Eu sentia meus dentes moles e o mundo girando.
Eu não conseguia nem abrir os olhos.
Catarina: Hm.
Imperador: A Franciellen me deixou porra...
Catarina: Uhum. –Eu não conseguia nem formular uma frase de tão ruim que eu estava. Eu sentei com
dificuldade, olhei para os meus quatro irmãos deitados no chão e ri-. Para de ser mentiroso porra.
Imperador: Papo reto. –Ele me passou o baseado e eu dei uma puxada.
Catarina: Por que caralho?
Imperador: Porque eu não sou tão bom assim.
Catarina: Somos gêmeos não é mesmo. –Eu ri e passei o baseado pra ele. Joguei a fumaça para o ar e
deixei que o meu corpo tombasse pra trás.
(...)
Xxx: PUTA QUE PARIU BRUNO E CATARINA EU VOU DESTRUIR A VIDA DE VOCÊS DOIS. SEUS FILHOS
DA PUTA E EU SOU A PRÓPRIA PUTA. –Primeiro eu ouvi o grito da minha mãe, depois senti minha cabeça
latejar, em seguida senti ânsia de vômito e eu senti o sol arder nas minhas costas.
JR: Eu acho que os dois se foderam. –Meu pai falou próximo e então abri os olhos. Vi o Imperador
dormindo de boca aberta roncando pra caralho e a noite passada foi caindo na minha mente.
Catarina: Acorda filho da puta. –Dei um tapa no Imperador e olhei para o meu pai. Minha cabeça doía
tanto que eu não conseguia nem olhar pra ele direito.
JR: Quando vocês forem beber assim de novo, me avisem, que eu enrolo sua mãe por mais tempo na rua
ou fico pra beber com vocês.
Catarina: Ela tá muito puta?
JR: Daqui a pouco passa. Faz tempo que a gente não vê essa baixinha irritada. –Ele riu e levantou, pois
ele estava agachado perto da gente.
Catarina: Pai, faz um favor pra mim?
JR: Fala?
Catarina: Joga o Imperador na piscina. –Meu pai deu uma risada. Meu pai não aguento o Imperador, mas
o meu maninho estava tão ruim que ele nem sentiu meu pai o arrastando.
Babi: LARGA O MEU FILHO, JR! –Minha mãe veio puta de dentro de casa. Meu pai já estava quase
jogando o Imperador.
JR: Ta bom. –Dito isso meu pai soltou as pernas do Imperador que caiu dentro da piscina. Minha mãe
ficou vermelha de raiva. Eu e o meu pai caímos na gargalhada. O Imperador subiu puto para a superfície
todo assustado.
Imperador: Que isso porra! –Ele olhou pra gente.
Babi: Seu pai e a sua irmã. –Eu não me aguentava de tanto rir.
JR: Eu só fiz o que você mandou.
Babi: Olha vai pra merda, JR. –Ela o encarou puta-. Eu não vou limpar a sujeira que fizeram.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 83º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Eu voltei a morar com a Thami e acordar em uma cama diferente me trouxe uma sensação ruim. Não era
os braços do Imperador, não era o cheirinho dele, não era a cama dele, eu não estava com uma das
camisas dele. Eu me sentia vazia.
Levantei da cama onde estava deitada, sai do quarto e a Thami estava deitada no sofá junto com o Dog.
Os dois haviam deixado de sair pra poder ficar comigo me animando, compraram até pizza e pão de
queijo.
Thami: Bom dia flor do dia. –Ela sorriu olhando pra mim junto com o Dog.
Fran: Bom dia para os dois. –Sorri e fui para a cozinha.
Thami: Amiga, tem café da manhã na mesa.
Fran: Ta bem. –Fui para a cozinha, coloquei café em uma xícara e apenas tomei isso.
Logo mais me arrumei e fui para a casa da minha tia ajudá-la com as encomendas de salgadinhos.
Rita: O que foi meu amor? Estou te achando um pouco abatida.
Fran: Não é nada sabe tia, eu só não estou me sentindo bem.
Rita: Você comeu alguma coisa hoje?
Fran: Tomei café da manhã, mas não é fome. –Dei um meio sorriso e continuei a enrolar os salgadinhos.
Rita: E o seu namorado? Aquele lá... O band...
Fran: Bandido, tia. É isso o que o Imperador é. –Minha família não aceitava mesmo meu relacionamento
com o Imperador, hipocrisia é eles aceitarem da minha mãe com meu padrasto.
Rita: Enfim... –Ela ficou toda sem graça.
Fran: Não estamos mais namorando.
Rita: Por isso está assim?
Fran: Sim. –Dei de ombros e também não quis mais falar sobre aquilo.
Sai da casa da minha tia umas 16 horas, só de sair da casa dela e não vê que o Imperador veio me
buscar, bateu uma saudade dele junto com um aperto no coração.
Fui andando pra casa da Thami, na metade do caminho quando passei em frente a um bar, algum imbecil
ficou me instigando a olhar pra ele.
Xxx: Psiu! Ei, psiu! –Rolei os olhos e olhei para trás em direção para o bar.
Fran: Eu tenho nome e ele não é “psiu”.
Pedro: Você tem cara mesmo de não curte essas paradas e ai, tu quer uma coca?
Fran: Nem quero, tenho que ir pra casa, logo mais tenho aula.
Pedro: No preço que a coca está hoje em dia e tu negando beber de graça? –Dei risada.
Fran: Não estou negando, só que tenho que ir.
Pedro: Eu te dou uma moral depois até a escola. –Ele riu.
Fran: Não precisa da moral, mas vamos lá que eu to com sede mesmo. –Fomos até o barzinho, sentei em
um banco alto pra caralho e o tio veio com uma latinha de coca pra mim. Coloquei o canudo e comecei a
beber. Nossa quase um orgasmo.
Pedro: Pelo menos coloquei um sorriso nesse seu rosto. –Ri.
Fran: Depois de andar pra caralho debaixo desse sol uma coca bem gelada, não tem como não sorrir.
Pedro: Eu sei bem, lá debaixo já vi no teu olhar o que tu queria.
Fran: Um milhão de reais e a solução dos meus problemas? –Ri.
Pedro: Eu só vi mesmo uma coca. –Ele riu.
Fran: Tu não tem nada pra fazer não? Fica o dia todo ai de bobeira.
Pedro: De bobeira nada fia, já fui fazer vários corres. Imperador não dá um sossego. É o dia todo rodando
pra cima e pra baixo, ai agora dei uma pausa pra poder tomar uma breja.
Fran: E a tua mulher? Nem pra dá um oi nela pra dar uns beijinhos entre um corre e outro. -Ele deu
risada.
Pedro: Minha mulher eu chego junto a noite né, sou malandro velho né pow. –Ele riu dando uma golada
na cerveja.
Fran: E durante o dia?
Pedro: As novinhas me chamam pra poder entrar na minha vara. –Fiquei vermelha de vergonha, não
esperava que ele fosse ser tão direto.
Fran: Nossa que desnecessário Pedro. –Ri.
Pedro: Ialá, toda vermelhinha. –Ele riu junto.
Fran: Vai se ferrar. –Olhei para a entrada do bar bem no momento em que o Russo entrou, ele deu uma
encarada no Pedro e em seguida para mim. Seguiu para o balcão do bar ao meu lado, passou o braço
pela minha cintura.
Russo: Ai Zé, me dá uma gelada no capricho.
Zé: Pra já.
Russo: E ai magrela, fazendo o que por aqui? –Ele beijou minha bochecha.
Fran: Vim tomar um refrigerante.
Russo: Entendi. Liminha agora é seu amigo? –Ele olhou para o Pedro.
Fran: É meu amigo sim.
Pedro (Liminha): E ai gerente, qual foi da boa?
Russo: Eu que te pergunto. –Ele riu dando um gole na cerveja.
Pedro (Liminha): A boa é sempre a gente que faz tlg né?
Russo: Claro que estou.
Fran: Bem já vou indo. -Terminei minha coca e levantei do banco.
Russo: Vou te levar em casa.
Fran: Não precisa, Russo.
Russo: Vish Fran cala a boca né.
Fran: Virou meu guarda-costas?
Pedro: Primeira dama tem que andar sempre bem acompanhada.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 84º capítulo 🐾 Russo narrando
Eu já estava querendo conversar com a Fran desde cedo, ela tem um papo bastante cabeça e eu
precisava muito de conversar com ela. Não gostei muito de vê-la no bar com o Liminha, o moleque é
parça, mas se o Imperador pega vai dá ruim é para ele.
Chegamos a casa da Thami e sentamos no portão mesmo pra conversar.
Fran: Fala ai.
Russo: Quero falar umas paradas contigo sobre o Liminha.
Fran: Eu não tenho nada com ele Russo, por favor, nem inventa coisa.
Russo: Não estou falando nada né, mas você sabe que se envolver com algum cara de dentro da tropa
depois de terminar com o Imperador é prejuízo pra tu mesmo.
Fran: Não estou me envolvendo com ninguém, eu gosto muito do Imperador.
Russo: E por que terminou então porra?
Fran: O Imperador sabe os motivos.
Russo: O cara está sofrendo calado por você, tá frio pra porra com todo mundo. Bebeu e chapou pra
caralho com a Catarina.
Fran: Eu vou falar com ele.
Russo: Não vai adiantar né, Fran. Ele vai ficar pior.
Fran: Eu não tenho nada mesmo com o Liminha, Pedro sei lá. Eu o conheci ontem pelo morro, ele me deu
vários conselhos pra poder ir atrás do Imperador e conversar com ele.
Russo: Mas pow magrela, sabe que homem é foda né. Não custa nada o parceiro dá em cima de tu.
Fran: Eu não quero me envolver agora, Russo.
Russo: Não mesmo?
Fran: Claro que não caralho. –Ela disse um pouco impaciente e eu ri.
Russo: Volta para o Imperador, Fran. Eu nunca vi meu mano tão apaixonado.
Fran: Eu não posso voltar com ele enquanto eu não me acertar comigo mesma.
Russo: E isso vai demorar?
Fran: Não garanto nada sabe, mas também o que eu puder fazer pra poder conseguir seguir em frente,
eu vou fazer.
Russo: Sabe que pode contar comigo pra tudo não é mesmo?
Fran: Claro que sei moreno. –Ela me abraçou de lado, conversamos um pouco mais sobre a Catarina e
depois meti o pé dali.
Sexta-feira chegou com o clima favorável para baile. Já arrumado e cheiroso para o baile, passei na casa
do Imperador e ele já estava em cima de sua moto.
Imperador: Fala menor.
Russo: E ai porra, vai passar pra pegar alguém?
Imperador: Que nada. Por quê? –Ele olhou como se não tivesse muito interessado. Esses dois últimos dias
parecem que passou em branco para o Imperador, ele estava mais fechado do que nunca, não falava nem
com o pai dele. Ele chegava a boca, passava as ordens e depois sumia o dia todo que ninguém via.
Russo: Só queria saber, bora zoar, bora beber e fuder muita piranha.
Imperador: É disso mesmo que o pai gosta. –Ele deu uma risada forçada e metemos o pé dali.
Chegamos a quadra onde estava rolando o baile, mal desci da moto e a piranhada já estava arrastando a
buceta nos meus pés. Cada dama mais linda do que a outra. Minha vontade mesmo era de colar em todos
os bailes com a minha Catarina, mas já que eu não tenho, é hora de tomar meu rumo e pegar várias
piranhas. Tô fora de lance sério, agora minha parada é meter a rola em quem aparecer arreganhando a
buceta.
Já subi para o camarote e o Imperador foi logo na frente. Eu o conheço há anos e sei quando o meu
irmão não está bem. E pra deixar a noite mais interessante, a Fran estava lá junto com a Thami e o Dog.
E quem estava grudado no pescoço da Fran? Liminha. Moleque é corajoso de se envolver com a mina do
Imperador viu.
Russo: Ele é amigo dela viu. –Orientei no ouvido do Imperador já entregando um copo de whisky na mão
dele e ficando com o outro.
Imperador: Eu to sabendo dessa amizadezinha. –Ele disse com deboche.
Russo: Ela não é esse tipo de mulher.
Imperador: Eu sei o tipo de mulher que ela é e quem ele é também.
Russo: Então não faça nada que vá fazer você se arrepender depois.
Xxx: IMPERADOR! –Aquela voz estridente só pode está vindo dos infernos, não é possível meu pai eterno.
A Thami fez a mesma cara do que eu e rolou os olhos. Olhei na direção da escada que dava para o
camarote ali, a piranha da Thalita veio toda se querendo na nossa direção. Eu já sai de perto e fui pra
perto da Thami com o povo.
Thami: O que essa vagabunda está fazendo aqui?
Fran: Quem é essa garota? –Ela não tirava o olhar do Imperador e da Thalita.
Liminha: É a Thalita não é?
Fran: Thalita é o meu caralho.
Thami: Isso ai amiga, marca território no seu macho.
Fran: Ah... –Ela ficou toda sem graça e olhou pra baixo.
Liminha: Fran mano, para de ser otária. Já te falei que quando tu quer as paradas, você luta pra ter tá
ligado?
Thami: Verdade amiga.
Dog: Arruma um barraco louco ai, mostra pras piranhas quem é que manda.
Fran: Se eu arrumar briga quem apanha sou eu.
Russo: Verdade magrela, melhor ficar na sua.
Fran: Não sou tão magrela assim ta. –Todos ali no grupinho exceto a Fran riu, até porque né-. Vão se
fuder.
Russo: Eu que não vou ficar aqui pra poder ficar vendo esse nojo de pessoa, fui curtir meu baile. –Meti o
pé dali e já fui puxando o bonde dos sacanas.
Bebendo e fumando pra caralho, pegando as cachorras que estavam passando. Meu pau já estava durão
querendo uma piranha pra poder jogar dentro.
Dei uma olhada de lado e vi uma menina com um olhar meio de perdida. Dei uma reconhecida nela e era
a Rita da ONG. Ela estava toda linda e gostosa, com um olhar de princesa. Dei uma olhada nela dos pés e
a cabeça. Já levei na maldade, é ela mesmo que vou levar pra cama.
Já fui chegando junto, parando na frente dela e olhei sorrindo.
Russo: E ai Ritinha, perdida?
Rita: Meu nome não é Rita, Russo. –Ela rolou os olhos e olhou de lado fazendo pouco caso.
Russo: E qual é o teu nome então louca? Todo mundo te chama de Rita.
Rita: Rita é a minha mãe, me chamam assim porque eu sou a cara dela. Mas meu nome mesmo é Ana
Luísa. –Ela cruzou os braços e ficou fingindo que estava procurando algo. Peguei na cintura dela.
Russo: Não precisa fingir que está procurando alguma coisa. –Com a outra mão fixei o rosto dela a
fazendo olhar para mim-. Tudo o que você precisa está bem aqui na sua frente.
Ana Luísa: Você não se enxerga não garoto? –Ela riu debochando da minha cara-. Pelo amor de Deus, não
tenho saco pra cantada barata uma hora dessas. –Ela se soltou de mim e saiu andando. Mano que
patricinha abusada viu? Ah que raiva. Olhei puto pra ela. Essas minhas vem para o baile para ficar se
fazendo de santa, ah meu ovo.
Voltei pra perto dos moleques e eles me zoando por não ter pegado a mina.
Russo: Olha vocês vão se foder. –Olhei feio e eles ficaram no sapatinho.
Rodei o baile inteiro com o bonde, fumando muita maconha, bebendo pra caralho. Queria mesmo é ficar
pesado e o mundo que se foda.
Senti meu celular vibrar na minha cintura, peguei pra ver e era ligação da Luana. Nem atendi, estava
louco e também não iria ouvir nada.
Uma piranha veio sarrando no meu pau e eu fiquei dançando com ela, queria nem saber. Passei a mão
nela toda mesmo, quase rasguei a calcinha dela no meio do baile, mas toda hora ela sorria safada e tirava
minha mão. Já estava estourando de tesão e queria saber de porra nenhuma mais não. Levei a mina para
um canto escuro perto das caixas de som, ela falou algumas coisas, mas eu nem ouvi. Botei meu pau pra
fora, ela se encostou-se à parede e empinou a bunda. Levantei o vestido dela, dei quatro tapas fortes na
bunda gostosa dela. Coloquei uma camisinha, pincelei meu pau na entradinha da buceta dela e meti ferro.
Dava estocadas fortes e firmes naquela buceta gostosa dela, minha mente se embolava com o feito do
álcool e junto com o tesão. Mesmo com o barulho, dava pra ouvir que a piranha gritava e gemia de tanto
tesão. Eu dava tapas e mais tapas naquela bunda gostosa dela enquanto a fodia sem parar.
Uma rapidinha não faz mal a ninguém, assim que gozei na cara daquela puta meti o pé dali e fui curtir
meu baile. Voltei para o camarote, Imperador estava lá sendo encurralado pela Thalita, a Thami estava
dançando com o Dog, Liminha fumando e ficando com a patroa dele, enquanto a Fran estava de canto só
assistindo a cena do Imperador. Eu já puto, cheguei na Fran e a peguei pelo braço.
Russo: Para de ser otária mano.
Fran: Que isso porra? –Ela me encarou brava.
Russo: Para de ser otária e vai lá tirar aquela piranha de cima dele.
Fran: Ele não é mais meu namorado.
Russo: E daí porra? Você sabe bem que pra ele a história dos dois não morreu. Você vai simplesmente
ficar assistindo tudo aquilo com cara de cu?
Fran: Me larga Russo, você está me machucando. –A soltei e ela deu alguns passos para trás.
Russo: Vai falar que eu não tenho razão caralho?
Fran: Você tem, mas não precisa ser assim.
Russo: Para de ser trouxa, Fran. Se liberta logo de tudo aquilo que tu sente em relação ao passado, o
problema é você e não as coisas que te aconteceram. Imperador gosta de tu pra caralho, ele manda os
caras dizerem seus passos, cuidar de tu por onde você anda, moleque cuida pra caralho de tu mesmo
vocês estando separados. Então para de ser trouxa ouviu? Vai lá, mete o louco pra cima da Thalita e
mostra quem é que manda nessa porra. Seu nome é Franciellen e não babaca. Você não tem que ficar se
sentindo reduzida por causa dessas piranhas do morro não, o que tu faz nem metade delas fazem. Anda
logo vai lá. –Ela engoliu em seco minhas palavras, eu estava tão louco que nem percebi que estava sendo
grosso pra caralho com ela, mas mesmo assim ela fechou a cara e foi até o Imperador.
Assisti-a botando a Thalita pra correr, peguei mais uma bebida e fui conversar com uns parceiros.
Meu celular voltou a vibrar, olhei e vi que era mensagem dessa vez da Catarina. Logo respondi.
🔸 Início da Conversa 🔸
Catarina: Amor?
Russo: O que tu quer?
Catarina: Nossa precisa ser grosso assim?
Russo: Oi minha rainha do Nilo, o que a linda e soberana deseja?***
Catarina: Idiota você ein, nossa. Perco meu tempo ainda falando com você.
Russo: Estou bêbado.
Catarina: E não está escrevendo errado?
Russo: Estou bêbado e não burro.
Catarina: Que petulante.
Russo: Vai segurando. Mas o que você quer?
Catarina: Nada não, só queria saber se está bem.
Russo: Estou ótimo, obrigado por se preocupar.
Catarina: Também estou.
Russo: Sei bem disso, tchau.
🔸 Fim da Conversa 🔸
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 85º capítulo 💎 Imperador narrando
Thalita chegou no baile já achando que ainda havia alguma autoridade sobre mim. Eu fiquei com ela por
algum tempo, minha relação nem era com ela e sim com a xota dela pra ser sincero. A cara de ciúmes
que a Fran estava fazendo me fez rir por dentro. Eu já estava ficando louco de whisky e nem queria saber
de mais nada. A Fran não tem que achar nada também, ela me deixou solteiro então meu bem, agora ela
tem que ficar quieta. Além do mais, estou odiando essa amizade dela com o Liminha.
Thalita: Imperador... -Ela entrou no meu campo de visão com aquele belo par de seios. Thalita é gostosa
pra caralho, putaria com ela não tem hora e muito menos lugar.
Imperador: Fala gostosa. -Peguei na cintura dela e já puxei para mim, deixando a outra mão segurando a
minha bebida.
Thalita: Estou afim de dançar lá embaixo, principalmente gostaria de que você me visse dançar. -Ela falou
com a boca encostada no meu ouvido.
Imperador: Sacanagem, sabe que eu não resisto quando você rebola gostoso pra mim. -Dei uma risada
mole e ela passou a unha no meu peito. Olhei por cima da cabeça dela e vi a Fran parada atrás da Thali.
Thali: Que foi meu amor? -Ela olhou pra mim, então percebeu que meu olhar estava na Fran e ela olhou
pra trás.
Fran: Eu vou dar dois segundos pra você tirar as suas mãos de piranha de cima do meu namorado. -Ela
falou com o rosto ficando cada vez vermelho. A caixa de som estourando um funk pesadão e mesmo
assim deu para ouvir o que a Fran falava.
Thali: Amor, é comigo que essa pirralha está falando? Você não disse nada sobre ter uma namorada. -Ela
olhou pra mim e malandra como eu sei que é, ela ainda usou uma voz de pena falsa.
Imperador: Ih vaza, Thalita. -Dei um empurrão nela e peguei a Fran pelo cotovelo. Fui a levando para
uma área restrita até porque ninguém sabia que tinha. Ficamos em uma escadaria escura que dava para o
terraço da quadra.
Imperador: Qual é a tua ein Franciellen? -A coloquei contra a parede.
Fran: VAI ME BATER AGORA É IMPERADOR? VIROU MACHINHO?
Imperador: Cala a boca... -Aproximei meu corpo do dela.
Fran: Você está bêbado.
Imperador: Nem comecei a beber.
Fran: E daí? Eu não quero. -Ela me afastou dela e eu dei dois passos pra trás encostado na outra parede.
O espaço ali é bem estreito.
Imperador: Você arma cena de ciúmes e depois não quer nada comigo? Porra não da pra te entender.
Fran: Eu que não consigo entender porque você precisa se esfregar com aquela vaca na minha frente. -
Dei risada com a voz irritada dela. Difícil ficar puto com essa baixinha.
Imperador: Você não acha que também é duro pra mim? Ah mano é muita tiração da sua parte, egoísmo.
Tu sabe mina que eu nunca vou conseguir me desfazer de você.
Fran: É que...
Imperador: Você não vai me perder, mas também eu não vou parar no tempo. Você escolheu terminar e
eu respeito. Agora não me cobra fidelidade porque eu sou solteiro. -Abri a porta e sai dali.
Voltei para curtir o baile com os parceiros e nem sinal mais da Thali. A Thami se aproximou de mim e
beijou meu rosto
Thami: Cadê a Fran?
Imperador: Não faço a mínima. -Dei de ombros e um gole no meu whisky.
Thami: Está sendo difícil pra ela.
Imperador: Nego só vê o lado dela.
Thami: Eu sei que você gosta dela.
Imperador: Eu não gosto da Fran... -Respirei fundo e olhei para o povo- Eu a amo. Isso faz toda
diferença.
Sai andando dali, desci às escadas e me joguei na putaria mesmo. Russo veio logo atrás de mim, acendi
um charuto e foda-se. Essa noite meu coração não iria doer por conta da insegurança da Fran.
Meu pau estava duro pra caralho com aquele monte de puta sarrando no meu pau. Mas é claro ne? Sou o
chefe e não vou comer qualquer piranha.
Avistei a Thali não sei como no meio da multidão e a piranha abriu um sorriso. Dei meu copo para um
moleque e fui na direção dela. Já a peguei pela cintura na maldade.
Thali: Hmmm que delícia de pegada.
Imperador: Sabe que pra você é sempre no capricho.
Thali: Mas eu já tenho que ir.
Imperador: Baile nem começou ainda gostosa. -Desci a mão pela bunda gostosa dela, apertei com força e
a fiz sentir meu pau duro.
Thali: Problemas meu amor, só vim aqui dar um oi pra você.
Imperador: Ah mentira... -Ri- Você só veio dar oi ou mandar a saudade do meu pau dentro da sua xota?
Thali: Os dois. -Ela riu safada e alisou meu peito.
Imperador: Então...
Thali: Não dá mesmo amor. -Fui deslizando a mão pela bunda dela e fui subindo sua saia. Ela é safada,
nem liga de putaria no meio de todo mundo.
Imperador: Deixa eu pelo menos gozar nessa sua boquinha. -Segurei no rosto dela com firmeza.
Thali: Assim você me coloca me coloca em uma situação difícil.
Imperador: Difícil é aguentar a vontade de te fuder.
Thali: Vamos sair daqui então.
Imperador: Assim que eu gosto de ouvir. -Claro que eu não a levaria para a minha casa e ela também não
ligava. Sai do baile com ela, fui até a minha moto e ela subiu em seguida.
Thali: Pra onde vamos?
Imperador: Não se preocupa.
Dei partida na moto e fui descendo o morro, peguei um atalho e parei em um beco sem saída. Ela desceu
da moto e eu em seguida.
Thali: Vamos pra sua casa.
Imperador: Cala a boca vai, tá cansada de saber que eu não levo você pra dentro da minha casa. -Andei
até a parte mais escura do beco.
Thali: Mas amor...
Imperador: Ai Thalita, ou tu mama meu pau ou tu mete o pé porra. -Ela bem obediente já veio se
ajoelhando na minha frente, abrindo minha calça e começando seu trabalho.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 86º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Eu fui embora do baile, não queria ficar mais ali e ver o Imperador jogar na minha cara que ele está certo.
Eu terminei e não posso esperar que ele fique esperando por mim.
Assim que cheguei a casa da Thami, tomei um banho, coloquei meu pijama e fui para a cama.
Meu celular começou a tocar e então atendi.

Início da Ligação
Xxx: Oi minha pequena, ainda lembra de mim? Você sumiu, não vem mais visitar para matar a saudade
do seu homem... -Aquela voz doentia e nojenta que me assombrou durante anos fez um frio percorrer a
minha espinha.
Fran: Seu porco nojento, nunca mais liga pra mim.
Fim da Ligação

Nervosa, taquei meu celular na cama e ele foi parar no chão. Rapidamente levantei da cama e tranquei
todas as janelas da casa. Conheço bem o meu padrasto e sei que ele é capaz de tudo quando é para vir
atrás de mim.
Se ele queria me assustar e me fazer mal conseguiu. Em minutos eu desejei nem ter saído daquele baile,
ficar lá sozinha e com medo estava piorando.
Levantei da cama, coloquei a roupa que havia ido para o baile, peguei as chaves da casa e sai dali. Fui
andando pelas ruas principais do morro, evitando os becos.
Quase perto da quadra do baile ouvi me gritarem. Olhei pra trás e era a madrinha do Imperador.
Ninja: Está indo para onde? - Ela estava parada ao lado do seu carro que estava com a porta aberta.
Fran: Voltando para o baile.
Ninja: Você parece estranha. -Ela me analisou indiscretamente e eu me senti nua-. Cadê o Imperador?
Fran: No baile.
Ninja: E ele deixou você andar sozinha?
Fran: Não posso depender dele pra tudo ne. -Sorri amarelo.
Ninja: Entra aqui no carro, eu levo você.
Fran: Que isso, não precisa. -Fiquei toda sem graça.
Ninja: Anda Franciellen, isso é uma ordem. -Ela dá tanto medo quanto o JR. E a Catarina me lembra muito
ela também. O Imperador me contava várias histórias a respeito dela e ela é um tipo de pessoa que não
dá pra contrariar.
Fui até o carro, ela entrou e eu entrei em seguida.
Ninja: Vamos dar uma volta. –Ela travou a porta do carro e meu coração foi na boca.
Fran: Oi? Pensei que fosse me dar uma carona...
Ninja: Fica quietinha Fran, você vai me agradecer depois. –Ela ligou o rádio, manobrou o carro e começou
a descer o morro.
Fran: Agradecer?
Ninja: Você faz muitas perguntas. –Ela aumentou a velocidade do carro e passou direto por cima dos
buracos que ela encontrava pelo caminho. Eu coloquei o cinto de segurança, não sou boba nem nada.
Fran: São 4 horas da manhã, fica estranho quando alguém quer nos levar pra algum lugar assim do nada.
Ninja: Você é praticamente da família, não faria nada com você. –Ela abriu um sorriso quase psicopata.
Engoli em seco e umedeci meus lábios.
Ela foi dirigindo, logo pegou a avenida e como ela estava liberada, ela aumentou a velocidade mais ainda.
Fran: Mulher vai devagar...
Ninja: Quem tem limite é município, eu não. –Ela riu olhando pra mim e deu uma piscadinha. Essa mulher
é louca, vai me matar.
Após 10 minutos, ela pegou um caminho de terra e começou a subir um morro. Eu não dizia mais nada,
apenas ficava quieta rezando para que a gente não batesse de carro.
Já no topo do morro, ela parou o carro e então percebi que estávamos em um mirante.
Ninja: Desce do carro Franciellen. –Ela desceu do carro, bateu a porta e eu desci em seguida. Meu
coração batia muito forte, olhei pra ela que estava sentada em cima do capô do carro-. Eu venho aqui pra
pensar às vezes.
Fran: Pensar em que? –Fui devagar perto dela e encostei-me ao carro.
Ninja: Senta ai. –Eu sentei e fiquei ao lado dela admirando a vista da cidade. Bastante parecida com a
vista do morro-. Eu penso na minha vida, no meu passado, nas escolhas em que eu fiz.
Fran: Aqui é um lugar bem calmo.
Ninja: Sim, sem barulho, sem marido, sem minha filha, sem a barulhada do morro.
Fran: Pensei que gostasse de morar no morro.
Ninja: E eu gosto, gosto muito, mas o barulho atrapalha o meu pensar.
Fran: De todos nós.
Ninja: Nunca teve a vontade de fugir?
Fran: De fugir? Algumas vezes...
Ninja: Por isso terminou com o Imperador?
Fran: Me trouxe aqui para falar dele?
Ninja: Te trouxe aqui porque eu quero te ajudar.
Fran: Me ajudar em que?
Ninja: Babi conversou comigo sobre você ter terminado com o Imperador, de início ela nem queria tocar
no assunto, mas eu sou a Ninja e consigo tudo o que quero. E como eu te considero da família, família
ajuda família.
Fran: Eu terminei com o Imperador, não faço mais parte.
Ninja: Você não precisa está com o Imperador pra fazer parte da gente. Eu vim aqui falar contigo em
nome de todos, porque gostamos de você acima de tudo.
Fran: Verdade? –Meu coração estava apertadinho de tão emocionada que eu estava ficando.
Ninja: Você foi adotada sem nem ter percebido. –Ela deu uma risadinha-. Eu vou perguntar e você vai me
responder. Beleza?
Fran: Beleza.
Ninja: Qual a sua vontade no momento?
Fran: Ficar aqui pra sempre.
Ninja: E por que não fica?
Fran: Preciso de dinheiro.
Ninja: Se eu te oferecer uma coisa, você aceita?
Fran: Depende de qual coisa.
Ninja: O que você quer pra poder se livrar das lembranças do seu padrasto e do Thiego?
Fran: E quem disse que tem como se livrar das lembranças?
Ninja: Não me faça perguntas.
Fran: Então não me faça perguntas difíceis antes mesmo de me dizer porque me trouxe aqui de verdade.
Ninja: Você é boa ein... –Ela riu.
Fran: Nunca disse que era ruim.
Ninja: Teria coragem de matar seu padrasto? Ou o Thiego?–A pergunta dela me rasgou feito navalha. Em
momentos de calma eu nunca havia pensado nisso, mas na hora da raiva eu já pensei em matá-lo mais de
uma vez.
Fran: Eles estão me matando lentamente.
Ninja: Vingança resolveria seu problema?
Fran: Não.
Ninja: E o que resolveria Franciellen? –Ela rapidamente levantou e ficou parada na minha frente. E nesse
momento eu vi que nada que eu fizesse contra o Thiego ou meu padrasto resolveria, nada mudaria o meu
passado.
Fran: Nada.
Ninja: Não é o que aconteceu com você que determina quem você precisa ser e sim quem você deseja ser
que te fará mudar. A mudança tem que partir de você, o seu passado estará sempre contigo. Todos têm
traumas. Você sobreviveu até aqui, você está aqui porque é forte. Não se mate por dentro. –Ela pegou no
meu rosto e me fez olhar em seus olhos-. Você consegue passar por tudo, porque eu acredito em você. E
agora eu vou te fazer um convite, se você recusar eu passo com o carro por cima de você.
Fran: Qual convite?
Ninja: Passe 1 mês morando na minha casa e eu vou te mostrar como recuperar sua autoconfiança.
Depois disso ninguém vai pensar em passar por cima de você.
Fran: Como assim?
Ninja: Você acorda, vai trabalhar, depois vai ao colégio e em seguida dorme. Essa era sua vida e não
sente que mudou quando conheceu o Imperador? Não sente que as coisas começaram a mudar a partir
do momento que saiu da casa da sua mãe?
Fran: Tudo mudou depois que eu fui embora.
Ninja: Você tem medo de ser feliz, Fran. Você não terminou com o Imperador pra poder consertar as
coisas do seu coração, terminou com ele porque ele estava te tirando do seu casulo e você tem medo de
experimentar novas coisas. Prefere ser a Franzinha, com cara de sofrida, que chora por causa de um
passado. Eu vou te contar um segredo: As pessoas não ligam e nem o mundo. Sua família sim, eu sou sua
família também. –Meus olhos estavam cheios de lágrimas eu nunca havia sentido tanto amor em toda
minha vida. Nunca ouvi nada parecido com as palavras dela.
Fran: Eu posso te dar um abraço?
Ninja: Se você chorar eu te jogo daqui de cima.
Fran: Eu juro que não vou chorar.
Ninja: Então pode abraçar. –Ela abriu os braços e então eu a abracei. O abraço dela foi tão gostoso
quanto os abraços que a Babi me dava.
Fran: Se eu for morar com você, vai ficar muito longe do meu colégio. E também tem a Thami?
Ninja: Manda a Thami caçar uma rola pra se preocupar, eu devolvo você assim que eu ver que você está
pronta pra causar.
Fran: Causar não, dá close.
Ninja: O que? –Dei risada.
Fran: Dá close ué.
Ninja: Ai vocês inventam cada coisa, na minha época não tinha nada disso.
Fran: As coisas estão mudando.
Ninja: E como viu. Vou te levar agora pra sua nova casa.
Fran: Sério?
Ninja: Sério e logo assim que acordar vamos para o aniversário da Fabi.
Fran: Ah, mas...
Ninja: Meu amor você vai e pronto. –Ela foi até a porta do carro e abriu. Desci do capô e fui até o lado do
passageiro pra poder entrar.
Ela realmente não me levou para a casa da Thami e sim para sua casa no outro morro.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 87º capítulo ❄ Catarina narrando
Conheço o Russo há tempo o suficiente que quando ele fica bêbado você nunca sabe como ele vai te
tratar. Então virei e fui dormir, porque eu sei bem que amanhã ele vai vir todo arrependimento falar
comigo. Na verdade eu queria mesmo está no baile, mas como eu ia dançar pra caralho com essa porra
de gesso na perna? Ai que raiva, não vejo a hora de tirar essa merda.
Logo amanheceu e fui acordada pela minha mãe.
Catarina: Oi mãe? –Murmurei de olhos fechados.
Babi: Não vai para o aniversário da sua madrinha?
Catarina: Eu vou, mas estou com sono.
Babi: Oh já está indo todo mundo agora, se você não for agora vai ficar em casa.
Catarina: Imperador?
Babi: Já está lá embaixo.
Catarina: Russo?
Babi: Já até foi.
Catarina: Ain mãe...
Babi: Você nem saiu ontem, que preguiça é essa?
Catarina: Queria dormir mais um pouco.
Babi: Você dorme lá.
Catarina: Ta bom. –Minha mãe saiu do quarto e então me deixou ali sozinha.
Enrolei alguns minutos na cama, peguei meu cel e respondi umas mensagens. Dito e feito, estava lá
mensagem do Russo pedindo desculpas. Nem respondi essa.
Levantei da minha cama, separei minha roupa em cima da cama e fui tomar um banho. Amarrei a sacola
na perna pra não molhar o gesso e tomei meu banho tranquilamente. Sai do Box, me sequei, passei
hidratante corporal, desodorante, penteei meu cabelo e sai pelada mesmo do banheiro. Coloquei meu
biquíni e a minha saia branca. O Imperador entrou no quarto de boné e de bermuda, sem brincadeira,
mas meu irmão é gostoso pra caralho.
Imperador: Bora?
Catarina: Só um instante. –Passei perfume, um rímel e um batom matte cor de boca. Peguei meu celular e
fui com o Imperador.
Imperador: Baile ontem ficou pesado.
Catarina: Nem me fala de baile, seu amigo foi um grosso comigo ontem.
Imperador: Russão?
Catarina: Esse mesmo.
Imperador: Se você não gostou só lamento.
Catarina: Vocês dois combinaram de ser grossinho?
Imperador: Claro que não minha gostosa. –Ele me abraçou por trás, beijou minha bochecha e me pegou
no colo.
Babi: Quero ver me pegar no colo também. –Minha mãe brincou quando ele me colocou no chão da sala.
Catarina: É só pra quem é gostosa. –Dei risada.
JR: Olha você só é bonitinha porque eu e a sua mãe sabemos fazer filho ein.
Imperador: Nossa não quero ficar na cabeça vocês falando que sabem fazer filho.
Babi: Muito bom transar, amo.
Catarina: PARA! Eu não quero ouvir isso. Vocês dois não fazem isso.
JR: Fazemos todo dia.
Imperador: Eca.
Catarina: Ninguém merece. –Fiz cara de nojo e fui rindo pra cozinha. Aproveitei um espelho que tem ali e
aproveitei pra poder tirar uma foto e logo postei no meu Instagram.
Imperador: BORA CATIROTO!
Catarina: OH PAI OLHA O IMPERADOR ME CHAMANDO DISSO. –Catiroto é a junção de Catarina com
capiroto. Não existe irmão mais chato do que o Imperador.
Todos já haviam saído de casa, meu pai trancou a porta e eu fui para o carro. Sentei ao lado do
Imperador, minha mãe foi na frente com o meu pai.
Catarina: As meninas vão, será?
Babi: Se a Thami não for ao aniversário da mãe dela eu vou dar um soco nelo.
Catarina: E a minha cunhadinha linda?
Imperador: Tem o que fazer não Catarina? –Meu pai riu.
JR: Pode nem ouvir o nome da ex que o cotovelo dói.
Babi: Para vocês dois.
Imperador: Eu vou ficar em casa jaja.
Babi: Eu não sei da Fran, não deve ir.
Imperador: Parem de falar dela.
Catarina: Vocês brigaram?
Imperador: Não é da sua conta.
JR: Isso é falta.
Imperador: Nunca estou na falta. –Ele rolou os olhos.
Catarina: Do que adianta transar com outras se fica putinho só de ouvir o nome da Fran?
Babi: Ai que assuntou nada a ver. Catarina adora jogar perguntas pra causar discórdias né?
Catarina: Ai que mentira. –Ri.
Imperador: Vou parar de falar contigo jaja.
Catarina: Que isso maninho te amo. –O abracei e ri.
JR: Catarina é o tipo de cobra que mata no abraço. –Eles riram.
Catarina: Odeio vocês, vou para o convento.
Babi: Cuidado para não queimar quando entrar na igreja. –Eles foram o caminho todo me zoando.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 88º capítulo 💎 Imperador narrando
Quando acordei pela manhã com o meu pai ligando, assim que desliguei o celular senti o peso da ressaca
e das merdas que eu havia feito. Logo na minha mente veio a minha “discussão” com a Fran e da minha
ficada com a Thali. Porra eu sou um puta de um otário mesmo.
Mais tarde, ao chegar ao sítio onde estava rolando a festa de aniversário da minha madrinha, vi a Fran na
piscina rindo e conversando a vontade com a Luana.
Catarina: Segura as lágrimas irmão.
Imperador: Vai se fuder Catarina.
Babi: Olha a boca Imperador.
Imperador: Ta mãe. –Não achei ruim a Fran está aqui, já até esperava. Ela e a Thami são carne e unha há
anos.
Andamos pelo caminho de pedras até chegar à área coberta junto com a churrasqueira onde todos
estavam.
Imperador: Parabéns minha coroa mais linda. –Abracei a minha madrinha e a levantei do chão.
Fabi: Oh meu amor muito obrigado.
Imperador: Pra senhora. –Dei pra ela o presente que havia comprado um perfume da Calvin Klein.
Fabi: Hmmm não precisa meu amor. –Ela sorriu toda boba.
Imperador: Só uma lembrancinha, espero que goste.
Fabi: Sempre amo seus presentes. –Ela me deu mais um abraço e beijou meu rosto.
Imperador: Vou lá falar com o pessoal. –Deixei meus pais e a Cat falando com a minha madrinha, então
fui pra área da piscina. Parecia que a tarde iria ficar bem favorável, havia um isopor com bebida pra
caralho, churrasco, sol estava de rachar, piscina pra fortalecer.
Thami: E ai priminho! –Ela me cumprimentou de dentro da piscina e parou na beirada ao lado da Fran que
estava sentada.
Imperador: Fala minha gostosa. –Me agachei e beijei o topo da testa dela molhada.
Russo: Hmmm minha putinha veio. –Ele veio correndo que nem um idiota, fiquei em pé e pulei em cima
dele.
Imperador: Claro, não posso deixar meu mozão aqui sozinho.
Russo: Isso mesmo.
Luana: Ai vocês estão muito gays para o meu gosto.
Imperador: Que isso gostosa. –Dei risada, sai de cima do Russo e dei um beijo no rosto da Luana.
Thami: A Fran não ganha um beijo também não? –Conheço a Thami há anos e sei o quanto ela gosta de
provocar. Mas como eu gosto de provocar também, vamos lá não é mesmo?
Imperador: Na Fran é beijo só se for na boca com direito a isso e um pouco mais. –Ela que até então
estava quieta, olhou pra cima, arqueou uma das sobrancelhas e sorriu para mim.
Fran: Não se satisfez com outras mulheres no baile o suficiente ontem?
Russo: QUE ISSO! Destruidora. –Ele e as meninas caíram na gargalhada.
Imperador: Que isso magrela, voltou a ficar feroz?
Fran: Sempre fui assim.
Imperador: Sabe que eu tiro essa armadura de uma só vez.
Fran: Tirava não é mesmo?
Luana: Gente isso tá ficando melhor do que as novelas da Globo.
Thami: Se a Globo narrar as histórias dos dois dá mais audiência do que todas as novelas que já exibiu
juntas.
Russo: Pode crer viado.
Imperador: Vou até ali pegar uma bebida. –Olhei sorrindo pra Fran, ajeitei o boné na minha cabeça e dei
uma piscadinha.
Fui saindo dali e o Russo veio atrás de mim, a Catarina veio andando a caminho da piscina e passou pela
gente.
Russo: Perdeu a troca de carinho do Imperador e da Fran.
Catarina: Nossa, começaram cedo não é mesmo? Deveria ter apostado.
Imperador: Ih deixa isso quieto.
Russo: Falar em carinho, me deixa tirar um papo com a minha ex aqui. –Ele pegou na mão da Catarina.
Imperador: Oh sem bagunçar com a minha irmã ein? Te orienta.
Russo: Sabe que eu respeito né?
Catarina: Ih que papinho ein, sai fora Imperador.
Imperador: Deixa eu recolher minhas insignificância. –Fui até a área da churrasqueira, a velha guarda
estava conversando pra caralho lá, enchi meu copo de whisky e coloquei dois cubos de gelo. Enquanto
fazia isso, a tia Ninja parou do meu lado.
Ninja: Qual foi moleque?
Imperador: Ih tia, o que foi ein?
Ninja: Não quero você perto da minha nova filha. –Ela falou sério e depois riu.
Imperador: Nova filha? Quem?
Ninja: Adotei a Fran. –Ela disse e em seguida deu um gole em algo que ela estava bebendo.
Imperador: Como assim você adotou a Fran? –Olhei sério e dei um gole no meu whisky.
Ninja: Levei pra morar comigo, só isso. Vou cuidar da menina, ela está precisando.
Imperador: Não mexe com a Fran.
Ninja: Calma bebê, não se cria pra cima de mim.
Imperador: Eu estou falando sério.
Ninja: Eu também estou, sua mãe achou ótima a ideia.
Imperador: Vocês duas estão insanas.
Ninjas: Respeito é bom ein.
Imperador: Deixa a minha menina em paz, isso é sério. –Dei a conversa por encerrado e sai andando dali.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 89º capítulo 🌼 Franciellen narrando
A Ninja estava me tratando como se eu fosse uma filha. A Luana e o Vigarista me aceitaram ali como se
eu já fizesse parte da família dele desde quando nasci. Pela manhã, a Ninja conversou em privado comigo
e foi me dando muitos conselhos. Como por exemplo, parar de pensar nas coisas que eu devo falar e
como eu devo me comportar, para de me olhar no espelho e ficar procurando algo de errado. E vou falar,
fazer essas coisas são mais difíceis do que eu imaginava. A Luana é uma louca, o jeito dela espalhafatoso
me contagiou logo de primeira.
Assim que o Imperador saiu dali, a Catarina ao invés de vir para piscina foi para um canto sentar perto
das árvores com o Russo.
Thami: Hmmm Fran, viu o que o Imperador disse? –Ela riu pra mim.
Fran: Thami nem começa.
Luana: Esses dois são lindos juntos, já quero vários sobrinhos.
Thami: Lu nem começa, você chegou agora e não pode sentar na janela.
Luana: Amor, ela é a minha irmã agora.
Fran: Sem brigas pela minha pessoa, tem Fran pra todas.
Thami: Já não basta ter que dividir com o Imperador?
Fran: Eu não tenho mais o Imperador, amiga. –Rolei os olhos e eu tentei não mostrar que falar aquilo me
doía.
Luana: Amor, isso é questão de tempo.
Thami: Tempo diz tudo.
Fran: Se ele falar que nós dois não iremos ficar mais juntos, eu vou aceitar.
Luana: Amor sem conformismo ok? Imperador é todo seu. Thami quando foi que você viu o Imperador
assim?
Thami: NUNCA. –Ela riu-. Imperador até falar que amava você pra mim disse ontem.
Fran: Ele disse?
Luana: E ele precisa dizer?
Fran: Ah nunca se sabe né.
Thami: Mas continua do jeito que está amiga, conserta seu coração, vai fazer bem para os dois.
Fran: Como isso pode fazer bem se ele aparece assim com esse sorriso safado, sem camisa e ainda pisca
pra mim? –Disse olhando ele vir em nossa direção.
Luana: Amiga foca. –Ela riu puxando meu olhar pra ela-. Você não pode nem sonhar naquela piroca
ouviu?
Fran: Nenhum pouquinho?
Imperador: Nenhum pouquinho o que?
Thami: Morreu o assunto. –Ela riu.
Imperador: Fran eu quero bem conversar com você.
Fran: Vish moreno, marca horário.
Imperador: Está tão requisitada?
Fran: Sempre fui.
Imperador: Não precisa se fazer comigo, te conheço. –Ele me comeu com o olhar e eu me senti
completamente nua-. Segura que eu vou nadar. –Ele me deu o copo dele e se jogou na piscina por cima
da Thami. As meninas não precisaram falar nada, eu já sabia que a minha cara estava completamente
vermelha. Dei até um gole sutil na bebida dele, que desceu queimando.
Babi: MENINAS VÊM ALMOÇAR. –Ela gritou do outro lado, então levantamos e fomos logo lá almoçar.
Olhei pra trás e o Imperador estava encostado em um canto da piscina olhando para o nada. Bateu um
aperto no meu peito, uma vontade de sentar ao lado dele e ficar conversando bobeira.
Almoçamos em meio toda a família ali, o Russo e a Cat voltaram cheio de risos para o meio ali e eu já
achei suspeito demais.
Thami: Esses dois juntos e separados é a mesma coisa.
Fran: Eles voltaram a ficar.
Luana: Não voltaram, mas eu estava conversando com ele mais cedo, ele disse que havia sido muito
grosso com ela ontem, então queria pedir desculpas. Mas pela risadinha dos dois né... –Ela riu colocando
comida pra ela. Sentamos em uma mesa ali, o JR trouxe refrigerante pra gente e então almoçamos.
Babi: Imperador não quer comer? –Ela se aproximou olhando estranho após eu e as meninas já termos
terminado de comer.
Thami: Ah madrinha, ele não falou nada.
Fran: Vou chamar, perai. –Levantei da mesa-. Onde ele está?
Babi: Na rede ali perto das árvores.
Fran: Vou lá. –Ajeitei o biquíni, coloquei meu short jeans e fui até as árvores. Quando cheguei o
Imperador estava olhando para o céu e deitado na rede. Parei ao lado dele e ele se assustou ao me ver.
Imperador: O que foi?
Fran: Não quer vir almoçar?
Imperador: Sem fome.
Fran: Ah você sem fome? –Dei risada.
Imperador: É falta da sua comida.
Fran: Ah para de graça Imperador. –Fiquei sem graça.
Imperador: Sabe que é verdade.
Fran: Não quero que fique essa situação estranha entre nós dois.
Imperador: Então volta pra casa, por que foi morar com a minha tia?
Fran: Coisas da vida, um dia te conto.
Imperador: Deita aqui do meu lado, conta agora.
Fran: Não quero falar sobre isso.
Imperador: Ao menos deita aqui comigo? –Ele fez uma cara tão linda que não teve como resistir.
Ao deitar junto a ele, sem hesitar o Imperador me envolveu em seus braços.
Fran: Precisa mesmo disso? -Olhei para ele.
Imperador: Se eu tirar os braços de você, vai ficar pequeno o espaço e a gente pode cair.
Fran: Esperto você ein. -Dei risada.
Imperador: Inteligência em primeiro lugar.
Fran: Não quer mesmo almoçar nenhum pouco?
Imperador: Vou ficar aqui curtindo o momento. Quase nunca tem esse clima calmo no morro.
Fran: Lá nunca tem clima calmo.
Imperador: Tem sim, agora não mais.
Fran: Que dias são esses que eu ainda não conheci? -Dei uma risada alta.
Imperador: Ah não quero ficar nesses papos de coração agora.
Fran: Não consegui pegar essa da calma no morro e papo de coração. -O Imperador começou a fazer um
carinho discreto na minha coxa, da mesma forma que ele fazia quando estávamos deitados juntinhos.
Imperador: É que quando eu e você estamos deitados na nossa cama, na nossa casa, eu não escuto mais
nada. Só sinto a calma que você me transmite. -Meu coração batia mais forte do que nunca, qualquer
escola de samba teria inveja das batidas do meu coração.
Fran: Vamos ficar aqui nessa paz pra sempre? -Virei de lado e olhei pra ele que ainda me segurava.
Imperador: Antes, me desculpa por ontem minha menina. -Ele encostou o rosto no meu.
Fran: Deixa aquilo pra lá.
Imperador: Meu travesseiro ainda tem seu cheiro.
Fran: Troca a fronha Bruno, larga de ser nojento. -Ri.
Imperador: Não tem como mandar um papo de coração contigo ne? -Ele riu.
Fran: Claro que tem. -Fiz bico.
Imperador: Por que foi morar com minha tia?
Fran: Ela me ofereceu ajuda.
Imperador: E eu não te ofereci?
Fran: É diferente.
Imperador: Não consigo entender.
Fran: O que?
Imperador: Porque eu não consigo te fazer bem.
Fran: Não é você meu amor, sou eu.
Imperador: E nisso iremos ficar separados?
Fran: Por favor, amor...
Imperador: Fran você não sabe o quanto dói em mim, na boa mesmo mina, você não o caralho da ideia
de como sua ausência ta pesando em mim. Te ver passar ou ouvir falar que você ta bem, sendo que o seu
bem não sou eu. Minha menina, ta doendo pra porra ta ligado? O que tu fez, nenhuma mulher fez e porra
nem vai fazer. –Ouvir as coisas que ele falava doía forte no meu coração, eu senti as lágrimas vindo e a
vontade de ter o Imperador novamente e amá-lo como se não houvesse amanhã bateu forte.
Fran: Você sempre será meu abrigo. –Encostei a cabeça no peito dele e as lágrimas caíram molhando o
peito ele. Em silêncio o Imperador ficou fazendo cafuné na minha cabeça.
Imperador: Ficou de mal comigo amor, levou a sério o que eu falei. Bateu a porta e nem quis ouvir as
coisas que eu tinha pra contar. Mesmo com mil motivos pra sorrir, você se esquiva e começa a brigar. E
não quer conversar. Tá perdoada, eu entendo bem esse teu ciclo de insatisfação. Só não esquece que eu
estou aqui pra quando você quiser conversar. E o amor que eu sinto por você ninguém no mundo poderá
te dar. Abre aí, só tô querendo conversar contigo meu peito sempre foi o teu abrigo. E o teu abrigo não
quer mais brigar. Abre aí, se a gente discutiu já não importa. Quem está do outro lado dessa porta te ama
e nunca vai te abandonar. –Ele cantou a música do Grupo Clareou bem baixinho e eu só pude fazer
abraçá-lo.
Fran: Eu prometo Bruno... Que nada e nem ninguém te substituirá, que eu vou melhorar pelo nosso amor.
Que a mulher que eu sou não irá mudar, apenas vou apagar com a borracha meu passado, porque eu sei
que meu futuro é ao seu lado. –Beijei o peito dele.
Imperador: Eu entendo. Eu sei que a dor que você sente é maior do que você e não vou te cobrar nada.
Deus já disse pra mim, menina, que você será sempre minha primeira dama. –Ele pegou na minha mão e
beijou. Olhei pra ele sorrindo e então ele sorriu-. Vamos formar uma família juntos, vou te levar pra viajar
comigo quando der, vou me mudar para uma casa maior, ai nossos pivetes vão poder correr pela casa
toda e vamos foder todos os dias daquele jeito que tu mais gosta.
Fran: É sério? –Sorri pra ele com lágrimas nos olhos.
Imperador: É mais do que sério. –Ele se inclinou um pouco e eu fui mais pra cima, ao fazermos isso a
rede virou e caímos com força no chão. O peso todo do Imperador em cima de mim me fez até ficar sem
ar.
Fran: Pronto, to toda quebrada. –O Imperador riu feito uma hiena-. Ri mesmo vagabundo, sabe nem cair.
Imperador: É que isso aqui não é conto de fadas para a donzela cair em cima do príncipe encantado. –Ele
foi se ajeitando em cima de mim, percebendo a malícia dele ao aproximar o rosto do meu, passei os
abraços em volta do pescoço dele e abri um sorriso.
Fran: Isso aqui é melhor do conto de fadas, nossa história a mocinha se apaixona pelo vilão.
Imperador: Eu sou um vilão do amor, lembra disso. –O riso dele colado ao meu era sempre a melhor
parte e eu me entreguei aquele momento. Sem ter medo do que aconteceria depois, sem me preocupar
se alguém fosse ver, sem ao menos pensar em outras hipóteses. Aquele beijo cheio de saudade, fogo,
aquele beijo do Imperador puta que pariu. Homem nenhum no mundo iria me beijar da forma como ele
me beija pegando com vontade em meu cabelo e explorando toda minha boca.
Ouvimos um pigarrear acima da gente, então paramos o beijo. O Imperador saiu de cima de mim e eu
morri de ódio quando vi a Manu ali.
Manu: Imperador temos um assunto pendente.
Fran: Meu amor quer falar com o Imperador pega senha, porque a dama exclusiva dele está usando e
abusando dele nesse exato momento. –Levantei do chão mais do que depressa e cruzei os braços na
frente ele.
Manu: Ui a Umpa Lumpa agora ganhou fala? –Ela olhou debochada e eu notei que a barriga dele já
começava a ficar saliente.
Fran: Fala eu sempre tive, agora o que eu não tenho é medo de falar umas verdades na sua cara né meu
amor. Cara mais é incrível como vergonha na cara você não tem de aparecer aqui. –Ri debochada e o
Imperador com o raciocínio lento dele levantou do chão e parou na minha frente.
Imperador: Qual foi ein Manu? O que tu quer comigo? –Ele pegou no braço dela e falou grosso.
Manu: Eu vim aqui conversar contigo né meu bem, já que você não atende a porra do celular quando eu
ligo, não responde minhas mensagens. Vou ter que mandar meu pai atrás de você?
Imperador: Eu falei pra você que iria resolver essa porra outra hora caralho, eu tenho nove meses pra
resolver esse caralho.
Manu: Seis meses Imperador. E o enxoval da criança?
Imperador: Olha só caralho, já se esqueceu do aviso que eu te dei? –Ele olhou pra mim e em seguida
olhou pra ela, então a puxou saindo dali. A Manu me olhou com raiva e eu sorri debochada dando
tchauzinho. Ai que vaca dos infernos, na hora que eu ia tirar uma lasca do Imperador, essa vaca aparece
pra empatar.
Voltei para onde todos estavam e a Babi olhou para mim.
Babi: E ai, ele vem comer?
Fran: Daqui a pouco ele vem.
Catarina: Pela demora comeu outra coisa.
Fran: Cala a boca. –Ri e dei um tapa na cabeça dela, a mesma que estava bebendo algo se engasgou.
Fabi: Bem feito trouxa.
Catarina: Ai cunhada, não faz assim.
Fran: Cunhada nada.
Ninja: Esse término de vocês dois em nada é a mesma coisa.
Thami: Verdade, os dois se amam.
Fran: Ai gente para. –Senti meu rosto corar.
Babi: Minha nora é a mais linda de todas.
Maísa: Eu só aceito nora linda, se for feia e chata eu implico mesmo.
Catarina: Por isso você me amava tanto?
Maísa: Eu sou suspeita pra falar de você. –Ela riu olhando pra ela. Vi o Dog se aproximar da Thami por
trás e ele beijou o topo da cabeça dela.
Dog: Thami vem cá rapidinho, quero falar contigo.
Thami: Pra quê?
Dog: Assunto nosso, vem cá.
Thami: Ta perai gente.
Dog: Depois eu devolvo ela pra vocês.
Fabi: Ram devolve minha filha mesmo ein, to de olho.
Dog: De olho é uma coisa que você nunca soube ficar muito bem. –Ele riu olhando pra ela.
Fabi: Vai achando. –Ela deu língua debochando.
Thami: Anda Rodson. –Ela riu e levantou da cadeira. Ocupei o lugar dela-. Pow amiga quase sentou no
meu colo ein.
Fran: Sou magrinha, se eu sentar você nem sente.
Thami: Peso pena.
Fran: Não judia. –Ela riu e foi saindo com o Dog.
Ninja: Sabe o que eu acho?
Maísa: Ai Ninja chega de falar o que você acha, já despejou seu veneno demais por hoje.
Babi: No dia que a Ninja não despejar esse veneno dela ela vai estar morta e mesmo assim a terra onde
ela for enterrada não vai nascer nenhuma plantinha mais de tanto veneno. -Eu cai na risada junto com
elas.
Ninja: Isso mesmo, fica me amando. –Ela fiz bico.
Luana: Não fiquem judiando da minha linda mãe. –Ela brotou do nada e beijou o rosto da Ninja.
Ninja: O que você quer ein Luana? Elogiando tanto assim.
Luana: EU? Nossa mãe, quem vê pensa que eu sou interesseira.
Maísa: Quem não te conhece que te compre né.
Fabi: Verdade.
Luana: Mãe... –Ela falou com aquele tom de que iria pedir algo.
Ninja: Pede ao seu pai.
Luana: Ai que saco vocês dois, meu pai me mandou pedir pra você.
Babi: Ai eu deixo você ir, vai lá meu anjo. Pede seu padrinho pra te levar de carro.
Luana: Sério madrinha?
Babi: Sério, vai lá curtir suas festinhas. –A Luana deu vários pulinhos, beijou todo mundo ali e foi correndo
até o JR que estava perto da churrasqueira.
Catarina: Eu quero é curtir festinha também.
Fabi: Quebrou a pata ué, agora se aquieta em casa.
Fran: Eu ouvi uma historinha da Catarina que ela iria dar um tempo de festa.
Babi: Ouvi a mesma coisa. –Ela riu.
Catarina: Eu to correndo atrás de várias coisas ein? Vocês que não tem pique pra me acompanhar.
Maísa: Deixa a menina, daqui a pouco ela aparece por cima e vocês ficam de queixo caído.
Ninja: Assim eu espero né. –Rimos.
Catarina: Me aguardem.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 90º capítulo 🎈 Thamires narrando
Quando o Dog me chamou para conversar logo fiquei preocupada, até porque ontem eu havia ficado com
uma breve raivinha dele e ainda não tínhamos nos ajeitado. Ele me levou para um canto bem afastado
atrás da casa do caseiro que tomava conta ali do sítio.
Thami: Que foi ein Rodson? –Cruzei os braços encostando-se à parede e ele parou na minha frente.
Dog: Você fica toda linda quando me chama de Rodson. –Ele riu com aquela cara dele de malandro que
me conquista.
Thami: Não vem com essa. –Cruzei os braços e fingi está bravinha só pra fazer o charme. Mas na verdade
eu nem lembrava o motivo de estar com raiva dele.
Dog: Que isso minha morena. –Ele me pegou pelos braços, desfazendo o meu cruzar de braços e colou
meu corpo ao dele.
Thami: Nem adianta vir com essa de minha morena. –Senti o cheiro gostoso do perfume dele ao olhar pra
cima e encontrar os olhos dele.
Dog: Me desculpa por ontem amor? –Ele beijou a pontinha do meu nariz.
Thami: Só desculpo se você prometer uma coisa pra mim...
Dog: Que coisa?
Thami: De não me deixar ir dormir brigada contigo por uma coisa tão boba que hoje eu nem lembro o que
é. –Ele me olhou um pouco confuso, mas assim que terminei de falar ele abriu o sorriso.
Dog: Claro que não deixo mais minha morena. –Ele selou nossos lábios e apertou minha cintura com
firmeza. Subi meus braços e coloquei em volta do pescoço dele.
Thami: Assim que eu gosto, não me deixa mais ir dormir sem receber seus carinhos. –Sorri safada.
Dog: Sei bem qual carinho você gosta de receber. –Ele sussurrou ao pé do meu ouvido seguida de uma
pequena mordidinha ao pé da minha orelha.
Thami: Se sabe então diz para mim. –Falei sussurrando.
Dog: Dizer? Posso mostrar se você quiser. –Essa voz mole e safada do Dog é que me deixa louca.
Alisando a minha cintura com uma mão, ele desceu pela minha coxa, passou a mão na minha bunda e
apertou com vontade-. Esse biquíni é pequeno demais ein? Fica resistir a vontade de pegar você desse
jeito. –Ele sussurrou.
Thami: Você está com vontade de pegar é? –Sorri safada toda mole já nas mãos dele e sentindo minha
buceta piscar de tesão.
Dog: Porra, pra caralho. –E como ele estava, só de sentir o pau ficando duro contra o meu corpo já me
deixava doida.
Thami: Tadinha de mim. –Falei manhosa.
Dog: Não tenho nenhuma pena de você, sabe disso. –Ele riu mal, me puxou e me colocou de frente
contra a parede segurando meus braços pra trás com uma mão só.
Thami: Já pensou se alguém pega nós dois aqui? –Ri olhando safada pra ele.
Dog: Pega nada, morena. Só relaxa. –Ele sussurrou com os lábios colados ao meu ouvido, roçando o pau
duro dele na minha bunda e alisando minha bunda até a minha cintura-. Diz para mim o que você quer.
Thami: Eu quero... –Eu mal pude concluir o que queria, então ele deu um forte tapa na minha bunda que
com certeza deixou marcado-. Ain filho da puta... –Respondi ofegante.
Dog: Doeu é amor? –A voz dele fingindo pena é que deixava tudo aquilo mais excitante. Ele alisou a
nádega onde havia batido.
Thami: Doeu poxa. –Fiz cara de peninha, então ai que ele me deu dois tapas mais fortes ainda na bunda.
Tive que conter o gemido misturado ao grito, então mordi o meu lábio inferior com força.
Se agachando atrás de mim, o Dog de uma mordida em cada nádega, olhei para trás para poder ver a
cena. A cara de prazer dele me deixava louca, mordi meu lábio inferior quando ele ia tirando a calcinha do
meu biquíni. Empinei minha bunda mais ainda, ele passou os dedos pela minha buceta toda melada.
Dog: Do jeitinho que eu gosto.
Thami: Então me chupa bem gostoso vai. –Sem demorar muito, já que nem podíamos demorar, ele me
chupou e me enlouqueceu. Sua língua e seus dedos brincando com meu clitóris e penetrando o quanto
conseguia na minha bucetinha sem parar. Eu respirava ofegante, me contorcendo de prazer e contendo o
gemido para que ninguém ouvisse a loucura que fazia ali com o Dog. Rebolava bastante minha buceta na
língua gostosa dele toda vez que ganhava um de seus tapas na minha bunda.
Ele levantou, me puxou com força fazendo meu corpo de frente colar ao dele e me beijou com vontade.
Alisei seu pau estourando de prazer por cima da bermuda sem pudor algum. Ele gemeu entre o beijo.
Dog: Chupa meu pau vai sua gostosa do caralho. –Ele disse entre o beijo e pegou com firmeza nos meus
cabelos.
Thami: Pra já. –Sorri selando nossos lábios.
Abaixei na frente dele mantendo o contato visual, abri sua bermuda que caiu em seus pés. Ainda de
cueca, vi o formato do pau dele todo desenhando e o alisei com vontade. Com a outra mão arranhei seu
abdômen e sorri safada. Desci minha mão até sua cueca, onde a abaixei, seu pau duro logo pulou pra
fora. Ele pegou o mesmo e deu umas batidinhas com o seu caralho em meu rosto. Ele pincelou seu nos
meus lábios e eu abri a boca, ele foi enfiando seu pau na minha boca e assim deixou que eu fizesse meu
serviço. Assim que engoli aquele pau e comecei o chupar. Usava a mão pra me auxiliar fazendo uma
punheta enquanto mamava gulosamente o pau dele. Olhava para o Dog e ele gemia de prazer.
Dog: Que boca gostosa do caralho. –Ele respirou ofegante e isso me dava mais motivação pra engolir todo
aquele cacete sem parar até bater na minha garganta. O Dog pegava firme em meus cabelos e socava
com vontade aquele caralho todo na minha boca. Eu estava hipnotizada de prazer, a conexão do nosso
sexo era uma experiência única para ambos. Como para ambos, Thami? Um dia quando você fizer sexo
com a pessoa certa para você, irá sentir só pela forma que ele geme. Você pode fazer sexo com mil e um
homens, mas o homem certo para você só ele vai te satisfazer. E os outros serão apenas os outros.
O Dog já estourando de prazer, me pegou firme, me colocou em pé e me jogou contra parede novamente.

Ele roçou seu pau em meu sexo e começou a enfiar devagarzinho fazendo eu senti seu pau latejante.
Era um tesão só sentir aquele pau todo foder, eu gemia baixinho e me posicionava do jeito que ele me
indicava. Sem pressa, ele começou a foder a minha buceta aumentando o ritmo aos poucos, fazendo com
que eu sentisse o pau dele todo dentro da minha buceta com firmes estocadas. Meu corpo inteiro se
arrepiava e o mel da minha buceta chegava melar nossas virilhas. E então sem eu ao menos esperar, ele
começou a foder a minha buceta sem pena alguma. Pegando com força em meu cabelo com uma mão e
com a outra batendo na minha bunda a cada estocada violenta que ele dava minha buceta. Eu perdia o
fôlego e os gemidos chegavam ser impossíveis de conter. Eu alucinava, ia até o céu e voltava. Com o
corpo inteiro em chamas, meu corpo inteiro tremia de prazer até que eu alcancei o ápice de prazer
naquela rola gostosa dele. Ainda depois de ter gozado naquela rola gostosa dele, eu não deixei que ele
tirasse o pau da minha buceta, mesmo com ela toda sensível. E então ele continuou a meter.
Dog: Nossa que safada gostosa. –Ele puxou meu corpo contra o dele com o seu pau e a minha buceta
latejando, ele apertou meus seios com força e beijou meu pescoço. Ao voltar a estocar com força na
minha buceta, ele gemeu um pouco alto, tirou seu pau da minha buceta bem a tempo de gozar na minha
bunda. Ainda ofegantes ele me abraçou tentando recuperar a respiração com os nossos corpos suados.

ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ Russo narrando
Havia pedido desculpas para a Catarina de ter a tratado mal por mensagem, até que ela levou numa boa.
Tentei até tirar uma casquinha dela, mas nem deu. Porra é difícil olhar sem poder ter né? Depois que a
raiva passa, parece que o amor volta até mais violento.
A tarde ali estava favorável, o Imperador apareceu com uma cara nada boa. Fui até ele e o parei.
Russo: Qual foi parceiro?
Imperador: Manu.
Russo: Verdade né, cadê ela?
Imperador: Mandei pra casa.
Russo: Porra e o pai dela?
Imperador: O pai dela sabe bem o espermatozoide que colocou no mundo ne bebê. –Ele riu debochado e
eu ri.
Russo: Caralho mano tu é foda.
Imperador: Foda eu sou mesmo, estava dando uns beijos na Fran e a Manu atrapalhou.
Russo: Porra, chama a Fran pra matar mais da saudade.
Imperador: Deixa ela quietinha, não vou abusar muito. Quero a conquistar cada vez mais sabe? Aos
poucos.
Russo: Ta certo parceiro.
Imperador: Cadê a bebida desse carai? –Ele riu.
Russo: Bora. –Fomos até onde o meu pai e os amigos dele estavam, já nos juntamos na roda ali pra
beber.
Vigarista: Não pagaram nada e já vão consumir?
Russo: Sabe como é né? Fomos convidados.
JR: Convidado também paga.
Imperador: Vim na sua aba coroa. –Ele riu.
PH: Deixa esses moleques.
Russo: Homem formado, que isso pai, assim me detona.
Pezão: Você já nasceu detonado, foi mal ai.
Russo: Isso mesmo, me menospreza.
Imperador: Vem cá que eu cuido de você.
Vigarista: Estou te estranhando. –Ele fez careta
JR: Não é meu filho.
Imperador: Vocês que são inocentes demais, Russo é Russinha de madrugada.
Russo: Vai se foder seu trouxa. Eu sou muito macho. –Dei um soquinho nele que riu.
A tarde ali foi favorável pra caralho, não tinha nada melhor do que beber pra caralho com gente boa.
Gastei muito o Imperador que não tirava os olhos da Fran um segundo sequer.
Ao chegar a minha casa, tomei um banho, troquei de roupa e fui marcar um dez na rua. Logo mais
haveria baile lá no morro. Fui descendo no sapatinho no morro, falando com todo mundo, ajeitei meu
boné e quando olhei para o lado vi a patricinha do baile ontem. Ela não estava com uma cara nada boa e
parecia ter chorado, eu poderia mil vezes seguir andando, mas queria saber qual era da mina. Sou ogro,
mas odeio ver mulher chorando. Me aproximei na humildade e coloquei uma mão no bolso.
Russo: E ai mina, qual foi dessa tua cara de choro ai?
Ana Luísa: Não quero conversar, me deixa quieta. –Ela sentou no meio fio e olhou para o lado. Sentei ao
lado dela-. Não quero ninguém sentado perto de mim.
Russo: Ai ta ligado, você dá sorte que eu sou muito bonzinho, se fosse qualquer um já teria dado uns
chutes na tua cara pra deixar de ser marrenta onde não é a tua área.
Ana Luísa: Você só não me bate porque é afilhado da dona Bárbara e ela é uma segunda mãe para mim.
Russo: Acha mesmo que eu não tenho coragem? –Ri debochado-. Assuntos da tropa a madrinha já deixou
de se envolver faz tempo. –Ela levantou do chão, parou na minha frente na maior pose, cruzou os braços
e me fitou com um pouco de raiva.
Ana Luísa: Beleza, to aqui de pé. Se você é o piruzão de ouro, o bandido alfa, você me mata aqui mesmo
na frente de todo mundo. –Eu não me aguentei, olhei para o lado e comecei a rir. Em seguida, olhei pra
ela.
Russo: Ai garota, tua sorte é que tu é toda branquinha, bonitinha pra carai, parece até de porcelana. Seria
uma pena estragar esse rostinho de princesa que tu tem. –Levantei da calçada e estávamos próximos
demais. Ri de lado e alisei minha arma na cintura. Ela deu um passo para trás e aquela pose toda dela era
só armadura, porque certeza que naquele cu dela não passava uma agulha.
Ana Luísa: Estou indo embora.
Russo: Fala onde que tu mora.
Ana Luísa: Nem pensar.
Russo: Se não falar eu descubro sozinho.
Ana Luísa: Não quero saber de você me seguindo.
Russo: Não preciso seguir patricinha como tu, mina do asfalto sobe aqui direto para dar pra patrão.
Ana Luísa: Você é bem mais simpático quando as pessoas falam de você.
Russo: Ouviu falar de mim aonde?
Ana Luísa: Eu trabalho aqui, ouço muitas coisas.
Russo: E fala muito também.
Ana Luísa: Eu?
Russo: Não minha vó.
Ana Luísa: Deve ser ela. –Ela deu de ombros.
Russo: Ow! Respeita.
Ana Luísa: Você não me respeita.
Russo: Só vim ver como que você estava ignorante.
Ana Luísa: Estou ótima, pode seguir seu rumo.
Russo: Quer saber? Eu vou seguir meu rumo mesmo, pirralha do caralho e cuidado pra não fazer marra
com o cara errado ein? A tropa atropela sem dó. –Ri debochado e segui andando até o barzinho. Pedi um
litrão e um prato de petisco.
Enquanto comia e bebia minha cerveja, olhei para o céu que parecia que ia chover. Porra mas nada vai
estragar minha noite, foda é que no outro morro o baile é na rua né, ai quebra tudo. Mas não seja por
isso, marco até com uma tretinha, só não quero que a minha noite passe em branco.
Terminei de beber, paguei a conta e quando sai do bar estava começando a pingar forte. Apertei o passo
pra não pegar chuva, mas não adiantou em nada, a chuva caiu com toda força.
No caminho de volta, topei com a patricinha se encolhendo debaixo de um barraco que estava chovendo
mais dentro do que fora.
Russo: Tu não ia pra tua casa? –Gritei parado no meio da rua.
Ana Luísa: Não tem ninguém na minha casa.
Russo: Quer ficar na casinha do cachorro lá em casa? –Debochei e ela fechou a cara-. É brincadeira, nem
tenho cachorro. –Ri.
Ana Luísa: É sério.
Russo: Bora logo antes que o bagulho fique tenso, essa chuva não vai trazer coisa boa não. –Ela ficou
olhando para um lado para o outro igual uma besta-. Anda porra... Ih tchau. –Sai andando, chovendo pra
caralho e a mina ainda iria ficar pensando na morte da bezerra? Tenho saco não. Mas logo ouvi passos
atrás de mim, quando olhei era ela.
Ana Luísa: Sua casa é longe daqui. –Ela estava com os cabelos encharcados e grudados na pele.
Russo: Claro que não mina. –Peguei no cotovelo dela, entrei em um beco que ia sair na rua da minha
casa. Bem rapidinho logo chegamos, pelo trajeto ela não abriu a boca e eu também não queria a ouvir
falar.
Ao chegarmos, abri o portão e ela entrou. Em seguida fechei e fomos para debaixo da varanda enquanto
eu abri a porta.
Russo: Entra. –Ela passou pela porta, eu passei em seguida e fechei com o pé.
Ana Luísa: Ótimo, está sem sinal. –Ela disse olhando seu celular.
Russo: Quer ligar pra quem? Você não disse que seus pais não estão?
Ana Luísa: Pra alguma amiga, alguém, sei lá.
Russo: No dia que te vi na ONG, você estava bem mais simpática. –Assim que terminei de falar, fui
andando até o meu quarto, peguei uma roupa seca e fui para o banheiro. Tomei um banho só pra tirar
esse cheiro de chuva que eu fiquei, me sequei, coloquei a minha roupa seca e levei a molhada para a área
de serviço.
Voltei para a sala e a Ana estava sentada no chão olhando para o nada.
Russo: Quer tomar um banho?
Ana Luísa: Não tenho roupa.
Russo: Eu tenho umas ai da minha ex.
Ana Luísa: Não estou a fim de apanhar dentro do morro, essas meninas são loucas.
Russo: Ih relaxa, Catarina é firmeza. –Ri sentando no sofá.
Ana Luísa: Eu conheço bem a Catarina e dela todo mundo tem medo.
Russo: É pegar ou largar.
Ana Luísa: Vou pegar né. –Ela deu de ombros e levantou do chão. Fomos até o corredor, entrei no meu
quarto, peguei uma roupa pra ela junto com uma cueca minha e a levei até o banheiro. A deixei tomando
banho e fui deitar no sofá-. AAAH EU NÃO ACREDITO! –A ouvi gritar minutos depois.
Russo: O QUE FOI?
Ana Luísa: A luz acabou.
Russo: Chora bebê. –Dei risada ainda de olhos fechados e assim fiquei.
Mais tarde, a Ana chegou à sala trazendo um cheirinho gostoso. Abri os olhos e a olhei que estava
sentada no sofá ao lado.
Russo: A água fria estava gostosa?
Ana Luísa: Estava sim, não ligo pra água fria.
Russo: E por que gritou?
Ana Luísa: Como eu vou embora sem luz?
Russo: Dorme ai.
Ana Luísa: Até parece.
Russo: Tem outro quarto ai, sem maldade mina.
Ana Luísa: Não é esse o problema. –Ela respirou fundo.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 91º capítulo ☯️Ana Luísa narrando
Eu estava sendo uma imbecil com o Russo desde o baile, mas sabe quando você está passando por
momentos ruins e acaba se transformando em uma pessoa que você nunca foi? No momento estou
envergonhada, eu fui tão grossa e até a casa ele me cedeu para esperar a chuva passar.
Russo: E qual é o problema?
Ana Luísa: Se meu ex souber que eu dormi na casa de um homem, ele vai vir atrás de mim. Entendeu?
Russo: Esqueceu-se de quem é a casa que você vai dormir?
Ana Luísa: Não interessa, ele é perigoso. –Ele arqueou uma das sobrancelhas e me fitou sério.
Russo: Perigoso quanto ein mina?
Ana Luísa: Chefe da boca de outro morro.
Russo: Que outro morro?
Ana Luísa: Se eu falar vai dar ruim pra mim.
Russo: Qual foi ein Ana Luísa? –Ele levantou do sofá, me pegou pelo braço e me fez olhar para ele. A mão
do Russo fechou firme no meu braço.
Ana Luísa: Por favor, não me bate. –Respirei fundo-. Eu juro que não tenho envolvimento nenhum com
nada. É só que ele me enganou, ele tem mulher e filho, eu não sabia. Ele ficava comigo dizendo que eu
era a fiel, mas eu não passava de amante. Então quando descobri e terminei, ele veio pra cima de mim e
me ameaçou inúmeras vezes.
Russo: Você sabe muito bem o que acontece se você estiver mentindo não sabe? -Ele apertou o olhar e a
voz dele me dava calafrios de medo.
Ana Luísa: Eu sei muito bem, conheço as leis daqui.
Russo: Então eu acho muito bom você dizer o nome dele.
Ana Luísa: Eu posso confiar em você?
Russo: Se você não estiver mentindo pode sim.
Ana Luísa: Tota, esse é o apelido dele. Ele anda vindo aqui direto.
Russo: Você era mulher do Tota mina? –Ele me olhou incrédulo.
Ana Luísa: Era. –Disse com a respiração acelerada-. Eu fui uma burra.
Russo: Olha só eu vou te fazer umas perguntas e você vai me responder sem nem pensar duas vezes, ta
me ouvindo?
Ana Luísa: Aham. –Assenti com a cabeça.
Russo: Como que você conheceu esse cara?
Ana Luísa: Na minha viagem de formatura da escola, fomos para SP passar uma semana por lá e eu o
conheci em Ilhabela. Ficamos por lá, mantivemos bastante contado quando eu voltei para o RJ. Ele
sempre aparecia aqui no RJ pra gente ficar ou eu ia pra lá. Então ele voltou de vez para o RJ, ele assumiu
o morro...
Russo: Continua, parou por quê?
Ana Luísa: Russo se eu contar, eu me mancho com ele e ele vai me matar. Ele já disse que me mataria.
Russo: Escuta bem uma coisa, eu não confio nesse cara e ele está estabelecendo relação aqui no morro
por conta de um inimigo nosso. Eu quero saber tudo o que você sabe, acho bom você me contar, porque
se não eu vou botar pra você contar para o Imperador. E você sabe muito bem que quando ele quer, ele
consegue ser pior que o pai dele.
Ana Luísa: Então você vai me prometer uma coisa.
Russo: O que tu quer?
Ana Luísa: Proteção. Eu conto tudo o que eu sei, se você prometer que vai me proteger do Tota.
Russo: Eu te protejo e você conta a verdade. Se eu souber que é mentira, que você é cobra mina, eu
mesmo acabo com a tua vida. E não vai ter ninguém que vai me segurar, está me ouvindo? –Ele me
sacudiu e eu assenti com a cabeça.
O Russo soltou meu braço e eu sentei no sofá respirando fundo. Eu estava morrendo de medo, eu sabia
que se o Tota soubesse que eu estava contando tudo o que eu sei, ele acabaria com a minha vida.
Ana Luísa: Eu não sei de muita coisa, mas quando o Tota chegou aqui no RJ, eu descobri que ele era
bandido, mas como ele sempre me tratou muito bem, eu deixei isso passar. Minha mãe sempre trabalhou
em favela, os bandidos sempre foram muito bons com ela e eu senti que podia confiar no Tota. Ele nunca
me tratou mal, nunca nem deu a entender que ele era envolvido. Então eu fui passar o dia com ele no
outro morro com ele. E quando estava saindo do banho, o ouvi conversar com o Thierry. Você conhece
não é mesmo? –Olhei pra ele pra confirmar e ele assentiu me fitando sério-. O Thierry estava muito
nervoso, até tiro rolou dentro da casa de tão puto que ele estava. Ele dizia que ia matar ele e que ele
estava indo embora. Que era para o Tota defender o morro enquanto ele ia buscar umas coisas fora do
país. Eu não sei pra onde o Thierry foi, mas o Tota disse que ia ter um plano e que ia defender o Thierry a
todo custo. Então o Thierry foi embora, o Tota veio atrás de mim, perguntou se eu havia ouvido algo e eu
disse que não só fiquei assustada com o tiro e fiquei quieta no quarto. Então ai o Tota assumiu o morro e
eu comecei a sentir medo dele. Eu ouvia as coisas que ele falava, a forma como tratava os soldados, as
coisas que ele conversava com o Thierry. –Ele pegou o rádio da cintura e falou com alguém.
Russo: Imperador sobe aqui em casa.
Ana Luísa: Por que você vai chamar o Imperador? –Olhei assustada e com medo-. Eu não estou mentindo,
eu juro pra você. Eu tenho mais coisa pra falar... Por favor, não me mata.
Russo: Calma caralho, ninguém vai te matar não. –Ele largou o rádio de lado e me olhou puto-. Espera o
Imperador chegar, isso é mais de interesse dele do que meu.
Ana Luísa: Russo, o Imperador vai me machucar.
Russo: Ele só vai te machucar se você estiver mentindo. Você está?
Ana Luísa: Não.
Russo: Então ótimo. –Ele cortou e o silêncio monstro pairou.
Ouvi batidas na porta, Russo levantou e foi abrir. O Imperador entrou na sala um pouco molhado.
Imperador: Acho bom ser muito importante.
Russo: É importante porra. –Ele olhou pra mim e em seguida par ao Russo.
Imperador: Opa me convidou para um sexo a três. –Ele riu.
Russo: Mano cala a boca e mantém a pose.
Imperador: Beleza. Então qual é o assunto? –Ele olhou dividiu o olhar para mim e para o Russo.
Russo: Começa a falar Ana Luísa. –Os dois sentaram no sofá e eu comecei a falar. Falei toda a verdade
desde quando conheci o Tota até quando ele começou a me ameaçar quando terminei com ele.
Imperador: Ele te ameaça por que ele tem medo que você conte para a mulher dele?
Ana Luísa: Não, porque ele quer voltar e eu disse que não quero mais. Meus pais ficaram putos comigo
quando descobriram que eu estava me envolvendo com um bandido de morro inimigo, mas eu não tinha
essa consciência. Eu não trabalho aqui como a minha mãe trabalha. Eu sou nova por aqui, meu mundo é
outro, eu tenho minha vida, tenho minha faculdade. Eu conheci a dona Bárbara lá embaixo e ela me
convenceu pra ficar aqui. Eu nunca quis me envolver no morro, nunca quis seguir a mesma carreia que a
minha mãe por ciúmes. Por ela sempre da mais atenção para as pessoas daqui do que para mim. Então
quando eu comecei a trabalhar aqui, eu me apaixonei pela carreira, entendi o que a minha mãe tanto via
aqui do que não via no asfalto. Eu parei de ser egoísta. Eu juro que não estou mentindo, eu tenho uma
amiga, a TIffany. Ela pode confirmar tudo isso, ela estava na viagem comigo, ela foi comigo em uma das
idas até SP.
Imperador: Eu sabia que esse cara não era boa coisa. –Ele respirou fundo e puto-. Ele está traindo a
gente Russo.
Russo: Temos que confirmar essa história dela.
Imperador: Isso a gente confirma depois, mas o Tota mano... Ele se aproveitou da Fran pra poder chegar
aqui.
Russo: Agora a Fran não está mais aqui, não tem com o que se preocupar.
Imperador: Claro que tem! Eu não posso vigiar ela morando em outro morro.
Russo: A gente dá um jeito.
Imperador: Certo, eu vou resolver umas coisas agora. Fica de olho nessa mina ai. –Ele me olhou com um
pouco de desdém, levantou do sofá e saiu batendo a porta atrás dele.
Eu não tinha voz para falar nada, fiquei muda de medo. Eu sabia que me envolver com traficante não era
coisa boa, sabia muito bem que isso era assunto sério e que minha cabeça poderia rolar morro abaixo. O
Russo saiu da sala e foi para um lugar que eu não vi.
A sala estava imersa na escuridão, estava na mesma posição quando o Russo voltou com uma lanterna.
Russo: Quer comer algo?
Ana Luísa: Não.
Russo: Não adianta ficar nessa, Ana Luísa. Tua mãe nunca te ensinou como que funciona dentro do
morro? –Ele colocou aquela luz forte na minha cara.
Ana Luísa: Me deixa, Russo, por favor. –Pedi baixinho e puxei minhas pernas para cima do sofá.
Russo: Beleza, eu vou comer alguma coisa. –Ele foi para a cozinha. Logo depois ele voltou e sentou no
sofá. Não consegui ver o que era que ele comia, mas estava morrendo de fome e aceitaria qualquer coisa.
Minha cabeça girava em torno de pensamentos e eu não conseguia acreditar o quanto fui cega pelo Tota.
Como eu, sempre com os pés no chão, pude ser tão cega e ter me deixado me envolver com um cara que
na verdade não era nada daquilo que eu imaginava.
Russo: Essa chuva pelo visto vai estragar meus planos. –Ele disse com a boca cheia.
Ana Luísa: Sua mãe não te ensinou que é falta de educação comer com a boca cheia?
Russo: E a sua não ensinou que é falta de educação encher o saco de terceiros?
Ana Luísa: Eu vou buscar caminho pra algum lugar.
Russo: Tem certeza que vai sair daqui nessa escuridão? Deve tá descendo água com barro pra caralho. A
escadaria deve ta uma cachoeira só.
Ana Luísa: Eu não posso ficar aqui.
Russo: Você não tem pra onde ir.
Ana Luísa: Talvez se eu for pra casa da minha amiga ela esteja lá.
Russo: Se quer ir então vai, boa sorte.
No minuto em que parei na varanda da casa dele já me arrependi. Estava chovendo tanto que o vento
trouxe chuva e me molhou.
Russo: Já se arrependeu? –Ele falou atrás de mim.
Ana Luísa: Você é rei em me provocar.
Russo: Provocar não, mostrando que você pode ficar aqui até o dia amanhecer.
Ana Luísa: Você não entende mesmo não? –Virei pra ele, meus olhos já estavam acostumados ao escuro.
Russo: O que eu tenho para entender aqui?
Ana Luísa: Eu estou sendo ameaçada de morte por você e pelo meu ex namorado. Eu apanhei sem ter
feito nada. Meus pais não estão aqui, eu nem sequer posso voltar pra casa por causa do meu
envolvimento com o Tota. Minha melhor amiga desde a infância está se afastando de mim aos poucos. O
único dinheiro que eu tenho é o que eu ganho aqui na ONG e não dá para quase nada. Eu estou dormindo
ou na casa da minha vó ou na casa da Tiff que nem sempre eu posso contar com as duas. Custa você
entender? Desde que me envolvi com o Tota minha vida está cada vez mais afundando e aonde eu vou
parar? Eu estou a mercê do seu julgamento e do Imperador, mesmo se vocês me julgarem como
verdadeira e o Tota? Eu não posso confiar em ninguém, não posso confiar que você realmente vai me
proteger dele. Ele é mal, ele é mentiroso, se até você e o Imperador que estavam fechando negócios com
ele não confiavam o suficiente, imagina eu que convivi com ele por mais tempo? Imagina eu que já ouvi
atrocidades daquele monstro? Ele e o Thierry são dois monstros, Russo. Nada e nem ninguém vai pará-
los. Eu tenho medo do que está por vir e se eu tivesse dinheiro, já estaria longe daqui. Se meus pais não
estivessem brigados comigo, acha mesmo que eu estaria agora com os nervos a flor da pele falando tudo
isso para você? Meu bem eu estaria tranquila, feito uma rainha em uma banheira de hidromassagem bem
longe do Tota e das ameaças dele. Isso pode ser besteira pra você, mas eu não faço parte dessa vida.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 92º capítulo 💎 Imperador narrando
Domingo é sempre um tédio e pra piorar, amanheceu com o tempo chuvoso. O que a Ana Luísa havia dito
a respeito do Tota ainda estava martelando na minha cabeça. Eu nunca confiei nesse cara, mas também
não posso validar o que aquela menina disse. Não confio direito nem nos meus, quem dirá em quem só
passei o olho. Pulei cedo da cama, porque eu quero tirar essa história logo a limpo e já montar um plano
pra derrubar o Tota. Se ele está planejando trair a gente, ele está enganado pra caralho.
Fui ao banheiro, tomei um banho não muito demorado, me sequei e enrolei a toalha na cintura. Dei uma
boa olhada para o meu rosto através do espelho, passei a mão no meu rosto com a cabeça cheia de
pensamentos. Eu queria proteger a Fran a todo custo do Tota, minha intuição diz que ele fará de tudo e
até mesmo arriscar a vida da Fran pra alcançar o que quer. Contar o que sei para a Fran nesse momento
era o mesmo que dá um tiro no meu pé, então eu teria que achar outra forma de cuidar da Fran sem a
expor ao perigo.
Sai do banheiro, abri meu guarda-roupa, coloquei minha roupa e quando fui pegar meu perfume vi uma
pulseira da Fran jogada no meio das minhas coisas. Suspirei involuntariamente quando peguei em meus
dedos pulseira. Eu sentia mais saudade da Fran do que eu imaginava que fosse ter.
Coloquei a pulseira no lugar, fechei a porta do guarda-roupa, peguei minha arma e as chaves do carro. Sai
da minha casa sem comer nada mesmo, entrei no carro e sai com ele da garagem. Fui direto para a casa
dos meus pais, parei o carro na entrada e entrei na casa. Ouvi uma conversa vinda da cozinha e segui o
som.
Imperador: Bom dia. –Falei assim que cheguei a cozinha e os meus pais me olharam.
JR: Bom dia filho.
Babi: Novidade você por aqui essa hora.
Imperador: Tenho uns assuntos pra resolver.
JR: Realmente tem muita coisa pra resolver.
Imperador: A respeito da chuva quem vai resolver é o Russo, eu estou de saída.
Babi: Pra onde? Senta pra tomar um café.
Imperador: Não quero comer nada, na verdade vim aqui só pra conversar com a senhora.
JR: Conversar o que?
Imperador: Coisa do morro.
JR: Quero saber também.
Imperador: Depois eu falo contigo.
JR: Vai me esconder? –Ele fechou a cara pra mim.
Imperador: Não é esconder, só não vou falar agora.
Babi: Ih não comecem. Anda, Bruno. –Minha mãe me empurrou pra fora da cozinha e fomos até a
varanda-. O que houve?
Imperador: Eu quero saber dessa garota que você trouxe pra trabalhar aqui na ONG, Ana Luísa.
Babi: Ela é filha da Rita, estava precisando de uma ajuda e ela está sendo muito boa.
Imperador: Você não sabe nada a respeito da garota? –Cruzei os braços e a encarei firme.
Babi: Não estou entendendo filho, explica.
Imperador: Primeiro fala e depois eu explico.
Babi: Comigo isso não cola.
Imperador: Mas vai ter que colar agora, eu quero saber e a senhora vai responder.
Babi: Eu sou sua mãe, fala direito comigo.
Imperador: Estou falando esquerdo?
Babi: Está falando como se estivesse falando com qualquer pessoa aqui do morro.
Imperador: Eu tenho um papel e tenho que desempenhar ele.
Babi: Você não é o seu pai.
Imperador: Lógico que não, muito menos pretendo ser. Eu apenas me espelho nele.
Babi: Filho... –Ela soltou a respiração.
Imperador: A senhora mais do que ninguém sabe o que acontece quando se coloca qualquer um aqui
dentro do morro. Não me faça lembrar do que aconteceu entre você e o meu pai.
Babi: Imperador, a menina é filha da Rita, nunca deu trabalho nenhum. Ela tem boca e não fala, ajuda no
que for preciso. A Rita reclamou comigo sobre a Ana Luísa ter aprontado uma com ela imperdoável, mas
não entrou em detalhes.
Imperador: Força detalhes dessa Rita.
Babi: Eu não posso fazer isso.
Imperador: Claro que a senhora pode, você pode tudo quando quer.
Babi: Ela está viajando.
Imperador: Não me interessa nem se essa mulher estiver numa cama de hospital agonizando, eu quero
respostas. Descobre o que a Ana Luísa aprontou ou eu vou atrás dela.
Babi: O que está acontecendo? Me diz.
Imperador: Eu não vou explanar informação sem ter certeza. Até o momento faz o que eu pedi e em
seguida eu conto o que foi.
Babi: Isso tem haver com a Fran não é? Só pode ser.
Imperador: Em partes sim.
Babi: Claro que tem haver com ela. Só cuidado meu filho, não arrisca tudo.
Imperador: Eu não estou arriscando, estou defendendo os meus.
Babi: Você passaria por cima de tudo por causa da Fran?
Imperador: Não só por ela, para de achar que a minha vida gira em torno da Franciellen. Mas eu colocaria
meio mundo abaixo se fosse pra defender minha família, o morro e ela. Isso não é só por causa da Fran,
isso é por causa de vocês também, pra defender o que é nosso. Não é isso que meu pai sempre quis que
eu fizesse? Então eu estou fazendo. Agora eu só quero que a senhora desempenhe seu papel dentro da
missão. Ou a senhora cola junto ou eu vou fazer de outra maneira.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 93º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Ter uma “irmã” como a Luana é uma tarefa bem louca, vou mentir não, adoro! A mina é doida, mas até
que tem um pouco de juízo quando quer.
Luana: Ai Fran, você precisa se soltar mais, relaxar mais. Parar de se preocupar um pouco com o amanhã.
Olha hoje é domingo, vai ter uma festa super foda hoje a noite.
Fran: Amanhã você estuda menina. –Rolei na cama que fiz pra mim no chão. A Luana estava dormindo na
cama dela. Eu até que tinha o meu “quarto”, mas a Lu chegou da festa que ela havia ido e tinha muitas
coisas para me contar.
Luana: E daí? Você também estuda.
Fran: A noite e você de manhã.
Luana: Queria tanto mudar pra noite.
Fran: Um saco, eu falto mais do que vou.
Luana: Eu já percebi isso. –Ela riu-. Então amanhã você vai pra academia comigo, vou te apresentar ao
meu personal gostosíssimo lá da Alemanha, mentira ele é brasileiro mesmo, mas é gostoso demais meu
pai eterno.
Fran: Amiga, você sabia que tem que respirar na hora de falar? –Ri.
Luana: Que respirar o que? Me acompanha ou fica pra trás. Eu vou ligar para o Russo e vamos marcar de
ir pra essa festa. Eu tenho certeza que ele está doido pra sair.
Fran: Se ele for vai levar o Imperador.
Luana: Ai você aproveita e dá essa xota pra ele, ta precisando ein.
Fran: Luana! –Ri sentindo meu rosto corar.
Luana: Ai boba se liberta dessa sua prisão ai, que eu vou te colocar com o popo tamanho XG, vou te levar
em um salão aqui no morro do babado e meu amor não vai ter homem que não caia aos seus pais.
Fran: Mas eu só quero o Imperador.
Luana: E não tem problema nenhum linda, mas você está muito apagadinha, tem que impor respeito
quando passar ao lado do Imperador. As pessoas olham pra você e já tem a ideia de que podem montar,
mas não é isso não é meu bem? Claro que não é meu amor. Agora você é filhinha da Ninja, filha dela não
pode ser apagada não meu amor. Bora, levanta essa raba daí que vamos dar uma volta no shopping. –Ela
pulou da cama, agarrou meus pés e me puxou.
Fran: Menina a gente nem almoçou ainda.
Luana: Vamos almoçar no shopping, anda logo, para de fazer cu doce. Princesa do morro não fica deitada
na cama até tarde quando se tem roupa pra poder da close na festa de noite. –Dei risada e levantei do
chão sentindo a animação formigar dentro de mim-. Assim que eu gosto, bora piranha. –Ela deu um tapa
na minha bunda.
Fran: Olha só, você só não me faz propaganda enganosa ein.
Luana: E eu lá sou mulher de desonrar o que falo? –Fomos para o banheiro do quarto dela, escovamos os
dentes juntas enquanto ela dançava na frente do espelho. Nunca vi alguém pra ter tanto fogo que nem
ela, meu Deus-. Enlouqueceu, fodeu, já era, a filha da mamãe é piranha na favela. Acha que eu não tô
ligado, mas eu sei da sua fama. Dá uma de santinha, mas na favela tu é piranha. –Eu acabei cantando
junto com essa doida e depois saímos do quarto indo direto pra cozinha.
Ninja: As lindas resolveram acordar é? –Ela disse colocando as travessas de comida em cima da mesa.
Luana: Vamos ao shopping ta?
Ninja: Mas vão comer em casa, porque eu não tenho vocação pra ficar cozinhando a manhã toda e
estragando minhas unhas.
Fran: Claro que vamos comer sua comida. –Dei um beijo no rosto dela.
Ninja: Seu pai também ein? Mandei comprar um refrigerante e até agora, antes tivesse ido.
Luana: Sabe como meu pai é. Se bobear foi até cheirar o cu da Manu lá no asfalto.
Fran: Hmmm cheirinho de ciúmes.
Ninja: Eu bato na Luana se ela começar a sentir ciúmes daquele ser insignificante.
Fran: Eu ajudo na coça.
Luana: Ain, mas ele é meu pai, eu não sei dividir. –Ela fez uma cara de pena e pegou os pratos dentro do
armário, peguei os talheres e os copos.
Ninja: Meros detalhes, Luana.
Luana: Fran também sente ciúmes dela com o Imperador.
Fran: Oi? –Ri olhando pra ela-. Sinto nada ta? Ela só é inconveniente e fica fazendo as coisas pra me
provocar. Mas o Imperador já disse que não é pra ela nem chegar perto de mim.
Ninja: Meu amor, não é para o Imperador dizer não, você tem que chegar nela e mostrar porque ela não
tem que chegar perto de você. A mina corta o seu cabelo e você chora? Se fosse o meu cabelo eu teria
jogado ácido na porra da buceta dela.
Luana: Mãe você é muito agressiva, Fran não precisa ser agressiva assim.
Ninja: Ih Luana, para de ser paz e amor, enche com esse papo de Vigarista não.
Fran: Vocês duas são ótimas. –Eu ria mais do que falava com as duas. Essa família é a melhor.
Luana: Fran quando sair daqui vai matar até com o olhar.
Fran: Não é essa a intenção? –Sorri maliciosa e sentei a mesa.
Ninja: É disso que eu gosto. –Ela riu e sentou a mesa junto.
Vigarista: Não começaram a comer sem mim né? –Ele chegou rindo com uma coca geladinha em mãos e
colocou a mesa.
Luana: Jamais paizinho, senta aqui do meu lado. –Ela bateu na cadeira ao lado dele.
Vigarista: Ta bom meu amor. –Ele beijou o topo da cabeça dela, colocou a arma em cima da mesa e
sentou pra comer.
Ninja: Hmmm baba ovo, oh quer dinheiro para ir ao shopping.
Vigarista: Tem dinheiro como sempre não é. –Ele riu e beijou a bochecha da Ninja.
Luana: Gosto assim, eu e a Fran vamos sair hoje a noite com o Russo e o Imperador.
Eu olhei logo para a cara da Luana enquanto ia me servindo de comida, a gente nem havia falado com os
meninos ainda e ela já estava mandando o papo nos pais dela. A Luana deu uma piscadinha sorrindo pra
mim.
Ninja: De boa, queria mesmo que vocês saíssem hoje.
Luana: Nossa mãe, seu amor pela gente é do tamanho do oceano.
Vigarista: É muito amor envolvido. –Ele riu.
O almoço foi bem tranquilo, fui para o meu quarto e a Luana foi para o dela. Separei a roupa para poder ir
ao shopping e deixei em cima da cama. A Luana entrou no quarto de surpresa que chega tomei um susto.
Luana: Nossa imagina se fosse tiroteio ein, já estaria debaixo da cama.
Fran: Vai se fuder trouxa.
Luana: Manda mensagem para o Imperador.
Fran: Pra que?
Luana: Pra gente sair hoje a noite.
Fran: Você gosta de uma treta.
Luana: Adoro menina. Quando for falar com ele tem que ser perereca de ouro ein?
Fran: Minha perereca é de ouro.
Luana: Não o suficiente. Tem que ser xotuda pra carai pra segurar um homem que nem minha mãe, a
Babi, Maísa e a tia Fabi. Sério xotuda mesmo.
Fran: Olha você não me provoca. –Ri.
Luana: Tenho que instigar um pouquinho. –Ela piscou e saiu do quarto.
Me joguei na cama, peguei meu celular e abri no Whatsapp. Fui logo à conversa do Imperador, mas
pensando melhor, resolvi ligar. Sai do Whats e liguei pra ele, estava com tanta saudade daquela voz linda
dele. A tarde de ontem havia sido tão boa, pena que a Manu estragou, mas valeu toda a pena ter ficado
aqueles minutinhos com ele. No segundo toque ele atendeu.
🔸 Início da Ligação 🔸
Imperador: Oi Fran, aconteceu algo?
Fran: Não dengo, quero saber como você está.
Imperador: Eu estou bem princesa e você?
Fran: Estou ótima como sempre.
Imperador: Fazendo o que ai?
Fran: Pensando na gente e você?
Imperador: Na gente eu penso sempre.
Fran: Não quer matar a saudade com um perdido hoje a noite?
Imperador: Você me chamando para dar um perdido?
Fran: Qual foi? Tem coisa melhor pra fazer a noite do que ter a minha presença?
Imperador: Que isso magrela, não existe nada melhor do que ter a minha dama ao meu lado.
Fran: Vem me buscar então as 22:30.
Imperador: Pra onde vamos então?
Fran: Não se preocupa com o lugar, o que importa é o que vai acontecer depois.
Imperador: Franciellen eu vou ir ai te buscar agora, a Luana já te infectou.
Fran: Você não me leva a sério poxa.
Imperador: Claro que te levo a sério.
Fran: Então você vem?
Imperador: Só se você falar o que vai rolar.
Fran: Uma festinha e depois nós dois a sós, matando um pouco da saudade.
Imperador: Um pouco Fran? Você vai tomar pau pra caralho.
Fran: Menino! Olha como você fala.
Imperador: Você me chama pra dar um perdido e não quer tomar pirocada? Me poupe.
Fran: Pra comer uma pipoca, dar uns beijinhos na praça.
Imperador: Nossa Fran larga de ser cafona.
Fran: Eu sou romântica.
Imperador: Você romântica? Mais fácil nevar no inferno.
Fran: Tomara que esteja bem frio quando você chegar ela.
Imperador: Eu tenho tanto fogo no rabo que é capaz de derreter tudo quando eu cruzar a porta.
Fran: Ai que moleque piranha. –Ri.
Imperador: Piranhagem só contigo.
Fran: Acho bom mesmo, quebro você e a outra no cacete.
Imperador: Ih, você termina comigo e agora quer cobrar fidelidade?
Fran: Claro bebê, marquei território. Esse corpinho seu me pertence.
Imperador: Na boa Franciellen eu vou dar uns tapas nessa sua bunda.
Fran: Bate que eu gosto.
Imperador: Eu sei que você gosta, safada.
Fran: Ta frio né?
Imperador: Sei não, essa sua voz me dá um calor.
Fran: Você está excitado Bruno?
Imperador: Quando você liga eu já penso mil coisas, ai você vem com essa voz gostosa porra sem
condições né menina? Se você brotar aqui no morro te coloco pra fazer o kama sutra comigo.
Fran: Não sou planta pra ficar brotando em lugar nenhum, se me quiser vai ter que vir me buscar. Aliás,
você vai aparecer aqui de noite pra gente ir pra festa?
Imperador: Festa aonde?
Fran: Coisas da Luana.
Imperador: Essa mina é o capeta.
Fran: Pensei que fosse você.
Imperador: É que a gente divide a coroa no inferno.
Fran: Eu vou para o céu, graças a Deus.
Imperador: Com esse fogo na buceta que você está? Puta que pariu.
Fran: Para trouxa.
Imperador: Eu paro, claro que paro. –Ele riu malicioso.
Fran: Olha eu vou sair pra me arrumar.
Imperador: Aonde você vai?
Fran: Shopping.
Imperador: Estou de olho em você Fran.
Fran: Não precisa, eu sou quietinha.
Imperador: Não é por você ser quietinha é que eu gosto de saber que você está bem.
Fran: Se preocupa mesmo né?
Imperador: Claro princesa, você é importante pra porra pra mim.
Fran: Você é muito importante pra mim também.
Imperador: Estou ansioso pra ter das uns beijos hoje.
Fran: Eu fico ansiosa em todos os sentidos quando se trata de você.
Imperador: Isso já está ficando muito malhação, vamos parar.
Fran: O que foi? Está com medo de dizer que me ama?
Imperador: Não tenho medo de dizer.
Fran: Mas acontece que você não sente.
Imperador: Quem disse que não?
Fran: Tenho uma lista de ex comidinhas sua.
Imperador: Essa lista é longa?
Fran: Imensa, era para o seu pau ter caído.
Imperador: Não torce para esse tipo de coisa, como eu vou ter meu pivete contigo?
Fran: Não vem u.u
Imperador: Você é cismada ein.
Fran: Não é cisma, é amor.
Imperador: Você me ama?
Fran: Ainda tem duvidas?
Imperador: Eu também amo você, magrela.
Fran: Eu amo mais. Promete?
Imperador: O que?
Fran: Que mesmo eu estando um pouco longe, não vai se esquecer da gente?
Imperador: Mina, se eu tivesse intenção de esquecer a gente, eu não ia correr atrás de tu tlg? Nem ia te
dar moral, ia pisar mesmo e foda-se. Olha, Fran, eu quero que tu se cuide e se a minha tia é a melhor
opção pra você, eu to feliz. Mas não se esquece do pai né?
Fran: Claro que não me esqueço de você seu bobo. Eu amo você, amo muito.
Imperador: Minha menina, vou precisar sair agora ta?
Fran: Ta bem meu dengo, até depois. Ah e também chama a Thami e o Dog, não consigo falar com essa
vaca desde ontem quando cheguei.
Imperador: Eu vou descer aqui e passo lá no barraco dela.
Fran: Beleza então.
Imperador: Se cuida magrela e oh não fique de assunto com cara nenhum nesse shopping.
Fran: Olha os ciúmes.
Imperador: Ciúmes nada, eu meto a porrada no filho da puta.
Fran: Ciumento demais, que isso.
Imperador: Não provoca vai.
Fran: Não vou provocar, beijo mô.
Imperador: Beijos princesa.
🔸 Fim da Ligação 🔸
A Luana me xingou demais porque eu demorei pra caramba na ligação com o Imperador e acabei fazendo
ela me esperar, mas enfim saímos de casa e ainda bem não estava chovendo quando começamos a
descer o morro. Entramos em um beco e ouvimos sem querer a conversa de duas meninas.
Fulana 1: Sabia menina? Que a ex do Imperador veio zonear por aqui?
Fulana 2: Ah nem acho aquela menina bonita, cara de sonsa.
Fulana 1: Para de ser recalcada que a mina é bonita sim, só parece um minion. –Elas riram. Antes que as
duas notassem a minha presença e da Luana, eu tive que segurar a doida da Lu porque se não ela ia pra
cima das duas. Ao invés de deixar ela me defender, eu tinha que usar os conselhos que a Ninja anda me
dando.
Fran: Vem cá, as duas estão falando de quem mesmo? –Coloquei a Luana para trás de mim e sem causar
escândalo como a Manu gosta de fazer, eu apenas parei próximo das duas e as olhei.
Fulana 1: Caralho... –Ela cochichou baixinho.
Fran: Vejam só, eu não costumo perder meu tempo com coisas insignificantes, mas como eu estou com
um pouco de tempo livre eu parei aqui pra poder participar do assunto que porventura é o meu nome.
Alguma das duas tem algo a falar na minha cara?
Fulana 2: Que isso Fran...
Fran: Franciellen Marinho pra vocês duas, Fran é somente para os meus amigos e familiares, coisa que
nenhuma das duas são. Se vocês não têm nada de bom a dizer a respeito de alguém, calem a boca e vão
lavar uma louça. Se vocês tiverem mais coisas para falar ao meu respeito, só se juntar com todas as
outras minas que não gostam de mim e criar um fã clube e ir onde eu estou morando, posso responder
todas as perguntas que as donas da beleza têm para tirar. Vamos embora, Luana. –Peguei a Luana pela
mão e saímos do beca pegando no nosso rumo.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 94º capítulo 💎 Imperador narrando
Eu não quero nem saber o que a Fran e a Luana estão aprontando, só sei que eu vou buscar a Fran pra
essa tal festa e depois que Deus cuide. Enquanto a noite não caia, eu mandei uns soldados ajudar
algumas famílias porque quando chove assim quem tem barraco humilde só se fode e não dá pra ficar de
olhos fechados vendo quem precisa na merda.
Deixei o Russo tomando conta da boca, entrei no meu carro e fui pra casa dos meus pais. Eu mal pisei na
porta e a Catarina apareceu na minha frente feito fantasma.
Imperador: Que isso caralho? –Dei uma risada e pulei pra trás.
Catarina: Que isso caralho nada, quem é a lambisgoia dormindo na casa do meu macho? –Ela cruzou os
braços.
Imperador: Quem é seu macho? –Fiz cara de deboche e fui rindo me jogar no sofá. Ela veio com aquela
perninha dela e parou em pé na minha frente.
Catarina: Estou falando da cadelinha que falaram que viram saindo da casa do Russo mais cedo, quero
saber quem é porra.
Imperador: E desde quando eu sou Disk Ciúmes? Linda, você deu fim na sua relação com o Russo.
Catarina: Me ajuda irmão. –Ela fez cara triste e se jogou no sofá.
Imperador: Te ajudar com o que?
Catarina: O que eu posso fazer com essa porra dessa perna engessada?
Imperador: Pagar pelos seus pecados?
Catarina: Não debocha Imperador, tu é chato pra caralho ein animal silvestre.
Imperador: Oh me respeita que eu sou teu maninho.
Catarina: Eu sou a mais velha aqui e você tem que fazer o que eu mando.
Imperador: Cara eu nunca fiz o que você manda.
Catarina: Tirando aquela vez...
Imperador: Olha vai se fuder, aquela vez foi forçada.
Catarina: E aquela outra vez brincando de panelinha?
Imperador: Vai sentar numa rola.
Catarina: Não posso, você fica com ciúmes.
Imperador: Fico mesmo. –Fiz cara de cu pra ela
Catarina: Não muda de assunto, quem era a mina?
Imperador: Eu não sei de nada. –Ri.
Catarina: Claro que tu sabe porra. Você e o Russo são carne e unha.
Imperador: Eu juro que não sei porra, liga pra ele.
Catarina: Eu não posso ligar.
Imperador: Mano vocês não ficaram ontem?
Catarina: Praticamente não.
Imperador: Eu acho que ficaram ein.
Catarina: Pra mim aquilo não foi ficar.
Imperador: Catarina para de drama porra, quer dá uma Franciellen agora? Terminar com o mano só
porque você precisa mudar? Você não precisa mudar não porra, ta no seu DNA. Você é assim e pronto.
Você é louca, impulsiva, dona da porra toda. Se tu quer sair de casa, estudar e os carai, beleza né. Mas
precisa excluir o mano disso tudo?
Catarina: Eu não mereço o Russo. –Ela sentou no sofá.
Imperador: Quem disse que não merece?
Catarina: Eu o fiz sofrer demais.
Imperador: Mano vou te falar um papo sério mesmo? Não adianta você falar “eu vou mudar”, as pessoas
não mudam por simplesmente dizer que vai, elas mudam sem nem perceber que mudaram. Mano desde o
que aconteceu aquela parada contigo você mudou pra porra, mas mudou muito mesmo. Até sua cara de
bolacha murcha melhorou um pouco. Até a nossa família mudou com tudo isso. Para de exigir muito de
você. Tu é foda pra carai mana, todo mundo erra, eu erro pra caralho também.
Catarina: Você tem razão. –Ela abaixou a cabeça concordando.
Imperador: Eu sempre tenho.
Catarina: O que eu faço?
Imperador: Dá o teu jeito ué, você não é a Catarina? Se vira malandra.
Catarina: Como eu vou me virar com a porra dessa perna? Super lindo né, vai ser tipo: Oi pai, quero ir ali
dá chá de pepeca no Russo, tem como você me levar atrás dele? –Ri olhando para o teto.
Imperador: Na boa tu viaja muito mana. Eu só não te levo porque eu não quero você beijando na boca,
está tão linda quietinha dentro de casa.
Catarina: Estou odiando na boa. Quero pegar logo na moto e sair voada morro abaixo.
Imperador: Por que não pega sua vassoura?
Catarina: Vai tomar no seu cu trouxa. –Ela me bateu com a almofada.
Imperador: Respeita meu cu, por favor?
Catarina: Com todo respeito, mas que cu lindo ein?
Imperador: Igual o seu.
Babi: Ai nossa ninguém merece vocês dois. –Ela falou com tom de desgosto ao descer as escadas e foi
direto pra cozinha.
Imperador: MÃEZINHA LINDA, MEU CORAÇÃO BATE TÃO FORTE AO TE VER.
Catarina: QUE MAL CONSIGO ME CONTER.
Imperador: E É POR ESTAR A SUA PRESENÇA.
Catarina: QUE EU JÁ FICO COM VONTADE DE COMER. –Minha mãe da cozinha se rachou de rir. Eu e a
Catarina falamos isso desde quando éramos pequenos e a professora mandou a gente fazer um poema
para os dias das mães.
Babi: Eu me arrependo tanto de não ter pedido seu pai pra colocar camisinha.
Minha mãe fez um bolo de cenoura com calda de chocolate gostoso pra caralho, passei a tarde com as
mulheres da minha vida e mantendo contato pelo rádio com os meus fieis. Assim que a noite caiu já
chamei o Russo pelo rádio pra gente botar brotar lá no outro morro pra pegar a Luana e a Fran.
🔸 Início da Chamada 🔸
Imperador: Ai teu viado.
Russo: Fala menor, suavidade?
Imperador: Sempre parceiro.
Russo: Qual é a boa?
Imperador: A boa é a gente ir lá pegar a Luana e a Fran, parece que tem uma festa ai pra gente colar.
Russo: Ih festa com a maluquinha? Quem mais vai?
Imperador: Mande o papo na Thami e ela disse que vai, mas o Dog não parceiro.
Russo: E que isso, perigo deixar o furacão sair sozinho.
Imperador: Papo reto, até mais tarde então?
Russo: Até.
Imperador: 22:30 estou chegando na sua casa.
Russo: No pique fiel, abraço.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Já estava com a mente na maldade pra essa noite. Fran ligou e já mandou essa proposta irrecusável, com
certeza pelo tom de voz dela pra ficar só no beijinho não era.
Trocando umas mensagens com umas pessoas, as piranhas mandando várias mensagens proibidonas e eu
estava me mantendo firme. A tentação bate pra machucar mesmo e deixar arriado no chão.
Quando deu umas 21 horas, eu fiz um lanche na rua e fui para o meu quarto. Liguei o rádio no funk
pesado e fui para o banheiro. Tomei um banho por uns 20 minutos, assim que sai me sequei e enrolei a
toalha na cintura. Dei um trato na barba, escovei os dentes, passei desodorante e sai do banheiro.
Selecionei minha roupa e já deixei no esquema em cima da cama. Tirei a toalha, coloquei uma cueca preta
Box, em seguida uma calça jeans de lavagem escura, blusa nova da Lacoste que eu acabei de tirar da
etiqueta e coloquei meu tênis da Adidas. Fui até o espelho, arrumei meu cabelo, coloquei meus ouros e
pra fechar um boné monstro da Thug Nine. E pra finalizar passei aquele perfume que eu sei que a minha
dama gosta pra caralho.
Abaixei o som do rádio e liguei para a Fran.
🔸 Início da Ligação 🔸
Fran: Oi amor.
Imperador: E ai primeira dama? Está linda do jeito que eu gosto?
Fran: Do jeito que você gosta eu estou sempre.
Imperador: Com certeza, pelada na minha cama principalmente.
Luana: GENTE QUE ISSO ME RESPEITA! –Ouvi uma explosão de risada do outro lado da linha da Fran e
da Luana.
Fran: Nossa Imperador segura essa língua. Eu estou no viva-voz.
Imperador: E por que não avisa?
Fran: Eu esqueço que você tem uma língua incontrolável.
Thami: Deus me livre gente, Imperador precisa ser exorcizado.
Luana: Da próxima vez vou até sair de perto.
Imperador: Ih caralho, só porque eu falei que gosto da minha dama pelada? Ih se foder vocês duas ein.
Thami e Luana: Owwwn que lindo gente.
Fran: Ai meninas parem com isso.
Luana: Fica vermelha não amiga, deixa pra a xoxota ficar vermelha e inchada no final da noite.
Imperador: Puta que pariu Luana, cala essa boca. –Ri.
Fran: Ai gente vocês são muito impuros para o meu gosto.
Thami: Vou dar um tapa nessa sua xereca.
Imperador: Eu só queria saber o que a senhorita Thamires está fazendo ai?
Thami: Encontrei com as duas no shopping e vim pra cá.
Imperador: Ia à sua casa te buscar a toa babaca.
Thami: Eu avisei ao Russo.
Imperador: Ta certo. Meninas o papo ta bom, mas eu vou desligar aqui.
Fran: Já está vindo amor?
Imperador: Pra você eu vou agora.
Luana: Que mel é esse Fran? Porra o homem ta de quatro por você.
Fran: De quatro quem fica sou eu... Ops.
Thami: SUA PIRANHA!
Imperador: Vou castigar ein dama.
Fran: Pode castigar que eu gosto.
Luana: Jesus vocês são muito inapropriados.
Imperador: Ah falou a virgem do cabo de aço inoxidável.
Thami: Deixa o cabaço dela ein.
Fran: Cabaço? Oi? Luana não tem nem mais fundo. –Eu ria que não me aguentava daquelas três.
Luana: Eu vou fuder com a vida de vocês três.
Imperador: Calma nega, que jaja aparece um pirocudo pra você.
Thami: É muita inocência achar que a Lu já não tem um pirocudo.
Imperador: Eita carai olha a hora, vou voar.
Fran: Anda logo ein. Vou contar os minutos.
Imperador: Calma amor, beijos meninas.
Luana, Thami & Fran: Tchau.
🔸 Fim da Ligação 🔸
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 95º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Essa noite eu só queria muito amor e foder muito com o Imperador. Não queria lembrar problema algum,
curtir e dançar muito com as meninas. Pena que a Catarina não poderia estar junto com a gente, mas
estava já pensando em fazer uma festinha pra ela quando ela tirasse o gesso. Do jeito que ela é danada
iria adorar uma surpresa do tipo.
O Russo e o Imperador haviam chegado e estavam buzinando no portão. Terminei de me arrumar
passando bastante perfume.
Roupa da Fran: https://goo.gl/cFDY2f
Thami: Caramba ein Fran, tá tudo de bom. –Ela apertou minha bunda.
Fran: Para sua safada.
Luana: Gostosinha do jeito que o Brasil gosta. –Ela entrou na onda e deu um tapa na minha bnda
também.
Fran: Parem de bater na minha bunda suas biscates. –Ri saindo do quarto.
Thami: Estamos preparando sua bunda pra quando o Imperador te pegar.
Fran: Vão para o circo lindas.
Luana: Sou dona de lá. –Ela piscou. Descemos as escadas e a Ninja estava sentada no sofá toda
produzida.
Thami: Você é a bila-bilu, sempre soube.
Ninja: Ih quanta troca de afeto.
Fran: Muito amor envolvido.
Luana: Vai pra onde mãe?
Ninja: Sair com o seu pai.
Luana: Pra onde?
Ninja: Eu perguntei pra onde você vai?
Luana: Perguntou sete vezes.
Ninja: E acho bom ter me respondido as sete se não eu não ia deixar você ir.
Thami: Bate nela tia. –Ela riu da cara da Luana junto comigo.
Luana: Nossa vou até retirar minha insignificância. –Ela saiu andando até a porta e a abriu.
Fran: Tchau tia, boa noite pra você. –Dei um beijo no rosto dela e segui a Lu. A Thami fez o mesmo vindo
atrás de mim.
Já na rua, faltou o Imperador cair da moto quando me viu. Sem querer me gabar, mas eu pela primeira
vez estava me achando linda de verdade. Parecia que havia mil borboletas em meu estômago, meu olhar
ficou preso no olhar do Imperador, eu sabia que estava sorrindo feito idiota. Mas quem se importa? O
homem que eu amava estava na minha frente, lindo como sempre, sorrindo pra mim e o mais lindo de
saber é que esse sorriso é só para mim. A melhor sensação é a de ser o motivo do sorriso de alguém,
principalmente quando essa pessoa é completamente sua. O Imperador sabe como me deixar louca,
principalmente quando usa esse perfume. O perfume que eu amo, que marca presença onde quer que ele
esteja. Mil homens podem usar, mas não terá o mesmo cheiro quando é o Imperador usando.
Ao despertar do transe em que me encontrava, senti que meu rosto estava vermelho de vergonha e então
olhei para o chão.
Russo: Cara eles nem estão ouvindo o que a gente está falando.
Luana: Por que as pessoas ficam escrotas quando se apaixonam? Nossa, sempre pego meus pais fazendo
isso, muito constrangedor.
Thami: Ai quando rancor nesse coração de pedra de vocês.
Imperador: O que vocês tanto riem ai? –Ele olhou para os três enquanto descia da moto..
Russo: Estamos rindo da cara de pateta que vocês dois estão fazendo.
Fran: Não estamos fazendo cara de pateta. –Ri e o Imperador me pegou com jeitinho pela cintura.
Thami: Melhor a gente ir né? Os dois alcançam a gente no caminho.
Imperador: Essa festa é aonde?
Luana: Lá no salão do Washington porra.
Russo: Porra aquele lugar é foda pra carai. Vou voar com as meninas, open bar fi, vou beber até passar
mal.
Imperador: Vou acompanhar você de moto mano, lembro o caminho direito não.
Russo: Beleza. –Eles foram indo para o carro.
Imperador: Minha primeira dama está linda. –Ele se afastou um pouco de mim e me fez dar uma voltinha
na frente dele. Parei sorrindo pra ele e então ganhei um selinho surpresa.
Fran: Gostou?
Imperador: Essa saia está curta pra caralho né, mas foda-se, tu é minha mulher mesmo. –Ele me apertou
contra o corpo dele e beijou meu pescoço.
Fran: Sou sua mulher é?
Imperador: Porra claro que tu é. Tem outro porra? –Ele fez uma cara de ciúmes linda e bateu na minha
coxa.
Fran: Claro que não amor.
Imperador: Acho bom mesmo ein. –Ele mordeu meu lábio inferior e então o Russo buzinou feito um
doido-. Bora amor.
Fran: Na festa vou querer beijo pra caralho ein.
Imperador: Durante e depois da festa.
Fran: Festinha privada. –Pisquei e fui andando até a moto dele.
Imperador: Sempre. –Ele alisou minha bunda discretamente, subiu na moto e a ligou. Tomei todo o
cuidado pra subir na moto, de saia é foda né, ainda mais curta desse jeito.
Thami: PORRA, VI ATÉ A CALCINHA QUE A FRAN NÃO ESTÁ USANDO QUANDO ELA SUBIU NA MOTO. –
Ela gritou de dentro do carro e riu pra caralho com a Luana e o Russo.
Fran: AH VAI CHUPAR UMA ROLA THAMIRES. –Mandei dedo pra ela e o Russo deu partida no carro.
Imperador: Está sem calcinha Fran? –Ele riu olhando pra trás antes de por o capacete.
Fran: É muito difícil achar uma calcinha que não marque essa saia.
Imperador: Cara mulher você ta que ta ein? Porra... Difícil vai ser não dar uns murros em quem olhar pra
tu.
Fran: Eu não sou novela, mas eu deixo você me acompanhar. –O abracei pela cintura sorrindo. Ele se
ajeitou na moto, colocou o capacete, acelerou a moto fazendo aquela barulheira. Também né a moto dele
pode pra carai u.u Ele começou a descer o morro voado que chega alcançou o Russo. Eu estava
agarradinha nele, morrendo de medo de cair e também com frio.
Uns 15 minutos mais tarde, chegamos ao local da festa e cara, só pelo povo que estava do lado de fora
deu para perceber que a festa estava numa patente alta pra carai. Russo e Imperador se destacaram pra
caralho quando chegaram, o povo não tirava o olhar da gente. Se eu não estivesse acompanhada com
eles iriam achar que estava com um piru colado na testa.
Imperador: Vem que eu tenho que entrar junto com a minha dama. –Ele me puxou pela cintura e passou
o braço em volta dela.
Thami: Hmm esse casal ein, não sei não.
Russo: Diz eles que estão separados.
Fran: Só falamos mesmo né. –Ri olhando pra ele.
Imperador: Você que me estressa.
Luana: Ai voltem, em nome de Jesus, não vou shippar agora porque a mãe de vocês não souberem dar
para vocês nomes que dê para formar um shipp decente.
Fran: Minha mãe deu uma zoada total no meu nome.
Thami: Com certeza, sem dó nem piedade.
Russo: Quase um palavrão.
Luana conceituada como ela havia colocado o nosso nome na lista, então nem precisamos ficar na fila.
Mas mesmo ela não colocando, os meninos não iam ficar esperando mesmo na fila. Deu para notar que ali
havia só bandido e gente que se envolvia com umas fitas no mesmo estilo que a vida bandida que os dois
levavam.
Se do lado de fora dava pra ouvir o som estourando, quando entramos parecia que o mundo lá fora havia
se acabado. Só pela batida do funk já fiquei animada. A Thami segurou na minha mão e a dela estava
segurando a da Luana. Lá estava lotado né, então para se perder é fácil.
Russo: Porra eu só saio daqui se for pra direto para o hospital.
Luana: Estamos juntos. –Do jeito que os dois têm fogo não duvido nada sumirem. Até eu queria dar umas
fugidas também.
Xxx: Amor! Você por aqui. –Quanto mais eu peço para Deus ter misericórdia da minha ilustre pessoa, mas
parece que ele debocha da minha cara. A Thalita veio com os peitos quase saltando para fora do vestido
abraçar o Imperador. Mas essa noite meu amor, ninguém encosta-se ao meu homem. Falar com ele só se
for há 10 km.
Fran: Querida, dá licença que você não precisa encostar nele pra falar. –Me coloquei um pouco a frente do
Imperador e empurrei discretamente a Thalita pelo peito com uma mão só.
Thami: Ih gosto assim, quando a festa já começa bombando. –Ela e a Luana já estavam armadas atrás de
mim. Imperador parece que enfia a língua no cu, porque até quando a Manu chegou lá no sítio ele
demorou dois anos pra reagir.
Thali: Ih garota, não posso falar com ele não? Você por acaso é dona dele?
Fran: Sou dona sim e eu decido quem se aproxima, inclusive você se for esperta é melhor nem ficar
olhando muito pra ele pra não perder os olhos. Passar bem viu, querida. –Peguei na mão do Imperador e
a da Thami e sai andando puxando o bonde atrás de mim.
Imperador: Porra minha mulher é braba ein, não dá tempo nem pra pensar em algo pra falar.
Luana: Ai Imperador tu é lerdo viu ein migo, só decepciona a família.
Thami: Isso ai amiga, mostra quem é que manda nessa porra.
Russo: Ficam mesmo dando asa a cobra.
Fran: Adoro ser cobra, cuidado com o meu veneno. –Olhei pra ele rindo.
Imperador: To até com medo de olhar para o lado agora.
Fran: Melhor nem olhar mesmo. –Ri.
Subimos para uma área reservada no segundo andar para quem era vip. Os meninos foram pegar as
bebidas para gente, enquanto eu fiquei com as meninas só olhando para o povo. A Thami e a Luana
conheciam muitas pessoas, acabei conhecendo também e até conversei rapidamente com umas.
O Imperador e o Russo voltaram com um combo com Ciroc, Smirnoff, Absolut Vodka, Red Label e Red
Bull. Porra eu que nunca fui de beber muito, até me deu água na boca.
Não deu outra, comecei a beber com as meninas e já fui puxada por elas pra começar a dançar. Rebolei e
dancei muito olhando para o Imperador, provocando ele de uma tal maneira que ele estava escondendo o
volume na calça com a blusa. Chegou duas mulheres loiras, pareciam até irmãs em cima dos meninos,
pedindo para tirar foto com eles.
Luana: Ih gosto disso não ein. –Ela já chegou em mim. A Luana disse pra mim que não, mas eu acho que
ela ainda tem uma queda grande pelo Russo. Mesmo ela dizendo que não fica com ele pela Catarina,
ciúmes bate forte dela por ele.
Thami: Oh eu não posso fazer nada, Dog raspa minha cabeça se descobrir que eu fiz cena.
Fran: Cena nada minha filha, tem mina que não respeita ou se faz de sonsa. –Não deu outra, dei meu
copo na mão da Thami, peguei a Luana pela mão e já fui direto até os meninos-. Posso tirar foto também?
-Perguntei para a loira que estava toda assanhada para cima do Imperador.
Fulana 1: Meu amor, isso aqui é uma foto a quatro.
Luana: Quatro vai ficar é essa sua cara se não vazar agora daqui. Perdeu a noção.
Fulana 2: Desculpa Lu, não sabia que você agora andava acompanhada.
Luana: Pois fique sabendo agora. –Ela deu dois tapões no peito da menina e saiu andando rebolando.
As meninas colocaram o rabinho entre as pernas e meteram o pé.
Russo: Caralho você e as meninas estão piores do que policial.
Fran: Ih meu filho, mina interesseira eu farejo de longe.
Imperador: Ciumenta pra porra. –Ele me abraçou por trás, passando o braço em volta da minha cintura e
beijou meu pescoço-. A situação já estava sobre controle, elas iam tirar a foto e meter o pé.
Fran: Amor você não é o Brad Pitt e muito menos o Johnny Depp. Então não tem razão pra você ter fã
clube.
Russo: Vocês me deixam carente pra porra. –Ele riu e bebeu esvaziando seu copo. Ele encheu o meu e o
dele.
Imperador: Já falei pra tu chegar à minha irmã, ainda tem vaga pra cunhado.
Russo: Tua irmã que organizar a vida dela, vou bagunçar não.
Fran: Não sou capaz de opinar.
Imperador: Por quê?
Fran: De um lado tem a Cat e do outro tem a Lu. Eu gosto das duas, então né...
Russo: As duas me deram um pé na bunda.
Imperador: Porra tu tá ruim assim?
Fran: Manda o Bruno te dar umas aulinhas ein Russão.
Russo: To ruim nada fiel. –Ele riu.
Fran: Vou com as meninas, beijo. –Beijei o rosto dos dois e sai andando. Assim que sai chegou uns caras
lá e formou uma rodinha com os meninos.
Luana: Sabe o que eu acho Thami? Talvez ele não se sinta bem em todos os lugares que vai. –Ela falou
assim que eu cheguei.
Fran: Qual é o assunto?
Thami: Dog. Ai amiga, ele me mandou mensagem com carinha triste.
Fran: Você foi dura com ele Thami, não precisa tacar o foda-se pra tudo. Senta, respira, sai de perto e
depois volta pra se resolver.
Thami: Porra, mas é foda você querer sair e seu namorado querer ficar em casa né? Ah tenha dó. Já fico
em casa com ele a semana toda.
Luana: Mas valeu a pena você estar aqui com o coração em casa? Vale a pena deixar seu homem em casa
por uma festa? Eu sei que isso aqui ta bom demais né doida, mas porra é só uma festa.
Thami: É sempre uma festa, quando eu ver foram todas e ai eu não curti quase nada.
Fran: Nem tudo é só curtição amiga. Pensa nas coisas que ele abre mão por você.
Thami: Ain que cu. –Ela olhou para o teto para não deixar as lágrimas caírem e eu a abracei.
Luana: Pede seu homem pra te buscar amiga, vai dar umazinha com ele pra fazer as pazes.
Thami: Eu odeio vocês duas. –Ela riu abraçando nós duas ao mesmo tempo.
Fran: Também amamos vocês.
Thami: To indo lá manas, vou esperar lá fora. –Ela deu um beijo nos nossos rostos.
Fran: Vou contigo pra te fazer companhia. –Ela pegou na minha mão, foi se despedir dos meninos e então
descemos e fomos andando até a saída. Ela ligou para o Dog que demorou pelo menos uns 40 minutos
pra chegar. Ele nem saiu do carro, a Thami entrou e assim seguiram.
Voltei para a festa e assim que pise dentro, a Thalita cruzou meu caminho.
Thali: Hmm se não é a próxima corna da noite. –Ela riu debochando.
Fran: Thalita, aceita que agora quem está com o Imperador sou eu. Se ele nunca assumiu você deve ser
porque você nunca esteve no nível de mulher para andar ao lado dele. –Dito isso sai andando. Não ia ficar
batendo boca com aquela menina, não vou levantar meu tom de voz e muito menos trocar tapas com ela,
não sou lixeiro pra ficar pegando em lixo.
Os olhares para mim eram inegáveis, assim que subi para área vip já não vi mais a Luana e o Russo, mas
vi o Imperador me olhando um pouco sério e os amigos dele forçando para não olhar pra mim. Cheguei o
abracei de lado.
Fran: Oi oi gente. –Cumprimentei a todos com um aceno e sorri.
Todos: E ai. –Eles sorriram juntamente me secando. O Imperador fez um copo pra mim e me deu.
Imperador: Demorou ein. –Ele falou no meu ouvido.
Fran: Dog que demorou. –Respondi no ouvido dele.
Imperador: Vamos lá pra baixo.
Fran: Entendi tudo, vamos.
Imperador: Ai galera estoura tudo ai que logo mais eu volto. –Ele pegou na minha mão e foi me guiando
lá pra baixo.
Eu que já estava no meu sexto copo, já estava me sentindo nas nuvens. Dançando junto com o povo lá,
eu me soltei completamente, nem liguei em rebolar e sarrar gostoso no pau do Imperador.
Russo apareceu mais tarde trocando os pés e com a blusa toda amarrotada.
Imperador: Porra ein tigrão.
Russo: Nem fala fiel. –Ele riu torto e deu uma golada no seu copo de bebida.
Nós três ali não prestou, Russo catou uma mina qualquer ali e já caímos pra putaria dançando e bebendo
pra porra. Claro né que o Imperador se comeu de ciúmes quando um cara parava pra ficar olhando pra
mim. Ele só levantava a camisa e mostrava que estava armado. Dava medo né? Se algum cara abusar é
capaz do Imperador cometer loucuras.
Um cara se aproximou da gente e parecia que ele era o rei da festa, até porque todos paravam pra olhar
pra ele.
Xxx: Fala tu nego vei. –Ele cumprimentou rindo o Imperador e fizeram um toque de mão.
Imperador: E ai patrão, tudo firmeza?
Xxx: Comigo sempre. E ai Russão. –Ele deu um soquinho no ombro do Russo que riu pra ele.
Russo: Com certeza né porra.
Xxx: E essa gostosa aqui é quem? –Ele disse me secando e eu fiquei toda sem graça.
Imperador: Qual foi porra? Perdeu a noção do perigo pra mexer com a minha mulher caralho. –Ele fechou
a cara e endureceu o olhar para o cara.
Xxx: Que isso irmão, não sabia que era tua mina. –Ele riu toda sem graça se defendendo-. Desculpa mina.
Fran: Beleza. –Assenti com a cabeça.
Imperador: Ta sabendo agora, não quero que se repita essa porra.
Xxx: Ai vai rolar um negócio ai firmeza, vocês dois vão fechar?
Imperador: Que negócio?
Xxx: Vem que lá na sala eu explico.
Russo: Uma festa desse nível tem que ter algo por trás.
Xxx: Sabe que comigo tempo é dinheiro.
Imperador: Adoro dinheiro. –Ele riu-. Vamos lá pra analisar, se for suave a gente fecha.
Xxx: Meus negócios com teu pai é de anos, nunca quebrei a firma.
Imperador: Claro né parceiro, você não tem cu pra se sustentar sozinho.
Xxx: Olha o respeito.
Imperador: Respeita a hierarquia então irmão. –Ele debochou e olhou pra mim segurando no meu rosto
de leve e fazendo carinho com o polegar-. Eu vou e já volto, vai lá pra cima e me espera.
Fran: Toma cuidado.
Imperador: Sei onde piso.
Fran: Te amo.
Imperador: Amo você também. –Ele sorriu, se afastou de mim e foi com os caras. Fui para a área vip e
encontrei a Luana sentada em um puff rindo com umas garotas. Assim que me aproximei, a Luana me
pegou pelo braço e me jogou pra cima das meninas.
Não custou nada e a conversa rolou solta, dançamos pra porra. Eu havia parado né, já estava ficando
louca demais.
De repente, um estalo fez com o som parasse e as luzes se apagassem. Em seguida foi os barulhos
seguidos de tiro que fez que o terror se instalasse ali. Várias mãos me agarraram, um empurra pra lá e
pra cá. Uma gritaria infinita seguida de um tiroteio incessante. Meu coração na boca, eu não conseguia
achar a Luana. Minha mente deu mil e umas voltas, o que eu fiz foi correr para a parede e me encolher no
chão. Meu coração pulava pela boca e a cada tiro eu gritava junto de pavor junto com as outras pessoas.
Minha cabeça estava no Imperador, com o medo do pior acontecer. No Russo e na Luana também. Deus
me proteja e proteja quem eu amo também.
Eu não sei por quanto tempo o tiroteio rolou. Os gritos de socorro, o barulho no local, tudo aquilo ficou
muito confuso na minha cabeça. Meu coração em cada batida parecia que iria sair do meu peito, eu suava
frio e não sabia o que fazer. Aos poucos meus sentidos foram se perdendo e eu senti que estava
sucumbindo ao pânico e foi quando eu perdi os sentidos.
Parecia que havia um milhão de abelhas dentro da minha cabeça quando o tiroteio acabou por ali, havia
gritos e um cheiro horrível ali dentro que eu não conseguia reconhecer de que era. Tremendo muito, fui
engatinhando pelo local onde estava e acabei cortando minha mão em cacos de vidro no chão. Então foi
que percebi que estava chorando, levantei do chão e fui andando as cegas me segurando para sair dali
utilizando meu mapa mental. Tropecei no primeiro degrau da escada e foi então que notei que havia
tropeçado em um corpo. Dei um grito agudo e fui para trás. Os gritos de gente pedindo ajuda e de coisas
quebradas ao pisarem era incessante. Peguei o meu celular e liguei de primeira para o Imperador.
Chamou, chamou e ninguém atendeu. Eu não conseguia concentrar minha mente, o desespero me levava
a beira da loucura. Era do meu namorado, do Russo e da Luana que eu estava falando. De pessoas que
importavam muito para mim. E pessoas que estavam ali para se divertir. Vidas.
Tentei ligar para a Luana, para o Russo e nada. Eles não me atendiam. E então liguei para a Babi. Depois
de muito tocar ela atendeu.
🔸 Início da Ligação 🔸
Babi: Franciellen aconteceu alguma coisa?
Fran: Ba... Bab... Dona Babi. Me ajuda em nome de Deus. –Chorando, eu fui deslizando no corrimão da
escada até sentar em um degrau.
Babi: Franciellen o que aconteceu? Por que está chorando? JR acorda que aconteceu alguma coisa, anda
porra.
Fran: Um tiroteio. Eu me perdi do Imperador, do Russo e da Luana. Pelo amor de Deus, ajuda a gente. –
Eu falava alto e desesperada.
Babi: JR CARALHO ACORDA! FRANCIELLEN SE ACALMA QUE ESTAMOS INDO BUSCAR VOCÊS. VOCÊ ESTÁ
FERIDA?
Fran: Não, eu não estou. Mas o Imperador, sogra, ele havia saído com o Russo para resolver negócios. E
não tenho sinal dele.
Babi: Meus meninos... OLHA CALMA OK? ESTAMOS CHEGANDO. ME DIZ ONDE É O LOCAL DA FESTA.
Fran: Eu não conheço esses cantos, falaram que é... Ai minha cabeça... Salão do Washington, foi esse o
nome.
Babi: Ta tchau. Não tenta sair daí, fica em um local seguro.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Xxx: Franciellen? –Senti uma mão me pegar com firmeza pelo braço e me levantar dali.
Fran: Me larga. –Tentei me puxar.
Xxx: Calma porra é o Liminha.
Fran: Ai Liminha... –Eu o abracei com força.
Liminha: Eu vou te tirar daqui. Você está ferida?
Fran: Eu só saio daqui com o Imperador, com o Russo e a Luana.
Liminha: Mano, agora é cada um por si, se salva e depois você salva teus amigos.
Fran: Não me interessa, eu dou a minha vida pelos meus amigos.
Liminha: Você não acha ninguém nesse caos porra. Vamos. –Ele me pegou pelo braço e me carregou dali.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 96º capítulo 🐾 Russo narrando
Meu pai me ensinou a confiar, porém desconfiando. Saber apertar a mão e saber a hora de soltar
também. Meu pai me ensinou a ser homem e não me criou pra cair em papo de vacilão. Eu e o Imperador
já estávamos ligado desde o momento em que o Washington apareceu com papo de negócio. Ele já
fortaleceu muito dentro da favela, cada treta que já comeu e ele que negociou muitas fitas. Mas
observador do jeito que eu sou, só pelo sorriso malandro nos lábios dele, já dizia que tinha malandragem
