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Extensão da Massimga
Feudalismo e Capitalismo
Massinga
2020
Índice
1.Introdução............................................................................................................................3
2.Origem de Feudalismo........................................................................................................4
2.1.Feudalismo.......................................................................................................................5
2.6.Origem do capitalismo.....................................................................................................9
2.7.Capitalismo.....................................................................................................................11
2.8.Revolução capitalista......................................................................................................12
2.9.Fases do capitalismo.......................................................................................................13
2.10.Capitalismo do conhecimento......................................................................................14
3.Conclusão..........................................................................................................................15
1.Introdução
O Feudalismo teve origem no século V, com a crise do Império Romano e foi uma
organização econômica, política, social e cultural baseada na posse da terra, que predominou
na Europa Ocidental.
No final da Alta Idade Média ocorreram profundas mudanças na estrutura feudal, que
introduziram parte da sociedade a uma dinâmica urbana e comercial. Sobre estas mudanças
estruturavam-se as principais causas da crise do sistema feudal, que pouco a pouco, tomava
forma do capitalismo mercantil dominante durante a Idade Moderna.
2.Origem de Feudalismo
Antes de tratar o Feudalismo como um tema é necessário saber sobre o feudalismo como uma
palavra, porque apesar de os séculos V-XI e XII-XV serem os periodos em que ocorreram a
formação, a consolidação, o apogeu, a decadência e a crise do Feudalismo, sem contar que
estes períodos remontam a idade média (Alta Idade Média e Baixa Idade Média), o
substantivo “feudalismo” não surgiu durante a Idade Média mas remonta ao século XVII.
Esta palavra foi usada de forma relativa e deslizante antes de seu uso concreto e específico,
facto este, que ainda desperta debates e controvérsias entre os estudiosos do assunto pois esta
palavra tomou vários significados ao andar dos séculos. Em alguns documentos encontrados
sob forma de fontes históricas em fins do século IX, aparecem grafias como feos ou feus que
acredita-se que estas exprimem em seu sentido periódico, uma propriedade móvel sendo mais
provável que seja gado (Pais).
O substantivo perdurou até o início do século XI, desaparecendo e ganhando novas formas e
significados como fevum, fevo, feo; desta vez a nova forma e significado do substantivo, de
forma diferente, não servem mais para exprimir ou referir uma propriedade móvel mas sim
uma concessão de terra como forma de pagamento, principalmente por serviço militar.
Até este ponto este substantivo dificilmente era interpretado de forma complexa, não
designando um sistema de leis de governo ou de relações sociais isto porque para Pais a
idade média nunca conheceu sua sociedade ou seu governo como feudal. Como forma de
expressar um valor extretamente jurídico o substantivo “feudalismo” só é usado no século
XVII porém, só no século seguinte o termo é usado para designar uma fase atravessada por
uma civilização.
2.1.Feudalismo
É num periodo anterior ao moderno que encontramos a idade média que começa desde o
século V até ao século XV mas o termo Idade Média foi criado somente no século XVI por
filósofos que consideraram este periodo diferente das Idades Antiga e Moderna. A
organização do Sistema Feudal ocorreu durante a Alta Idade Média, após a fragmentação do
território do Império Romano no Ocidente em vários reinos bárbaros menores,
principalmente após o fim do Império de Carlos Magno. É um sistema característico da
Europa, principalmente na parte ocidental, mas também difundido na Europa oriental e nos
territórios do Oriente Próximo ocupados pelos europeus durante as Cruzadas. Este sistema,
também vigorou no Japão e na China, mas em geral, quando falamos em Sistema Feudal,
estamos nos restringindo ao território europeu durante a Idade Média.
Como afirmado anteriormente, a Idade Média é subdividida em dois períodos: a Alta Idade
Média, do século V a XI, em que ocorre a formação e aconsolidação do feudalismo europeu e
a Baixa Idade Média, do século X ao XV, quando ocorre o apogeu, a decadência e a crise do
feudalismo.
As características gerais deste regime, de entre vários autores, para Bloch apud Pais o
feudalismo tem as seguintes caracteristicas básicas: um campesinato subjugado, uso
generalizado de concessão de terras em vez de salário, supremacia de uma classe de
guerreiros especializados, laços de obediência e proteção ligando homem a homem,
fragmentação da autoridade central, sobrevivência de outras formas de associação.
Adopção do colonato pelos romanos e pelos próprios germânicos: outro elemento auxiliar
a influenciar a formação do feudalismo foi a adopção do sistema de Colonato pelos romanos,
a partir dos séculos II e III. Isso porque, com o fim da expansão imperial e com a fixação de
limites para o Império (limes), o número de escravos começou a diminuir nas plantações das
Províncias. Por meio desse novo sistema, muitos indivíduos expropriados de terras, incluindo
camponeses germânicos, passaram a receber pequenos lotes para trabalhar, em troca de
cultivarem as terras dos senhores aristocratas, tanto dos senhores romanos, como dos novos
ocupantes, os senhores germânicos.
