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30/10/2017

Noções introdutórias de Contabilidade Financeira em

Bibliografia:

Introdução à Gestão das Organizações (Cap. 8 da 4ªed., págs. 329-352)

 A informação financeira como instrumento de gestão


 Noção e objetivos da Contabilidade Financeira
 A Contabilidade Financeira enquanto sistema de
informação
 Conceitos fundamentais da Contabilidade Financeira:
entidade informativa, património e fluxos
 Método contabilístico: contas, registos, principais livros e
DFs; panorâmica geral do trabalho contabilístico

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 Informação:
 Conjunto de dados ou conhecimentos, obtidos a partir de
acontecimentos/fatos reais, organizados e avaliados para
um dado fim
 Requisitos da informação geral:
 Oportunidade – estar disponível quando necessária
 Economicidade – respeitar a lógica do custo-benefício
 Credibilidade – fiável, permitindo aos seus utilizadores
retirar conclusões idóneas

Informação financeira:
 Conjunto de dados ou conhecimentos de natureza
financeira, na sua maioria medidos em unidades
monetárias
Gestão:
 Conjunto de ações realizadas para avaliar e decidir com
base em informação

=> Informação financeira visa apoiar a gestão em geral,


e particularmente a função financeira na empresa
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 Função financeira na empresa:

 Ponto de contato entre as fontes e as aplicações de fundos da empresa


 Prepara e executa as decisões financeiras
 Interface entre a empresa (contabilidade, tesouraria, câmbios, auditoria,
fiscalidade, etc.) e os parceiros financeiros (acionistas, credores
financeiros, etc.)
 Centra a gestão financeira, da qual dependem todas as atividades
efetuadas no âmbito estrutural da empresa (política financeira)
 Em resumo:
“… mecanismo ou subsistema organizacional encarregado da gestão
financeira” (Bernard Colasse)

 Utilizadores da informação financeira – stakeholders e gestores –


informação ÚTIL, conforme as suas necessidades (prestação
de contas e tomadas de decisão)
 Características qualitativas da informação financeira:
 Compreensibilidade – rapidamente compreensível pelos utentes
 Relevância – influencia as decisões económicas dos utentes
(materialidade)
 Fiabilidade – isenta de erros, neutra e representação fidedigna do
que pretende representar (representação fidedigna; substância
sobre a forma; neutralidade; prudência; plenitude)
 Comparabilidade (consistência)

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Atualmente, a informação contabilístico-financeira:


 É normalizada e harmonizada (demonstrações e relato
financeiro padronizados)
 Encontra-se estruturada com base em tecnologias de
informação que permitem:
▪ Tratamento de forma rápida e sistematizada
▪ Lidar com grandes quantidades de informação
▪ Ultrapassar fronteiras e distâncias geográficas

▪ Obedece a vários tipos de classificações –


obrigatória/facultativa;histórica/previsional;
externa/interna; geral/analítica (ou de gestão); … 7

 O que é a Contabilidade?
 Atividade que regista operações cronológica e sistematicamente, a
partir de fatos, com vista a preparar mapas de síntese
(demonstrações financeiras – DFs); implica formalização e
normalização
 Subsistema de informação que:
 Visa refletir a atividade de uma determinada entidade
económica
 Recolhe, organiza, regista e relata informação, com base no
que acontece no dia-a-dia, com consequências no
PATRIMÓNIO
 Relata periodicamente resumos dessa informação (DFs) –
dar a conhecer aos múltiplos utilizadores, a situação
financeira, económica e monetária de uma
organização

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 Divisões da Contabilidade:
 Externa / Geral / Financeira / Histórica
▪ essencialmente de prestação de contas e apoio à decisão de
elementos externos; informação numa ótica financeira e
económica, fundamentalmente para utilizadores externos

 Interna/ Analítica / de Gestão / Previsional


▪ essencialmente de apoio à gestão interna; informação
numa ótica produtiva, para utilizadores internos

 Investidores/Acionistas (atuais e potenciais)


 Trabalhadores
 Financiadores
 Fornecedores e outros credores
 Clientes
 Administração Pública (Governo e seus
departamentos) – vertente fiscal (DGI) e
outras (e.g. INE, CMVM, ERSE)
 Público em geral

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 Proporcionar informação acerca da posição


financeira, das alterações desta e do desempenho
de uma entidade (imagem verdadeira e apropriada)
 Proporcionar informação útil a um vasto leque de
utilizadores, para tomada de decisões económicas

As Demonstrações Financeiras devem ser


apresentadas anualmente (Ano civil) …

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As DFs devem ser apresentadas anualmente


