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Resumo
Em um mundo cada vez mais globalizado, a obtenção e o gerenciamento de informações
sobre o mercado em que atua uma micro e pequena empresa, é condição fundamental para a
obtenção de vantagem competitiva e, sobretudo de sobrevivência. A aplicação do business
intelligence numa micro e pequena empresa surge justamente a partir desta necessidade,
permitindo o gerenciamento permanente do ambiente de atuação da empresa, mediante
coleta, análise e validação de informações sobre concorrentes, parceiros, fornecedores,
sobretudo, o desejo de clientes, este, a principal razão de existência de qualquer empresa.
Visando à diminuição de riscos na tomada de decisão, a partir do desenvolvimento de uma
base de conhecimento sobre o negócio. A pesquisa ocorreu através de levantamento
bibliográfico e documental, e em sites da internet especializados em Business Intelligence
com significativa notoriedade no mercado.
Este trabalho apresenta uma concepção para a aplicação de software de business
intelligence para micro e pequenas empresas de forma efetiva e direta.
Palavras-chave: Business intelligence; Inteligência de negócios; Inteligência competitiva;
Inteligência empresarial.
1. Introdução
Em um mundo cada vez mais globalizado, a obtenção e o gerenciamento de informações
sobre o mercado local e global em que atua uma micro e pequena empresa, é condição
fundamental para a obtenção de vantagem competitiva e, sobretudo de sobrevivência. À
medida que os empreendedores equilibram recursos críticos e combinam elementos
organizacionais, a busca pela vantagem competitiva deve ser obrigatoriamente adotada. É
importante entender o que desejam os clientes, o que fazem os concorrentes e como estão os
fornecedores e se, alguns destes itens representam riscos para o negócio.
De acordo com Serra (2002:5) há três abordagens para a construção de vantagens
competitivas:
a) Estratégia de custos baixos;
b) Estratégia da diferenciação, e
c) Estratégia de nicho.
2. Conceito
Se analisarmos historicamente, de forma prática e por observação, o Business Intelligence já
era usado pelos povos antigos, os Fenícios, persas, egípcios e outros Orientais, que ao seu
modo já utilizavam Business Intelligence, cruzando informações como, por exemplo, o
comportamento das marés, posição dos astros, períodos de chuva e seca, tudo, de maneira a
facilitar a tomada de decisões, Antonelli (2009:80).
Trazendo para a realidade atual o Business Intelligence BI é expresso através do
conhecimento e previsão dos ambientes internos e externos à empresa, orientando as ações
gerenciais, tendo em vista a análise competitiva e da obtenção de vantagens competitivas.
3. Entendendo a empresa
Para se conquistar a vantagem competitiva é importante, antes de tudo, que a empresa se
reconheça estrategicamente, e esse reconhecimento se dá através do planejamento estratégico
e da análise competitiva.
Assim se percebe que de forma destacada, alheia, a tecnologia da informação TI, através da
administração de dados feita a toque de caixa, tem sido o caminho encontrado pelas
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6. Administração de dados
A administração de dados pode ser definida como uma função responsável por desenvolver e
administrar o dado como um recurso estratégico da empresa, desta forma, a administração de
dados tem uma atuação ampla, ela deverá participar do planejamento estratégico de tal forma
que se permita, através de uma profunda análise, o atendimento dos objetivos dos negócios da
empresa.
6.1. Dado
O dado é um conjunto de letras, números ou dígitos que, tomado isoladamente, não transmite
nenhum conhecimento, ou seja, não contém um significado claro. Pode ser entendido como
elemento da informação. Pode ser definido como algo depositado ou armazenado Rezende
(2010:7). Como exemplos, podem ser citados: 11; 21de ; setembro; 99,90, José, Maria.
6.2. Informação
A informação é todo dado tratado ou trabalhado. Pode ser entendida como um dado com
valor significativo atribuído ou agregado a ele com um sentido natural e lógico para quem a
manipula Rezende (2010:8). Como exemplos, podem ser citados: Cor do automóvel, número
da conta bancária, data de nascimento.
6.3. Conhecimento
O conhecimento é o conjunto de percepções humanas (tácitas) ou inferências computacionais
Rezende (2010:8). Como exemplos, podem ser citados: percepção da dificuldade de reversão
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de prejuízo futuro de uma atividade da organização; praticas que podem ser utilizadas em
virtude do cenário atual do mercado; concepção de quais materiais, equipamentos e pessoas
são vitais para um serviço ou produção.
De maneira geral, os dados e as informações se apresentam em grande volume atualmente e
que pode ser armazenados e acessados pelas mais variadas formas de comunicação. Já os
conhecimentos são mais difíceis de armazenar, acessar e compartilhar.
Desse modo, o conhecimento pode ser visto como informações repletas de experiência,
julgamento, insight e valores. Em última análise, quase todo conhecimento reside no
individuo. Por esse motivo, as organizações bem-sucedidas continuamente oferecem
oportunidades para que seus empregados ampliem os seus estoques de dados e transformem
em informações, Silveira (1995).
Desta forma se pode afirmar que os dados, informações e os conhecimentos não podem de
forma alguma ser confundidos com decisões, que são atos mentais advindos de um ou mais
objetivos que se deseja atingir Rezende(2010).
