Fichamento sobre o artigo de Hans Kelsen, intitulado “O Controle Judicial da
Constitucionalidade”.
Discente: Felipe de Paula Assaf da Fonseca
Turma: 5B
1- Formação
Hans Kelsen, o pai do positivismo e da ciência do direito, foi um jurista e
filósofo austríaco. Nascido em 1881 na cidade de Praga, graduou-se em Direito pela Universidade de Viena, em 1906, e foi um dos pioneiros no estudo do controle de constitucionalidade. Kelsen ajudou a elaborar a Constituição da Áustria, adotada em 1920. Em 1940, em meio ao aumento do autoritarismo na Áustria devido ao avanço do regime nazista em terras germânicas, imigrou-se para os Estados Unidos, devido a sua ascendência judaica. E é nesse contexto em que este artigo é redigido. Kelsen pretende exemplificar, comparar o Controle de Constitucionalidade Austríaco com o Americano.
1.2 – Publicações
• Teoria Pura do Direito (Law Quarterly Review. Julho de 1935).
• Princípios do Direito Internacional (Columbia Law Review. Fevereiro de 1954).
2 – Estrutura/Escopo
O artigo de Hans Kelsen é organizado em quatro capítulos onde são
abordados diferentes pontos.
2.1 – Objetivo
O autor busca comparar a constituição austríaca de 1920 com a constituição
americana no que diz respeito à revisão judicial. Hans Kelsen procura destacar as diferenças e semelhanças entre ambas, analisando como lidam com a revisão judicial. Ele critica e elogia ambos os sistemas, enquanto demonstra como cada um trata a questão da inconstitucionalidade de uma lei. 2.2 – Resultado
O autor consegue comparar como a revisão judicial é abordada em ambas as
constituições. Além disso, ele também discutiu outros métodos de revisão judicial na legislação e porque foram descartados. É importante notar que Hans Kelsen esclarece para o público americano como a constituição da Áustria de 1920 operava, já que esta era completamente desconhecida e distante para eles.
3 – Metodologia
Neste estudo, o autor adota uma abordagem descritiva dogmática, reunindo
informações específicas de artigos constitucionais, leis e precedentes para analisar como a revisão judicial funciona em dois sistemas diferentes. Além disso, ele busca incentivar uma reflexão dedutiva no leitor, incentivando-o a comparar os dispositivos constitucionais e formar suas próprias conclusões. No texto, o autor também destaca suas concordâncias e discordâncias com os diversos métodos de aplicação da revisão judicial.
4 – Síntese
4.1 – Síntese Geral do Artigo
O artigo analisa as mudanças introduzidas pela Constituição da Áustria de
1920 em relação à aplicação da revisão judicial, comparando com a constituição anterior. Antes de 1920, as cortes austríacas tinham poder limitado para avaliar a legalidade e constitucionalidade dos decretos. Uma das principais metas da reforma era ampliar a eficácia desse processo. O autor também compara a Constituição da Áustria de 1920 com a Constituição Americana, especialmente em relação ao procedimento para declarar uma lei inconstitucional. Segundo a Constituição Americana, o objetivo principal da revisão judicial não é determinar se uma lei é constitucional ou não, mas sim proteger os interesses das partes contra violações ilegais de normas.
4.2 – Síntese sobre o Item “I”
O primeiro capítulo do artigo marca uma introdução ao texto, no qual Kelsen
menciona as garantias implementadas na Constituição Austríaca de 1920, com o intuito de garantir a constitucionalidade das leis e decretos. Kelsen coloca em pauta a questão da importância de uma revisão judicial tendo em vista o perigo de órgãos administrativos excederem os limites de seus poderem e criarem normas legais gerais. 4.2 – Síntese Item “II”
O segundo capítulo aborda as novidades introduzidas pela Constituição
Austríaca de 1920. Nela, uma corte especial foi designada para garantir a revisão judicial, com poder para anular leis consideradas inconstitucionais. Vale destacar que nem sempre era necessário anular completamente a lei; em vez disso, apenas a parte considerada inconstitucional poderia ser separada do restante da lei, tornando-se inválida para casos futuros. Além disso, as decisões da corte geralmente não tinham efeito retroativo, exceto quando a lei anulada não podia mais ser aplicada ao caso específico que levou à sua revisão e anulação.
4.3 – Síntese Item “III”
Neste capítulo, é claro que na Constituição Americana, a revisão judicial da
legislação acontece em um contexto específico. Ela não é usada para determinar se uma lei é constitucional ou não. Resumindo, essa questão só surge quando uma das partes argumenta que a aplicação de uma lei específica viola seus interesses de forma ilegal, por ser inconstitucional. Esse método visa principalmente proteger a validade das leis aprovadas pelo Congresso, dificultando a revisão judicial que poderia tornar uma lei federal inconstitucional.
4.4 – Síntese Item “IV”
Por fim, Kelsen aborda duas disposições da Constituição Austríaca de 1920
que podem interessar aos juristas americanos. Uma delas trata da situação legal resultante da anulação de uma lei. São duas situações distintas: na primeira, a anulação restaura a situação legal anterior à promulgação da nova lei; na segunda, a situação anterior não é automaticamente restaurada e a matéria fica sem regulamentação. Hans Kelsen também observa que, ao contrário dos Estados Unidos, a Constituição da Áustria permitia que a Corte Constitucional desses pareceres a pedido do governo estadual ou federal, sem considerar isso incompatível com o princípio da separação de poderes. 5- Literatura
5.1 – Referencial Teórico
5.2 – Bibliografia
• Constituição da Áustria de 1920;
• Constituição dos Estados Unidos – 1787 • Constituição de Weimar – 1919 • O.V. and S.K.R.R. versus Morgan County, 53, Mo. 156 (1873). • Denney versus State, 144 Ind. 503, 42 N. E. 929 (1896); McCollum versus McConnoughy, Iowa 172, 119 N. W. 539 (1909) • Chester T. Lane, "The Litigation Ictvolving the Constitutionality of the Public Utility Holding Company Act of 1935." Trabalho lido no Encontro Anual da Associação Americana de Ciência Política, 30 de dezembro de 1941. • Oliver P. Field, The Effeci of an Unconstitutional Srarute, (Minneapolis, 1935). • Alexander Holtzhoff, "The Judiciary Act of 1937", trabalho lido no Encontro Anual da Associação Americana de Ciência Política, 30 de dezembro de 1941. • Felix Frankfurter, "Advisory Opinions", in Encyclopaedia of the Social Sciences, vol. I, pp. 475-8