(ANO CIVIL) …
 Quando usado um período mais longo ou
mais curto, a entidade deve divulgar:
 O período abrangido pelas DFs
 A razão para usar esse período mais longo/curto
 O fato de não serem inteiramente comparáveis
com as do ano anterior, nomeadamente DR,
DACP, DFC e respetivos anexos

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 Noção de PATRIMÓNIO (global) – conjunto de bens,


direitos e obrigações expressos em valor, utilizados pela
unidade económica, no exercício da sua atividade

 Elementos constitutivos (definição tradicional):


 ATIVO – valor detido pela empresa como resultado de
operações efetuadas no passado

 PASSIVO –uma obrigação presente da empresa proveniente


de acontecimentos passados

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 Composição
 Conjunto heterogéneo de elementos de diferente
natureza

 Valor
 Património (global ou complexivo) – conjunto de todos
os elementos ativos e passivos
 Património Líquido – diferença entre o Ativo
(Património Bruto) e o Passivo – SITUAÇÃO
LÍQUIDA ou CAPITAL PRÓPRIO

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 Grupos e classes de elementos (características


comuns):
 Com o objetivo de facilitar o trabalho contabilístico, a
divulgação das demonstrações financeiras e a leitura
pelos utilizadores da informação contabilística, os
elementos patrimoniais são organizados em grupos e
subgrupos
 Grupos de 1ªlinha (massas patrimoniais) – Ativo, Passivo e
Capital Próprio
 Subgrupos são Classes e contas e subcontas – de acordo com
a natureza e função dos elementos patrimoniais

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 Operações ou acontecimentos que têm


incidência no Património:
 PERMUTATIVOS – implicam apenas alteração
na composição do património, mas não no seu
valor (líquido)
 MODIFICATIVOS – implicam não só alteração
na composição, mas também no valor (património
líquido).

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Ativo (A) = Passivo (P) + Capital Próprio (CP)

Equilíbrio fundamental traduzido no balanço, por relacionamento


entre os elementos patrimoniais.
Três situações possíveis de ocorrer:
A>P A – P > 0 (Capital Próprio positivo)
A=P A – P = 0 (Capital Próprio nulo)
A<P A – P < 0 (Capital Próprio negativo)
A = P ± CP

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Inventário
Documentos
Balancete Final

Balanço
Diário Balancetes DACP
Razão DRs
DFC
Anexos

FIM DE
DIÁRIO PERIÓDICO
EXERCÍCIO

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 Diário e Razão– registos dos fatos patrimoniais por


ordem cronológica e sistemática (por contas)
 Balancetes – resumos de contas onde a soma dos totais do
débito e do crédito deve ser igual, coincidindo também
com o total do Diário; totais das somas dos saldos
devedores e credores devem ser iguais
 Inventário (simples ou classificado) – relação ou lista
dos diferentes elementos patrimoniais com a indicação do
seu valor; inventariar é analisar os elementos de um dado
património, listá-los é atribuir-lhes valor

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 Balancetes
 Balanço (situação financeira e patrimonial)
 Demonstração das alterações nos Capitais
Próprios (DACP)
 Demonstrações dos Resultados (DRs)–
naturezas e funções (situação económica –
desempenho)
 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
(situação de tesouraria)
 Anexo

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Fluxos
Fluxos Reais Monetários

Fornecedores
Fornecedores Despesas ENTIDADE Credores
Credores Compras
Estado
Estado Gastos
Pagamentos
Produção de Meios Financeiros
bens e Líquidos
serviços
Recebimentos
Clientes Rendimentos
Receitas Clientes
Devedores Vendas
Devedores
Estado
Estado

Óptica Óptica Económica Óptica de


Financeira Tesouraria

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 Fluxos externos: entre a empresa e terceiras


entidades (e.g. fornecedores, clientes,
empregados…) - fluxos financeiros e
monetários

 Fluxos reais: entradas e saídas de bens e serviços,


que têm como contrapartida fluxos financeiros e
monetários

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Fluxos Financeiros:
 Aquisição de bens e serviços – gera a obrigação de efetuar o
pagamento correspondente à remuneração destes fatores
produtivos, i.e., uma saída presente ou futura de meios líquidos,
independentemente da sua utilização ou consumo –
DESPESA
 Venda de bens e prestação de serviços – gera o direito a receber
o valor correspondente, i.e., uma entrada presente ou futura de
meios líquidos – RECEITA

Fluxos Monetários:
 Despesa e receita são fluxos financeiros associados aos fluxos reais
e que implicam fluxos monetários (contraprestação pecuniária –
pagamentos e recebimentos)