Conversão dos povos europeus à fé cristã e à Igreja Romana: além de todos esses
elementos de sincretismo cultural, os bárbaros germânicos começaram também a se converter
ao cristianismo, o que acabou conferindo unidade cultural entre suas diferentes tribos e
etnias. Isso porque, os reis bárbaros viam na conversão, uma forma de legitimar seu poder,
recebendo o apoio da Igreja Romana. A Igreja passou a ganhar amparo militar e terras da
nobreza, tornando-se a maior proprietária da Europa Medieval. Os discursos do clero
amparavam ideolologicamente a aristocracia germânica, educando a todos os camponeses
europeus e difundindo a concepção de que Deus destinara diferentes funções para os homens.
Assim, segundo seus dogmas, haviam aqueles homens destinados a guerra (os nobres/
bellatores), aqueles que representavam a palavra de Deus na Terra (os clérigos/oratores), bem
como aqueles que produziam os alimentos para a sobrevivência de todos (os camponeses
servos/laboratores).
A sociedade era hierarquizada por estados jurídicos definidos pelo sangue, ocupação e
obtenção de riqueza, uma organização que impedia qualquer pretensão de mobilidade social,
sendo:
Clero: subdividido em Clero Secular ou Alto Clero, era composto por bispos e cardeais,
aqueles que administravam a Igreja Romana e Clero regular ou Baixo Clero, aqueles que
rezavam, e viviam sob pesados dogmas eclesiásticos, ou seja, os padres e monges.
Senhores feudais: ou senhores das terras, era uma sociedade composta pela nobreza
proprietária de terras, pelos descendentes dos antigos senhores germanos ou romanos.
Chefiavam os feudos, controlando-os de forma absoluta seja no campo político,
administrativo, jurídico ou militar.
Servos: camponeses fixos aos feudos, obrigados a prestar serviços e a pagar impostos
para os senhores em troca de um lote de terras. Além deles haviam os Vilões, pequenos
proprietários ou trabalhadores livres que não estavam fixo a nenhum feudo, prestando
serviços temporários para algum nobre em troca de um mísero salário provisório.
Ao longo da Alta Idade Média, o ocidente foi assolado por constantes invasões de povos e
etnias diferentes, os bárbaros germânicos devastaram o Império Romano; no século V
ocorreram as incursões dos hunos, um povo asiático, conhecido por sua perícia na arte de
cavalgar e no uso de arco e flecha; os próprios germânicos pilharam os territórios ocidentais
do antigo Império Romano, aos poucos se sedentarizando; nos séculos VIII e IX, os
normandos naturais e os vikings (como se autodenominavam os normandos em condição de
pirataria) da Escandinávia (Suécia, Noruega, Dinamarca) começaram a atacar os feudos
medievais, principalmente as igrejas e os mosteiros cristãos, causando medo e insegurança
entre os povos.
Logo, os nobres perceberam sua impotência para solucionar o problema da fome. Como as
tecnologias agrícolas eram muito atrasadas para permitir o aumento da produtividade dos
campos, os senhores feudais, de forma arbitrária, começaram a expulsar alguns servos de suas
terras. Esses servos deslocaram-se para as cidades, muitas vezes vagando pelas estradas como
mendigos e/ou bandidos, aumentando ainda mais o clima de insegurança.
Apesar de todos os factos ocorridos acima a primeira grande consequência de toda essa
situação de instabilidade foi o movimento das cruzadas em direção ao oriente próximo,
proporcionando a dinamização dos contactos entre os povos nos séculos XI e XIII. O
movimento cruzadista fez contribuiu para a união de todas as forças europeias contra um
inimigo comum, os muçulmanos, chamados de infiéis pela igreja católica, e, apesar de as
cruzadas terem parecido uma solução para a crise do feudalismo foram na verdade
responsáveis por tranformar ainda mais a sociedade feudal (Ferreira).
Surge uma nova mentalidade a questionar a moral católica medieval anti-lucro ou a usura.
Incialmente os burgueses, apoiados pela Igreja advogam o Justo Preço, baseado no custo da
mercadoria, mais o trabalho empregado, mas aos poucos uma mentalidade pré-capitalista
começa a se formar, surgindo concepções em torno da acumulação, desde que regrada pelas
organizações burguesas. Outra concepção presente diz respeito a ascenção social, visto que
no interior das Corporações de Ofício era possível a um aprendiz chegar a condição de mestre
e adquirir sua propria oficina, a burguesia defendendo essa conduta para toda a sociedade.
