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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
LABORATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL II

REDUÇÃO DO 1,3 - DINITROBENZENO

Júlia de Souza Rodrigues - 109838


Juliana Ribeiro Paes - 109853
Matheus Sarmento Mendonça - 109835

Professora Patrícia Fontes Pinheiro

VIÇOSA - MG
2024
1. INTRODUÇÃO
Nitrocompostos aromáticos para formar anilinas sofrem redução, pode ser por
metais em meio ácido ou por hidrogenação catalítica. Quando deseja-se reduzir
apenas um grupo nitro essa redução é feita com redutores brandos como os da classe
dos sulfetos. Os substituíntes irão designar a próxima posição de entrada, se forem
ativadores orientarão a entrada orto-para, se forem desativadores orientarão a entrada
na posição meta, sendo assim, se houver um grupo ativados e outro desativador ficará
difícil ocorrer uma redução sucessiva. (SOLOMONS; FRYHLE, 2012).
A espectroscopia por ressonância magnética nuclear (RMN) é uma técnica
analítica usada para determinar a estrutura molecular e a composição química de
uma amostra. Ela atua analisando a interação dos núcleos em rotação em um forte
campo magnético. Na espectroscopia por RMN, uma campo magnético externo
estacionário faz com que determinados núcleos em uma molécula absorvam
radiofrequências seletivas. A energia absorvida induz uma transição nas rotações
(spins) nucleares, o que é observado em um espectro de RMN. (BRUICE, 2006)
A espectrometria e seus métodos envolvem a medição das intensidades de
radiação utilizando transdutores fotoelétricos ou outros dispositivos eletrônicos. Por
possuir maior comprimento de onda e menor energia, sendo a faixa número de ondas
entre 14290 e 200 cm-1, a radiação na região do infravermelho (IV) proporciona
alterações rotacionais e vibracionais de uma moléculas orgânicas, sendo uma
importante técnica usada para a caracterização de compostos orgânicos e seus grupos
funcionais (BARBOSA, 2007).
A cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) é uma
técnica altamente sensível e seletiva. Se fundamentando na diferença de polaridade
das moléculas e sua interação com as fases cromatográficas, combinada à separação
de íons de uma amostra baseada em sua razão massa/carga (m/z), a CG-EM é capaz
de detectar uma ampla gama de compostos orgânicos e inorgânicos em concentrações
muito baixas. Inicialmente a amostra é injetada e posteriormente separada na coluna
cromatográfica, posteriormente, as moléculas da amostra são transformadas em
partículas carregadas por métodos ionizantes na fonte de ionização. Os íons são
acelerados pelo campo elétrico e separados pelo analisador de massas, sendo contados
pelo detector e processados pelo sistema, resultando no espectro de massas (PAVIA et
al, 2010).
2. OBJETIVOS
2.1. Utilizar a reação de Zinin para promover a redução do 1,3-dinitrobenzeno à
m-nitroanilina.
2.2. Analisar os espectros no infravermelho (IV) da m-nitroanilina e do seu precursor
(m-dinitrobenzeno).
2.3. Caracterizar a m-nitroanilina pela análise do seu espectro de massas, que será
obtido pela análise por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas
(CG-EM).
2.4. Obter e analisar os espectros de RMN de 1H e de 13C para a m-nitroanilina e de
seu precursor.
2.5. Avaliar como cada técnica de caracterização foi importante na caracterização da
m-nitroanilina.
3. METODOLOGIA
4.1. Preparação do agente redutor
Pesou-se 3,5 g de sulfeto de sódio (Na2 S.9H2O) em um béquer de 50 mL,
adicionou-se 12,0 mL de água destilada e 1 g de enxofre. Agitou-se e aqueceu em
placa aquecedora até que se produziu uma solução amarela. Filtrou-se para remover o
material particulado para obter uma solução transparente. Transferiu-se a solução para
um funil de decantação.
4.2. Reação de redução
Adicionou-se a um balão de fundo redondo de 100 mL, 2 g de
m-dinitrobenzeno e 15 mL de água destilada. Aqueceu-se brandamente a mistura, sob
agitação magnética, em um banho de glicerina, até que a mistura entrou em ebulição.
Adaptou-se o funil de decantação ao suporte de modo que sua haste estivesse acima
do balão. Adicionou-se, gota-a-gota, a solução redutora (preparada conforme descrito
no item 4.1) à mistura em ebulição, num intervalo de 20 minutos, sob agitação
magnética. Manteve a mistura sob agitação e aquecimento por mais 15 minutos à
temperatura de 80 oC e, em seguida, resfriou em banho de gelo para que ocorresse a
precipitação. Filtrou-se a mistura sob vácuo, em funil de Büchner e lavou-se o
precipitado com água fria. Transferiu-se o sólido para um Erlenmeyer de 50 mL
contendo 15 mL de água e 3 mL de ácido clorídrico concentrado. Aqueceu a mistura
em banho de glicerina a 70 oC durante 15 minutos. O enxofre em excesso e qualquer
m-dinitrobenzeno que não tivesse reagido permaneceu insolúvel. Filtrou-se a mistura
a quente para separar o material insolúvel. Adicionou-se ao filtrado solução de
amônia concentrada (pH ≈ 10) até que ocorresse a precipitação da m-nitroanilina.
Filtrou-se a mistura sob vácuo, em funil de Büchner, lavando o sólido com água
destilada fria.
4.3. Recristalização da m-nitroanilina
Recristalizou-se a m-nitroanilina em água destilada de forma semelhante à
descrita no Experimento 32 . Em seguida, transferiu-se os cristais para um vidro de
relógio e secou-se em estufa a 50oC. Determinou-se a massa de m-nitroanilina e
calculou-se o rendimento da reação. Determinou-se o ponto de fusão da
m-nitroanilina.
4.4. Análise da m-nitroanilina por CG-EM
Para a análise da m-nitroanilina por CG-EM foi preparada uma solução de 1
mg de m-nitroanilina em 1 mL de diclorometano. Uma alíquota de 1 µL da solução
foi injetada no cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas modelo
GCMS-QP2010C Ultra MassSpectrometer (Shimadzu). A fase estacionária usada foi
a coluna capilar de sílica fundida SPB-5 (30 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro
interno e 0,25µm de espessura de filme), o gás de arraste utilizado foi o hélio. A
temperatura do injetor foi de 290°C e do detector de 300°C. A temperatura inicial da
coluna foi de 40°C, sendo programada para ter acréscimos de 20°C a cada minuto, até
atingir a temperatura máxima de 300 °C. O fluxo da coluna usada foi de 1,60 mL
min-1. Para a identificação do composto o espectro de massas obtido foi comparado
com os existentes no banco de dados do equipamento (espectroteca NIST) e com
dados da literatura.VARIAN MERCURY300 (Departamento de Química - UFV). O
solvente usado nas análises foi o CDCl3 e o cloreto de tetrametilsilano (TMS) foi
usado como padrão de
4.5. Análise da m-nitroanilina por por RMN de 1H e de 13C
As análises de Ressonância Magnética Nuclear de hidrogênio (RMN de 1H
300 MHz) e de carbono (RMN de 13C 75 MHz) foram realizadas em espectrômetro
referência interna (δH = 0). As constantes de acoplamento escalar (J) foram expressas
em Hertz (Hz).
Para o preparo da amostra, mediu-se 20 mg da m-nitronilina dentro de um
tubo tipo Eppendorf, acrescentou-se 0,600 mL (600 µL) de clorofórmio deuterado e
fez-se a homogenização. Transferiu-se essa solução para um tubo de RMN usando
uma pipeta de Pauster de vidro. Após o preparo da amostra, entregou-se o tubo de
RMN ao técnico de laboratório que executou as análises de RMN de 1H e de 13C.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Reação de Zinin
Para melhores resultados e mais rápidos foi adicionado enxofre a
sulfeto de sódio logo depois adicionados em água, isso porque essa condição o
1,3-dinitrobenzeno é facilmente reduzido a m-nitroanilina, uma vez que o disulfeto de
sódio é oxidado principalmente a tiossulfanato de sódio. A reação de redução é a
seguinte:

4.2. Recristalização
A massa esperada de m-nitroanilina era 1,66g e a massa obtida foi
0,273g. O rendimento da reação foi:
1,66g —- 100%
0,273g —- X
X = 16,44%
Sabendo que o rendimento da reação de nitração do nitrobenzeno foi de
35,16%. O rendimento global da reação foi o seguinte:
(0,3516 x 0,1644) x 100 = 5,77%
Aparentemente a redução ocorreu pois o sólido depois de recristalizado estava
com a coloração amarela.
Por fim, o ponto de fusão, o espectro IV, o espectro CG-EM e o RMN não
foram analisados por falta de tempo, impossibilitando de confirmar se houve
realmente a redução do 1,3-dinitrobenzeno à m-nitroanilina.

5. CONCLUSÃO
Através do experimento não foi possível concluir que houve a redução do
1,3-dinitrobenzeno à m-nitroanilina pois não concluiu-se a análise do espectro no IV
nem no GC-EM, nem no RMN para o 1,3-dinitrobenzeno e a m-nitroanilina por
questão de tempo, assim como a caracterização do composto orgânico pela
comparação do ponto de fusão.
6. REFERÊNCIAS
VOGEL, A. (Trad. C. A. C. Costa, O. F. Santos e C. E. M. Neves) Análise Orgânica
Qualitativa. V.2. 3a . Ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico. 1984. 458 p. (Capítulo
IV,44)
MANO, E. B.; SEABRA, A. P. Práticas de Química Orgânica. 3a . Ed. São Paulo:
Editora Edgard Blücher Ltda. 1987. 245p.
SILVERSTEIN, R.M., WEBSTER, F.X., KIEMLE, D.J. Identificação
espectrométrica de compostos orgânicos. Rio de Janeiro, RJ: LCT, 2013, 490 p
PAVIA, D. L.; LAMPMAN, G. M.; KRIZ, G. S; VYVYAN, J. R. Introdução a
espectroscopia, São Paulo: Cengage Learning, 2010.
BARBOSA, L. C. A. Espectroscopia no infravermelho na caracterização de
compostos orgânicos. Viçosa, MG: Editora UFV, 2007, 189p.
BRUICE, P. Y. Química Orgânica. 4.ed., v. 1, São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2006.
SOLOMONS, T. W. Graham; FRYHLE, Craig B.; JOHNSON, Robert G. Química
orgânica: guia de estudo e manual de soluções para acompanhar : volume 2. 10. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2012.

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