no fundo disso. E no caminho para uma sala reservada, Imperador fez um sinal já antigo nosso que é
mexer na orelha com os três dedos centrais. Esse sinal significava pra ficar de olhos abertos e/ou que a
situação não era confiável.
Difícil é a minha intuição errar, dito e feito. Washington veio com uma proposta de fechar negócio com
uns argentinos que iriam trazer uma mercadoria nova para o RJ e ia formar um triângulo entre três
favelas pra comercializar o produto. É claro que ele iria tirar a taxa dele por fora com um preço alto pra
caralho. Só ele no caso sairia se beneficiando. Quer fechar com várias tropas beleza, mas quem conhece o
Imperador sabe que pedir pra ele confraternizar com o inimigo não rola. E eu assino embaixo.
Imperador: Não vem com papo torto pra cima de mim, Washington. Tu ta ligado que dentro do meu
morro as paradas não funcionam dessa forma e tu quer vir pra cima da gente com casinha. To metendo o
pé meu irmão, quando tu quiser negociar feito homem tu sabe onde fica minha boca. E outra, quem se
mistura com porco farelo come.
Washington: Tu falou o que meu irmão? Ta achando que tu é seu pai pra falar assim comigo?
Imperador: Se eu fosse meu pai nunca teria deixado uma cobra como tu se criar lá dentro da quebrada. –
Ele colocou o dedo da cara do Washington e eu já analisei os outros caras ali dentro da sala. Que pelo
visto compartilhavam do mesmo pensamento do Imperador.
Washington: Tu não sabe o que está perdendo Imperador.
Imperador: Se tem alguém que não sabe de algo aqui é você.
Washington: Tu é um homem morto.
Imperador: Eu posso morrer, mas antes que a minha última gota de sangue caia nessa terra, você pode
ter a certeza de que você vai conhecer o que a gente faz dentro do morro com quem não sabe jogar. –Ele
passou por mim e saiu da sala. Olhei para todos e sai em seguida batendo a porta atrás de mim.
Russo: Vamos meter o pé.
Imperador: Pega a Luana que eu vou pegar a Fran. Não sai daqui sem ela e parceiro me encontra no
morro. –Dito isso ele já apertou o passo com o rádio na mão, não da pra dormir na missão e ficar em um
local onde você sabe que pode dar sujeira a qualquer momento.
Comecei a caçar a Luana por todos os cantos, olhava para todos os lados e então mandei mensagem pra
ela.
🔸 Início da Conversa 🔸
Russo: Loira onde você está?
Luana: Perto do bar na pista.
Russo: Fica ai que eu vou te pegar.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Praticamente voei para onde a Luana estava, assim que a encontrei já fui pegando pelo braço dela e a
arrastando para fora dali.
Luana: PORRA RUSSO ME SOLTA.
Russo: LUANA CARALHO VAMOS EMBORA, SUJOU.
Luana: SUJOU PORRA? O QUE SUJOU? –Luana bêbada é foda. Sabia que ela ia começar espernear ali, a
peguei no colo e a joguei pra cima do meu ombro. Fui abrindo passagem pelo meio do povo quando ouviu
um estouro, do nada começaram invadiram ali atirando pra tudo que é canto.
Russo: Porra sujou loira. –A coloquei no chão e sai correndo com ela para onde eram os banheiros.
Conhecia aquele salão ali até no escuro. O tumulto de pessoas atropelou nós dois e eu não soltava a mão
dela por nada.
Luana: ME TIRA DAQUI RUSSO. –Ela gritava mole de bêbada.
Russo: CALA A BOCA PORRA. Cheguei dentro do banheiro. –Tranca a porra da porta.
Xxx: Menino o que está acontecendo lá fora? Que gritaria é essa? –Uma menina estranha agarrou meu
braço. Liguei a lanterna do meu celular e coloquei na cara da mina.
Russo: Qual é o teu nome porra?
Xxx: Mirella.
Russo: Beleza Mirella tu fica aqui. –Botei a luz na porta e a Luana estava toda mole pra fechar a porta,
ainda havia umas minas no canto quietas uma agarrada a outra-. Tranquem a porra da porta caralho. –
Gritei pra elas e uma até foi ajudar a Luana que caia de tão bêbada. Olhei para a janela do banheiro no
alto.
Russo: Mirella segura a luz na direção da janela ouviu? –Ela assentiu com a cabeça e eu entreguei pra ela.
Ela respirou fundo suando frio e tremendo muito. Assim que ela iluminou a janela, eu subi em cima da
mármore que segurava as portas da cabine dos sanitários e sentei de lado. Tomando muito cuidado pra
não cair dali. Abri a janela e comecei a soltar o vidro para deixar o buraco da janela livre pra gente sair
dali. Às vezes eu reclamo dos trabalhos que meu pai me manda fazer dentro do morro que não
compensava, que eu achava que bandido não tinha que fazer essas paradas, era só mandar e pronto.
Digo e repito: Meu pai me ensinou a ser homem. Uma por uma eu fui fazendo escadinha para as meninas
saírem dali e por último eu sai. Do lado de fora estava uma correria de gente e o tiroteio comendo lá
dentro.
Luana: CADÊ A FRAN, RUSSO? E O IMPERADOR? –Ela gritou agarrada a uma menina.
Russo: O Imperador foi pegar a Fran, ele vai tirar ela lá de dentro. –As meninas estavam apavoradas com
a situação. As levei para o estacionamento e elas se espremeram dentro do meu carro. Fiz o que o
Imperador havia mandado, as levei para o morro.
Mirella: Garoto pra onde você está nos levando? –Ela gritou nervosa-. Nossos pais vão nos matar.
Russo: Cala a boca mina, to livrando a pele de vocês. –Subi o morro rapidamente, já dando ordem para os
manos irem dar reforço lá pra tirar o Imperador em segurança. Assim que parei o carro em frente a minha
casa, meus pais estavam ali desesperados. As meninas saíram de dentro do carro junto com a Luana.
Pezão: O que aconteceu porra?
Russo: Ai coroa aquele filho da puta do Washington com certeza quis armar pra gente, jurou Imperador
de morte. Ele me fez tirar a Luana lá de dentro, acabou que eu tirei essas minas também.
Fulana 1: Eu quero minha casa.
Russo: Cala a boca porra, já te livrei de uma.
Fulana 2: Eu não sei que lugar é esse, eu estou com frio.
Maísa: Meninas se acalmem, eu vou levar vocês pra casa.
Luana: Porra tia, maior tiração, a festa estava muito boa. –Ela deitou de barriga para cima no capô do
carro.
Russo: Eu vou voltar lá pra pegar o Imperador.
Pezão: Imperador sabe se virar sozinho.
Russo: Não me interessa, to indo. –Tirei a Luana com força de cima do meu carro, entrei, liguei meu carro
e desci de ré. Na metade eu manobrei com tudo e desci o morro em alta velocidade. Peguei a pista direto
para aquele salão dos infernos e quando cheguei não havia mais barulho de tiro. Havia um monte de carro
de polícia, não ia me sujar saindo do carro e então segui direto. Passei um rádio atrás do salão de festas
para o Dado.
🔸 Início da Chamada 🔸
Russo: Qual é a tua posição?
Dado: Pegamos o Washington. JR chegou aqui com a loira, ela levou a mulher do chefe pra casa. Liminha
estava fazendo guarda da Franciellen.
Russo: E o Imperador?
Dado: Eu estava ocupado botando os filhos da puta no chão. E oh fiel, to com a mente aqui batutando de
umas paradas. Assim que achar o patrão, nós vai conversar sobre isso lá na boca.
Russo: Tudo certo, ta cheio de polícia aqui fora, cuidado ai dentro.
Dado: Sai fora daqui, deixa que nós faz o serviço aqui e cai fora.
Russo: Me deixa avisado.
Dado: Nós é do corre mano, sabe como procede os movimentos pra dar tudo certo.
Russo: To confiando a vida do meu irmão em vocês ein.
Dado: Sempre, patrão é parça.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Por incrível que pareça eu não estava tão preocupado com o Imperador, ele sabia se virar e eu sabia que
estava tudo bem com ele. Meu mano é macaco velho, criado pulando de barraco em barraco atrás de pipa
ou correndo com a mochila cheia de grana quando os vermes batiam no morro. Liguei meu carro e meti o
pé dali.
No meio do caminho meu celular começou a tocar e então atendi.
🔸 Início da Chamada 🔸
Maísa: Filho onde você está?
Russo: Indo para a casa.
Maísa: Ótimo meu amor, Imperador chegou aqui.
Russo: Graças a Deus, sabia que meu mano sairia dessa.
Maísa: Vem logo meu amor, estou preocupada.
Russo: Mamãe eu estou bem.
Meninas: HMMMMMM MAMÃE. –Ouvi uma gritaria junto de risada.
Russo: Nossa mãe você está no viva-voz?
Maísa: Estou filho.
Russo: Nossa que vacilona, tchau.
Maísa: Para de besteira.
Russo: TCHAU DONA MAÍSA.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Minha mãe é foda, quando ela quer me constranger ela faz de tudo puta que pariu. Cheguei ao morro e
pelo horário estava até bastante movimentado. Assim que cheguei a minha casa estava um grupo de
pessoas em frente e então reconheci que era Imperador, Cat, Fran, meu pai e meus padrinhos. Parei meu
carro um pouco abaixo e sai do carro.
Imperador: Que demora é essa viado? Estava com medo.
Russo: Medo o cacete, fui atrás de você.
Babi: Ainda bem que todos estão bem. –A Catarina estava olhando para mim. Eu conheço essa marrenta
de longe, sei que ela está doida para me dar um abraço. Aproximei-me do povo.
Fran: Tudo estava bom demais para ser verdade. –Ela estava encolhida nos braços do Imperador.
JR: O pior já passou, agora eu quero achar o filho da puta do Washington.
Catarina: Ninguém ameaça meu irmão assim na cara dura. Filho da puta, nojento!
Russo: Fora que colocou um monte de gente em perigo. Mano ta um caos aquilo lá.
Imperador: Já temos muito problema pra poder se preocupar com o Washington no momento. Ele não vai
conseguir o que queria aqui no RJ. Ninguém que estava lá concordou com a proposta dele.
Pezão: Vamos deixar pra conversar isso outra hora.
Babi: Só vamos esperar a Maísa chegar, depois a gente entra. –Ficamos trocando uma ideia e eu não
conseguia tirar o meu olhar da Catarina, ela tentando conter o sorriso bobo era inevitável.
Ao longe avistei uma menina descendo o morro e ao se aproximar percebi que era a Ana Luísa. Achei
estranho pra caralho ela sozinha às 4 horas da manhã na rua sozinha. A Catarina seguiu meu olhar até o
da Ana e fechou a cara.
Russo: Cat...
Catarina: Tanto faz. –Ela deu de ombros e saiu andando arrastando sua perna em direção a sua casa.
Imperador: O que foi isso? –Ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
Russo: Nada não parceiro. –Sai correndo e fui em direção a Ana Luisa-. Está indo pra onde? –A peguei
pelo braço e a fiz virar pra mim.
Ana Luisa: Estou indo para a ONG.
Russo: Fazer o que lá?
Ana Luísa: Dona Babi deixou que eu dormisse em um quarto por lá.
Russo: Seus pais não vão te perdoar?
Ana Luísa: Eles vão, um dia quem sabe. Mas estou arrumando uma casa por aqui.
Russo: Beleza, Ana. Estou de olho em você, não fica andando sozinha.
Ana Luísa: Pode deixar, eu estou bem. –Ela sorriu sem graça e então a deixei ir.
Voltei para onde o povo estava e a minha mãe havia chegado. Meu padrinho me olhou com uma cara
nada boa. Na verdade quando eu voltei eles ficaram em silêncio.
Russo: Ok então eu vou pra minha casa e dormir.
Fran: Ai gente que climão vocês ein. Ele só foi falar com a menina.
Imperador: Deixa isso pra lá morena, vamos pra casa. –Ele puxou a Fran-. Bença mãe, bença pai, tchau
tios, tchau mano. –Ele fez um toque de mão comigo.
Russo: Tchau irmão. To indo também.
Fran: Tchau gente. –O Imperador foi até a moto dele, subiu e a Fran subiu em seguida.
Babi: Tchau meu anjo. –Ela beijou minha testa.
Russo: Bença mãe. –Ela beijou minha bochecha e as duas foram subindo o morro para suas casas.
JR: Não brinca com a minha filha. –Ele me olhou sério.
Russo: Não estou brincando com a Cat, padrinho.
JR: E precisava daquilo?
Russo: Eu não tenho nada com a Ana Luísa e nunca vou ter. Eu to de olho na mina porque não confio
ainda nela.
Pezão: Não interessa o que você esteja fazendo. Enquanto você ficar trocando sorrisinho com a Catarina
na frente de todo mundo, não pensa em olhar para o lado. Você se queima feio. Mulher adora proteger
mulher.
JR: Não se esqueça que é a minha filha. Se eu a ver chorando por causa de você, eu vou fazer você
chorar. Estamos entendidos?
Russo: Catarina chorar? –Ri e eles riram juntos.
Pezão: Vamos considerar o fato que a Cat chora uma vez na vida e outra na morte.
JR: Ela é foda né. –Ele riu concordando.
Russo: Tenta ser o namorado dela pra ver. –RI-. Vou pra casa, abraço.
Pezão: Vai lá moleque. –Entrei no portão de casa e o tranquei. Abri a porta da casa e a tranquei em
seguida. Tirei a arma da cintura e joguei tudo em cima do sofá. Fui para o meu quarto enquanto tirava a
camisa e deitei na minha cama.
Meu celular começou a vibrar e então peguei pra ver minhas mensagens no Whatsapp. Era a Catarina,
ignorei as outras mensagens ali e abri a conversa dela pra poder responder.
🔸 Início da Conversa 🔸
Catarina: É aquela a mina que dormiu na tua casa?
Anda Russo! Me responde
Russo: Como você sabe que alguma mina dormiu na minha casa?
Catarina: Meu amor não é porque eu estou presa dentro de casa que eu não saiba das coisas. Eu tenho
informante no morro inteiro.
Russo: Ela dormiu sim mano, não tem porque eu te esconder isso. Não estou entendendo esses ciúmes. A
mina é conhecida da tua mãe, não quero e nem vou me envolver com ela.
Catarina: Então pra que fica olhando pra ela?
Russo: Porque eu tenho olhos (???)
Catarina: Fica debochando mesmo.
Russo: Não é deboche Catarina, é você que vê coisas onde não há.
Catarina: Quer saber? Dane-se! Eu não posso cobrar nada pra você porque eu terminei contigo tudo
mesmo.
Russo: Beleza mina, suave.
Catarina: Suave?
Russo: É, suave.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Dei a conversa como encerrada, não iria render assunto pra Cat porque eu sei que a gente iria brigar
muito feio. Fui para o banheiro, tomei um banho, coloquei uma samba canção e me joguei na cama.
Fechei os olhos tentando dormir, virei de um lado, virei para o outro e nada. Sabe qual é o foda? Quando
sua mente fica preso numa mulher e ela te tira o sono. Do jeito que eu estava, só peguei minhas chaves e
coloquei minha arma na cintura. Fui caminhando pela favela até chegar à casa da Catarina. Olhei para a
janela do quarto dela e estava todo escuro. Pulei no muro, andei no sapatinho para poder não cair e fui
pra cima do telhado da casa dela tentando não fazer muito barulho. Me agarrei na beira da janela dela e
estava mal fechada. Então a abri e entrei no quarto dela. Para a minha surpresa ela não estava na cama,
ouvi o barulho do chuveiro e então fui até lá. Ela estava em frente ao espelho analisando seu corpo e
então ela olhou para mim através do espelho e tomou um susto. Antes que ela gritasse, eu a peguei por
trás e tampei sua boca.
Russo: Não grita sua doida. –Sussurrei e tirei a mão dela da minha boca.
Catarina: O que veio fazer aqui seu idiota? –Ela virou para mim furiosa.
Russo: O idiota veio dormir com você. –Me encostei a parede e fiquei a olhando-. Você tira meu sono, eu
não iria dormir enquanto não viesse aqui.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 97º capítulo ❄ Catarina narrando
Eu perdia totalmente o controle quando se tratava do Russo. Eu não conseguiria ser a Catarina de
sempre, durona e marrenta, enquanto meu coração estivesse com a sensação de partido. Enquanto eu
não tivesse o Russo todos os dias em minha cama. E vê-lo ali na minha frente, dizendo que não conseguia
dormir, porra aquilo fez meu coração ir parar no chão.
Catarina: Eu não quero brigar Russo.
Russo: Eu não vim para brigar.
Catarina: Você não pode aparecer aqui, ficar comigo e depois ficar olhando pra outra mulher NA MINHA
CARA. E justo a mulher que dormiu na sua casa. –Ele, que estava me olhando sério, olhou para o chão e
começou a rir-. Qual é a graça seu imbecil?
Russo: Você fica linda com ciúmes porra.
Catarina: Linda vai ficar a Ana Luísa no túmulo dela.
Russo: Não seja agressiva.
Catarina: Não seja cretino.
Russo: Não fiquei com ela porra.
Catarina: E o que foi aquela olhada pra ela?
Russo: Uma olhada qualquer porra, não foi uma olhada de prazer ou coisa do tipo. Ela é assunto do
morro, Cat, eu não tenho interesse nela. Eu nem confio direito nessa mina. –Cruzei meus braços e fiquei
olhando pra ele.
Catarina: Eu odeio você. –Sai andando e ele veio atrás de mim, assim que ele me pegou no colo ele foi
me levando para a cama. Assim que ele me deitou na cama, veio para cima de mim deitando sobre o meu
corpo. Ele colocou uma mão na minha bochecha e fez carinho.
Russo: Sabe qual é a melhor parte de quando você diz me odiar?
Catarina: Qual?
Russo: É a parte que isso é mentira. –Ele encostou sua testa na minha. A respiração dele fazia cócegas na
minha pele e eu abri um sorriso quase ao mesmo tempo que ele.
Catarina: O que é que estamos fazendo?
Russo: Sendo eu e você.
Catarina: Estamos quebrados, Russo, você sabe que estamos.
Russo: Não estamos quebrados, estamos onde deveríamos estar desde o início. –Eu perdi completamente
a fala depois disso, meu coração batia tão forte que eu tinha certeza que ele poderia ouvir perfeitamente.
Catarina: Eu amo você Russo. Você me ama também?
Russo: Pensei que já estivesse claro há muito tempo, Cat. –Ele selou nossos lábios e eu deixei que aquele
beijo acontecesse. Por mim, por ele, pelo nosso amor, pelas coisas que passamos juntos e que ainda
vamos passar. O Imperador tinha razão, minha mente e meu coração estavam com toda razão. Eu não
preciso mudar, eu sou a Catarina, eu posso tudo o que eu quiser.
O dia amanheceu e os lábios do Russo ainda não haviam se desgrudado dos meus, nem o ar-condicionado
foi o suficiente pra diminuir o calor de nossos corpos. Não rolou sexo, apenas nos amamos, sentimos um o
corpo do outro, matamos a saudade do tempo em que eu o tinha apenas para mim e não aproveitei.
Russo: O dia já amanheceu. –Ele sorriu olhando pra mim e em seguida para a janela.
Catarina: Daqui a pouco meus pais acordam.
Russo: Eu vou para a minha casa, morena.
Catarina: Dorme um pouquinho aqui. –Fiz beicinho e ele deu um selinho nele.
Russo: Se o seu pai me pega aqui ele me mata.
Catarina: Não mata nada, eu defendo você.
Russo: Você com sua perna assim é foda né. –Ele riu.
Catarina: Não fica implicando.
Russo: Eu vou indo lá ta morena?
Catarina: Poxa amor.
Russo: Eu volto, sempre volto. –Ele sorriu e beijou minha testa.
Catarina: Eu vou estar aqui te esperando.
Russo: A parte boa da sua perna ainda está assim é que você não fica andando muito por ai. –Ele
levantou da cama e riu baixinho.
Catarina: Depois eu sou a ciumenta.
Russo: Você é foda ne Cat.
Catarina: Posso fazer nada, cuido do que é meu.
Russo: Cuida direitinho também. –Ele se curvou, selou nossos lábios e foi até a janela.
Assim que o Russo se foi, eu fiquei sorrindo feito idiota até finalmente pegar no sono. Finalmente eu
sentia que a minha vida estava começando a entrar nos eixos. A mudança acontece sozinha, não preciso
forçar nada.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 1 mês depois...
Catarina: Oh! Cheguei nessa porra pra por ordem, quero ver como que ta tudo por aqui. –Entrei na boca e
todos pararam o que estavam fazendo para me olhar. Eu havia tirado meu gesso ontem e hoje que eu ia
mostrar pra esse morro inteiro que o furacão Catarina estava de volta. Dia de baile aqui na comunidade,
eu ia rebolar até não aguentar mais. Fiquei ali trocando uma ideia com os manos, colhendo informações
até que meu gostoso apareceu sem camisa do jeito que eu gosto. Mordi meus lábios olhando para o
Russo na cara de pau mesmo.
Dado: Caralho Catarina, nem disfarça porra.
Catarina: Ué, desde quando eu tenho que disfarçar pra olhar para o meu macho?
Russo: E ai dona. –Ele veio até a mim, me deu um selinho e fez um toque de mão com o Dado.
Catarina: To a fim de pegar uma praia.
Russo: Chama as meninas, não posso sair daqui hoje. Imperador saiu pra resolver uns problemas.
Catarina: Boa ideia, vou indo meu amor. –Levantei e dei um selinho nele. Me despedi do povo e fui.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 98º capítulo 💎 Imperador narrando
1 mês havia se passado desde a noite em que rolou o tiroteio dentro do salão de festas do Washington.
Meu pai, querendo sempre proteger o que é nosso, disse que não era para deixar o Washington se criar,
mesmo eu achando que ele era uma ameaça insignificante. Meu pai mandou, então assim eu obedeço.
Minha relação com a Fran não estava ainda estabelecida e pior, estava um pouco estremecida. Ela ficou
muito mal após o tiroteio e também pudera, ela viu a morte de frente. Encarou uma realidade que ela
nunca foi acostumada. Então ela começou a treinar junto com a minha tia, que estava a ensinando a
atirar, ela estava lutando MMA e também malhando junto com a Luana. Por um lado, eu estava orgulhoso
demais pela Fran. Ela estava conseguindo superar os traumas dela, estava começando a se transformar
em uma nova Franciellen que eu admirava muito mais. Ela estava se transformando em um mulherão,
com a cabeça no lugar e com o coração mais fortalecido. De outro, existia a distância emocional de nós
dois. Eu estava ocupado demais com as coisas do morro, meu pai estava pegando firme no meu pé e para
fuder tudo de uma só vez, o teste de DNA confirmou que o filho da Manu é meu. A Fran não precisou
dizer nada, porque eu li no olhar dela escrito: O seu primeiro filho não vai ser comigo. Não estava infeliz
com a gravidez da Manu, era um filho meu porra, vou assumir e é isso mesmo. Mas também não estava
satisfeito com o inferno que a Manu começou a causar na minha vida.
Passei pra recolher o dinheiro de outras bocas e fui para a casa da Fran. Assim que cheguei ela estava
arrumada como se estivesse indo para a praia ou para um clube.
Imperador: Vai aonde? –Falei assim que sai do carro.
Fran: Pra praia amor, não recebeu a mensagem?
Imperador: Celular descarregou.
Fran: Vamos? –Ela entrelaçou os braços em volta do meu pescoço sorrindo.
Imperador: Eu não posso.
Fran: Nunca pode né. –O tom de voz decepcionado dela me partiu o coração.
Imperador: Poxa amor...
Fran: Tudo bem, Imperador.
Imperador: Vai para o baile hoje?
Fran: Eu não sei, Tota perguntou se eu não queria passar uns dias na casa dele.
Imperador: De jeito nenhum. –Exagerei demais no tom grosso até que ela se afastou de mim.
Fran: Que isso, Bruno?
Imperador: Não amor, foi mal.
Fran: Foi mal nada, você anda muito estranho, quer me dizer o que está acontecendo?
Imperador: Eu não ando estranho, você sabe muito bem o que é.
Fran: Eu estou estranha com você, porque você está estranho comigo. Cheio de segredinhos, eu chego
perto e você desconversa quando está falando com o Russo, some por uma semana inteira e depois
aparece com a cara lavada. Eu fico dentro de casa só esperando você aparecer e nada porra? Eu passei o
final de semana trancada em casa porque se eu falo que vou sair você não gosta. Agora meu irmão me
chama pra passar uma semana com ele e a família dele, então você me nega? Por favor né, você não é
meu dono.
As palavras duras da Fran me atingiram feito flechas e eu tive que engolir tudo no seco, porque ela estava
na razão dela. Eu não tinha nem o que falar, esconder o que eu sei da Fran estava me consumindo por
dentro. Eu estava a perdendo e não consegui nem formar uma frase em minha defesa.
Fran: Você não vai falar nada?
Imperador: Desculpa, eu fui grosso demais.
Fran: Você acha que isso é o suficiente? Você nem me procura mais na cama, Bruno. –Ela deu um passo
para trás e sua voz ficou embargada de choro-. Você ao menos responde quando eu te mando
mensagem, eu pergunto como foi seu dia e você responde com poucas palavras.
Imperador: Fran eu amo você. –Tentei me aproximar pegando na mão dela, porém ela não deixou que a
tocasse.
Fran: Se você me ama então diz o que está acontecendo. –Ela secou suas lágrimas e então eu encostei-
me ao meu carro. Eu sabia que se eu contasse para a Fran, as coisas poderiam perder o controle. Eu não
podia envolvê-la nisso, a minha mãe havia descoberto que o que a Ana Luísa havia falado era verdade. Eu
conheço o Thiego, se ele volta para o RJ a primeira coisa que vai fazer é perturbar a Fran.
Catarina: Eita gente, o que está rolando aqui? –Ela chegou arrumada para a praia também.
Fran: Nada não amiga. –Ela falou sem tirar os olhos de mim. Meu coração estava doendo tanto.
Imperador: Catarina cai fora.
Catarina: Fala direito comigo seu otário.
Imperador: O assunto aqui é particular.
Fran: Particular ou não, você não abre a boca nem para tentar se defender, nem para me impedir de ir
embora.
Imperador: Ir embora?
Fran: Qual é Imperador? Você quer terminar, você fala logo. Você tem outra é isso? Se você tiver, pode
ter certeza que eu vou achar melhor saber da sua boca do que de terceiros.
Imperador: PORRA EU NÃO TENHO OUTRA, MAS QUE PORRA! –Estourei a ponto de chutar a roda do meu
carro.
Fran: ENTÃO QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO BRUNO?
Catarina: Gente para com isso...
Fran: Não se mete Catarina. –Ela fuzilou a Cat com o olhar e depois me fuzilou-. Bruno pelo amor de
Deus, eu não vou ficar aqui correndo atrás de você todo santo dia, para você cagar e andar para mim. Eu
sei que você é um homem importante, que você tem coisas para fazer. Mas e todas aquelas promessas de
amor? O Bruno que eu comecei a namorar não é esse Bruno frio e vazio. Você me deixa sem ter como
agir, com o coração confuso. Eu odeio essa ausência, odeio dormir e ao acordar ver que você nem
respondeu minhas mensagens.
Imperador: Eu estou dando duro para proteger você e os meus, morena. Eu só te peço paciência, eu
prometo que tudo vai se resolver. –Me aproximei dela e olhei firme em seus olhos. Sequei as lágrimas
dela e beijei o topo de sua testa.
Fran: Se me proteger tem como consequência a sua distância, eu prefiro não ter proteção nenhuma.
Imperador: Um dia você vai entender.
Fran: Me explica agora, Bruno. Eu sou sua mulher, eu mereço uma explicação.
Imperador: Eu preciso voltar para o morro, deixei o Russo sozinho.
Fran: Vai lá então. –Ela se afastou e secou suas lágrimas.
Imperador: Amor?
Fran: Vai Imperador, vai fazer o que você tem para fazer.
Imperador: Posso te buscar pra gente ir para o baile?
Fran: Pode sim. –Ela forçou um sorriso e quando fui para beijá-la ela retribuiu com um beijo sem vontade.
Minha vontade era de sentar e chorar ali mesmo na frente dela.
Imperador: Posso te pedir uma coisa?
Fran: O que?
Imperador: Não vai para a casa do seu irmão.
Fran: Claro, eu não vou para a casa dele. –Ela prendeu seu cabelo e disse com a voz estranhamente
pacífica-. Mas eu posso te pedir uma coisa?
Imperador: Pode pedir o que você quiser amor.
Fran: Eu só te peço que você me valorize. Se fosse a Thalita ou a Manu, ou qualquer mina interesseira
que dá em cima de você acharia tudo isso normal. Nem sequer desconfiariam ou reclamariam. Apenas
pegariam seu dinheiro, iriam sentar o cu na sua moto junto com um sorriso safado no rosto e daria a xota
para o primeiro que aparecesse. Se eu reclamo é porque eu te amo, no dia que eu permanecer em
silêncio fique sabendo que é porque eu parei de me importar. –A voz mansa e afiada da Fran foi como mil
agulhas ao mesmo tempo no meu corpo. O olhar convicto da Fran foi o que me matou por dentro. Eu
mais do que todo mundo odiava aquela situação. Troquei olhares com a Catarina e ela me desaprovava,
tanto que ela já havia tirado satisfação comigo a respeito disso juntamente com a minha mãe. Eu fiquei
quieto, não tinha forças para dizer mais nada.
Catarina: Vamos embora, amiga. Não tem mais nada o que você possa fazer aqui. –Ela pegou a Fran pelo
braço-. Conheço a peça por 20 anos. –Ela foi levando a Fran até o carro e rapidamente a Catarina seguiu
descendo o morro com a minha menina...
Entrei no carro e soquei tanto o volante que chega que um corte em processo de cicatrização abriu
novamente. Voltei para o meu morro puto, quando cheguei na boca topei com o meu pai logo na entrada.
JR: Qual foi Imperador?
Imperador: Eu estou puto.
JR: Só vive assim ultimamente né.
Imperador: Será por que né? As pessoas não param de me sugar.
JR: As pessoas não te sugam, você que se enrola na missão.
Imperador: Eu acabei de ter uma briga feia com a Franciellen e sinceramente? Eu não estou com saco.
JR: Conta pra ela porra!
Imperador: Eu não vou contar caralho nenhum pra ela. Eu não vou arriscar tudo assim.
JR: Você vai perder ela assim, Imperador. Para de ser cabeça dura e me ouve.
Imperador: Se o Tota descobre o que a gente sabe ele vai pegar a Fran, eu tenho certeza disso. Pai você
mais do que ninguém sabe como é essa dor. Então não me pressiona.
JR: A Franciellen já perdeu coisas demais, não seja mais uma coisa que ela perdeu. –Ele saiu andando-.
Abre teus olhos, Imperador.
Eu estava com a cabeça cheia, subi no terraço da boca e ali fiquei fumando um charuto. Lembrei logo da
vez quando eu peguei o fichário dela e fiz com que ela viesse aqui. Aos poucos uma enxurrada de
momentos ao lado da Fran invadiu minha mente. Olhando as nossas fotos juntos, eu senti o peso da
minha mentira cada vez mais afastando nós dois.
Russo: Mano? Mano você está me ouvindo? –Olhei assustado pra ele-. Qual foi cara, to te chamando um
tempão.
Imperador: Foi mal viado, estava com a mente fechada aqui.
Russo: Problemas no paraíso?
Imperador: Você ta ligado em tudo.
Russo: Brigaram?
Imperador: Brigamos.
Russo: A Fran está preparada, Imperador.
Imperador: Ela não está, Russo. Eu sei que não está.
Russo: E quando vai estar?
Imperador: Ela não tem mais o pai, a mãe dela nunca sequer fez o papel de mãe, o padrasto fudeu com a
vida dela e agora o irmão é um mentiroso. Tem noção o que é isso? A Fran só tem 17 anos.
Russo: Ela cresceu mais do que nós dois juntos, irmão. Ela sabe se virar e ela ganhou uma família irmão.
A Fran está cada dia mais mudada, eu converso com a Luana direto e ela fala que a Fran evita falar em
você. Sabe por que ela evita? Porque dói mano. A gente evita o que machuca. Você é o único que
ultrapassa as barreiras dela, não espera outro fazer o papel que deveria ser teu.
Imperador: Como eu sou burro. –Levantei rapidamente e chutei a cadeira pra longe.
Russo: Tu é burro mesmo, a orelha ta até crescendo.
Imperador: Vai se fuder.
Russo: Malandro como que eu sei que tu é, dá um trato na morena.
Imperador: Ela ta com raiva.
Russo: Tenta mano.
Imperador: Eu vou tentar, pode deixar. –Depois fomos lá pra baixo porque não somos vagabundos.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 99º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Assim que eu a Catarina chegamos a praia, nos encontramos com a Thami. Infelizmente a Luana não
pode vir, depois de muita conversa ela e a Catarina finalmente se perdoaram. As duas são primas, não
precisam ficar brigadas por conta do passado não é mesmo?
Thami: Vish que cara é essa Fran?
Catarina: Imperador né.
Thami: O que aquele viado fez?
Fran: Foi idiota como sempre.
Catarina: Ele vai se arrepender e vai correr atrás.
Fran: Olha eu não quero ouvir o nome Imperador hoje. Vamos tomar umas, relaxar e ficar com uma
marquinha de sol bem linda pra hoje a noite. Que hoje eu vou é parar esse baile.
Thami: Assim que eu gosto de ver, autoestima lá em cima. Não fica se rebaixando não, Imperador faz as
merdas dele e depois se faz de vítima. –Estendi minha canga junto com as meninas enquanto íamos
conversando.
Catarina: Nem eu acho que o que ele está fazendo é certo.
Fran: Meninas eu não quero que vocês tomem uma posição só porque eu e o Imperador não estamos
bem. O que está rolando entre nós dois, não é para vocês se meterem. Antes que eu chegasse, ele já
estava na vida de vocês há muito mais tempo. –Sentei e comecei a passar bronzeador no meu corpo.
Thami: Entendemos isso amiga, mas porra não tem como ficar calada quando a tristeza está estampada
na sua cara.
Fran: Eu vou ficar bem ok? Eu e o Imperador vamos nos acertar.
Catarina: Claro que vão, Imperador é lento, mas uma hora ele acorda pra vida.
Fran: Quando ele acordar me avisem, que agora eu vou torrar nesse sol maravilhoso. –Coloquei meu
óculos e deitei de bruços.
Já estava há um tempo ali pegando sol que chega apaguei, quando fui trocar de posição notei que a
Thami e a Cat não estavam ali, com certeza foram nadar.
Xxx: Olha só quem eu encontrei por aqui. –Olhei para acima colocando a mão por cima dos olhos para
tampar os raios de sol batendo nos meus olhos e vi que se tratava do Liminha.
Fran: Eita migo, quanto tempo ein. Fazendo o que por aqui?
Liminha: Dando um tempo do morro.
Fran: Senta ai, bora conversar.
Liminha: Opa é pra já. –Ele ajeitou seu boné na cabeça e sentou ao meu lado.
Fran: Quanto tempo não nos falamos? –Sentei e virei olhando para ele.
Liminha: Desde o dia da festa.
Fran: Verdade. –Mordi o canto esquerdo da boca.
Liminha: Mas e ai, como você está?
Fran: Eu vou bem e você?
Liminha: Ah sei lá, patroa me deixou, meteu o pé pra casa da mãe dela.
Fran: O que você aprontou dessa vez? –Ri.
Liminha: Vacilei feio com ela mesmo, fiquei com outra mulher e ela viu. –Ele riu.
Fran: Você ainda ri? –Fiz cara de cu e dei um tapa no braço dele. A ex mulher dele no caso era tão gente
boa.
Liminha: Eu não vou chorar.
Fran: Você não gostava dela?
Liminha: Gostava, mas tem coisas que não são o suficiente. Não para mim.
Fran: Quando uma mulher vai poder confiar em você, Pedro?
Liminha: Não quero que uma mulher confie em mim, quero que ela me prenda a ela.
Fran: Você quer se prender?
Liminha: Tem uma mina que eu me prenderia facilmente, faz meu tipo. –Ele desviou o olhar para a água.
Fran: E por que não fica com ela então?
Liminha: Desde quando os nossos assuntos giram em torno dos meus relacionamentos? –Ele
desconversou olhando para mim rindo.
Fran: Temos que alternar. –Ri.
Liminha: Não temos que fazer nada, temos que ser nós mesmos sempre.
Fran: Sabe que essa frase não tem sentido né?
Liminha: Dependendo do contexto em que você vai aplicar.
Fran: Você aperta minha mente. –Levantei do chão.
Liminha: Aonde vai?
Fran: Entrar na água. Vamos?
Liminha: Não sou muito fã.
Fran: Isso quer dizer que não sabe nadar.
Liminha: Não, quer dizer que eu não gosto de água salgada.
Fran: E o que está fazendo na praia? –Ele riu olhando novamente para o lado e entendi tudo-. Imperador
te mandou atrás de mim né?
Liminha: É meu trabalho, Fran.
Fran: E por que ele não veio pessoalmente?
Liminha: Ele estava resolvendo umas coisas com o Russo.
Fran: De boa, não vou encrespar com isso.
Liminha: Encrespa não, patroa. Imperador ta fazendo de tudo pra cuidar de você.
Fran: Eu sei disso, Pedro. –Voltei a sentar, precisava desabafar com alguém e o Liminha era a pessoa
certa para isso.
Liminha: Só que você sente a falta dele né? –Ele me ouviu como ninguém jamais ouviu, me entendeu,
concordou e discordou do que eu falava. E por fim, deu uma ideia do que fazer para melhorar a situação.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 100º capítulo 🎈 Thamires narrando
Ao chegar a minha casa da praia, fui para o banheiro, tomei um banho longo e lavei meus cabelos. Estava
com uma marquinha linda. Deixei meu cabelo na hidratação, liguei o rádio no volume mais alto e fui dar
uma geral na casa. Havia um monte de coisa do Dog espalhada pelo meu quarto, foi guardando uma calça
dele que caiu uma foto de uma criança junto a uma mulher. Na mesma hora reconheci a mulher e a
criança, ela é moradora aqui do morro junto com o filho e já a vi conversando com o Dog. Ele diz que ela
é uma amiga antiga. Eu posso ser chamada de paranoica, ciumenta e o que mais for, mas por que o Dog
teria uma foto dessas no bolso de sua calça. Há um bom tempo minha relação com ele estava digamos
esfriando, o sexo continuava maravilhoso, mas estávamos caindo na mesmice. Eu queria sair, ele estava
cansado. Como a maioria das vezes. Ir para o baile já estava virando costume ir sozinha e ele nem sequer
demonstrava ciúmes. Eu poderia usar a roupa mais curta que for, que ele nem sequer falava mais nada.
Peguei meu celular e liguei pra ele, depois de um bom tempo ele atende.
🔸 Início da Ligação 🔸
Dog: Oi amor.
Thami: Que porra de foto é essa na sua calça Rodson?
Dog: Que foto?
Thami: Da Jamilly junto com Yan.
Dog: Que porra de foto, Thamires?
Thami: Meu filho onde é que você está?
Dog: Eu estou na boca.
Thami: Vem rápido aqui em casa que eu estou esperando você.
Dog: Vai ficar na ignorância?
Thami: Eu fico do jeito que eu quiser mozão. VEM PRA CASA A G O R A. Eu não quero ter que repetir com
você.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Deboche e ignorância é comigo mesmo, ainda mais quando eu fico louca de ciúmes. Rodei aquele quarto
inteiro de tanta impaciência. Do nada o volume da música abaixou e eu ouvi barulho vindo da sala, sai do
quarto e topei com o Dog na sala de braços cruzados. Ele estava com uma cara de cu do cacete e de
braços cruzados.
Dog: Qual foi?
Thami: Que essa porra de foto estava fazendo nas suas coisas. –Taquei a foto no peito dele junto com um
tapa e ele me olhou puto. Pegou no meu pulso com força com uma mão e com a outra segurou a foto-.
Me larga.
Dog: Você se acha cheia da moral pra ficar gritando comigo porra.
Thami: Eu quero saber pra que essa foto?
Dog: Não é da sua conta.
Thami: Ah não é da minha conta? Tem certeza Rodson?
Dog: Tenho certeza sim e espero que não fique fuçando minhas coisas.
Thami: E eu espero que você não deixe suas putarias jogadas dentro da minha casa. Vamos fazer o
seguinte querido? Você pega a Jamilly e soca dentro do seu cu. Ambos não estamos satisfeitos com esse
namoro, então vamos dar o ponto final agora? Fica mais fácil pra você dar em cima da Jamilly e para mim
que não tem vocação alguma para ser corna. Otário. –Soltei meu pulso da mão dele, esbarrei nele de
propósito e sai de casa.
O ódio que eu estava sentindo do Dog se transformou em um choro compulsivo e infelizmente esse foi o
momento errado para a Jamilly cruzar meu caminho.
Jamilly: Por que está chorando querida?
Thami: Meu amor não dirija a palavra a minha pessoa, pois não falo cachorrês. –Ela riu debochada e no
momento que ia passar por ela, meu braço foi agarrado com força.
Jamilly: Me respeita pirralha. –Sem pensar duas vezes dei uma pisada no pé dela, um chute em sua
barriga e com o meu outro braço livre juntei em um soco naquela cara de falsa dela.
Thami: TA ACHANDO O QUE PORRA? QUE SÓ PORQUE É MAIS VELHA TEM PEITO PRA VIR PRA CIMA DE
MIM. –Ela sem pensar que eu fosse fazer isso, ficou com cara perplexa e antes que viesse pra cima de
mim a joguei no chão-. Fica ai no chão queria, pois é ai o seu lugar.
Jamilly: MEU LUGAR OU O SEU TUA CADELA? –Descontei toda minha raiva nela e dei vários chutes
naquela piranha, então fui pra cima dela. Quanto mais aquela cachorra gritava e me arranhava, mais eu
batia de tanto ódio. A plateia estava formada, meu cabelo estava emaranhado e eu não sentia a dor
alguma.
Dog: PARA COM ISSO PORRA! –Ele gritou e me puxou para cima.
Jamilly: FOI ESSA VAGABUNDA RODSON.
Thami: FOI EU JAMILLY? QUEM CRUZOU MEU CAMINHO FOI TU SUA CACHORRA.
Jamilly: EU CACHORRA? MEU AMOR A CACHORRA AQUI É VOCÊ. ALÉM DE CACHORRA É OTÁRIA E
CHIFRUDA.
Dog: CALA A PORRA DA BOCA JAMILLY.
Thami: CALA A BOCA É O CARALHO, FALA LOGO TUA COBRA.
Jamilly: AH AGORA A COITADINHA QUER QUE EU FALE? SEU NAMORADINHO NÃO CONTOU? –Ela ria
debochando deitada no chão com o rosto sangrando.
THAMI: CONTA LOGO PORRA. –Tentei me soltar do Dog, mas ele cada vez me prendi-. ME SOLTA SEU
FILHO DA PUTA.
Dog: Vamos embora, Thamires, a palhaçada acabou.
Thami: A PALHAÇADA SÓ ACABA QUANDO EU QUERO, SOU DONA DO CIRCO SEU FILHO DA PUTA.
Jamilly: CONTO AGORA OU ESPERO O DRAMA DE RELACIONAMENTO ACABAR?
Thami: CONTA LOGO SUA VAGABUNDA.
Dog: Se você contar eu mato você, Jamilly.
Mesmo com a ameaça de morte, a Jamilly debochou na cara do Dog, olhou diretamente em meus olhos e
não piscou pra poder falar.
Jamilly: Ah meu amor, seu homem não disse que ele tem um filho comigo? Se tu não sabia, o papo está
dado pra você tua rata dos infernos. Achou mesmo que ele voltou para o morro porque estava se
separando da outra? Ele voltou porque queria recuperar o tempo perdido comigo e com o nosso filho. –A
Jamilly falava e falava, eu olhei para todos os lados e vi minha visão ficar embaçada. Não por ódio, mas
porque as lágrimas já ameaçavam cair. Olhei incrédula para o Dog e ele foi me soltando aos poucos.
Dog: Thami isso é menti...
Thami: CALA A BOCA. –Junto com o grito caiu a primeira lágrima. O sangue quente corria minhas veias
parecendo que tinha agulhas junto. Ele deu um passo para trás-. Não aparece na minha frente nunca
mais, eu estou com nojo de você. –Eu passei por ele, que nem tentou me impedir, passei pelas pessoas e
voltei para a minha casa.
Bati a porta com força e meus joelhos cederam. Eu cai encostada a porta, sentindo meu coração ser
dilacerado. Eu que pensei que nunca mais choraria assim por homem nenhum, estava novamente no
mesmo lugar de meses atrás. Dog pode ter a idade que for, mas nunca passará de um moleque. O que
fez com a minha mãe, fez pior comigo e por isso ele nunca terá alguém que o ame. Porque ele não é
capaz de amar a ninguém.
Ouvi gritos, chutes na minha porta, o desespero do Dog cada vez que tentava entrar na minha casa era
maior. Levantei do chão, peguei todas as coisas dele, juntei em um saco preto de lixo, abri a porta da
minha casa e o vi parado na minha porta.
Dog: Deixa-me explicar. –Seu rosto vermelho estava molhado pelo choro.
Thami: Pega tuas coisas e some da minha frente. –Bati nele com a sacola e joguei em cima dele. Fazendo
com que algumas coisas caíssem.
Dog: Thami, por favor meu amor, eu não trai você com a Jamilly. Eu amo você, Thami.
Thami: FODA-SE! VOCÊ JÁ NÃO ESTAVA NEM AI PRA MIM FAZ TEMPO, ME ESCONDEU UM FILHO, VIVIA
DE PAPO PRA CIMA E PRA BAIXO COM A JAMILLY. EU NÃO SOU CEGA, NÃO SOU BURRA, VOCÊ ME FEZ
DE OTÁRIA NA FRENTE DO MORRO INTEIRO. VOCÊ TORÇA PARA O MEU PAI OU ME IRMÃO IREM ATRÁS
DE VOCÊ. FILHO DA PUTA, EU ESTOU COM NOJO DE VOCÊ. NOJO DE TER ME ENTREGADO POR INTEIRA
NESSA RELAÇÃO PARA NO FINAL VOCÊ ME DESTRUIR COMO TODOS OS HOMENS FIZERAM COMIGO.
USARAM, FALARAM QUE ME AMAVAM, QUE EU ERA A MULHER DA VIDA DELES E RECEBI O QUE? ME DIZ
DOG? O QUE EU RECEBI NESSA RELAÇÃO COM VOCÊ? VOCÊ JOGOU NOSSA RELAÇÃO NO VASO. FOI
VOCÊ QUEM ME TRAIU. É VOCÊ QUEM TEM UM FILHO E ME ESCONDEU. É VOCÊ QUEM MENTE MAL PRA
CACETE. É VOCÊ QUEM NÃO LIGA PRA MIM, QUEM NÃO QUER SAIR, QUEM BRIGA COMIGO POR NADA.
A ÚNICA COISA BOA QUE HAVIA NO NOSSO RELACIONAMENTO ERA O SEXO, ERA A VONTADE E A
DEDICAÇÃO QUE EU TINHA COM VOCÊ, NADA MAIS. TALVEZ TÍVESSEMOS APAIXONADOS PELO
PROIBIDO E AGORA QUE NÃO PRECISA SER MAIS ESCONDIDO VOCÊ COMEÇOU A VACILAR. COMEÇOU A
SAIR ESCONDIDO COM A JAMILLY. PARA DE COLOCAR AS PESSOAS NO ESCURO, PELO MENOS UMA VEZ
NA SUA VIDA VIRE HOMEM. VOCÊ AO MENOS RECONHECE O YAN COMO FILHO? AO MENOS JÁ DEU UM
PRESENTE DE ANIVERSÁRIO PARA O SEU FILHO? VOCÊ NÃO MERECE NADA A NÃO SER DESPREZO.
SOME DA MINHA CASA, DA MINHA FRENTE E SE AINDA TE RESTA DIGNIDADE NUNCA MAIS PERCA SEU
TEMPO OLHANDO PARA MIM. –Eu despejei toda minha raiva em cima dele e bati a porta com força a
trancando.
Fui correndo para o meu quarto, me joguei na minha cama e chorei como se o mundo tivesse desabando
sobre mim. Há momentos da sua vida que você tem a certeza absoluta que você encontrou seu lugar, que
você foi acolhida, que realmente deu certo e percebe de uma só vez que esteve enganada. A vida vem e
te joga na lama, forçando você a acreditar que contos de fadas não existem. Forçando-te a crescer e a
encarar a realidade. Talvez meu problema fosse ingenuidade, fosse sempre esperar que eu fosse
encontrar meus felizes para sempre assim como minha mãe encontrou ao lado do meu pai. Eu cresci
ouvindo as pessoas ao meu redor dizendo a quão parecida eu sou com a minha mãe, seja na
personalidade ou na questão física, mas será que sou mesmo? Minha mãe sempre foi tão mais esperta,
sempre soube superar os problemas. Não sei quando foi a vez em que vi minha mãe chorar. Ela sempre
sabe o que fazer, a mente tão centralizada no que quer até mesmo uma receita que ela nunca fez a dona
Fabi consegue fazer que desse certo.
Eu não conseguia respirar, o choro e a decepção me sufocavam. Eu me sentia uma pequena criança
sendo esmagada pelo medo. Eu soluçava e molhava meus travesseiros com o choro. Eu nunca pensei que
fosse doer tanto perder o Dog. Nunca passou pela minha mente que poderíamos chegar ao ponto do
adeus de uma forma tão dolorosa. Eu estava tão certa de que nosso conto de fadas daria certo, que eu
seria a rainha do castelo dele, que teríamos filhos e que tudo daria certo. Engano meu.
Já não sabia que horas eram, acordei com o barulho da minha porta sendo aberta e com alguém me
balançando.
Thami: Hãn? Quem é? –Senti minha cabeça explodir em uma dor de cabeça, passei as mãos nos olhos e
olhei para cima. A luz estava acesa e então vi o Russo junto ao Liminha, que começou a rir com o olhar
preso em algum canto do meu corpo.
Russo: Thamires... –Ele riu tampando meu corpo com o lençol que me cobria da cintura pra baixo-.
Pagando peitinho é foda né.
Thami: Ai que vergonha, não se entra na casa dos outros assim. –Senti meu rosto arder de vergonha.
Liminha: Que isso, nós não ligamos. –Ele riu e o Russo deu um soco em seu estômago.
Thami: O que estão fazendo aqui?
Russo: Viemos a pedido da Fran, ficamos sabendo o que houve.
Thami: Ta. –Dei de ombros.
Liminha: Levanta dessa cama ai garota, vamos para o baile.
Thami: Pela minha cara deu para perceber que eu não estou disposta. –E pela cara deles eu não tinha
bem uma escolha.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 101º capítulo 🐾 Russo narrando
Se tem uma coisa que eu odeio é ver quem eu amo sofrer. Foi na boca que eu fiquei sabendo o que
aconteceu, meu padrinho ficou puto com o Dog que chega o colocou contra a parede. A discussão dos
dois dentro da sala ficou foda. Eu e o Imperador nem ousamos nos intrometer, apenas meu pai que
chegou lá dentro pra tentar resolver. Só cachorro grande entra no meio de briga dos três.
Tentei sondar a casa da Thami mais cedo com a Cat, mas estava tudo trancado e ela não respondia.
Então liguei para a Fran e assim que contei não demorou nada ela já estava no morro. Ela me deu a cópia
das chaves da casa, pediu que eu a tirasse de casa para ir ao baile enquanto ela ia falar com o Dog.
A Thami não queria sair da cama, o rosto dela estava inchado pelo choro e os olhos avermelhados.
Liminha: Talvez seja melhor ela ficar em casa.
Russo: Me recuso.
Liminha: Ela não está bem cara.
Russo: Essa não é a Thami quem eu conheço.
Liminha: E quem conhece quem nessa vida? Você não está vendo como a mina está? Arrastá-la para um
baile não vai melhorar em porra nenhuma.
Russo: Liminha eu não chamei você aqui para me dar ordens.
Liminha: E pelo que você me conhece sabe que eu nunca fui muito bom em obedecer. Ela não vai.
Russo: Ela vai.
Liminha: Você está sendo egoísta, a mina ta mal.
Russo: Você não sabe o que é melhor pra ela. Você não a conhece como eu e o pessoal.
Liminha: Não precisa nem ter feito a terceira série para saber que ela precisa é de um ombro amigo e não
de uma festa.
Russo: Estamos oferecendo o abraço de todos.
Liminha: Dentro de um baile? Onde todos irão beber, você e o Imperador vão jogar a felicidade de vocês
com as namoradinhas perfeitas de vocês na cara de todo mundo? Me poupe Russo, vê se cresce por um
segundo.
Thami: Meninos...
Russo e Liminha: Não se mete Thamires.
Thami: Não se mete o cacete! –Ela levantou da cama ajeitando os peitos na blusa-. Russo eu agradeço o
seu esforço junto com o do pessoal, mas eu não estou bem, eu não quero uma festa, eu quero só ficar
sozinha. Não quero a Fran e nem a Cat aqui, não quero ninguém. Só quero ficar sozinha. –Ela olhou para
o Liminha e sorriu de canto-. Obrigado Liminha.
Russo: Desculpa. –Eu a puxei para um abraço forte.
Thami: Não precisa pedir desculpas, eu sei que a intenção de vocês é boa. Mas eu preciso ficar sozinha no
meu silêncio.
Russo: Se precisar liga pra mim, eu vou ficar em casa junto com a Cat.
Thami: Não, vai sair com ela.
Russo: Hoje não é dia de sair, estamos preocupados com você.
Thami: O mundo não vai parar só porque meu coração foi partido.
Liminha: O mundo não para, mas os amigos costumam parar pra poder oferecer apoio a alguém.
Thami: To começando a querer colocar você na minha lista de amigos. –Ela olhou para ele.
Liminha: Precisando só ligar. –Ele piscou e foi saindo do quarto. Apertei mais um pouco o abraço e beijei o
topo da cabeça dela.
Russo: A Fran já está vindo.
Thami: Diz pra ela que não precisa vir, pra ela se resolver com o Imperador.
Russo: Ela está muito preocupada contigo.
Thami: Eu imagino que sim, mas por hoje eu não quero ninguém. Explica isso para todos eles.
Russo: Amanhã passo aqui cedo.
Thami: Tudo bem amor. –Dei um beijo em sua testa e fui embora.
Assim que sai o Liminha estava fumando em cima de sua moto, passei por ele, dei dois tapinhas em suas
costas, subi em cima da minha moto e dei partida.
Peguei minha moto e fui voado para a casa do Imperador. Assim que cheguei, fui entrando de uma só
vez. O Imperador estava sentado no sofá junto com a Fran em seu colo.
Fran: E ai, cadê ela? –Ela levantou ansiosa.
Russo: Está mal né? Ela não quer sair de casa e disse que amanhã conversa. Que hoje quer ficar sozinha.
Fran: Eu vou lá, não vou a deixar sozinha.
Imperador: Não Fran, deixa ela quieta.
Russo: É melhor mesmo.
Fran: Ai que raiva que eu to do Dog, eu to com vontade é de dar outro tapa na cara daquele filho da puta.
Russo: Você deu um tapa na cara dele?
Imperador: Um tapa? Se fosse um só estaria bom. –Ele riu.
Russo: Você ta ficando braba em baixinha.
Fran: Ninguém faz cachorrada com a minha amiga.
Imperador: O apelido dele diz tudo. Meu pai ta puto com ele, porque ele havia dito para o meu pai que a
Thami sabia do filho dele.
Russo: Vacilão da porra mano, cara filho da puta. Tem que apanhar muito pra tomar vergonha na cara.
Imperador: Ele vai meter o pé do morro.
Fran: Acho bom ele ir embora mesmo, não quero ter que respirar o mesmo ar que ele. Mais tarde eu vou
tentar ligar ao menos pra Thami, pra ver se ela precisa de alguma coisa. Não queria deixar minha princesa
dormindo sozinha.
Imperador: Ai eu posso dormir sozinho? –A Fran deu uma leve fuzilada nele com o olhar. Eu já sabia que
o casal não estava muito bem. Me despedi dos dois e fui para a casa da Cat, agora que estávamos juntos
de volta toda hora era hora de matar a saudade se é que me entendem.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 102º capítulo ♣️Liminha narrando
Já fazia tempo que a insônia me maltratava. Toda madrugada eu bolava um beck, colocava minha arma
na cintura, pegava um latão de cerveja e sai andando pelo morro só para ter o que fazer mesmo. Desde
quando a Rebeca deixou a minha casa, eu sentia um vazio. Mas não um vazio porque eu a amava e sentia
falta, mas sim porque eu era gamado no sexo dela e nenhuma mulher me saciava na cama como ela
fazia. O som do baile estourava nos meus ouvidos enquanto eu passava pelos becos, não estava a fim de
curtir baile essa noite.
Do alto da laje da minha casa, avistei uma mina andando pelo beco. Levantei da beirada, cruzei a laje e vi
quem era a menina melhor. Sabia que conhecia aquele cabelo e aquele corpo. Era a Fabi. O que essa
doida estaria fazendo? Não tinha nada melhor pra fazer mesmo, então resolvi encher o saco dela.
Liminha: FABIANA! –A gritei e então ela olhou para o alto.
Fabi: QUEM ESTÁ AI EM CIMA?
Liminha: É O LIMINHA. ESTÁ INDO PARA ONDE?
Fabi: TO INDO TOMAR UM AR.
Liminha: SOBE AQUI EM CIMA, BORA TOMAR UM AR JUNTOS. –Desci da minha laje pela escada, fui até o
portão da minha casa e abri pra ela. Estava meio escuro ali, mas dava para ver o rosto triste dela.
Fabi: Só tomar um ar?
Liminha: Só um ar. –Ri de lado.
Fui para a laje junto com a Fabi, eu estava deitado em um lençol antes dela aparecer, então deitei ali
junto com ela. É sempre bom observar as estrelas pra poder clarear a mente.
Fabi: Por que não foi ao baile?
Liminha: Não estou com muito saco pra sair hoje.
Fabi: Você parece nunca estar com saco pra algo.
Liminha: Isso pode ser 70% de verdade.
Fabi: Te vi na praia com a Fran ontem mais cedo.
Liminha: Imperador me põe pra ir ver como a Fran está algumas vezes. Sou amigo dela, então fica mais
fácil me aproximar.
Fabi: Ela já me falou de você. Parece que você tem o dom de ouvir as pessoas.
Liminha: A única coisa que não consigo ouvir muito bem é os meus pensamentos.
Fabi: Está passando por uma fase difícil?
Liminha: Não muito, só uma fase cansativa.
Fabi: Quer se abrir?
Liminha: Tenho cara de quem costuma falar da minha vida?
Fabi: Quer que eu responda?
Liminha: As aparências enganam. –Ela ficou em silêncio por um tempo, eu fechei os olhos e fiquei
sentindo o vento frio bater um pouco.
Fabi: Você precisa ser sempre tão estranho?
Liminha: É a segunda vez que nos falamos, você não me conhece direito pra me classificar como
estranho.
Fabi: Vixe ignorante, vou embora. –Abri os olhos e ela já estava levantando. A segurei pela mão e a fiz
sentar novamente.
Liminha: Desculpa, não vai embora.
Fabi: Você não parece estar muito interessado na minha companhia.
Liminha: Se eu não estivesse não teria te chamado.
Fabi: Outra classificação para você: petulante.
Liminha: Não é nada além do que já me chamaram.
Fabi: Qual é o motivo do seu mau humor?
Liminha: Não estou de mau humor.
Fabi: Ah não mesmo?
Liminha: Estou de saco cheio, é diferente.
Fabi: De que?
Liminha: Das pessoas indo embora.
Fabi: Hm, você se importa?
Liminha: E quem não se importa?
Fabi: Eu já passei da fase de me importar.
Liminha: Se você não se importasse não teria passado a tarde chorando. Sério mesmo? O cara te chifrou,
mentiu que tinha um filho e você ainda chora por ele?
Fabi: Eu o amava.
Liminha: Assim como você amava seu exs? Sinceramente, não acredito no amor.
Fabi: Alguém te machucou e te deixou frio assim.
Liminha: Não, ninguém me machucou. Eu só cresci vendo desgraças o suficiente pra ver que o amor é
mentira.
Fabi: Você não é o cara que a mulher deixou porque ela pegou você traindo?
Liminha: Eu e um bonde de outros caras que já passou por isso.
Fabi: Ridículo, vem cá, qual é a emoção de trair?
Liminha: Nunca se sentiu atraída por outra pessoa?
Fabi: Você não a amava?
Liminha: Não, ela se apegou a mim e a gente ficou junto por um tempo.
Fabi: E ela?
Liminha: Ela está de boa, só não vai voltar mais.
Fabi: E você?
Liminha: Pareço triste?
Fabi: Sinceramente? Você parece tão pior do que eu. –A madrugada seguiu que eu mal consegui sentir...
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 103º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Fazia tempo que eu não sabia o que era acordar nos braços do Imperador, sentindo o perfume gostoso
dele e sentindo seu carinho. Abri meus olhos lentamente, olhei para ele sorrindo e percebi que ele vigiava
meu sono.
Fran: Bom dia meu príncipe.
Imperador: Bom dia minha menina. Dormiu bem?
Fran: Tanto tempo que não ouço você me chamar assim. –Abri um sorriso sentindo meu coração formigar
de felicidade-. Dormi muito bem e você?
Imperador: Também dormi bem. Eu preparei umas coisas para nós dois.
Fran: Quais coisas?
Imperador: É algo para você e eu. Quero recompensar o tempo perdido.
Fran: Amor, desculpa se eu fui muito exig... Ele calou a minha boca com um beijo e eu rapidamente o
parei-. Seu besta, nem escovei os dentes.
Imperador: E daí, tenho essa frescura não. –Ele riu.
Fran: Gostoso. –Apertei as bochechas dele-. Primeiro você liga se eu for lá ver como a Thami está?
Imperador: Claro que não, vou com você.
Fran: Tudo bem amor. –Dei um selinho neles. Fui me desfazendo dos braços dele e indo para cima dele
sentando em sua cintura-. Mas ein, já que você não tem frescura. –Desci meu corpo sobre o dele e dei
beijinhos em seu pescoço-. Quer dividir o banho comigo? –Sussurrei ao pé do ouvido dele. As mãos do
Imperador deslizaram pela minha cintura chegando até a minha bunda onde ele pegou com vontade.
Imperador: Claro meu amor. –Ele sorriu safado e eu já senti seu pau ficando duro embaixo de mim, eu
comecei a beijar seu pescoço, passando a língua pela sua pele lentamente e a rebolar em cima do seu
pau, sentindo-o cada vez mais duro. O Imperador subiu sua mão pela minha bunda e deu um tapa nela
com força.
Imperador: Ai caralho... –Ele respirou com vontade-. Tu me provoca muito porra. –Levei meus lábios até
os dele, passando-o levemente.
Fran: Eu nem comecei a provocar ainda. –Sussurrei dando uma risadinha antes que ele pegasse em meus
cabelos com vontade e iniciasse um beijo que me tirou o fôlego. A outra mão do Imperador pegava forte
na minha bunda e me fazia rebolar em seu cacete duro que já estava deixando minha buceta toda
meladinha.
Imperador: Sua cachorra... –Ele sussurrou ao pé do meu ouvido-. Estava com saudades de você. –Ele
mordeu a pontinha da minha orelha ao mesmo tempo em que deu outro tapa forte na minha bunda. Soltei
um gemido e mordi o meu lábio inferior.
Fran: Ain assim é sacanagem amor. –Falei toda dengosa.
Imperador: Sacanagem é o que eu quero fazer com você. –Ele riu todo safado, me jogou na cama e veio
para cima de mim. Seu pau já pulava pra fora de sua samba canção, eu arranhei o abdômen do
Imperador até chegar em seu pau. Ele soltou um suspiro de prazer assim que comecei a massagear seu
caralho duro que pulsava na minha mão.
Ele ficou parado em minha frente parecendo que estava em transe. Eu deslizava minha mão em seu pau,
o punhetando com vontade mantendo o contato visual com ele. Eu sorria fazendo cara de safada e ele
mordia os lábios respirando fundo indicando que aquilo para ele estava maravilhoso. Foi quando ele me
agarrou com força do jeitinho que eu queria que ele fizesse a dias e começou a me beijar de forma
deliciosa e violenta. Sabia que o desejo que eu e o Imperador sentíamos um pelo outro não havia morrido,
sabia que nossos problemas estavam aos poucos se resolvendo e ele uma hora iria se abrir pra mim. Ele
arrancou do meu corpo a blusa dele que eu vestia e começou a chupar meus seios com vontade e
massageando o seio em que não estava sua boca deliciosa. Eu arranhava suas costas enquanto ele caia
de boca nos meus seios e sentia seu caralho duro pulsar na minha barriga. Eu me contorcia de prazer e
suspirava baixinho com os bicos dos meus seios durinhos.
Fran: Olha só como sua mulher está melada. –Peguei a mão dele e levei até a minha bucetinha que
estava toda mela.
Imperador: Hmm que buceta deliciosa, do jeitinho que eu gosto. –Ele mordeu meu lábio inferior e
começou a me torturar com seus dedos em minha bucetinha. Massageando meu clitóris e tirando e
colocando a pontinha dos dedos da minha buceta.
Fran: Não me tortura assim... –Pedi dengosa-. Soca seus dedos na minha buceta, mete com vontade. –
Mordi o lábio inferior dele com força e o chupei. Atendendo ao meu pedido, ele começou a enfiar seus
dedos na minha bucetinha. Abri mais minhas pernas pra ele e ele me masturbou deliciosamente. Eu gemia
enquanto ele fazia movimentos de vai e vem na minha buceta.
Imperador: Ai que buceta gostosa caralho. –Ele suspirou me desejando pelo olhar-. Geme pra mim vai sua
gostosa. –Ele deu um tapa na minha cara, passou o polegar pelos meus lábios e desceu a mão até minha
garganta. O Imperador começou a socar com vontade seus dedos na minha buceta, arrancando-me
gemidos altos de prazer, fui ao delírio com ele fodendo minha buceta daquela forma. Ele grunhia e me
beijava com prazer. Eu me contorcia nos dedos dele e sentia meu melzinho molhar minha virilha. Voltei a
massagear aquele pau delicioso rapidamente. Ele tirou os dedos melados da minha buceta e me deu para
chupar. Eu passei a língua em seus dedos provando do meu sabor e olhando pra ele com cara de safada.
Ele deitou na cama e me colocou por cima dele em posição de meia nove. Peguei no seu caralho e bati
com ele em minha língua, enquanto ele quase me arrombava com os dedos socados em minha xota. Eu,
sem perder tempo, batia uma punheta bem gostosa pra ele e alternava caindo de boca naquele pau
enorme, enfiava o que cabia dentro da minha boca e sugava o melzinho delicioso dele. Eu mal conseguia
me concentrar em chupá-lo quando ele socava a língua no meu grelinho e fodia minha buceta. Eu gemia
pedindo mais e ele se movimentava pra socar seu caralho dentro da minha boca. As mãos dele estavam
ensopadas com o mel que escorria da minha buceta quando saímos da posição. Ele ficou olhando pra mim
e chupando os dedos, sentindo o meu gostinho. Logo depois, ele me jogou na cama, arreganhou as
minhas pernas e começou a me comer com a língua devorando a minha buceta com a boca.
Eu sentia aquela língua quente e gostosa entrando e saindo de dentro de mim, levando-me ao delírio e
fazendo-me contorcer de prazer. Eu gemia alto, puxava o cabelo do Imperador e pedi pra ele socar cada
vez mais aquela língua deliciosa dele. Eu estava tão louca de tesão que gritava muito alto, sem me
importar com os vizinhos.
Fran: Me fode porra, não estou aguentando mais de tesão. –Ele tirou a boca da minha buceta, veio para
cima de mim me olhando sorrindo. Pegou no meu rosto e me beijou com muita vontade.
Imperador: Fica de quatro para mim vai. –Ele me puxou e eu fui me ajeitando ficando de quatro para ele
na cama. Ele alisou minha bunda enquanto pincelava seu caralho na entradinha da minha buceta. Olhei
pra ele com a respiração ofegante, ele sorriu mal e com a mão cheia ele bateu na minha bunda fazendo-
me gritar e meteu aquele caralho gostoso de uma vez só na minha buceta. Eu sentia uma mistura de dor
e prazer. Ao mesmo tempo em que o Imperador socava seu caralho na minha buceta, ele metia vários
tapas na minha bunda e me fazia perder o controle dos meus gemidos. As bombadas com força dele me
deixavam sem força e o barulho das bombadas na minha xota me levava ao delírio. Ele me fodia sem
pena e ainda socava um dedo no meu cuzinho, metia sem parar e me xingava chamando-me de safada,
cachorra, gostosa e batia mais ainda na minha bunda. Ele deitou na cama e me puxou para cima dele, eu
sentei no caralho com vontade e comecei cavalgar, sentindo cada centímetro daquela delícia dentro de
mim. Nós dois estávamos presos aquele momento de prazer, sem nos importar com o mundo lá fora e só
o que importava era o que sentíamos um pelo o outro. O Imperador socava seu cacete na minha
bucetinha enquanto eu rebolava deliciosamente ao sentar. Ele me colocou de ladinho e agarrando meus
seios e a minha perna, começou a socar com força seu caralho na minha buceta. Ele soltou minha perna e
eu permaneci toda arreganhada pra ele socar. Ao começar masturbar meu grelinho, eu não respondi mais
por mim, eu já estava ficando louco com aquilo.
Imperador: Caralho eu vou gozar porra. –Ele grunhiu alto e socou com vontade na minha buceta e eu sem
conseguir controlar mais cheguei ao ápice do prazer. Comecei a sentir a porra quentinha dentro da minha
buceta e mais ainda o Imperador socava na minha buceta fazendo sua porra escorrer para fora.
Exaustos pela foda matinal depois de um bom tempo, o Imperador deixou que seu corpo mole rolasse
pela cama e me puxou de ladinho. Nossas respirações ofegantes se misturavam ao som do ar-
condicionado e das pessoas que passavam pelo morro lá na rua.
Imperador: Amor? –Ele disse minutos mais tarde quando nossas respirações já estavam tranquilizadas e
eu estava mole jogada em cima dele.
Fran: O que foi?
Imperador: Não existe nada maior nesse mundo do que o sentimento que eu tenho por você. Eu
reconheço meus erros desse último mês, reconheço que eu me afastei de você praticamente de propósito
porque eu estava com medo. Medo de não saber ser homem o suficiente com você, de não conseguir
olhar em seus olhos e dizer toda a verdade do que está acontecendo. Eu me afundei em meus
compromissos do morro, porque eu não conseguia olhar em seus olhos e tirar de você a única coisa que
te liga a sua família. Eu não conseguiria ver o seu olhar ao contar tudo. Eu nunca quis te machucar poxa,
nunca. Eu amo muito você, Fran. Eu sei que em muitos momentos nossa relação parece um pouco doida,
parece que as coisas vão sair fora de controle, mas eu estou aqui minha menina. Eu poderia enfrentar o
mundo inteiro se fosse para te ver feliz, eu largaria tudo por você Fran. E quando eu digo tudo, eu digo
realmente tudo. Todas as coisas que eu sei que não valeriam mais do que o seu amor. Tudo que eu faço é
pensar em você, tudo o que eu quero é te ver bem, eu não aguento mais acordar e ver que você não está
ao meu lado na cama. Não aguento querer juntar cada parte do seu coração quebrado e ver que em
muitos momentos foi eu que parti. Me desculpa pelas vezes que eu não respondi suas mensagens, fui
dormir e nem sequer perguntei como foi seu dia. Eu reconheço meu erro, reconheço que eu tenho uma
mulher maravilhosa ao meu lado e não estou sabendo valorizar. É minha culpa tudo isso, a situação em
que estamos agora. Eu sou um otário ta ligado? Muito otário mesmo.
Fran: Amor, amor... Você não é otário. –Segurei no rosto dele e encostei minha testa na dele.
Imperador: Não Fran. –Ele segurou em minha mão e fixou meu olhar no dele-. O seu irmão não é tão
bonzinho assim. Ele está mentindo pra você, ele nunca cortou laços com o Thiego, ele sempre soube de
tudo e está armando para cima da gente. Eu fui um otário sim, por não ter confiado em você pra contar
isso desde o princípio e deixei você criar falsas esperanças com ele.
Fran: Aquele filha da puta o que? –Levantei de cima do Imperador, catei minha calcinha e a blusa dele
que eu estava e comecei a me vestir. Meu sangue ferveu só de saber que o Tota estava sendo filho da
puta de novo. E dessa vez meu coração não se partiria, eu não choraria e sim me defenderia daquele
cretino.
Imperador: Calma mulher, escuta o que eu tenho pra falar. –Ele sentou na cama.
Fran: Imperador fala com a boca que eu escuto com os ouvidos.
Imperador: O que você vai fazer?
Fran: Eu? Eu vou tomar café da manhã com o meu namorado. Terminei de me vestir, cruzei os braços e
parei olhando pra ele-. Eu quero que você me conte tudo. Eu entendo que você fez isso para me proteger
e amor, escuta, não faz mais isso ok? Eu não sou mais criança, não sou mais bobinha, eu posso apanhar
mil vezes, mas eu sempre estarei de pé. A minha vida toda eu aprendi a cair e agora pela primeira vez eu
estou aprendendo como bater e me levantar. E sobre o Tota, não é a primeira vez que ele vacilou comigo.
Ele é sangue do meu sangue, mas e daí? Acha que eu no fundo eu não sabia que dinheiro e poder não
era maior que nossos laços familiares? Minha família Imperador, não é como a sua. Família nunca veio em
primeiro lugar na minha vida e eu aprendi depois de um bom que família não se define pelos laços de
sangue e sim pelos laços de companheirismo. Você é a minha família e ter você afastado nesse um mês
doeu mais do que quando minha mãe escolheu ao meu padrasto do que a mim. Eu não sou mais a
garotinha indefesa ouviu? E se você está esperando algum tipo de autorização minha para poder pegar o
Tota, pois tenha a sua autorização concedida. –Me aproximei dele e selei nossos lábios.
Imperador: Fran...? –Ele me olhou confuso e logo riu-. Porra eu sou apaixonado pra caralho em tu.

ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 104º capítulo 💎 Imperador narrando


Eu havia planejado um final de semana para a Fran, mas em vista dos acontecimentos ela queria cuidar
um pouco mais da Thami. E agora que a Fran sabe dos rolos do Tota com o Thierry, eu vou aproveitar pra
começar agir antes que eles ajam.
Parei com a minha moto em frente a casa da Thami e esperei minha dama descer.
Fran: Vai entrar amor?
Imperador: Eu vou pegar um rango agora na minha mãe, quando eu voltar pra te buscar eu falo com a
Thami.
Fran: Imperador você acabou de almoçar. –Ela cruzou os braços e fingiu estar ofendida.
Imperador: Eu estou em fase de crescimento, tenho que ficar forte pra você mulher, ta me deixando
cansado. Almocei 3 vezes hoje e não foi o suficiente. –Falei malicioso me referindo as duas fodas com a
Fran e ao almoço de verdade que ela fez pra gente.
Fran: Você não presta garoto. –Ela me deu vários tapas e saiu andando logo entrando na casa da Thami.
Dei partida na minha moto e fui pra casa dos meus pais. Mal desci da moto e a Thali veio andando em
minha direção e impediu que eu descesse da moto.
Imperador: Qual foi Thali? –Arqueei uma das sobrancelhas.
Thali: Me pega, me come e depois esquece que eu existo?
Imperador: Você sabe que comigo o esquema sempre foi esse, não gosto de ser cobrado.
Thali: Desde quando se tornou filho da puta.
Imperador: Não estou sendo filho da puta, você me conheceu assim e dessa forma irei te tratar sempre. E
depois, sabe que nosso lance acabou, estou de volta com a Fran e eu não quero que você se meta mais
comigo. –Peguei firme no braço dela, desci da moto e a afastei de mim.
Thali: Você está mudado Imperador, você acha que eu não te conheço, pois eu te conheço muito bem. –
Ela endureceu o olhar para mim.
Imperador: Você conhece aquilo que todo mundo conhece, nunca fomos íntimos garota e nunca vamos
ser.
Thali: É isso que você pensa, vamos ver quem vai sair por cima. –Ela foi andando, mas eu a peguei pelos
cabelos com força, a joguei contra um poste e coloquei o dedo na cara dela endurecendo a voz.
Imperador: Tu está se esquecendo a quem pertence a área Thalita? Ta achando que eu tenho paciência
com vagabundas como você? Tu tá ligada com o que acontece quando piranhas como tu tentam se criar
onde não deve. –Ela se assustou com a forma que eu falava, tentou se soltar de mim e seus olhos ficaram
marejados.
Thali: Você só fala. –Ela mesmo demonstrando medo debochou. E se tem uma coisa que eu odeio é
deboche, dei um soco na cara da piranha que caiu no chão sentada em seguida de uma bicuda.
Imperador: Se você ainda tem vergonha na tua cara é melhor nem subir mais pra cá sua cachorra. –
Peguei as chaves da minha moto e entrei em casa. Assim que vi minha mãe coloquei um sorriso no rosto
e a abracei.
Babi: Cadê a Fran?
Imperador: Oi, tudo bom com você filho? Tudo bom sim mãe e com a senhora? –Falei rindo.
Babi: Larga de ser bobo, como está filho?
Imperador: Bem mãe e você?
Babi: Estou bem. Mas cadê a Fran?
Imperador: Adota ela de uma vez, oxe. Ela está bem, foi ficar com a Thami.
Babi: Faz bem mesmo. Já almoçou?
Imperador: Fran fez um almoço pra gente. –Fui e me joguei no sofá-. Cadê o pai e a Catarina?
Babi: Catarina saiu por ai de moto com o Russo, seu pai ta no bar com seu tio.
Imperador: E a senhora ta toda arrumada assim por que ein? Vai aonde?
Babi: Vai ter um pagode na casa de um afilhado meu e eu vou aparecer lá.
Imperador: Nem convida.
Babi: Você não gosta dele.
Imperador: Você tem uns trezentos afilhados.
Babi: É do Ricardinho. –Ela riu colocando sua bolsa nos ombros.
Imperador: Vish. –Fiz cara de nojo.
Babi: Já viu né, beijos filho. Se quiser comer alguma coisa tem torta alemã na geladeira, lasanha no forno
e sorvete no freezer.
Imperador: Ta bem mãe, se tiver uma piranha caída na entrada de casa passa com o carro por cima.
Babi: O que tu fez?
Imperador: Só faz o que eu pedi. –Ela rolou os olhos e saiu de casa. Peguei meu celular, abri no
Whatsapp e nego estava falando a rodo em um grupo que tem ai das meninas.
🔸 Início da Conversa 🔸
Fran: Fui dar um colo para a minha amiga e olha só o que eu encontrei.
(imagem)
Essa fortalece mesmo o bonde 😏
Catarina: SOCORRO 😱 Muito cachorra essa Thamires 😂😂😂😂
Fran: Piranhona do jeito que o Brasil gosta.
Russo: Eu conheço esse daí ein 🤔
Imperador: Dog nem esfriou no caixão viado 😂😂😂
Catarina: Coloca ai o Liminha pra gente poder gastar ele.
Fran: Ele foi embora daqui voado kkkkkkkkkk
Russo: E cadê a dona Thamires?
Fran: No banho
Fran alterou o nome do grupo para
Imperador adicionou Liminha
Liminha: Que isso?
Catarina: Pra namorar minha amiga tem que me pedir.
Fran: 😂😂😂😂😂😂
Liminha: Que amiga?
Russo: A gente já sabe de tudo, precisa esconder nada não 😌
Fran: Caixão esfriou é pau na Thamires.
Liminha: Franciellen você é foda né.
Imperador: Explica essa ai cara.
Liminha: Não aconteceu nada não porra, Fran que ta de graça.
Fran: Peguei dormindo junto, pra mim já é uma coisa.
Liminha: Vou até almoçar aqui, tchau.
Catarina: Foge não querido 🌝
Imperador: Pegou agora tem que assumir.
Russo: E tem que pedir autorização pra gente.
Liminha: A pia aqui de casa ta cheia de louça sabiam?
Fran: Você e a Thami podem lavar juntinhos, ai depois vocês fazem uma guerra de sabão com água.
Catarina: Ain que casal lindo, já shippo tanto.
Liminha: Vocês realmente não tem nada melhor pra fazer 😒
Áudio da Thami através do wpp da Fran: PORRA FRANCIELLEN, AGORA ELES VÃO FICAR ZOANDO,
OBRIGADO VIU AMIGA? LIMINHA NUNCA MAIS VAI CONVERSAR COMIGO. NÃO ROLOU NADA SUA
IDIOTA, ELE ME TROUXE EM CASA E ACABOU DORMINDO AQUI.
Fran: Alguém está bravinha 😏
Liminha: Falei que não rolou nada 🤗
Imperador: Uma mina que nem a Thami a gente não nega nada.
Russo: Se falar que fez é pra confirmar.
Fran: Oi Imperador? 😒
Imperador: Calma amor, foi o moleque aqui da boca.
Catarina: Ué Imperador, cadê você que a gente ta aqui e não está te vendo?
Fran: TRAZ A PONTO 30 😒 😒 😒 VOU MATAR ESSE FDP.
Liminha: Perai Fran que vou levar um arsenal pra tu.
Imperador: Ciumenta demais.
Fran: Vai morrer.
Imperador: Te amo patroa.
Russo: Eca casal, nos poupe 😖
Liminha: Quem quer mel é abelha, a gente quer ousadia mesmo.
Catarina: De preferência com a Thami.
Liminha: Vai dormir Catarina.
Fran: Cat vem aqui que eu e a Thami vamos para o shopping.
Imperador: Oi?
Fran: Com o seu dinheiro ainda lindo, to bancando 😏
Liminha: Opa vou também.
Catarina: Não vamos ficar de vela lá.
Russo: Isso excluam eu e o Imperador.
Imperador: Nem rola.
Fran: Vou falar nada né.
Russo: Papo reto, vou caçar uma gelada aqui bora mano?
Imperador: Só partiu, bora também Liminha.
Liminha: Depois eu apareço.
Fran: Já vai aprontar?
Liminha: To quieto kkkkkkkk
(...)
🔸 Fim da Conversa 🔸
Essa conversa rolou a rodo, a Catarina apareceu em casa pra se arrumar pra sair com as meninas e eu fui
com o Russo para o bar onde encontramos meu pai e o meu padrinho.
Imperador: Quero saber quem vai me bancar. –Puxei uma cadeira e sentei. O dono do bar já trouxe dois
copos pra mim e para o Russo.
JR: Ninguém não, se não tem dinheiro vaza.
Imperador: Patroa passou o liso.
Russo: Escravoceta.
Pezão: Otário mesmo né. –Eles riram.
Imperador: Tem que fortalecer né mesmo, ela merece.
JR: Daqui a pouco está mal acostumada igual sua mãe.
Russo: Fran, Catarina, minha mãe e minha madrinha podem dar as mãos e saírem andando.
Pezão: Se vocês acharem alguém mais otário que o Russo puta que pariu.
Imperador: Meu pai. –Ri e meu pai me deu um tapa na cabeça fazendo meu boné voar no chão-. Ai
caralho.
JR: Pra ficar esperto, respeita filho da puta. –O Russo riu da minha cara.
Russo: Ai viado, tu é mo trouxa.
Imperador: Já experimentarem cada um tomar conta da sua vida?
JR: Nós até toma né, mas é que sua vida dá vontade de rir.
Pezão: Burro pra caralho, quase perdeu a Fran por besteira.
Imperador: Besteira mesmo, ela virou na maior cara limpa e mandou eu fazer o que eu quisesse com o
Tota. –Ficamos conversando e discutindo ali vários assuntos até tarde da noite.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 105º capítulo 🎈 Thamires narrando
As meninas não sossegaram no shopping enquanto eu não contei o que aconteceu com o Liminha. E eu
disse justamente o que disse: Apenas conversamos, ele me trouxe em casa, continuamos a conversar e
pegamos no sono. Ele é uma boa pessoa pra ouvir e pra conversar, tem uma visão diferente sobre a vida
e caralho ele é um ótimo amigo.
Catarina: Então devemos acreditar que você só ficou conversando com aquele gostoso a noite toda?
Você? Thamires? A Thami do mel? –Ela riu olhando as roupas dentro da loja em que entramos.
Thami: Eu já disse que sim. –Rolei os olhos pela quinquagésima vez aquela tarde.
Fran: Amiga super aconselho você pegar o Liminha.
Thami: Não quero ficar com ninguém.
Catarina: Ih Thami a fase do luto pelo Dog já passou.
Thami: Não fala no falecido. –Quinquagésima primeira rolada de olhos. Peguei dois vestidos para poder
experimentar.
Fran: Se você ficar negando falar dele é sinal que se incomoda, então libera Thami, põe pra fora e não
guarda nada.
Catarina: É você quem sempre me falou que não vale a pena sofrer por macho. Se o macho não vale a
pena é simples: só trocar.
Thami: Mas vocês não entendem. –Sentei em um puff perto dos provadores enquanto isso a Fran foi
experimentar umas roupas.
Fran: Podem continuar falando que eu to ouvindo daqui e vou comentar.
Catarina: Ta cunhada.
Thami: Eu e o Dog tivemos uma relação diferente. Não é como se eu pegasse um carinha qualquer,
namorasse e pronto, acabou, fim. Ele é o ex da minha mãe, um homem mais velho, que aparenta ter uma
puta de uma maturidade. Ele segurou na minha mão na frente do meu pai, não me largou pra nada. Eu
criei uma fantasia perfeita dele na minha mente, tudo com ele era ótimo. Até que então eu descubro que
ele tem um filho e por cima ainda acho que tomei uns cornos, porque eu já o vi de papo com a Jamilly
várias vezes pelo morro.
Catarina: Eu não posso afirmar que ele traiu, mas ele e o meu pai tiveram uma briga feia.
Thami: Eu não sou capaz de ficar com outra pessoa, sabendo que meu coração ainda pertence ao Dog.
Simplesmente não dá.
Fran: Amiga. –Ela abriu a porta do provador e só colocou a cabeça pra fora-. A gente não quer que você
fique com outra pessoa, queremos você feliz. E estamos brincando em relação ao Liminha. Mas sério se
você quiser pensar na possibilidade né nunca se sabe, ele ta solteiro, você também está. –Ela riu e eu
mandei dedo pra ela fazendo cara de cu-. Você não precisa de um macho pra ser feliz e outra meu amor,
Dog perdeu isso tudo por causa de uma mulher que já está pela hora da morte né? Cá entre nós, quem
em sã consciência pensa em trair uma mulher gostosa pra porra que nem você? Por favor né, se eu
tivesse um piru deixaria você como dona dele.
Catarina: Gente desde quando essa Fran fala algo que presta? –Ela riu.
Fran: Me erra, Cat.
Thami: Obrigado por me tirarem de casa meninas.
Catarina: Eu vou falar uma coisa, mas não quero que saia daqui ok?
Fran: O que?
Catarina: Eu amo vocês pra caralho sabia? Quero ficar ao lado de vocês para o resto da minha vida.
Thami: Awn meu Deus, Catarina sendo fofa. –Levantei e fui abraçar ela. A Fran saiu do provador e
abraçou a Cat também.
Fran: Vocês são as melhores amigas que eu posso ter, fico tão feliz em ter vocês duas na minha vida.
Thami: Não vou largar de vocês duas pra sempre.
Fran: Posso propor uma coisa?
Catarina: O que?
Fran: Uma noite das meninas, festa do pijama.
Thami: Eu nem tenho pijama.
Fran: Ah para vai ser legal suas quengas.
Catarina: Eu gostei pra caralho da ideia, vamos comprar várias coisas pra comer.
Thami: Na minha casa pode ser?
Fran: Pode ser sim. –Desfizemos o abraço.
Catarina: Caralho cunhada que vestido bonito ein. –Olhei para o vestido que a Fran vestia e porra era
lindo pra caralho realçando os seios dela e porra a Fran de uns tempos pra cá estava ganhando uma
massa boa, ficando gostosinha.
Thami: Assim Imperador fica louco.
Fran: Aquilo lá é tarado.
Catarina: Leva esse vestido cunhada.
Fran: É caro pra porra.
Thami: E daí doida? Agora você é mulher de patrão, tem que andar no estilo.
Catarina: Guarda para o baile de semana que vem. –Ela ficou se olhando no espelho e sorriu. Eu me
sentia tão orgulhosa pela Fran, de saber que ela estava se aceitando, deixando o seu passado de lado e
aproveitando o presente. Eu via a segurança e o carisma brilhar nos olhos dela, ela definitivamente estava
mudando e para melhor. O João teria muito orgulho de vê-la nesse exato momento e eu sei, que lá do
céu ele está vendo que a nossa menininha está crescendo e se tornando mais mulher ainda. A Fran já
travou muitas batalhas desde criança e ela mais do que ninguém merece ser feliz, ser amada, conquistar
seus sonhos, continuar vencendo batalhas e ao lado da gente. Da família que ela conquistou no morro e
não a família que viu a ruína na vida dela e não fez nada para ajudar. Eu acredito que a hora de cada um
vai chegar e a hora do Thierry e do padrasto da Fran também irão.
Eu e as meninas andamos o shopping inteiro planejando a nossa primeira noite do pijama de muitas.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 106º capítulo 🐾 Russo narrando
Fui para casa já escurecendo chapado pra caralho e sentindo a mente pesar. Parei o carro de qualquer
jeito em frente a minha casa e quando estava entrando avistei de longe a Ana Luísa. Fiz sinal assoviando
e ela veio até a mim e abriu um sorriso meigo.
Ana Luísa: E essa sua cara de bêbado ai? –Ela riu.
Russo: Nem estou bêbado. –Encostei-me ao muro, mas me embolei em minhas próprias pernas e quase
fui ao chão.
Ana Luísa: Vish tomou quantas? –Ela me segurou.
Russo: Tomei poucas, oxe.
Ana Luísa: Não é o que eu estou vendo. –Ela riu me puxando para dentro de casa, eu com o corpo mole
fui junto-. Cadê as chaves?
Russo: Não precisa fazer isso, sabe que eu sei me cuidar muito bem né?
Ana Luísa: Só quero garantir que o morro não vá ver você bêbado assim.
Russo: Não fica bem para a imagem. –Assim que peguei as chaves do bolso da bermuda, ela pegou da
minha mão e abriu a porta. Entrei em casa e me joguei direto no sofá maior.
Ana Luísa: Bem, missão cumprida, agora vou indo.
Russo: Fica mais, vamos conversar, você está tão simpática hoje.
Ana Luísa: Eu sou simpática, os últimos dias que não foram convenientes. –Ela se sentou ao sofá
enquanto meus olhos iam se fechando involuntariamente.
Russo: Hm, é mesmo?
Ana Luísa: É mesmo, enfim, eu vou indo realmente. Não estou afim de ter sua namorada dentro da ONG
novamente me ameaçando?
Russo: Catarina é demais.
Ana Luísa: Às vezes o pouco é muito.
Russo: Não tenho culpa se sempre fui um homem de exageros.
Ana Luísa: Ninguém tem não é mesmo?
Russo: Uhum. –Não sei nem o que eu disse depois disso, só sei que apaguei total.
Despertei do meu sono sentindo uns pingos de água em meu rosto e em seguida um jato de água caiu
todo sobre minha nuca. Pulei rapidamente do sofá, ficando de pé e quase caindo no chão. Vi o Imperador
ao lado do Liminha rindo feito duas hienas.
Russo: Vão se foder seus filhos da puta. –Fiquei puto passando a mão pela minha blusa ensopada.
Imperador: Coé mano, maior sono ai.
Russo: Ah vocês estão fodidos na minha mão.
Liminha: Eu não fiz nada. –Ele riu com as mãos dentro do bolso.
Russo: Tu nunca faz nada né.
Imperador: Eu que sou o madame do crime, vamos logo, se arruma ai que a gente vai colar no baile do
Heitor.
Russo: Vish ninguém merece, esse cara é purgante.
Liminha: Bora seu viado, tem nada pra tu fazer em casa não.
Russo: E as meninas, cadê?
Imperador: Estão juntas ainda, chamei a Luana para ir também e ela já topou.
Russo: Suave então parceiro, vou tomar um banho.
Liminha: Sem estresse. –Sai um pouco mole ainda pelo corredor e entrei no meu quarto. Peguei meu
celular em cima da cama, sentei e mandei mensagem pra Catarina avisando que iria sair para o baile.
Separei uma roupa no estilo, dei uma passada e deixei em cima da cama. Fui para o banheiro, tirei a
roupa molhada e larguei dentro da pia. Entrei no Box, liguei o chuveiro e iniciei meu banho. Deixei a água
cair pelo meu corpo, me ensaboei, tirei o sabão e sai do banho uns 15 minutos mais tarde. Me sequei,
enrolei a toalha na cintura e fui para frente do espelho. Tirei a roupa molhada de dentro da pia e coloquei
em cima do vaso. Dei um trato na minha barba, escovei os dentes, arrumei meu cabelo e sai do banheiro
com a toalha enrolada na cintura. Vesti minha roupa em cima da cama, coloquei meus ouros, minha 38
carregada na cintura e estava muito bem trajado. Tomei um banho de perfume e estava pronto. Peguei
meu celular, meu rádio, uns bolinhos de dinheiro né porque isso nunca pode faltar e sai do meu quarto.
Assim que sai percebi que os meninos estavam ali ainda, na maior ousadia jogando no meu Xbox.
Russo: Não me lembro de ter deixado.
Imperador: E daí? A gente invade mesmo e foda-se.
Liminha: Esse baile sai ou não?
Imperador: Bora porra, que ainda bebi pouco por hoje.
Russo: Tu é foda viu. –Ri e saímos de casa.
Fomos descendo o morro de moto e porra, a gente chama é atenção pra caralho. Qualquer novinha que
aparece ou chega à nossa frente perde a linha. Porra eu não faria de santa se eu fosse elas.
Se eu não estivesse de coleira, esse baile seria na maldade.
Passamos pra poder pegar a Luana que nos esperava em frente a uma farmácia, ela subiu na minha moto
e agarrou na minha cintura.
Luana: Oi Russo. –Sentia o perfume bom dela e olhei para o seu pulso, ela estava usando a pulseira que
eu havia dado de presente pra ela.
Russo: E ai loira, foi excluída da noite com as meninas?
Luana: A Fran até me chamou, mas não quis me meter muito nisso.
Russo: Veio curtir com os caras. –Disse acelerando a moto e vazando logo atrás dos caras.
Luana: Sabe que minha prioridade é sempre curtir com vocês.
Russo: Gosto assim. –Dei risada e fomos quietos até chegar ao morro.
Assim que pisamos no baile o clima já mudou, ali estava o mundo e pra porra mil vezes que ficar em casa
dormindo. Bebida pra caralho com direito a muita curtição e muita mulher gostosa rebolando. Não é
porque eu to comprometido que eu fiquei cego né mesmo?
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 107º capítulo ❄ Catarina narrando
A ideia de festa do pijama muito me agradou e porra estava sendo maravilhosa. A Fran realmente estava
fazendo de tudo para ver o sorriso da Thami e se for pra ver a minha amiga bem, eu topei fazer qualquer
coisa. Rimos muito, colocamos as fofocas em dia e eu tentei não pensar no Russo no baile com um monte
de piranha roçando a xereca no chão pra chamar a atenção dele.
Fran: Ai que vontade de comer um x-bacon, porra...
Thami: Caralho, a batata frita com bacon e cheddar da Kacau é o melhor.
Catarina: Ih caralho, vou passar vontade não, desliga essa merda ai e vamos lá.
Fran: Bora trocar essa roupa porque né.
Thami: Claro. –A Thami desligou a TV do filme que estávamos assistindo e fomos para o quarto dela
trocar de roupa. Coloquei um short jeans de lavagem clara preto curtinho e uma cropped preta com
detalhes em renda, coloquei minhas havaianas, soltei meu cabelo e sai de casa com as meninas.
Fran: Porra a barraca da Clarine é longe pra cacete.
Catarina: Já foi lá amiga?
Fran: Com o Imperador, mas de moto.
Thami: Ih não reclama não, bora malhar essas coxas.
Fran: Já malhei muito hoje cedo com seu primo. –Ri.
Catarina: Saudades de quando a Fran não era depravada. –Rolei os olhos e dei um beliscão nela-. Para de
falar essas coisas que eu fico com ciúmes do meu irmão.
Fran: Lugar de santa é na igreja meu amor. –Ela piscou para mim e fomos andando rindo pelo morro.
Dado: Hmmm olha ai as princesinhas do morro passando. –Passamos em frente a um grupinho de
soldados do meu irmão jogando baralho e também fortalecendo vendo as paradas.
Thami: Só olha mesmo amores.
Yago: Pode pegar não?
Catarina: Você? –Olhei rindo debochando-. Hoje não bebê.
Dado: A primeira dama não tem nada pra falar nada não?
Fran: Ih meu amor, o que o Imperador faz homem nenhum faz não. –Ela piscou e saiu andando. Eu e a
Thami pegamos pra ir atrás dela.
Chegamos a barraca da Clarine e estava cheia, se tem uma coisa que eu não gosto é de ficar na fila. Um
dos privilégios de ser sempre a mais considerada, filha do ex dono do morro e irmã do dono do morro é
poder passar na frente de geral e ainda sim ninguém achar ruim. Carisma meu amor, é disso que o povo
gosta.
Fiz meu pedido junto com o das meninas e sentei numa cadeira esperando junto com elas. A Fran sentou
no meu colo e eu a abracei pela cintura. Comecei a escutar uns assovios quando olhei era o Dog do outro
lado chamando a Thami com a mão.
Catarina: Vai lá amiga.
Thami: Eu não vou, se ele quiser que venha até aqui.
Catarina: Aqui está cheio de gente amiga, ele não vai querer chegar aqui.
Thami: E daí meu amor? Fez merda agora tem que correr atrás.
Fran: Acho certíssima, ele errou meu bem e ela não tem que ir até ele quando ele assovia. O nome dela é
Thamires e uma assoviada não vai a fazer levantar o cu daqui.
Thami: Isso mesmo Fran, se ele quiser que me procure em outro momento.
Catarina: Olha vocês duas estão com um fogo hoje nessa xereca.
Thami: Ih Cat, começou a namorar com Russo e agora perdeu o fogo.
Fran: Deus me livre ein cunhada, vamos tirar você do bonde.
Catarina: Suas quengas mal amadas. –Olhei para onde o Dog estava e ele já havia ido.
Meu celular começou a vibrar e vi que era mensagem do Russo. Abri no whatsapp e ele havia mandado
uma mensagem,
🔸 Início da Conversa 🔸
Russo: Segura o bonde fechadão.
(imagem)
Catarina: TA SEM CAMISA POR QUE IGOR COSTA?
Russo: Calma amor.
Catarina: EU VOU ACALMAR MINHA MÃO NESSA TUA CARA.
Russo: Não quis me acompanhar essa noite.
Catarina: OLHA VOCÊ NÃO ME ESTRESSA EIN GAROTO, VESTE O CARAI DESSA CAMISA EIN SE NÃO EU
VOU ATRÁS DE VOCÊ SÓ DE CALCINHA E SUTIÃ.
Russo: Tu não é maluca.
Catarina: Me provoca então pra ver só uma coisa.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Catarina: Esses meninos estão num fogo no piru que só, está Liminha, Russo e Imperador lá no baile sem
camisa.
Fran: Imperador só anda sem camisa, não sei pra que comprar tantas.
Thami: Queria tanto rebolar minha bunda hoje. –Ela disse rindo e se levantou pra pegar nosso lanche que
ficou pronto.
Catarina: Larga de ser piranha Thami, a gente sabe que você ta com esse sorriso porque quer ver o
Liminha. –Abri a foto que o Russo me mandou e mostrei pra elas.
Fran: Só gostoso, porra...
Catarina: Tudo nosso, sente o poder.
Thami: Olha vocês parem com essa brincadeira de Liminha ein.
Fran: Amiga já era, vamos shippar Thaminha pra sempre.
Thami: Filha da puta.
Fizemos o nosso lanche em meio ao monte de risada e depois voltamos para casa.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 108º capítulo ♣️Liminha narrando
Eu já havia colocado minha mente pra flutuar em putaria e cachaça. Não queria saber de mais porra
nenhuma.
Russo: E ai cara, a estrela da sua noite. –Ele me cutucou e indicou para eu olhar pra trás. Abri um sorriso
torto ao dar de cara com a Thami. Porra nunca tive interesse secundários com ela, mas não dá pra negar
que ela uma puta de uma gostosa. Eu que nunca fui de negar putaria... Até o final dessa noite vou lançar
um papo torto pra ver se ela cai. Ela estava acompanhada da Catarina e da Fran que não ficavam atrás
dela na beleza.
Imperador: Agora sim dei valor. –Ele chegou já pegando na cintura da Fran e dando um selinho nela.
Liminha: Quero dar valor em outra coisa depois do baile.
Luana: Gente liga não que o Liminha já bebeu o que tinha que beber hoje.
Catarina: Que isso, deixa ele beber que a Thami vai cuidar.
Thami: Opa eu vou cuidar? Não sabia. –Ela riu e eu dei um beijo no rosto dela.
Liminha: Se quiser cuidar estamos ai pow.
Russo: Eita porra chamou para o abate. –O Heitor apareceu por ali umas mil vezes, eu não ia com a cara
dele e compartilhava do sentimento junto com o Russo.
As meninas estavam se acabando de dançar e a cada puxada no vestido que a Thami dava eu ficava
louco. Papo de amizade é o caralho, a mina é de boa e eu não sou de ferro. Amigas não devem dançar
rebolando e olhando com cara de safada, ah mas não devem mesmo. Aproveite que estava todo mundo já
bem louco e peguei na mão da Thami discretamente e já fui puxando pelo povão.
Thami: Onde a gente está indo? –Ela perguntou no pé do meu ouvido.
Liminha: To querendo sair desse tumulto. –Ri olhando pra ela.
Thami: Querendo sair pra conversar ou para fazer alguma coisa? –Ela sorriu maliciosa e eu apenas
respondi dando uma alisada na cintura dela. Assim que caímos fora daquela quadra já fui a levando para
onde havia deixado as motos-. Liminha, posso te perguntar uma coisa?
Liminha: Essa noite você pergunta o que quiser.
Thami: Você acha que eu devo conversar com o Dog? –Ela se encostou no muro da escadaria e eu fiquei
de frente pra ela encostado no muro.
Liminha: Tu quer falar de outro macho logo aqui? –Ri.
Thami: Quer me pegar é Liminha? –Ela riu mexendo em seus cabelos.
Liminha: Você gosta de provocar porra. –Ri já me aproximando dela e apertando contra o muro.
Thami: Você que é gostoso demais. –Ela desceu a mão arranhando meu abdômen e indo até o meu pau
que estava estourando de tesão por ela já.
Liminha: Tu é abusadinha ein. –Ri safado e já pronto pra beijar ela, assim que fui para beijá-la, ela
desviou e desceu dois degraus.
Thami: É... Desculpa, eu estou zonza, estou bêbada.
Liminha: Também estou. –Ri torto encostando de lado no muro e olhando para ela.
Thami: Me leva pra casa?
Liminha: Só levo porque eu também já to de saco cheio do baile.
Thami: Mas você vai deixar essa moto ai.
Liminha: E a gente vai de que? De bike?
Thami: Papo reto, pega uma bike ai no estilo e bora.
Liminha: Morena a gente não vai cair.
Thami: Vish não, Liminha, deixa essa porra ai e vamos embora de busão.
Liminha: Caralho, toda nojentinha vai querer subir no busão.
Thami: Eu nojentinha? Está me confundindo com as piranhas do asfalto que você pega. –Ela deu as
costas para mim, jogou o seu cabelo e foi descendo as escadas rebolando. Respirei fundo, olhei para o
meu pau duro ainda e soltei o ar.
Liminha: Não foi agora bebê. –Coloquei as mãos no bolso e fui descendo. A Thami estava indo muito a
frente de mim e eu fiquei indo atrás mesmo.
Ela desceu o morro inteiro de salto sem nem reclamar dos buracos ou de dor no pé mesmo. Se fosse
minha ex estaria enchendo a porra do meu saco falando agora que o salto era lindo, mas não valia a porra
do dinheiro.
Chegamos ao ponto de ônibus, ela sentou com o rosto caidinho e eu sentei ao lado dela.
Liminha: O que foi, Thami?
Thami: A quem eu estou querendo enganar?
Liminha: Como assim?
Thami: Eu não estou bem, Liminha.
Liminha: E quem foi que disse que você tinha que ficar bem?
Thami: Todo mundo.
Liminha: Todo mundo não é capaz de sentir o que você sente, conviva com a sua dor e use-a em outra
coisa.
Thami: Em que? Se eu não sei fazer porra nenhuma.
Liminha: Não precisa de pressa, uma hora vai chegar. –O busão chegou e eu estava ruim demais pra
levantar e fazer sinal, quem fez isso foi a Thami. Eu entrei no busão, paguei a passagem de nós dois e
fomos sentar lá no fundo. Ela deitou com a cabeça no meu ombro.
Thami: Você é tão legal... Por que entrou para essa vida?
Liminha: Que?
Thami: Por que você é bandido?
Liminha: Nasci pra fazer isso.
Thami: Tipo um dom?
Liminha: Moleque de favela cresce querendo ser jogador de futebol, chega ao colégio ouve que não é
capaz de conquistar coisas melhores, eu me afastei da minha mãe para não dar dor de cabeça pra ela,
meu melhor amigo. Eu sou sozinho. Os manos são meus irmãos, minha família, quanto eu tava na pior o
JR que me reergueu. Ta vendo essa marca aqui? –Levantei a palma da minha mão e mostrei pra ela as
cicatrizes-. Quando eu era moleque, a mãe do Luís ficou doente pra porra e eles não tinha dinheiro. A
gente sabia como eram fáceis as coisas, era só pegar o dinheiro sem ninguém ver. Só que deu ruim, JR
pegou a gente. –Ri lembrando a minha infância-Ele fez esses cortes em nossas mãos e eu não me
esqueço de nunca mais disso. A dona Babi chegou ao beco metendo maior bronca nele, foi engraçado.
Depois o JR deu maior moral pra mãe do Luís com a grana para os remédios, mas não adiantou muito ta
ligada mina? Ela morreu uns meses depois, maior descaso dos médicos com ela. Ai depois disso eu e o
Luís não nos desgrudamos. O moleque era bom, ah porra, ele conseguiu vencer na vida ta ligado? Ele
tinha talento pra ser médico, eu pra ficar na rua mesmo de bobeira. Todos meus corres foram pra ajudar
ele e veio um filho da puta e tirou meu mano de mim ta ligado? Ele estudou a vida dele todo, ele nem
conseguiu se formar. É por isso que eu sou o que sou, faço o que faço sem remorso. Porque eu tenho
talento pra isso, porque defender o que é nosso é a única coisa que importa. O morro sempre foi minha
casa, minha família, lá é a nossa fortaleza e ninguém vai tirar aquilo lá como tiraram o Luís de mim.
Mesmo com a minha mente zonza pela bebida, eu me sentia ainda desconfortável de falar algo assim para
a Thami, algo que não contei para ninguém. E ela ficou ali do meu lado, apenas abriu um sorriso, me
abraçou e deitou com a cabeça em meu ombro.
Quando chegamos no morro, assim que nos aproximávamos de sua casa, um homem de moto desceu na
nossa direção, colocou a moto pra cima de mim e eu já puto fui para trás.
Liminha: QUAL É FILHO DA PUTA, NÃO ESTÁ ENXERGANDO NÃO PORRA. –O cara tirou o capacete e vi
que era o Dog. Ele não estava com uma cara nada boa e porra, eu já estava estressado com esse cara só
pelo mal que ele fez a Thami.
Dog: Cai fora filho da puta, deixa que daqui eu assumo a Thami.
Liminha: Tu assumir a Thami? –Ri debochando-. Porque você não assume teu filho? Ou a Jamilly?
Thami: Liminha... –Ela segurou no meu braço ao ver que eu já estava avançando no Dog que já saíra de
cima de sua moto.
Dog: Esse assunto não é da sua conta.
Liminha: Ah não parceiro? É assunto do morro todo, porque o morro inteiro viu o filho da puta que tu é. –
Ele me empurrou para trás e botou um soco na minha cara, eu já cai sentado com a mente louca já. Antes
que levantasse a Thami já partiu pra cima dele e o empurrou para trás.
Thami: MAS VOCÊ VAI TER QUE SER MUITO HOMEM PRA ENFIAR A MÃO NA CARA DELE DE NOVO!
ENCOSTA NELE DOG, QUE QUEM TE MATA SOU EU. –Levantei do chão, puxei a Thami para junto de mim
e encarei ele feio.
Dog: Olha só Thamires, eu tenho um direito de falar com você.
Thami: Único direito que você tem é de colocar o rabo entre as pernas e sai vazado da minha frente. Bora
Liminha. –Ela deslizou sua mão até a minha, entrelaçou nossos dedos e foi me puxando. Olhei para trás e
encarei bem o Dog, abri um sorriso torto e dei uma piscadinha.
Thami: Olha eu não quero saber de você e o Dog se estreitando pelo morro. Se ele provocar tu fica quieto
ouviu Liminha? Dog é maluco ele vai acabar matando você porra e você ainda provoca ta ligado. Não dá
ibope, é isso que ele quer... –Ela foi falando até a casa dela e não parou mais, eu fiquei quieto só ouvindo
o que ela falava. Eu nem conseguia prestar atenção direito.
Assim que passamos em frente a minha casa, ela deu uma parada e me olhou.
Thami: Por que você não diz nada? –Ela cruzou os braços na minha frente.
Liminha: Sei lá morena, tu tá irritada com o cara lá e eu sinceramente não estou a fim.
Thami: Esse é o momento em que você me dá um conselho.
Liminha: To bêbado demais pra isso, tomei um soco do teu ex, não pude nem revidar. No momento agora
meu ego está ferido. –Encostei-me a um poste de luz e cruzei os braços encarando ela.
Thami: Está vendo como o Dog é? Faz merda e ainda quer dar uma de gostosão. –Ele veio andando até
parar na minha frente.
Liminha: Você gasta muita saliva com coisa desnecessária. Vai logo conversar com o cara e encerra esse
assunto. Ficar remoendo, resmungando toda hora é um saco ta ligado? Põe logo um ponto final. Não quer
mais ele? Beleza, chega e conversa. Enquanto tu ficar peitando aquele filho da puta, mas ele vai te
infernizar e achar que ainda tem domínio sobre você. –Ela ouviu tudo quietinha de cabeça baixa e logo
percebi que ela estava chorando. A puxei para mim e a envolvi em meus braços.
Thami: É verdade mesmo Liminha?
Liminha: O que?
Thami: Ele realmente estava com a Jamilly e todo mundo sabia menos eu?
Liminha: Todo mundo nada. JR e Pezão descobriram, rolou uma treta feia lá na boca, JR ameaçou o Dog e
tudo mais.
Thami: Mas é aquilo né? O corno é sempre o último a saber.
Liminha: Você vê isso como chifre, eu vejo como uma forma de você ficar mais ligada nos caras que você
coloca do teu lado, a aprender não dá confiança pra macho que não acompanha teu ritmo. Porra o cara
nem ia contigo para os bailes mina, eu sei que você tem que ter sua liberdade, mas porra eu não deixaria
de curtir ao lado de uma mulher linda como tu. –Passei meu polegar pela bochecha dela secando suas
lágrimas e olhei sorrindo pra ela-. Você não perdeu nada, ele quem perdeu tlg? Sabe como é difícil
arrumar uma mina firmeza aqui no morro? Não precisa nem ter feito a terceira série pra saber que porra
esse teu sorriso ai desarma qualquer vagabundo. –Ela abriu um sorriso tímido passando a mão pelo rosto,
segurei o queixo dela com delicadeza e beijei sua testa-. Vou te levar pra casa ta?
Thami: Não podemos apenas ficar aqui na sua casa?
Liminha: Certeza que a madame quer ficar?
Thami: Certeza. –Ela assentiu sorrindo, abri a porta do meu barraco pra ela entrar. É tudo na humildade,
mas desde a primeira vez em que ela veio aqui nem pareceu se importar. A levei para o meu quarto, dei
uma blusa e uma cueca minha pra ela, mostrei onde era o banheiro e deitei pra dormir no sofá.
ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ 109º capítulo 💣 Dog narrando
É muita humilhação ver a sua mulher andando com um moleque nem o Liminha. Porra me subiu um ódio
e a minha vontade era de matar aquele filho da puta ali mesmo. Thamires ficou louca de jogar tudo o que
tivemos por causa de um deslize que foi ficar com a Jamilly. Porra eu tive uma história com ela no
passado, ela é mãe do meu primeiro moleque e ta ligado quando você sente um puta de um tesão por
uma pessoa, mas não passa disso? Se arrepende de ter feito, mas também não consegue mais deixar de
fazer? Eu não fui criado pelo meu pai, minha mãe morreu já tem uns anos ai e porra, não queria que meu
filho passasse pelo o que eu passei. Crescer sem um pai querendo ou não faz uma diferença do caralho, a
felicidade no olhar dele quando eu estava junto com ele, porra era descomunal.
A Thami não voltou para a casa nessa madrugada, fiquei esperando ela chegar em seu portão e nada. Só
me fazia acreditar que ela estava dando para o Liminha. Piranha mesmo, meteu maior banca pra cima de
mim e agora já estava fodendo com outro.
Fui embora pra minha casa puto da vida, tomei um banho pra aliviar o estresse e me joguei na cama.
Fiquei revirando até amanhecer sem conseguir dormir. Lembrando-se das vezes em que passei com a
Thamires e de como a minha história com ela começou.
Não sei em que horas peguei no sono, mas fui acordado com a campanhia da minha casa tocando
freneticamente. Parecia que a pessoa havia grudado o dedo nela. Já sai puto da cama e fui atender o
portão. Quando vi a Fabi parada na minha porta quase cai pra trás, ela estava com uma feição brava e de
quem iria matar um.
Fabi: Então é isso Rodson? –Ela colocou as mãos na cintura e me fuzilou com o olhar.
Dog: Isso o que Fabiana? Que horas são? –Cocei os olhos e olhei a hora no meu relógio. Mas assim que
olhei, ela virou um tapa pesado na minha cara que ardeu na mesma hora.
Fabi: Eu quero que você olhe pra minha cara enquanto falo com você. –Eu respirei fundo tentando
controlar minha paciência. Se tem uma coisa que eu odeio tanto na Fabi quanto na Thamires é essa de
querer meter banca pra cima de mim. Peguei forte no braço dela e a olhei feio-. Tu solta meu braço filho
da puta, que se meu marido aparecer aqui ele te mata.
Dog: Acha que eu tenho medo do frouxo do PH?
Fabi: Ah eu acho que tem, porque todas às vezes que ele peitou você, tu faltou chorar de medo. –Eu
soltei o braço dela porque eu sabia que iria arrumar mais confusão ainda com o JR.
Dog: O que você quer aqui?
Fabi: Acho bom. –Ela debochou-. Eu só tenho umas coisas para dizer para você.
Dog: Então diz logo de uma vez que eu não estou de tempo.
Fabi: O que você pensa da sua vida em Rodson? Eu sinceramente não sei em qual época da sua vida você
estacionou. Eu escondi sua relação com a minha filha do meu marido, aconselhei a Thami em vários
momentos, peitei o PH por causa de vocês dois e agora você vem com essa de traição? Mas tu é muito
moleque mesmo né? Fica bancando ai de maduro, de gostosão, mas não é porra nenhuma. Você não
passa é de um moleque hipócrita que não evoluiu mentalmente. Vai ficar sempre nessa, com as
vagabundas, infeliz. Porra sendo sincera? Eu realmente esperei que você fosse dar certo com a minha
filha, engano meu achar que a Thamires poderia te fazer bem, que você estava transformado. Eu perdoei
tudo o que aconteceu entre nós dois no passado, porque eu acredito no amor. Que quando não dá certo
com uma pessoa é porque lá na frente você vai encontrar sua metade. Mas essa atitude de moleque, o
mesmo tipo de atitude que você teria quando estava comigo. Sempre e sempre! Você nunca consegue
parar com alguém, não consegue ser fiel, não consegue ao menos dizer um “eu te amo” que seja
verdadeiro. Eu não quero você perto da Thamires, porque se eu ver ou souber que você está rodeando
minha filha novamente, eu vou acabar com a sua vida entendeu? Filho da puta. –Ela deu as costas e
entrou em seu carro.
Eu respirava fundo e apertava minhas mãos controlando a vontade de ir atrás da Fabiana e foder com a
vida daquela cachorra.
Eu mal entrei em casa novamente quando meu celular começou a tocar e vi que era chamada da
Thamires. Logo atendi.
🔸 Início da Conversa 🔸
Dog: Fala o que tu quer?
Thami: Ui agora quer ser grossinho?
Dog: Ih Thamires não estou com graça hoje.
Thami: Beleza, me encontra perto da praça pra gente trocar uma ideia.
Dog: Quero mais nada contigo não porra.
Thami: Mas quem quer sou eu. Eu mereço uma explicação e você vai dar?
Dog: Explicação de que garota? De que você foi corna? Ah isso não preciso explicar não.
Thami: Então é isso Rodson?
Dog: É isso sim tua piranha, dormiu na casa do Liminha não foi? Deve ter se divertido muito dando essa
buceta pra ele.
Thami: Meu filho e daí se eu dei? A porra da buceta é minha e ela eu dou pra quem eu quiser. Ta
estressadinho meu bem? Beleza, isso deve ser dor de cotovelo porque não tem mais uma otária feito eu
ao seu lado.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Assim que ela desligou eu joguei meu celular do outro lado da sala e ele quebrou caindo do chão de tanta
força. Chutei o sofá que foi parar longe e quase derrubou a TV. Que ódio eu sentia de mim por ser tão
estúpido, por nunca fazer nada de certo, por sempre estragar as coisas com quem me faz feliz. Por saber
que tudo o que a Fabi jogou na minha cara não passava da mais sincera verdade.
Eu sentei no chão da sala sentindo o peso das minhas más ações caírem sobre mim. A decepção no olhar
da Thami me machucava e eu não conseguia nem abaixar a bola pra poder tentar consertar as coisas. Tão
estúpido para perder a mina que enfrentou o próprio pai pra poder ficar comigo, poderia enfrentar muito
mais se eu não tivesse estragado tudo novamente.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 110º capítulo 💎 Imperador narrando
Assim que a segunda-feira chegou, eu já senti o clima meio pesado no café da manhã com os meus pais.
Meu pai estava de cara feia, minha mãe fazendo suas coisas de sempre, mas sem puxar conversa e a
Catarina mal cheguei e ela já estava saindo pra ver um negócio de sua nova casa e também para
faculdade. Mandei mensagem cedo para a Fran assim que acordei e ela só foi me responder na hora em
que eu estava almoçando junto com os moleques.
🔸 Início da Conversa 🔸
Imperador: Bom dia princesa (06:48)
Fran: Boa tarde. (13:25)
Imperador: Nossa, rolou algo foi?
Fran: Não, to de boa.
Imperador: TPM?
Fran: Não.
Imperador: Então ta bom né, depois não reclama.
Fran: Ih Imperador, se quiser me ver me encontra na praça perto do colégio na hora da saída beleza?
Imperador: Não vou te buscar, toda ignorante ah vai tomar no cu pra lá.
Fran: Eu estou mandando você ir, então eu estarei esperando você lá.
Imperador: Flw!
🔸 Fim da Conversa 🔸
Franciellen é cheia de graça porra, acha que é mulher agora pra me peitar só porque passou uns
diazinhos com a minha tia? Deixa-a de graça, acabo com essa marra dela e assim que topar com ela de
noite vou botar essa moral dela no chão. Ontem estava feliz, me dando maior moral, me dando mil e uns
beijos, ai agora vem com essa? Escrota pra caralho mermão.
Russo: Ih que cara é essa parceiro?
Imperador: Fode não. –Dei a minha marmita de lado.
Russo: Já sei, Franciellen né?
Imperador: Porra parceiro, meteu maior moral pra cima de mim agora, toda ignorante. Achando que
manda em alguma coisa.
Russo: Mas ela manda porra, ela fala e falta só você latir. –Ele riu.
Imperador: Eu não to brincando contigo. –Fechei a cara pra ele.
Russo: Calma mô da vida. –Ele atravessou o fuzil no peito, fez sinal para uns sete moleques e sai vazado
da boca. Terminei de comer e fiquei só dentro da sala fazendo anotação pra prestar contas para o meu
pai da nossa grana. E com isso veio logo na mente uma situação muito suspeita que rolou no baile. Tota
estava no baile também e vi-o passando um bolo de dinheiro pra mão do Heitor, na hora nem me liguei,
mas agora pensando melhor: O que o Tota estaria fazendo com o Heitor? Eu sei que o Thierry era muito
amigo do Heitor, mas porra quem é parceiro assim não faz nada no escondido né? Eu malandro velho já
guardei isso na minha mente pra tirar a limpo na hora certa.
Estava com um contato muito bom fora do Brasil e ele me deu a localização certinha onde o rato do
Thierry estava se escondendo, e assim que aquele filho da puta pisasse no RJ eu iria colocar ele pra
conhecer o verdadeiro inferno.
A tarde passou que eu nem senti, fiquei ali na boca com os pensamentos aéreos e fui pra minha casa.
Tomei um banho, me arrumei pra poder buscar a idiota da Franciellen mais tarde e fui fazer um lanche na
rua. Enquanto estava comendo passou uma loirinha linda, toda princesa, com cara de Barbie e aquele
rostinho ali era novo pela área. Ela entrou na casa ao lado da barraca em que eu comia.
Madalena: Tira o olho da minha sobrinha. Ela não é para o teu bico. –Dei risada de lado.
Imperador: Não preciso nem olhar muito, elas se atraem com facilidade.
Madalena: Pensei que estivesse firme com a aquela menina boazinha que anda por ai.
Imperador: E eu estou, ela que desvaloriza.
Madalena: Nisso não meu meto menino, mas também não se meta com a minha sobrinha.
Imperador: Pode deixar Lena, com ela é só dá uma olhada e pronto.
Madalena: Avisa os meninos lá de cima também. –Ela riu.
Imperador: Sabe que não controlo isso.
Madalena: Ta certo. –Paguei o lanche com uma nota de cinquenta e deixei o troco com ela mesmo. Subi
na minha moto, dei uma passada na minha mãe e de lá fui encontrar com a Franciellen na praça.
Assim que cheguei lá encontrei com a Thamires, parei minha moto ao lado dele e tirei o capacete.
Imperador: Cadê a Franciellen?
Thami: Na praia.
Imperador: Fazendo o que na praia porra? Ela marcou aqui comigo.
Thami: Ela disse que estava com vontade de tomar uma água de coco e foi.
Imperador: Ah me poupe né porra.
Thami: Cara Imperador, não briga com a Fran.
Imperador: Não brigar porra? Ela ta agindo desde cedo feito uma ridícula.
Thami: É TPM. –Ela deu de ombros mordendo um canto da boca.
Imperador: Aham, sei bem isso. Sobe ai Thamires. –Coloquei meu capacete.
Thami: Pega leve com ela só te peço isso.
Imperador: Não me peça nada, porque eu não estou a fim de ficar cumprindo nada. –Dei partida na moto
e fui voado para a praia que a Thami indicou no caminho. Não era muito distante do colégio das meninas.
Assim que desci da minha moto, olhei para todos os lados e não vi nada. Só havia os quiosques a beira do
calçadão da praia.
Imperador: Cadê ela?
Thami: Deve ta sentada na areia.
Imperador: A ponto de passar alguém aqui e fazer merda com ela.
Thami: Ain Imperador, poxa pega leve.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 111º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Já havia um tempo que eu estava querendo fazer um momento especial junto com o Imperador, algo que
nenhuma mulher jamais fez na vida dele. O amor que eu sentia por ele já não cabia dentro do meu peito
e há momentos que você precisa colocar para fora tudo aquilo que sente. A parte ruim foi ter que mentir
pra ele fingindo ser alguém que eu não sou e a parte boa é que é engraçado ver ele todo estressadinho. O
Bruno é estourado, então qualquer coisa que você faz ele já leva para o pessoal e eu queria ver a marra
dele caindo quando ele visse o que eu fiz.
A brisa da praia batia no meu rosto e eu segurava meu celular suando frio. Olhei para a decoração no
local, para o homem que eu contratei para tocar umas músicas, para o Russo e a Catarina sentados em
almofadas próximos ao local onde estávamos. Meu celular vibrou com a mensagem da Thamires avisando
que eles estavam chegando.
E assim que vi os dois andando em nossa direção, fiz sinal para o músico e ele começou a tocar e cantar
Pra sempre com você do Jorge e Mateus. O Imperador ainda não havia nos visto, mas ele estava olhando
para as nossas fotos que eu havia colocado nas palmeiras e então o olhar do Imperador encontrou o meu.
Eu coloquei uma mecha atrás da orelha, sentindo meu coração bater forte, as borboletas no meu
estômago se movimentarem mais ainda e as minhas bochechas rosadas. Olhei para a Catarina que sorria
positivamente.
Fui ao em encontro do Imperador e ele não conseguia parar de sorrir feito bobo. A Thami foi se juntar ao
Russo e a Cat, enquanto eu peguei na mão do Imperador.
Imperador: Fran, eu... –Ele mal conseguiu terminar a frase, fui o levando para dentro do coração que eu
fiz na areia com velas ao redor e algumas pétalas de rosa dentro. Algumas tochas também que haviam
fotos nossas coladas.
Fran: Imperador, eu não quero que diga nada, apenas que ouça o que eu tenho para te falar. –A música
foi diminuindo e ficou bem baixinha, o cara foi cantando umas músicas que me faziam lembrar muito da
minha relação com o Imperador.
Imperador: Caralho amor, eu não acredito nisso porra. –Ele passou a mão no rosto, ajeitou o boné na
cabeça e eu fui ajoelhando na frente dele e pegando na mão dele.
Russo: IIIIIIH CARA AGORA VOCÊ VIROU A MOÇA DA RELAÇÃO. –Olhei para os três rindo e a Cat deu
uma cotovelada no Russo.
Fran: Eu tenho umas coisas para te dizer meu amor e eu não vejo um momento melhor para dizer tudo o
que está dentro do meu peito. Foi pensando em nós dois que me trouxe até essa noite para fazer algo
que realmente significasse não só para você, como para mim também. Eu tenho tanto para dizer, tanto
para demonstrar, que às vezes fica difícil... –Respirei fundo enquanto nossos olhares estavam presos um
no outro. Aquele momento ali era tão nosso que ninguém ali era capaz de tirar-. Quando nos conhecemos,
digo, quando você enchia meu saco e eu ignorava sua presença, eu te achava tão nojento, tão
insuportável. Que se alguém do futuro viesse até a mim falando que eu seria sua namorada, eu juro que
eu não acreditaria e ainda debocharia na cara da pessoa... E então, você foi entrando na minha vida, foi
transformando ela aos poucos, foi dando mini socos na minha cara jogando a verdade e me fazendo
acordar para a realidade. Foi cuidando de mim no momento em que eu mais precisei. Me protegeu de
todo perigo, mostrou que quando amamos é preciso abrir mão de certas coisas. Eu não quero dinheiro,
não quero fama, não quero luxo, apenas quero você. O brilho que eu enxergo em você, ninguém é capaz
de enxergar porque a minha alma está conectada a sua. Quando eu disse adeus para você, meu coração
gritava pelo seu. Eu estou disposta, Imperador, a te amar todos os dias que restam da minha vida. Te
amar quando você acorda e já quer me beijar; te amar quando você me irrita com suas brincadeiras
imbecis; te amar quando você me pega no colo; te amar mesmo quando você solta alguma piada sem
graça; te amar quando seu trabalho e a sua responsabilidade for maior do que a gente; te amar quando
os dias estiverem difíceis; te amar aceitando a forma como você é. Eu quero apenas amar você, acordar
do seu lado todos os dias, construir um futuro junto ao seu, mostrar como é verdadeiro o nosso amor e
gritar para todos os cantos do mundo que eu amo você. Eu não ligo que o mundo inteiro diga o quanto o
que eu estou fazendo isso é brega, que ninguém mais faz isso. Pouco me importa se as meninas do morro
me acham magrela, sonsa e o caralho a quatro. Eu sou o que sou e você me aceitou assim, me chama de
minha menina, enfrenta um mundo com uma só mão enquanto segura a minha. Eu não aceito perder
você, não aceito ver você triste, não aceito viver uma vida se não for ao seu lado. E nessa noite meu
amor, a partir dessa noite e para todas as noites que passaremos juntos, eu quero selar algo entre nós
dois. –Ele estava bobo olhando para mim com seus olhos marejados e eu não estava acreditando:
euzinha, magricela, estava fazendo Imperador o ogro da favela e dono da porra toda chorar na frente do
seu braço direito, de sua prima e de sua irmã gêmea.
Imperador: Porra mulher você fode meu psicológico. –Ele riu todo bobo e me puxou para cima me
pegando no colo e girando junto comigo, me enchendo de beijos enquanto eu ria juntamente a ele. Sabe
quando seu peito explode de tanta felicidade? É assim que eu estou nesse exato momento. Sendo feliz e
rindo ao lado do amor da minha vida. A Thami, o Russo e a Cat gritavam, assoviavam, enquanto a música
rolava agora mais alta.
O Imperador me colocou no chão, não perdeu tempo ao me beijar sem vergonha nenhuma das pessoas
ao nosso redor, ele me pegava a ponto de quase me tirar do chão. O beijo retirava meu fôlego e as
nossas línguas dançavam juntas. Coloquei as mãos na nuca dele, enquanto ele pegava firme por dentro
dos meus cabelos e nossos lábios deslizavam um pelo o outro. Ao final do beijo que foi parando com
vários selinhos, ele encostou a testa na minha e sorriu bobo.
Imperador: Se um dia aparecer alguma mina assim como você, com certeza será a nossa menininha.
Aquela que vai colocar nós dois de quatro por ela e vai trazer alegria para a nossa casa. Eu estou sem
palavras, não sei mesmo o que te dizer, nunca fizeram algo assim para mim e ver você, minha mulher, se
dedicando pra me ver feliz, porra, você transformou minha vida morena.
Russo: Agora só falta o pedido de casamento mano. –Ele gritou. Olhei para o Imperador rindo, que riu
junto e olhou para o Russo.
Imperador: Porra mano se apertar mais a coleira vai me matar enforcado.
Thami: Dessa coleira você não se solta mais, cachorrão.
Imperador: E quem disse que eu quero me soltar? –Abri um sorriso largo e o Imperador me encheu de
selinhos, me abraçando apertado.
Logo mais tarde, o pessoal foi embora, o cara do violão também e eu fiquei ali na praia com o Imperador.
A brisa do mar batia na gente, ele me envolveu com seus braços fortes e beijou o topo da minha cabeça.
Imperador: Eu estou completo. –Ele sussurrou ao pé do meu ouvido.
Fran: E não estava antes?
Imperador: Como eu explico isso a você?
Fran: Diz o que está vindo no seu coração.
Imperador: Sabe que esses assuntos de coração não combinam comigo.
Fran: Estamos só nós dois, você não precisa ser o chefe da boca o tempo todo.
Imperador: Eu sei disso, morena.
Fran: Não vou forçar nada. –Eu fiquei encarando a lua que beijava o mar e fazendo um carinho nele. O
silêncio permaneceu por mais alguns minutos.
Imperador: Às vezes eu sinto que carrego um mundo inteiro nas costas. E esse carregar me preocupa,
porque eu sinto a necessidade de proteger a todos o tempo inteiro. Principalmente você e a minha família.
Eu olho para o início do ano, até mesmo para as minhas fotos, eu parecia mais um moleque sem barba no
rosto. E a mudança rolou de verdade quando você entrou na minha vida. Não digo no meu aniversário e
sim quando você subiu no morro pra morar aqui. Junto contigo veio um avalanche de coisas, comecei a
compreender qual era o meu papel dentro do morro. Com você tive a oportunidade de entender o que é
respeito, compreendi o que meu pai falou pra mim a vida toda e eu só me preocupava com buceta e
dinheiro. Além disso, eu olho pra trás e percebo o quanto eu estava vivendo uma vida vazia. Papo reto,
morena? Muito dinheiro, todas as mulheres que eu quiser e bebida não é futuro pra ninguém não. Isso
tudo acaba quando a casa cai. No dia que os vermes sobem pra pegar nós, não tem piranha e amigo que
fique. As únicas pessoas que ficam fazem parte da sua família e eu não os valorizava o suficiente. –Eu
ouvia cada palavra que ele dizia atenciosamente e eu sentia que ele não estava falando pra mim. Era mais
pra ele. O Imperador estava colocando os pingos nos i da vida dele e eu estava ao lado dele pra ser
testemunha do crescimento do meu homem. E que homem...
Ele terminou de falar e abruptamente levantei do chão. Ele olhou para mim sem entender nada e eu sorri
para ele.
Imperador: Ficou doida?
Fran: Vamos caminhar. –Sorri e então o puxei pela mão. Ele sorriu de volta, me pegou no colo e saiu
andando comigo por onde a água a estava batendo-. Neguinho?
Imperador: Eu mesmo. –Ele riu.
Fran: A casa pode cair quantas vezes for e se eu tiver que cair junto contigo, eu caio. Porque quando eu
estava no fundo do poço, você enfrentou tudo por mim. Não digo isso da boca pra fora. Eu não tenho
medo da vida, único medo que eu tenho é de te perder.
Imperador: Eu ainda vou irritar muito você, pode ter certeza disso. –Ele me colocou no chão, me puxou
com firmeza para seus braços fazendo nossos olhares se encontrarem. Ele sorriu safado de lado, beijou a
minha nuca ao mesmo tempo que descia suas mãos até minha bunda. Ele pegou nela com firmeza e
pressionou minha buceta contra seu pau já duro. Só com esse gesto me fez ficar toda arrepiada. Muito
dono do mel da minha calcinha né? HELLO BRAZIL! EXISTE UM HOMEM MAIS GOSTOSO QUE ESSE?
Fran: Puta que pariu, Imperador... –Suspirei.
Imperador: Que foi amor? –Ele riu se fazendo de otário e depositou um selinho nos meus lábios seguido
de uma mordida leve. Ele deslizava suas mãos pelo meu corpo explorando com vontade mesmo. Eu
sentindo o pau dele duro daquela forma só me subia mais fogo e vontade de fuder.
Fran: Você provoca demais. –Puxei o rosto dele para próximo do meu, subi uma mão por dentro da sua
camisa e arranhei seu abdômen de leve. O Bruno descaradamente olhou para o mar e sorriu olhando
safado pra mim-. Amor, está fazendo muito frio. –Ri já entendendo as intenções dele.
Imperador: Ah, mas eu te aqueço. –Ele passou a língua de leve pelo meu lábio e sussurrou pra mim – Vai
negar fogo, Franciellen? – Foda do Imperador é que ele sabe como instigar uma mulher e leva-la fazer
todo tipo de loucura que ele deseje.
Me afastei um pouco dele, tirei minha blusa do colégio e abri meu sutiã. De costas para o Imperador, tirei
toda minha roupa, deixei na areia e fiquei nua. Comecei a entrar no mar que estava gelado pra caralho e
olhei pra ele – Vai ficar ai me olhando com cara de babaca ou vai vir aqui comer a sua mulher? – Arqueei
uma das sobrancelhas e sorri com cara de safada.
Ele não demorou nada e já estava me pegando no colo pra entrar comigo no mar que estava calmo.
Com a água cobrindo até o nosso busto, minhas pernas estavam em volta de sua cintura e o nossos
rostos estavam tão próximos que a respiração dele fazia cócegas no meu rosto. Passei meus braços em
volta do pescoço dele.
Imperador: Você é bem safada né, Franciellen? –Ele riu e chupou meu lábio inferior.
Fran: Sou safada e você gosta. –Ele pegou com força na minha bunda, fazendo seu pau roçar na minha
buceta. Joguei a cabeça para trás e ele chupou meu pescoço com vontade.
Ele deu uma mordidinha na pontinha da minha orelha, passou a língua bem de leve e eu suspirei com o
meu corpo todo arrepiado em resposta aos estímulos dele.
Fran: Você está judiando de mim, me deixando doidinha. –Minha buceta já pulsava querendo receber a
rola dele.
Imperador: Vou é judiar dessa sua buceta gostosa. –Ele pegou com força no meu cabelo e me beijou com
vontade, chupando meus lábios que costumavam ficar um pouco roxo depois que ficávamos. Eu me soltei
da cintura dele, fiquei de costas e ele me pegou como se eu fosse uma boneca de pano. Abraçando-me
por trás massageando meus seios enquanto esfregava aquele pau duro na minha bunda. Ele sussurrava
putarias ao pé do meu ouvido com sua respiração ofegante. Eu estava pouco me fodendo de estar na
praia, aliás isso me dava mais prazer ainda. Com uma mão ele apertava meus seios e com a outra ele
desceu até a minha bucetinha, onde a masturbou com vontade me enlouquecendo de tesão. Afastei mais
minhas pernas para que ele se deliciar ao me masturbar. Eu gemia baixinho e rebolava nos dedos dele
que era socado dentro da minha buceta.
Eu já estava quase gozando nos dedos dele, meus gemidos já estavam fora de controle. Ele tirou o dedo
da minha buceta e me virou bruscamente pra ele, fazendo-me ir para o seu colo.
Ele brincou um pouco esfregando a cabeça do seu pau em minha xotinha. A ansiedade de sentir aquele
cacete todo dentro de mim fazia-me gemer suplicando.
Imperador: Pede pau vai cachorra. – Ele deu um tapa na minha cara e a cara de prazer dele me deixava
louca.
Fran: Me fode Bruno. – Eu gemi junto com minha resposta, mas não satisfeito eu recebi outro tapa na
cara.
Imperador: Pede pra eu te foder vai sua cachorra, suplica. –Ele chupou meus lábios com força e puxou
meu cabelo. Minha buceta pulsava de tanto tesão.
Fran: Me fode logo porra, soca esse pau na minha buceta. Não me tortura.
Imperador: Assim que eu gosto da minha resposta. –Ele colou mais nossos corpos e foi enfiando aos
poucos. Senti sua rola ir preenchendo cada espaço da minha buceta que latejava de prazer. O Bruno
soltou um grunhido e respirava ofegante. Meu gemido agora era mais alto, quando deslizou tudo pra
dentro de mim eu quase pirei de prazer.
Ele metia muito gostoso, falando putarias ao pé do meu ouvido. Ele socava com vontade e gemia no meu
ouvido. Nossos corpos estavam quentes e a água não dava conta de esfriar. Eu cravei as unhas nas costas
dele e dava chupões no seu pescoço e peito. Sentia aquele cacete entrando e saindo de minha boceta. Ele
alternava ao me foder e minha buceta engolia todo seu pau. Eu estava vendo estrelas, me contorcendo e
gemendo naquele pau. Eu contraia minha buceta e rebolava gostoso.
Fran: Vou gozar porra. –Anunciei sentindo meu corpo inteiro se arrepiar, eu me contorcia e toda entregue.
Ele segurou firme em minhas coxas e bombou com muita vontade, eu acompanhava mexendo e gemendo
muito alto, já estava quase no clímax quando senti seu jato de porra dentro de mim, e seguiram outros e
outros jatos me inundando toda. Não consegui me controlar e então eu gozei como nunca.
Ele foi tirando seu pau devagar de dentro de mim e eu estava toda mole grudada no corpo dele.
Decidimos mais tarde sair da água e deitamos pelados na areia. Estava tudo deserto e se desse alguma
merda o Imperador iria dar um jeito ne. Ele ofegante deitou o corpo sobre o meu apoiando os braços na
areia, nos beijamos com vontade. Não estávamos com pressa de nada, a força do nosso amor nos
impedia de pensar em algo além de estar juntos. Ficamos ali abraçados por alguns minutos. Trocamos
mais um beijo e fomos pra água novamente.
Imperador: Sua safada, fica dando a buceta pra mim na praia. –Ele me jogou água e eu ri.
Fran: Eu sou safada? Se manca seu idiota. –Joguei água nele, mas sem muito efeito. Ele me agarrou pela
cintura e me levantou até me jogar no seu ombro-. Me solta, Imperador, você vai me deixar cair.
Imperador: Eu vou te soltar só quando suas coisas estiverem novamente no meu guarda-roupa.
Fran: Pensei que estivesse de boa eu morando lá e você aqui.
Imperador: Eu estava enganado, Fran. Não aguento mais essa distância, te deixar sozinha amor.
Fran: Mesmo?
Imperador: Mesmo minha princesa. – Ele me tirou de cima do seu ombro e eu olhei sorrindo toda boba
para ele – Chato só te ver final de semana e te pegar no colégio, parece aqueles namoros de colégio
porra, sirvo pra isso não. –Eu estava me sentindo completa, do mesmo jeitinho que ele estava se
sentindo. E daí que a Manu era a mãe do primeiro filho dele? Eu sou a primeira dama, porra.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 112º capítulo Thamires narrando
Eu, Cat e Russo fomos embora deixando os pombinhos na praia. Eu adorava ajudar nesse tipo de
surpresa, achava lindo essas declarações de amor. Pena que eu e o amor nunca andamos na mesma
linha. O Russo parou seu carro em frente a minha casa, despedi-me deles e desci do carro.
Eu estava um pouco cansada, então tomei um banho, coloquei um pijama curtinho rosa, prendi meu
cabelo em um rabo de cavalo e fui pra cozinha fazer um lanche. Preparei dois misto-quente junto com um
copo de suco de laranja com limão. Fui para a sala, liguei a TV e fiquei vendo minha novela que deixo
gravando. Enquanto comia, peguei meu celular e fui olhar minhas mensagens. Abri na minha conversa
com o Liminha e o chamei já que ele estava online.
Início da Conversa
Thami: Boa noite, Pedrinho.
Liminha: Boa noite morena.
Thami: Em casa?
Liminha: Na boca, morrendo de fome.
Thami: Estou lanchando agora
Liminha: Nem me oferece pprt
Thami: Vem cá comer.
Liminha: Se eu chegar em 2 horas, ainda vou ganhar comida?
Thami: Porra, ai vai ser tarde pra cacete.
Liminha: Vai me deixar ir dormir na fome?
Thami: Miojo ta ai pra isso.
Liminha: Miojo não me alimenta.
Thami: E o que te alimenta né?
Liminha: Buceta
Thami: Desnecessário
Liminha: Desculpa. Sai ai, to em frente sua casa.
Thami: Opa.
Fim da Conversa
Eu e o Liminha fizemos uma boa amizade, apesar das vezes que ficamos.
Levantei do sofá na mesma hora, deixei as coisas em cima do sofá e desliguei a TV. Fui até a rua do jeito
que eu estava e o Liminha estava encostado na sua moto. O charme dele se consiste no jeito malandro de
agir e falar. Apesar de estar só de baby doll, eu me senti nua só pela forma como ele me olhou.
Thami: Perdeu o olho aqui? –Ri debochando e coloquei a mão na cintura.
Liminha: Se eu perder não quero achar nunca mais. –Ele riu e ficou em pé direito. Seu olho ainda estava
um pouco roxo pelo soco que tomou do Dog.
Thami: Pensei que fosse vir só mais tarde.
Liminha: Estava te zoando.
Thami: Idiota. – Rolei os olhos.
Liminha: Chegou agora em casa ne?
Thami: Cheguei sim, fui ajudar a Fran na surpresa.
Liminha: Te vi subindo com o Russo.
Thami: Me vigiando é? –Ri.
Liminha: Tentando perder o olhar em você.
Thami: Você é tão bonitinho né? Pena que não vale nada.
Liminha: Claro que eu valho.
Thami: Aham, sei. –Ri e me afastei dele entrando em casa-. Quando entrar, fecha o portão.
Entrei em casa e fui direto pra cozinha e ele veio atrás de mim.
A mente no intuito de proteger o coração projeta as lembranças de maneira negativa. E com isso nos
impede de dar passos na nossa vida.
Liminha: O que você tem morena? – Ele perguntou enquanto fazia as coisas para o misto quente.
Thami: Pensando numas coisas só. – Pensando no Dog e como ele foi me conquistando. Com olhares, se
aproximando aos poucos de mim. Assim como o Liminha faz, aparece, joga uma conversa fiada. E até
quando ele estará presente? Até eu abrir as pernas pra ele? Ou até a ex dele voltar? Liminha é o cafajeste
declarado, não nega suas putarias e seu sorriso safada não o deixa mentir.
Liminha: Eu fiz alguma coisa? –Ele parou do meu lado.
Thami: Não fez, relaxa. –Sorri amarelo.
Liminha: Larga essas paradas ai vai. –Ele veio por trás, segurou nos meus braços e foi me levando até a
mesa. Onde ele sentou em uma cadeira e eu sentei em seu colo.
Eu sabia que se olhasse nos olhos dele choraria, então mantive meu olhar fixo no chão da cozinha. Ele
segurou na minha cintura e eu senti seu olhar em mim.
Liminha: Como foi seu dia ein?
Thami: Foi bom e o seu?
Liminha: Normal, fui fazer uns corres, passei pra comprar umas camisas também. Posso te mostrar depois
pra ver se você gosta? –Apenas assenti com a cabeça. Eu havia perdido todo o clima, pensar no Dog me
machucava e saber que o Liminha poderia me machucar também me fez se afastar-. Você não ta bem né?
Eu vou embora, é melhor assim. –Eu levantei do colo dele e assim que ele levantou eu olhei nos olhos
dele. Droga! Foi então que ele meus olhos marejados.
Thami: Eu... – Eu não consegui falar mais nada, ele apenas me abraçou enquanto eu desabava de tanto
chorar. Ele me pegou no colo e me levou para o meu quarto, onde me deitou na cama, ligou o ar
condicionado e ficou agachado no chão ao meu lado da cama.
Liminha: Ei morena... –Ele passou a mão pelo meu cabelo.
Thami: Eu não consigo... Desculpa... –Chorei de soluçar.
Liminha: Ta lembrando do Dog né?
Thami: Estou, desculpa por isso. Eu não...
Liminha: Eu vou embora ok? Te deixar quietinha na sua. –Ele beijou minha testa e fez carinho na minha
nuca. Antes que ele se afastasse, eu segurei na mão dele.
Thami: Não vai.
Liminha: Você ainda quer que eu fique?
Thami: Sua presença me acalma.
Liminha: Só foi eu chegar que você mudou. –Ele fez uma cara de confuso e olhou para o chão. Como se
estivesse chateado.
Thami: Pedro?
Liminha: Ah, eu prefiro ir pra minha casa, Thami.
Thami: Hm, então vai né.
Liminha: Se cuida. –Ele levantou e eu o assisti ir embora.
Eu ouvi a porta da minha casa bater, o barulho da moto dele junto com o barulho habitual do morro e isso
me causou incômodo. Parecia que não era mais eu. O fato dele ter ido embora me deixou mal e não
consegui mais dormir.
As horas foram passando, o morro foi ficando em silêncio e eu ali olhando para o teto escuro do meu
quarto.
Thami: Quer saber? Eu vou atrás daquele traste.
Levantei da cama, apenas troquei de roupa, passei um pouco de perfume e sai de casa rapidamente.
Atravessei becos e subi a escadaria até a casa dele. E assim que parei em frente ao seu portão olhei
diretamente para sua laje e gritei.
Thami: L I M I N H A. - Ele colocou a cara na laje, mas nem dava para vê-lo direito.
Liminha: Que foi?
Thami: Posso subir?
Liminha: Se caso eu falar que não, você derruba o portão e sobe.
Thami: Faço isso mesmo e talvez pior. -Dei risada.
Eu abri o portão e entrei no quintal dele. Esperei ele vir abrir a porta de sua casa e quando ele abriu eu
senti meu rosto corar de vergonha. Olhei diretamente para o chão e sorri. Não precisava esconder, estava
tudo escuro mesmo.
Liminha: Qual foi ein?
Thami: Não queria que tivesse ido.
Liminha: Não precisa da minha presença sempre.
Thami: Gosto dela.
Liminha: Tá certo.
Thami: Por que está assim comigo?
Do nada ele esmurrou a grade da porta atrás de mim e o barulho fez com que eu me assustasse. Meu
coração batia acelerado e eu dei dois passos para trás.
Thami: Qual foi, Pedro? - Perguntei com meu coração acelerado.
Liminha: Por que veio atrás de mim? - Eu não entendia o motivo dele estar bravo dessa forma. Ele se
afastou de mim e andou pela pequena sala.
Thami: Porque... - Eu não sabia bem o motivo, aliás, eu sabia. Mas não como explicar.
Liminha: Não adianta nada você vir atrás de mim enquanto horas mais cedo você estava chorando pelo
filho da puta do seu ex. E logo ele que não valoriza a mulher que você é. - O tom grosso tirava o tom
suave e descontraído de sua voz.
Meu desejo era de me aproximar, mas se eu fizesse tal coisa, era bem provável dele se afastar.
Thami: E você valorizou sua ex?
Liminha: O que minha ex tem a ver com isso?
Thami: Ela é a mãe da sua filha.
Liminha: E eu amo minha filha ue. -Ele bateu com as mãos na sua coxa claramente irritado.
Thami: E sua ex? Você não a ama?
Liminha: Thamires, eu a trai beleza? Quem ama não trai. Quem quer um relacionamento ou fica
sossegado ou fica solteiro. Se for pra namorar e ficar brigando toda hora, sentir desejo por outras
mulheres e os caralhos, prefiro ficar sozinho porra.
Thami: Mas quem te deixou foi ela.
Liminha: Foi ue. E daí?
Thami: Quer que eu vá embora? - Eu o olhava naquele estado sem entender o que se passava na mente
dele. Liminha é uma incógnita, dificilmente você sabe quais são os desejos dele. Ele estava sem camisa e
nas suas costas à mostra as tatuagens que ele mais se amarrava, o nome do Luís, seu amigo morto, e
também, uma fênix que cobria toda suas costas.
Ele não respondeu se queria que eu ficasse ou não. Eu estava mais confusa do que a nossa conversa. Eu
abri a porta da sala e sai. Fui para a rua e comecei a caminhar para a escadaria.
Senti uma mão quente agarrar meu pulso. Ao virar para trás vi que era o Liminha. Olhei no fundo dos
seus olhos, que estavam vermelhos e marejados.
Não lembro qual foi a última vez em que vi um homem chorar. Meu pai e o Heitor são ignorantes demais
para isso.
Thami: Você não está bem não é? - Sussurrei e ele apenas concordou com a cabeça - Você me ajudou
tanto nesses últimos dias e eu sequer parei pra perguntar sobre você. - Ele olhou para o céu e fungou -
Vamos para sua casa. - Segurei na mão dele, ele entrelaçou seus dedos nos meus e juntos voltamos pra
casa dele.
Ao entrarmos, tranquei a porta e fomos para o seu quarto. O quarto dele é humilde, só uma cama, um
guarda roupa e uma TV na parede. Não há fotos pela sua casa e nem resquício de que uma mulher ou
uma criança já moraram ali.
O Liminha sentou na cama e antes que eu sentasse em seu colo, beijei o topo da cabeça dele e sentei.
Thami: Você sabe que não precisa sempre guardar seus sentimentos ne? - Acariciei o rosto dele.
Liminha: É complicado.
Thami: Descomplica. Começa falando, gosto de ouvir o que você fala. -Ele puxou seu celular do bolso,
desbloqueou a tela e abriu na galeria. Ele me mostrou a foto de uma garotinha linda, a cara dele.
Liminha: Essa é a minha princesa e eu não posso mais ver ela. A mãe dela tomou raiva de mim e nem
dinheiro para as coisas da Gabi eu posso mandar. Final de ano ta chegando, geral vai passar com sua
família e eu não tenho a minha. Minha mãe fjca pra lá e eu pra cá. Vou passar sozinho. E hoje é
aniversário de morte do Luís. Eu sempre tive certeza de tudo o que eu queria. E agora eu não quero
mais.
Thami: Você quer abandonar o Imperador?
Liminha: Eu quero. - Ele soltou o ar.
Thami: Mesmo depois de tudo o que me disse dentro do ônibus?
Liminha: Perdi o tesão por essa vida. E hoje eu percebi que essa vida vai acabar me tirando da minha filha
como me tirou da minha mãe. Essa vida suga, aprisiona mais que penitenciária. Você pensa que ta bem,
mas está lá no fundo do poço.
Thami: Eu nasci e cresci dentro da favela. Meu pai e o Aruan comandam no outro morro, minha mãe
sempre me deu conselhos sobre ser mulher de bandido. Homens fora de comunidade poucos se
interessavam por mim, ainda mais quando descobriam quem é o meu pai ou o meu irmão. Meu pai é
ciumento, então ele não gosta de me ver namorando. Pior seria se fosse um cara do asfalto. Eu não tenho
certeza de nada do que eu quero, porque nunca se tratou do meu querer. Eu e você temos mais de 18
anos e não somos donos do nosso querer. E por isso nos sentimos perdidos. Quando estávamos no
ônibus, você falava com tanta convicção que eu acreditei em cada palavra. Mas você é aquela pessoa que
quando conhece de verdade, tem os desejos mais simples do mundo. Você não é um homem ruim. -
Segurei no rosto dele com as duas mãos e encostei nossas festas - Você tem tudo para sair vencedor
dessa vida. O Imperador ficará triste de te ver partir, mas ele entende. O JR compreende qualquer um. E
aqui nunca deixará de ser sua casa. Mas seu primeiro lar é com sua mãe. E mãe nunca abandona. Foi
você mesmo que disse que não precisamos conquistar tudo de uma só vez.
Liminha: Eu não disse com essas palavras. -Ele riu.
Thami: Não enche seu chato. -Ri junto. Ele deu dois tapinhas leves na minha coxa quando nossos olhares
se encontrarem. O nosso riso foi silenciado. Alternei meu olhar entre os olhos e a boca dele, enquanto ele
começava a acariciar meu corpo. Passando a mão na coxa, bunda e costas. Causando-me leves arrepios.
Liminha: Você tem um jeito único, Thami. -Ele segurou meu queixo com delicadeza, mesmo eu sentindo
sua mão áspera - Doido é o homem que tem tudo com você e ainda te perde.
Thami: E onde eu estou errando, Pedro? Será que eu não vou conseguir ter o meu final feliz? - Abaixei a
cabeça.
Liminha: Errando? Não há nada de errado em você. -Ele novamente levantou meu rosto e dessa vez com
mais firmeza me fez olhar pra ele - Não vê, Thami?
Thami: O que não estou vendo? - Perguntei confusa.
Liminha: Que eu estou aqui querendo não apenas te fazer bem, mas estar ao seu lado pra tudo. Não é de
hoje que observo você, há tempos que te vejo passar e só fico olhando sem poder chegar. Hierarquia
escrota do caralho. - Eu nem sabia o que responder. Hierarquia? Se ele chega um pouco antes do Dog eu
nem teria olhado para ele. Vamos combinar que o Liminha é bem mais gostoso que o Rodson.
Thami: Ai meu Deus - Ri - Quer dizer que você ficava me crushando?
Liminha: O que? - Ele ficou confuso - Para de rir oh otaria. - Ele levantou puto e me deixou sentada na
cama. Olhei o estressadinho sair do quarto.
Não adianta nada eu me jogar em cima do Liminha, enquanto declaradamente eu não estou bem por
conta do Dog. Não quero um passatempo, quero algo concreto. Quero um amor como dos meus pais, dos
meus padrinhos, da Ninja e do Vigarista. Uma pessoa que eu acorde todos os dias e me sinta feliz por tê-
la ali. Gostar de alguém tão rápido não está nos meus planos e eu não sabia o que fazer. Não sabia o que
falaria ao Liminha quando ele voltasse. Peguei meu celular e precisava de um conselho. A Fran certeza
que não estaria disponível, nem online estava, safada deve tá dando horrores e a Catarina também não
está, outra que deve ta gemendo no ouvido de Russo uma hora dessas. Feito louca procurei o número da
Luana. Não somos as melhores amigas do mundo, mas estamos nos conhecendo melhor e ela está online
ne.
Início da Conversa
Thami: Oh piranha Socorro me ajuda.
Luana: O que foi, Thami? Aconteceu algo? Meus tios estão bem?
Thami: Aconteceu comigo.
Luana: Ai meu Deus mulher, o que houve?
Thami: Eu to na casa do Liminha e eu não sei o que fazer.
Luana: Por que? Não tá depilada?
Thami: Não faz piada e eu ando sempre pronta ta? É que eu estava conversando com ele e ai ele disse
que já gostava de mim, que ficava me olhando.
Luana: E cadê o problema?
Thami: Eu acabei de sair de um relacionamento fodido e já vou me entregar novamente? Não consigo e
não quero magoar o Liminha.
Luana: Não acredito que você ainda está sofrendo pelo Dog Amor da minha vida, presta atenção no
que eu vou dizer: Coração partido a gente cola com porra. Dog não é macho pra ninguém, se ele quer
agir feito moleque é melhor ele ficar solteiro. Porra amiga, Liminha é tudo de bom. Vai dar a porra desse
cu pra ele que rapidinho você não vai lembrar nem quem é Dog.
Thami: O cu não
Luana: Quer se fazer de cu virgem pra cima de mim? Te orienta piranha
Thami: Mas ai é que está, eu não quero ser só mais uma na cama do Liminha e de qualquer outro
homem.
Luana: Para de ser neurótica, Thami. Um passo de cada vez. Ficar com o Liminha isso já sei que rolou,
agora continua ficando. Deixa rolar. Esquece o Dog, ele não te merece.
Thami: E o que eu faço com o Liminha?
Luana: Só é infeliz quem não tem uma boa rola pra sentar.
Thami: Ai que horror Você e a Franciellen estão assim agora ne, duas piranhas.
Luana: Sofrimento é o caralho.
Thami: E você? Vai namorar não?
Luana: Preguiça de macho, quero ficar solteira.
Thami:Tá certo, amor eu vou lá atrás do Liminha.
Luana: A essa hora?
Thami: Estou na casa dele.
Luana: Um delícia desses e você no wpp? Vai dar logo, anda, agora, é uma ordem.
Thami: Eu to no quarto dele e ele saiu daqui.
Luana: Vai atrás dele nua.
Thami: Para de me ensinar a ser safada.
Luana: Você é safada, só esqueceu disso.
Thami: Obrigado Lu
Luana: De nada amor.
Fim da Conversa
A Luana é tão doida que no fundo não tem como discordar de suas palavras. Eu deixei meu celular em
cima da cama e quando estava saindo do quarto, a porta se abriu e o Liminha entrou comendo um x-
tudo.
Liminha: Quer comer?
Thami: Eu quero. - Fui com ele para a cozinha e na mesa tinha os x-tudo, potinhos de batata frita e uma
garrafa de coca.
Liminha: Fica a vontade. -Ele falou ja saindo da cozinha e isso me chateou um pouco.
Thami: Não vai ficar pra comer comigo?
Liminha: Não. - Ele deu de ombros e saiu andando como se a minha presença pouco importasse para ele.
E isso me deixou chateada, enquanto eu comia um bolo se formava na minha garganta, mas eu não
choraria.
Enquanto terminava o x-tudo, o Liminha apareceu e pegou seu segundo x-tudo.
Thami: Se comer demais vai passar mal.
Liminha: Não tem problema. - Ele saiu andando pra fora da cozinha e eu rolei os olhos. Esses homens
pqp. Levantei da cadeira da mesa e fui até a sala onde ele estava comendo. Parei na frente dele e cruzei
os braços. A cara do Liminha geralmente não diz nada e nesse momento sua cara estava assim.
Thami: O que eu te fiz?
Liminha: Nada.
Thami: Ah bem, porque eu não vim aqui pra ficar eu em um cômodo e você no outro. Olha essa noite
maravilhosa, cheia de estrelinhas, boa para dar uns beijos e você nessa. -Ele olhou pra baixo rindo.
Liminha: Vem cá. – Eu fiquei fazendo um charme como se tivesse pensando se iria ou não. Abri um sorriso
bobo, ele colocou seu x-tudo dentro do prato e no outro sofá.
Prontamente fui caminhando para o colo dele, coloquei uma perna de cada lado do seu corpo e suas mãos
envolveram minha cintura com firmeza fazendo minha blusinha subir um pouco. Encostei minha testa na
dele e abri um sorriso juntamente com ele.
Liminha: Para de sorrir assim, morena.
Thami: Por quê? Não posso?
Liminha: Esse sorriso me deixa doido, porra. –Uma de suas mãos foram descendo malandramente para
minha bunda e eu senti o pau dele pulsar debaixo de mim. Ai papai! Luana do céu, amiga por que você foi
atiçar esse meu fogo?
Thami: Eu gosto de sorrir desse jeito, não posso? –Encostei meus lábios no pé dou ouvido dele e
sussurrei: - E vou sorrir mais ainda sabendo que você fica doido.
Liminha: Não instiga se não tem pretensões de ir até o final. –Ele sussurrou mordendo seu lábio inferior
bem devagar, os lábios dele encostaram-se à pele do meu pescoço e traçou um caminho de beijos,
causando-me arrepios. A outra mão dele saiu da minha cintura e subiu pelas minhas costas, descendo
pelos meus seios bem devagar. Ele subiu novamente e segurou na alça fina da minha blusa.
Thami: Em algum momento pedi pra você parar? –Sussurrei bem safada e então ele fez com que as duas
alças da blusa caíssem. E como ela era bem larguinha expôs meus seios tampados pelo sutiã.
Liminha: Não brinca com o lobo mau. –Ele abriu um sorriso largo bem cachorro que puta que pariu. De
repente ele pegou com força no meu cabelo e sua mão em minha bunda apertou com força pressionando
minha xota contra seu pau duro pra caralho.
A cada toque do Liminha no meu corpo parecia que iria explodir a qualquer momento. Ele me fazia
suspirar, safado e malandro, ele sabia muito bem como explorar o desejo de uma mulher. A sensação que
ele estava me causando apenas com carícias, beijos e mordidas me levavam ao delírio. Sua boca deliciosa
percorria meu pescoço dando beijos quentes enquanto sua mão pegava com vontade em meus seios e eu
rebolava cheia de tesão no pau dele que pulsava de prazer louco para me foder. Ele passou a mão na
minha coxa e subiu novamente até meus seios, ele os apertou com vontade. Ele desceu beijando meu
pescoço e chegou até meus seios. Retirei minha blusa para facilitar, já que ela havia descido até meu
umbigo. Liminha tirou meu sutiã e começou a chupar meus seios. Isso me deixou muito excitada.
Enquanto ele chupava um dos meus seios, ele apertava o outro com a mão. Eu estava molhadinha,
mordia os meus lábios para conter meus gemidos.
Arranhei as costas dele e ele mordeu o bico do meu seio de leve. Ele foi me deitando em seu sofá, vindo
em seguida para cima de mim sem colocar todo seu peso sobre meu corpo. Fazendo o que eu já desejava,
o Liminha desceu uma de suas mãos até minha buceta que pedia para ser fudida com urgência. Ele
interrompeu o beijo para abrir o meu short e eu ajudei que ele tirasse. Assim fiz com a bermuda dele
também. Ele passou o dedo pela alça da minha calcinha, enquanto eu mordia seus lábios o puxava para
um novo beijo intenso. Passei as mãos pelo corpo dele e subi minhas mãos por suas costas largas. Ele
colocou a mão por dentro da minha calcinha e alisou minha buceta com vontade, sentindo o melzinho dela
escorrer por seus dedos facilmente. Ele sorriu safado, levando seus dedos até a sua boca provando do
meu sabor.
Liminha: Deliciosa pra caralho. –A cara de prazer dele me alucinava, mordi meu lábio inferior sedenta de
prazer. Ele passou o dedo pela alça da minha calcinha bem pequena e com um puxão rápido minha
calcinha se reduzia a um fiapo de pano que foi jogado no chão.
Thami: Vou querer uma calcinha nova. – Falei manhosa.
Liminha: Por mim você anda até sem calcinha. –Ele desceu até meus lábios beijando-me deliciosamente,
sua língua se entrelaçava a minha em uma brincadeira louca. Finalizando a chupada em meus lábios, ele
foi descendo pelo meu corpo dando beijos até chegar na minha bucetinha. Sem pensar duas vezes, o
Liminha caiu de boca. Ele me chupava com vontade fazendo minha buceta cada vez mais pulsar de
prazer. Puxava o seu cabelo com força e cravava minhas unhas na sua costa, gemendo não muito alto. Ele
metia a língua lá dentro da minha buceta e a chupava inteira. Ele dava linguadinhas e mordidas no meu
clitóris. Eu tava muito excitava. Ele dava beijos no meu grelo e mordidinhas. Puxei seu cabelo e ele
gemeu. Mordi os lábios para conter os gemidos, mas era impossível. Cada chupada com vontade que o
Liminha me dava era um gemido alto que eu soltava e eu cravava as unhas nas costas dele. Ele me
chupava tão gostoso e eu só sabia implorar por mais. Ele subiu beijando meu corpo, até chegar à minha
boca e me beijar.
Liminha: Vamos para o meu quarto. –Ele levantou e me segurou para me pegar pela mão. Ele apertou
minha bunda, entramos em seu quarto com ele atrás de mim e eu sentindo o pau dele duro.
Ele deitou junto comigo na cama dele, comigo ficando por baixo, eu apertei a bunda dele e subi as mãos
pelas costas dele. Ele me pegou pelo cabelo e puxo para um beijo intenso, enquanto ele apertava minha
cintura, chupava bem gostoso minha língua. Ele sabia bem que eu não curtia carinho na cama, e pela
forma como ele estava levando tudo me daria muita pirocada. Eu estava mole em suas mãos.
Sentei no colo dele, porém sem encaixar o pau dele e comecei a deslizar a buceta naquele pau enorme e
gostoso.
Liminha: Puta que pariu, sua cachorra do caralho. –Ele apertou com força minha bunda e deu um tapa
ardido, com certeza deixou a marca. Estava ficando louca com aquela roçada e sentindo-me cada vez mais
molhada. Cada vez mais que eu roçava minha buceta no pau dele, mais tapas recebia. E com um sorriso
safado no rosto eu o provoquei pra cacete.
Thami: Quero ouvir você implorar. –Sussurrei no ouvido dele e gemi baixinho só pra ele. Eu já estava
louca pra encaixar aquela rola grossa e gostosa na minha buceta, e quicar nela a noite toda.
Liminha: Gostosa, eu quero te foder. –Ele me tirou de cima dele e me jogou na cama deitada de bruços.
Ele me colocou de quatro e eu dei uma risadinha, ele me deu um tapa ardido na bunda e me chupou com
vontade. Ele enfiou dois dedos na minha buceta e eu abri mais as pernas. Ele continuou a me penetrar
com os dedos e eu me contorcia de prazer gemendo.
Thami: Seu filho da puta... –Gemi. Ele apertou minha bunda e ficou de joelhos na cama, virei até ele e fui
até seu pau. O peguei na mão e olhei com cara de safada para ele que sorriu safado.
Abri minha boca e fui colocando o pau dele na minha boca lentamente, quase não cabia. Comecei um
movimento de vai e vem bem lentinho enquanto acariciava as bolas dele e o olhava com cara de safada.
Acelerei o movimento da chupada, passava a língua por toda extensão de seu pau e chupava suas bolas,
senti meu maxilar doer um pouco, mas não parei. Em alguns momentos eu engasgava por ir muito fundo,
mas estava uma delicia. Ouvia os suspiros abafados dele, ele estava muito excitado, ele segurou no meu
cabelo, e fez-me chupar com mais vontade. Tirei seu pau da boca, estava todo babado, passei a língua na
base e sentir ele se arrepiar. Arranhei sua coxa e chupei suas bolas, uma de cada vez. Ele xingou um
palavrão e puxou forte meu cabelo. Eu esfregava uma perna na outra, já louca para ele me foder. Apertei
meus seios e continuei a chupá-lo.
Liminha: Vem cá sua cachorra gostosa. –Ele me deitou na cama e se enfiou entre as minhas pernas.
Entrelacei minhas pernas na cintura dele, ele as segurou e seu pau estava em cima da minha buceta. Ele
desceu até meu pescoço e me deu uma chupada com força.
Liminha: Sua piranha safada. –Ele sussurrou no meu ouvido. Essa voz rouca dele me alucinou. Meu corpo
inteiro se arrepiou-. Vou te fazer minha mulher, sua safada. –Ele apertou meus seios e suspirei. Soltei um
gemido. Eu queria mais que tudo ser fodida por ele, não estava me aguentando-. Pede pra eu te foder?
Ele passou a cabecinha do pau dele na minha buceta e ficou pincelando.
Thami: Me fode. –Pedi apertando os seios, porém não foi o suficiente. Ele continuou a me provocar
passando aquele pau gostoso, minha buceta piscava de tesão pra ter logo ele me fodendo-. Me fode,
porra. –Pedi manhosa, mordi os lábios já não aguentando mais.
Liminha: Cachorra. –Ele deu um tapa minha cara, mordeu os lábios e começou a enfiar o pau dele
devagar. Respirei ofegante e mais o pau dele me invadia. Olhando pra ele com cara de puta, recebi mais
um tapa na cara e ele começou a foder minha buceta com força. Me arrancando gemidos altos impossíveis
de controlar. Era uma delícia receber toda aquela rola dentro da minha buceta que o melava. Ele me fodia
sem parar nessa posição, me dava tapas e falava baixarias que me levavam ao delírio. E junto a ele, eu
gemia cada vez mais alto. Implorando pra ele não parar de me foder em momento algum.
Ele tirou seu pau da minha buceta, puxou os meus cabelos, me pediu calma e me colocou de quatro. Deu
uma bela chupada na minha buceta, fazendo-me contorcer naquela língua deliciosa que invadia minha
buceta e meu cuzinho. Eu rebolava na língua e agarrava o lençol da cama tentando conter meus gemidos.
Eu estava me contorcendo, sentindo meu corpo completamente em chamas. Ele batia na minha bunda e
pedia que eu rebolasse na língua dele e sorrindo bem safada assim o fiz. Se posicionando atrás de mim,
ele deu batidas com sua rola na minha buceta. Ele segurou na minha cintura e foi socando sua rola toda
dentro de mim. Assim que seu pau encaixou todo na minha buceta, eu me empinei bem mais deixando ele
como uma visão deliciosa de mim. Suspirando de prazer, ele me fodia sem pena nenhuma. Eu sentia sua
rola me foder por inteira e arder minha bucetinha, eu só pedia cada vez mais. Ele não parava de foder
minha buceta e dava fortes tapas na minha bunda. Estava tudo delicioso, de repente ele me pegou no
colo, trocamos de posições. Ele deitou na cama, fui por cima dele. Fui sentando devagar no pau dele
enquanto o beijava. Eu comecei a sentar e rebolar no pau dele, foi ainda melhor ele me beijava, apertava
minha bunda, beijava meus seios. Ele pegou na minha bunda, então acelerei o ritmo e comecei a
cavalgar, que delícia de pau. Estava vendo estrelas de tão gostoso que estava e eu gritava de prazer.
Deitei sobre o corpo dele e o Liminha começou a meter com vontade e rápido dentro de mim, gemia no
ouvido dele e isso parecia deixá-lo louco. Ele continuou a meter forte em mim até que explodiu em um
gozo intenso levando-me junto ao orgasmo. Acha que paramos nossa noite por ai? No banheiro, no
corredor e novamente em sua cama foi assim que ficamos saciados e fomos dormir finalmente de
conchinha.
No dia seguinte eu acordei aninhada ao corpo do Liminha, sentindo várias partes do meu corpo dolorida.
Estava tão gostoso ficar ali que eu me recusei a me mexer. Mas foi sentindo o carinho em minha cintura
que eu soube que o Liminha por fim estava acordado.
Thami: Bom dia.
Liminha: Bom dia, amor.
Thami: Dormiu bem?
Liminha: Dormi bem pra porra e acordei com a sensação de ter ganho na loteria. E você?
Thami: Acho que estamos milionários juntos. –Sorri e senti o beijinho dele no topo da minha cabeça.
Dei mais uma cochilada nos braços dele e acordei mais tarde sozinha. Corri para o banheiro pelada, tomei
meu banho e voltei para o quarto dele enrolada na toalha. Catei uma blusa dele e fui assim mesmo atrás
dele na cozinha. E assim que o achei, bem ele me deu um sorriso lindo que me fez sorrir toda boba.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 113º capítulo 💎 Imperador narrando
A terça começou agitada né? Mandei uns caras lá no morro do meu tio Vigarista buscar as coisas da
minha patroa. Minha magrela iria voltar para os meus braços e de lá não sairia jamais.
Fran: Bruno? – Ela me chamou vindo atrás de mim na rua.
Imperador: Oi amor. –Olhei para ela sorrindo com o meu rádio na mão. Estava passando umas ordens
para o Russo.
Fran: Temos que conversar. – Esse olhar dela não me trazia boas coisas. Entrei em casa junto com ela,
sentei no sofá e joguei meu rádio na mesa de centro. Ela sentou no braço do sofá e me olhou.
Imperador: Manda amor.
Fran: Tota aprontou uma.
Imperador: O que?
Fran: Minha mãe não quis dizer o que foi, mas minha tia mandou mensagem pedindo que eu fosse ver
minha mãe e era a respeito do Tota.
Imperador: Você não vai. –Endureci o olhar. Eu odiava ser autoritário com a Fran, mas eu não deixaria
que ela voltasse a casa da mãe dela nem fudendo.
Fran: Eu preciso.
Imperador: Você não precisa.
Fran: Ela não deixou de ser minha mãe.
Imperador: Mas ela deixou de cumprir os deveres dele como mãe, então porra, tu não vai.
Fran: Bruno? –Ela me olhou um pouco brava – Eu não posso viver sabendo que o Tota aprontou alguma
coisa com a minha mãe.
Imperador: Seu padrasto aprontou a vida inteira contigo debaixo do nariz da sua mãe e você se importa?
– Percebi que falei merda só depois de ter dito. Esse assunto sempre será delicado pra Fran e pressioná-la
só a feriu.
Fran: Eu estou saindo pra ir a casa da minha mãe em 20 minutos e eu vou sozinha. –Ela levantou e já foi
subindo as escadas.
Imperador: Eu vou contigo.
Fran: Não entendeu a palavra sozinha? –Ela parou no meio da escada e olhou pra trás.
Imperador: Eu entendi porra e disse que você não vai sozinha. –Ela cruzou os braços e me olhou séria.
Fran: Não preciso da sua proteção 24 horas.
Imperador: Qual foi, Fran?
Fran: Eu preciso saber o que está rolando e eu não quero ir até lá com você.
Imperador: Beleza então. – Olhei puto pra ela, peguei o rádio e sai de casa batendo a porta atrás de mim.
Nisso vi o Russo descendo o morro e eu o parei – Para o que você estiver fazendo e vai levar a Franciellen
lá na casa da mãe dela.
Russo: O que? Mano a Catarina está me esperando.
Imperador: Foda-se, você vai levá-la.
Russo: O que rolou, irmão?
Imperador: Essa história está muito estranha. Parece que uma tia da Fran mandou uma mensagem pra
ela avisando que ele aprontou uma envolvendo a mãe dela e a Fran está indo pra lá.
Russo: E por que você não vai?
Imperador: Ela não quer.
Russo: Brigaram?
Imperador: Meio que sim.
Russo: Vocês dois são foda pra caralho.
Imperador: Faz o que eu to te mandando que não tem erro, Russo.
Russo: Beleza irmão.
Respirei fundo, subi na minha moto e fui pra boca. Topei com meu pai logo na entrada e ele me parou.
JR: Imperador, queria falar comigo?
Imperador: Queria pai, mas eu acho que o momento não vai dar.
JR: O que era?
Imperador: Queria tirar uma semana com a patroa, ela ta precisando relaxar um pouco, mas o viado do
irmão dela fez alguma merda e eu coloquei o Russo pra ir com ela até a casa da mãe dela.
JR: Eu sei o que foi. –Ele disse na cara limpa.
Imperador: E não me disse nada?
JR: Não encontrei contigo.
Imperador: Meios de comunicação estão ai pra isso.
JR: Foda-se, Tota matou o padrasto da Fran. E eu temo que isso seja uma jogada pra atrair o olhar de
superprotetor pra ele.
Imperador: A Fran já está ligada na índole do Tota, ela não vai cair no papo dele. Ele só adiantou o meu
trabalho.
JR: Trabalho que deveria ter feito há meses, está lento demais Imperador.
Imperador: Pai? –Endureci o olhar pra ele. Eu não gostava de ser visto como bundão pelo meu pai. Eu só
tinha pendências mais importantes do que o padrasto filho da puta da Fran.
JR: Você tem que aprender a proteger melhor os seus.
Imperador: Os meus não morreram aos meus pés.
JR: Estou te dando um alerta, você não vai querer ver quando acontecer.
Imperador: A nossa vida é assim. Desde cedo eu vi os manos morrerem.
JR: É diferente quando alguém da família morre, Imperador. Muito diferente. – Ele saiu andando e me
deixou ali pensativo. Eu odiava quando meu pai falava essas coisas para mim e com razão. Eu não podia
proteger a todos a todo momento, mas eu tinha obrigação com os meus. Eu tinha que ser eficiente na
missão da minha vida. Eu não saberia lidar com a dor de perder a Catarina, o Russo, os meus pais e a
Fran. Eu nunca fui bom em lidar com perdas.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 114º capítulo 🌼 Franciellen narrando
A mensagem da minha tia me atingiu como flecha. Meu instinto me levava até a minha mãe. Eu precisava
ver com os meus próprios olhos o que estava acontecendo. Quando sai de casa o Russo me aguardava no
portão.
Russo: Vamos?
Fran: O Imperador é difícil de entender né?
Russo: Magrela, ele só quer te proteger.
Fran: Eu sei disso, Russo. –Abaixei a cabeça ao perceber que havia sido muito dura com meu neguinho.
Russo: Vocês dois brigam, mas ambos querem o bem um do outro.
Fran: Eu conheço o Imperador e colocar ele na mesma sala que a minha mãe não sairia em boa coisa.
Russo: Vamos? – Ele subiu em sua moto a ligando.
Fran: Vamos. – Subi logo em seguida e o Russo deu partida descendo o morro na alta. Ele sabia o
caminho da minha antiga e aquele curso me fez lembrar-se de um passado não muito distante. E eu me
orgulhei da mulher que eu estava me tornando, mais forte, mais sábia, mais esperta, mais confiante e
menos ingênua. Eu não tinha pena alguma do homem nojento que era o Tota e o Imperador tinha toda
minha autorização para exterminar com a vida dele. Eu não tinha pena do Tota e ao menos do Thierry.
Eu sabia o quanto o Imperador queria me proteger dos medos da vida e de como ele achava que eu havia
sofrido já o suficiente pra uma pessoa da minha idade. Eu não tinha o que reclamar, sabe por quê? Eu
estava viva e com saúde. O meu passado continua lá, ele é uma ferida que apenas cicatriza e que eu
estou aprendendo a cicatrizá-lo mais vezes. Eu não posso julgar o Imperador de me tratar como boneca
de porcelana. Mas da mesma forma que ele queria se vingar do Thierry e do Tota, o sentimento para mim
era maior. E o tempo que eu passei com a Ninja eu vi e aprendi coisas que levarei para toda minha vida e
passarei para os meus filhos. Portar uma arma não me faz mais mulher, saber me defender em diversas
situações não me trará troféus. Tudo é experiência e nada mais.
Russo: Vai rolar um pagode dos bons hoje, você e o Imperador vão aparecer? – Ele me perguntou me
tirando dos meus pensamentos.
Fran: Com certeza, vou avisar meu neguinho assim que chegar. – O Russo parou com a moto em frente a
minha casa, eu respirei fundo e coloquei na minha mente “nada vai me abalar”.
Abri o portão da minha casa e tudo estava em um silêncio mórbido. O Russo veio logo atrás de mim. Parei
na porta que dava pra sala.
Fran: MÃE! ABRE A PORTA. – Esperei que ela estivesse em casa. E por fim minha mãe apareceu para abrir
a porta. Ela estava descabelada e com seu rosto deformado pela dor. E com hematomas antigos.
Cristina: Fran? – Seus olhos se encheram de lágrimas. Ela quis me tocar e eu dei um passo pra trás
impedindo que ela o fizesse – Minha filha, Caíque esteve aqui... - Então ela começou a chorar
desesperadamente.
Fran: Mãe, eu já sei muito bem da vinda do Caíque, quero saber o que ele queria.
Cristina: Entra, por favor.
Fran: Não vou entrar, o mesmo que você vai falar lá dentro você vai falar aqui fora.
Cristina: Minha doce, Fran. Você está tão diferente.
Fran: Mãe, apenas diga o que o Caíque queria.
Cristina: Ele matou o Fábio... Meu menino é um bandido. – Ela se debulhou em lágrimas. O Russo
pigarreou atrás de mim.
Fran: Quanto tem isso?
Cristina: Foi ontem pela tarde.
Fran: Beleza. A senhora precisa de alguma coisa? Comida, dinheiro?
Cristina: Filha, eu preciso de você.
Fran: Vou repetir: a senhora precisa de comida ou dinheiro?
Cristina: Fran, minha menina... –Ela tentou me abraçar e eu fui novamente para trás.
Fran: Certo, uma vez ao mês vou mandar alguém aqui pra trazer as compras do mês e dinheiro pra
senhora se manter. E vê se não coloca um homem qualquer dentro do que costumava ser o nosso lar. – A
olhei por uma última vez e sai andando dali. O Russo veio atrás de mim e parei perto de sua moto. Outra
coisa que aprendi com a Ninja era que as minhas cicatrizes seriam eternas e poucos são aqueles que de
fato sentem algo por ela. Muitos são aqueles que fingem se importarem na hora da necessidade, poucos
se importam honestamente.
Russo: Fran? – Ele me analisou com o olhar.
Fran: Diga?
Russo: Ela é a sua mãe, você não precisa fingir ser dura e que não se importa.
Fran: Russo, eu não estou fingindo. Eu ainda a respeito como minha mãe, não é a toa que eu ainda
intitulo assim. Eu não me importo com a morte do Fábio, me importo com o que o Tota está tentando
fazer. Ele sabia que eu viria aqui atrás dela. Ele só não sabe que eu já sei que ele e o Thierry são amigos
íntimos.
Russo: E o que vai fazer a respeito disso?
Fran: Mandar dinheiro e comida pra minha mãe, mais nada. Imperador não quer que eu me meta nos
assuntos do morro.
Russo: Isso é assunto do morro.
Fran: Não, isso é meu assunto familiar.
Russo: Está tudo bem mesmo contigo?
Fran: Se a sua pergunta é se um dia eu vou perdoar minha mãe, a resposta é sim. E eu estou muito bem.
Mas hoje eu não sou capaz de perdoá-la e muito menos de esquecer todos os dias de abuso enquanto ela
fingia que tudo aquilo não passava de fantasia minha. –Ele me abraçou e beijou minha testa. Eu
realmente precisava daquele abraço.
Russo: Você vai perdoá-la. Seu coração não é de pedra, no fundo você já começou a perdoar e nem
percebeu. – Talvez eu não tivesse percebido ou não queira perceber.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 115º capítulo 🐾 Russo narrando
Haverá muitas opiniões sobre a atitude da Fran e eu simplesmente preferi não ter opinião alguma. Não
sou capaz de imaginar o que ela teve que passar enquanto eu tinha meus pais do meu lado pra tudo.
De volta ao morro deixei a Fran na casa do Imperador e fui direto pra boca. Assim que cheguei minha
mulher estava parada encostada no poste me olhando com um sorriso nos lábios.
Catarina: Não sei porque, mas eu amo quando você me deixa esperando. – Eu ri e fui em sua direção
pegando em sua cintura e a beijando.
Russo: Desculpa, minha morena. Precisei fazer um serviço para o Imperador.
Catarina: Eu sei disso, Imperador me contou e foi me buscar.
Russo: Que horas te busco pra gente ir para o pagode?
Catarina: Vou me arrumar na sua casa e vou dormir lá também.
Russo: Ui abusadinha. – Ela me deu vários selinhos.
Catarina: Logo minha casa maravilinda estará toda equipada. Quero uma festa de estreia.
Russo: Essa festa será privada. – Sorri safado pegando na bunda dela com vontade e subindo minha mão
rapidamente quando avistei o pai dela. Ele fechou a cara para mim e eu olhei para o chão – Fudeu
pequena.
Catarina: O que? – Ela olhou pra trás quando seu pai já estava em cima de nós dois.
JR: TA MALUCO SEU PÉ RAPADO. –Ele me deu uma rasteira que me fez cair de bunda no chão e os
manos da boca tudo ficaram rindo. E a Catarina como exemplo de namorada ficou rindo junto – METE
ESSA SUA MÃO NA BUNDA DA MINHA FILHA DE NOVO QUE ESSA VAI SER A ÚLTIMA COISA
QUE VOCÊ VAI PEGAR NA SUA VIDA.
Russo: Coé padrin, fiz nada disso com ela não. – Meu cu tranca para o JR né? Porra o cara tem um
histórico de falar e fazer mesmo.
JR: CALA A TUA BOCA PIVETE, BORA CATARINA QUE EU NÃO TE QUERO AQUI.
Catarina: Imperador quer que eu faça um serviço pra ele pai.
JR: Ele manda o Russo.
Catarina: Esse trabalho é importante.
JR: Não me interessa, vamos filha.
Catarina: Vamos ao shopping então?
JR: Vamos aonde você quiser. – Ela deu a mão para o pai dela e saiu andando. A cretina ainda olhou pra
trás sorrindo sínica e me mandou um beijo. Levantei do chão e olhei duro para os pivetes da boca.
Russo: VOCÊS NÃO TEM CARALHO NENHUM PRA FAZER NÃO PORRA? BORA LUCRAR QUE HOJE É DIA
SEUS FILHOS DA PUTA. – Entrei na boca puto e bolado, trombei com o Imperador e ele me interrogou
sobre o que rolou na casa da mãe da Fran.
Imperador: Mano, meu pai me deu uma chamada hoje.
Russo: Sobre o que?
Imperador: Sobre eu não estar sabendo gerir isso aqui.
Russo: Ué mano, as coisas estão fluindo pra porra. Geral satisfeito, seu nome não sai da boca dos
moradores.
Imperador: Ele ta falando de proteção.
Russo: Em qual sentido?
Imperador: Tota porra! Eu sei dos planos do Tota e não to fazendo nada. O Fábio ta morto caralho e qual
vai ser o próximo passo dele?
Russo: Irmão a gente já sabe dos planos dele.
Imperador: Sabemos e fizemos o que pra mudar isso?
Russo: Não vamos ser impulsivos. Se a gente atacar pode melar a missão toda.
Imperador: O chão do morro que pode ficar melado de sangue se a gente não agir.
Russo: Sangue deles e não nosso.
Imperador: Ele ta fechando com o Heitor porra.
Russo: PH não vai deixar isso rolar e o Aruan ainda ta rondando por lá.
Imperador: Tu tá ligado que o Aruan não é mais porra nenhuma ali dentro desde que ele ficou doente.
Russo: Imperador o que você vai fazer?
Imperador: Por enquanto nada, eu vou bolar numa estratégia de deixar o PH ciente do que o filho dele tá
se metendo junto com o Tota.
Russo: A gente não pode perder o contato com o PH.
Imperador: Nunca que vamos perder o contato caralho. PH mato o Heitor antes de fechar o negócio com
nós.
Russo: Com seu pai, não com a gente.
Imperador: Ele sabe que a Thami não o perdoaria.
Russo: Não conta com isso, Imperador. PH parece ser legal, mas já colocou arma na cara da Thami. Tu
sabe bem disso.
Imperador: Irmão coloca a Thami e o Heitor na balança e vê quem sai ganhando.
Russo: Thami porra.
Imperador: A Thami fecha com a gente. O PH não vai aceitar um traíra dentro do morro dele.
Russo: Mas o Heitor não deixa de ser filho dele.
Imperador: Heitor é um bosta dentro daquela boca, paga de fodão, mas não é porra nenhuma. Ele ta
achando que é esperto, mas vai ser o primeiro a cair.
Russo: Vish nem fala de cair. – RI.
Imperador: Ta rindo de que arrombado?
Russo: Teu pai porra, me fez pagar um micão ali na frente da boca por causa da tua irmã. Fui só secar o
suor no short da Catarina e ele me tacou no chão. – Ele rachou de rir.
Imperador: Quer mexer com a princesa do morro caralho da nisso.
Russo: Teu coroa é foda viu.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 116º capítulo ❄ Catarina narrando
Desde a minha adolescência eu me envolvia nos assuntos do morro. Minha mãe não pode fazer nada,
adrenalina corre nas minhas veias. A Thami costumava me perguntar como eu conseguia ficar tão
tranquila tendo minhas mãos sujas de sangue. Eu simplesmente não paro pra pensar nisso, recebo minhas
ordens vou lá e faço. Claro, não faço absurdos. Minha mãe mataria meu pai antes que ele me mandasse
pra alguma missão onde a pessoa era inocente. Eu sou viciada em cometer loucuras, em curtir meu baile,
beber, no olhar de orgulho do meu pai quando eu chegava de alguma missão bem sucedida e viciada
principalmente no meu moreno.
A noite logo caiu, eu peguei minha mochila com as minhas coisas, despedi-me da minha mãe a avisando
que iria para o pagode e depois dormiria no Russo.
Babi: Olha lá ein Catarina, segura essa sua xota.
Catarina: Mãe! – A repreendi rindo.
Babi: Ué filha, eu te conheço de outros carnavais já.
Catarina: Manhê! – Rolei os olhos e ela foi me levando até o portão.
Babi: Eu não aguento outro neto, não.
Catarina: Às vezes até esqueço que a mocreia loira ta grávida. – Dei de ombros subindo na minha moto.
Babi: Fazer o que né, seu irmão vai ter que colher o que plantou.
Catarina: Ele não sabe onde jogar essa semente ruim dele.
Babi: Queria que fosse da Fran né, mas já que é da Manu... – Minha mãe nunca aprovaria a Manu e muito
menos eu.
Catarina: Mãezinha, amanhã quando eu chegar da faculdade eu vou vir almoçar ein.
Babi: Ih filha, eu vou ta na ONG. Passa pra almoçar por lá.
Catarina: Só se for pra tacar a comida na cara de Ana Luísa.
Babi: Deixa a Ana.
Catarina: Deixa o cacete não gosto dessa garota e nunca vou gostar, fica dando em cima do Russo.
Babi: Russo é santo, só faltou um feriado em homenagem a ele.
Catarina: Vale mais que Imperador.
Babi: Ih – Ela deu risada – Só Franciellen pra dar jeito naquilo lá.
Catarina: Porra, papo reto. Mãe me deixa ir lá, se não vou me atrasar.
Babi: Beijo filha. – Liguei minha moto, dei partida e fui direto pra casa do Russo.
Assim que cheguei à rua dele já o vi de conversinha com a ridícula da Josiane. Não entendo esses homens
mano, quanto mais a mina rachar a xereca com o short parece que eles sentem mais tesão. Puta que
pariu viu! Desci da minha moto e já cheguei junto parando entre os dois. Comigo é assim primeiro chega
botando fim na zona e depois busca saber qual era o motivo da conversinha.
Catarina: Passa pra casa Russo. – Coloquei minha mão na cintura e o olhei brava.
Russo: Calma amor, oxe.
Josiane: Só estamos conversando, flor.
Catarina: Flor é o que você vai precisar para o seu enterro, não se mete no terreiro dos outros não oh
piolhenta. Te quebro no cacete aqui mesmo piranha, te conheço de outros carnavais já fia, ta achando
que eu sou otária? Conversar de cu é rola – Fechei a cara dela e ela já foi se afastando. Amor meu nome
é Catarina Cabral não é a toa. Sou filha de JR e de dona Bárbara. Mexe com tudo menos com meu macho.
Russo percebeu bem que eu estava falando sério e entrou comigo na casa dele. Abri um sorriso satisfeita
enquanto ele abria a porta que dava para a sala. Ele começou a rir e destrancou a porta para a gente
entrar.
Russo: Você é foda né Catarina. – Ele foi me pegando pela cintura enquanto nós entrávamos na casa. Só
deu tempo de jogar a mochila no sofá.
Catarina: Foda é apelido pra mim, amor. – Sorri.
Russo: Ciumenta do jeito que eu gosto. – Ele mordeu meu lábio inferior sorrindo junto comigo e foi
selando nossos lábios – Saudades da minha mulher.
Catarina: A noite de ontem foi o suficiente não amor?
Russo: Sou insaciável. – Ele fechou a porta a chutando, me pegando com firmeza ele me levantou e eu
entrelacei as pernas em volta de sua cintura.
Catarina: Meu homem tem que ser insaciável mesmo. –Alisei seu peito encostando nossas testas, rocei
meus lábios nos dele.
Russo: Você ta merecendo é uma surra de pau, anda muito malandrinha.
Catarina: Faço pra te provocar, não percebe?
Russo: Pior que consegue. –Com uma mão ele pegou no meu cabelo com firmeza enquanto me
encostava-se à parede. Não pretendo mais perder tempo, nos envolvemos em um beijo selvagem. Ele me
arrancava suspiros e me excitava apenas com seu beijo delicioso. Nossas línguas se misturavam em um
beijo delicioso. Cravei minhas unhas em suas costas e fiz a festa arranhando. Marcar de quem tem dona
nesse caralho. Cada vez mais que meus lábios se encontravam com os lábios do Russo mais o desejo
florescia entre ambos. Um sorriso se estampou em meu rosto.
Catarina: Eu te amo. – Sussurrei.
Russo: E acha que não é recíproco? Eu te amo, minha malandra. – O sorriso dele havia sido feito
especialmente para mim – Só um homem de sorte que tem uma mulher como você. Que fode pra caralho,
que entende dos seus corres, que não tem medo do perigo e que te protege se rolar ko. Ta ligado minha
morena? Você foi feita toda só pra mim. Amo suas cenas de ciúmes, amo quando você quebra a porra
toda. Amo sua cara de bravinha e quando reconhece que está errada e vem pedir desculpas. Eu não seria
capaz de dizer que amo outra mulher, porque outra jamais fez o meu coração bater como ele bate por
mim.
Catarina: Isso tudo é verdade? – O olhei encantada com meu peito transbordando de tanto amor.
Russo: Sou malandro igual tu, mas sei amar e reconhecer o valor de uma dama.
Catarina: Oh meu vagabundo, eu te amo pra porra. – Ele me encheu de beijos.

ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 117º capítulo 💎 Imperador narrando


Assim que cheguei em casa pela noite, andei por todos os cômodos do primeiro andar e não encontrei
minha menina. Subi às escadas rapidamente, vi a luz acesa, vindo do meu quarto e fui até lá. Ouvi o
barulho do chuveiro ligado, bati na porta para não assustar a Fran.
Imperador: Amor, eu cheguei.
Fran: Tudo bem. – Ela gritou do outro lado da porta. Olhei para a cama e vi algumas camisas minhas
novas passadas junto com algumas calças. Minha dama é a melhor porra. Não preciso nem pedir nada
que ela já faz com todo carinho. Escolhi a roupa que eu iria e guardei as outras direito no cabide pra não
amassar. Com certeza ela merecia uma semana de férias e eu daria, pela minha pequena eu daria o
mundo todo.
A Fran saiu do banheiro apenas de lingerie e eu fiquei hipnotizado nela. Eu babei de todas as formas,
fiquei de quatro por aquela mulher que estava desfilando pelo meu quarto. Não fiz nada, apenas a
observei. Cada linha do seu corpo me fazia vibrar.
Fran: Eu vi algumas roupas novas suas, imaginei que fosse querer usar e então passei. –Ela disse
pegando seu vestido da cama e o vestido.
Imperador: Obrigado, meu amor. Escolhi a que vou usar e guardei o restante.
Fran: Tudo bem. – Pelo jeitinho dela eu sabia que algo estava estranho, mas como eu estava sujo de rua
nem cheguei perto. Fui direto para o meu banho.
Assim que o terminei, coloquei minha cueca limpa, escovei os dentes, passei desodorante, hidratante nos
braços e sai do banheiro. A Fran já estava na maquiagem e então fui até ela a abraçando por trás. Após
dar um longo beijo no pescoço dela, encarei nosso reflexo no espelho.
Imperador: Amor?
Fran: Diga. – Acariciei sua cintura enquanto dava beijinhos no pescoço dela.
Imperador: Fui grosso contigo mais cedo né? – Ela assentiu – Desculpa meu amor.
Fran: Eu que tenho que pedir, Bruno.
Imperador: Eu estou te forçando a ser quem você não é com medo de que algo de ruim te aconteça.
Fran: Você só quer me proteger assim como eu também só quero isso pra você. Moveria o inferno e o céu
só pra te ver bem, amor. Desculpa se no calor do momento eu não soube te ouvir e acabou que também
você não conseguiu me ouvir.
Imperador: Que maturidade nossa viu. – Ri e ela me deu uma cotovelada de leve rindo também.
Fran: Odeio brigar com meu homem, oxe.
Imperador: Seu homem? – Abri um sorriso largo. Ouvir isso saindo dos lábios dela era como se fosse
música para os meus ouvidos.
Fran: Meu homem pra sempre. – Ela virou para mim sorrindo me enchendo de beijinhos.
Mais tarde eu e a Fran estávamos prontos só aguardando a Thami e o Liminha que estavam vindo com a
Cat e o Russo.
Imperador: Amo esperar, como amo.
Fran: Luana mandou mensagem dizendo que lá está bombando e a gente aqui. – Avistei de longe o Russo
de moto. Já subi na minha e a Fran subiu em seguida. Dei meu capacete pra ela colocar, liguei a moto e
dei partida ao mesmo tempo em que o Russo nos alcançou com o Liminha.
Chegamos ao pagode que estava um estouro. Cheio de mulher gostosa, bebida e churrasco a vontade.
Mas é claro, eu estava com a mais bela dama do meu lado. Não é por nada não, mas a Fran cada dia que
passa está mais gostosa. Nos encontramos com a doida da Luana que conversava com um cara que logo
que nos viu se despediu da Lu e rapou fora.
Imperador: Pivete ficou com medo? – Ri.
Luana: Não enche, primo. – Ela nos cumprimentou um por um.
Fran: Amiga, cadê a bebida? Bora encher a cara.
Catarina: Já disse que amo minha cunhada? – Ela riu abraçando a Fran.
Thami: Também to cheia de sede.
Russo: Ih essas mulheres estão com um fogo viu.
Luana: Amor, se não for pra causar eu nem saio de casa. –As quatro saíram juntas indo dançar perto da
piscina e eu me contentei em sentar na cadeira olhando o movimento. Vi vários rostos conhecidos até
demais e não custou nada pra mesa se rodear de piranha. Russo não demorou nada aparecer com um
balde de cerveja.
Imperador: Ta quieto por que porra? – Cutuquei o Liminha.
Liminha: To suave parceiro. – Ele acendeu um cigarro e eu peguei um com ele.
Imperador: To ligado. – Estranho é claro que ele estava, conheço meus homens assim como conheço a
cor da palma da minha mão. As minas viam logo pra cima, querendo se aproveitar da condição, jogando
papo manjado e sorrindo jogando os cabelos – Ai nega, sem humilhação, mas vaza que eu tenho fiel. – A
moreninha que tentava me levar no papo se afastou envergonhada enquanto suas amigas ainda tentavam
algo com o Russo e o Liminha. Bebendo minha cerveja de longe avistei o Heitor chegando. Logo atrás dele
o Tota seguido por uns caras que eu conhecia só de vista, mas sabia que não valiam um centavo.
Cutuquei o Russo fazendo a fina.
Imperador: Fica ligeiro. – Parei na hora de beber e fiz sinal pra Fran chegar junto, logo ela o fez.
Fran: Oi amor. – Ela me abraçou e fez careta o me ver fumar.
Imperador: Gruda aqui.
Fran: Você está se saindo bem com as quengas.
Imperador: Outro motivo.
Fran: Fala logo ne, amor. – Ela rolou os olhos e eu mostrei o Tota junto com o Heitor. Encostei meus
lábios no pé do ouvido dela.
Imperador: Não quero ver você andando sozinha ou rendendo assunto pra Tota ou Heitor. Ouviu bem?
Fran: Entendido. – Ela apenas assentiu, mas logo tomou o cigarro da minha mão e o jogou fora.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 118º capítulo 🌼 Franciellen narrando
A simples menção do nome do Tota ou a presença dele me causava desconforto. E ver o Imperador se
preocupando com a minha segurança me deixou feliz. Saber que o meu neguinho se importa comigo me
faz muito bem. Porque por fim ele é tudo que eu tenho, ele é a minha família.
Imperador: Posso nem fumar?
Fran: Pode beber, fumar não. – Ela rolou os olhos.
Imperador: Não vou beber hoje.
Russo: Porra, ta de sacanagem viado?
Imperador: Tenho que cuidar do que é meu. – Ele me envolveu com seus braços.
Liminha: Muito amor envolvido.
Luana: Qual foi Imperador? Solta minha dama. – Ela chegou botando pra quebrar e me puxou para seus
braços.
Imperador: Ih qual foi loira? Ta me tirando.
Fran: Tem Fran pra todos.
Liminha: Ninguém gosta de dividir.
Luana: Justamente isso. – A Thami chegou com a Cat e as duas já foram metendo a mão nas latinhas de
cerveja e já foram bebendo.
Thami: Ai bem gelada, do jeito que eu amo. – Ela disse depois de dar um gole enquanto eu ria junto com
a Luana. Segui o olhar sério do Imperador e então vi o Tota se aproximando com aquele sorriso falso
juntamente com o Heitor. O Imperador não disfarçava o nojo e quando o Tota estendeu a mão para ele
apertar, o Imperador apenas me puxou para os braços dele e continuou a fitá-lo com ar de deboche.
Russo: E ai cara. – O Russo apertou a mão do Tota com um sorriso.
Thami: Irmãozinho. –A Thami se jogou nos braços do Heitor que a girou um pouco no ar.
Heitor: Se esqueceu do seu berço?
Thami: Agora estou deitando em outra cama, meu amor. – Ela riu safada. Oi? Deitando em outra cama? O
que essa vaca esqueceu-se de me contar? Olhei rindo pra ela que pescou minha indignação e soltou uma
gargalhada.
Heitor: Sempre cheia de malícia, Thamires. Toma jeito. –Ele a colocou no chão e foi cumprimentar o
restante do pessoal se demorando mais do que o suficiente ao beijar meu rosto – Está bonita ein magrela
e sumida demais. Te vi no baile e nem deu tempo de falar contigo. – Ele sorriu e rapidamente levou seu
olhar para o Imperador – E ai parceiro.
Imperador: Qual foi menor? Vaza. – O Imperador quando quer ser ignorante consegue e muito bem – E
não fala mais que minha mulher está bonita beleza? Ela tem dono nessa porra. – O Heitor botou os pés
pelas mãos e saiu arrastando seu cuzinho até o Tota.
Heitor: Bora irmão?
Tota: Não consegui falar com minha irmã. – Ele veio até a mim me puxando pela mão, Imperador me
soltou e deixou que o Tota me abraçasse.
Fran: Oi irmão.
Tota: Gostou do seu presente de Natal? – Ele sussurrou ao pé do meu ouvido.
Fran: Não fez justiça a mim melhor. – O olhei sorrindo mais falsa do que ele.
Tota: Se sente mais confortável? Quero fazer por ti o que não fiz nesses últimos tempos. Fazer o que o
papai não pode fazer.
Fran: É bem vindo a fazer isso.
Tota: Vou falar com uns amigos e volto mais tarde pra te ver. Fiz o quarto lá em casa especial pra você,
dorme lá assim que puder.
Fran: No Natal vou passar contigo, maninho, relaxa. – Filho da puta nojento! Ele se afastou junto com o
Heitor. E quando me virei vi o pessoal me encarando sério – Qual foi?
Liminha: Acho melhor a gente vazar.
Catarina: Qual foi? Acabamos de chegar. – Ela disse pegando a carne de um pratinho que eu nem vi
chegar.
Luana: E quando vocês vão nos explicar o que está rolando?
Imperador: Assunto do morro, loira, fica fora dessa que é melhor.
Fran: Eu estou muito feliz aqui. – Sentei em uma cadeira e sorri para o meu namorado.
Imperador: Franciellen?
Fran: Oi?
Thami: Ai gente, vocês estragaram a noite viu. Estava toda animada.
Liminha: Morena, melhor vazar. – Ele a pegou pela cintura e beijou sua testa.
Russo: Tem razão, bora. Conheço um bar.
Luana: E eu?
Imperador: Bora também loira, ninguém te excluiu.
Luana: Oba! – Ela se animou toda. Eu estava um pouco confusa entre ir e ficar. Com a presença do Tota
eu estava muito desconfortável, mas indo embora eu me aliviaria melhor pra curtir. Foi eu, Imperador e a
Luana na moto, nem somos doidos né? Russo nos levou para um bar bonito até que estava cheio, com
música ao vivo. Os meninos pediram coisa pra caralho pra beber e comer, me esbaldei. Imperador passou
o braço pelo meu ombro e inclinou seu pescoço para aproximar seus lábios do meu ouvido.
Imperador: O que o Tota falou contigo?
Fran: Em casa vamos conversar sobre. – Sussurrei de volta.
Catarina: Para de segredinho casal. –Ela me tacou um canudo e eu ri me afastando do Imperador.
Thami: Fala alto que a mesa toda quer escutar.
Fran: Estamos falando de sexo, bebê.
Liminha: Só pensam nisso. –Ele riu.
Fran: Ah santo! Quero bem saber que cama é essa que Thamires está dormindo agora. –Ela e o Liminha
trocaram olhares rindo, todos ali já sacaram tudo. Casal Thaminha vive monamours.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 119º capítulo 🎈 Thamires narrando
A noite estava foda de tanto calor, eu e o pessoal caímos dentro da caipirinha e de petiscos. Eu deitei no
ombro do Liminha e ele abaixou os lábios próximos ao meu ouvido para falar algo.
Liminha: Decidi levar a sério nossa conversa. – Ele sussurrou e eu rapidamente abri um sorriso.
Thami: Qual parte dela? – Falei baixinho observando o pessoal conversar nem prestando muita atenção
em nós dois.
Liminha: A parte de procurar minha mãe, ir atrás da minha filha, ser um homem de bem.
Thami: Eu estou muito orgulhosa de você. – Me virei e selei nossos lábios. Tal atitude fez com que os
palhaços de plantão não se contentassem em ficar quietos.
Catarina: UI ASSIM QUE EU GOSTO. – Ela riu me fazendo ficar com vergonha.
Luana: Acho que alguém ouviu meus conselhos.
Fran: Que conselhos? – Ela pareceu enciumada e eu ri.
Thami: Você estava dando fia, não tinha nem como te procurar. Procurei quem estava solteira.
Luana: Nossa me arrasa mesmo.
Russo: Essas minas né, ficam compartilhando as intimidades.
Liminha: Ih qual foi, assunto estranho esse.
Imperador: Puta que pariu viu.
Luana: Ih os lindos não sabem de nada. – Rimos.
Catarina: Fazer o que né mesmo.
A noite seguiu deliciosa e curtimos pra caralho. Fomos sair do bar cambaleando quando de repente um
carro preto parou na nossa frente e por auto instinto o Liminha me jogou para trás dele, sacou a arma e
começou a atirar no carro que saiu em disparada. Deixando para trás o corpo de uma menina. Eu gritei de
pavor enquanto o Russo seguia para verificar a garota. O pessoal que estava no bar evaporaram de pavor
gritando pelos tiros.
Fran: Chama a emergência!
Catarina: Caralho, olha o estado da mina. Luana não olha, vou ligar para o seu pai vir te buscar. – Ela saiu
levando a Luana para dentro do bar.
Imperador: É a Ana Luísa porra! – Não tive coragem pra se aproximar, a Fran me abraçou de lado
encarando a cena. Eu era acostumada com essa situação, mas devido meu estado alcoólico e o susto, eu
estava zonza beirando a vontade de vomitar. Os meninos conversaram entre si e eu vi a expressão do
Russo ao lado da menina.
Liminha: Russo para! – Ele foi atrás do Russo que já seguia para o outro lado da rua onde as motos
estavam.
Imperador: Irmão para com isso, se controla caralho. – Os meninos tentaram segurar o Russo.
Fran: Mas que porra está acontecendo. – Ela saiu se metendo entre eles e eu fui logo atrás dela – Que
porra gente, o que está rolando?
Imperador: NÃO SE METE FRANCIELLEN, CHAMA A CATARINA E MANDA-A JUNTAR VOCÊS PRA IR
EMBORA DE TÁXI.
Russo: Qual foi porra? TOTA MEXEU COM A PESSOA ERRADA, A ANA LUÍSA TA MORTA PORRA! MORTA! –
Ele gritava beirando ao desespero.
Liminha: Irmão ela não morreu, calma caralho
Imperador: TA OLHANDO AQUI PRA QUE PORRA? CHAMA A CATARINA. – Ele gritou com a Fran que o
obedeceu. Fomos juntas chamar a Catarina e eu não conseguia parar de olhar para o corpo da Ana Luísa
jogado ali. Eu havia a visto poucas vezes andando pelo morro, de fato só a conhecia de vista e sabia que
ela trabalhava na ONG da minha dinda.
Dito e feito, Catarina nos levou direto pra casa após receber ordens claras e duras do Imperador,
enquanto eu morria de preocupação pelos meninos. Assim que pisamos no morro, Catarina passou um
rádio para o pai dela.
🔸 Início da Chamada 🔸
Catarina: Coroa, parada ta séria, ta me ouvindo?
JR: To te ouvindo, onde que você está?
Catarina: Subindo o morro com as garotas, acorda a minha mãe que eu vou deixar as meninas pra dormir
ai.
JR: O que aconteceu porra? Cadê teu irmão?
Catarina: Assim que chegar te coloco a par de tudo.
JR: Tranquilo.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Luana: A gente deveria ter ficado lá e ter cuidado da Ana Luísa.
Catarina: Essa hora alguém já a levou para o hospital, Imperador ficou de cuidar disso.
Fran: Tota é um verme, filho da puta, imundo. – Ela xingou com nojo na voz.
Luana: Seu irmão?
Thami: Eu não sei nem o que dizer, ela estava... – Só alguém que a conhecia de pertinho saberia
identificá-la, o rosto dela estava deformado e eu pude sentir na pele a revolta do Russo.
Catarina: Eu não quero um pio das três sobre o que rolou lá no bar, não troquem mensagem com
ninguém me ouviram? Se o Heitor ou qualquer pessoa do território do Aruan chegarem em vocês pra falar
algo, não respondam e nem sequer visualizem. Ligação e nem nada. Me ouviram?
Fran: Ouvimos.
Catarina: Especialmente pra você, Franciellen. Não vai atrás do meu irmão, ele sabe se cuidar.
Fran: Mas... – Ela abaixou a cabeça e eu segurei firme em sua mão.
Catarina: Isso não é terreno nem para eu pisar. – Chegando a casa da minha dinda, JR e ela já nos
esperavam na rua. E preocupados, eles nos interrogaram sobre tudo o que houve lá. Meu padrinho catou
Catarina pelo braço, a colocou dentro do carro e subiram o morro voado.
Babi: Venham meninas, entrem. – Ela nos fez entrar.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 120º capítulo 💎 Imperador narrando
A partir do momento que o Russo reconheceu a Ana Luísa na minha mente só veio o ódio de querer matar
o Tota. Era nossa obrigação de proteger a mina depois da informação que ela nos deu e eu coloquei
alguns dos meus homens para vigiá-la. Logo um reforço de cria chegou e levou a Ana Luísa para
emergência. O bar não demorou nada para ser fechado, o barulho do carro da polícia nos levou a fugir
para um beco.
Russo: Esse filho da puta não vai passar de hoje.
Liminha: Sem insensatez porra. – Ele encarou o Russo – É isso que ele quer.
Imperador: É só tem uma nessa história, ele sabe que a Ana Luísa deu informação pra gente e ela foi o
aviso.
Russo: E quem que tava vigiando ela porra?
Liminha: A gente sair da festa logo da chegada dele não foi muito inteligente. – Meu rádio apitou e eu
respondi.
🔸 Início da Chamada 🔸
JR: Onde que você ta porra?
Imperador: Tamo voltando para o morro.
JR: E a Ana Luísa?
Imperador: Hospital.
JR: Sobe agora caralho.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Imprudência não era a palavra da noite, eu iria atrás do Tota com tudo que tinha em mãos só para
derramar sangue dele e do Heitor. Voltamos para o morro e assim que me encontrei com meu pai dentro
da minha sala na boca ele já fez um monte de pergunta.
Pezão: Ele descobriu que ela era x9.
Russo: Basta saber quem é o x9 aqui de dentro.
Pezão: Ninguém sabia disso porra, impossível.
JR: Sempre tem alguém. –Ele socou a grade da janela.
Pezão: Não se baseia pelo passado
Imperador: Ele estava vindo muito aqui em cima, claro que ele sabia que a Ana Luísa estava aqui. Tota
não é burro, se ele puxou Heitor para o lado dele é porque algo de bom ele tem nas mãos.
JR: PH e Aruan precisam saber disso.
Imperador: Não vamos atacar agora.
Catarina: Porra Imperador. – Ela ficou puta.
Imperador: Catarina pelo amor de Deus eu não vou colocar meus homens na rua sabendo que o Tota e o
Heitor estão juntos. É doideira porra.
Catarina: Temos o Vigarista.
Imperador: E temos cérebro.
Catarina: Ele quase matou a Ana Luísa, declarou guerra caralho.
Imperador: Nem tudo se trata de guerra, porra. Eu sei bem o que o Tota quer e eu não vou dar. Eu não
vou perder o morro, não vou enfraquecer minha tropa e meus aliados, não vou jogar sabendo que posso
perder.
Pezão: Ouve teu irmão, Catarina.
Catarina: Claro que eu estou ouvindo meu irmão, não sou surda. – Ela saiu batendo a porta da boca.
Imperador: Vai atrás dela. – Sinalizei para o Russo que assim o fez.
JR: As ordens foram dadas. – Meu pai deu dois tapas nas minhas costas e eu sentia que estava fazendo a
coisa correta. A reunião improvisada se dissipou e eu fui buscar minha nega na casa dos meus pais, dei
ordens para vigiar o meu território em peso. Ninguém entrava e ninguém subia, qualquer suspeito era pra
interrogar até o último fiapo de cabelo. Só passava morador.
Cheguei a casa dos meus pais, bati na porta só porque a luz da sala estava acesa, minha mãe veio logo
atender e me abraçou apertado.
Babi: Ai filho, ainda bem que você não foi atrás do Tota.
Imperador: Não ainda, mãe.
Babi: Toma cuidado meu filho.
Imperador: Deus protege, coroa. – Desfiz o abraço e beijei a testa da minha mãe – Cadê a magrela?
Babi: No quarto da Catarina com as meninas.
Imperador: Vou pegar ela pra ir embora. – Minha mãe assentiu, subi as escadas e fui direto para o quarto
da Catarina. Fui entrando devagar e as meninas conversavam baixinho.
Imperador: Amor? – Falei baixo.
Fran: Ai ainda bem. – Ela pulou não sei de qual canto e veio parar em cima de mim me abraçando – Eu...
– Percebi o coração dela acelerada.
Imperador: Não precisa dizer nada. – Alisei suas costas.
Luana: O amor é lindo não é mesmo? – Ela e a Thami fizeram um coro.
Fran: Eu fiquei com medo de você ou o Russo fazerem uma loucura indo atrás do Tota.
Imperador: Eu não vou arriscar tudo minha pequena, preciso cuidar do que é meu, preciso pensar nas
outras pessoas.
Fran: Ana Luísa vai ter sua vingança, vou ao hospital bem cedo pra conversar com ela. Dona Babi já ligou
para os pais dela, um menino veio aqui avisar onde levou a Ana Luísa.
Imperador: Claro que o que rolou com a Ana Luísa não vai ficar barato, porra.
Fran: Faça o que você tiver que fazer, mas eu te imploro Imperador toma cuidado. Eu não sei o que seria
de mim sabendo que o perdi pra sempre, você é a minha metade e sem você eu não sou nada. – A
preocupação na voz da minha nega amoleceu meu coração de malandro. Porra e vê-la falando essas
paradas na frente das amigas dela pela segunda vez sem vergonha nenhuma caralho, sabia que era
sincero. Eu confiava na minha magrela e tê-la do meu lado em qualquer treta só me fazia amá-la mais.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 121º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Eu e o Imperador fomos embora para a “nossa” casa como ele prefere dizer agora e eu confesso que não
consigo esconder o sorriso bobo quando ele chama sua casa de nossa.
Fran: Fala de novo amor... – Eu pedi sussurrando enquanto entrávamos na nossa casa e ele me tinha em
seus braços.
Imperador: Nosso barraco. –Ele mordeu meu lábio inferior.
Fran: Noite foi longa né. – Entrelacei os braços em volta do seu pescoço e as mãos pesadas dele
deslizaram até minha bunda.
Imperador: Longa e o seu homem precisa só de uma coisa. –Ele sorriu de lado.
Fran: De que? – Perguntei fazendo-me de inocente.
Imperador: Você sabe muito bem do que. – Ele desceu seus lábios até os meus, fisgando meu lábio
inferior e o mordendo bem de leve.
Fran: Amor... – Fiz um charme me afastando um pouco dele, como se adiantasse né? Ele me pegou com
mais força ainda com aquele sorriso safado dele – Tem que trancar a porta, amor.
Imperador: Ninguém tem a ousadia de entrar na nossa casa. – Ele não tirava os olhos dos meus, fazendo
minha respiração acelerar pra cacete.
Fran: Hm... – Fiquei de costas para ele ainda em seus braços e os lábios quentes dele deslizaram pelo
meu pescoço.
Imperador: Vamo lá para o nosso canto, vamo? Fazer aquele negócio gostoso que eu sei que tu gosta. –
Ele sussurrou ao pé do meu ouvido. Esse malandro acaba comigo qualquer dia desses.
Fran: Ain pra me levar vai ter que me convencer. – Ele pegou na minha cintura com força e fez minha
bunda empinar toda em cima do seu pau. Ele me fez rebolar no seu cacete duro com vontade. Subiu um
calafrio pela minha espinha fazendo-me arrepiar todinha. Puta que pariu ein Imperador.
Imperador: Você sabe que é isso aqui que te aguarda. – Uma de suas mãos subiram deslizando pelo meu
corpo, passeando pela minha blusa a fazendo subir, apertando meus seios com firmeza e chegando por
fim por dentro do meu cabelo e puxando com vontade, do jeito que ele sabe que me deixa doida. Joguei a
cabeça pra trás encostando-se ao peito dele.
Fran: Não faz assim, amor... – Pedi manhosa e ao contrário do que pedi, ele deu outro puxão no meu
cabelo seguido de uma chupada deliciosa nos meus lábios. Não aguentando mais fazer charme, virei para
ele e pulei no seu colo. Rapidamente ele segurou na minha bunda me prendendo com firmeza. Nossos
olhares se encontraram, mesmo com as luzes apagadas eu sabia que aquele olhar não como hoje me
pertence, como vai me pertencer pra sempre. Pode ser apenas uma ilusão minha, o amor dele por mim
pode um dia chegar ao fim, mas por essa noite eu queria mergulhar em cada canto dessa ilusão.
O Imperador é tudo, menos uma pessoa simples. Seu temperamento é difícil de decifrar, por esses meses
juntos eu nem sequer posso conhecer a imensidão de coisas que se passam pela cabeça. Mas de uma
coisa eu tenho certeza? O ritmo do coração dele bate no mesmo ritmo que o meu. Eu não me vejo
amando outra pessoa além dele. Ele se tornou o meu tudo, essa favela é o meu tudo também. Não um
dia sequer que eu não agradeça pelo dia que o Imperador oficialmente se tornou parte da minha vida,
parte de quem eu sou. Apesar de nossos altos e baixos, quando eu olho para esse sorriso cretino que vive
em seus lábios, eu encontro paz, eu encontro a verdadeira Franciellen. Eu não preciso lutar tanto, porque
eu sei que ele luta junto comigo. Eu não preciso chorar, porque ele faz questão de não deixar espaço para
tristeza. Podem falar o que for, que ser mulher de bandido não dar futuro e os caralhos. Só chega ao
futuro quem não sabe viver o presente, quem não sabe que até os piores bandidos desse país são
capazes de amar. Não é o que dizem? O amor muda tudo. Mudou-me, o meu Imperador, e também,
mudou meus sogros.
Conforme ele dava passos lentos até o nosso quarto, nossas roupas iam sumindo aos poucos. Fui deitada
na cama já completamente nua, o corpo quente dele ficou em cima de mim. Sua corrente de prata caiu
gelada entre meus seios e ele a atirou. Deslizei minhas mãos pelo seu peito até chegar à sua nuca. Os
lábios dele foram de encontro ao meu com selvageria, ambos tínhamos fome um do outro e não havia
espaço para palavras carinhosas serem sussurradas. O pau dele pulsava quente nas minhas coxas. Me
entrelacei toda a ele e seu pau foi parar acima da minha buceta já toda melada. Enquanto nosso beijo
rolava como se fosse o nosso último, eu arranhava suas costas bem devagar e com firmeza. Assim que
nossos lábios se separaram, eu soltei um suspiro de prazer quando os lábios dele tocaram a pele quente
do meu pescoço, causando-me arrepios. Ele não poupou beijos e mordidas, só não deixou chupão nessa
região. Suas mãos não parava um minuto sequer, ele pegava com força nas minhas coxas e seios. Ele foi
descendo seus lábios até chegar a meus seios e chupá-los com vontade, dando a devida atenção para
cada um. Ele dava linguadinhas no bico do meu seio direito, enquanto massageava o seio esquerdo.
Descendo minutos mais tarde dando beijos quentes pelo meu corpo, ele chegou a minha buceta e a
devorou com sua língua. Ele chupava minha buceta com vontade, metendo sua língua dentro me fazendo
gemer alto. Rebolei a buceta em sua boca e ele me enlouquecia. Chegando ao meu grelo, ele dava
chupadas e linguadas, cravei minhas unhas em suas costas e puxei seu cabelo, já implorando por mais.
Ele sabia como me enlouquecer e dar prazer, eu me contorcia na cama de tanto prazer que ele me
proporcionava com o oral. Ele deu uma última chupada no meu grelo e levantou da cama. Fiquei sem
entender muito e ele foi até o guarda-roupa. Apenas o observei e abri um sorriso safado quando ele
voltou com um óleo comestível de menta. Ele mordeu seu lábio inferior sorrindo safado enquanto se
aproximava da cama. Ficando de quatro em engatinhei até a direção que ele vinha e permanecendo de
pé, ele entendeu o que eu queria. Seu pau duro estava bem de frente para mim, com uma mão ele pegou
com força no meu cabelo e deixou o óleo em cima da cama. Com a outra ele alisou meu rosto e deu dois
tapas de leve.
Imperador: Cachorra... Chupa vai caralho. – Eu abri um sorriso bem de cachorra mesmo, segurando em
seu pau eu deslizei a cabecinha pelo meus lábios até abocanhá-lo e começar o boquete. Bem de leve,
engolia seu pau até onde cabia na minha boca e fazia ele sentir minha boca deslizar, isso arrancava
suspiros de prazer dele.
Sem desfazer o contato visual, tirei o pau da boca e deslizei minha língua pela base até chegar às suas
bolas e as chupei com vontade. Voltei a mamar seu pau dessa vez com mais velocidade. Diminuía o ritmo
para mamar sua cabecinha e voltava a chupar seu cacete inteiro. Ele estourava de prazer, soltava
grunhidos, pegava com força no meu cabelo.
Imperador: Tu gosta de chupar meu pau né sua piranha. – Em resposta abri um sorriso e continuei a
mamar ele com vontade – Porra assim eu vou gozar. – Ele deu um tapa forte na minha bunda bem no
momento que seu pau entrou quase toda na minha boca. Faltando pouco para me engasgar, ele tirou o
pau da minha boca e bateu com ele na minha cara.
Fran: Pau delicioso. – Minha buceta piscava de tanto tesão, querendo sentir aquela rola me foder
novamente.
Imperador: Aproveita, vira logo essa buceta e esse rabo pra mim, que eu vou te comer toda. – O
obedecendo, virei e ele me ajeitou na posição. Empinei bastante a bunda para ele e recebi fortes tapas na
bunda.
Fran: Ai caralho... – Gemi sentindo a bunda arder e ele bateu nas duas nádegas várias vezes.
Imperador: Tem que apanhar mesmo, sua safada. – Ele pegou o óleo e jogou bem no meu cuzinho, logo
ele pingou na minha buceta, deixando-a meladinha. Ele acariciou o meu cuzinho com o dedão enquanto
na buceta ele acariciava com os outros dedos. Ele agarrou com as duas mãos na bunda, se abaixou e caiu
de boca me chupando novamente, chupando mais ainda meu cuzinho. Ele espalhou esse óleo por todo
meu corpo e me chupou inteirinha. Esse homem acabava comigo, ele socou logo três dedos na minha
buceta enquanto dava linguadinhas no meu cu. Ele foi metendo e metendo cada hora em velocidades
diferentes com pressões diferentes. Eu louca implorava por mais gemendo. Eu rebolava nos seus dedos e
mais ainda ele socava na minha buceta. O desejo um pelo o outro só aumentava cada vez mais, ele não
parava e eu já estava prestes a gozar quando ele tirou os dedos da minha buceta. Ai que a tortura foi
demais. Ele passou sua língua desde meu clitóris até meu cu e levantou.
Imperador: Rebola pra mim vai sua cachorra. – Ele ordenou assim que encaixou seu pau na entrada da
minha buceta e bem obediente rebolei no seu caralho me movimentando fazendo seu pau entrar cada vez
mais em mim. Assim que minha buceta engoliu todo seu pau, continuei a rebolar me deliciando naquela
rola deliciosa. Eu gemia e ele dava leves tapas na minha bunda, falando putarias para mim. Sem mais e
nem menos, ele enrolou meu cabelo em suas mãos com força. Parei de rebolar dando um passe livre para
ele. O Imperador estocava na minha buceta com força e velocidade. Junto a isso ele dava forte tapas na
minha bunda me fazendo gemer cada vez mais alto.
Imperador: Geme para o teu homem vai sua cachorra.
Fran: Ai porra, mete com vontade vai. -Sentia aquele pau entrando e saindo a minha bucetinha. E meu
desejo não saciava. Eu gemia chegando a implorar por mais.
Até chegarmos ao ápice demorou e como, estávamos perdidos em nosso próprio prazer. O galo já cantava
quando me aninhei nos braços do Imperador e peguei no sono.
Parece que pisquei quando ouvi batidas na porta do quarto. O Imperador já estava de pé vestindo sua
cueca. Ele fez para eu ficar em silêncio e puxou sua arma, com certeza o bonitão lembrou que deixou a
porta aberta. Também com o fogo no piru que ele estava ontem.
Babi: Cat, eles devem estar dormindo ainda... – Ouvi o sussurro da minha sogra do outro lado da cômoda.
O Imperador aliviou colocando a arma na cintura, eu corri para o banheiro pelada e ouvi a conversa deles
já tomando banho.
Catarina: Eita que a noite aqui foi boa ein. - Ela riu e eu escondi meu rosto nas mãos de vergonha
enquanto a água caia pelo meu corpo – Minha cunhada sentou no fuzil a noite toda.
Babi: Catarina cala sua boca de caçapa.
Imperador: Porra, isso são horas de aparecer na casa dos outros?
Babi: Vim buscar a Fran, oxe. Ela pediu pra passar aqui pra irmos ao hospital ver a Luísa. – Porra esqueci
completamente disso. Terminei de me banhar deixando a conversa deles de lado. Quando sai do box, o
Imperador entrou no banheiro.
Imperador: Porra magrela nem me esperou pra tomar um banho contigo.
Fran: Ouviu sua mãe, eu preciso ir. – Ele me pegou pela cintura me dando vários beijinhos, quase deixei a
toalha cair.
Imperador: Eu te amo sabia? – Ele alisou meu rosto.
Fran: Eu também te amo muito. – Rocei meu nariz no dele sorrindo – Então quer dizer que eu sentei no
seu fuzil a noite toda?
Imperador: Tu ouviu essa merda de Catarina? – Ri da cara de bolado que ele fez.
Fran: Nem ligo mais para o que sua irmã diz, amor.
Imperador: Só sai merda dessa boca dela. – Ele desfez o abraço e eu fui escovar os dentes enquanto ele
urinava. Sai do banheiro, andei pelo quarto até o guarda-roupa. Peguei um vestido soltinho um pouco a
cima do joelho que o Imperador patrocinou com uma estampa linda e uma rasteirinha dourada, mas sem
chamar muita atenção. Arrumei meu cabelo que agora já estava um pouco abaixo dos ombros, fiz uma
make básica. O Imperador saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura, peguei o olhar bobo dele
para mim através do espelho e o chamei com o dedo. Ele me pegou pela cintura por trás e me levantou
um pouco do chão dando vários beijinhos no meu pescoço.
Imperador: Sou doido por ti sabia magrela? – Ele riu bobo.
Fran: Mais valiosa que essas quengas do morro?
Imperador: Porra tem nem como te comparar com essas minas. – Ele deslizou os dedos pela minha coxa.
Fran: Ta feliz? – Eu sorri para ele através do espelho.
Imperador: Apesar de todos os problemas, magrela, eu não consigo tirar esse sorriso do rosto quando
estou contigo. Você é minha fraqueza, se eu perder você, eu perco tudo. – Ele sussurrou a última parte ao
pé do meu ouvido e continuou: - Sou capaz de trocar essa vida loka por ti. – Virei para ele sorrindo e o
beijei. Meu coração batia acelerado e eu estava boba, feliz pra caralho só de ouvir tudo aquilo que ele
havia dito.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 122º capítulo ❄ Catarina narrando
Eu ia acompanhar minha mãe e a Fran até o hospital para visitar a Luísa. Apesar de nunca ter ido com a
cara dela, era o mínimo que eu podia fazer pelo Russo que estava todo preocupadinho com ela. Até quase
brigar com o meu sogro ele fez, só porque meu tio pediu que ele fizesse um trabalho urgente pra ele. Ah,
faça-me o favor. Morro na frente né caralho? Depois a Luísa. Não estava lá nos meus melhores dias só por
causa dessa graça de Russo.
Babi: Se for pra ficar com essa cara de cu é melhor você nem ir. – Ela falou enquanto esperávamos a Fran
descer.
Catarina: Ai mãe não começa.
Babi: Catarina para de criancice. Estamos todos preocupados com a Ana Luísa, não é apenas o Russo. Não
é porque você não gosta da garota que ele tem como obrigação não gostar.
Catarina: Ih ta bom ein? Chega! Daqui a pouco começa as caças à bruxa e eu vou ser queimada na
fogueira como sempre.
Fran: Por que minha cunhada está nesse mau humor já cedo ein? – A princesa do meu irmão desceu as
escadas toda sorridente e saltitante. Incrível como uma boa foda muda as pessoas né mesmo? Tive que
rir. Na verdade, a única graça que eu vi no dia foi na Fran e no Imperador.
Babi: Ciúmes de Russo, acredita? – Minha mãe riu levantando do sofá e as duas se cumprimentaram.
Catarina: Não estou de mau humor, magrela. – Rolei os olhos já com as chaves do carro do meu pai na
mão – Minha mãe fala como se não sentisse ciúmes do meu pai.
Babi: Eu tenho uma posição a zelar meu amor.
Catarina: Eu também tenho.
Babi: Você tem o que garota? Respeita a hierarquia. Quando eu e o seu pai morrermos quem sabe você e
o Russo podem vir a ser o casal foda do morro beleza? – Ela debochou e eu rolei os olhos pela milésima
vez só nessa manhã.
Imperador: Qual é desse papo maroto aqui ein? – Ele apareceu num piscar de olhos e se posicionou atrás
da Fran a beijando no rosto.
Fran: Catarina está com ciúmes do Russo.
Imperador: Qual é a novidade nisso? – Ele riu – Deixa o moleque ser feliz oh caralho. – Ele riu
debochando – Tem muita xereself aqui no morro, cuidado pra não enfartar ein. – Elas riram da palhaçada
dele.
Catarina: Não fode Imperador.
Babi: Falar em não fode Imperador, filho qual é o nome do seu filho mesmo ein?
Imperador: E eu lá sei de Emanuelle. Uma hora dessas e a senhora vindo com papo chato, tenho que
trabalhar. – Ele já ia saindo pra rua.
Fran: Mas é moleque piranha né?
Imperador: Tá de calça eu abaixo, se tiver de saia levanto e boto dentro. –Eu ri da cara de imbecil que ele
fez e a Fran deu vários tapas nele.
Babi: Faz uma coisa de útil e dar uma grana pra eu levar as meninas pra almoçar fora.
Catarina: Opa! Até que enfim alguém disse algo que preste hoje.
Imperador: Meu pai ta falido mesmo ein. – Ele tirou só nota de peixe da carteira e deu umas seis na mão
da minha mãe.
Fran: Ta podendo ein? Quer bancar a nossa janta também não?
Catarina: Um dia de shopping e tal?
Imperador: Ih oh suas mercenárias, sou banco não. – Ele meteu o pé de casa rindo e logo ouvi o som da
sua moto cantar pneu.
Fran: Vamos então né? – E assim fizemos.
Logo mais tarde chegamos ao hospital e ficamos esperando algum tempinho até o horário de visitas. Não
fiz questão de entrar e deixei que minha mãe e a Fran fossem ver a garota. Peguei meu celular, abri no
whatsapp e vi mensagem do Russo, mas só respondi mesmo quando ele apareceu online.
🔸 Início da Conversa 🔸
Russo: Amor?
Catarina: Qual foi?
Russo: Assim que fala comigo?
Catarina: Sempre falei assim com você.
Russo: Nossa, beleza então. Quando essa cena escrota passar a gente conversa.
Catarina: Engraçado né? Você fala como se nunca tivesse ficado com ciúmes. Que eu bem me lembre
você passou com a porra do carro em cima do meu pé.
Russo: Você desenterra umas paradas sem noção.
Catarina: Sem noção é você ficar todo preocupadinho com Ana Luísa na frente da sua NAMORADA e da
porra da boca inteira. Acha bonito porra? Eu sou tua mulher ou não sou caralho? Tenho vocação pra
otária não.
Russo: Eu fico pensando se no lugar da Ana Luísa fosse a Fran ou a Thami você iria falar essa mesma
merda.
Catarina: Não tem comparação.
Russo: Ah não? Porque tanto a Ana Luísa quanto as meninas eu as vejo da mesma forma.
Catarina: Não fode.
Russo: Beleza ok? Não estou a fim de brigar. Se errei me desculpa, se me preocupei demais com os
outros além de você me desculpa, tranquilo?
Catarina: Seu mal é não me entender.
Russo: Seu mal é não perceber que se eu quisesse mesmo te chifrar ou ser infiel de várias maneiras
contigo eu teria feito. Mas eu não sou burro não Catarina, quando eu faço algo eu faço bem feito pra
ninguém ficar sabendo tlg? Nem tu iria ficar sabendo. E tu da sorte que eu sou louco em você e eu sou
tão burro que fico de joelhos pra tu sempre e você nessa ignorância toda.
Catarina: Eu tenho medo de te perder, Russo. Ta ligado né? Tu é tudo e mais um pouco, até lavar e
passar você sabe.
Russo: Quer um mordomo ou um fiel porra?
Catarina: Posso escolher as duas opções?
Russo: Não sou picolé mini saia pra vir duas opções.
Catarina: O que?
Russo: Brincadeira kkkkkk
Catarina: Ta vendo? É por isso que eu te amo.
Russo: Eu te amo pra porra tlg? E para com essa sua neurose, com esse seus ciúmes, essa insegurança
doida. E nem me venha com essa sua arrogância ta ligado? Você sabe bem pra qual buraco isso te levou.
Catarina: Hoje é o dia de desenterrar o passado e ninguém me avisou?
Russo: Eu jogo na cara na mesma moeda, bebê.
Catarina: To percebendo.
Russo: Se eu te pegar como a Ana Luísa vai bolar?
Catarina: Óbvio.
Russo: Como que a Ana está?
Catarina: Você é babaca?
Russo: Deve ta toda linda ai com cara de ciúmes.
Catarina: Eu não estou fazendo cara de ciúmes.
Russo: Aposto que vai dar aquele sorriso que eu gosto. – Droga esse viado me paga! E eu estava sorrindo
mesmo.
Catarina: Babaca! Mas enfim, Russo, vem visitar essa mina amanhã beleza? Se isso está correndo você,
vem logo porra.
Russo: Eu ia mesmo, nem minha mãe me da autorização pra onde devo ir.
Catarina: Garoto tu não me provoca.
Russo: Tu não deveria estar na faculdade?
Catarina: Faltei.
Russo: Vai reprovar caralho, quero mulher puxando carroça do meu lado não.
Catarina: Ta me chamando de burra?
Russo: Que isso, jamais.
Catarina: Vai tomar nesse cu.
Russo: Seu cu? Quero. Quando chegar no morro passa aqui em casa.
Catarina: Ai babaca, estou indo ta? Beijos.
Russo: Hmm... corre.
🔸 Fim da Conversa 🔸
Iludido ao cubo esse Russo né mesmo? Minha mãe e a Babi saíram do consultório conversando, mas
pareciam estar abaladas.
Catarina: Como a mina está? – Respondi levantando da cadeira que estive esperando todo esse tempo.
Babi: Mal pra caralho, o estado dela é grave.
Fran: Ela falou muito pouco e nem quisemos tocar no assunto que a levou ficar assim.
Catarina: E ela vai se recuperar não vai?
Babi: Olha filha, eu espero que sim. – Minha mãe assentiu e foi andando na nossa frente. E o olhar que a
Fran lançou para mim fez-me sentir a pior cretina da face da terra.
Catarina: Eu estive bolada com o Russo desde ontem por causa dela. – Disse para a Fran baixinho
enquanto íamos passando pelos corredores do hospital em direção a saída.
Fran: Eu não sei o nível de amizade dos dois, ok Cat? Mas tenha sempre em mente que esse tipo de
ciúmes é perigoso, machuca sem você nem perceber. Você pode achar que é cuidado quando no fundo
está ruindo a base da relação de vocês. Eu tenho certeza que tanto você e o Russo já viram coisas piores
na caminhada de vocês, mas quando é um dos nossos caindo é diferente. Sempre é diferente.
Catarina: Eu sou uma imbecil. – Dei um soco na parede ao lado e passei a mão no rosto continuando a
andar. Minha mãe nos olhou sem dizer nada.
Fran: Não é a toa que você e o Imperador são gêmeos.
Fomos almoçar em uma churrascaria foda pra caralho e até que o clima melhorou bastante.
Babi: Eu conversei hoje cedo com a mãe da Ana e ela está arrasada.
Fran: Eu imagino que ela esteja mesmo.
Catarina: E o pai dela? Cadê?
Babi: Ele levou a mãe dela em casa quando tínhamos chegado, a enfermeira ali na sala avisou.
Catarina: Não sei como você consegue olhar para o seu irmão sem vomitar na cara dele. – Olhei para a
Fran que estava comendo, logo engoliu para me responder.
Fran: Cat, sendo sincera? Eu no fundo quando o Tota reapareceu eu pensei que ele estaria ali por mim, eu
tive esperança de que eu teria meu irmão mais velho de volta e não um monstro como ele. Mas olhando
por cima eu sei que ele só veio até a mim por conta do meu relacionamento com o Imperador e do
interesse que ele tem em tomar o poder pra ele. Se fosse me outra circunstância ele jamais teria sequer
lembrado que tinha uma irmã.
Babi: Infelizmente, Fran, a pessoa que você menos espera é aquela que vai te trair. A mesma pessoa que
esteve do seu lado, que dividiu risada contigo ou até mesmo a infância. Digo isso porque sei pelo o que
passei na idade de vocês. Poder mexe com as pessoas e eu nunca vou me acostumar com as coisas que
eles fazem. JR e Imperador não são santos, Deus sabe o tanto de sangue que eles têm nas mãos. E digo
de você também Catarina.
Catarina: Você ta querendo comparar a gente com o filho da puta do Tota?
Babi: Não é isso, Cat. Óbvio que não. O que o Tota fez é imperdoável, assim o que o Thierry também fez.
Mas alguém já sentiu a dor que os pais da Ana sentem hoje, alguém já teve um filho que o JR matou ou o
Imperador. Eu só quero que entendam isso, que nessa vida que levamos não há certo e errado.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 123º capítulo 🐾 Russo narrando
Assim que pisei de volta no morro a fofocada já começou. Os moleques da vila falando do pau que o
Imperador quebrou no moleque que estava fazendo a vigia da Ana Luísa. Aqui é o certo pelo certo. Se fez
errado tem que pagar. Neguinho ficou quebrado e vai ficar fora de ação por muito tempo porra!
Quando cheguei a boca, joguei minha ponto 30 na mesa, mordi a maçã que peguei no horti fruti e olhei
para o Imperador que fumava na janela.
Imperador: Qual foi viado? – Ele jogou a cinza fora e virou pra mim. Conheço meu mano e sei como ele
fica todo sombrio quando tem que corrigir um dos nossos soldados.
Russo: Beleza?
Imperador: Sempre.
Russo: Desce aquela gelada mais tarde pra aliviar?
Imperador: Porra to dentro, cuida de tudo ai que eu vou tirar uma onda.
Russo: Ta certo. – Ele saiu da sala e fui fazer o que tinha que fazer né? Sou gerente e tenho que trabalhar
ne porra
Contando as notas que estavam entrando no caixa da boca que funcionava a vapor ainda mais com uma
grana alta de desmanche que estava entrando ali, minha mente logo foi para a Ana Luísa. Aquela
patricinha toda delicada e vê-la naquele estado me marcou pra porra. Já fiz coisas que até o diabo duvida,
mas ela ta ligado... Foi pesado. Eu não queria matar o Tota a tiro, mas sim na base da tortura. Queria
aquele filho da puta implorando pra morrer de uma vez. Pegaram a mina na judaria debaixo das nossas
asas, me fez se sentir um inútil. E eu me lembro dela implorando por proteção para nos contar tudo o que
sabia. E eu odiava que minhas promessas saíssem por ralo abaixo.
O celular do Imperador estava tocando em cima da mesa, viado sai e esquece as tralhas dele pra trás.
Atendi porque era ligação da Fran, vai que era lance importante.
🔸 Início da Ligação 🔸
Russo: Qual foi primeira dama?
Fran: Bruno, faz um favor pra mim?
Russo: É o Russo, cabeção.
Fran: Eita cuzão, tá com a voz igual do Imperador.
Russo: Voz de viado? Sou macho porra.
Fran: Sei disso não ein, mas ein, cadê o Bruno?
Russo: Ele saiu ainda agora, logo mais deve chegar aqui, por quê?
Fran: Pow é que eu lembrei agora que meu anticoncepcional acabou e eu não posso deixar de tomar a
dose hoje né. Queria que o Imperador fosse comprar pra mim, só vou chegar em casa logo mais e eu to
sem grana aqui na rua.
Russo: Vou passar um rádio para o viado avisando então pode ser?
Fran: Quebra essa ai, te pago um sorvete depois.
Russo: Nesse calor vou cobrar caralho.
Fran: Já é então, beijo Russo.
Russo: Beijão.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Mulher é foda viu? Isso é a cara de Catarina, certeza que ela mandou a Fran ligar para o Imperador. Ela
mesmo vive me pedindo pra comprar essas paradas pra ela. É absorvente, negócio pra pintar cabelo, um
monte de frufru, puta que pariu.
Terminei de fazer as minhas contas lá e dei o dinheiro na mão do JR. Sai da boca e fui descendo o morro
com a camisa no ombro. Sol tava lascando o cu do burro, nossa senhora. Encontrei com o filho da puta do
Imperador na barraca tomando cerveja.
Russo: Porra viado, eu morrendo lá no calor e tu aqui só na gelada. – Ele riu.
Imperador: Na próxima vida você nasce patrão, viado.
Russo: Vai se foder, vou beber na tua conta.
Imperador: Fazer o que né tigrão. – O tio da barraco trouxe um capo e eu o enchi de cerveja.
Russo: Oh, sua patroa ligou e pediu pra você comprar o anticoncepcional dela ein. – Tirei o celular dele da
bermuda e o entreguei.
Imperador: Ih, k.o teu. –Ele riu.
Russo: To falando sério.
Imperador: Franciellen é foda viu.
Russo: Ela disse que tava sem dinheiro na rua.
Imperador: Ialá mano, dei 600 conto na mão da minha mãe pra elas saírem hoje cedo.
Russo: Ué porra, quer ser patrão viado, a vida é assim mesmo.
Imperador: Vai se foder idiota. – Ficamos lá bebendo e o Imperador foi na casa dele pra descobrir o nome
do remédio da Fran. Não custou nada o viado apareceu.
Russo: Comprou a parada da tua mina?
Imperador: Ih mandei o menor ir lá e entregar aqui depois. – Ficamos a tarde de toda de cu pra cima
tomando aquela gelada até que a noite caiu.
Passei na casa de mãe pra poder jantar né? E logo mais fui pra minha casa. Quando cheguei a Catarina
estava deitada no meu sofá vendo TV. Me joguei em cima dela e dei um selinho nela.
Catarina: Porra, todo suado e fedendo a cerveja.
Russo: Tu se apaixonou por mim assim. –Ri e ela rolou os olhos - Tomara que bata um vento e você
fique assim pra sempre.
Catarina: E ainda vou continuar sendo linda.
Russo: Ah não, vou terminar assim.
Catarina: Seu toba que vai.
Russo: Falar em toba, me lembro de uma certa conversa nossa no whatsapp mais cedo. – Ri malicioso.
Catarina: Não fode. – Ela riu me dando um selinho.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 124º capítulo 💎 Imperador narrando
Sábado chegou com a notícia de que a Ana Luísa estava melhorando no hospital e isso era um bom sinal.
E deixou o Russo bem mais aliviado. Hoje era dia de baile aqui na comunidade e tinha nego meu
trabalhando a todo vapor, fortalecendo pra caralho e muita mulher boa brotando pra curtir o baile. Já
escalei vários soldados pra ficarem na linha durante o baile e ficar de olho em qualquer vacilão. Nessa vida
todo mundo era suspeito.
Pela tarde dei uma passada no shopping, fui focado em uma joalheria. Queria comprar uma aliança pra
mim e pra minha patroa. Nunca fiquei tão firme com alguém dessa forma, a Manu não conta. Cheguei a
joalheria e a Roberta, uma mulher que eu já conhecia um bom tempo já veio me atender.
Roberta: Oi, Imperador. Procurando algo em especial? – Ela abriu um sorriso me cumprimentando com
dois beijos no rosto.
Imperador: Sim, sempre. – Sorri a analisando de cima a baixo. Gostosa pra caralho. Desviei o olhar para
as alianças e ela entendeu o recado.
Roberta: Algo para a Franciellen?
Imperador: Para eu e ela.
Roberta: Tenho umas perfeitas que chegaram ontem e não foram colocadas ainda no mostruário. Quer
que eu busque?
Imperador: Sim, por favor. – Dinheiro não era o problema, eu queria dar o melhor pra minha mulher.
Assim que a Roberta voltou, ela colocou um pequeno mostruário em cima da bancada e foi me mostrando
as alianças. Uma mais linda que a outra, já sabia logo que a Fran iria ficar doida quando as visse. Assim
que fiz minha escolha fui logo fechar a compra. A mulher do caixa me atendeu e ela abriu a boca quando
eu paguei R$5 mil à vista. Comigo não tem miséria não. Roberta me entregou as alianças dentro de uma
bolsa da loja e eu sai andando. E vazei logo de uma vez do shopping. Não gosto de ficar dando mole por
ai não.
Cheguei a minha casa já ansioso para dar a aliança para a Fran, mas lógico que iria montar uma surpresa
pica pra ela. Próximo final de semana eu tirar só pra nós dois. Joguei a sacola da loja fora e escondi a
caixinha das alianças no bolso da bermuda. Rodei a casa toda e não achei a Fran em canto algum. Logo
liguei pra ela.
🔸 Início da Ligação 🔸
Fran: Oi amor.
Imperador: Tu ta onde?
Fran: Na sua vó.
Imperador: Com quem?
Fran: Seus pais, seus tios, Cat, Thami...
Imperador: Porra nem avisa ein.
Fran: Ah eu tentei ligar, mas deu desligado.
Imperador: To indo para ai.
Fran: Vou te esperar.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Só deu tempo de esconder a caixinha com as alianças dentro de uma gaveta minha com umas paradas do
morro que a Fran nunca nem chegava perto e voei pra minha vó. Cheguei lá estava rolando um pagode
suave, churrasco, tudo numa boa. Já subi direto pra laje e fui cumprimentando todo mundo.
JR: Ai moleque tava onde que te cacei pelo morro todo? – Ele riu enchendo meu copo de cerveja.
Imperador: Fui resolver umas paradas na rua.
Manu: Oi Imperador. – Ela se pendurou no meu pescoço. Meu pai nem pra me ajudar serve né? Já saiu de
fininho indo para perto do meu padrinho e do meu tio.
Imperador: Qual foi? – Arqueei uma das sobrancelhas pra ela.
Manu: Pensei que quisesse saber do nosso filho. – Ela sorriu alisando sua barriga já grandinha.
Imperador: Do meu filho sim, de você não.
Fran: Posso ajudar em alguma coisa? – Ela apareceu e olhou direto pra Manu.
Manu: Que nada, amada. Só vim contar as novidades do nosso filho para o Imperador.
Fran: Pra falar não precisa encostar nele. –A Fran pegou com firmeza na mão da Manu e tirou de cima de
mim.
Manu: Ah relaxa, fofa. Mas enfim, queria só contar da menininha que vamos ter. – Ela olhou sorrindo pra
mim e debochou na cara da Fran – Não era isso que você sempre quis, Bruno? A gente costumava sonhar
com isso e você dizia que me amava logo em seguida.
Imperador: Manu, cala a porra da boca. – Mas já era. A Fran saiu andando descendo as escadas caindo
fora dali – PORRA TU SÓ FALA MERDA NÉ CARALHO?
Manu: Mas eu só falei a verdade. – Ela sorriu.
Imperador: NÃO FODE PORRA, TU SABE QUE NÃO É BEM ASSIM.
Vigarista: Ih qual foi pivete, não grita com minha filha não porra. – Ele virou a mão na minha cara e eu
taquei o copo no chão já puto de raiva. Quando ia falar alguma coisa meu pai me colocou pra trás.
JR: EH PORRA! TUA FILHA QUE CHEGOU CAUSANDO NO BAGULHO. – Eita cuzão meu pai já entrou
comprando a briga e empurrando meu tio pra trás.
Manu: Causando o cacete! Eu só vim falar do Imperador da nossa filha!
Imperador: Não fode Emanuelle! Tu veio só pra irritar a Franciellen.
Manu: VOCÊ NÃO SABE UM TERÇO DO QUE EU TO PASSANDO OK? ACHA QUE É FÁCIL SER MÃE
SOZINHA? VOCÊ ESTÁ CAGANDO PRA MIM, IMPERADOR. NÃO AJUDA EM PORRA NENHUMA.
Vigarista: É porque ele é um moleque, eu te avisei pra você não se envolver com ele Emanuelle.
Babi: Ei porra, não chama meu filho de moleque não, Jhonny. Se ele é moleque sua filha é uma piranha! –
Minha mãe encarou meu tio. Eles dois que sempre foram muito amigos. Eu entrei na frente da minha mãe
e fui a tirando dali – Vai atrás da Franciellen, Bruno. – E assim eu fiz, cacei a Franciellen pelos cantos e ela
estava saindo do banheiro.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 125º capítulo 🌼 Franciellen narrando
A Manu desde quando chegou a casa da vó do Imperador ficou exibindo a barriga dela, se vangloriando
que estava carregando um filho dele e eu já estava louca pra enfiar a porrada na cara dela. E a Ninja toda
hora pedindo para eu me acalmar e ignorar. A Thami e a Catarina já estavam putas da vida também.
Assim que desci as escadas, fui direto para o banheiro e lavei meu rosto. E me deu mais raiva ainda pelo
fato do Imperador não ter vindo atrás de mim. Mas queimei minha língua quando encontrei com o
Imperador assim que sai do banheiro.
Imperador: Fran? – Ele pegou na minha mão.
Fran: Me deixa quieta.
Imperador: Desculpa amor. – Beijei a testa dela.
Fran: Você não tem pelo o que se desculpar. Não estou brava contigo.
Imperador: Mesmo?
Fran: Ela estava me provocando desde a hora que chegou aqui.
Imperador: Típico dela, não tem vergonha na cara.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ Imperador Narrando
Fran: Seu rosto está vermelho. – Ela passou a mão onde meu tio havia batido e porra tava doendo pra
caralho.
Imperador: Não foi nada.
Fran: Aham, sei bem. – Ela saiu andando, fui atrás dela e a puxei pela mão.
Imperador: Você fala que ta tudo bem e vai me deixando assim? – Olhei confuso pra ela.
Fran: Ah... – Ela ficou sem resposta e eu sabia que ela estava chateada pra porra.
Imperador: Fran, o que rolou comigo e a Manu é passado ok? Meu presente é contigo, quero construir
futuro com você.
Fran: Da mesma forma que você queria construir com ela. – Ela disse seca.
Imperador: Porra...
Fran: Eu estou indo pra casa. – Eu a soltei morrendo de raiva por essa situação.
Imperador: Você fala de mim como se nunca tivesse feito a mesma com o João. Ah, vai se foder porra!
Quer me julgar, mas já fez o mesmo com o cara lá. – Ela virou pra mim com seu rosto queimando de
ódio.
Fran: VOCÊ NUNCA MAIS FALA DO JOÃO DESSA FORMA ME OUVIU BEM BRUNO? NUNCA MAIS! VOCÊ
NÃO SABE PORRA NENHUMA DA MINHA HISTÓRIA COM ELE E NÃO TEM DIREITO ALGUM DE FALAR
ALGO DELE. NÃO TENTE COMPARAR A MINHA HISTÓRIA COM O JOÃO COM A SUA COM A EMANUELLE. –
Ela saiu pisando duro da casa e bateu a porta da saída logo atrás dela. Estourando de raiva dei um soco
na parede e corri atrás dela. Já na rua a peguei pelos braços.
Imperador: VOLTA AQUI PORRA. – A coloquei contra um muro e ela sustentou meu olhar de raiva.
Fran: ME LARGA AGORA IMPERADOR.
Imperador: AH E SE EU NÃO QUISER?
Fran: PARA DE SER RIDÍCULO SEU ESCROTO. TA ACHANDO QUE TA LIDANDO COM ESSAS PUTAS QUE
TU COMIA É PORRA?
Imperador: TEU MAL É FALAR AS PARADAS E ACHAR QUE EU VOU FICAR QUIETO.
Fran: O ÚNICO IMBECIL QUE FALOU MERDA AQUI FOI VOCÊ. EU TE PEDI PRA ME DEIXAR QUIETA
PORRA. E ME LARGA OU VOCÊ PRETENDE FAZER O QUE? VAI ME BATER? DA MESMA FORMA QUE VOCÊ
FEZ COM A CATARINA? – Eu a soltei e esmurrei o muro duas vezes ao lado dela.
Imperador: VOCÊ NÃO SABE DE PORRA NENHUMA. EU SEMPRE FIZ TUDO POR VOCÊ CARALHO, TE TIREI
DO FUNDO DO POÇO, TE COLOQUEI DENTRO DA MINHA CASA.
Fran: E MUITO OBRIGADO POR TUDO QUE VOCÊ ME FEZ. MAS AGORA EU PREFIRO VOLTAR PARA O
FUNDO DO POÇO DO QUE DEITAR NOVAMENTE NA SUA CAMA. – Eu estava cego de ódio e quando ela
saiu por mim eu agarrei pelos cabelos dela e a fiz voltar.
Imperador: O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO?
Fran: QUE EU TO CAINDO FORA DA TUA CASA E DA SUA VIDA. – Ela se debateu e virou uma cotovelada
na minha boca. Assim que a soltei ela ia me dar um tapa na cara e então segurei com força no pulso dela.
Imperador: VAZA MESMO, PEGA TUAS PARADAS E SOME. – A larguei ali e fui para minha moto. Subi e
meti o pé do morro voado. Não queria saber de mais porra nenhuma, a raiva só crescia cada vez mais
dentro de mim.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ Babi Narrando
Sempre que essa piranha da Emanuelle aparece as coisas ficam péssimas. E dessa vez ficou pior do que
eu imaginava.
Catarina: Mãe, o Imperador e a Franciellen brigaram. – Ela me puxou do meio do povo e saiu me
arrastando para fora da casa.
Babi: O que como assim? – Assim que chegamos a rua, a Fran estava sentada na calçada e a Thami ao
lado dela – Alguém me explica o que aconteceu?
Thami: O estúpido do Imperador. – A Fran olhava para o chão tremendo sua perna.
Catarina: Que ele é um estúpido disso já sei.
Babi: Fran, o que houve? Cadê o Imperador?
Fran: Deve ter ido se enfiar em algum buraco.
Thami: Não vale a pena vocês brigarem por causa da Emanuelle.
Fran: Eu e ele terminamos.
Babi: O que? Para com isso Fran.
Fran: Eu não estou brincando. – E não parecia mesmo. Ela se levantou.
Catarina: Amiga, sossega. Pra onde você vai?
Fran: Vou nem que seja para o inferno, mas aqui não fico nem mais um dia.
Thami: Amiga para com isso, vai pra onde doida?
Babi: Dorme lá em casa, amanhã ele aparece e vocês dois conversam com calma.
Fran: Não tem conversa, não tem volta, não tem mais nada. – Ela falou com uma decisão que eu nunca
tinha visto na Fran e então eu percebi que a briga dos dois havia sido séria demais. Nos braços e no pulso
havia a marca certinha do Imperador e eu percebi que ele havia feito a pior cagada da vida dele.
Babi: Eu entendo. – Me aproximei e alisei o rosto dele.
Catarina: Eu vou atrás do Imperador.
Babi: Vai atrás dele mesmo. – Falei séria para a Catarina, que logo subiu na sua moto e desceu o morro
voada.
Thami: Ele machucou você, amiga?
Fran: O que ele disse doeu bem mais.
Thami: E o que ele disse pra você?
Fran: Não vem ao caso. – Ela saiu andando subindo o morro. A Thami fez menção de ir atrás dela e então
a segurei.
Babi: Deixa ela ir.
Thami: Mas dinda...
Babi: Ela precisa ficar sozinha.
Thami: E se o Imperador voltar?
Babi: Ah meu amor quando ele voltar vai se ver comigo, ah se vai. Você não viu os braços dela não? Ele a
machucou.
JR: O que ta acontecendo aqui? – O JR apareceu.
Babi: Fran e o Imperador brigaram. E acho bom você não se meter na conversa que eu vou ter com ele.
JR: Babi, não se mete na briga dos dois.
Thami: Eu vou subir gente. –Ela saiu de fininho deixando nós dois ali.
Babi: Não se meter? Ele fez tudo o que não deveria ter feito.
JR: Isso é problema dos dois, não nosso.
Babi: Ah não, Gabriel? Imperador a machucou, se tinha que ver a cara que ela estava. Você sabe muito
bem de qual ambiente a Franciellen vem, sabe muito bem o que a mãe dela passou e você ainda quer que
eu não me meta? Pois se dê por satisfeito se algum dia a Fran pisar novamente aqui, porque eu tenho
certeza que ela vai embora.
JR: E cadê ele?
Babi: Catarina foi atrás dele.
JR: Então quando ele voltar a gente conversa com ele ok? – Ele colocou suas mãos na minha nuca
fazendo carinho tentando me acalmar.
Babi: Mas que porra...
JR: Babi, eu sei que você gosta muito da Fran, mas é a vida dela com o Imperador.
Babi: JR, a menina não tem mais ninguém. – Meus olhos se encheram de lágrimas – Você sabe o que é
isso não sabe? Sabe o que é ser sozinho?
JR: Está se esquecendo do meu passado?
Babi: Mas você teve o Pezão, a Fabi, a Ninja e a tia Patrícia.
JR: Você teve os seus primos e os seus tios no sítio onde morava.
Babi: E depois que eu me mudei pra cá eles se esqueceram da minha existência.
JR: Você teve a mim, não teve?
Babi: E ela tinha o Imperador e pelo visto ela não o quer nem mais pintado de ouro. Eu vi o olhar dela,
JR. Ela não estava chorando nem nada, ela estava assustada entende? Com medo dele. Eu conheço o
filho que tenho e não vou passar a mão em sua cabeça.
JR: Vacilão é pouco para o Imperador. – Ele me abraçou e depois fomos juntos para a nossa casa.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ Catarina Narrando
Eu sabia onde o Imperador estava escondido muito bem e conhecendo meu irmão ele estaria puto da
vida. Assim que eu o encontrei sentado na praia eu me sentei ao lado dele.
Imperador: Quero ficar sozinho Catarina. – Ele com a cara fechada e encarando o mar.
Catarina: Por que vocês brigaram?
Imperador: Não interessa, acabou mesmo.
Catarina: Tem certeza Imperador?
Imperador: Eu quase... – Ele abaixou a cabeça, respirou fundo e voltei olhar para o mar.
Catarina: Quase não é fazer.
Imperador: E eu teria feito, só que...
Catarina: Você a ama.
Imperador: Quem ama não faz isso não, Catarina. Tem perdão para o que eu fiz. Ela nunca mais vai me
perdoar.
Catarina: Só vai perdoar se você se perdoar.
Imperador: Eu nunca vou me perdoar por isso. – Eu já havia presenciado o Imperador chorar muitas
vezes, mas quando éramos crianças e eu implicava com ele. As lágrimas rolaram pelo rosto dele e o
conhecendo nem sequer ousei secá-las – Me deixa sozinho.
Catarina: Não vou, sabe disso.
Imperador: As pessoas viram o que eu fiz, você a viu?
Catarina: Quando eu sai do morro ela estava com a minha mãe e a Thami. Mas ela...
Imperador: Ela o que?
Catarina: Ela não está chorando nem nada, só está fechada no mundo dela e disse que iria embora.
Imperador: Eu sou um monstro porra. – Ele estava transtornado, deu socos em sua cabeça e eu segurei
os braços dele – Eu machuquei você, a machuquei e agora quem mais?
Catarina: Você não é o monstro, olha para mim Imperador. –Fiz ele olhar pra mim – Você não é. Eu te
desculpei pelo o que aconteceu.
Imperador: Ela não é você, ela é o meu mundo. Sem ela eu não sou ninguém porra.
Catarina: Tivesse pensado nisso antes de tudo, antes de ir atrás dela... – O olhei com pena.

ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 126º capítulo 🌼 Franciellen narrando


A briga com o Imperador ainda rodeava minha mente enquanto eu subia as escadarias do morro sem
direção. Eu sentia a dor do meu cabelo sendo puxado, da forma agressiva como ele me ergueu com
facilidade. O olhar de ódio dele jamais sairia da minha mente. Meu coração não batia de medo e sim de
pavor. Eu me senti um pedaço de lixo nas mãos dele. E com uma ou duas palavras todos os meses juntos
foi jogado no ralo.
Thami: Fran, me espera... – Ela falou logo atrás de mim.
Fran: Thami, me deixa sozinha. – Respondi sem olhar para trás e continuei a andar.
Thami: Amiga, eu sei que você não está bem. Eu só quero te dar um apoio.
Fran: Thami será que, por favor? – Virei olhando para ela e assim que encontrei os olhos dela eu
fraquejei. Senti meus olhos se umedecerem de lágrimas e um nó se formou na minha garganta.
Thami: Fran... – Ela subiu um degrau e me abraçou – Você sabe que eu estou aqui não sabe?
Fran: Ele... – Disse ofegante pelo choro compulsivo – Ele acabou com a gente.
Thami: Não diz isso, Fran.
Fran: Faltou um segundo... Apenas um segundo... E ele teria batido... – Eu contei tudo pra ela chorando e
os soluços só aumentavam. Não diminui e nem aumentei nada.
Thami: Que nojo do Imperador. É meu primo, mas que nojo que eu to dele.
Fran: Eu vou a casa dele pegar minhas coisas.
Thami: Não vai nada, deixa isso pra depois. Vamos pra minha casa.
Xxx: Que bagunça é essa aqui? – Olhamos pra cima de onde vinha a voz e era o Liminha. Ele desfez o
sorriso no rosto ao olhar pra mim – Eita, por que você ta chorando?
Thami: Não se mete nisso, amor.
Liminha: Oxe nega, fiquei preocupado. – Eu não tinha nem voz pra falar com ele. Apenas fiquei com a
cabeça baixa.
Thami: Eu sei que sim e depois a gente conversa. Vamos Fran. – Ela deu um selinho nele, pegou na
minha mão e pegamos um caminho pra casa dela.
No percurso que fizemos eu não quis conversar e ela entendeu isso. Assim que chegamos a casa da
Thami, eu fui para o banheiro lavar meu rosto. E ao me olhar através do espelho, me vi quebrando a
promessa que havia feito para mim de nunca mais chorar, de nunca mais me deixar cair por alguma
pessoa. Eu imaginava que esse momento algum dia poderia chegar, mas nunca pensei que fosse ser o
Imperador que iria me destruir por dentro.
A noite logo chegou e eu estava deitada na cama, a Thami não saiu do meu lado nem mesmo quando o
som do baile rolando estourava nas nossas cabeças.
Thami: Eu tenho certeza que o Imperador está arrependido do que fez.
Fran: Arrependido pode estar, mas isso não muda nada. – Disse já sem chorar, eu estava seca por dentro.
Thami: Mesmo Fran?
Fran: Eu não sou a minha mãe ok? Eu não vou ser humilhada por homem nenhum. – Levantei da cama
dela – Thami, por favor, né? Não tem desculpa para o que ele fez. Mil pessoas podem dizer que eu estou
sendo exagerada ou não. E por mim que se foda. Você acha mesmo que meu padrasto começou a bater
na minha mãe do nada? Acha que ela já o conheceu com ele batendo nela? Ele era bom pra gente, ou ao
menos, bom para ela. Mas começou com uma cena de ciúmes ali, pegar no braço com força, a proibindo
de usar certas roupas, usar maquiagem forte. Logo minha mãe era aquilo que ele queria e ela sempre o
perdoando. Ele bebia, ficava agressivo e até que um dia ele bateu com a cara dela na parede, tanto, mas
tanto que a parede ficou manchada de sangue e EU tive que limpar. Eu era uma criança e isso nunca vai
sair da minha cabeça. O Imperador não é o Fábio, disso eu sei. Quem bate esquece, Thami. Mas quem
apanha e quem ver alguém que você ama ser violentada até ficar desacordada lembra para sempre. – A
Thami não teve palavras para me responder, eu peguei meu celular em cima da cômoda e sai da casa
dela. Eu precisava de ar puro, precisa esclarecer meus pensamentos e ficar jogada nas minhas lágrimas
remoendo a droga desse dia não iria me fazer bem.
Caminhando pelo morro acabei topando com o Russo. Eu não queria ver ninguém que tivesse algum
vínculo comigo. Não queria conversar. Só queria ficar sozinha.
Russo: Ei, Fran. – Ele segurou de leve no meu braço quando eu já ia passando por ele sem falar.
Fran: Diz. – Permaneci olhando para o chão.
Russo: Olha pra mim. – Ele segurou no meu queixo tentando levantar meu rosto, mas o impedi que o
fizesse.
Fran: Eu preciso ir ok?
Russo: Você quer conversar?
Fran: Quero ficar sozinha.
Russo: Olha, eu sei que você está mal pra caralho, que você já passou por uma barra sua vida todo, mas
o Imperador te ama pra caralho e eu sei lá o que se passou na cabeça doida dele. Eu nunca vi meu mano
doido numa mulher como ele é doido por tu.
Fran: Russo, eu não quero saber disso ok? Eu quero só ficar numa boa.
Russo: Eu só quero me certificar de que você vai ficar bem.
Fran: Eu vou ficar.
Russo: Quer que eu passe a noite contigo?
Fran: Quero não nego, vai para o baile. – Dei um beijo no rosto dele e sai andando. Ele estava todo
arrumado então eu entendi que ele estivesse indo curtir o baile.
A menção do João na briga de mais cedo me fez lembrar-se dos momentos com ele. De como ele sempre
me ajudou em tudo, me fez feliz e me deu apoio. E logo depois de sua morte o Imperador foi meu
alicerce, foi quem me ajudou e muito. Ele me deu tudo e mais um pouco.
E quando percebi estava sentada no meio fio em frente a porta da casa de alguém olhando para o céu
pensando no que faria da minha vida de agora em diante. De como seria meu amanhã.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 127º capítulo 💎 Imperador narrando
Eu falhei como homem e a minha mãe se certificou de deixar isso bem claro a partir do momento que
pisei dentro da minha casa. Ela apareceu feito ninja e jogou em cima de mim os meus erros.
Babi: Você perdeu a noção Bruno? Se já não bastasse o que você fez a sua irmã, com a Catarina eu até
entendi, vocês dois sempre brigaram feio assim. Mas agora com a Franciellen? Você merece essas
piranhas que vivem atrás de você falando que ta carregando seu. Merece a Emanuelle. Não pensa que eu
vou passar a mão na sua cabeça. Eu NUNCA vou apoiar esse tipo de atitude dentro da minha família. A
garota comeu o pão que o diabo amassou, estava feliz ao seu lado, vivia sorrindo e para o quê? Para você
agredir ela? Pra você ser o machão, o gostosão do morro. Eu não criei você com tudo do bom e do melhor
para você decepcionar a mim e ao seu pai dessa forma. Você não pensou não é mesmo? Porque se você
tivesse parado um segundo sequer para pensar não teria nem ousado levantar a voz pra ela. Vai falar
nada não Bruno?
Imperador: Eu sei que eu errei. – Eu não tinha nem o que dizer. Meu coração doía pra caralho e eu me
sentia um bostão mesmo.
Babi: E seu pai vai conversar contigo também.
Imperador: Tudo bem. – Assenti de cabeça baixa.
Babi: E se dê por satisfeito se ela continuar morando aqui no morro.
Imperador: Mãe, eu sei que eu errei pra porra ok? Eu sei que ela não vai me perdoar. Eu sei o que eu fiz.
– Eu odiava ficar frágil na frente de alguém, odiava perder a minha razão e quando olhei pra minha mãe
uma lágrima caiu pesada no meu rosto – Eu sei que a Fran nunca mais voltar pra mim, que ela pode sim ir
embora, que eu não vou ter nada mais. Nem a aliança que eu comprei pra ela não vou ter a chance de
dar pra ela. Eu falei coisas pra ela que eu vou me arrepender pra sempre e eu não tenho nem cara pra
pedir desculpas. E eu nem mereço o perdão daquela mulher. A Franciellen era meu tudo, eu mato e morro
por aquela mulher. Só me deixa em paz, por favor? Eu já to me sentindo mal o suficiente. – Eu levantei do
sofá, subi às escadas e fui para o meu quarto. O mesmo quarto que eu e a Franciellen chamávamos de
nosso. A mesma cama que se espreguiçava todas as manhãs vestindo a minha camisa.
Imperador: BURRO! BURRO! BURRO! – Chutei e esmurrei a porta do meu guarda roupa várias vezes até
que a madeira cedeu. Me afastei do guarda roupa e sentei na cama.
No dia seguinte não estava com disposição nenhuma, mas assim que desci as escadas da minha casa o
Russo estava entrando pela janela.
Imperador: Oh filho da puta, sabe gritar não?
Russo: Ai irmão foi mal. Pensei que tava dormindo. – Ele riu.
Imperador: O que tu quer? Tem pão aqui não.
Russo: Já comi hoje oh viado, vim saber de tu.
Imperador: To suave, ta vendo não?
Russo: Ih mano, vi tua mina ontem por ai.
Imperador: Por ai? Como assim o viado? – Cruzei os braços preocupado. “Minha mina” não era mais
minha e isso estava me matando por dentro.
Russo: Andando pelo morro sozinha, já deixei uns manos ai pra passar o olho nela.
Imperador: Fez certo. – Fez o que eu deveria ter feito.
Russo: Ela tava acabada, nem quis conversar, ai parceiro só vim aqui te dar um toque que pow, a Fran é
mina firmeza, mas se vocês conversarem direito vocês se ajeitam. Tu é loucão por ela, ela louca por você.
Eu e a Cat nos desculpamos pow, vocês também vão.
Imperador: Irmão, o que eu fiz não tem perdão não ta ligado? – Sentei no sofá e ele ficou no braço do
outro sofá – Caguei com a nossa relação e mesmo se um dia ela voltar, não vai ser a mesma coisa. Eu
conheço a Fran, eu fiz o que eu não deveria ter feito com ela ta ligado.
Russo: Irmão, a Fran mudou pra caralho. A mina que subiu o morro metendo o pé de casa não é a
mesma mina que teve do seu lado. Ta ligado nisso né?
Imperador: Russo você mais do que ninguém sabe o quanto a Fran sofreu e eu joguei na cara dela mano,
disse que a tirei do fundo do poço, que dava as paradas pra ela. Eu só faço burrada, ela não me merece
não porra. Eu sou muito filho da puta pra ter alguém como ela do meu lado. A parada que ela fez pra mim
na praia foi linda pra caralho, mulher nenhuma fez isso pra mim, a Fran me colocou lá no topo e eu caguei
com tudo. Eu só quero que ela seja feliz, porque eu não posso fazer isso.
Russo: Ih que isso irmão, nunca te vi assim não.
Imperador: É porque você nunca me viu amando alguém de verdade. – Levantei do sofá e cai fora de
casa deixando o Russo lá.
Cheguei a casa dos meus pais e estava uma bagunça só a sala cheia de caixas e malas. Vi meu pai
descendo as escadas com uma caixa nas mãos.
Imperador: Ué? Vão se mudar?
JR: Sua irmã vai pra casa dela agora.
Imperador: Ih verdade mesmo. Tem mais coisa pra descer?
JR: Não essa foi a última. – Ele colocou as caixas junto das outras e antes que eu entrasse na cozinha ele
deu dois tapinhas no meu ombro – Bora lá fora que eu quero trocar uma ideia contigo. – Assenti com a
cabeça e fui pra varando com ele.
Imperador: A mãe disse que o senhor queria conversar comigo.
JR: Eu não queria falar nada não, acho que isso é problema seu e da Fran. Mas como eu sou seu pai
tenho dever de te criar e aproveita já toma isso como ensinamento ta ligado? Tu vai ser pai agora e
independente da sua situação com a Manu, a criança não tem culpa de nada. Eu vejo você fazendo muita
coisa errada e deixo quieto, porque é sua vida, você já é burro velho. Mas é aquilo né? Na tua idade eu
não tinha meus pais, fazia cagada atrás de cagada e ninguém me mandava parar, ninguém chamava
minha atenção. Eu vejo você só ligando pra Fran, o seu mundo girando em torno dela e da boca, mas
porra e a tua filha lá na barriga da Manu? Não é porque tu é homem que a Manu tem que carregar o
chumbo sozinha não.
Imperador: Eu sei disso, pai.
JR: Sabe e não muda, não tenta consertar. A Manu só fez o que ela queria, chegou ontem, tumultuou e
finalizou com você e a Fran chegando aonde vocês chegaram. Porra Bruno, quando tu vai deixar de ser
moleque cara? Me orgulho pra caralho de você, quando você toma a frente de alguma decisão, pensa
antes de agir. Mas tem coisas tão pequenas que você poderia ta fazendo direito.
Imperador: Eu não sou perfeito, pai.
JR: E quem é? – Ele me olhou.
Imperador: Ninguém é, mas todo mundo espera que eu seja como você.
JR: Ninguém nunca disse isso pra você, meu filho.
Imperador: Não precisa dizer, basta olhar beleza? Eu perdi a Fran, decepcionei você e a minha mãe, não
to cuidando nem da minha filha que ta vindo ai. Olha o que eu fiz com a Fran porra?
JR: Eu sei o que você fez com a Fran. E quando sua mãe estava grávida de você e da sua irmã eu fiz
também, se não pior, e tudo isso por ciúmes. Eu poderia ter matado você e a sua irmã, sua mãe poderia
ter sumido da minha vida. Bruno você noção do que é isso? Sua mãe nunca se esqueceu desse dia e só de
olhar pra ela não me deixa esquecer. Mas superamos, isso tudo juntos. E eu escolhi melhorar e não me
afundar. Tu vai escolher o que? Vai melhorar ou vai deixar tudo como está?
Imperador: A Fran não é a minha mãe, o senhor sabe disso.
JR: Sei, claro que sei. E sei também que ela te ama. Sou testemunha da história de vocês dois.
Imperador: E como você consegue lidar com isso tudo? Eu não consigo.
JR: Ta na hora de ser gente grande, Imperador. Eu sei que exigi muito de você esses anos. Até barba na
cara queria que tivesse. Mas to aqui te dando um toque, te dizendo no que você precisa acertar. Dá um
passo de cada vez, dá um tempo pra Fran respirar e pra você também. Vai procurar saber da sua filha, do
que a Manu está precisando. Esquece-se da raiva que tu sente por ela e faz o que você precisa fazer.
Assume tua posição aqui dentro do morro, dá aquela moral para os moradores, fortalece seus homens e
vai atrás da sua mulher. Só não se perde na culpa. Superar é bem melhor do que um pedido de
desculpas, digo isso porque eu sei que a sua mãe nunca me desculpou pelo o que fiz, apesar dela dizer
que sim. – Ele saiu andando e me deixou ali com mil fitas na mente. Meu coroa tinha toda razão.
Voltei pra minha casa, tomei aquele banho, me ajeitei no estilo e ao abrir o guarda roupa vi as roupas da
Fran ainda nos cabides. O cheiro gostoso dela estava em todos os lugares e eu estava decidido que ela
voltaria pra mim. Eu iria fazer tudo pra ter essa mulher de volta.
Pedi a uns moleques pra dar uma moral na mudança da Catarina, passei pra pegar uma grana, montei na
moto e fui parar na casa da Manu. Assim que toquei a campanhia quem atendeu foi ela.
Imperador: Bora conversar? – Ela abriu um sorriso.
Manu: Voltou?
Imperador: Sabe que não. – Ela me deu passagem e ficamos no quintal da casa dela. A mãe dela sempre
me odiou, então entrar estava fora das possibilidades.
Manu: Me diz o que é então.
Imperador: Quero te pedir desculpas.
Manu: O que? – Ela riu.
Imperador: Para de rir, to falando no sério. – Cruzei os braços – Vim aqui pedir desculpas por ter deixado
você na mão esses meses, por não ta te procurando pra saber da nossa filha. E que apesar da correria eu
vou tirar mais tempo pra ela, vou te mandar dinheiro tudo certo, não vou deixar faltar nada, quando tu
quiser subir pra lá morro só me avisar que eu mando te buscarem. E que quando a nossa filha tiver
maiorzinha vou ficar com ela sempre que tu quiser pra você sair com tuas amigas. Só quero que tu saiba
que eu não vou te deixar sozinha nessa beleza?
Manu: Não brinca com essas coisas, Imperador. – Ela abaixou a cabeça.
Imperador: Que? Eu não to brincando. – A fiz levantar a cabeça.
Manu: Ela não é um brinquedo.
Imperador: Porra eu sei que vacilei esses meses contigo, Manu. Mas eu quero acertar as minhas contas.
To em dívida e vou te ajudar a criar. Já escolheu um nome?
Manu: Ainda não. Eu queria que você escolhesse, mas as circunstâncias...
Imperador: Você nunca deu uma chance das coisas serem diferentes, Manu.
Manu: Aquela garota me tomou de você.
Imperador: Não quero você falando da Fran, beleza?
Manu: Eu to falando alguma mentira?
Imperador: Porra, Manu, você que sempre pisou na bola comigo. Mas isso não vem ao caso não, esse
passado ai ta morto. Minha meta agora é outra, meu contato contigo é só pela nossa filha.
Manu: Tudo bem.
Imperador: E a propósito eu gosto de Gabriela e Sofia.
Manu: Escolhe um dos dois.
Imperador: Quando nascer a gente decide qual é o melhor pra ela. – Beijei o rosto dela – Estou indo, se
cuida beleza? E cuida da nossa filha. – Peguei o dinheiro do bolso e dei na mão dela.
Manu: Obrigado.
Imperador: Não é nada. – Me aproximei um pouco alisando sua barriga fazendo carinho e uma sensação
diferente percorreu em mim. Não ruim, mas muito boa. Apesar do meu primeiro filho não ser com a
mulher que eu amo, não faltaria amor e carinho para a minha filha com a Manu. Fui embora da casa dela,
me sentindo até mesmo um pouco melhor.
Mas esse pouco melhor se partiu em mil pedaços quando cheguei a minha casa e a Fran estava descendo
as escadas com duas malas grandes. Ela parou na metade da escada olhando para mim e eu não tive nem
o que dizer. Meu olhar percorreu pelo corpo dela e eu vi as marcas roxas nos pulsos dela. Marcas que eu
deixei. Ela quebrou o olhar terminando de descer as escadas.
Fran: Não precisa se preocupar, eu já peguei tudo. – Ela falou ao passar por mim e eu imbecil estava a
deixando ir para longe de mim.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 128º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Eu pedi que um dos meninos do Imperador me avisasse assim que ele saísse do morro ou não estivesse
em casa. E assim que recebi o comunicado avisando que ele tinha saído eu fui a casa dele para pegar
minhas coisas. Eu ainda tinha as chaves da casa e assim que entrei só de sentir o cheirinho fez meu
coração se partir em mil pedaços. Eu tinha que ser forte, se não iria acabar caindo no choro aqui mesmo.
Cada canto que eu passava ou olhava na minha mente vinha uma cena minha e do Imperador. Ao olhar
para a cozinha lembrei de uma vez em que estava vestindo sua camisa, ele chegou por trás me
abraçando, beijou meu rosto e sussurrou que me amava. Eu respirei fundo e segui meu caminho para o
quarto dele. Abri as duas malas de rodinhas em cima da cama dele. O quarto tinha o nosso cheiro, o
nosso toque. Olhei para a porta do guarda roupa quebrada e sabia que o Imperador havia descontado sua
raiva nela. Sentei na cama com o coração despedaçado, me sentindo frágil, por não ter sido capaz de
evitar que a nossa relação tivesse se desmoronado em questão de segundos.
Não sei quanto tempo fiquei olhando o cômodo e lembrando-se de nós dois. Só fui me dar conta quando
lágrimas já rolavam pelo meu rosto e um nó se formava na minha garganta. Despedaçada, eu comecei a
tirar minhas roupas do guarda roupa dele e colocar nas malas. Por um momento eu cheguei a acreditar
em felizes para sempre, cheguei a imaginar o nosso futuro juntos, alguns filhos correndo pela casa e nós
dois sentados no sofá rindo de tudo isso.
Assim que fechei as duas malas, o vazio no meu peito era enorme. Desci a escada com as duas malas,
tomando um pouco de cuidado e então ouvi o barulho da porta fechar. E no meio da escada eu o vi. Ele
não tinha mais a felicidade estampada no seu rosto e eu me senti nua quando ele percorreu o olhar pelo
meu corpo. Eu não conseguia parar de olhar pra ele. Meu coração e minha razão brigavam violentamente
entre ir embora sem falar nada, mantendo meu orgulho e minha dignidade intactos, contra a vontade de
se jogar nos braços dele e fazer amor ali no chão da sala mesmo. Eu desfiz o nosso olhar com medo de
cair no choro na frente dele e ceder.
Fran: Não precisa se preocupar, eu já peguei tudo. – Terminei de descer a escada e passei por ele. Por
um tempo eu desejei muito que ele viesse atrás de mim, segurasse na minha mão como ele sempre fez e
dissesse mais uma vez como eu completo a vida dele. E ele não fez nada disso, apenas ficou ali parado
enquanto eu ia embora.
Imperador: Franciellen! – Eu estava na metade do caminho quando o ouvi me gritar. Suspirei parando e
olhei para trás – Espera, por favor. – Ele correu na minha direção e foi diminuindo assim que se
aproximou. Eu parecia menor ainda de frente pra ele. Nossos olhos se encontraram e então ele começou a
falar – Eu...
Fran: Você? – Sustentei o olhar.
Imperador: Eu quero te pedir um favor.
Fran: Você acha mesmo que está em posição para me pedir alguma coisa? – Ri sarcástica. E ao perceber
que isso havia o ferido me doeu mais ainda o coração. Ambos estávamos feridos, eu sabia disso. Eu
conhecia o olhar do meu Bruno.
Imperador: Olha... Eu sei que não ok? Mas eu não posso te proteger muito bem fora do morro e eu não
quero tu caia fora daqui.
Fran: Você fala como se eu tivesse muitas opções não é. – Rolei os olhos – Se te serve de consolo por
enquanto eu não vou sair do morro porque eu não tenho para onde ir. Sem condições de me enfiar na
casa de algum parente. – Dei as costas voltando a andar.
Imperador: Fran... – Ele segurou de leve acima do meu cotovelo. E só o seu toque fez meu corpo ficar
todo arrepiado.
Fran: O que mais você quer ein? Eu já disse que não vou sair da droga desse morro. – Eu não conseguia
controlar a droga da minha boca e a cada palavra que saia era como se tivesse dando socos nele.
Imperador: Porra cara... – Ele abaixou a cabeça e depois voltar a me olhar – Eu amo você, tu é a mulher
da minha vida, não tem nada nesse mundo que eu não queira além de você. Eu sei que não mereço teu
perdão, não mereço nem sequer teu tempo, o que eu fiz contigo – Ele desceu sua mão até meu pulso que
ainda estava roxo, ele olhou por um tempo para eles e um pingo caiu na minha mão. Então eu percebi
que era lágrima dele. Eu nunca havia o visto chorar, ele nunca desmoronou dessa forma na minha frente.
Ele sempre foi um bloco de pedra que suportaria ventos, furacões e tudo mais demorando anos para ser
mudado – eu só quero que você seja feliz, que você encontre um homem de bem que seja teu
fechamento, que vocês tenham um futuro tlg? Essa vida que eu levo não da futuro pra ninguém não, eu
não sou capaz de dar futuro para uma mulher como você. E que apesar de tudo, tudo mesmo, Fran. Você
sempre será minha menina, minha vida, meu mundo e meu tudo. Desculpa estar falando tudo isso agora,
eu só não quero que você se vá sem que eu diga nada. – Ele levantou a sua cabeça e nossos olhos se
encontraram. Meu peito estava apertado e meus olhos marejados. Eu estava fazendo de tudo para não
chorar ali na frente dele, porque eu sabia se eu começasse, eu não pararia nem tão cedo.
Fran: Agora eu posso te pedir um favor?
Imperador: Claro que pode. – Eu soltei o puxado de uma das malas e me aproximei dele. Minha mão foi
parar no rosto dele e passando o polegar por suas bochechas eu sequei as lágrimas dele.
Fran: Toma cuidado, por favor. Seja por qual caminho você andar, eu só quero que você tome cuidado.
Você é uma boa pessoa, tem muito para evoluir e conquistar grandes coisas. Se lembra que ninguém é
perfeito, mas devemos buscar melhorar todos os dias. Você fez por mim o que ninguém nunca havia feito,
você me segurou quando eu estava pronta para cair em vários momentos. Eu tive a oportunidade de
crescer ao seu lado, de melhorar em alguns pontos. Ambos vamos encontrar pessoas de bem, vamos
formar as nossas famílias. Você vai ter uma filha, não é lindo? Sei que você sempre quis ter uma filha.
Você vai ser o herói dela. Eu te desejo tudo de bom, tudo mesmo. Eu preciso ir agora ok?
Imperador: Tá certo, vai lá neguinha.
Fran: Tudo bem, nego. – Ele piscou pra mim e saiu andando de volta pra sua casa. Eu o assisti fazer isso
até que tomei coragem de voltar para a casa da Thami. E assim que entrei e fechei a porta, fui
escorregando até cair no chão encostada a porta. Eu estava quebrada para sempre, não tinha jeito.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 129º capítulo - Thami narrando
Eu odiei o fato de ter deixado a Fran ir sozinha buscar suas coisas na casa do Imperador e odiei mais
ainda ela querer ficar sozinha. Eu não queria sair do lado da minha amiga para nada, eu sabia o quanto
isso estava sendo doloroso pra ela. E pelo o que o Russo e a Catarina me contaram, o Imperador estava
desmoronando tanto quanto ela. Eu conheço os dois o suficiente para saber que essa separação deles vai
terminar em reconciliação e uma boa foda. É tudo questão de tempo.
Fabi: Thami, não há o que fazer nesse caso. – Eu estava na casa da minha mãe esperando ela terminar o
almoço – Que os dois se amam muito isso ninguém tem dúvidas. Foi uma briga séria, a Fran já passou por
muita coisa e eu entendo que ela não queira viver aquilo que a mãe dela passou. E sozinha ela vai
perceber que o padrasto dela não é o Imperador. Hoje eu tenho meus 43 anos, filha, eu já vi os homens
dessa família fazerem coisas que até Deus duvida. O Imperador é um menino bom, até mesmo melhor
que a Catarina. Não sei o que rolou no ventre da Babi, mas os dois inverteram os papéis lá dentro.
Imperador sempre foi carinhoso, atencioso, dedicado. JR que é cabeça dura, sempre pressionou o menino
a ser homem, machão e blablabla. Nessa situação ninguém tem nada o que fazer, só os dois podem
mudar em alguma coisa.
Thami: Mãe, a Fran não vai ceder, eu sei disso. Eu não quero que minha amiga se envolva com outro
homem.
Fabi: Mas filha você não tem mais nada o que fazer, oxe. Você não pode forçar os dois a ficarem juntos.
Thami: Fala duvido eu trancar os dois dentro de um quarto até se reconciliarem?
Fabi: Alguém te forçou a ficar com o Dog? – Ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
Thami: É diferente. – Rolei os olhos e bufei – Nem tenta comparar.
Fabi: Em qual ponto?
Thami: Dog nunca me amou, eu era apenas uma posse dele. Imperador ama a Fran mais do que tudo, ele
não sai sem ela, a protege dos perigos, quando ela precisa ele está lá. Os dois se completam. Um precisa
do outro.
Fabi: Verdade. – Ela concordou – Mas o que era mesmo que você queria me contar ein? – Abri um sorriso
bobo lembrando-se do Liminha - Lá vem você com esse sorriso bocó.
Thami: É sério dessa vez mais. – Fingi um choramingo e ri.
Fabi: Das duas últimas vezes que você me veio com esse sorriso só deu merda.
Thami: Ai mãe, agora vai, eu tenho certeza.
Fabi: Fala logo praga. – Ela riu jogando água no arroz.
Thami: Nome dele é Pedro, mas geral o chama de Liminha.
Fabi: Ih... Homem do Imperador?
Thami: Ain mãe. – Choraminguei – Ele quer sair dessa vida.
Fabi: Quer sair dessa vida o que, Thamires? Teu pai quando você nasceu falou que ia largar isso tudo pra
não te criar no meio disso e ta aí. Come boca e rua o dia todo.
Thami: Mãe, é complicado. Ele tem os motivos dele pra querer sair disso. A gente só está se conhecendo
por enquanto, nos curtindo e aproveitando o momento. Ele tem uma filha já e a ex mulher dele não deixa
ele ter contato mais com a menina. Ele não quer sair dessa vida por mim, ele quer por conta da mãe dele,
por ele e pela filha dele.
Fabi: Ram, quero só ver onde isso vai dar.
Thami: A senhora não põe fé em mim né?
Fabi: Filha, eu até tento né? Mas você namorou dois caras assim esse ano, te encheram de esperança e
depois você ficou sofrendo ai. Cai na realidade, Thami. Você é bonita, fica se misturando com esses pé
preto. Vai ser feliz sozinha, vai curtir sua liberdade.
Thami: Mas mãe...
Fabi: Eu não quero nem saber, já sei o final disso tudo. – Ela cortou o papo e eu havia ficado chateada.
Perdi até o ânimo pra conversa. Só esperei pra almoçar junto com ela, marquei um tempo e fui embora.
Ela falou como se eu já tivesse completamente entregue a ele, já estivesse fazendo planos para o futuro e
etc.
Assim que cheguei ao morro, ouvi alguém me chamar e olhei para cima. O Liminha estava em cima da laje
da casa de alguém e estava com um fuzil atravessado no peito.
Liminha: Com uma visão de um anjo desses até quero fazer coisas boas para poder ir para o céu.
Thami: Piadinha ruim. – Ri olhando para ele – Desce daí menino, ta fazendo o que ai?
Liminha: Trabalhando como sempre né? Tenho que ganhar o pão de cada dia. – Ele não custou nada pra
descer da laje. Ele pulou o muro da casa e veio ao meu encontro pegando na minha cintura e colando
nossos corpos – Como vai a minha princesa? – Ele deu um beijo na minha testa em seguida desceu seus
lábios até a minha boca selando nossos lábios. E as palavras da minha mãe entraram no meu cérebro
como agulhas e eu me afastei um pouco dele sorrindo amarelo. E se ela tivesse razão? Quantas e quantas
vezes eu deixei de ouvir minha mãe, pra fazer do meu jeito e cai feio do cavalo?
Thami: Bem e você?
Liminha: Ah, eu to bem. – Ele fechou o sorriso e foi me soltando – Te vejo mais tarde?
Thami: Vou ficar com a Fran.
Liminha: Ah beleza, então a gente topa por ai. Vou indo flw?
Thami: Se cuida. – Ele seguiu rumo descendo o morro e eu fui subindo pra minha casa. Namorei dois
caras esse ano, bati o pé pelos dois e por fim fui traída, humilhada e feita de babaca na frente de todas.
Até mesmo eu estava de saco cheio de tanto ser pisada. Ambos me encheram de esperança, disseram ser
“diferentes” e me prometeram felicidade pra sempre. E por um momento me arrependi de ter me
entregado tão cedo ao Liminha, por ter me deixado cair de barriga em um monte de esperança que eu
nem sabia que faziam algum sentido pra ele.
Assim que cheguei a minha casa encontrei com a Fran deitada no sofá e as malas que havia emprestado a
ela estavam no canto perto da porta. Me agachei na frente dela, fiz carinho no rosto dela e ela abriu os
olhos. Minha amiga precisava de mim agora, eu não precisava de um novo relacionamento.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 130º capítulo ❄ Catarina narrando
Finalmente a minha casa estava pronta para eu habitar. Todos os móveis foram comprados a minha
escolha, minhas malas uns manos levaram. Apesar de eu amar morar no morro, me afastando de lá eu
teria mais tempo pra estudar e focar no meu futuro. Eu sou pipa avoada, se me chamarem pra alguma
treta ou serviço, eu vou sem pensar duas vezes e nisso estou quase reprovando na faculdade. Era hora de
focar né mesmo? E o Russo entendeu, iríamos levar nossa relação normalmente e é claro né? Meu
neguinho iria dormir lá sempre que ele quisesse.
Minha mãe veio para me ajudar com as coisas da mudança, limpamos e arrumamos tudo no lugar
certinho.
Babi: Não vai dar dois dias isso aqui vai virar uma zona. – Ela disse sentando no sofá e eu sentei no outro.
Catarina: Não vai nada, eu vou arrumar isso aqui direto.
Babi: Quero só ver. Vou fazer umas fiscalizações surpresa.
Catarina: Pode fazer ta? Eu vou arrumar isso aqui sempre. –Rolei olhos.
Logo mais fomos para a casa dela e do meu pai, não havia ainda nada de comer na minha casinha. Já
passavam das 14 horas e quando chegamos a casa meu pai que estava na cozinha fazendo comida.
Babi: Porra ein. – Eu e a minha mãe entramos na cozinha.
JR: Que foi?
Babi: Você fica ai querendo que chova. – Eu e ela rimos.
JR: Cansou de comer da minha comida, vem com essa não.
Catarina: Eu nunca te vi cozinhar, pai. – Sentei a mesa.
Babi: Faz um almoço gostoso que eu estou cansada. – Ela sentou a mesa também.
JR: Claro que vai ficar gostoso, ta achando que eu sou pouca merda?
Catarina: Né por nada não...
JR: Fica brincando com a sorte, Cat. – Ele rolou os olhos.
Logo o almoço ficou pronto e não é que estava uma delícia? Nossa quero meu pai cozinhando mais vezes.
Fiquei trocando umas ideias com meu pai, mas logo tive que sair, queria ver como minha metade estava.
Assim que sai de casa, passei um rádio para o Imperador.
🔸 Início da Chamada 🔸
Catarina: Fala teu viado.
Imperador: Qual foi? Ta me incomodando por quê?
Catarina: Nossa teu corno, vim aqui só pra te ver.
Imperador: Ih qual foi ein Cat? Te conheço de outros carnavais. Ta querendo o que?
Catarina: Cuidar de você.
Imperador: Não to doente.
Catarina: Para de ser ignorante, Imperador.
Imperador: Foi mal nega, eu to aqui em casa, vem aqui.
Catarina: Beleza, to chegando.
🔸 Fim da Chamada 🔸
Não custei nada para chegar a casa do Imperador, já sai entrando.
Catarina: Oh viado, eu cheguei, tu ta aonde?
Imperador: Aqui na cozinha. – Fechei a porta e fui direto pra cozinha. Ele estava almoçando uma
quentinha.
Catarina: Que fase ein jogador.
Imperador: Ih começa não ein. – Puxei uma cadeira e sentei a mesa.
Catarina: Pai fez um almoço esperto lá em casa e tu perdeu.
Imperador: Ih tava a fim não.
Catarina: Magrela faz falta aqui ein.
Imperador: Porra nem fala... – Ele falou assentindo com um pesar na voz – Eu e ela conversamos mais
cedo.
Catarina: E ai como é que foi? – Ele começou a me contar como é que foi a conversa enquanto ele ia
comendo, aproveitei e peguei dois danones dentro da geladeira dele. Porra tava cheia de pena dele e da
Fran, por mim trancava os dois dentro de um quartinho e largava lá pra eles transarem.
Imperador: Eu to sei lá, Cat. Vou ficar causando na vida dela mais não ta ligado? Vou a deixar seguir em
frente e tomar conta da minha vida. Mas por um tempo só, depois que a poeira baixar eu vou sentar pra
conversar com ela.
Catarina: Tenho certeza que vocês vão voltar ta ligado? Nem fica pra baixo com isso não. Pow irmão, você
não é como eu. Você vacila, mas é carinhoso. Eu vacilo e dou patada atrás de patada na pessoa. Sei nem
como o Russo me perdoou pelo o que fiz com ele tlg? Vai comendo pelas beiradas, mostra pra ela que
você vai melhorar, que você a ama e é isso. Você sabe que a Fran é difícil, mas não impossível. Tu
conseguiu porra pra caralho com ela.
Imperador: Ah sei lá mana, to perdidão nas ideias. – Ele levantou da cadeira, jogou o potinho da
quentinha fora e lavou o copo e o garfo que sujou – Te mostrar uma parada, vem cá. – Joguei os dois
potinhos de Danone fora e peguei mais dois na geladeira dele – Porra é morta de fome ein.
Catarina: Tenho que aproveitar, lá em casa ta pela hora da morte.
Imperador: To percebendo ein. – Subimos às escadas e ele me fez umas perguntas sobre a mudança,
perguntou se eu estava precisando de algo e disse que iria me pagar o que devia dos trabalhos que eu fiz
pra ele. Fomos para o quarto dele, ele abriu uma gaveta e tirou uma caixinha de lá. E me entregou, logo
em seguida ele foi para o banheiro. Abri a caixinha e havia duas alianças lindas lá, passei o dedo nas
alianças e porra deveriam ser caras pra cacete? Cadê o Russo? Quero uma dessas também, Russo só
vacila e não fortalece no nosso romance ein. Parei na porta do banheiro e ele estava escovando os dentes.
Catarina: Tu comprou antes ou agora?
Imperador: Antes né, ia fazer uma saída pra gente. – Ele sorriu sem graça através do espelho. Se eu
pudesse de fato fazer algo, já teria feito. Mas isso era entre a Fran e o Imperador.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 131º capítulo ☯️Ana Luísa narrando
Eu estava sentindo dor em cada parte do meu corpo. Felizmente eu já estava descansando na casa dos
meus pais. Quando me sequestraram eu pensei que aquele fosse meu fim, infelizmente o Tota tinha
outras intenções comigo e me causar dor era melhor do que me matar de vez. Uma parte de mim havia se
perdido em cada soco e madeira que ele me deu.
A porta do meu quarto abriu e a minha mãe entrou, havia alguém do lado de fora, mas eu não consegui
enxergar quem era.
Rita: Filha.
Ana Luísa: Oi mãe.
Rita: O Russo está aqui fora querendo ver você.
Ana Luísa: Deixa-o entrar.
Rita: Ok. – Ela saiu e logo o Russo entrou.
Ana Luísa: Fecha a porta. – Ele fechou e foi se aproximando da cama enquanto eu me ajeitei sentando
com cuidado – Senta aqui. - Bati na minha cama de leve e ele sentou ao meu lado.
Russo: Como você está, Ana? – Ele analisou meu rosto.
Ana Luísa: Melhorando e você?
Russo: Ah, que bom, fiquei preocupado contigo.
Ana Luísa: Você preocupado comigo? Essa é boa. – Ri implicando, mas ele fechou a cara não gostando
muito – Foi mal.
Russo: De boa, é que eu realmente me preocupo com você.
Ana Luísa: Eu sei que sim, nego. Mas e ai, me conta das novidades?
Russo: Nem tem muita coisa tlg? A vida anda chata.
Ana Luísa: Zero adrenalina?
Russo: Põe zero nisso.
Ana Luísa: É disso que eu preciso, um pouco de adrenalina.
Russo: Você acabou de sair do hospital garota. – Ele riu.
Ana Luísa: Há algum mal em querer isso?
Russo: Quando melhorar de verdade vou te levar pra curtir um pouco.
Ana Luísa: Até topo um baile.
Russo: Você? No baile?
Ana Luísa: Eu aprendi muita coisa na ONG ok? Não foi só aula de teatro e balé. – Ri.
Russo: E você ainda volta pra lá?
Ana Luísa: Eu ainda não sei. – Abaixei a cabeça. Eu queria curtir é claro, mas voltar a morar seria
complicado – Tenho medo sabe?
Russo: Mas vai ser por pouco tempo tlg? Logo o Tota vai só caminhar no inferno.
Ana Luísa: Era só questão de tempo pra ele vir atrás de mim.
Russo: Mas não era pra ter rolado tlg mina, era pra você ta bem protegida.
Ana Luísa: Já era, Russo, nada que falarem vai mudar o que rolou. – Ele respirou fundo e soltou o ar –
Quer ver um filme ou a visita é de médico?
Russo: Vai depender do filme.
Ana Luísa: Vamos escolher um. – Peguei o controle da TV e a liguei, abri na Netflix e ele se ajeitou do
meu lado pra gente poder ver o filme. Escolhemos um de ação que logo começou, mais tarde a
empregada trouxe refrigerante e pipoca pra gente.
Russo: Tudo na mão ein princesa.
Ana Luísa: Sempre bom ser mimada um pouco.
Russo: Assim fica mal acostumada. – Ele riu e passou o braço pelo meu ombro.
Ana Luísa: Posso ficar acostumada com muitas coisas. – Ele sorriu para mim e desviou o olhar para a TV.
Houve uma época em que eu estivera apaixonada pelo Russo, confesso, mas essa época já foi e ficou lá
atrás. Conformei-me que ele e a Catarina seriam aqueles casais eternos. O problema não era eu, sim o
perfume gostoso, o sorriso impecável, a preocupação, o fazer de tudo, o jeito engraçado, a carinha fofa
que ele fazia quando estava puto. Voltei a atenção para o filme, quando coloquei a mão no pote de pipoca
ele colocou junto e os nossos dedos se encostaram.
Russo: Tira sua mão daí oh abusada. – Ri.
Ana Luísa: Ah eu sou a abusada agora?
Russo: Um pouco demais. – Ele abriu um sorriso e eu fiquei um pouco sem graça. Eu peguei a pipoca e
levei até a minha boca.
Ana Luísa: Um pouco demais nada, nem vem com essa.
Russo: Você sempre tirou com a minha cara mina, toda patriçoca se achando dentro da minha área.
Ana Luísa: Eu sou mina firmeza ok? Nada disso. – Rolei os olhos.
Russo: Ser paty ta na sua alma.
Ana Luísa: Às vezes ok?
Russo: Sempre.
Ana Luísa: Eu posso estar toda dolorida, mas eu ainda sei que posso te dar uns beliscões, quer
experimentar?
Russo: Calma, paty, não fica estressadinha. – Ele riu olhando para mim.
Ana Luísa: Perdeu o olho aqui?
Russo: Ainda dói? – Ele segurou de leve no meu rosto que eu bem sabia que estava horrível cheio de
hematomas e cortes.
Ana Luísa: Pra caralho. – Ele alisou com o polegar.
Russo: Toma cuidado, ok Ana? Eu não posso ficar por perto sempre.
Ana Luísa: Não precisa se preocupar comigo, eu vou ficar bem.
Russo: Acho bem difícil não me preocupar com você. – Eu não entendia muito bem o Russo. Ele parecia
querer algo a mais do que só preocupação, mas quando a Catarina ligou ele foi embora na hora.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 132º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Segunda-feira era sempre um saco, antigamente costumava me lembrar de serviço. E ficar mais um dia
me lamentando pelo Imperador não iria fazer parte de mim. Voltei aos meus velhos costumes: Trabalho,
mais trabalho e escola. Eu tinha que ser alguém não é mesmo? Não iria adiantar de nada continuar
chorando pelo Imperador. Logo cedo fui atrás das minhas antigas clientes que não fizeram nem cu doce e
já marcaram hora comigo. Fiz até algumas unhas pelo dia e de noite fui para o colégio com a Thami.
Thami: Sabe o que eu acho, amiga? – Ela disse quando sentamos em nossos lugares na nossa sala.
Fran: O que?
Thami: Que no fundo não importa saber quem dos dois errou, ta é claro que o Imperador errou e blabla,
mas isso não é fatal para os dois ok? Todo mundo é testemunha do amor de vocês dois. – Ela me colocou
por uns 10 minutos na cadeira do pensamento até que eu consegui responder alguma coisa quando o
professor já estava em sala de aula.
Fran: Sabe Thami, é muito complicado essa situação ok? Talvez seja melhor assim.
Thami: Levou esse tempo todo para me responder isso?
Fran: É melhor que te deixar no vácuo. – Ri.
Thami: O que você quer então?
Fran: Ficar numa boa.
Thami: O que quer dizer com ficar numa boa?
Fran: Você vai entender.
E quando chegou sábado tudo estava favorável. Eu estava tão focada no meu trabalho e na escola, que
no fundo isso foi bom pra mim. Eu não queria ficar pensando muito no Imperador. Mas é claro que meu
coração doía quando eu ouvia o barulho da moto dele pelo morro. Principalmente quando ele chegava no
portão pra chamar a Thami pra alguma coisa. Eu respirava fundo mil vezes, molhava meu rosto e tentava
focar em outra coisa. Eu e a Thami acordamos bem cedo, ligamos o som bem alto tocando Revelação.
Luana: EITA CARALHO, A MAIS GOSTOSA ESTÁ NA ÁREA. – Ela chegou gritando na casa enquanto eu
passava pano no chão.
Fran: Fala ai sua piranha.
Luana: Qual é Fran, me abandonou na academia essa semana né. – Ela se jogou no sofá.
Thami: Eu falei com ela, mas essa gorda não quer deixar o sofá pra nada.
Fran: Eu gorda? Da licença. – Terminei de passar pano no chão e fui para a área de serviço. Lavei o pano
e estendi. Estava toda suada. Hoje era sábado e eu não ia trabalhar mesmo. Estava com a coluna doendo
de tanto trabalhar essa semana. Peguei uma roupa no quarto e fui para o banheiro. Tomei um banho de
15 minutos e lavei meus cabelos. Sai do banheiro, coloquei minhas peças íntimas, coloquei um short jeans
curtinho desfiado e uma cropped que me deixava com um peitão, nossa senhora. Penteei meu cabelo e o
deixei secar naturalmente. Coloquei minha roupa no cesto de roupa suja, calcei minhas havaianas e sai do
banheiro.
Luana: Ai meu Deus que sedução.
Thami: Assim patrão nenhum resiste.
Fran: Vão se fuder. Quero só saber do almoço.
Luana: Eu vou almoçar na vó.
Thami: Ela nem é sua vó, é minha vó.
Luana: Mas me chamou pra almoçar.
Thami: Nós vamos juntas.
Fran: Ai gente eu só quero almoçar, nada mais.
Luana: Então partiu que essa hora o almoço já deve estar saindo. – Quando chegamos a casa da dona
Patrícia, não é que a comida estava já pronta?
Patrícia: Você está cada vez mais linda ein minha filha. – Ela me elogiou.
Fran: Mesmo? – Sorri.
Patrícia: Mesmo menina, está gostosa. – Essa coroa ein, aiai.
Thami: Só fala que a Fran está gostosa, nossa.
Patrícia: Você é a minha neta, Thamires, você já nasceu gostosa.
Thami: Maravilhosa. – A Thami a encheu de beijos rindo. Almoçamos junto com ela e mais tarde saímos
andando pelo morro atrás de açaí.
Assim que chegamos a uma barraca de açaí boa, eu fiquei toda arrepiada. Não foi por açaí, mas sim pelo
barulho de uma moto. Mas não uma moto qualquer, era a moto do Imperador. Poderia ser qualquer
pessoa pilotando aquela moto, mas eu sabia quando era ele. Olhei na direção certinha com o meu coração
batendo e ele veio descendo a rua. As putinhas mirim tudo com a xota em fogo comentando enquanto ele
descia devagar. O cachorro é gostoso, nossa.
Luana: Os pelos da xota da Fran chegam ficaram arrepiados. – Ela riu alto.
Thami: Ai vão se fuder. – Rolei os olhos e virei pra fazer meu pedido. O Imperador parou pra falar com as
meninas.
Imperador: E ai meninas, tão boas?
Luana: Boa eu to sempre né lindo, vim aqui só aproveitar o baile, quero ser bancada porque estou zerada.
Imperador: Ih sabe que é tudo sempre por minha conta.
Thami: Adoro quando você fala isso primo. – Eles riram.
Luana: Oh Fran, você vai hoje né? – Essa Luana é uma desgraçada né? Ela sabe bem que eu iria. Mas não
fazer a surda, eu virei sorrindo amarelo pra ela.
Fran: Eu vou. – Joguei meu cabelo e o Imperador me comeu com o olhar. Sempre que ele me olhava
assim resultava em sexo, só que dessa vez isso não aconteceria.
Imperador: Vou te esperar por lá então. – Ele abriu um sorriso de orelha a orelha. Eu tive que controlar as
batidas do meu coração e então eu me lembrei do dia da nossa briga. E fechei o sorriso idiota que eu
estava armando.
Fran: Ata. – Dei as costas pra ele e falei como queria meu açaí pra moça. Logo ele foi embora.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 133º capítulo 💎 Imperador narrando
Eu sabia que não seria fácil ter a minha baixinha de volta, erro meu achar que ela iria aliviar para o meu
lado né? Mas só de ver o sorriso dela, eu soube ali que nem tudo estava perdido.
A noite não custou nada a cair, cheguei ao baile com várias notas de peixe no bolso, meu companheiro de
sempre ao lado e a bruxa da minha irmã, brincadeira. Já fiquei na minha área de sempre, bebida pra
porra, as piranhas já chegaram jogando a xota pra cima. Sou de ferro não né porra? Mas fiquei suave,
enchi meu copo de whisky, acendi um cigarro e fui cumprimentando cada pessoa que vinha falar comigo.
Muito bom ser considerado onde quer que eu esteja, mas o melhor de tudo era fazer isso com a minha
dama ao lado. Ela sim fazia toda diferença. Parecia que o Liminha também não estava tirando nota 10
com a Thami, porque ele apareceu sozinho no baile.
Russo: Ih qual é viado?
Liminha: Fala tu. – Ele fechou um aperto de mão com o Russo, depois comigo e deu um beijo no rosto da
Catarina.
Catarina: Veio solteiro?
Liminha: A morena parece que me deixou.
Catarina: Que isso, o que está acontecendo com o meu rebanho?
Russo: Suas amigas são doidas iguais a você.
Imperador: Bebe ai irmão e fica suave.
Eu estava bem suave, ficando no pique já da bebida, quando meu olho bateu na Fran chegando ao baile
com as meninas. Porra ela estava impecável. Não havia um fio de cabelo dela fora do lugar. Ela tinha um
sorriso nos lábios enquanto conversava algo com a Luana. Ela estava toda linda numa roupa que eu sabia
que era nova.
Thami: Fala vocês. – Elas se aproximaram e eu tirei meu olhar da Fran pra não parecer babaca demais
né?
Catarina: Oh suas putas, estão vacilando ein.
Luana: Vacilar é meu sobrenome, puta é apelido que mamãe me deu. –Ela riu.
Thami: Fazer o que né mesmo? – Elas riram e foram cumprimentando todo mundo. Na hora de me
cumprimentar a Fran ficou na ponta dos pés e beijou meu rosto. Eu segurei na cintura dela e retribui o
beijo no rosto dela. Não faltou zoação do pessoal né?
Imperador: Ta linda ein. – Sussurrei ao pé do ouvido dela.
Fran: Uhum. – Ela se afastou sem sorrir e foi falar com o Liminha. Eu soltei o ar e o Russo bateu no meu
ombro.
Russo: Relaxa meu velho, ela ainda é tua.
Imperador: To ligado. – Enchi meu copo novamente e fiquei jogando fumaça para o ar. Chegaram uns
amigos da Luana ali, que eu não gostei nada, piorou a situação quando vi que eram conhecidos da Fran.
Fechei a cara mesmo pra ele e fiquei encarando.
Catarina: Porra Imperador, sossega.
Imperador: To fazendo o que?
Catarina: Desamarra essa cara ai.
Imperador: Ih ó, não fode. – Eu sai para dar uma volta por ai e o meu bonde veio atrás. Me joguei no
meio da bagunça pra curtir de verdade. Deixei as putas roçarem pra caralho no meu pau, bebi e fumei
tudo pra caralho. Logo o Russo apareceu com a Catarina, a Fran e a Luana. Eles se enfiarem no nosso
meio e as meninas começaram a rebolar. Ninguém era doido de chegar pra roçar o pau na Fran, nego
sabia bem na área de quem estava pisando. Mil anos poderiam passar, mas a Fran sempre seria minha
mulher. Uma loirinha gostosa, mas tinha uma cara de pirralha do cacete, chegou jogando a bunda pra
cima de mim, quando virou já colocou os braços em volta do meu pescoço.
Xxx: E ai patrão.
Imperador: Ih qual foi mina? Suave?
Xxx: Suave só agora aqui contigo.
Imperador: Há, boa ein?
Xxx: E você como está?
Imperador: Estou bem.
Xxx: Só bem? Me deixa fazer sua noite ficar melhor? – Ela sorriu safada e eu a afastei um pouco.
Imperador: Foi mal mina, mas quem curte criança é creche. – Dei uma risada, tirei os braços dela do meu
corpo e sai de perto dela.
Catarina: Meu maninho desperdiçando xota é?
Imperador: Ih Catarina, provoca não. –Rimos.
Catarina: Adoro. – Cheguei por trás dela e comecei a dançar junto com ela. Sabe qual foi a melhor parte
até agora? Foi ver que a Fran não ficou com ninguém e é claro que eu não iria cair no erro de novo com
ela né? Estava andando no sapatinho. Eu estava chapado, mas não doido.
Os amigos da Luana voltaram novamente, mas puta que pariu que inferno ein? E um deles pegou a Fran
pela mão e começou a falar no ouvido dela. Ah eu sou estourado mesmo e foda-se. Larguei a Catarina e
já fui empurrando o moleque.
Imperador: QUAL FOI FILHO DA PUTA TA QUERENDO ME TIRAR DE BABACA DENTRO DO MEU
TERRITÓRIO. – Dei outro empurrão no moleque.
Fran: IMPERADOR PARA COM ISSO PORRA. – Ela foi me empurrando para trás nem sabendo que estava
ao nosso redor.
Imperador: Qual foi Fran, sabe que eu sou louco em tu e você vem fazer sacanagem na minha cara? – Eu
estava nervoso pra caralho e já comecei a sair andando. Sabia que iria acabar fazendo merda a qualquer
momento ali. Franciellen é foda mano, eu aqui no baile feito um babaca recusando mulher atrás de
mulher pra ela virar e fazer patifaria comigo? Quer saber? Foda-se.
Taquei o foda-se mesmo, vou valorizar quem me valoriza. Quem fica igual bobo apaixonado por mulher só
toma na cabeça. As piranhas mais bonitas eu peguei e a mais gostosa eu levei para o meu carro mesmo.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 134º capítulo - Thami narrando
Tudo o que a minha mãe me disse eu guardei para mim e não contei para nenhuma das meninas. Só que
eu não esperava a reação do Liminha ao me ver e nem pensei que ele fosse se importar tanto assim. Ele
me chamou pra trocar uma ideia do lado de fora e eu fui com ele. Encostado a sua moto, eu preferi ficar
encostada em um muro.
Liminha: Pow morena, quero saber qual é a tua ta ligado?
Thami: Como assim?
Liminha: Tu chegou na minha vida feito tsunami e agora age como se nem me conhecesse? Mandei
mensagem pra tu, pra te buscar e você nem respondeu.
Thami: Olha, Liminha... – Senti meu coração pesar, doer pra caralho e eu soltei o ar. Dei dois passos e
fiquei cara a cara com ele.
Liminha: Tu não quer mais nada né? É isso.
Thami: Não é assim, é que... – Eu estava me perdendo nas minhas palavras e não sabia como melhor
nada.
Liminha: Pow Thami, tava te considerando pra caralho, já estava te enfiando no meio dos meus planos.
Mas se tu não quer mina, beleza, não vou ficar me humilhando não tlg?
Thami: Não é bem assim... – Tudo o que a minha mãe disse estava indo contra o que o meu coração dizia
para eu fazer.
Liminha: Então o que é? Quero ficar correndo atrás de tu não, sabe bem que eu não sou dessas paradas.
Então firma ai teus pensamentos.
Thami: Meu coração é bobo. – Ele se afastou da moto pegando na minha cintura e me olhou.
Liminha: Seu coração é bobo? – Ele riu.
Thami: É.
Liminha: Então deixa ver se entendi. – Ele abriu um sorriso safado de lado que me deixa maluca – Você
quer espaço? Quer ficar sozinha né?
Thami: Não.
Liminha: Ué cara. – Ele riu.
Thami: É complicado poxa.
Liminha: Então simplifica de uma vez só, para de dar voltas e diz logo o que você quer.
Thami: Eu não quero promessas e mais promessas vazias, Liminha. Eu não quero ser só mais uma na vida
de alguém. Minha mãe conversou comigo e disse tantas coisas que eram verdades. Que eu me entrego
fácil a alguém, que sempre tomo na cara e na cabeça também né? Porque sempre saio de uma história
como corna. Que eu namorei dois esse ano e os dois fizeram basicamente a mesma coisa comigo. – Eu
comecei a falar sem parar e por fim ele começou a rir – Ta rindo de que? Sabe o que mais minha mãe
disse? Que eu era linda demais pra ficar sofrendo por causa de pé sujo da favela.
Liminha: Estou rindo dessa sua cara de bravinha ai. – Ele apertou mais meu corpo ao dele e ele beijou
meu pescoço.
Thami: Para de fazer isso Pedro.
Liminha: Morena. – Ele falou ao pé do meu ouvido me fazendo ficar arrepiada – Cita uma promessa que
eu tenha feito pra você? – Busquei no meu banco de memórias e não veio nada – Nada não é? Eu não te
prometi o céu, nem mesmo o mar, porque eu sei que não tenho condições de te dar. Sou pé sujo de
favela mesmo, mas meu coração é bom. Sabe qual é a da sua coroa? Ela só está cansada de te ver se
enfiando em burrada. Felicidade a gente não expõe, se vive. A única coisa que disse para você é que não
queria sair mais do seu lado, foi isso que eu disse pra tu lá no meu barraco e é isso que eu to fazendo. To
correndo atrás de umas paradas boas pra mim, pra você, pra minha filha, pra minha coroa. É pouco ta
ligado? Mas é de coração. Tu quer ser minha hoje? Porque amanhã é outro dia e eu não vejo problema
alguma em te fazer essa pergunta todo santo dia. É sua escolha que importa e de mais ninguém. Se você
quer acordar na minha cama todos os dias, beleza, agora se você escolher que não quer, suave também.
Só avisa, Thami, não me deixa ficar surtando achando que eu fiz algo de errado ta ligado? Não fica em
silêncio. Não se afasta sem dizer nada. Porque eu gosto de tu, se não gostasse certeza que estaria nem ai
pra tu. – Como que eu pude ser tão estúpida a esse ponto sabe? No fundo minha mãe tinha sim razão e o
meu coração também. Eu precisava deixar rolar e escolher o que me fazia bem. O Liminha me fazia bem,
eu curtia pra caralho ao lado dele e esse cachorro fodia bem pra caralho. Eu segurei na camisa dela com
firmeza e fixei meu olhar aos olhos dele.
Thami: Eu escolho você. Quero ser sua hoje e tenho certeza que quando eu acordar nos seus braços pela
manhã a resposta ainda será a mesma de hoje.
Liminha: Tu é minha rapá. – Ele me levantou e nem chamou atenção dos outros né? Ainda mais comigo
rindo. Ele me colocou no chão e me beijou. Sabe aqueles beijão de final de filme? É assim mesmo que ele
me pegou. Eu nem gostei né? Bom mesmo pra qualquer uma que passasse visse que ele tem dona sim e
pra caralho. Ele me encostou-se a sua moto e pegou com firmeza na minha cintura. Eu passei minha unha
por sua nuca e interrompi o beijo.
Liminha: O que foi, morena?
Thami: Só quero tirar uma dúvida.
Liminha: Claro, morena, tire quantas você quiser.
Thami: Então isso tudo que você disse quer dizer que...
Liminha: Que tu é minha namorada ué, porque fiel é coisa de pé sujo. – Eu ri.
Thami: Você é pé sujo, Liminha, aceita.
Liminha: Pé sujo é o Dado, mano Cadin, Rael, o Filé. Eu lavo meu pé ta? Se eu tirar minha meia agora vai
ta branquinha. – Eu ri mais ainda.
Thami: Você é meu pé sujo favorito. –Passei os braços em volta do ombro dele e selei nossos lábios.
Liminha: Vou deixar de ser pé sujo ta?
Thami: Você acha que consegue largar tudo isso?
Liminha: Quando a gente tem um propósito de fé, tudo passa a dar certo. – Ele sorriu me beijando.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 135º capítulo 🌼 Franciellen narrando
O Imperador quando quer se fazer de idiota ele sabe muito bem. Depois do showzinho dele eu virei para
dar o meu show rebolando pra caralho junto com as meninas. O Russo veio conversar comigo, mas eu
nem quis saber muito de papo. Eu não fiquei com ninguém ali porque eu não quis e não por causa de
Imperador nenhum. Bebi pra caralho, dancei mais ainda, rebolei indo até o chão. Eu precisava mesmo era
curtir para libertar a minha alma de todo e qualquer tipo de mal. Eu estava precisando rir, de me divertir.
E a Luana garantiu isso para mim. Logo mais a Thami voltei cheia de sorrisos com o Liminha e se juntou
pra dançar também. Essa era a Thami que eu conhecia, a que ficava doidona de cachaça, que rebolava
até o chão. Essa era a minha melhor amiga. E eu me orgulhei do Liminha por não a privar de nada e sim
respeitá-la muito. Ciúmes claro que rola né? Thami é gostosa pra porra né? Até eu tenho medo de perder
minha bf, mas o Liminha ele sim era homem de verdade com ela. E eu via o olhar de admiração dele ao
olhar pra ela. Parei ao lado dele e sorri boba.
Liminha: Já está na mão do palhaço né Fran. – Ele riu tirando o copo da minha mão.
Fran: Um pouco. – Ri – Queria estar nas mãos do Imperador, mas ele foi embora. – Fiz beicinho.
Catarina: Amiga que isso. – Ela riu bebendo o resto do meu copo.
Fran: Porque seu irmão é um cretino? – Me joguei nos braços dela.
Thami: Ih Fran ta bêbada.
Fran: Ai migas, eu quero aquele cachorro. – Falei mole – É sempre tão gostosinho quando ele me fode.
Liminha: Fran menos que eu não quero saber disso. – Ele riu se afastando.
Catarina: Amiga amanhã vai rolar um churras lá em casa e você dá pra ele.
Fran: Mas eu quero dar pra ele agora.
Luana: Ih já começou a sofrência pelo ex. – Ela chegou rebolando e eu estava zonza pra porra, com o
sorriso frouxo – Amiga, você teve a chance de dar pra ele e o afastou.
Fran: Foi o teu amigo Luana! Ele queria te comer mulher, mas o Bruno é um babaca ciumento, não deixou
eu me explicar. Cadê o Russo? – Choraminguei.
Thami: Amiga, se eu fosse você bebia mais até dar pt, porque você vai desejar não lembrar disso amanhã.
–Ela riu.
Russo: Oi Fran. –Ele apareceu rindo abraçando a Cat por trás.
Fran: Cadê seu amigo?
Russo: Qual deles?
Fran: O mais gostoso de todos.
Russo: Ele deve ta é fudendo uma hora dessas.
Luana: Russo cala essa sua boca.
Fran: Ta nada. – Abaixei a cabeça sentindo meu coração doer.
Russo: Tu só da mole né, Fran. Mano vacilou, mas ele te ama né oh coisa?
Fran: Mas ele...
Thami: Ai amiga, ta esperando o que? O seu quarto cheio de buquê de flores?
Fran: É o mínimo que ele deveria fazer. – Sai andando para o lado de fora e as meninas vieram atrás de
mim.
Catarina: Oh doida vai onde?
Fran: Ah sei lá, acho que vou sentar lá fora.
Luana: Ai vamos, quero sentar um pouco também. – Ela me deu o braço e fomos nos apertando entre o
povo até conseguir sair dali.
Eu sentei no meio fio e as meninas sentaram ao meu lado. A Luana comprou latinha de cerveja pra gente
e elas sentaram comigo.
Thami: Ai Fran você é a melhor. – Elas riram.
Fran: A melhor bosta do baile.
Catarina: Cunhada ele vai aparecer pra te comer.
Fran: Ele ta comendo outra, não quero piru usado.
Luana: Miga, mas o piru dele é usado já. Piru novo só na maternidade né mesmo?
Thami: Quando ele aparecer você pula no pescoço dele e o beija ok?
Fran: Ele vai socar minha cara por ter bebido tanto. – Dei um gole na cerveja que meu deu ânsia.
Catarina: Vai nada, bom que ele cuida de tu boba. – Eu reconhecia aquele boné até se fosse há 10 km. O
Imperador estava fumando encostado no carro dele, eu levantei e fui andando na direção dele. Parei na
sua frente, dei um nó no meu cabelo e o olhei.
Fran: Você é um babaca. – Coloquei o dedo na cara dele e falei tudo o que vinha a minha mente – Você
nem pra perceber que tudo o que eu precisava era você e mesmo assim você me machucou. Você pisou
no meu coração e jogou ele fora. Ai nisso você jogou na minha cara que eu morava na sua casa, mas
quando eu fui embora você ficava igual cachorro sem dono me mandando mensagem dizendo que estava
com saudade. Você acha mesmo que essas vagabundas fazem mais gostoso do que eu? Mas elas não
fazem não meu filho, mas nem se elas morrerem e nascerem de novo. E escuta bem o que eu vou te
dizer? Eu posso sim achar a sua rola uma delícia, mas ela não é a única não ta? Porque eu sou
maravilhosa, sei o meu valor. E se eu for precisar de você pra alguma coisa é só para fins sexuais ta? E
mais nada. Porque você não mereceu meu coração. Jogou na minha cara que me deu tudo? Mas e daí?
Porque eu sei bem que você ta comendo quentinha todo dia, porque da minha comida você não come
mais meu amor. Eu que deixava tudo quente pra você, quando você não vinha almoçar eu mandava
marmita pra tu. Tudo do bom e do melhor feito com muito amor. E outra ta? Não adianta fazer show de
ciúmes não ta? Porque aquele menino queria a Luana e não a mim ta? Todo mundo ta cansado de saber
que o único louco que me quer nesse morro aqui é você. Agora você vai cagar, que eu to pouco me
lixando pra você. E que eu vou entrar lá de novo, vou beber, vou dançar, vou me divertir e vou arrumar
um macho que me queira, porque eu não fiz depilação a toa. – Eu sai andando e o senti pegar no meu
braço.
Imperador: Garota. – Ele colou nossos corpos com um sorriso nos lábios – Eu amo você caralho.
Quando eu acordei tudo não passava de um borrão. Acordei sentindo o gosto de valão na minha boca,
minha cabeça latejava e eu amaldiçoei o vizinho por estar ouvindo raça negra uma hora dessas. Olhei
para um lado e para o outro. E fui reconhecendo. Estava no antigo quarto do Imperador na casa dos pais
dele. Olhei para quem estava ao meu lado na cama e era a Luana. Fui levantando da cama e parecia que
eu estava pisando em ovos. Fui ao banheiro, olhei para a minha cara de derrota através do espelho e toda
aquela bebida se embrulhou no meu estômago. Eu estava louca para vomitar, mas me controlei. Escovei
meus dentes como pude, arrumei meu cabelo que fedia a fumaça de cigarro e eu fedia a cachaça. Sai do
banheiro e do quarto em seguida. Eu estava muito zonza, desci as escadas da casa com a mão na barriga,
já estava prontinha pra vomitar. O Imperador dormia em um sofá e o Russo no chão. Parece que geral
veio pra cá ein. Fui para a cozinha de onde vinham as vozes, quando entrei estava só a Catarina e a
Thami.
Thami: Acordou foi bela adormecida? – Ela riu junto com a Cat.
Fran: Ai não grita. – Choraminguei.
Catarina: Ressaca amiga?
Fran: Estou morrendo. – Sentei em um banco e deitei a cabeça na bancada.
Thami: Amiga você não lembra de nada de ontem?
Fran: Nem fiz força pra lembrar, por quê? – E os meus pensamentos foram ficando cada vez mais claros,
cada copo de bebida misturada indo goela abaixo, depois veio a mente eu falando um monte de besteira
na cara do Imperador.
Catarina: Amiga você vomitou em cima do Imperador. – Elas caíram na gargalhada – Não cara, você do
nada estava sentada no meio fio, ai tu levantou, não sei como você achou o Imperador naquela bagunça,
chegou nele, botou o dedo na cara dele, falou um monte de merda. Menina, nisso ele te pegou na maior
vontade né, eu crente que ia rolar um beijo pra calar tua boca. Você calou a boca de todo mundo, mulher
tu vomitou o Imperador todo.
Fran: Ai que vergonha meu Deus... – Minha dignidade estava a zero. Eu lembrava mais ou menos de tudo,
dos meus passos doidos, dos meus choramingos querendo o Imperador.
Thami: Amiga, tu foi ótima ontem, na boa mesmo.
Catarina: Imperador mereceu aquela vomitada mano, foi para fechar o ano.
Fran: Parem de ficar rindo da minha desgraça. – Olhei pra elas rindo. Minha sogra, corrigindo, minha ex
sogra entrou na cozinha com um monte de compras. Seguida pela Maísa e a Fabi.
Fabi: Oi meninas. – Elas sorriram para gente.
Catarina: A Caverna do Dragão está exibindo novos episódios?
Babi: Que? Acho que não, por quê?
Catarina: Porque parece que vocês saíram da caverna.
Babi: Garota sai daqui, que eu vou te enfiar uma faca. – Eu e a Thami caímos na gargalhada.
Catarina: Ai me desculpa não aguentei. – Ela riu.
Maísa: Eu ainda sou sua sogra, me respeita.
Catarina: Não sogra, você é linda, falei só com a minha mãe e a tia Fabi.
Maísa: Rum, acho bom.
Fabi: Hm puxa saco.
Thami: Ah amiga, eu trouxe roupa pra você ta? Vai rolar um churras jaja, ai vamos almoçar aqui, toma
isso aqui. – Ela me deu a sacola com as roupas.
Fran: Ih, Thami. – Eu não estava com o menor interesse em ficar ali e ver o Imperador o dia todo.
Catarina: Reclama não ein.
Babi: Ih por que ein? Vai deixar de comer da minha comida?
Fran: Que isso dona Babi, é que eu estou cansada.
Fabi: Nada disso garota, fica ai pra comer.
Fran: Posso usar o banheiro pra tomar um banho então?
Babi: Sabe que a casa é sua também, boba, vai lá. – Eu assenti e sai da cozinha ao mesmo tempo em que
o Russo estava entrando.
Russo: E ai magrela.
Fran: E ai, Russo. – Ele riu me olhando. Fui indo em direção pelas escadas e o Imperador ainda dormia.
Eu não queria olhar na cara dele de tanta vergonha que eu estava de ter vomitado em cima dele. Subi às
escadas e fui para o quarto onde estive dormindo. A Luana ainda estava no vigésimo sono, entrei no
banheiro, me despi e entrei no box. Tomei um banho demorado e ainda roubei um shampoo e
condicionador que estava ali. Assim que sai do banho, eu me sequei, coloquei o biquíni que estava dentro
da sacola. O biquíni era tomara que caia de babadinho preto. Já que as meninas estavam de biquíni
também, certeza que iria rolar uma piscina. Coloquei um short jeans de lavagem clara desfiadinho e uma
regata lisa branca. Penteei meu cabelo e sai do banheiro, desci às escadas e o Imperador estava acordado
jogado no sofá vendo TV. Queria fazer a invisível, mas ele olhou para mim parada na escada.
Imperador: Ei. – Ele abriu um sorriso.
Fran: Oi. – Corei.
Imperador: Dormiu bem?
Fran: Tempos que não durmo aqui. – Sorri pra ele e fui em direção a cozinha
Imperador: Volta aqui. – Ele deu um pulo ficando de joelhos no sofá e segurou meu pulso.
Fran: O que foi? – Ele abriu um sorriso e eu corei - Fala logo o que você quer?
Imperador: Muitas coisas, deita aqui comigo pra ver TV.
Fran: Muita folga da minha parte, não acha?
Imperador: Sabe que não é.
Fran: Vou ajudar ali na cozinha.
Imperador: Qual foi Fran? Vem cá. – Ele insistiu no olhar, soltei o ar e cedi. Ele abriu um sorriso e eu dei
volta no sofá. Ele deitou no sofá e eu sentei na beirada que ele deixou livre – Eu quero que deite comigo.
Fran: Abusado ein, acha que manda. – Ri.
Imperador: Ah só um pouco. – Rolei os olhos e deitei com ele. Não custou nada ele me envolveu nos
braços dele e me fez virar pra ele jogando uma de suas pernas em cima de mim. Ainda bem que ele tinha
escovado os dentes ein, só faltou o banho mesmo, porque ele estava fedendo a uma mistura horrível de
cachaça, com o perfume dele, cigarro e maconha. Mas no fundo estava bom sabia? Ainda era o meu...
Bruno.
Fran: O que você quer? – Sussurrei olhando nos olhos dele.
Imperador: Além de você? Mais nada.
Fran: Eu vomitei em você, Bruno. – Rimos.
Imperador: Mas tu é nojenta né garota? Nossa. Você me encheu de vomito. Pode cortar aquela camisa
toda e fazer de pano de chão.
Fran: Para de ser fresco. Você ta fedendo e eu to deixando você me abraçar.
Imperador: Uma coisa é feder, outra é você me vomitar todo.
Fran: Você estava merecendo. – Fiz bico convencida.
Imperador: Ah é mesmo?
Fran: Claro que é. – Ele passou os dedos pelas minhas costas bem devagar fazendo carinho.
Imperador: Quero merecer outra coisa. – Ele foi aproximando seus lábios dos meus e eu não queria me
sentir mais vulnerável a ele.
Fran: Bruno...
Imperador: O que?
Fran: Não vamos voltar nisso de novo. – Coloquei a mão entre nós dois e ele se afastou.
Imperador: Você chegou dizendo tudo aquilo pra mim porra.
Fran: Eu estava bêbada.
Imperador: Para de se iludir, Fran.
Fran: Bruno, eu já disse não. – Eu me soltei dele e levantei. Logo fui para a cozinha e todas me olhavam
curiosas. E então olhei para o Russo.
Russo: Ai vocês voltaram? – Ele fingiu ser alguma mulher toda espalhafatosa, colocou as mãos no rosto e
fez carinha fofa.
Catarina: Russo que isso? – Rimos.
Imperador: MAS QUE INFERNO. – Em seguida a porta da sala bateu com força ao ser fechada.
Babi: VAI QUEBRAR A PORRA DA PORTA DA SUA CASA SEU FILHO DA PUTA!
Maísa: Acho que isso responde a pergunta de todos né? – Eu soltei o ar e senti um nó se formar na minha
garganta.
Thami: Mudando de assunto, a Fran está tão bonita né? – Ela me olhou sorrindo e eu puxei um banco pra
sentar.
Fabi: Está mesmo. – Elas ficaram me olhando e eu fiquei toda sem graça.
Russo: Vou lá atrás do esquentadinho e tomar um banho. – Ele levantou e saiu.
Catarina: Vou contigo. – Ela foi atrás dele. Ainda bem que elas mudaram de assunto, porque eu não
estava nenhum pouco a fim de assuntos relacionados a Imperador.
Churrasco saindo, som alto, bebida, almoço uma delícia, piscina e calorzão. Domingão perfeito! Apesar da
minha relação estreita com o Imperador, eu me sentia cada vez mais acolhida por eles, as tias do
Imperador ainda me chamavam de sobrinha. A Luana finalmente acordou e a Thami também trouxe roupa
para ela.
O Imperador chegou junto com o Russo e a Catarina. Ele falou com todos ali e fingiu que eu não existia.
Ótimo, agora ele seria o bebezão da mamãe. Que assim seja e eu passei a ignorá-lo também. Levantei do
murinho que estava sentada e fui a mesa me servir.
Babi: Filho vai comer não?
Imperador: Vou, mãe. – O Russo chegou do meu lado na mesa com um prato na mão.
Russo: Mulher tu colocou o Imperador pra chorar. – Ele cochichou rindo no meu ouvido.
Fran: Ah o manda cagar. – Rolei os olhos
Russo: Deus me livre vacilar contigo.
Fran: Eu já perdoei todos os vacilos do Imperador, aquilo não foi vacilo. Porque vacilo por vacilo, eu
também sou vacilona pra carai.
Russo: Nisso tu ta certa né. Mas quando você deixou a cachaça falar ontem, tu sabe né? Foi o coração
falando.
Fran: Eu sei que meu coração fala e fala muita merda.
Russo: Pow magrela, tu sabe que não é merda. – Fizemos nossos pratos e ele foi sentar comigo pra
comer dentro da casa. Sentamos no sofá e a Luana estava lá comendo com a Thami.
Fran: Acontece que eu não esqueço o que rolou.
Russo: Ninguém esquece né cara, mas tu ama o mano.
Thami: Hmm tão falando de Imperador é. – Ela riu me olhando.
Fran: Ai gente. – Suspirei e coloquei um garfo na minha boca.
Luana: Eu não vou declarar minha opinião.
Russo: Logo você? A dona das opiniões?
Luana: Sabe qual é o problema? É que todo mundo aqui tem uma opinião, só que eu não vi momento
algum o Imperador ou Fran dizendo “Mas você acha que eu to errado?”. Em nenhum momento a Fran
chegou em mim me perguntando o que ela deveria fazer e nem o Imperador. Se eles chegaram a vocês,
beleza, porque a mim não chegaram. Eu só dou uma opinião quando me pedem fora isso eu não vou ficar
metendo minha língua no relacionamento alheio.
Fran: Eu ouvi um amém? – Era por isso que eu amava essa loira. Eu estava cansada de um monte de
gente tocando nesse assunto, achando que eu devo perdoar o Imperador e cair nos braços dele. O que eu
disse bêbada, morreu lá no baile. Agora eu sóbria, dona de mim, sabendo os passos que eu devo guiar.
Porque ninguém é responsável por mim e nunca foi. Todos pareciam querer remoer aquele assunto,
quando tudo o que eu queria era seguir em frente, ser feliz assim como ele mandou ser.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 136º capítulo 💎 Imperador narrando
Eu não estava com raiva, e sim frustrado. Depois de ontem eu achei de verdade que as coisas entre mim
e a Fran começariam a melhorar. Que seria mais rápido do que meu pai falou que seria e a saudade a
cada dia estava me consumindo mais. Minha vó havia acabado de chegar, pedi a benção e ela foi se
juntar a minha mãe e as minhas tias.
Eu fiz meu prato e sentei pra almoçar perto dos homens lá. Meu pai encheu meu copo de cerveja e eles
ficaram falando um monte de baboseira enquanto eu comia quieto. Minha mente estava a milhão, eu
pensava em mil coisas do que poderia fazer pra ter a Fran de volta para mim.
JR: Ow eu to falando contigo. – Ele me deu um tapa de leve na cabeça.
Imperador: Ih foi mal, qual foi? – Olhei pra eles.
Pezão: Ta ai com essa cara de tacho por quê?
Imperador: Pensando numas paradas do morro ai por quê?
JR: Aham, morro. Isso ai é k.o, ta pensando na Fran.
Imperador: Ih pai qual foi ein? Me tira hoje não.
Pezão: Vai sofrer por ela até quando moleque? Toma rumo.
Imperador: Ai padrinho, ne por nada não valeu? Deixa esse assunto baixo. –Terminei de comer, peguei
meu copo e levantei. Passei pela sala e o pessoal estava sentado lá. Deixei meu prato na cozinha, terminei
de beber a cerveja e deixei o copo por lá também. Dei um mergulho na piscina e quando voltei a
superfície as meninas estavam na piscina. Olhei para a Fran nadando junto com a Catarina. E fui me
aproximando da Thami e da Luana na borda.
Luana: E ai primo, suave?
Imperador: Isso eu to sempre e tu?
Luana: Tranquila. – Fiquei de costas para a borda e apoiei meus braços. A Catarina veio se aproximando
da gente com a Fran grudada nas costas dela.
Catarina: Vai rolar um pagodinho esperto logo mais. Quem ta dentro?
Imperador: Não perco uma.
Thami: Nós vamos. – Ela olhou pra Fran.
Fran: Claro amiga, tenho que estrear aquela saia.
Luana: A saia quero te dar? – Elas riram.
Fran: Essa mesmo.
Catarina: Garota sossega se não eu vou te dar uns tapas.
Fran: Calma nenê. – Ela deu um beijo na Cat. Que me crucifiquem por ser egoísta, mas me doía vê-la feliz
daquele jeito. Como se nada entre a gente tivesse acontecido. E tudo o que ela me disse ontem, mesmo
ela dizendo que foi pela bebida, eu sabia que era verdade. Acabei saindo da piscina e fui andando em
direção ao portão – Oh Bruno! – Olhei pra trás com as sobrancelhas arqueadas.
Imperador: Qual foi?
Fran: Vai ir embora?
Imperador: Não, vou dar uma volta pelo morro, ver o movimento das coisas.
Fran: Posso conversar contigo antes?
Imperador: Já conversamos tudo não acha?
Fran: Se você acha assim, então beleza? – Ela deu as costas, então a impedi de ir. Claro que eu queria
ouvir o que ela tinha pra falar.
Imperador: Fala Fran.
Fran: Agora quer me ouvir?
Imperador: Claro que quero oxe. – Ela se virou pra mim e eu a soltei – Fala ai.
Fran: É que... – Eu fiquei esperando ela falar e então abri um sorriso.
Imperador: Você não tem nada pra falar né? – Ela corou.
Fran: Eu tenho, só que... Tudo parece mal resolvido entre nós dois.
Imperador: Mal resolvido, Franciellen? Nossa cara, você quer que eu fique numa boa com tudo isso? Aja
naturalmente, não sinta ciúmes e nem porra nenhuma?
Fran: Não é nesse sentido. Claro que não é... Olha, pra mim é difícil também ok? Difícil pra porra.
Imperador: Então eu vou resolver por nós dois. – Fui rapidamente de encontro ao corpo dela, a segurei
com firmeza no meu corpo e com a outra mão segurei na nuca. Imediatamente a beijei e meu coração se
aliviou de tanta saudade que estava daquela boca dela. Ela demorou, mas cedeu ao beijo. E suas mãos
foram parar na minha nuca intensificando o beijo. A coloquei contra a parede da casa e explorei a boca da
Fran com a língua. As mãos delicadas dela deslizaram pelas minhas costas. Separei minha boca da dela,
segurei no rosto dela fazendo carinho em sua bochecha com o polegar. Eu não deixei dar tempo que ela
fugisse dos meus braços e a beijei com vontade novamente. Não tinha como não ficar excitado com
aquela baixinha. Eu estava morrendo de saudade da minha mulher. Ela desceu uma de suas mãos
arranhando meu abdômen. E a forma como ela me beijava, como me segurava com força sem querer me
deixar escapar, eu sabia que ela queria tanto quanto eu.
Imperador: Quero ir lá pra cima. – Sussurrei entre o beijo.
Fran: Bruno... – Ela sussurrou.
Imperador: Oi amor?
Fran: Não devemos...
Imperador: Fran, você pode dizer o que você quiser ok? Eu não vou desistir de você nunca, eu posso
perder mil batalhas, mas não perdi a guerra. Eu não quero que você desapareça da minha vida, não quero
te ver com outro homem, não quero caralho. – Os olhos dela estavam cheios de lágrimas - Porra mulher,
sinto maior falta de quando éramos um só. Quer ser metade mesmo? – Ela pegou na minha mão e ficou
olhando pra ela deslizando seus dedos pelos meus. Eu entendi a luta interna dela, entendia o que ela
queria me dizer. Eu sabia que ela jamais esqueceria, sabia que aquilo estava a matando e eu não queria
machucá-la mais. Nunca mais.
Fran: Isso dói, Bruno. Dói muito. – Eu encostei minha testa a dela e fui secando suas lágrimas.
Imperador: Deixa eu só me despedir de você. – Eu a envolvi em meus braços.
Fran: Não é bem assim poxa.
Imperador: Eu só quero acertar contigo uma vez, só isso.
Fran: Você já acertou comigo várias vezes.
Imperador: Fran, você não entende. Tudo aquilo lá pra mim se destruiu ta ligado? Eu não consigo olhar
pra você sem me sentir culpado por ter nos feito feliz e logo depois ter feito o que fiz contigo. – Ela ficou
quieta.
Fran: O que vamos fazer Bruno?
Imperador: Mina eu to mais perdido do que galinha quando rola tiroteio. Você me olhando desse jeitinho
me desmonta todo.
Fran: Eu quero passar o dia com você. – Ela colocou a sua mão sobre a minha.
Imperador: Como assim?
Fran: Ficar contigo, só isso.
Imperador: Mesmo?
Fran: Mesmo.
Imperador: Pega lá teu short que eu vou te tirar daqui então. – Ela abriu um sorriso desconfiada e eu
tinha que pegar minhas coisas no quarto. Assim que entrei em casa a Fran estava subindo as escadas.
Olhei bem mesmo pra bunda gostosa dela doido pra dar uns pegas.
Fran: Suas coisas estão aqui em cima?
Imperador: Estão. – Entrei no meu antigo quarto junto com ela e lembrei quando ela foi entrando de fato
na minha vida. Me transformando com aquele jeito dela e de como fomos cuidando um do outro. Me
encostei no guarda roupa e fiquei a vendo colocar seu short.
Imperador: Fran? – Ela parou ao meu lado se olhando no espelho.
Fran: Diz. – Ela me olhou.
Imperador: Você sente medo não é?
Fran: O que? – Ela me olhou confusa.
Imperador: Você tem medo de mim. Medo de eu ser como seu padrasto, de você ser tudo aquilo que suas
tias falavam pra você não é? Que você seria capacho de home.
Fran: Imperador, não tem nada haver isso. – Ela me olhou, mas eu sabia que era verdade.
Imperador: Ta ligado que eu odeio mentira né?
Fran: Bruno... – Ela cruzou os braços. E eu segurei nos seus braços a fazendo os soltar. A olhei nos olhos
e fui segurando na sua cintura com delicadeza a trazendo para mim.
Imperador: Fran, só seja sincera comigo. Só isso que eu quero. Eu já sei a verdade e quero ouvir isso sair
da sua boca. É só isso que eu preciso ouvir e eu paro de correr atrás de você.
Fran: Não é tão simples quanto parecer ser.
Imperador: Eu já te vi com medo de mim, nesse mesmo quarto. Lembra?
Fran: Eu lembro. – Ela abaixou a cabeça e a fiz olhar para mim.
Imperador: Eu nunca mais vou tocar em você dessa forma, ouviu? – A olhei firme e ela assentiu – Eu te
amo, pequena. Aquele não era eu, você sabe que não. – Encostei minha testa na dela – Você é a minha
menina, sempre vai ser.
Fran: Sua menina? – Ela sorriu boba.
Imperador: Sim, meu amor. – Encostei meus lábios aos dela devagar e deixei que o beijo acontecesse
naturalmente. Eu não a queria por pressão, por pena, por necessidade. Eu a queria porque a amava e
nada mais do que isso. Eu estava com saudade dela em minha cama, das suas birras, das nossas brigas
bobas, dela toda tímida vestindo a minha camisa e andando pela minha casa. A mão dela deslizou pelo
meu peito até chegar a minha nuca e eu a peguei firme pela cintura, grudando nossos corpos cada vez
mais. Em pequenos passos fomos chegando a cama e eu deitei sobre ela. Dando uma pausa no beijo eu a
olhei fazendo carinho na sua testa. Não era sexo que a Fran queria, eu tinha certeza disso.
Imperador: Conheço você, baixinha. – Sussurrei.
Fran: Conhece tão bem assim é?
Imperador: Melhor a gente ir não é? – Ela assentiu e então nos ajeitamos para poder sair. Fomos de moto
assistir o pôr do sol no Arpoador, na metade do caminho eu desci da moto e deixei que ela pilotasse.
Fran: Você tem certeza disso? – Ela riu.
Imperador: Relaxa, se der merda eu conserto. – Beijei o pescoço dela que riu. Dei partida na moto pra ela
e fomos guiando a moto juntos. Estava cedo ainda para o pôr do sol e eu estava com saudades de curtir
os momentos com a Fran.
Descemos da moto assim que chegamos a praia, comprei água de coco para nós dois e sentamos a areia
olhando o mar.
Fran: Eu fico olhando para quando eu fui morar no morro e a gente brigava tanto. – Ela riu.
Imperador: Porra nem fala, eu simplesmente odiava sua presença, te achava um porre, peso morto.
Fran: Nossa valeu pela parte que me toca.
Imperador: Oh imagina, você me ofendia o dia todo garota. – Ri tomando o coco.
Fran: Tirando as coisas ruins, como nos divertimos né?
Imperador: Eu não sou ligado nessas paradas de destino, mas parece que quando bateu meia noite e eu
fiz 20 anos, minha vida inteira virou de ponta cabeça. Eu sabia que você era encrenca, não sabia que você
era das boas. – A olhei e ela estava corada sorrindo.
Fran: O ano já está acabando.
Imperador: Vai querer deixar alguma coisa ou alguém nesse ano? – Ela me encarou e me fez temer a
resposta.
Fran: Você quer saber se eu vou te deixar nesse ano e seguir em frente?
Imperador: Está tão óbvio assim? – Ri.
Fran: Sim claro que está. – Ela sorriu e ficou de pé.
Imperador: Aonde vai?
Fran: Aproveitar o mar um pouquinho. – Ela tirou sua blusa e o short.
Imperador: Estou convidado?
Fran: Mesmo se eu não convidasse você viria atrás. – Ela riu e foi andando para a água. Deixei minhas
coisas junto as dela e fui atrás da minha magrela. Entramos na água juntos e fomos nadando para o
fundo. Ela se agarrou a mim entrelaçando os braços em volta do meu pescoço.
Fran: Esse é um daqueles momentos especiais?
Imperador: Depende muito.
Fran: Hm, por que depende?
Imperador: Depende de quais são seus desejos.
Fran: Meu desejo agora é tomar uns cinco milkshakes.
Imperador: Porra. – Ri.
Fran: Era pra você falar que meu desejo é uma ordem. – Ela fez beicinho.
Imperador: Quando a gente for embora eu compro milkshake.
Fran: Mesmo? – Ela sorriu e eu assenti.
Imperador: Você ainda não deu a minha resposta.
Fran: Eu não quero ter que te dar uma resposta agora.
Imperador: Não vou te pressionar.
Fran: Não é pressão nenhuma. – Ela sorriu. E era incrível como aquele simples sorriso me desarmava todo
– Bruno, eu amo você demais. Você é toda aquela coisa boa na minha vida, me deixa de quatro pra você,
literalmente. – Ri – Eu só não consigo esquecer aquele maldito dia. Claro que já brigamos e muito, já nos
separamos antes, mas dessa vez é diferente. Eu e você perdemos a nossa razão, ambos machucamos um
ao outro. E eu não quero ter que te dar uma resposta agora, nesse momento, quando eu não tenho
certeza do nosso amanhã.
Imperador: Você tem razão, amor.
Fran: Só não vamos nos afastar. Essa coisa de fingir que um não existe ou que o outro morreu, é muito
casal malhação 2009.
Imperador: O que garota? – Ri.
Fran: Você me entendeu.
Imperador: Isso é uma oferta de paz?
Fran: Claro que é. – Ela sorriu me abraçando logo em seguida deitando a cabeça no meu ombro. Eu
apertei o abraço a deixando confortável nos meus braços.
Imperador: Então vamos estabelecer algumas coisas.
Fran: Como assim coisas? – Ela riu baixinho.
Imperador: Nada de saia quero te dar me ouviu bem? Mas que porra ein, você e as meninas querem me
deixar louco?
Fran: Amor, aquela saia foi muito cara pra ser jogada fora, vou usar ela essa noite, sem mais.
Imperador: É mesmo?
Fran: Vou.
Imperador: Você é do caralho ein.
Fran: Adoro. Amigos sentem ciúmes?
Imperador: Experimenta beijar alguém na minha frente pra ver onde vão encontrar o corpo dele.
Fran: Então isso serve para você.
Imperador: Vai me quebrar no pagado hoje ein.
Fran: Essa é a minha intenção. – Ri.
Ficamos brincando na água e conversando enquanto o sol ia se pondo. A vista era linda dali e eu estava
bem comigo mesmo. Se superar juntos significava isso, bem eu poderia me acostumar até chegar a parte
do vamo ver novamente.
Ao escurecer eu e a Fran saímos da praia e fomos direto ao bobs para lanchar. Ela só quis tomar
milkshake, então eu a deixei lá se esbaldando com cinco milkshake do maior copo que tinha.
Imperador: Porra, Fran. O que tem dentro dessa sua barriga? – Ri a olhando, eu já tinha terminado meu
lanche.
Fran: É muita vontade de tomar milkshake.
Imperador: Fome zero ein. – Ri a olhando.
Fran: Você que me deixou meses sem tomar milkshake.
Imperador: Mentira, você que sempre preferiu açaí.
Fran: Tá certo. – Ela fez bico.
Imperador: Boca linda ein. – Sorri alternando o olhar de sua boca para seus olhos. Ela ficava super sem
graça quando eu fazia isso.
Fran: Não perde essa mania ein.
Imperador: Fiquei mal acostumado, o que posso fazer?
Fran: Não quero que faça nada. – Ela sorriu – Assim está muito bom.
Voltamos para o morro, a deixei na casa da Thami e parti pra minha casa. Assim que cheguei, tomei um
banho esperto, enrolei a toalha na cintura e sentei na cama refletindo sobre o dia. Não dava pra evitar a
química que rolava entre mim e a Fran. Sempre que começávamos a rir ou a conversar, terminava em
flerte. Mas algo me diz que vem coisa boa por ai, apesar de todas as tribulações, eu e a Fran ainda tinha
uma luz no fim do túnel. Eu não podia deixar de sorrir, sentir a minha menina nos meus braços o dia todo,
vê-la boiando na água em quando o sol ia se pondo e depois vê-la brincando com as minhas batatas no
Bobs havia sido um dia que marcou na minha memória. Ela tinha toda essa magia em torno de si, que me
deixava bem, que fazia muito bem para nós dois e que eu tenho certeza que ela sabe que separados nós
dois ficamos sem chão. E se for para ficar na área da amizade com ela estando ao meu lado, bom que
assim seja. Eu não estou pretendendo mais que as coisas ajam do meu jeito. Eu já fiz cagada o suficiente
por esse ano e eu prefiro que tudo role naturalmente como deve seguir. E se a minha morena resolver
voltar, eu vou sempre estar aqui pra ela.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 138º capítulo 🌼 Franciellen narrando