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Fluxos Económicos:
 transformações dos meios adquiridos pela empresa
em bens e serviços a colocar à disposição dos
clientes:
 Consumos ou utilizações dos meios ou recursos na
produção, nas vendas e nas prestações de serviços –
GASTOS (diminuições nos benefícios económicos)
 Obtenção de produtos (bens ou serviços aptos a serem
vendidos ou utilizados pelos clientes), vendas e
prestações de serviços –
RENDIMENTOS/RÉDITOS (aumentos nos
benefícios económicos)

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Tipos de Fluxos Perspetiva Demonstrações


Financeiras
FLUXOS FINANCEIROS Balanço e
(externos): FINANCEIRA Demonstração de
Despesas Alterações no Capital
Receitas Próprio
FLUXOS ECONÓMICOS Demonstrações dos
(internos): ECONÓMICA Resultados
Gastos (por Naturezas e/ou
Rendimentos/Réditos por Funções)
FLUXOS MONETÁRIOS Demonstração dos
(externos): MONETÁRIA Fluxos de Caixa
Pagamentos
Recebimentos

Balanço (perspetiva patrimonial) – quadro que


evidencia a situação patrimonial da empresa – bens,
direitos e obrigações

1º Membro 2º Membro
Bens e Direitos Obrigações
- para com os sócios/acionistas
(SIT. LÍQUIDA / CAPITAL PRÓPRIO)
(ATIVO) - para com terceiros
(PASSIVO)

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 Situação Líquida/Capital Próprio:

 Diferença entre o Ativo e o Passivo, i.e., o que sobra do


Ativo depois de deduzido o Passivo; sem existência per se

 Obrigações “não exigíveis”, que são pertença dos


sócios/acionistas – montante a que teriam direito se
realizassem todo o Ativo e pagassem todo o Passivo

 Direitos dos sócios/acionistas sobre o Ativo –


correspondem a entradas iniciais dos sócios/acionistas,
resultados gerados pela empresa e não distribuídos,
subsídios obtidos e outras valorizações patrimoniais 27

Balanço (perspetiva financeira) – quadro que traduz as


aplicações e origens financeiras (no SNC – disposição vertical)
1º Membro 2º Membro
Aplicações Origens
Investimentos -dos sócios/geradas pela empresa
Inventários CAPITAL PRÓPRIO
Dívidas a receber
Caixa e equivalentes -de terceiros
ATIVO ou CAPITAL CAPITAL ALHEIO
TOTAL

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 BALANÇO – Ativo:
 Conjunto de elementos patrimoniais que correspondem a bens ou
direitos (recursos/meios) possuídos ou controlados pela empresa e
dívidas a receber, resultantes de operações efetuadas no passado e
que se poderão traduzir em benefícios económicos futuros
 BALANÇO – Passivo:
 Conjunto de elementos patrimoniais que correspondem a dívidas
ou encargos a pagar (obrigações presentes), resultantes de
acontecimentos passados, que provavelmente corresponderão a
sacrifícios económicos futuros (liquidação resulta em exfluxo de
recursos)

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 Quadro de dupla entrada que combina informação em


linha e em coluna
 Cada coluna corresponde ao itens do Capital
Próprio do Balanço
 Nas linhas estão discriminados factos suscetíveis de
gerar alterações no Capital Próprio (e.g. entradas
para cobertura de perdas, distribuições, alterações
nas políticas contabilísticas,…)
 N-1 e N

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 Por naturezas:
 Quadro demonstrativo (vertical) dos resultados apurados pela
empresa num dado período, evidenciando rendimentos e
gastos de acordo com a natureza dos factos que os originaram
 Resultado operacional ou económico (antes e depois de
depreciações), resultado financeiro, resultados antes de
impostos e resultado líquido do período

 Por funções:
 Apresenta resultados de acordo com a função (destino) do
gasto – custo de vendas, de distribuição ou de atividades
administrativas

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 BORGES, António, Azevedo Rodrigues,


Rogério Rodrigues, Elementos de contabilidade
geral, 22ª ed., Lisboa, Áreas Editora, 2005.
[Capítulos I e II]
 BORGES, António; José Azevedo Rodrigues;
José Miguel Rodrigues; Rogério Rodrigues, As
Novas Demonstrações Financeiras de acordo com as
Normas Internacionais de Contabilidade, 2ª ed.,
Lisboa, Áreas Editora, 2007.
 SNC – Sistema de Normalização Contabilística
[Estrutura Conceptual, NCRF-PE e
Modelos DFs (e NCRF 1)]

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