Mais o importante, foi a partir da vontade de ascender cada vez mais economicamente que a
burguesia passou a apoiar os reis para derrubarem os entraves feudais que prejudicavam o
comércio (Ferreira).
2.6.Origem do capitalismo
De acordo com Pereira (2011), o comércio mercante de longa distância já existia no segundo
milênio A.C com os mercadores assírios e, depois, com os comerciantes fenícios. Estes foram
responsáveis pela criação de rotas comerciais entre o Mediterrâneo ocidental (onde criaram
numerosas colónias), a Grécia e o Oriente Médio, que era seu local de origem.
De modo geral o estádio da produção mercantil, com o qual começa a civilização, distingue-
se pela introdução: da moeda metálica e com ela do capital-dinheiro, do empréstimo, do juro
e da usura; dos mercadores, como classe intermediária entre os produtores; da propriedade
territorial e da hipoteca; do trabalho escravo, como forma dominante da produção (Ibidem).
Essa produção, porém, não era ainda uma produção capitalista, embora fosse direcionada
para o mercado: “Falar de ‘capitalismo’ antigo ou medieval, porque havia financistas em
Roma ou mercadores em Veneza é um abuso de linguagem. Esses personagens jamais
dominaram a produção social de sua época, assegurada em Roma pelos escravos e na Idade
Média (Coggiola, 2017)
Wood apud Roiz (2009: pp.298-299) em sua obra sobre a origem do capitalismo diz que:
O texto citado acima, mostra que de forma prática, o capitalismo já existia até mesmo durante
o periodo em que predominava o regime feudal mas a sua existencialidade ganha mais ênfase
através do desenvolvimento tecnológico que por sua vez contribuiu para a produção em
massa fazendo com que os mercados expandissem mais rapidamente.
2.7.Capitalismo
A rigor só existem duas fases da história humana: uma fase pré-capitalista, na qual se
sucederam e coexistiram a comunidade primitiva, os impérios antigos escravistas, o
feudalismo, as sociedades aristocráticas letradas do absolutismo, e a fase capitalista. Entre as
duas fases há um período de grande transformação, a Revolução Capitalista – que, entendida
amplamente, é um período longo, porque começa no norte da Itália, e partir do século XIV, e
pela primeira vez se completa na Inglaterra com a formação do Estado-nação e a Revolução
Industrial no final do século XVIII (Pereira, 2011).
Para que revolução capitalista pudesse se desencadear foi necessário que primeiro houvesse
uma transformação fundamental da tecnologia agrícola na Europa. Até o século XI a
agricultura estava limitada quase exclusivamente a terras de aluvião; foi o uso de arados com
lâminas de ferro e outras ferramentas capazes de cortar terras duras que viabilizou a
exploração das terras altas e férteis da Europa (Landes apud Pereira, 2011).
Só graças a esse progresso técnico decisivo foi possível produzir o excedente econômico
necessário para que trabalhadores pudessem ser transferidos para o comércio e a indústria – e
também para que pudessem ser construídas as grandes catedrais góticas, quase todas datadas
do século XII. E foi possível, alguns séculos mais tarde, passar das cidades-Estado para os
Estados-nação como forma de organização político-territorial própria do capitalismo (Pereira,
2011)
2.9.Fases do capitalismo
O livro de Pereira (2011) situa esta periodização no plano da sociedade, isto é, esta
periodização tem como critério as relações de produção ou a natureza das classes dominantes.
A primeira fase – o capitalismo mercantil – foi fruto das grandes navegações e da revolução
comercial. Nessa fase a aristocracia proprietária de terras é ainda dominante, mas uma grande
classe média burguesa está emergindo. Com a formação dos primeiros Estados-nação e a
revolução industrial nos séculos XVII e XVIII, a revolução capitalista pode ser considerada
completa em cada sociedades nacional desenvolvida e entramos na fase do capitalismo
clássico.
A terceira fase do capitalismo – o Capitalismo Profissional – desencadeia-se com a segunda
revolução industrial: a revolução da eletricidade, do motor a explosão, da produção em linha
de montagem, e do consumo de massa e de outros dois novos factos, a organização substitui
a família no papel de unidade básica de produção, e o conhecimento substitui o capital na
qualidade de factor estratégico de produção, e a burguesia é obrigada a partilhar poder e
privilégio com a nova classe média profissional que então emerge e se configura o
capitalismo dos profissionais (ibidem)
2.10.Capitalismo do conhecimento
A política no feudalismo estava restrita e monopolizada pelo senhor feudal. Era ele quem
formava os exércitos particulares e construíam castelos fortificados, dentro e em torno do
qual se desenvolvia a comunidade feudal, protegida por ele.
Caggiola, O. História do Capitalismo: das Origens até a Primeira Guerra Mundial. 1a ed.
Santiago,Chile, 2017.