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤㅤㅤㅤ 3 meses depois...
Havia passado três meses desde a minha tarde maravilhosa ao lado do Imperador. Se as coisas entre nós
dois mudaram? Acredito que sim. Como eu sempre digo, estamos sempre em constante mudança, quem
fomos ontem não seremos os mesmos amanhã ou depois. Se rolou muita treta? Claro que sim. Não seria
esse morro sem treta. Muitos bailes, muita fofoca, muita bebida e muito amor é claro. Russo e Catarina
um dia caem na porrada no outro se amam loucamente, isso como desde o primeiro dia de namoro dele.
Essa Catalina ein... A Thami aquela piranha não desgrudava mais do Liminha, não é que as coisas
estavam fluindo de verdade entre os dois? A Luana estava com o namoradinho do babado que era super
gente boa, aleluia né? A Ana Luísa saiu fora do Brasil e a linda de bonita está na Itália postando cada foto
do babado no Instagram. Só causando inveja nas manas pobres do BR. O Tota? Bem, o que os meninos
dizem é que o Tota não está mais pelo RJ e foi um susto para o PH ao saber que o Heitor estava
envolvido nas sujeiras do Thierry e do Tota, porque até ele sumiu. O PH disse que jamais perdoaria o
Heitor, isso era pesado demais para um pai e bem eu entendia. E eu? Bem, eu estava fazendo 18 anos
hoje. Finalmente né irmãos? 18 anos e eu acordei com a cara enterrada no vaso.
Thami: Franciellen eu não vou falar de novo contigo. – Ela apareceu na porta do banheiro. Dei descarga e
sentei no chão me encostando-se à parede. Era um enjoo que não cabia dentro de mim.
Fran: Thami, eu sei que você é louca por um sobrinho, eu amo nenéns. Mas essa possibilidade é nula.
Thami: Nula por que ein? – Ela cruzou os braços.
Fran: Eu tomava remédio quando estava com o Imperador.
Thami: E então por que você não procura um médico pra ver a droga dessa intoxicação?
Fran: Thamires... – Choraminguei.
Liminha: Franciellen você é seca, não é porque não tem barriga nenhuma ai que você deixa de estar
grávida. – Ele gritou de dentro do quarto da Thami.
Thami: Ouviu a voz da razão?
Fran: Por que não estão praticando para me dar um sobrinho? – Levantei do chão e fui escovar os dentes.
Thami: Porque quem está prestes a me dar um sobrinho é você. – Ela rolou os olhos e saiu andando.
Terminei de escovar os dentes, lavei meu rosto e sentei no sofá. Era impossível eu estar grávida, eu não
queria ter que acreditar nisso, mas isso estava mexendo comigo e me deixando pilhada. E se?
Tomei um banho, tomei café da manhã, me arrumei e sai para ir ao mercadinho comprar algumas coisas
para o almoço. No caminho topei com o Imperador descendo o morro todo se querendo com aquele
sorriso besta assim que me viu ele correu para me ver. Ele ainda tinha aquele sorriso bobo e aquele olhar
brilhante ao me ver e meu coração ainda batia na mesma intensidade quando eu o via, ouvia seu nome
ou quando aquele sorriso maravilhoso era direcionado apenas para mim.
Imperador: Fala magrela, bom dia.
Fran: Bom dia, fechamento.
Imperador: Vai rolar uma resenha lá em casa de noite, aparece lá.
Fran: Vou ver se apareço. – Sorri forçado e entrei no mercado. Imperador não se lembrou do meu
aniversário, assim como a Thami e o Liminha também não. Perfeito início de dia. Ta que eu não sou muito
de falar quando é o meu aniversário, até entendo o Liminha, mas a Thami e o Imperador é tipo um crime.
Comprei as coisas para o almoço e voltei para a casa.
Fran: Você vai ao Imperador de noite? – Falei colocando as coisas em cima da mesa. O Liminha já havia
ido e a Thami estava lavando a louça do café da manhã.
Thami: Eu vou, não perco por nada. Imperador comprou muita bebida, amiga. Tenho que beber nas
custas daquele viado.
Fran: Você sempre bebe nas custas dele. – Ri.
Thami: Você que é boba de perder.
Fran: Meu último e primeiro porre foi o suficiente.
Thami: Nunca vou esquecer a cara do Imperador quando você vomitou nele. – Ela riu. É sério mesmo?
Nenhum “Parabéns nega, tmj”? Fui para o meu quarto, peguei meu celular e ao menos o Russo e a Luana
não haviam esquecido o meu aniversário. A Luana fez um texto imenso para mim no Facebook, quando o
Russo me enviou um áudio de 3 min no Whatsapp. Os dois foram tão bonitinhos comigo que eu me senti
muito querida, sério mesmo.
No decorrer do dia nada de impactante rolou, tirando o fato que eu tinha que esconder meus enjoos para
a Thami não vir com seu discurso que eu estava grávida. Assim que a noite caiu, eu comecei a me
arrumar para poder ir a casa do Imperador. Estava só de lingerie quando a Thami entrou no quarto e
colocou uma sacola da farmácia com algumas caixinhas em cima da cômoda.
Fran: Que isso?
Thami: Faça o teste, a gente só sai dessa casa depois que você fizer o teste.
Fran: Thami, para com isso... – Abaixei a cabeça respirando fundo – Eu não...
Thami: Faz a porra do teste, Franciellen. Se você não estiver eu engulo todas as minhas palavras e finjo
que nada disso aconteceu.
Fran: Quer saber? Eu vou fazer essa droga e te provar que não estou grávida. – Peguei a sacola com raiva
e fui para o banheiro. Tranquei a porta do banheiro com o coração na boca. Li como deveria ser feito o
teste, urinei nos dois potinhos e coloquei um teste em cada potinho. O tempo nem havia acabado quando
as duas linhas começaram aparecer nos dois testes. Lágrimas brotaram nos meus olhos, olhei as caixinhas
para ver o que indicava as duas linhas. Fiquei sentada no chão esperando aquela merda mudar. Não era
possível. Não era. As lágrimas molharam meu rosto e eu não sabia o que faria. Claro que se eu tivesse
grávida, o filho seria do Imperador. Ele acreditaria? Não. Desde que nos separamos não ficamos mais
juntos, estávamos próximos e ficando com outras pessoas sem compromisso algum. Certeza ele pensaria
que eu estava querendo dar uma de esperta pra cima dele.
Thami: Fran? – Não respondi – Fran abre essa porta. Já deu o tempo, qual é o resultado? – Ela deu um
tempo e eu permaneci em silêncio – Amiga, independente do resultado, eu estou do seu lado ok?
Desculpa se te pressionei, só que...
Fran: Eu estou grávida ok? – Falar em voz alta doeu tanto.
Thami: Ok, agora sai do banheiro. – Levantei do chão e abri a porta. Ela me olhou sorrindo e me abraçou
forte – MANO EU NÃO ACREDITO! EU VOU SER TIA.
Fran: Isso não tem graça. – Murmurei.
Thami: Amiga, não faz essa cara.
Fran: Ah por que não é você grávida, Thami. – Ela me soltou e foi jogar as coisas fora.
Thami: E se fosse eu estaria muito feliz.
Fran: Você está junto com o Liminha, é claro que estaria. – Fui andando para o meu quarto.
Thami: Fran, você é louca pelo o Imperador e ele por você. Durante esses meses a única coisa que vi foi
vocês dois sorrindo de longe um para o outro, rindo do passado de vocês, com ciúmes e brincando. O que
mais você quer negar? Qual empecilho você vai colocar para você não ficar mais com o Imperador?
Fran: Ele não vai acreditar que esse filho é dele.
Thami: Ah não? – Ela riu – Se não for dele é de quem?
Fran: Eu não fiz nada com outros caras.
Thami: Então pronto porra. Vai se vestir que temos que comemorar essa noite.
Fran: Acha mesmo que eu quero comemorar?
Thami: Claro que temos que comemorar. – Ela piscou rindo e saiu do quarto – Anda logo, se arruma. Eu
queria me afundar na minha cama e não ir para uma festa. Assim que terminei de me vestir, eu me olhei
através do espelho antes de começar a me maquiar. Como eu vou dar essa notícia para o Imperador?
Acariciei minha barriga pensando no que seria da minha vida daqui para frente. Eu me imaginei com um
bebê no colo e logo lembrei que a Manu já estava prestes a ganhar neném. O Imperador estava tão
empolgado com isso que chega me pediu dicas para montar um quarto para a menina tanto na casa dele,
quanto na casa da Manu. Não tinha dúvidas que a pequena Gabriela seria o mimo do Imperador. E eu
estava feliz por vê-lo tão dedicado a paternidade. E agora olha pra mim. Eu grávida? Deus estava rindo
muito com todos os anjos lá no céu. Terminei minha maquiagem, calcei o sapato e fui esperar a Thami.
Thami: Vamos amiga.
Fran: Não quero que você conte a ninguém sobre isso.
Thami: Mas Fran...
Fran: Não por agora.
Thami: E vai esconder até quando?
Fran: Não é esconder, você sabe que não é fácil.
Thami: Olha, amiga, eu entendo você. Mas não esconde isso do Imperador.
Fran: Eu só não acho justo, ele vai ser pai agora, a Manu está quase ganhando.
Thami: Foda-se aquela loira aguada. Você sabe que está no topo da vida do Imperador.
Fran: A Gabriela está e eu não quero competir com um bebê.
Thami: Agora você vai ter que se contentar com o segundo lugar, porque vai ser a Gabriela junto com o
meu sobrinho em primeiro lugar. – Ela riu saindo de casa. Soltei o ar e sai da casa com ela. Eu havia até
esquecido que hoje era meu aniversário e na boa, vou esquecer que é. Tenho outra prioridade agora.
Assim que chegamos a casa do Imperador estava tudo em silêncio.
Fran: Porra chegou ninguém amiga, bem cedo ein.
Thami: Festa do chefão, amor. Vai cair muita gente pra cá né? Quero ser a primeira a beber pra não
perder nada.
Fran: Ok exagerada. – Abri o portão do Imperador, tentei abrir a porta da frente e estava trancada.
Thami: Vamos pelos fundos. – Fomos andando e quando chegamos a varanda a luz se acendeu e eu tive
a maior surpresa de toda a minha vida.
Todos: SURPRESA! – Eles gritaram e começaram a cantar parabéns. A Thami se juntou a eles, enquanto
eu permaneci parada ali sorrindo boba e sem acreditar. A decoração dali estava linda, até a piscina estava
decorada. Havia uma mesa arrumada com bolo, balões por todos os cantos, docinhos, um monte de coisa
mesmo.
Fran: Ai cara não acredito. – Meus olhos se encheram de lágrimas. O Imperador veio a minha direção e
me abraçou apertado.
Imperador: Feliz aniversário, meu amor. – Ele me abraçou apertado.
Fran: Eu pensei que tivesse esquecido. – Sorri boba de tanta felicidade.
Imperador: Achou mesmo que me esqueceria do aniversário da minha menina? – Ele sorriu e eu me matei
mil vezes por dentro por ter que esconder a verdade dele. Soltei-me dele e fui correndo cumprimentar a
todos. A minha nova “família” estava ali, os pais da Thami, do Imperador, do Russo, até mesmo o Dog
estava. Os amigos que fiz no murro e claro os meus melhores amigos do mundo. Eu ganhei presente que
não acabava mais, nem gostei né? Ser mimada por um dia nunca é chato. Tirei foto com todo mundo, o
Imperador ligou o som e a minha festa havia começado.
Thami: Ai amiga. – Ela veio me abraçar – Achou mesmo que me esqueceria do seu aniversário?
Fran: Eu odeio você sua vaca. – Ri.
Thami: Amo você e amo meu sobrinho ou sobrinha que está vindo ai. – Ela riu e eu rolei os olhos. O
Russo veio falar comigo junto com a Catarina.
Russo: Porra mano, ninguém me avisou que era surpresa.
Catarina: Você é fofoqueiro, se a gente contasse pra você ou pra Luana vocês iriam contar pra ela.
Fran: Cara vocês são perfeitos. – Sorri abraçando os dois – Obrigado mesmo. Ficou tudo lindo.
Imperador: Deixa-me roubar ela rapidinho. –Ele pegou na minha mão e eu fui com ele sem entender nada
para dentro da casa.
Fran: Aonde vamos?
Imperador: Anda logo mulher. – Subimos as escadas e entramos no quarto dele.
Fran: Opa, vou ganhar um presente erótico? – Ri sentando a cama dele.
Imperador: Olha não seria uma má ideia. – Ele sorriu safado me comendo com o olhar. Tremi na base né?
Aquele homem mexia pra porra comigo – Mas não é erótico o seu presente.
Fran: Então o que é? – Ele abriu seu guarda roupa novo. Havia muito tempo que não entrava nesse
quarto. Ele tirou uma sacolinha de joalheria do guarda roupa e me deu. Assim que abri peguei a caixa ali
dentro e a abri. Havia um colar lindo que tinha conjunto com uma pulseira.
Fran: Que lindas. – Disse namorando as duas. Nem se eu trabalhasse um ano teria condições para ter as
duas.
Imperador: Gostou mesmo?
Fran: Melhor presente do mundo. – Eu fiquei em pé o abraçando apertado. Eu relaxei nos braços dele que
sempre me trouxeram tanta paz.
Imperador: Você está linda essa noite. – Ele sorriu fazendo carinho no meu rosto.
Fran: Imagina se eu falto a minha própria festa.
Imperador: Eu sei que não resistiria a uma festa na minha casa.
Fran: Ah e por que não ein?
Imperador: Um gostoso desses? Não é possível você perder a chance de me ver.
Fran: Não se acha vai. – Sorri e deixei que ele colocasse o colar em mim e a pulseira também.
Imperador: Ficou mais linda ainda. – Ele me pegou pela cintura fazendo nossos corpos grudarem.
Fran: Não cansa de me elogiar? – Sorri.
Imperador: Porra mina ficou louca? Não canso nunca mesmo. – Ele riu. Eu soltei um suspiro baixo e os
nossos lábios já estavam bem próximos, prontos para cederem a saudade que estávamos. E eu me
lembrei do segredo que estava carregando comigo que já estava prontinho para sair e por medo eu me
afastei dele.
Fran: Não é educado a gente deixar o pessoal lá embaixo.
Imperador: Eu não tenho fama de bem educado.
Fran: Eu sim. Obrigado pelo presente e pela festa. – Sorri e sai do quarto. Eu não podia encará-lo sem
lembrar que estava carregando um filho dele. Eu respirei fundo antes de voltar pra festa e ele veio logo
atrás de mim.
A minha festa rolou pela madrugada abaixo, realmente tinha bebida pra caralho e no final da noite nos
jogamos na piscina o que restou da festa: Eu, Imperador, Thami, Russo, Cat, Liminha e Luana. Quando
amanheceu foi cada um para a sua casa. Eu tomei um banho e cai na cama pensativa no que eu deveria
fazer.
Fui acordada com vozes vindo da cozinha, levantei e logo troquei de roupa. Fui ao banheiro, escovei os
dentes e fui a cozinha. A Thami estava conversando com a Catarina.
Catarina: Oh fulaninha, acordou foi linda?
Fran: Ai to com sono. – Fiz beicinho e olhei a hora no relógio na parede. 14:37, porra Fran.
Thami: Cansada ein. – Ela riu e eu mandei língua – Sei bem...
Catarina: Está rolando lá na laje do Dado, vamos?
Fran: Opa, vamos! – Elas só me deram tempo de tomar banho e mudar de roupa. Subimos uma escadaria
infinita até a casa do Dado que me deixou morta – Porra to cansada.
Thami: Nem te faz bem ein amiga, ainda mais com esse sol todo.
Fran: Ah é. – Sorri sem graça pela Cat ali. Ela nos olhou desconfiada e entramos na casa do Dado. Estava
rolando um pagodinho maroto e quando subimos para a laje estava cheia de gente ali. Logo vi o meu
nego encostado no muro em uma roda de homens e claro que tinha piranha o cercando né. Fomos nos
juntar a eles e as putinhas não gostaram nada disso.
Fran: Oi gente, tudo bom? – Sorri e cumprimentei a todos. A Thami e a Cat fizeram o mesmo. Claro que o
Imperador não tirou os olhos de mim como sempre e bem eu não queria também tirar os olhos dele.
Dado: Ai meninas querem caipirinha?
Fran: Não amor, estou de boa.
Thami: Eu quero, claro.
Catarina: To dentro.
Russo: Toma um copo, Fran.
Fran: Ah nem nego, estou de boa. – Logo o Dado voltou com as caipirinhas para as meninas. E eu fiquei
salivando de vontade.
Imperador: Vai beber nada nega? – Ele falou no meu ouvido.
Fran: Sabe que não sou de beber.
Imperador: Você quem sabe. – Eu estava morrendo de calor e aquela fumaça de churrasco estava me
embrulhando o estomago que já não tinha nada. Eu respirei fundo encostando-me ao muro e fiquei quieta
esperando o enjoo passar.
Thami: Ta tudo bem amiga? – Ela olhou pra mim junto com todo mundo e eu assenti.
Russo: Mulher você não ta bem, olha sua cara.
Fran: Que nada, to de boa. – Sorri – Vou pegar água. – Sai andando e a Thami veio atrás de mim – Thami
eu não to bem.
Thami: Eu to vendo, vamos descer. – Descemos as escadas e entramos na casa do Dado. Eu sentei no
sofá e ela voltou com um copo cheio de água gelada com gelo. Tomei tudo respirando fundo pra não
vomitar bem ali né? A Catarina apareceu na sala junto com o Russo.
Russo: O que você tem, Fran? Ta passando mal? Quer que a gente leve você pra casa?
Thami: Ela só está enjoada.
Catarina: Ih, Fran... – Ela me deu o mesmo sorrisinho que a Thami me dava quando eu vomitava.
Fran: É só esse calor infernal, ok? – Eu respirei fundo e terminei a água.
Catarina: Me esconde nada não ein, odeio segredinho, sei que tem caroço nesse angu. Desembucha isso
logo que esse enjoo seu ai é bebê. – Pronto, Catarina é foda. Com o meu silêncio ela e o Russo
entenderam que era sim e pra finalizar a Thami assentiu com a cabeça.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 139º capítulo ❄ Catarina narrando
Desde quando a Fran acordou a Thami e ela estava de papinho e olhares estranhos. E com esse enjoo da
Fran eu só somei 1+1. Gente mas que babado ein? Fran estava grávida.
Catarina: Mulher e é de quem? – Sentei do lado dela no sofá.
Russo: É do Imperador né Cat.
Catarina: Ué, mas eles estão separados tipo há um milhão de anos.
Thami: Ih exagerada ein. – A Fran estava quieta olhando para o teto enquanto a gente falava.
Catarina: Meu Deus, eu não acredito que eu vou ser tia. – Levantei do sofá dando pulos – Ai meu Deus eu
tenho certeza que vai ser uma sobrinha para eu poder ensinar a ela como piranhar.
Russo: Catarina. – Ele me repreendeu com o olhar e eu ri.
Fran: Você já vai ter uma sobrinha.
Catarina: Mas eu odeio a Manu, não odeio você.
Thami: Ah, mas a Gabriela vai viver aqui, duvido a vaca da Manu perder a oportunidade de exibir essa
criança aqui.
Russo: E ai Fran, Imperador já sabe?
Fran: Gente, por favor, não conta para o Imperador. Eu não quero que ele descubra que eu to grávida.
Catarina: Qual é o problema em ele descobrir? Esconder é pior, Fran. Daqui a pouco a barriga vai começar
aparecer, ai quero só ver.
Fran: É complicado, só isso...
Eu não queria saber o que era complicado para a Fran. Só achava essa parada de esconder uma fita
errada pra caralho. Se eu estivesse grávida do Russo eu já teria escancarado para o mundo inteiro, sou
louca para ter um bebê com meu nego, mas sabia que agora não era o momento. Ainda mais com a
minha faculdade, só iria atrapalhar as coisas. Depois que a Fran melhorou a gente voltou para a laje e
ficamos curtindo pela tarde. O celular do Imperador tocou e ele saiu de perto pra atender.
Imperador: CARALHO MINHA FILHA VAI NASCER PORRA. – Ele voltou anunciando e os meninos nem
comemoraram junto com ele né? A Fran, bem, ela só murmurou um parabéns e ficou na dela. E agora eu
entendi muito bem o medo dela de contar para o Imperador de que estava grávida. Mas isso era treta
para depois.
Eu, Russo e Imperador fomos loucos para o hospital. Ta que eu não ia com a cara da Manu, mas porra
era minha primeira sobrinha e se ela não fosse antipática feita à mãe teria todo meu amor e carinho.
Assim que chegamos o Vigarista estava lá com a minha madrinha, meus pais também e a mãe da Manu.
O Imperador entrou lá pra poder assistir o parto e ficamos ansiosos para o nascimento do bebê.
Russo: Quando que vai ser o nosso, amor? – Ele sussurrou ao pé do meu ouvido e eu sorri.
Catarina: Você está pronto para ser pai é?
Russo: Claro que estou, meu sonho é ter um pivete contigo. – Ele abriu um sorriso.
Catarina: E por que não planejar né?
Russo: Sei que quer terminar sua faculdade. – Eu assenti e ele me abraçou de lado. Os futuros avós
estavam numa ansiedade que só né. Essa menina vai ser mimada que só, aiai.
Uns 40 minutos mais tarde o Imperador apareceu numa explosão de felicidade e eu estava tão feliz pelo
meu irmão. Mesmo o primeiro filho dele não sendo com a mulher que ele ama, eu sabia o quanto meu
irmão estava feliz. Pode ser bem clichê essa coisa, mas eu entendia o que a Fran sentia e entendia o
Imperador também. E se Deus preferiu que fosse assim, quem sou eu para discordar né mesmo?
Babi: E ai filho, diz alguma coisa.
Imperador: Caralho ela é linda. – Ele abriu um sorriso.
Vigarista: Eita porra! – A gente fez a maior bagunça comemorando ali mesmo e rindo.
Catarina: Parabéns papai. – Eu o abracei. Eu só sei que ele vai ficar louco quando souber que tem outro
bebê dele vindo por ai.
Imperador: Hoje a cerveja é por minha conta caralho.
JR: Nossa eu to velho mesmo, minha primeira neta.
Vigarista: Que fase. Parece que foi ontem que a Manu nasceu.
Babi: Ih comecem com essa viagem de velhice dos dois não ein. Quero ver minha neta logo. – Quem não
se derrete com um bebê né? E quando o Imperador amostrou as fotos dela todo mundo se derreteu.
Fomos só embora assim que soubemos que a Manu estava bem no quarto e o bebê também. Ninguém
podia passar a noite ali, nem mesmo o pai. E mesmo se o Imperador ficasse, ele não seria muito útil.
Voltamos para o morro e fomos direto para o bar comemorar. O Imperador pagou cerveja pra todo mundo
até de madrugada. Ele estava feliz, porém não totalmente. Eu fiquei um tempo o observando enquanto
ele conversava e bebia sua cerveja. Algo estava mudado nele e eu cutuquei minha mãe de lado.
Catarina: O que o Imperador tem? – Cochichei baixinho e ninguém a mesa percebeu.
Babi: Percebeu também é?
Catarina: Claro né, tem algo pegando.
Babi: Seu irmão parece que está triste filha.
Catarina: Mas ele está numa felicidade que só também.
Babi: Ele é estranho né?
Catarina: Ele está escondendo alguma coisa. Esse povo está cheio de tretinha para o meu gosto.
Babi: Como assim tretinha?
Catarina: Ai mãe, a Fran morre se eu te contar isso.
Babi: Conta logo.
Catarina: A Fran está grávida e é do Imperador. – Ela colocou a mão na boca, mas nem deu pra disfarçar
muito a surpresa.
Babi: Minha nossa senhora, mentira. – Ela riu baixinho – Ai hoje é o dia mais feliz da minha vida, certeza.
Catarina: Ela não quer contar para o Imperador. – Cochichei no ouvido dela rindo.
Babi: Por quê?
Catarina: Medo da reação dele né? Ainda mais que a Gabriela nasceu. – Eu e a minha mãe sorrimos.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 140º capítulo 💎 Imperador narrando
“Gente, por favor, não conta para o Imperador. Eu não quero que ele descubra que eu to grávida” a fala
da Fran zumbia no meu ouvido até mesmo quando a Manu apertava minha mão fazendo força para a
Gabriela sair. Eu a ajudei como pude e assim que a pequena Gabi veio ao mundo e eu escutei seu
chorinho. Meu coração ficou mole pra caralho. Porra sou de ferro não né? A enfermeira a colocou enrolada
em um pano nos meus braços e eu olhei seu rostinho, suas mãozinhas e meus olhos se encheram de
lágrimas.
Manu: Deixa-me ver. – Eu abaixei ao lado da Manu e ela acariciou.
Imperador: A nossa filha é linda não é? – Sorrimos bobos para ela.
Manu: E quem diria né?
Imperador: É... Quem diria. – A enfermeira levou a Gabriela, dei um beijo na testa da Manu e fui dar a
notícia para o pessoal.
Mas assim que voltamos para o morro eu fiz de tudo para curtir com o pessoa ali e celebrar o nascimento
da minha princesinha. Mas meu coração estava dividido, angustiado pelo o que ouvi a Fran contar para as
meninas. E o me doeu mais ainda era saber que o Russo sabia e não estava me contando. E o pior de
tudo, o filho não era meu. Por isso a Fran se afastou de mim no meu quarto ontem, por isso ela estava
agindo tão estranha. Ela estava grávida, não queria me contar porque era de outro homem e estava com
medo da minha reação. Saber que tinha algum outro homem a tocando da forma como eu a toquei me
doeu e muito. Desde quando nos separamos eu e ela seguimos em frente, não ficamos com ninguém um
na frente do outro, mas nada era comparado ao que eu e ela tivemos. Eu sentia falta do corpo dela colado
ao meu, da sua boca, dela dominando o meu espaço. E a fala dela não saia mesmo da minha cabeça. Eu
levantei para ir ao banheiro e quando voltei na metade do caminho fui interceptado pela Catarina.
Catarina: O que há com você?
Imperador: Nada, por quê? – Forcei um sorriso.
Catarina: Eu te conheço, Imperador. – Ela rolou os olhos.
Imperador: Vamos beber, maninha. – Tentei passar por ela, mas fui impedido.
Catarina: Não é isso que eu quero. A Gabriela nasceu e você está feliz, isso eu percebi, mas há alguma
coisa com você e que você não está me contando. – Eu respirei fundo e cruzei os braços. Me controlando
para não ser grosso.
Imperador: Eu acho que você não está me contando alguma coisa. – Abri um sorriso irônico.
Catarina: Nem vem, Imperador. Quero saber o que há contigo, está triste poxa.
Imperador: E não deveria estar? Você e todo mundo estão me escondendo que a Franciellen está grávida.
Catarina: Espera... Quem te contou isso?
Imperador: Ninguém me contou não porra, eu ouvi da boca dela e ouvi também ela pedindo pra vocês
não contarem para mim.
Catarina: É complicado...
Imperador: Complicado o cacete porra. – Respirei fundo.
Catarina: Ei calma.
Imperador: Eu to calmo e muito. Ela ao menos poderia ter me dito, eu teria criado menos esperanças se
soubesse que ela estava firme com outro cara. – Ela me impediu de passar por ela e começou a rir – Ta
rindo do que caralho?
Catarina: Você acha mesmo que esse filho é de outro cara?
Imperador: E é de quem então? Ela fez com o dedo?
Catarina: É teu caralho. Para de ser babaca e ignorante.
Imperador: Como assim meu? – A olhei confuso e dei dos passos para trás.
Catarina: Fran está grávida de você e eu acho que ela só descobriu por agora.
Imperador: Para de brincar comigo porra, eu e a Fran não ficamos juntos já tem tempo.
Catarina: Sintomas demoram para aparecer, Imperador. Pensa nisso. – Ela saiu andando e eu fiquei ali
viajando naquela ideia. Sem saber o que achar, passei pela mesa, peguei as chaves da minha moto.
JR: Ué, vai aonde?
Imperador: Vou ali e já volto. – Sai do bar, subi na minha moto e fui voado pra casa da Thami. Eu
precisava tirar essa história a limpo. Bati no portão e gritei o nome da Fran até ela aparecer.
Fran: Oi? Ficou doido? – Ela apareceu rindo. Deveria ser umas 21 horas.
Imperador: Doida ficou você de me esconder que ta carregando um filho meu.
Fran: O que? – Ela engoliu em seco – Quem te contou isso?
Imperador: Eu ouvi da sua boca Franciellen, ouvi você pedir para a minha irmã, o Russo e a Thami não
contarem para mim. Mas eu ouvi você falar. Qual é né? Tu quer me esconder isso? Dentro do meu
território caralho? E ia fazer o que quando a barriga crescesse? Dizer que a criança não tem pai?
Fran: Imperador para de falar merda, você bebeu. – Os olhos dela se encheram de lágrimas.
Imperador: Merda é o caralho, eu quero saber porque eu sou o único babaca dessa história toda?
Fran: Para de falar assim comigo. – Ela se afastou chorando.
Imperador: Só me diz logo porra.
Fran: Eu descobri ontem... E eu fiquei com medo, medo de você achar que não fosse seu e achar que eu
estivesse mentindo. Você está todo feliz com o nascimento da Gabriela e poderia achar que fosse inveja
da minha parte.
Imperador: Você está se ouvindo Fran? Você mais do que ninguém sabe que meu sonho sempre foi
construir uma família contigo porra. – Ela abaixou a cabeça quieta.
Fran: Mas eu fiquei com medo.
Imperador: Quantos meses, Fran?
Fran: Eu não sei, eu não sei de nada. Eu só fiz o teste de farmácia. Ainda não fui ao médico. Eu só vim
tendo uns enjoos.
Imperador: E por que não me disse nada? Eu teria estado ao seu lado a todo esse tempo.
Fran: Mas eu errei ok? Eu pensei que era uma coisa, mas não foi. – Ela estourou.
Imperador: Calma, Fran...
Fran: Calma o cacete, você não faz ideia de como eu estou me sentindo e como venho me sentindo todo
esse tempo. Ai você aparece no meu portão me gritando a essa hora achando que é homenzinho. Já falei
que comigo você fala baixo, não grita comigo que eu não sou essas vagabundas que te chupam só pra
você financiar elas. Então te orienta ouviu? E se eu não te contei ainda é porque uma hora iria contar, só
estava digerindo a notícia. Acha que é fácil? Acha que a Manu se divertiu nesse tempo que esteve
grávida? Acha que é fácil criar uma criança? No seu caso são duas crianças né. Então não me culpa por
sentir medo por estar despreparada e não ter feito nenhuma surpresinha fofinha de internet para contar
que você vai ser papai de novo. – Ela disse tudo isso com lágrimas nos olhos, bateu o portão e saiu
andando.
Imperador: Aonde você vai?
Fran: Para o inferno! E não vem atrás de mim. – Ela saiu descendo o morro e eu a assisti ir. A Thami saiu
no portão e me fuzilou com o olhar.
Thami: Você é um ignorante, estúpido e babaca. Agora eu entendo a minha amiga porque querer
esconder de você. Porque sai ano e entra ano, você continua sendo o mesmo moleque ignorante de
sempre. Pra quem enche a boca para falar que queria formar família com a Fran, você está me saindo
como um crianção. Você acabou de ser pai, Imperador. A Fran não esperava que estivesse grávida
também, você viu que nem barriga ela tem, ela teimou até o último segundo que era só uma intoxicação
alimentar. Ai ao invés de você enrolar a sua língua antes de vir aqui gritar com a garota, porque você não
pensa em ser homem com ela ein? Porque você não pode simplesmente ir até ela e dizer que está com ela
pra tudo? Você estava indo tão bem esses meses, Imperador, mas basta um momento de estresse que
plau! O Imperador babaca ressurge das cinzas.
Imperador: É só isso? – Eu já tinha sido humilhado o suficiente não é?
Thami: Passar bem, seu babaca. – Ela bateu o portão, subi na minha moto e fui pra minha casa.
Eu passei a mão pela minha cabeça e respirou fundo. Eu só quero fazê-la feliz, eu trocaria tudo só para
poder amar a Fran. E eu são tão estúpido e entendi bem porque ela não me queria por perto, por isso ela
nunca me disse o que fazer para reconquistá-la. Porque não havia nada. Eu não sou digno de ter ela. Fui
atrás da Fran tão focado no meu ‘eu’ que esqueci como lidar com a minha pequena. Eu liguei para o
celular dela e deu desligado. Tomei um banho, coloquei uma samba canção, acendi um cigarro e fui para
a janela do meu quarto. Eu estava tão feliz com o nascimento da minha Gabriela, já imaginava ela
correndo pelo morrendo me chamando de papai, ao mesmo tempo pensava no filho que a Fran estava
carregando. A minha magrela estava com um filho meu e eu tinha tanto o que fazer por ela. E deixá-la na
mão nem pensar. Minha mente já formulou mil planos para conversar com a Fran no dia seguinte, ser
paciente e compreensivo.
Logo cedo, tomei um banho, me arrumei tranquilo, coloquei minhas pratas, ponto 30 na cintura, boné
para trás e fui indo para a boca. Cheguei no fino, conversei com os parceiros, troquei uma ideia com o
Russo e fiquei na boa que de tarde iria ao hospital visitar a Manu.
Russo: Porra parceiro, foi mal pelo lance da Fran.
Imperador: Ih irmão, ta suave ta ligado? Mas sei lá, pisei na bola com ela.
Russo: Thami já me contou, pisou mesmo parceiro, mas ta ligado que a Fran te ama. Ela só ficou com
medo.
Imperador: Porra irmão, mas cheguei nela na ignorância também.
Russo: Franciellen também é bem grossinha quando quer irmão, fica se crucificando não. Chega nela pra
conversar logo mais. Os dois estavam estressados e ela vai entender.
Imperador: Mas eu não quero errar com ela.
Russo: Ih Imperador vira homem caralho, Fran não é bicho. Conversa com ela na suavidade que da tudo
certo. – Fiz um toque de mão com ele.
Imperador: Ta certo irmão, vou até a casa dela pra conversar. – Deixei tudo no controle dele lá e fui até
onde a Fran estava morando. Chamei e quem foi que atendeu foi a Thami.
Thami: Bom dia, Imperador. – Ela estava só de pijama.
Imperador: Fran está ai ou já saiu pra trabalhar?
Thami: Como assim está aqui? – Ela me olhou confusa – Pensei que ela estivesse contigo.
Imperador: Comigo não cara, eu fui pra minha casa.
Thami: Ué caralho, onde ela dormiu então? Porque aqui pra casa ela não voltou.
Imperador: Ta me tirando né Thami?
Thami: Juro pra você que não. – Ela me olhava séria e eu subi na minha moto.
Imperador: Caralho, Fran não é disso porra. Ela sabe muito bem dos perigos mano, não era pra eu ter a
deixado ir sozinha.
Thami: Ela deve ter ficado na casa de alguma amiga.
Imperador: Liga para todas as amigas dela porra, se vira, que eu vou atrás dela pelo morro.
Thami: Imperador relaxa, a Fran logo aparece ai.
Imperador: A Fran jamais faria isso, Thami. Conheço a minha menina. – Liguei a moto e sai andando pelo
morro perguntando pela Fran, se viram e ninguém a viu em caralho nenhum. Passei pela boca, perguntei
os moleques e ninguém a viu em canto nenhum. Já comecei ficar pilhado com isso e o Russo veio ao meu
encontro.
Russo: Qual foi irmão? Que parada é essa que a Fran sumiu? Ta doido?
Imperador: Doido eu vou ficar se ela não voltar caralho, eu já rodei praticamente sa porra toda e nada
dela. Ninguém a viu porra.
Russo: Mano, fica calmo.
Imperador: Calmo é o caralho porra, eu só vou ficar de boa quando ela aparecer. A Fran não é disso, ela
não dorme fora de casa e ela avisa. A Thami nem sabe onde ela está.
Russo: Porra irmão que isso, liga para os teus pais, às vezes ela ficou neles.
Imperador: Ta certo. – Eu liguei para os meus pais e nada. Nada da Franciellen e eu estava ficando louco.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 141º capítulo 🌼 Franciellen narrando
Ferir alguém com as palavras é a coisa mais simples para o Imperador. O tempo que passamos separados
serviu para muitas coisas, menos para o Imperador largar essa mania de se colocar em primeiro lugar nos
momentos de raiva. Eu sabia da possibilidade dele ficar bravo por descobrir depois, minha intenção era
restringir isso apenas a Thami e conversar com o Imperador em um momento mais conveniente. E tudo
saiu fora do controle. Ele descobriu ao ouvir minha conversa com o pessoal e assim veio tirar satisfação
comigo. Não seria por menos, eu não sou o Imperador e não posso cobrar uma atitude minha nele.
Quando ele me escondeu sobre os planos do Tota, eu pensei muito antes de responder e fui frio até, mas
o homem que eu amo é de sangue muito quente. Tudo é no 8 ou no 80. E em três meses eu percebi que
amar o Imperador, era amar seus defeitos. Amá-lo como Bruno e como Imperador, como sensível e um
homem quase intocável. Uma pessoa que sabe se colocar, ao mesmo tempo destrói tudo com palavras.
Essa era ele e nunca foi me escondido seu caráter. E a saudade... Ah a saudade que esse homem fez.
Todas as noites antes de dormir eu desejava por ele na cama, mas tudo estava tão diferente entre nós
que um simples pedido para voltar me parecia tão pouco e eu ficava então o admirando de longe. O
enxergando de fato. Vendo como ele estava seguindo os passos do seu pai e tomando grandes decisões.
De fato ele estava fazendo tudo pela sua filha com a Manu e todos viam que ele seria um bom pai. E bem,
a Manu soube o perdoar por todas as burradas que ele fez com ela. E meu cérebro brigava tanto com meu
coração por dificultar sempre as coisas para nós dois. Meu cérebro dizia: Fica logo com ele. E meu coração
respondia: É você quem não consegue apagar a memória da briga. E eu vivia dividida entre me doar
incondicionalmente e ficar na mesma, participando da vida do Imperador como figurante e não como
personagem principal. O nosso amor Romeu e Julieta estava tão distante que eu mal conseguia alcançar.
Mesmo com a Catarina e a Thami me dizendo que nada entre nós dois estava perdido. Eu acreditava que
estava sim. Eu olhava para a evolução do Imperador e me questionava se meu eu seria capaz de
acompanhá-lo. Se eu ainda seria o suficiente para ele. Três meses e muitas coisas mudaram. Agora eu
seria mãe, eu teria uma vida para me acompanhar para o resto da minha jornada e bem, ele seria pai
novamente. Outra responsabilidade que eu não sabia se ele seria capaz de conciliar com seus deveres
aqui do morro.
Eu estava tão perdida nos meus pensamentos andando pelo morro que não percebi quando o carro preto
se aproximou, um homem encapuzado saiu do carro e me agarrando por trás colocou um lenço no meu
nariz e boca, fazendo-me inalar a substância que me fez apagar aos poucos. E com isso o rosto do
Imperador foi ficando tão distante que a escuridão o engoliu por completo.
Eu acordei em completo desespero por não saber onde estava e qual horário deveria ser. E ao abrir os
olhos, as grades, as cordas prendendo meu pulso e tornozelo, me fizeram gritar tão alto que parecia que
minhas cordas vocais iriam explodir.
Fran: ME TIRA DAQUI CARALHO! – Eu tentava me soltar, porém a corda estava presa a parede e cada vez
que eu forçava, mas a minha pele se feria. A visão que tinha do lado de fora era de uma parede mofada
apenas e não havia nenhuma janela – EU VOU MATAR QUEM ME COLOCOU AQUI.
Xxx: Calma docinho, você logo irá sair daqui. – Aquela voz... O som dos passos aumentaram a medida
que a pessoa se aproximava da sela que haviam me colocado. E ao olhar para a pessoa, o nojo que senti
na noite do aniversário de 20 anos do Imperador e da Catarina retornou. Mas esse nojo não era de mim e
sim do Thierry. O seu olhar doentio estava bem mais acentuado, sua barba estava feita e seu cabelo
precisava de corte ou ele estava preferindo deixar assim – Oi bebê, como está?
Fran: Não me chama assim, seu nojento. ME TIRA DAQUI! – Explodi.
Thierry: Você fica tão linda nervosinha desse jeito. – Ele sentou no chão do outro lado da grade e eu mirei
uma cusparada bem no meio da sua cara e a acertando – Sua vagabunda. – Ele desfez o sorriso limpando
seu rosto e se levantou – Eu vou fazer você desejar a morte sua putinhazinha e o Imperador vai entregar
a porra daquele morro para mim. E vou o matar todos na sua frente, um por um bem na sua frente.
Fran: Não. – Chorei tentando me soltar cada vez mais força dali.
Thierry: Não? – Ele gargalhou – Eu adorei te ouvir dizer não enquanto eu fodia essa sua buceta gostosa,
seria muito gostoso repetir a dose.
Fran: Você não vai tocar em mim novamente.
Thierry: Eu te tenho nas minhas mão, Franciellen, eu tenho tudo o que eu quero. TUDO.
Fran: O Imperador vai pegar você.
Thierry: O Imperador? – Ele riu – Imperador não fez nada todo esse tempo. Heitor e Tota bem ali debaixo
do nariz sujo dele e Imperador não fez absolutamente NADA. – A cara de deboche do Thierry era o que
me feria. E após me esculhambar com palavras, ele me deixou ali jogada feito um animal. Eu estava
morrendo de fome e as lágrimas quentes rolavam pelo meu rosto enquanto eu rezava baixinho para que
eu e o meu filho saíssemos vivos dessa. Minhas mãos estavam presas a parede e nem levá-las até minha
barriga eu podia. Eu gritava e implorava para alguém me tirar daqui, torcendo para que talvez alguém
curioso passasse por perto e me ouvisse gritar.
Em algum horário que eu desconhecia, a comida chegou, não era lá essas coisas. Um homem abriu a
porta do cativeiro e uma mulher de não mais 50 anos toda suja entrou. Suas mãos ossudas e trêmulas
traziam um prato de plástico com arroz e feijão. Ela se ajoelhou a minha frente.
Fran: Qual seu nome? – Ela negou com a cabeça – Por favor me tira daqui.
Homem: CALA A BOCA, VADIA. – A voz grossa dele me fez tremer e eu me calei. A mulher deu a comida
na boca e o gesto era humilhante para nós duas. A comida era sem sal, mas eu tinha que comer, estava
com tanta fome. E se eu não saísse viva dessa, eu queria que meu filho saísse. Após comer, a mulher
saiu, o cativeiro foi trancado e ela se foi com o homem. Nisso as luzes foi apagada. Eu me recolhi ao
canto, com medo do que poderia acontecer comigo a qualquer momento. Meu pulsos e tornozelos
estavam já em carne viva por tentar me soltar dali. E a cada segundo que passava parecia um eternidade,
o meu coração doía pensando no Imperador, nos meus amigos, na família que criei e na minha mãe. Se
eu morresse, o que seria da minha mãe? O Fábio a humilhou tanto que agora se reerguer era uma tarefa
difícil para ela e se não fosse eu, nem comendo ela estaria.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 142º capítulo 🌼 JR narrando
Desde quando a notícia de que a Franciellen havia sumido eu sabia que se tratava de sequestro. Primeiro
a Ana Luísa, agora era o alvo principal. E depois de quatro meses, eu vi o pior do meu filho. Eu me vi nele
quando a Babi havia sido sequestrada pelo Piu-piu. Eu jurei a mim mesmo que nunca deixaria meus filhos
passarem pelo o que eu passei desde moleque e eu admirei a calma e paciência do Imperador para tratar
desse assunto. Mas o resultado o devastou, de todas as formas ele se sentia derrotado e culpado. Por
horas por dia eu saia em busca de informações, buscava todos os meus contatos, espalhei foi foto pelos
meus velhos amigos e eles não souberam me dizer nada a respeito da Fran. O clima estava tenso e
quando PH apareceu aqui no morro junto com o Aruan, faltou pouco para o Imperador e PH não caírem
na porrada até acontecer o pior. Imperador culpava o PH por não ter controlado o Heitor e o PH, bem, ele
também se culpava. Em todos esses anos eu aprendi que os erros dos meus filhos sempre pesou nos
meus ombros. Catarina e Imperador podem ter 40 anos nas costas, mas eu sempre vou me sentir culpado
quando algo de ruim acontecer ou eles fizerem. Eu e a Babi os criamos, nós somos responsáveis pela
formação de caráter deles. Não tenho dúvidas da criação do PH com o Heitor, mas depois que a Thami
nasceu, o moleque foi largado de lado.
Eu estava na janela do meu quarto olhando o morro. Na minha cabeça milhões de pensamentos passavam
e eu só queria que a Fran voltasse para casa com vida junto com o meu neto. Se algo de ruim
acontecesse a eles, Imperador não se perdoaria nunca mais e eu temia por isso. Meu filho não estava
pronto para lidar com essa perda. E nem eu e nem a Babi estávamos. Desde que a Fran pisou os pés aqui
em casa, eu já sabia que seria para ficar e ela fazia parte da nossa família. Eu a tinha como uma filha
caçula. A Babi me abraçou de lado e passou os dedos no meu rosto.
Babi: Vamos encontrar ela.
JR: Ela também era nossa responsabilidade.
Babi: Eu sei que sim, meu amor. A Fran é forte, onde quer que ela esteja, ela irá sair dessa ok? E se não
conseguir sair, nós a encontraremos. Sempre temos um jeito pra tudo. – Eu virei pra ela me encostando a
janela. Eu sabia que ela só queria me acalmar, mas o olhar da Babi dizia o contrário. Por todos esses anos
ela foi meu alicerce, sempre que algo dava ruim ela colocava minha cabeça no lugar.
JR: Cadê o Imperador?
Babi: Ele foi até em casa.
JR: Ele parou para jantar?
Babi: Não foi quase nada.
JR: Olha eu to rezando para Deus que não aconteça nada com ela e com o nosso neto.
Babi: Não vai acontecer meu amor. – Ela beijou meu rosto me abraçando e acariciou minhas costas.
Saímos do quarto e descemos às escadas. Eu e ela quase não conseguíamos dormir de tanta
preocupação. Tanto tempo havia passado e nem sequer sinal da Fran, era doloroso demais.
Do nada a porta se abriu batendo com força, levantei do sofá de pressa e a Catarina entrou feito um
furacão chorando.
Babi: Filha pelo amor de Deus o que foi? – Ela se levantou.
Catarina: A Fran mãe. – Meu coração se apertou pelo pior e eu me afastei.
JR: Fala Catarina. – Ela não conseguia formar as palavras de tanto que soluçava. Em todo esse tempo a
Catarina sequer derramou uma lágrima. Ela foi a única que conseguiu colocar o Imperador no eixo, o fez
pensar com calma, parar um pouco e respirar. Ela foi o alicerce de todos. Eu nunca havia visto a Catarina
com um olhar mais sensível. Até mesmo com a Luana, a Catarina soube acalmá-la. Me aproximei da
Catarina a segurando pelos braços.
JR: Cadê seu irmão?
Catarina: Lá na rua. – Eu a larguei com a Babi e sai correndo até a casa do Imperador. Ao me aproximar,
o Russo veio logo na minha direção. Olhei para o portão da casa, o Liminha segurava alguma coisa nos
braços e o Imperador não estava ali.
Russo: Padrinho a gente tem que fazer alguma coisa. – Ele suava de desespero.
JR: O que aconteceu porra? – Passei por ele chegando até o Liminha que tinha um neném nos braços,
pequeno e frágil demais.
Russo: Temos que levá-lo para o hospital.
JR: CADÊ O IMPERADOR? DE QUEM É ESSE BEBÊ?
Liminha: Da Franciellen.
JR: Vai chamar sua madrinha caralho. – Olhei para o Russo que foi correndo. O bebê era prematuro,
certeza, respirava fraco. O Imperador apareceu correndo com as chaves do carro na mão.
Imperador: Pai, por favor, me ajuda. – Ele estava desesperado chorando e com um envelope nas mãos.
Eu tomei as chaves da mão dele e corri para o carro entrando. A Babi apareceu desesperada junto com a
Catarina, pegou o bebê do colo do Liminha e entrou no carro comigo.
Babi: VOCÊ FICA AQUI IMPERADOR.
Imperador: EU VOU TAMBÉM PORRA, NÃO DISCUTE COMIGO, É A MINHA FILHA PORRA. – Ele entrou no
carro batendo a porta. Eu desci o morro feito um furacão e fui parar na emergência do hospital mais
próximo. E quando chegamos a Babi tomou as rédeas da situação. Enfermeiros apareceram levando a
Babi junto com o bebê. Olhei para o Imperador e ele estava com a cabeça encostada na parede. Me
aproximei dele tocando em seu braço.
JR: Meu filho...
Imperador: Me deixa em paz.
JR: Imperador, calma, vai ficar tudo bem.
Imperador: EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO. – Ele se virou gritando e todos ali na recepção olharam.
JR: Calma caralho. – Os seguranças se aproximaram e eu sai dali com o Imperador. Ele chorava e andava
de um lado para o outro.
Imperador: É TUDO MINHA CULPA! SE EU NÃO TIVESSE SIDO TÃO FILHO DA PUTA COM ELA, NADA
DISSO TERIA ACONTECIDO. AGORA MINHA FILHA CORRE RISCO DE VIDA. ELA PODE MORRER.
Eu o abracei um pouco desengonçado e o fiz parar por um tempo. Era doloroso vê-lo chorar daquela
forma. A culpa destrói qualquer homem. O rostinho do bebê era frágil, pequeno demais. Eu imaginava a
situação precária que a Fran deu a luz a esse bebê. Não sou capaz de medir a tamanha monstruosidade
do Heitor, Thierry e Tota.
Imperador: Eu não quero mais essa vida.
JR: Ei para! – O fiz olhar pra mim – Para porra. Olha caralho vamos encontrar a Fran porra. Eu te dou
minha palavra, a minha neta vai sair desse hospital com vida e cheia de saúde. Não vamos desistir ok?
Não perde o controle e o foco agora, calma porra. Não vamos dar o que eles querem, isso não é o que a
Fran quer. – Ele me olhou secando as lágrimas e se afastou respirando fundo.
Imperador: Ela está viva, eles enviaram fotos... – Ele olhou para o céu e meu coração doeu só de
imaginar o nível das fotos. Isso era demais até mesmo para eu suportar – E tinha uma carta que veio
junto com a minha filha, pedindo tudo em troca da Fran. Pai, eu...
JR: Eu sei que você daria sua vida por ela, mas escuta é isso que eles querem. Eles não tem intenção de
matar a Fran, se tivessem eles já teriam o feito. Tem alguma coisa dando errado nessa história, eles não
esperavam que a Fran estivesse grávida. Se eles enviaram o bebê é porque eles não tem um plano fixo
ainda. Pensa comigo, Imperador.
Imperador: Pai, eu não to entendendo. – Ele andou de um lado para o outro e me olhou.
JR: Pensa Imperador, para pra pensar um segundo. Você era amigo do Thierry e do Heitor.
Imperador: Mas no que vem ao caso?
JR: O Thierry é a cabeça disso tudo, disso nós sabemos. Os três querem o que? O controle do nosso
território. Eles não invadiram porque não tem pique com a gente não porra, é uma área muito grande e
eles não tem porra nenhuma filho. Eu tenho por mim que isso já ta planejado faz tempo desde quando
você contou que o Tota também estava no seu aniversário ano passado. Os três estavam lá, poderia ser
qualquer uma das meninas ali, mas quem era o alvo mais frágil dali? A Fran. O Heitor não deixaria o
Thierry tocar na Thamires, a Catarina sabe se defender muito bem e ela só anda armada. Só sobrou a
Luana e a Fran. Em quem você apostaria? Eu tenho certeza de que o Tota sabia de tudo o que a Fran
passou na casa dela todos esses anos e o Thierry atacou ela. Pensa em tudo o que foi acontecendo depois
disso, filho. Eles esperaram o tempo certo pra atacar, Thierry só voltou agora pra cá agora que viu que
vocês estavam separados. Pegar a Fran sozinha é muito mais fácil do que ela viver cercada por você. O
Tota nem tentava se aproximar dela com você por perto. Tudo deu certo do jeito que eles queriam, eles
só não esperavam que a Fran estivesse grávida. E quem é mente fraca e bucha da história? Heitor. Ele vai
dar pra trás no plano e eles estão descontrolados agora. Você não pode se descontrolar porra ta me
ouvindo? Tu é meu filho caralho, tu não vai cair não. Me escuta porra, você tem a Gabriela ainda pra ver
crescer e tem a que nasceu agora. Eles não vão matar a Fran, porque se eles quisessem fazer, eles já
teriam feito. E se eles forem descartar a Fran da jogada, pode ter certeza que o Heitor vai dar para trás.
Isso não é e nunca foi o estilo dele. – O Imperador ouviu tudo quieto e ficou assim por um bom tempo –
O que foi?
Imperador: Estou pensando.
JR: Divide comigo.
Imperador: Carolina.
JR: O que? – Olhei confuso.
Imperador: Eu e a Fran nunca fizemos planos sobre formar família, mas uma vez vendo televisão ela disse
que se tivesse uma filha, se chamaria Carolina.
JR: É um nome bonito. – Dei dois tapinhas nas costas dele – Ela precisa de você agora. Vamos manter a
calma e a discrição. Vamos esperar o próximo passo deles.
O Imperador comprou a minha teoria e eu acreditava estar certo. E como eu queria estar. Entramos no
hospital e a Babi apareceu.
Imperador: Como ela está?
Babi: Os médicos estão a analisando e a colocaram na incubadora. Eu pedi sigilo ao médico dela, só que o
hospital precisa do registro dela, filho.
Imperador: Amanhã cedo eu vou resolver isso.
Babi: Vamos rezar, para dar tudo certo. Ela está muito fraquinha, precisa de muita atenção. – A Babi
abraçou o Imperador – Ela vai sair daqui bem, ok? – Ele apenas assentiu.
Passamos a madrugada toda no hospital ali, o médico nos explicou toda situação da Carolina e ele
entendeu a nossa situação já que a Babi contou a verdade.
Logo pela manhã, a Babi tinha um contato dentro do cartório e rapidamente fez a certidão da Carolina. E
eu fiquei ali caso o médico precisasse de algo. A Catarina chegou com a Thamires, Russo e Liminha.
Catarina: Como que ela está?
Thami: Ela vai ficar viva não vai?
Russo: E o Imperador, padrin?
JR: Calma crianças. Os médicos estão fazendo de tudo por ela, fazendo exames atrás de exames, a
alimentando do jeito que deveria ter sido alimentada e a mantendo aquecida. O Imperador saiu com a
Babi e já volta.
Thami: Ai graças a Deus. – Ela respirou aliviada sentando no sofá ao meu lado – Agora só quero minha
amiga.
Liminha: Calma, amor. Vamos achar a Fran.
Thami: É só isso que me pediram durante esses meses, calma e mais calma. Mas olha ai, o bebê da Fran
nasceu, corre risco de vida. Sabe se lá onde a Fran está. Ela teve um bebê, pode ter uma infecção, pode
estar doente e fraca. – E apesar do desespero ela tinha toda razão.
O Imperador voltou com a Babi, eles haviam ido em casa também e tomaram banho. O médico deixou
que víssemos novamente o bebê, mas só através do vidro. Ela era tão pequena, tão frágil, duvido muito
que eu conseguiria pegá-la no colo sem machucar. E eu vi no olhar do Imperador esperança e era isso
que estava dando força para todos nós.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 143º capítulo - Heitor narrando
Thierry e Tota estavam fora de si. Sangue da Franciellen ainda estava na minha blusa depois que o
médico de meia boca forçou uma cesárea da Franciellen que foi colocada no cativeiro logo após a criança
ser levada pelo Thierry. Olhar todos os dias para ela dessa forma, durante esses meses e vendo sua
barriga crescer, foi crueldade demais até mesmo para alguém como eu. E eu lembrei da importância que
ela tinha para a Thamires, das vezes que ela colava lá no morro e tirava onda com a minha cara. Já houve
uma época que eu era doidão pra dar uns pegas nela, mina firmeza quem não quer? E eu cresci inveja pra
cima do Imperador entrando na onda do Thierry e depois do Tota. Mas eles só mencionaram os planos
dele depois de tudo isso. Eu só soube o que o Thierry fez a Franciellen na festa do Imperador quando
meu pai chegou na boca contando o que havia acontecido. E só acreditei mesmo que tinha sido o Thierry
depois que ele desapareceu. Mas era tarde demais pra cair fora da jogada, eu estava ameaçado de morte
pelo Tota. Tava sendo vigiado até o último fio de cabelo. E tudo o que pude fazer era fingir contribuir com
toda aquela merda quando eles juraram que não a mataria. E quando descobrimos que ela estava grávida,
a porra foi toda pelo ralo. O Thierry e o Tota brigaram feio e eu me meti. Eles queriam dar fim logo na
Franciellen e por fim os convenci de tirar a criança e esperar o Imperador ceder as nossas vontades.
Heitor: Pra onde vai levar essa criança? Ficou louco cara?
Thierry: Jogar no lixo porra, não podemos nos dar o luxo de perder tudo.
Heitor: Então deixa que eu faço isso porra. – Ele largou a criança de todos os jeitos no meu colo e eu
fiquei com medo de algo acontecer a ela. Sim, era uma menina. O Tota olhava tudo isso com um sorriso
debochado no rosto. Fui até a cozinha daquela casa nojenta, enrolei uns panos de prato na menina,
escrevi uma carta bem rápida pra entregar junto com a criança e fui até meu carro. Dirigindo apenas com
uma mão, parei perto do morro onde costumava ser a minha casa e liguei para a Nathalia.
🔸 Início da Ligação 🔸
Nathalia: Alô?
Heitor: Nat, eu não tenho muito tempo.
Nathalia: O que? Heitor?
Heitor: Sou eu porra, desce o morro e me encontra aqui em frente a Padaria do Humberto.
Nathalia: Como assim caralho?
Heitor: Anda porra, desce logo e traz um cobertor.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Eu seria um homem morto quando o Tota e o Thierry descobrissem isso, mas matar uma criança não fazia
parte do plano e muito menos fazer isso com a Franciellen. E quando eu descobri toda a verdade, eu
percebi a merda que estava me metendo. A Nathalia apareceu 20 minutos mais tarde, pisquei o farol e ela
entrou no carro.
Nathalia: O que é isso nas suas mãos? – Ela deu um grito e me olhou assustada assim que viu que era um
bebê. Ela se movia tão fraco, mal respirava e eu não poderia lidar com ela morrendo no meu colo. Eu não
sabia se Deus existia, mas eu rezei para essa criança não morrer.
Nathalia: No que você se meteu porra? Teu pai ta uma fera contigo. Ta tudo um caos caralho, você
sumiu, Imperador bateu na minha porta e revirou tudo.
Heitor: Escuta o que eu vou te dizer, você vai me ouvir e vai fazer ok?
Nathalia: Eu não quero me envolver nisso porra.
Heitor: Eu quero que você leve essa criança e deixe na porta do Imperador sem que ninguém veja. Me
ouviu bem? E você some pra tua casa depois disso me ouviu porra?
Nathalia: Heitor o que é isso meu amor? De quem é esse bebê? Essa criança ta morta?
Heitor: Ela não ta morta, mas vai morrer se você não colaborar, me ouviu bem? – Ela assentiu e enrolou a
menina no cobertor que trouxe. Eu a levei de carro até onde pude e depois ela foi fazer o que eu tinha
mandado sem questionar. Eu dirigi por quase 1 hora até o fim de mundo onde estávamos escondendo a
Fran. Antes de entrar naquela casa, olhei para a empregadinha colombiana que o Thierry estava
mantendo conosco. Eu sabia que ela entendia português e então sai do carro. Ela se assustou ao me ver e
quase caiu no chão. A arrastei para a sombra de uma árvore e puxei meu celular do bolso. Ela ficou me
olhando sem entender nada enquanto eu abria meu bloco de notas e digitava uma mensagem para a
Franciellen, nessa mensagem tinha o endereço do lugar onde estávamos e dizendo que era pra ela confiar
em mim. Eu tirei print da mensagem e coloquei como wallpaper. Tirei a senha do celular e olhei para a
escrava.
Heitor: Escuta o que eu vou te dizer. – Sussurrei – Entrega esse celular para a menina no porão. – Dei o
celular na mão dela, mas ela negou com a cabeça – Escuta porra ou você faz o que eu to mandando ou
você morre me entendeu? Quando você for dar a janta da menina, entrega a porra do celular sem que o
Diguin veja, me entendeu bem? – Ela assentiu. Ela não falava, motivo? Thierry havia cortado fora sua
língua. Eu larguei aquela infeliz de lado e entrei na casa forçando um sorriso.
Heitor: Serviço feito.
Thierry: Que demora porra.
Heitor: Não dava pra descartar essa criança de qualquer jeito. Alguém poderia descobrir o corpo dela e vir
atrás da gente aqui.
Tota: Até que tu pensa né meu parceiro.
Heitor: Alguém tem que pensar nisso aqui.
Thierry: Bem, então eu vou mexer meus pauzinhos na rua e logo mais eu volto. Temos que agitar um
pouco não é mesmo?
Tota: Vamos colocar logo aquele verme do Imperador e do Russo no chão. – Rimos e o Thierry saiu. O
Tota foi fazer alguma coisa e eu fiquei ali naquela sala pequena e imunda olhando para o chão.
Olhei o Diguin levar a empregadinha para dar a comida para a Franciellen e eu esperava que ela não
falhasse na porra do plano. Eu sempre soube que meu destino seria curto. Nessa vida só sobrevive por
muito tempo macaco esperto. E eu cai numa furada da certa. Meu pai e meu padrin jamais me levaria a
sério novamente, melhor, eles deixariam que eu morresse. E eu merecia isso mesmo.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 144º capítulo - Franciellen narrando
Esses meses presa eu vivi o verdadeiro terror. E tudo o que eu pensava era em proteger a vida do meu
bebê. Quando o senti mexer pela primeira vez, meu estômago urrava de tanta fome. As refeições mínimas
não me satisfazia, mas não permitia vacilar. Eu estava fraca, necessitada de água e um bom banho. A
lembrança do Tota e do Thierry me segurando em cima de uma mesa de madeira, enquanto o médico
cortava a minha barriga a sangue fria para tirar o meu bebê estaria para sempre na minha memória. Eu
implorava pela vida do meu bebê que foi pegado de qualquer maneira, tão pequeno e tão frágil. Não pude
nem saber o sexo, não pude ver seu rostinho. Pelo tamanhozinho eu não sabia dizer quantos meses ele
tinha, mas a imagem destruiu o pouco que restava de mim. Os pontos foram dados e eu fui jogada
novamente no cativeiro e amarrada feito um animal. Eu chorava gritando de dor e de tristeza pelo meu
bebê. Eu sabia que fim eles dariam ao meu bebê e aquilo me matou. Eu implorei para morrer várias
vezes, eu não aguentaria viver mais sem o meu filho.
Quando a mulher apareceu para me dar comida, eu neguei colocando a cabeça na frente. E então ela
indicou com o olhar o que ela tinha nas mãos. Era um celular. Ela assentiu com a cabeça e colocou a
colher na minha boca ao mesmo tempo em que peguei o celular enquanto o homem não nos olhava. Ela
colocou entre minhas pernas o celular. Eu não quis aquela comida e ela foi embora. A porta foi trancada e
a luz apagada. E com dificuldade eu segurei o celular em uma das mãos. Minha barriga ainda sangrava
um pouco e doía tanto. Eu olhei para o bloqueio de tela e vi aquela mensagem dizendo “Franciellen, eu
não mereço teu perdão, mas isso é tua liberdade. Esse é o endereço de onde estamos xxx-xxx, liga para o
Imperador”. Meus olhos se encheram de lágrimas e por longos minutos eu fiquei pensando se aquilo seria
uma armadilha. Eu estava destruída demais para colocar o Imperador em perigo novamente. O celular
estava sem senha e então o olhei todo. Vi a data e meu queixo caiu. Eu sabia que estava aqui por muito
tempo, mas com meus desmaios constantes eu perdia a noção do tempo. E então eu soube que meu bebê
tinha apenas sete meses quando fora arrancado da minha barriga. Lágrimas quentes rolaram pelo meu
rosto e a imagem da minha mãe veio a minha cabeça. Quando percebi, eu estava discando o número de
casa. Já eram 3:55 da manhã e não ouvia barulho de passos do andar de cima. Um fio de esperança
brotou em mim quando minha mãe atendeu.
🔸 Início da Ligação 🔸
Cristina: Alô? Alô? Quem é?
Fran: Mãe, sou eu, Franciellen. – Sussurrei.
Cristina: O que? Isso só pode ser mentira, aquele menino esteve aqui, ele disse que você havia sido
sequestrada. – Ela chorou do outro lado da linha.
Fran: Mãe, sou eu, por favor, eu preciso da sua ajuda. Pelo amor de Deus.
Cristina: Isso é trote.
Fran: Seu aniversário é no dia 14 de novembro, papai fez 11 anos de falecido dia 24 de março, você gosta
de pintar suas unhas de vermelho. Mãe, sou eu, a sua filha. – Eu estava ofegante pelo cansaço e a dor em
mim só aumentava.
Cristina: Onde você tá minha filha? De onde está me ligando?
Fran: Eu preciso que você vá até o Imperador logo pela manhã... – Respirei fundo e continuei a falar – Eu
estou nesse local xxx-xxx, mãe por favor.
Cristina: Esses monstros vão pagar pelo o que fizeram contigo meu amor. – Ela chorava.
Fran: Você anotou o endereço?
Cristina: Sim é claro. Olha meu amor, eu não vou vacilar contigo dessa vez, a mamãe promete ok? Eu vou
cuidar de você meu amor.
Fran: Mamãe... – Deixei as lágrimas caírem pesadas enquanto eu me dobrava de dor – Eu te desculpo por
tudo.
Cristina: Eu não mereço suas desculpas meu amor, não mereço nem ser chamada de mãe, eu destrui sua
vida.
Fran: Mas eu te desculpo porque te amo.
🔸 Fim da Ligação 🔸
Eu deixei que o celular escorregasse da minha mão e eu fui me recolhendo para o canto me posicionando
em uma posição que doesse menos. Eu tinha que esconder aquele celular e o coloquei dentro do short
surrado que estava usando desde quando me arrancaram do morro.
Eu não me lembro de quando foi que apaguei, mas lembro bem dos tiros e dos gritos. Minha cabeça
estava pesada e eu não conseguia abrir os olhos. Eu tremia de frio e eu não conseguia abrir a boca para
gritar. De uma coisa tenho certeza, o barulho de tiro demorou a cessar e eu tenho certeza de ter sentido
um anjo me pegar no colo e ele tinha o rosto do Imperador.
Imperador: Minha menina eu estou aqui agora, eu vou te levar pra nossa casa. – Eu ouvi vozes ao longe e
não consegui responder ao meu anjo. Tudo não passava de um borrão, eu abri e fechei meus olhos
inúmeras vezes, mas não conseguia dizer mais nada. Meu corpo inteiro queimava de dor e minha cabeça
parecia que iria explodir.
Eu abri meus olhos novamente e uma luz branca forte me fez piscar várias vezes. Olhei para todos os
lados desnorteadas e uma voz me pediu calma várias vezes. E então eu vi o rosto da minha mãe.
Cristina: Está tudo bem agora, meu amor. – Ela segurou na minha mão fazendo carinho. Eu tentei dizer
alguma coisa, mas havia uma máscara de oxigênio me impedindo – Eu disse que não vacilaria novamente.
Eles te salvaram, aquele menino, seu namorado. Franciellen, eu vou chamar o médico, ele disse que você
acordaria em breve. – Ela saiu e logo depois um médico apareceu. Ele me fez uma série de perguntas e
eu assenti. Eu já não sentia aquela imensa dor sobre o meu corpo, mas havia um vazio dentro de mim.
Esse vazio havia sido habitado por uma pequena pessoa dentro de mim por quatro meses. Ele me
manteve viva, me deu esperanças, com ele eu conversava nos momentos de solidão e pedia calma que
tudo aquilo iria passar. Eu contei histórias de como havia conhecido o seu pai, como eu havia me divertido
ao lado da Thami, da Cat e da Luana. Contei de como o Liminha me aconselhou no beco e falei do Russo
que sempre me apoiou e me fez rir pra caralho.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 145º capítulo - Imperador narrando
Eram 11 horas quando cheguei ao morro e os moleques disseram que tinha uma dona me procurando faz
tempo. Ao chegar na boca dei de cara com a mãe da Franciellen.
Imperador: O que tu quer aqui porra? – Cruzei os braços.
Cristina: A Franciellen me ligou.
Imperador: O que? Ta achando que eu to de brincadeira aqui caralho? Não consome meu tempo não. –
Ela se assustou dando passos para trás exatamente como a Franciellen fez comigo. As duas eram
semelhantes até mesmo fisicamente.
Cristina: Eu não estou brincando, a minha filha me ligou essa madrugada e me mandou vir falar com
você. Você me prometeu que iria encontrar ela, a traz de volta. – Ela chorou e me entregou um pedaço de
papel – Esse foi o endereço que ela me deu. É a minha filha que me ligou, ela estava mal, parecia sentir
dor e chorava muito. – Eu olhei para o endereço com o coração batendo acelerado de tanto ódio.
Imperador: DADO REÚNE OS MOLEQUES, CHAMA O RUSSO. A ORDEM NÃO É MATAR, TRAZ AQUI PRA
NOSSA TOCA QUE EU VOU ENSINAR ESSES VERMES COMO QUE SE VIRA HOMEM. – Disse olhando nos
olhos da Franciellen.
Dado: Sim, senhor patrão. – Ele saiu correndo atrás do Russo com rádio na mão.
Cristina: O que você vai fazer?
Imperador: O que eu deveria ter feito há muito tempo. – Olhei novamente para o endereço na mão –
Mete o pé daqui coroa, já fez tua obrigação. – Fui até a porta para sair dali.
Cristina: Ela é a minha filha. – Ela segurou meu braço e eu olhei para trás.
Imperador: Agora ela é sua filha? – Ri irônico – Ta certo, quem sou eu para discordar.
Cristina: Todos cometemos erros.
Imperador: Mas nem todos os erros tem desculpa.
Cristina: Ela me desculpou, mesmo eu não merecendo... – Ela chorou olhando nos meus olhos – E ela
disse que me ama, que me desculpa porque me ama.
Imperador: Isso não é problema meu. – Soltei meu braço dela e sai andando dali. Dei ordens para dois
dos meus homens irem verificar aquele local no sapatinho. Enquanto isso o Russo me encontrou na rua.
Russo: E ai chefe.
Imperador: Se o que aquela coroa falou é verdade, vamos buscar hoje a minha mulher.
Russo: To contigo até o fim irmão. – Fizemos um toque de mão.
Eu esperei tanto por esse dia que eu mal poderia me conter. Eu não conseguia imaginar minha reação ao
ter minha menina novamente em meus braços e ter nossa filha bem nos nossos braços. A minha Gabriela
teria uma irmã para dividir o quarto e as duas poderia até ser amigas. Eu corri para contar para o meu
pai. Ele ficaria no morro com meu tio para cuidar se caso ocorresse alguma coisa. Não seria burro de cair
em casinha montada pelo Thierry. Quando a notícia chegou que o endereço que a coroa deu era de
verdade, não deu outra. Eu me preparei, atravessei meu fuzil no peito e já ia descendo o morro quando
ouvi me gritarem. Olhei para trás e a Catarina veio correndo na minha direção.
Imperador: O que foi? – Ela me abraçou apertado, se afastou de mim e fez um sinal da cruz na minha
testa.
Catarina: Te cuida, irmão. Olha, cuidado ok? Traz a nossa magrela de volta. – Ela sorriu com lágrimas nos
olhos – E outra, o Tota é meu.
Imperador: A gente vai ter que dividir então. – Levantei uma das sobrancelhas.
Catarina: Sem vacilar ein porra, se tu cair eu caio junto.
Imperador: Não vim nessa vida pra poder cair, eu vou trazer a nossa magrela. – O maluco chegou com o
carro e eu já cai pra dentro. Olhei pra Catarina pela última vez e eu lembrei da primeira vez que sai pra
missão. Eu era moleque, tinha 14 anos e estava no banco de trás do carro. Íamos pegar uma carga
pesada de maconha e armas com os cu azul. A Catarina chorava espirraçando com meu pai que tinha a
proibido de ir atrás de mim.
Quando chegamos ao local, montamos nosso plano. A área estava limpa, tinha um ou dois lá de tocaia
olhando a casa. Eu estava com o meu bonde pesada e os meus moleques foram na frente já metralhando
tudo, botando tudo para o chão. Só dei uma olhada para o Russo e seguimos entrando na casa. O Heitor
estava na cozinha de joelhos rendido e com a arma no chão. Enquanto o tiro cantava em outros cômodos
e pelo terreno.
Imperador: Oizinho. – Sorri pra ele – Feliz em me ver?
Heitor: Acaba logo com isso, Imperador. – Um dos meus homens o segurava pelo braço.
Imperador: Por que tanta pressa? Eu esperei por quase 1 ano, amor.
Heitor: Eu deixei sua filhinha viver, eu que mandei a Nathalia entregar na sua casa.
Imperador: Ah é mesmo? – Fiz cara de deboche – Agora só por isso eu devo ter piedade do bebezinho do
PH? Coitadinho. – Ele ficou calado e eu me aproximei dele. Encostei meus lábios no ouvido dele e
sussurrei – Deveria ter pensado melhor antes de querer tomar o que é meu. – O Russo me puxou para
trás.
Dado: Tudo limpo aqui chefe. – Ele indicou para passar. Olhei por uma janela o Tota sendo jogado no
chão e com um fuzil apontado para o rosto dele.
Imperador: Quem é esse? – Perguntei enquanto o Liminha vinha carregando um cara.
Liminha: Ele sabe onde a Franciellen está.
Imperador: FALA LOGO PORRA! – Dei um tapa na cara do filho da puta.
Xxx: Lá embaixo, no final do corredor. – Ele meteu uma de x9 com pouca pressão.
Russo: Boa colaboração. – Ele riu.
Liminha: Nem vem, negão, esse é meu. – O Liminha saiu carregando o viado filho da puta e enquanto eu
segui a indicação dele. Achamos uma porta e fui descendo as escadas numa escuridão do caralho. Do
nada uma luz acendeu. Olhei para trás e vi que era o Russo.
Russo: Sou bandido e não morcego porra. – Rolei os olhos e continuei a descer. Logo vi uma cela ali e
quando bati o olho na Fran jogada no chão, amarrada e ensanguentada, aquilo me destruiu.
Quando peguei a Fran no colo, ela estava viva, mas não conseguia formular uma frase sequer para me
responder. Ela tremia e seu corpo estava queimando de febre. Olhei para os pontos mal feito em sua
barriga começando a abrir.
Russo: Mano... – Ele também não acreditava no que estava vendo.
Imperador: Preciso levar ela para o hospital, cuida de tudo aqui, Russo me ouviu porra? – Ele colocou a
chave do carro dele na minha mão.
Russo: Certo. – Ele subiu as escadas correndo na minha frente e eu corri para o carro do Russo com a
Fran no meu colo. A coloquei no banco de trás e fui dirigindo pela estrada de terra feito louco até chegar
no asfalto.
Imperador: Amor, fica comigo, você vai ver a nossa filhinha. – Ela murmurou alguma coisa e eu acelerei
mais ainda o carro. A levei para o mesmo hospital onde estava a Carolina, entrei a segurando no colo e
pedi socorro. Logo os enfermeiros vieram para me socorrer ao ver a situação, colocaram a Fran em uma
maca e eu não pude seguir com ela. A preocupação com a saúde da Fran e da Carolina batiam forte no
meu coração. Liguei para os meus pais e não custou nada mesmo eles estavam no hospital, a Thami e a
Catarina vieram junto. Eles me encheram de perguntas e eu não tive muita paciência pra responder. Com
o coração ali no hospital, eu tive que resolver minhas responsabilidades no morro. Passei um rádio para o
Russo e ele disse que estava tudo certo do jeito que eu queria. Entrei no carro e parti para o morro. Assim
que brotei no matagal na parte de trás da boca topei com os meus soldados em volta do Heitor, Thierry e
Tota.
Imperador: Olha se não são os três mosqueteiros. – Ri. Eles permaneceram de cabeça baixa – Qual foi
porra? Vão falar comigo não? Eu gosto de conversar.
Thierry: Qual é Imperador? Quer se fazer de homem aqui na minha frente? Sabe que eu comi a sua
mulher primeiro que tu. – Ele riu.
Imperador: E desde quando comer mulher te faz mais ou menos homem do que alguém? – Ri cruzando os
braços.
Eu não iria gastar saliva com aqueles três mais. E o que eu fiz foi para eles sentirem a dor que a Fran
sentiu quando foi estuprada, quando o João foi morto, a dor que senti quando ela foi sequestrada, quando
a minha filha estava no chão do meu portão jogada e quando a minha mulher, a minha primeira dama, foi
encontrada quase morta dentro de um cativeiro. Podem me chamar de animal, mas é da minha natureza
agir assim. Aqui quem manda não é a lei dos homens, mas as minhas leis. E eu faria de tudo para
proteger o meu povo e a minha família. Deixar o meu território nas mãos desses filhos da puta era deixar
a pivetada sem a ONG em um estado bom, o postinho lá sem um fortalecimento bacana, o baile iria ser
uma merda pra curtir, quem tivesse precisando de um botijão de gás, de um remédio pra pressão alta não
ira ter. Porque eu os conheço, dois deles eu já cheguei chamar de parceiro. Eu dei as ordens para torturá-
los até eles morrerem, desmembrar e jogar no rio que corre atrás do morro.
Mais tarde eu voltei para o hospital e passei para olhar a minha pequenina através do vidro. A minha
pequena Carolina. Eu não conseguia tirar os olhos dela e torcia para que ela saísse dessa com vida.
JR: Meu pivete. – Meu pai parou do meu lado com as mãos no bolso.
Imperador: Oi pai.
JR: Tudo certo no morro?
Imperador: O certo pelo certo.
JR: E agora?
Imperador: Vida que segue.
JR: Os médicos disseram que a Fran vai ficar bem.
Imperador: Minha pequena é forte, nada destrói essa menina. Minhas duas pequenas no caso.
JR: Elas não passaram por pouca coisa. Carolina mal veio a vida e já tem história pra contar.
Imperador: Será que ela e a Gabi vão se orgulhar de mim, pai?
JR: Você ta me fazendo essa pergunta? – Ele riu.
Imperador: Não posso fazer?
JR: Fiz essa mesma pergunta pra sua mãe.
Imperador: O que ela respondeu? – Olhei pra ele.
JR: Ela ainda não me respondeu.
Imperador: Minha mãe também ein. – Ri.
JR: A resposta tem que vir de você e da Catarina. Vocês se orgulham de mim?
Imperador: Claro que me orgulho, você é meu pai. Nunca deixou faltar nada pra gente. Tudo o que sou
devo a você.
JR: Então a minha missão ta cumprida.
Imperador: Te amo velho.
JR: Também te amo filho.
A Fran só foi acordar no dia seguinte, a mãe dela quis ficar com ela no quarto e eu deixei. Não iria ficar
discutindo com ela no hospital. Mas no horário de visita, como o quarto era só da Fran, poderia entrar
mais gente, mas me deixaram entrar sozinho. Ela estava sentada na cama, recebendo soro na veia. Ela
abriu um sorriso tímido ao me ver e eu me aproximei.
Imperador: Oi magrela. – Sorri pra ela, me abaixei para beijar sua testa e olhei em seus olhos – Como
você está se sentindo?
Fran: Já estive melhor.
Imperador: Eu lembrei da vez em que me disse que gostaria do nome Gabriela se tivesse uma filha.
Fran: Por favor, não me tortura com isso. – Seus olhos se encheram de lágrimas – Já não me basta viver
com a culpa de não ter protegido o meu bebê e...
Imperador: Ei, calma... – Sequei suas lágrimas – Ninguém te contou?
Fran: Me contou o que?
Imperador: A nossa filha ta viva. – Ela me olhou com a boca aberta como se não tivesse acreditado.
Fran: Viva? – As lágrimas caíram dos nossos olhos.
Imperador: Carolina Marinho Cabral. Nossa guerreira, amor. Ela é linda. Só que a situação dela é grave,
ela está no UTI, ela tem uma baixa contagem de glóbulos vermelhos no sangue. Os médicos explicaram
que agora no momento não tem como eles afirmarem como vai ser o futuro da Carolina, tudo vai
depender de como ela vai se desenvolver ao longo dos anos. Pode ser que ela tenha sequelas, como pode
ser que não. Nossa filha é uma guerreira, amor. Eu já fico feliz só de tê-la sendo cuidada dentro de um
hospital e muito mais feliz ainda de te ter aqui.
Fran: É uma menina. – Ela chorou e eu a abracei como pude. A notícia não era boa, mas eu faria de tudo
para ver minha filha bem e saudável.
Imperador: Acabou, magrela. Graças a Deus o pesadelo acabou. – Ficamos abraçados por um bom tempo,
até que eu fui forçado a sair dali pela minha mãe e as meninas que queria ver a Fran.
Eu não queria tocar no assunto de voltar a namorar com a Fran, não é o momento certo para isso.
Teríamos longos momentos até chegar esse dia. Saindo do hospital eu fui visitar a minha outra vidinha
toda gordinha.
Quando cheguei a casa da Manu, ela sorriu pra mim com a Gabi no colo.
Imperador: Oi minha gostosa. – Peguei a Gabi no colo – Minha bolotinha delícia.
Manu: Para de chamar minha filha de bolotinha.
Imperador: Ah mas ela é a minha bolotinha. – Ri.
Manu: Uns meninos ai me deram a notícia que vocês conseguiram achar a Franciellen.
Imperador: Graças a Deus sim. – Sorri.
Manu: E é verdade mesmo que a Gabi tem uma irmãzinha?
Imperador: É sim. – Olhei para Gabi no meu colo – Você tem uma irmãzinha bolotinha, vai querer
conhecer ela? – Ela abriu um sorriso gostoso para mim e eu dei um cheiro nela. Eu entrei na casa da
Manu e ficamos conversando por um bom tempo. O nascimento da Gabi fez bem a ela, a Manu ficou bem
mais cabeça. Ela me perguntava direto da Fran e me deu vários conselhos. Conversamos muito nesse
tempo, ela me ouviu pra caralho e a bolotinha foi a minha força.
Fiquei fazendo um tempo ali, perguntei se a Manu estava precisando de alguma coisa e dei o dinheiro do
médico da Gabi.
Pela noite eu voltei para o hospital e fiquei morando lá até a Fran e a minha pequenina saírem daquele
lugar. Eu não as abandonaria nunca mais.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ Algum meses depois...
As coisas estavam começando a se encaixar. Heitor foi o primeiro a morrer, depois o Tota e por último o
Thierry. Eu não tive pena nenhuma dos filhos da puta e nem queria ter. A Fran e a minha pequenina
estavam na casa dos meus pais e a mãe da Fran estava ficando aqui pra ajudá-la no que fosse preciso. As
duas passavam um bom tempo conversando e eu era louco para saber o conteúdo da conversa. Cheguei
na casa dos meus pais por volta das 19 horas, passei pela cozinha para dar um beijo na minha coroa.
Babi: Hmm que beijo gostoso filho. – Ela sorriu.
Imperador: Cadê a Fran?
Babi: Lá em cima, depois ajuda ela descer, janta já está quase pronta. – Subi correndo para o segundo
andar e cheguei ao quarto onde ela estava ficando. A minha pequenina estava dormindo no berço e eu
olhei para a Fran sorrindo e ela retribuiu o sorriso.
Imperador: Dormiu agora? – Perguntei da Carolina.
Fran: Mamou e dormiu.
Imperador: E sua mãe?
Fran: Ela foi em casa, ajeitar umas coisas.
Imperador: Podemos conversar?
Fran: Precisamos né? – Ela riu.
Imperador: Sim. – Ri e me joguei deitado ao lado dela na cama.
Fran: Abusado. – Ela me deu um tapinha.
Imperador: Só um pouco.
Fran: E como que ta a Gabi?
Imperador: Uma bolotinha, chega cansa o braço.
Fran: Tadinha da menina.
Imperador: Ai mas é meu amorzinho. Hoje dei uma volta por ai com a Cat, compramos umas roupinhas
para a Carol.
Fran: Umas roupinhas? – Ela me olhou sorrindo.
Imperador: Você já viu? Porra Catarina é foda mano.
Fran: Ela tem uma roupa para cada dia do ano. –Ela riu.
Imperador: Qual foi? Filha minha tem que andar no estilo. Tem que puxar o pai ué.
Fran: Deus me livre se ela puxar você.
Imperador: Ta ligado nas fotos que minha mãe te mostrou né? Minha cara quando eu era bebê.
Fran: Me recuso. – Rolei os olhos.
Imperador: Aceita que dói menos. – Sorri – Mas ein, a gente não ia conversar? – Fiquei de bruços na
cama e passei o braço em volta da cintura dela.
Fran: É, precisamos nego. – Ela colocou suas mãos no meu braço fazendo carinho – Mas você não vai
gostar nada.
Imperador: Como assim?
Fran: Eu só quero que me entenda, por favor. Eu não me sinto bem morando aqui no morro, tudo é tão
recente, eu ainda tenho pesadelos com aqueles dias horríveis. Eu mal consigo dormir no escuro e eu sinto
que isso afeta a Carol.
Imperador: Você vai embora? É isso?
Fran: Eu não vou te privar de vê-la, não vou te privar de nada. Mas eu só não quero criar minha filha
nesse meio.
Imperador: Então quer dizer que... – Olhei pra ela sentindo meu coração doer.
Fran: Foi muito difícil para mim tomar essa decisão, Bruno. Tudo o que eu mais pensava quando estava
nas mãos daqueles filhos da puta era em você e na Carol. Isso que me manteve firme. Meu amor por
vocês. Mas eu não consigo mais ficar aqui. Não quero que a minha filha saiba do que ela passou, eu quero
apagar isso das nossas vidas. Eu quero que ela tenha um tratamento adequado, que ela possa se
desenvolver bem.
Eu respirei fundo e fiquei quieto digerindo tudo aquilo que ela estava falando. E eu a entendia. Eu não
queria que a minha filha sofresse novamente e as imagens dela jogada no meu portão ainda faziam meu
peito doer. E essa vida sempre iria a expor ao perigo. E por amor a ela e a Fran eu coloquei as minhas
vontades de lado.
Imperador: Minha menina, eu entendo você. – Coloquei minha mão na bochecha dela e fiz carinho com o
polegar – Eu te amo sabia?
Fran: Eu também te amo muito, Bruno.
Imperador: Um dia você volta para mim?
Fran: Eu sempre pertenci a você. – Ela segurou na minha mão a beijando – Mas agora as coisas são
diferentes.
Imperador: Sim, elas são. E eu não quero te prender aqui sabendo que não está bem, meu amor.
Fran: Mesmo? Não vai gritar e xingar?
Imperador: Eu já te perdi o suficiente para saber que nada disso resolve.
Fran: Eu encontrei uma casa em Minas Gerais. Eu vou pra lá com a Carol e minha mãe vai pra me ajudar
também. Acho que depois de tudo, todos precisamos de um recomeço. – Aquilo estava doendo em nós
dois. Ambos sabíamos o que aquilo representava e eu não estava em posição para ser moleque
novamente com a Fran.
Naquela noite dormimos juntos, sem maldade nenhuma até porque a Carol não deixou. Mas eu só queria
aproveitar cada segundo restante ao lado da minha magrela. Ela dormiu em meus braços enquanto eu
fazia cafuné nela. Durante a madrugada a Carol acordou e eu peguei para deixar a Fran dormir mais um
pouco. Eu não queria mais ver minha pequenina machucada, não queria que ela entrasse em um hospital
entre a vida e a morte. E se em Minas Gerais a segurança estava garantida, bem, eu as deixaria ir em paz.
Claro que eu não estava feliz com isso, era uma parte de mim que estava indo morar em outro estado, no
entanto agora não era o momento para ser egoísta.
Eu acordei cedo, por volta das 6 horas, fui ao banheiro e lavei a boca com enxaguante bucal. A janela
estava aberta e então parei nela para observar o morro. Um morador e outro saindo para trabalhar, o sol
nascendo. Senti dois braços envolverem minha cintura me abraçando por trás. As mãos da Fran subiram
pelo meu peito e eu senti o rosto dela encostar nas minhas costas.
Imperador: Vai dormir, pequena.
Fran: Quero aproveitar um pouquinho.
Imperador: É mesmo é?
Fran: Sim. – Ela me soltou e foi até o banheiro. Fiquei a esperando voltar, assim que a porta do banheiro
se abriu, eu me virei e fiquei a olhando vir em minha direção. Estiquei meu braço e a peguei pela cintura a
trazendo de encontro ao meu corpo.
Imperador: Sabe de uma coisa, morena?
Fran: O que?
Imperador: Sou pirado em você. – Coloquei a minha outra mão na sua nuca. Ela abriu um sorriso olhando
nos meus olhos.
Fran: Não adianta me olhar assim. – Ela abriu um sorriso.
Imperador: Olhar como?
Fran: Olhar pidão de cachorro, sabe que é difícil resistir.
Imperador: Não resiste então. – Aproximei meus lábios dos dela.
Fran: Não vamos dificultar. – Ela colocou as duas mãos no meu peito.
Imperador: Se não tiver dificuldade não vai ser a gente. – Ela subiu as mãos até minha nuca, a prendi
mais firme no meu corpo e rocei meus lábios nos dela. Subi uma mão até a nuca dela e peguei no seu
cabelo dando início então ao beijo. Fazia tanto tempo que eu não sentia o gosto da boca dela, tanto
tempo que eu não sentia o coração dela bater forte contra o meu peito. Nos beijamos para nos despedir,
eu sabia disso. Eu estava perdido naquele beijo, poderia morrer a beijando e assim morreria feliz e em
paz. Ela é a minha vida, minha sina, minha menina. Eu sou fascinado e nada seria capaz de mudar o que
sinto por essa mulher. Ela estava com tanta saudade quanto eu, não parou o beijo nem para recuperar o
fôlego. Quando caímos na cama, o chorinho bastante conhecido já nos fez parar. A Fran parou o beijo me
olhando como se tivesse despertado de um transe.
Imperador: Ai como eu te amo, Carolina. – Deitei a cabeça na cama e olhei para o teto rindo.
Fran: Chorona igual você. – Ela riu.
Imperador: Eu não sou chorão.
Fran: E também um bebezão.
Imperador: Quando eu te pegava firme na cama não falava isso. – Ri a provocando.
Fran: Vai caçar o que fazer, Bruno. – Ela riu levantando de cima de mim e foi pegar a Carol. A danada só
queria um colo mesmo. E eu fiquei deitado na cama observando cada passo que a Fran dava com a Carol
a ninando. Eu poderia ficar ali eternamente gravando essa cena na minha memória. Porque as duas eram
a minha felicidade, elas eram minhas. Para sempre minhas.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 18 anos depois — Carolina Narrando
Não fazia muito tempo que eu havia me formado no colégio, o que me machucou foi que meu pai não
pode comparecer a minha formatura. E isso me preocupou muito, já que ele mesmo morando no Rio de
Janeiro sempre dava um jeito para vir aqui em Minas para me ver e me acompanhar. Eu era louca, doida
de pedra, para ver ele e a minha mãe juntos novamente. Eu não aguentava vê-los de conversas aleatórias
e trocando olhares sempre que saímos juntos. Minha mãe sempre me respondia “É complicado, um dia
você vai entender” e meu pai dizia “Sua mãe está bem melhor sem mim”. E eles nunca me diziam mais
nada, minha mãe nunca me contou porque eles se separaram. E a minha vó, a rainha da pamonha, ficava
em silêncio quando eu a questionava sobre meus pais. Sempre fui louca para conhecer o Rio de Janeiro,
mas minha mãe nem sequer tocava no assunto de me deixar passar as férias com meu pai, dizia que ele
trabalhava muito. Mas agora que eu já tenho 18 anos, não vejo porque não visitá-lo.
Eu posso me virar muito bem sozinha pela manhã e tarde, enquanto de noite eu fico com ele. Mas não,
Carolinda deveria ficar quietinha e presa na chatice indomável da minha casa.
Estava deitada no sofá da minha casa mexendo no celular quando uma notificação do Messenger
apareceu. Abri a conversa e achei muito estranha, eu não conhecia essa garota.

