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Questões relativas às "filas de espera" para cirurgias e tratamentos no SUS

Ausência de violaçã o à isonomia

Caso cogitem as requeridas que o pleito do assistido, por ferir “fila de espera”
para o procedimento cirú rgico, implicaria violaçã o da isonomia, vale lembrar que
o ordenamento jurídico vigente e a jurisprudência, em casos com o presente,
chancelam o chamado “tratamento extra fila” mediante a possibilidade de,
alternativamente, ser o assistido atendido na rede privada, ante a
impossibilidade de isso se dar na rede pú blica de saú de nas condiçõ es de que
necessita o requerente.
Nesse sentido, dispõ em o art. 24 da Lei nº 8080/90 e no art. 461, § 5º, do CPC –
sendo que o primeiro segue in verbis:

Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a


cobertura assistencial à populaçã o de uma determinada á rea, o Sistema Ú nico de
Saú de (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Pará grafo ú nico. A participaçã o complementar dos serviços privados será
formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas
de direito pú blico.
(Lei nº 8.080/90)

Na jurisprudência, essa ordem de ideias é chancelada pelo Superior Tribunal de


Justiça, conforme demonstra o seguinte aresto:

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO À SAÚDE.


TRATAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EM REDE PARTICULAR. PEDIDO
SUBSIDIÁRIO NA FALTA DE LEITO NA REDE PÚBLICA. GARANTIA DE
EFETIVIDADE DA TUTELA JUDICIAL.
1. Não há violação ao art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na
medida da pretensão deduzida e a decisão está suficientemente fundamentada.
2. O direito à saúde, como consectário da dignidade da pessoa humana, deve
perpassar todo o ordenamento jurídico pátrio, como fonte e objetivo a ser alcançado
através de políticas públicas capazes de atender a todos, em suas necessidades básicas,
cabendo, portanto, ao Estado, oferecer os meios necessários para a sua garantia.
3. Um vez reconhecido, pelas instâncias ordinárias, o direito a tratamento médico-
hospitalar na rede pública de saúde, o resultado prático da decisão deve ser
assegurado, nos termos do artigo 461, § 5º, do CPC, com a possibilidade de
internação na rede particular de saúde, subsidiariamente, na hipótese de lhe ser negada
a assistência por falta de vagas na rede hospitalar do SUS.
Recurso especial provido.
(REsp 1409527/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 08/10/2013, DJe 18/10/2013)

Vale frisar que a Defensoria Pública da União buscou a resolução da controvérsia na


via administrativa, por meio de comunicação aos setores competentes (ofício enviado
em anexo). Contudo, a despeito de regularmente entregue (aviso de recebimento
preenchido com data registrada em anexo), não houve qualquer resposta à instituição
em prazo razoável – razão pela qual se recorre ao Poder Judiciário para resolução da
questão.

Por essa razão, requer-se, em sede de tutela antecipatória, que seja deferido prazo de
10 dias à União e ao Estado para realizarem a internação e cirurgia em favor do autor.
Em caso de omissão destes, ou ainda de ser diverso o entendimento do d. magistrado,
que tais entes custeiem a cirurgia em questão em rede particular.

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