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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Licenciatura em História
Postagem 2: Atividade 2
Projeto de Trabalho – Aproveitamento de
Um Ambiente Não Escolar
São Paulo – SP
Novembro 2022
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Licenciatura em História
Postagem 3: Exame
Projeto de Trabalho – Aproveitamento de
Um Ambiente Não Escolar
São Paulo – SP
Dezembro 2022
Ambiente Escolar: E.E. Brigadeiro Gavião Peixoto, Rua Mogeiro, 710, Vila Perus
CEP: 05208-230. São Paulo - São Paulo
Ambiente Não Escolar: Praça do Samba - Rua Mogeiro - Vila Perus, CEP: 05208-230.
São Paulo - São Paulo
Observando a entrada da escola nesse período, é muito comum ver uma “chuva” de
alunos atrasados correndo para conseguir “chegar no horário”, a entrada que deveria
ocorrer as sete horas, acaba por se estender até meia hora depois do normatizado pela
escola. O sinal toca, os alunos saem para os corredores, os professores trocam de salas e
essa rotina na escola se repete cinco dias por semana, durante todo o ano. Um caso
muito interessante ocorreu durante os três dias de observação, foi a de um aluno que
havia chego atrasado, ele pediu para entrar na escola pela secretaria, era pouco mais de
oito horas, e ele estava bastante atrasado já, ao ser recusado, ele deu a volta por trás da
entrada do estacionamento, e pulou o muro para ainda assim entrar na escola.
Entendemos, que é necessário estabelecer em uma escola as suas normas e regras, tal
como o horário, mas ainda assim, ao refletirmos sobre o acontecimento descrito, há de
se pensar sobre o ocorrido. O aluno, mesmo tendo sido barrado, se dedicou (ainda que
de forma incorreta) para não perder o dia de aula, mesmo a ponto de “invadir” a própria
escola.
A escola que deveria ser um espaço acolhedor e receptivo para com o aluno, o impediu
de entrar e estudar por conta de seu atraso, negligenciando-o a não estar no local em que
deveria naquele momento. O aluno, que deveria ter sido responsável, e cumprido com
seus deveres, e chegado no horário previsto para aula, negligenciou a si mesmo, e ainda
assim se colocou em risco em todas as ocasiões.
Praça do Samba: A famosa praça, palco de shows desde os anos oitenta no bairro, ela
conta com um fluxo incessante de pessoas todos os dias, dia e noite. Das crianças
jogando bola na quadra de futebol, os jovens jogando basquete, os idosos fazendo aulas
de dança nos domingos de manhã, os cachorros no cercadinho correm e se sujam em
todos os lados possíveis. Essa praça, tão histórica no bairro, reserva de festas a conflitos,
de ponto de encontro dos jovens do Manuel Bandeira, Fernado Gracioso, Gavião e
Suzana de Campos (escolas próximas a praça). Qualquer jovem, que já tenha estudado
em uma dessas escolas populares no bairro, sabe que era popularmente entendido como
uma “lei” entre os jovens estudantes da região, toda sexta feira, na saída da escola os
alunos saem das escolas e vão se encontrar com seus colegas naquele espaço, vão jogar,
brincar, rir, namorar. A praça serve como um ponto focal dos alunos, e também um
receptor dos alunos das escolas próximas nos dias da semana, e nos finais de semana
vira espaço de lazer a todos. Um espaço não escolar, promove um sistema de interação,
que talvez, nenhum ambiente escolar tenha conseguido fazer em toda região, unir os
divergentes, criar laços e unir voluntariamente as pessoas em um espaço autônomo e
genuíno para a convivência e a troca de estímulos e experiências entre os presentes.
Vinícius Kamai de Lima Bastos
São Paulo – SP
Dezembro 2022
Vinícius Kamai de Lima Bastos
São Paulo – SP
Dezembro 2022
Sumário
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................8
2. OBJETIVOS.......................................................................................................................8
2.1 Objetivos Gerais...................................................................................................................8
2.2 Objetivos Específicos............................................................................................................8
3. DESENVOLVIMENTO........................................................................................................9
3.1 Revisão Bibliográfica...........................................................................................................9
4. Procedimentos Metodológicos.........................................................................................10
4.2 Ambiente e Público-alvo..............................................................................................10
4.3 Desenvolvimento na Escola..........................................................................................10
4.4 Desenvolvimento na Praça...........................................................................................11
4.5 Compreensão e Desenvolvimento................................................................................11
4.6 Roteiros e Organização................................................................................................12
5. Avaliação...........................................................................................................................12
6. Considerações Finais........................................................................................................12
Bibliografia...............................................................................................................................14
1. INTRODUÇÃO -
O Ensino Médio, para grande parte dos alunos, é apenas uma parte do grande sistema
social que se forma em sua vida no período em que ele se encontra (15 a 17 anos).
Dentro desse contexto, em muitos cenários possíveis algumas disciplinas acabam
passando em segundo plano, portanto é, para ele, que precisa tomar um “rumo” em vida,
conseguir um emprego, fornecer ajuda financeira dentro de casa, ou até mesmo para
aqueles que desejam empreender de alguma maneira, noções básicas que só são
vistas nos anos finais de ensino acabam passando despercebidos.
Da mesma maneira tem ocorrido com os jovens que cursam o ensino médio nas escolas
de Perus, e já não veem na escola um espaço de desenvolvimento social e pessoal para
um mundo ao qual queremos construir, veem nela, apenas mais um, entre vários dos
obstáculos que se contrapõem as suas vontades e necessidades, não se veem parte
daquele espaço, não se reconhecem, nem se identificam como parte do corpo escolar, da
comunidade Perusiense. A toda sociedade, é preciso conhecer e compreender sua
história e as bases que a formaram e a sustentaram para que a mesma se desenvolve-se,
sem conhecimento do nosso passado é impossível que construamos um futuro, sem o
reconhecimento daquilo que fomos, é impossível legitimar aquilo que seremos.
