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ALVES, Gilberto. Cognição social e o Autismo. Revista. Artigo. Neuroconecta.

2020. Disponível em: <cognição social e o autismo | neuroconecta>. Acesso em: 4


jul. 2022.

COGNIÇÃO SOCIAL E O AUTISMO

A cognição social pode ser definida como a capacidade de formar representações


das relações entre si e os outros. E usá-las de forma flexível, para que ocorram
comportamentos apropriados de acordo com a circunstância social que a pessoa está
inserida.
A maneira como pensamos sobre os outros desempenha um papel importante em
como pensamos, sentimos e interagimos com o mundo ao redor.
A cognição social ocorre devido ao processamento mental da informação, que
permite estabelecer esse relacionamento interpessoal a partir do reconhecimento, da
interpretação e da ação dos indivíduos em interação com outros. Seu funcionamento
requer que sistemas neurais especializados avaliem os sinais sociais do ambiente.
A cognição social engloba diferentes processos neurobiológicos que funcionam de
maneira integrada. Ela pode ser dividida em:
 Percepção das emoções: a capacidade de reconhecer sentimentos a partir das
expressões faciais e gestos;
 Percepção social: decodificar, interpretar e compreender o contexto social que se está
inserido;
 Teoria da mente: compreensão das intenções ou crenças dos outros e de si mesmo
e perceber que os indivíduos pensam e sentem de forma diferente da nossa;
 Estilo de atribuição: conseguir identificar as causas sobre o acontecimento ou
comportamento do outro.
O autismo e a cognição social
A cognição social está presente em todas as fases das pessoas e se desenvolve
ainda na primeira infância. Mas, no caso de indivíduos com autismo ou algum
transtorno do neurodesenvolvimento, desenvolver a cognição social pode ser mais
complicado.
Quem tem autismo apresenta dificuldade de identificar as expressões faciais das
emoções, ou seja, reconhecer quando uma pessoa está alegre, com medo ou triste.
E também tem dificuldade de fazer contato visual. Além de terem dificuldade de sentir
empatia e se colocar no lugar do outro.
Por isso, a intervenção precoce em autistas é fundamental para encontrar diferentes
estratégias para lidar melhor com as dificuldades e melhorar desde cedo as relações
interpessoais.
Como trabalhar a cognição social do autista?
Trabalhar a cognição social é fundamental para melhorar as relações dos autistas em
diferentes contextos. Algumas intervenções precoces vão estimular habilidades
sociais, ou seja, regras e/ou costumes que orientam nossas relações interpessoais.
Por isso, o autista será estimulado a olhar nos olhos, compartilhar objetos, entender
o momento de falar e de escutar em uma conversa, além de aprender a gerenciar as
próprias emoções e como os outros se sentem.
Há diversas estratégias que podem ser eficazes, mas devem ser avaliadas de acordo
com o repertório do autista.
Entre as atividades que podem ser úteis para estimular a cognição social do autista
podemos citar:
 Contar histórias: as histórias podem mostrar e incentivar a realizar os
comportamentos adequados, além de estimular a criatividade.
 Uso de situações do dia a dia: representar algumas situações do cotidiano pode
ajudar o autista a entender como funcionam os diálogos e as relações.
 Fotos e imagens: pode ser uma alternativa para que o autista reconheça emoções e
a entender o que causou aquele sentimento.
 Brincadeiras em grupo: o autista pode brincar com os colegas de classe e entender
como funcionam as regras sociais – apertar a mão, olhar nos olhos, escutar, saber a
hora de falar e compartilhar brinquedos.
 Vídeos e jogos: usar a tecnologia como vídeos ou videogame para ajudar a
compreender linguagem corporal e comunicação de forma geral.
Referências
https://link.springer.com/article/10.1007/s10803-019-04001-4
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0001691819303786
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/aur.2195

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