— Início da Conversa —
Gabriela Cabral: Quem é você?
Carolina Marinho: Eu que pergunto quem é você, garota.
Gabriela Cabral: Eu vi uma foto sua no celular do meu pai e se tem vagabunda ciscando no meu território
não vai ficar assim não meu bem.
Carolina Marinho: Seu pai? Amor, quem gosta de velho é asilo, dá licença.
Gabriela Cabral: Velho é o cacete sua piranha interesseira. Para de se fazer de cínica, eu encontrei um
monte de foto sua e dessa mulher que você posta foto direto junto no Facebook.
Carolina Marinho: Não mete minha mãe nisso. Oh mina para de fazer a doida, eu não sei nem quem é seu
pai e não faço ideia porque ele tem foto minha e da minha mãe. Você deve ter se confundido.
Gabriela Cabral: Vai falar que essa não é você e a mulher das fotos?
(3 imagens)
Carolina Marinho: Onde você conseguiu isso?
Gabriela Cabral: E por que você tem fotos com meu pai? Agora eu sou a louca?
(1 imagem)
Carolina Marinho: Você ficou louca? Esse é o meu pai!
Gabriela Cabral: Seu pai? Kkkkkkkkkkkkkk Você não está é bem garota.
Carolina Marinho: De onde você é menina?
Gabriela Cabral: É da sua conta?
Carolina Marinho: Então vai se fuder.
— Fim da Conversa —

Essa garota além de idiota era dissimulada. Eu fiquei encasquetada com aquela conversa, aceitei essa tal
de Gabriela no Facebook e dei aquela stalkeada modo ninja no perfil dela todo. Achei o Twitter dela e dei
outra stalkeada básica. A mina era toda favelada, toda famosinha, metida a Maria Fuzil e o que me deixou
incomodada mesmo é ela morar em uma favela do RJ. Certeza que essa porra estava de trote pra cima de
mim. De repente ela começou a me ligar através do Messenger e eu atendi.
— Início da Ligação —
Gabriela: Fala alguma coisa, garota.
Carolina: Você que me ligou, você que tem que falar.
Gabriela: Oh demente, eu estou ligando porque eu quero esclarecer umas coisas contigo.
Carolina: Que coisas?
Gabriela: Eu estou na casa da minha tia e eu fiz umas perguntas pra ela.
Carolina: E daí?
Gabriela: E ela me disse que você é filha do meu pai.
Carolina: Eu não tenho uma irmã.
Gabriela: O que você sabe a respeito do seu pai então garota?
Carolina: Muitas coisas que não são da sua conta.
Gabriela: Escuta Carolina, eu não sei em qual merda meu pai está se metendo, mas tem muita coisa ai
que ninguém está nos contando. Porque minha tia desconversou total quando eu mostrei as fotos que
encontrei sua e da sua mãe na gaveta do meu pai.
Carolina: Então é por isso que minha mãe nunca me deixa ir para o RJ ficar com meu pai? É por que ele
tem família ai?
Gabriela: Qual nome que ele deu para você?
Carolina: Bruno.
Gabriela: Imperador?
Carolina: Que?
Gabriela: Bruno, Imperador. Filho do JR e da Bárbara, irmã da Catarina. Carolina, você ao menos conhece
a família do seu pai?
Carolina: Não.
Gabriela: Meu pai é chefe da boca.
Carolina: Então estamos falando da pessoa errada, meu pai trabalha em uma concessionária.
Gabriela: Trabalho é uma coisa que meu paizinho não conhece, da licença. Claro que ele mentiu pra você
junto com sua mãe. É óbvio que todos estão mentindo pra nós duas durante todos esses anos. Sabe por
quê? Porque meu pai some na maioria dos finais de semana, alguns feriados prolongados ele não fica em
casa. Ou ele vai ficar com você ou ele vai comer mulher.
Carolina: Ele vem me visitar...
Gabriela: Eu perguntei para a minha tia qual é o nome da mulher das fotos e ela me disse que era
Franciellen, esse não é nome da sua mãe?
Carolina: É.
Gabriela: Sempre que eu pergunto porque meu pai não arruma mulher nenhuma, tipo fiel saca, ele mete
um 71 e desconversa. Ele quando vai para ai ele fica com a sua mãe?
Carolina: Não, eles apenas conversam.
Gabriela: Sobre?
Carolina: Sobre mim, sobre o dia a dia, coisa boba. Em geral ele só fica comigo.
Gabriela: Olha eu odeio nego mentiroso, eu posso ir até MG conhecer você?
Carolina: A gente conversa sobre isso depois, minha mãe chegou do trabalho.
— Fim da Ligação —

Fran: Oi meu amor, falando com quem?


Carolina: Com a Débora, ela me chamou pra passar o final de semana na casa dela.
Fran: Seria bom você ir, seu pai não vem essa semana.
Carolina: Por quê?
Fran: Muito trabalho. – Ela deu de ombros e foi para a cozinha. Eu fui atrás dela.
Carolina: Meu pai trabalho tanto né?
Fran: Ah sim, filha.
Carolina: Por que a gente não mora no RJ?
Fran: Não gosto de morar lá.
Carolina: A senhora morava onde mãe? Tipo quando conheceu meu pai? – Sentei em um banco e tentei
perguntar tranquilamente.
Fran: Por que a pergunta? – Ela riu guardando o que havia comprado nos armários.
Carolina: Você nunca fala como conheceu meu pai e eu sei lá, queria tanto saber. Eu vejo como vocês
dois se olham sempre que ele vem aqui. Você ainda gosta dele né?
Fran: Carol, nada a ver esse assunto agora né? – Ela riu.
Carolina: Tudo a ver, mãe.
Fran: Filha, eu não gosto desse assunto ok?
Carolina: Por que não? É o meu pai, eu tenho direito de saber.
Fran: Único direito que você tem é de passar na faculdade e nada mais.
Carolina: Ih que saco. – Levantei do banco e fui para o meu quarto. Sentei na cama e mandei mensagem
para a Gabriela no Messenger. Se minha mãe não iria me contar nada, eu iria descobrir sozinha. Eu não
conseguia ver perigo na Gabriela e se desse merda seria bem feito para a minha mãe e para o meu pai
por terem me mantido no escuro todo esse tempo.

— Início da Conversa —
Carolina Marinho: Oh garota.
Gabriela Cabral: Fala direito comigo.
Carolina Marinho: Como você descobriu meu Facebook?
Gabriela Cabral: Eu peguei a sua foto do celular do meu pai e joguei no Google.
Carolina Marinho: Ah...
Gabriela Cabral: E?
Carolina Marinho: Eu vou para o RJ. Mas com uma condição.
Gabriela Cabral: Todas que você quiser.
Carolina Marinho: Quero uma prova de que você é mesmo filha do meu pai e também que dê um jeito
para eu ir para o RJ.
Gabriela Cabral: Só? Eu vou na rua agora atrás daquele cretino e o jeito para você vir para o RJ eu mesmo
te busco. Olha amor, espero que tenha consciência de qual terreno está pisando, porque aqui o buraco é
mais embaixo.
Carolina Marinho: Eu odeio mentiras.
Gabriela Cabral: Somos duas.
— Fim da Conversa —
Naquela mesma noite a Gabriela não só mandou uma foto dela junto com meu pai como também gravou
um áudio conversando com ele. Não tive tempo nem para derramar uma lágrima de raiva pela confusão
de mentiras que os meus pais me submeteram. Mas agora era hora da farsa acabar. Eu estava certa do
que iria fazer e nada iria me impedir.
A Gabriela realmente veio, essa seria a maior loucura que estaria fazendo em toda minha vida chata e
sem graça. Eram 2 horas da manhã e a Gabriela estava encostada em um carro no final da minha rua
uma semana depois que havíamos conversado. Ela me deixou bem ciente das pessoas que eu iria
encontrar lá: bandidos. E saber que meu pai era um deles, me deixou muito apreensiva. Mas para um
simples trabalhador e honesto ele tinha tatuagens até demais.
Gabriela: Pensei que fosse dar para trás. – Ela riu.
Carolina: Isso não tem graça. – Cruzei os braços sentindo frio pra caralho mesmo estando de casaco.
Gabriela: Eu sei que não tem, acha que eu estou feliz com isso?
Carolina: Seria bem mais fácil terem contado para gente que somos irmãs.
Gabriela: Eu sempre quis ter um irmão ou uma irmã, sempre muito chato ficar sozinha.
Carolina: Será que a gente pode ir logo?
Gabriela: Claro. – Entramos no carro que ela dirigia e coloquei minha mochila no banco de trás.
A viagem teria demorado muito mais se a Gabriela não fosse uma louca atrás do volante, ela foi de MG
até o RJ ouvindo umas músicas que eu nem sabia que existia, até que não eram ruins. Já era manhã
quando chegamos ao RJ e a cidade era linda por demais, eu estava encantada. Pra quem nunca saiu de
MG, chegar ao RJ é bom pra carai. Ela pegou um caminho estranho pra porra.
Gabriela: Lar doce lar. – Ela sorriu subindo o morro, na entrada tinha uns moleques fumando maconha
com um fuzil atravessado no peito rindo e conversando. Eu não consegui tirar os olhos dele – Olha não
fica encarando muito, as negas daqui são bem esquentadas. Oh mas tu fica ligada ein? Irmã minha não
apanha pra rata não ein? Toma porrada de novo quando chegar em casa. – Ela riu.
Carolina: Ah desculpa. – Havia um frio percorrendo minha espinha, eu não sabia o que falaria para o meu
pai, tudo aquilo estava acontecendo. A Gabriela levava aquilo muito naturalmente e eu mal conseguia
conversar com ela.
Gabriela: Meu pai deve ta na boca.
Carolina: Nosso pai.
Gabriela: Enfim, ele deve ta na boca. – Ela dirigiu até uma parte, logo tivemos que descer do carro.
Alguns moradores que passavam ficaram encarando a gente. A Gabriela foi na frente subindo a escadaria
e todos que passavam ela cumprimentava. Certeza que ela era bem conhecida. Chegamos a uma casa
toda capenga que tinha um monte de sujeito mal encarado que a Gabriela os cumprimentou.
Gabriela: Ai LB, cadê meu pai?
LB: Ai princesa, qual é da tua amiga ai?
Gabriela: Não é para o teu bico, te orienta.
LB: Qual foi Gabi, vai ficar humilhando na alta. – Ele riu e me comeu com o olhar. Então um homem sem
camisa saiu e eu o reconheceria de longe. Era o meu pai, só que numa versão mais solta. Eu nunca havia
o visto sem camisa e ele tinha mais tatuagens do que eu imaginava e um corpinho tão delícia. Havia uma
arma na sua cintura e a versão que eu tinha do meu pai foi quebrando aos poucos na minha mente. E ele
parou imediatamente ao me ver. A Gabriela se posicionou ao meu lado e nós duas o olhamos.
Imperador: O que você está fazendo aqui, Carolina?
Carolina: Oi, pai. Vim dar um passeio em família.
Meu pai estava furioso. E eu nunca havia o visto daquela forma, nem mesmo quando eu aprontava no
colégio. E a raiva dele só aumentou a minha e da minha meia irmã, Gabriela.
Gabi: Qual é pai? Você achou mesmo que iria esconder a verdade de nós duas para sempre? Uma vida
dupla? Quem é você? 007 ou meu pai?
Imperador: Não começa com suas ironias, Gabriela.
Carolina: Então você e a minha mãe acharam que iriam sustentar isso até quando? Até eu morrer?
Acharam mesmo que tinham o direito de mentir para mim e para a Gabriela toda vida? Que nunca a
verdade iria aparecer.
Imperador: Carolina não é bem assim... – Ele tentou se aproximar e eu me afastei.
Carolina: Então como é? Me diz que eu ainda não consegui entender. Todos esses anos tudo que eu só
queria saber é como você e a minha mãe se conheceram. Mas hoje eu descobri que é bem mais do que
isso. Vocês mentiram para mim, mentiram para a Gabriela.
Imperador: Eu só quis proteger você.
Carolina; Ah me proteger? Me proteger do que?
Imperador: Olha o que eu sou, Carolina. Será que você não consegue entender o que eu e a sua mãe
fizemos todo esse tempo?
Carolina: O que você e a minha mãe fizeram foram me privar da verdade.
Gabriela: Pai esconder dinheiro debaixo do cofre é uma coisa, agora esconder uma filha. É pesado.
Imperador: Porra cadê a Franciellen?
Carolina: Está em casa, por quê?
Imperador: Ela não sabe que você está aqui?
Carolina: Eu dei uma semana pra ela me contar a verdade, já que ela não quis, eu vim com a Gabriela.
Imperador: E você não me contou nada? – Ele olhou pra Gabriela.
Gabriela: Agora você exige que eu te conte alguma coisa?
Imperador: Vocês duas não entendem.
Carolina: O que eu não entendo é como você e a minha mãe puderam me esconder isso.
Imperador: Eu vou contar a verdade para vocês.
Gabriela: Aleluia irmãos, vamos glorificar de pé.
Imperador: Não debocha, Gabriela. – Ele a fuzilou com o olhar.
Gabriela: Vamos maninha, preciso comer alguma coisa. – Ela me pegou pelo braço.
Imperador: Aonde vocês vão?
Gabriela: Você não é o Senhor Sei de Tudo? Se vira. – Ela foi me puxando enquanto íamos descendo a
escadaria.
Carolina: Que droga.
Gabriela: Sabe o que eu não entendo?
Carolina; O que?
Gabriela: O porquê disso tudo.
Carolina: Eu preciso dormir um pouco. – Bocejei.
Gabriela: Vou te levar pra casa. – Voltamos para o carro dela e ela dirigiu até sua casa. Eu olhava tudo
pela janela e tentava não perder nada. Ela parou o carro em frente a uma casa de dois andares, mas de
aparência simples. Descemos do carro, ela abriu o portão e entramos. Esperei ela abrir a porta da casa e
quando entramos fiquei de boca aberta com o luxo que era a casa.
Gabriela: Baba não bebê. Te levar para o meu quarto. – Ela subiu as escadas, andamos pelo corredor até
chegarmos em frente a porta de um quarto. Ela abriu e o quarto era lindo, tudo o que uma garota poderia
querer lá tinha. Dava para ver que a Gabriela gostava bastante de um rosa.
Gabriela: Toma um banho que eu vou catar umas coisas pra gente comer por ai.
Carolina: Tá certo. – Ela me deu uma toalha e saiu do quarto. Eu entrei no banheiro, sentei no vaso e
liguei meu celular. Eu sabia que o que havia feito iria deixar minha mãe puta pra caralho, mas ela não
estava em posição de brigar comigo. Logo ela que sempre me ensinou a ser uma pessoa verdadeira,
exigiu transparência sobre minhas atitudes e agora quem é a hipócrita?
No meu celular havia inúmeras ligações perdidas da minha mãe e eu não retornei nenhuma. Levantei do
vaso, deixei meu celular ali em cima, tirei minha roupa e entrei no box. Tomei um banho gelado de uns 15
minutos. Eu precisava esfriar minha cabeça e pensar na melhor maneira de lidar com tudo isso. Ao sair do
banho já vestida, meu pai estava sentado na cama da Gabi segurando o celular nas mãos. Ele levantou o
olhar e ficou me encarando.
Imperador: Carol... Eu...
Carolina: Eu só quero entender porquê. – Sentei ao lado dele – Você e a minha mãe sequer pensaram em
mim quando resolveram esconder isso tudo?
Imperador: Você não faz ideia do que eu e a sua mãe tivemos que passar.
Carolina: Claro que não faço, vocês me esconderam. Mentiram para mim toda a minha vida. Olha quem
você é pai.
Imperador: Você tem vergonha do que eu sou? – Nossos olhares se encontraram e eu vi tristeza nos olhos
deles.
Carolina: Eu não sei nem quem você é.
Imperador: Seu pai, Carolina.
Carolina: Pais não fazem o que você e a minha mãe fizeram.
Imperador: Fizemos para te proteger. – Ele levantou passando a mão pela cabeça.
Carolina: Me proteger do que? – Levantei ficando frente a frente com ele.
Imperador: Disso tudo porra. – Ele segurou na minha nuca com as duas mãos e olhou nos meus olhos –
Você não faz ideia do inferno que é essa vida.
Carolina: E por que não sai dela?
Imperador: Isso é o que eu sou.
Carolina: E eu? O que eu sou pra você?
Imperador: Você é parte de mim.
Carolina: A Gabriela sabe quem você é e leva tudo isso numa boa.
Imperador: A Gabriela só tem a mim, Carol.
Carolina: E a mãe dela?
Imperador: A Emanuelle meteu o pé fazem anos e desde então ela fica aqui comigo.
Carolina: E por que não me contou ao menos dela? Precisava ter escondido que eu tenho uma irmã?
Imperador: Não queríamos que você soubesse disso tudo antes da hora.
Carolina: Antes da hora você quer dizer nunca né? Eu já tenho 18 anos e vocês não fizeram
absolutamente nada para me contar a verdade.
Imperador: Eu queria te contar há muito tempo, mas pra sua mãe é difícil.
Carolina: O que aconteceu com vocês? – Ele ficou quieto me olhando e se afastou de mim sentando
novamente na cama – Me responde, pai.
Imperador: Sua mãe está vindo para cá, eu liguei pra ela.
Carolina: Você fez o que?
Imperador: Não é a verdade que você quer? Então a verdade você vai ter.
Quando minha mãe chegou, parecia que ela havia trago um furacão junto. Ela estava puta da vida e mais
ainda com o meu pai. Quem abriu a porta foi a Gabriela, minha mãe passou por ela e me olhou.
Fran: VOCÊ NÃO DEVERIA TER FEITO ISSO COMIGO, CAROLINA. VOCÊ PERCEBE O QUE EU SENTI
QUANDO EU ACORDEI E NÃO TE VI NA CAMA E NEM EM LUGAR NENHUM DA CASA?
Imperador: Calma, Fran. – Ele entrou no meio de nós duas e a segurou pelos braços.
Fran: IMPERADOR NÃO SE METE NISSO PORRA. EU QUERO FALAR COM A MINHA FILHA.
Imperador: Não, você vai falar é comigo agora.
Fran: FALAR O QUE? EU NÃO TENHO NADA PRA FALAR CONTIGO MAIS.
Gabriela: Vamos deixar os dois, acho que tem algo pendente ai. – Ela cochichou no meu ouvido e fomos
andando de fininho pra cozinha. De lá ficamos ouvindo os dois discutirem.
Imperador: Franciellen por anos eu cedi a sua vontade e eu compartilhei dela, agora não da mais pra
esconder nada da Carolina e nem da Gabriela. Porra você não percebe?
Fran: O que eu não percebo é como você deixou a Gabriela se aproximar tão fácil assim da Carolina.
Gabriela: Sua mãe não conhece a internet? – Rimos.
Imperador: Eu posso fazer o que? As duas se conheceram. Ponto final. Para de dar chilique porra. Ou a
gente conta o caralho da verdade pras duas ou você vai embora da minha casa gritar lá na rua. Só
escolher.
Fran: Então é assim que vai me tratar?
Imperador: É assim que você me tratou todos esses anos.
Fran: Você acha que foi fácil para mim?
Imperador: Você soube lidar com tudo isso muito bem.
Fran: Pra mim nada mudou, Bruno.
Imperador: E acha que pra mim mudou? Acha que eu esqueço do dia que você desceu esse morro pela
última vez? Acha que eu cai para o primeiro baile que rodou no morro pra comemorar a sua ida? Você
escolheu isso, Franciellen. E eu não poderia ser egoísta a ponto de impedir vocês duas de irem embora. E
então eu fiz o que estava ao meu alcance.
Fran: Eu só tinha 18 anos, Imperador. O que eu passei não foi fácil, eu precisava superar tudo aquilo.
Carolina: Tudo aquilo o que? – A Gabriela deu de ombros.
Imperador: Amor, eu sei bem do que você passou. E aquilo tudo me mudou também. Mas eu queria
superar ao seu lado. Fran, você me marcou porra, olha quanto tempo passou e eu ainda penso na gente.
Fran: Bruno... – Ela estava chorando. Minha mãe quase nunca chorava – Eu sempre amei você. Mas a
Carol, ela é o meu tudo. Eu não queria que ela passasse pelo o que eu passei, eu não queria que
tocassem nela da forma como me tocaram. Ela quase morreu, Bruno. Ela foi arrancada de mim só com 7
meses.
Gabriela: Oh, meu pai ama sua mãe. É sério isso? – A Gabriela falava ao meu lado e eu estava mais
preocupada em entender do que eles estavam falando. Eu quase morri? Meu peito doeu de tanta tristeza.
Ouvir minha mãe chorar daquela forma ao falar aquelas coisas para o meu pai me fez repensar se no que
eu tinha feito foi realmente certo. Levantei da cadeira e fui até a sala. Meu pai estava abraçando minha
mãe enquanto ela chorava em seu peito.
Carolina: Desculpa... Eu não fazia ideia. – Uma lágrima rolou em minha bochecha. Meu pai esticou um de
seus braços, fui ao seu encontro e ele abraçou a nós duas.
Imperador: Você não tem culpa de nada, Carol. – Ele beijou o topo da minha cabeça.
Fran: Desculpa, filha. Eu só fiz isso porque eu acreditava ser certo para nós duas.
Carolina: Eu entendo, mãe. Claro que entendo.
Aquele momento família aos poucos foi acabando. E com os ânimos mais calmos sentamos os quatro na
sala e minha mãe e meu pai contaram tudo para gente. Foi uma enxurrada de informações que chegaram
fazer o meu cérebro doer. Nunca pela minha cabeça passou que minha mãe tivesse um passado tão
escuro quanto o que ela estava me contando. E ver meu pai ao lado dela segurando a sua mão, dando
força pra ela, me fez chorar ainda mais. Saber as coisas que a minha vó fez com a minha mãe foi terrível,
eu não conseguiria olhar novamente na cara da minha vó com a mesma naturalidade de antes. Não
entendi como a minha mãe foi capaz de perdoá-la depois de tudo. Eu e a Gabriela ficamos sentadas no
sofá lado a lado ouvindo agora meu pai falar de como eles se conheceram, como foram se aproximando,
até chegarem a ficar. Ele mencionou também a mãe da Gabriela e eu senti que isso a afetou, mas ela não
derramou nenhuma lágrima a respeito de tudo isso. Meu pai falou desde as partes engraçadas da vida dos
dois, desde as partes ruins de quando eles brigaram feio que resultou a separação dos dois, contou a
parte de quando ele descobriu que minha mãe estava grávida bem no dia do nascimento da Gabriela. E o
baque mesmo veio quando a minha mãe começou a contar do sequestro dela. Eu vi claramente a dor do
passado no olhar dos dois. O assunto era tão pesado que eu pude compreender o motivo dos dois terem
escondido isso da gente por tanto tempo. Eu entendi porque minha mãe foi embora largando tudo isso
para trás. Ela levou uma vida tão dura desde tão nova que recomeçar era o certo para nós duas. Saber
que eu poderia não ter tido uma oportunidade de conhecer os dois, me fez chorar mais ainda e a Gabriela
segurou na minha mão fazendo carinho.
Imperador: Agora vocês entendem porquê nunca apresentamos as duas? Porquê escondemos isso de
vocês?
Gabriela: Claro que a gente entende, agora eu sei porque a idiota da minha mãe foi embora.
Imperador: Gabi, não é bem assim.
Gabriela: Ah, pai, eu não te culpo por você não gostar da minha mãe. Eu a culpo por ela me usar, se
fazendo de boazinha, a rainha da compreensão no momento que você estava frágil. E quando ela viu que
não iria conseguir nada contigo, ela meteu pé com outro macho.
Fran: A Emanuelle fez o que?
Gabriela: Não vou repetir.
Fran: Você não me contou isso, Bruno.
Imperador: Claro que contei, eu disse que a Emanuelle havia ido embora.
Fran: Mas não me disse o motivo.
Imperador: Agora você já sabe.
Fran: Então, Carol... – Eu levantei a cabeça olhando pra ela.
Imperador: Você perdoa a gente?
Carolina: Não tem nem cabimento eu não perdoar vocês. Eu só quero que vocês entendam que vocês
poderiam ter contado isso antes pra mim e pra Gabriela.
Fran: Você teria vindo de todas as formas para cá, Carolina. Eu conheço bem você.
Carolina: Ainda bem que me conhece, porque eu não vou voltar para Minas.
Fran: Claro que você vai. Você vai pra faculdade, vai se formar e vai seguir uma carreira.
Carolina: Quero ver quantas da senhora vai conseguir me arrastar daqui. – Cruzei os braços e olhei
decidida.
Fran: Bruno! – Ela apelou para o meu pai quando percebeu que não iria conseguir nada comigo.
Imperador: O que tem a garota ficar aqui?
Fran: Não.
Gabriela: Por que não? A Kiara e o Guidin vão adorar conhecer ela. – Ela sorriu olhando para eles e em
seguida para mim – E eu vou adorar ter uma irmã. Não, sério. Vou te levar em cada canto do caralho,
amor, tu vai arrasar no baile comigo.
Imperador: Gabriela, você se empolga muito.
Gabriela: Coé pai, a gente já ficou nesse papo aqui de coração, do passado, choramos e rimos aqui na
maior melação. Mas por que não aproveitar me diz? Se a Carol quer ficar, tia, a gente cuida dela.
Imperador: Se você quiser ficar também... – Ele olhou pra minha mãe e eu abri um sorriso.
Carolina: Pelo visto vocês tem muito ainda o que resolver. – Ri.
Gabriela: Aproveitem, eu vou levar minha nova irmã para conhecer o povão. – Ela riu e foi me puxando
para o lado de fora da casa. Se soubesse que iríamos sair teria colocado uma roupinha melhor.
Carolina: Onde vamos?
Gabriela: Na casa dos nossos avós.
Carolina: Os pais dos meu pai?
Gabriela: É claro.
Carolina: Eu os conheço, mas pouco. Eles me visitaram em Minas algumas vezes. Thamires, Pedro,
Catarina e... deixa eu ver, ah e Igor. Amigos dos meus pais. Eles foram lá algumas vezes, mas nem me
lembro muito. – Já eram umas 21 horas da noite. O dia havia sido muuuito agitado mesmo.
Gabriela: Precisamos é dar uma festa em comemoração, sério mesmo. – Ela riu.
Carolina: É muito, não precisa disso tudo.
Gabriela: Amor tudo é motivo de festa, pelo amor. Um churras, uma gelada, tudo numa boa. – Numa boa
não estava nada essas escadas. Ela me carregou até uma casa um pouco parecida com a do meu pai, ela
abriu o portão, me puxou pela mão e fomos entrando. Ela deu a volta até os fundos da casa e abriu a
porta. O casal tomou um susto ao nos ver. Eu lembrava deles bem pouco mesmo.
Gabriela: Olha não se assustem, o filho de vocês fez cagada de novo, tipo a cagadaça do século. Não sei
se vocês lembram. – Ela me puxou me colocando na frente dela – Carolina esses são nossos avós, JR e
Bárbara. Eles estão meio velhos, mas são bem legais. – Eles nos olhavam como se tivessem visto um
fantasma – Gente acordem, falem alguma coisa.
Babi: Meninas, onde foram que vocês se meteram? – O meu avô apenas deu risada de tudo isso. Não
custou nada para a ficha cair, eles até nos convidaram pra jantar e porra que comida delícia essa da
minha vó. Eles conversaram muito com a gente e zoaram a Gabriela o tempo todo. Mais tarde a Gabriela
me arrastou para conhecer um tal de Guidin e porra que trem gato da porra. Ele é filho da Catarina com o
Igor ou Russo sei lá. As coisas ainda estavam começando a fazer sentido na minha cabeça.
Guidin: Ih qual é dessa mina ai, Gabi?
Gabi: Minha irmãzinha linda de bonita. – Ela sorriu.
Guidin: Porra qual foi? Teu pai ta tirando onda ou é da sua mãe?
Gabi: Deus que me livre ela ser filha da minha mãe.
Guidin: Deixa tua coroa ouvir isso.
Gabi: Eca, nojo. – Ela rolou os olhos.
Guidin: Ih, qual foi mina? Gato comeu tua língua? – Ele riu me olhando.
Carol: É que eu não sei o que falar. – Ri.
Guidin: Faz a tímida não, logo mais a doida da Kiara cola aqui. Diz ela que vai dormir lá em casa, não sei
como, mas vai né.
Gabi: Vai rolar é pente certo isso sim.
Carol: Quem é Kiara?
Gabi: Kiara é filha da tia Thami com o Liminha. Eles não moram mais por aqui, mas a Kiara vem sempre
pra cá, não sei porque aquela cachorra não se muda pra cá logo.
Xxx: Oh Miguel! – Uma garotinha linda parecendo uma boneca apareceu se quebrando toda e colocou a
mão na cintura – A minha mãe mandou você ir pra casa agora que se não ela vai vir aqui na rua com a
vassoura. – Rimos do jeitinho fofo dela de falar. O Guidin a pegou no colo.
Gabi: Ih sai Lorena, o Miguel agora é meu. – Ela o abraçou pelo pescoço, beijou o rosto dele e sorriu pra
menina.
Lorena: Larga meu irmão Bibi, eu vou chamar minha mãe. – Ela fez bico.
Gabi: Chama lá que eu quero ver.
Lorena: Miguel, olha a Biela. – Ela fez beicinho – Larga meu irmão. – Ela empurrou a Gabriela que o
soltou.
Guidin: Calma meninas, tem Guidin pra todas.
Lorena: Tem nada.
Guidin: Aqui, Lore, essa aqui é a Carol. – Ele sorriu mostrando eu pra ela.
Lorena: Quantos anos você tem?
Carolina: Eu tenho 18.
Lorena: Então não pode namorar na boca com meu irmão. – Rimos.
Carolina: E quem é que pode namorar na boca com ele?
Lorena: Ninguém, que se não eu mato assim com a mão oh. – Ela apertou as duas mãos e caímos na
gargalhada.
Guidin: Oh garota não estraga meus esquemas. Eu vou levar essa doida pra casa, até mais ai. – Ele piscou
pra gente e saiu andando.
Carolina: Ai que comédia essa menina.
Gabriela: Minha paixão ela. – Fomos voltando pra casa do meu pai e sentamos na calçada – E ai, vai ficar
mesmo?
Carolina: Se minha mãe não me arrastar para Minas.
Gabriela: Acho que meu pai vai convencer ela de ficar.
Carolina: Os dois ainda se gostam e muito.
Gabriela: Vamos armar pra eles ficarem? – Ela me olhou rindo.
Carolina: Larga de ser doida Gabi. – Ri.
Gabriela: Ai credo, não tem nada de bom pra gente fazer. Eles só precisam do nosso empurrãozinho.
Pensa só comigo: Os dois ficam juntos, sua mãe fica aqui e então você fica também, eu ganho uma irmã
pra dividir o quarto, meu pai fica feliz e todo mundo sai ganhando. – Ela riu e eu tive que concordar com
essa doidinha.
Carolina: Ta e qual é o plano? – Ela tirou do bolso um molho de chaves – Ta e pra que isso serve?
Gabriela: São as chaves do meu pai, eu peguei do bolso dele enquanto vocês estavam lá abraçadinhos. –
Ela riu – Vamos trancar todas as portas e como as janelas tem grade então não tem como eles saírem.
Carolina: E a gente vai dormir onde demência?
Gabriela: Na casa do Guidin. Tia Cat vai surtar quando souber que você e a sua mãe estão aqui.
Carolina: Garota se isso der merda, a culpa sua e o plano é seu.
Gabriela: Não vai dar merda, o máximo que pode acontecer ali é vir um irmãozinho. O que? Ta faltando
mais homi nessa família. – Ela riu.
Carolina: Vamos logo trancar essa casa. – Dito e feito. Os dois estavam entretidos conversando na sala e
nem perceberam quando a gente passou em cada porta e fomos trancando pelo lado de fora. E quando
saímos na rua rimos como se tivéssemos uns 14 anos.
Gabriela: Ai como eu adoro isso. – Ela me abraçou e foi me levando pra casa da Catarina que era onde o
Guidin morava. A doida nem chama, nem toca campanhia, já sai entrando na casa dos outros. O Russo
estava deitado no chão com a Lorena em cima dele e o Guidin largado no sofá, isso porque estávamos
olhando pela janela.
Gabriela: Vim jantar ein. – Ela gritou na janela eles olharam pra gente rindo.
Russo: Tem comida não porra, vai comer na tua casa.
Gabriela: Pow que miséria aqui ein. – O Guidin levantou pra abrir a porta pra gente e entramos.
Lorena: Oh pai, o Miguel fica querendo namorar essas meninas feias na boca. – Rimos.
Gabriela: Feia é você, garota.
Guidin: Eu quero namorar todo mundo na boca.
Russo: Não pega ninguém, garota. – Ele riu – Se enxerga. – Nossa tio Russo era um pãozinho, Ave Maria.
Xxx: Que bagunça é essa na minha casa? – Olhamos na direção do corredor de onde vinha a voz e a
Catarina veio sorrindo.
Gabriela: Oi tia, trouxe uma surpresinha pra você.
Catarina: Carol? – Ela me olhou surpresa – Ta fazendo o que aqui garota? Franciellen sabe que você está
aqui?
Gabriela: Como sabe como está aqui meu amor.
Russo: O que? Carolina? Nossa nem reconheci. – Ele levantou do chão com a Lorena pendurada nele.
Carolina: Oi gente. – Sorri.
Catarina: Menina, mas você está um arraso. – Ela veio me abraçar – A última vez que te vi você nem tinha
peito direito.
Carolina: Olha continuo não tendo muita coisa né. – Ri e então o Russo me abraçou.
Guidin: Ta fazendo a fina né, porque porra comissão de frente e de trás ta um espetáculo.
Lorena: Oh pai o que é comissão de frente.
Russo: Guidin cala a sua boca.
Catarina: Deixa Kiara ouvir isso ein. – Ela riu – Mas ai me conta, sua mãe veio mesmo pra cá? – E então
eu tive que explicar pela segunda vez aquela noite o que aconteceu pra eu estar aqui com a Gabriela e els
riram pra caralho.
Carolina: Ai agora a gente trancou os dois em casa e estamos sem onde dormir.
Gabriela: E viemos dormir aqui e estamos com fome.
Catarina: Ah, mas aqui só tem pão velho, de quarta feira ainda. – Eles riram.
Gabriela: Por que vocês fazem isso comigo cara? – Ela fingiu choro.
Carolina: Que fomo o que, acabamos de jantar. – Ri. Ficamos conversando pra caramba que até a Lorena
por fim pegou no sono. E essa garotinha fala pra cacete ein.
Xxx: MIGUEL! – Gritaram no portão.
Russo: Oh isso não é hora de tá namorando no meu portão não ein.
Guidin: Ih pai, deixa minhas tretas. – Ele riu e sai de casa.
Gabriela: Kiara chegou ein.
Catarina: Vou fazer um lanche para a minha nora linda. – Ela levantou.
Gabriela: Nossa baba ovo, Kiara vem aqui não lava um prato, eu lavo a louça do todos os churrascos.
Russo: Olha a ciumenta. – Ele fez cócegas nela.
Gabriela: Vão lá com a Kiara.
Catarina: Mas é muito ciumenta né garota, claro que vou fazer lanche para todos os meus bebês. – O
Guidin entrou na sala com uma menina no colo.
Kiara: Oi gente. – Ela sorriu para todos e desceu do colo do Guidin – Oi prima, oi mina desconhecida. –
Ela deu beijo no rosto de todos – Oi sogro. – Ela riu e foi até a cozinha falar com a Catarina e voltou.
Guidin: Ai mulher essa ai é a Carolina, filha do padrin, acredita? Maluco é metedor da porra. Mete em cima
e mete em baixo.
Russo: Miguel cala a sua boca. – Rimos.
Kiara: Prazer Kiara.
Gabriela: Busquei lá em Minas pra curtir baile com a gente.
Kiara: Porra pesado pra caralho, vai ter que rebolar a raba pra gente ver a potência. – Ela sentou no sofá
ao lado do Guidin e eu ri.
Carolina: Ai Gabriela para, eu fico sem graça.
Kiara: Fica sem graça não boba, aqui é tudo família.
Russo: Tudo em família mesmo, to vendo. – Ele riu indo até a cozinha. Não custou nada eles me
enturmaram nas conversas dele, eu me senti muito bem vinda por todos e eu achando que eles não iriam
gostar de mim. E por fim, eu estava já adorando a ideia de ficar por aqui.
ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ — Epílogo —
Fazia tempos que eu não sentia o toque de um homem, de verdade mesmo? O último homem que havia
me tocado dessa forma havia sido ele mesmo. Anos que eu não sabia o que era me sentir viva novamente
e ele conseguia isso tudo apenas me fazendo rir. Finalmente, com o peso da mentira fora dos meus
ombros, eu senti que podia ser eu mesma. A Franciellen. A menina de 18 anos apaixonada pelo chefe da
boca que fora embora do RJ para Minas Gerais e que agora estava de volta. Eu me sentia uma menina
novamente.
Fran: Bruno... Para com isso. – Eu ri enquanto ele dava em cima de mim durante a conversa.
Imperador: Foi mal, desculpa. – Ele se afastou rindo.
Fran: Cadê minha filha ein?
Imperador: A Gabriela vai cuidar dela, relaxa. Logo mais elas estão ai.
Fran: Já está tarde, sabe disso.
Imperador: Ih ó, fica de boa. – Ele riu puxando minhas pernas para o colo dele e fazendo carinho –
Quanto tempo que você não vem aqui.
Fran: Eu pensei que não fosse sentir tanta saudade quanto eu sinto agora.
Imperador: Vai ficar?
Fran: Eu tenho um trabalho, eu tenho uma vida lá em Minas.
Imperador: E enquanto a sua vida que você deixou aqui?
Fran: Eu sinto mais saudade ainda.
Imperador: Então fica ao menos por um tempo. – Ele me olhou e eu sentia tanta falta desse olhar de
cachorro pidão dele – Eu lembro de você dizendo que um dia voltaria a ser minha e que sempre pertenceu
a mim. – Eu abri um sorriso tímido e coloquei minhas mãos no rosto.
Ele levantou e veio deitando sobre mim tirando minhas mãos do meu rosto.
Fran: Ai Bruno... – Sorri olhando nos olhos dele.
Imperador: Adoro esse charme que você faz. – Ele sussurrou ao pé do meu ouvido – Não tem mais nada
que nos impede, amor.
Fran: E a Carol e a Gabi?
Imperador: Gabi tem a chave dela, vamos aproveitar só um pouco. – Deslizei minhas mãos pelas costas
dele.
Fran: Você para de me provocar. – Ele distribuiu beijos pelo meu pescoço – Não faz isso, amor. – Pedi
manhosa.
Imperador: Não faz o que mesmo, pequena?
Fran: Não me provoca.
Imperador: Mulher eu vou te provocar pra sempre. Agora que você voltou eu não vou te deixar ir embora.
Nada mais vai nos separar ouviu?
Fran: Mas a gente voltou? – Eu ri brincando.
Imperador: Não?
Fran: Me dá uma prova de que vale a pena largar tudo. – Ele abriu um sorriso malicioso de lado, levantou
de cima de mim e me pegou no colo com força. Ele foi subindo as escadas comigo em seu colo, fazendo
um trajeto que eu me lembrava muito bem e me colocou deitada na cama dele. Ele foi até seu guarda
roupa, pensei que tivesse procurando camisinha sei lá, mas estava demorando muito.
Fran: O que foi, Bruno?
Imperador: Preciso de uma coisa.
Fran: Camisinha?
Imperador: Ah, não. – Ele riu – Achei. – E então ele voltou com uma caixinha nas mãos e se ajoelhou no
chão. Eu sentei na cama sem entender nada e então ele pegou na minha mão esquerda e abriu a caixinha
mostrando duas alianças lindas – Quando eu comprei essas alianças éramos novos, um pouco
irresponsáveis e não tínhamos muito o peso da vida nos nossos ombros. Hoje eu e você temos uma filha
linda, que já tá grande e ela é a prova de que o nosso amor é eterno. De que o nosso amor pode ser
abalado, mas apagado jamais. Eu durmo e acordo pensando no seu sorriso desde o dia que você deixou
essa casa, você é a única mulher que eu aceito deitar na minha cama da forma que eu desejo, sempre foi
a mulher dos meus sonhos. E apesar de todo esse tempo observando você de longe, desejando sem
poder tocar, hoje eu te tenho aqui e eu não vou perder tempo. Não vou fazer jogos e se Deus quis que a
nossa hora de ficar juntos fosse hoje, bem deixa a vontade dele ceder. Eu não quero apenas te dar a
aliança, eu quero bem mais do que isso. Fran, você aceita ser a minha mulher? Para hoje e sempre. Meu
amor por ti, minha eterna minha menina, será eterno. Tudo o que eu mais quero é envelhecer do seu
lado, ver as minhas filhas se tornando alguém e ser feliz com a mulher que eu amo. Aceita, pequena? –
Nessas horas eu já estava caída no choro e não consegui dizer nada a não ser pular em cima dele o
enchendo de beijos.
Fran: Claro que eu aceito meu homem. – Ele colocou a aliança no meu dedo e eu achei incrível o fato dela
ainda caber.
Imperador: Mas tu não engorda né mulher, minha magrela. – Ele sorriu me beijando.
Fran: Sempre sua magrela. Eu te amo, Bruno.
Imperador: Eu te amo, Fran.
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