2. OBJETIVOS
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 Revisão Bibliográfica – Para qualquer docente em formação, ao ter contato com a
literatura pedagógica de Freire pela primeira vez, é inegável a criação de um sentimento
partindo de uma unidade combativo, um certo professor de Ética e Cidadania, A. Seabra disse
durante uma aula na Etec Gildo Marçal Bezerra Brandão certa vez que: “Quando se contempla
Freire, você passa a tomar partido em todas as suas ações e pensamentos, passa a ser impossível
de alguma forma aderir a uma suposta neutralidade em questão ao mundo que você passa a
enxergar, mas também, não é um consenso daquilo que fará, quando se lê Freire, você cria dois
caminhos, ou ama demais as pessoas e o mundo, para assim tentar cria-lo da mesma maneira
que Freire propôs, ou preocupa-se demais com as suas ideias “radicais” e tenta de toda forma
impedir que o seu proposto seja feito, em resumo, ou se ama demais a Freire, ou o odeia demais,
nunca neutro, como o mesmo o foi.
E de fato, essa afirmação do Professor, dita durante uma aula do curso de administração,
se mostrou cada vez mais real, cada vez mais materialista, cada vez mais abrangente da
realidade. Partindo da ideia de uma intervenção pedagógica na realidade que envolve os
estudantes de Perus, sendo mais especifico os alunos da escola conhecida como
“gavião”. Mas, por que seria necessário formar sujeitos interventores do mundo, ainda
mais em um lugar como Perus? Freire nos diz que:
“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para
transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar
toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas
com ela coerentes”. (Freire, 2000, Unesp – Pedagogia da Indignação). Qual projeto de mundo
estamos formando? Qual perspectiva de mudança e de um futuro diferente estamos dando a
nossos alunos? Como professores, o principal motor de contínua prática de nossa profissão não
é os títulos, encargos ou artigos publicados em nossos nomes. Como professores, o principal
motor que ainda revigora a prática docente, é a esperança e a prática do “sonhar”, é somente por
sonhar que faremos um mundo melhor, que formaremos sujeitos e transformaremos vidas a
partir da educação que seguimos na estrada da educação!
“Ai daqueles e daquelas, entre nós, que pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a
sua coragem de denunciar e de anunciar. Ai daqueles e daquelas que, em lugar de visitar de vez
em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o
agora, ai daqueles que em lugar desta constante viagem ao amanhã, se atrelem a um passado de
exploração e de rotina” (Freire, Pedagogia da Esperança e outros escritos, 1998).
Fazendo uso da história dos Queixadas, dos operários da antiga Fábrica de Cimento Perus
desejamos engajar os alunos para construir um mundo “ onde sejamos socialmente iguais,
humanamente diferentes e totalmente livres. (R. Luxemburgo)
4. Procedimentos Metodológicos
4.2 Ambiente e Público-alvo
Com ampla ação dos alunos, tomando a frente do estabelecimento do projeto, ou seja,
sendo protagonistas de todo o processo, lhes é proposto que formulem os roteiros e
programações das exposições e palestras do projeto, organização geográfica das
barracas dos movimentos sociais que estão a contribuir para o projeto, tal como as
esculturas da Quilombaque Perus – que desenvolvem esculturas e placas de rua com o
nome dos antigos Queixadas da região.
Além das disciplinas citadas, daremos ênfase nos conceitos de Cidadania e Organização
Popular, tais como citados pelos pensadores Paulo Freire, March Bloch e Platão.
5. Avaliação
A avaliação será feita, não por meio da aplicação de uma prova baseada nos temas das
pesquisas elaboradas pelos alunos, ela será feita por meio da imersão dos mesmos dentro do
projeto, do quanto se desenvolveram e dedicaram a se conceberem sujeitos de si mesmo,
protagonistas invisíveis de histórias nunca antes contados, ativos da participação política e
social do mundo que os rodeia.
6. Considerações Finais
Críticos para que possam analisar as relações e as condições do mundo ao qual estão
inseridos, e que sejam capazes de compreender as mazelas que os afligem, e qual é sua
posição enquanto sujeito; criativos para que, da melhor maneira possível possam pensar
das melhores e mais novas maneiras de transformar o mundo ao seu redor, e autônomos
para que sejam fatores de mudança na sociedade e no mundo, sujeitos ativos,
locomotivas da história enquanto “simples pessoas”. Qualquer projeto de intervenção
pedagógica, deve ser também um projeto de intervenção social. Todo professor, tem no
centro de sua prática o desejo de transformação daquilo que se é, ou se foi, jamais seria
diferente, ensinar é isso, é transformar as coisas, é construir caminhos em meio a mata
fechada, trilhas enquanto terras nunca antes caminhadas, ciclovias em meio a cidade de
São Paulo, o momento em que deixamos de sonhar com mudanças deixamos de ser de
fato “professores”, mas no momento em que formamos sujeitos transformadores, que se
armam da criticidade, criatividade e autonomia que são as armas mais poderosas
daquelas que ensinam, nós passamos nossos sonhos para frente, nos imortalizamos
enquanto ideia, e tornamos material a ideia de um mundo que amanhecerá
transformado.
Freire, P. (2000). Pedagogia da Indignação e Outros Escritos. Em P. Freire. São Paulo: Unesp.