7. A inteligência organizacional
Entendido então, os elementos que constituem o verdadeiro valor de uma empresa, é preciso
então, saber como aplicar e como tirar proveito para a conquista dos objetivos. Em algumas
literaturas, pode-se dizer que uma organização é inteligente quando ela é capaz de identificar,
capturar, analisar, disponibilizar e usar de forma extensiva o dado, a informação e o
conhecimento em prol do seu objetivo maior.
Em uma concessionária inteligente a funcionária da limpeza vende carros, em uma escola
inteligente o porteiro também “ensina”, em um hotel inteligente se pode também “hospedar”
pessoas, Rezende (2011:6).
Esta “inteligência” existe e funciona de maneira independente da aplicação de software ou de
tecnologia da informação TI.
Etapa 1 – Planejamento e direção – Nesta etapa são definidas as bases para o sistema. É
extremamente importante a participação da alta gerência nesta etapa, deve se formalizar um
termo de adesão e envolvimento da direção, no caso de micro e pequena empresa, dos sócios
que gerem o negócio, de tal forma que o processo não seja interrompido.
Nesta etapa define-se que usos terá o sistema, que necessidades da empresa este sistema irá
atender, quais atores (clientes, fornecedores, pessoas, departamentos, etc) serão envolvidos e
com qual finalidade.
É recomendado um sistema de Business Intelligence descentralizado, essa configuração torna
a organização mais sensível às mudanças do mercado e permite respostas mais rápidas às
oportunidades e ameaças, Serra(2010).
Etapa 2 – Coleta, Pesquisa e coleta de informações – Nesta etapa são definidas as fontes
para a busca de informações para o atendimento às necessidades levantadas na etapa 1, bem
como de ferramentas para o tratamento e armazenamento dessas informações.
São ferramentas de Business Intelligence segundo Serra (2002:79):
a) Database marketing, CRM;
b) Data mart, data warehouse, OLAP, data mining;
c) Webhouse;
d) Balanced scorecard.
Com dados e informações armazenadas e catalogadas por período, e principalmente com uma
boa equipe, é necessário então saber tratar e extrair com perguntas inteligentes, objetivas e
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com foco no objetivo da empresa. Apresento duas tabelas com perguntas com focos definidos
como exemplos para extração, tratamento e análise de dados e informações com foco
estratégico:
Observe que uma boa estratégia começa sempre com suposições do que se quer encontrar ou
chegar: “Se mudarmos a matéria-prima X, qual será a qualidade final esperada do produto
YX?”, “Se mudarmos a matéria-prima X e a qualidade final esperada for atingida para o
produto YX, qual impacto terá no mercado consumidor?”, observe a importância do recurso
humano que irá propor as questões e qual deve ser seu nível de conhecimento do negócio. É
possível então afirmar que o sucesso na implantação de Business Intelligence não está ligado
diretamente à tecnologia, ela é importante, mas não é o fator preponderante.
Etapa 5 – Gestão e avaliação – Nesta etapa todas as outras etapas anteriores são analisadas
de forma vertical, de tal forma que se garanta o sucesso e melhoria contínua do processo.
Além das soluções voltadas aos gerentes e diretores, deverá ser elaborada e implementada
uma forma de disseminação para todos envolvidos no processo, através de reuniões, intraweb
ou a forma que for mais rápida e interessante para a empresa.
Entende-se como fatores críticos de sucesso, na língua inglesa Critical Success Factor (CSF),
os pontos chave que definem o sucesso ou o fracasso de um determinado objetivo definido
mediante um planejamento na empresa. Os fatores que podem impactar diretamente o sucesso
da implantação de Business Intelligence estão relacionados tipicamente à: Recursos humanos,
qualidade dos dados, qualidade das informações, integração e cooperação.
12. Conclusão
Conforme apresentado neste artigo, pode-se perceber que o processo de implantação de
Business Intelligence é complexo e que demanda muita dedicação e paciência do
empreendedor. Os problemas diários associados à inabilidade em gerenciar o conhecimento
também estão inviabilizando o uso do Business Intelligence em micro e pequenas empresas, e
com isso, estão aumentando também os riscos da gestão. É comum observar a reclamação das
empresas que a falta de habilidade do usuário final seja uma barreira para o uso do Business
Intelligence tradicional, ainda, se observa, que a maioria das empresas se apoiam em seus
próprios departamentos de tecnologia da informação TI ou nas empresas fornecedoras de
software para a solução de um problema que é ligado à gestão do negócio e não de tecnologia.
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Então fica o dilema: É preferível gerir os negócios à cegas ou somente com dados
operacionais e com isso perder mercado e lucratividade ou é preferível investir, tempo,
dedicação e valores na implantação de Business Intelligence?
As vantagens que advêm da utilização de Business Intelligence têm a ver com o
armazenamento correto dos dados e informações, com a preparação dos colaboradores da
empresa, para que os mesmos sejam também analistas do negócio, para então, executar a
correta extração e acesso a informações de qualidade que permitam que as empresas
conheçam melhor a sua realidade, quer seja interna, quer seja externa, permitindo-lhes obter
indicadores preciosos para melhorar e ou corrigir o desempenho da sua atuação, gerando uma
mentalidade de melhoria continua e de inovação tão necessária ao seu crescimento.
Mas é somente a empresa que ganha? E os clientes? O que ganham? Ganham produtos e
serviços com qualidade e adequados à realidade, ninguém gosta de ser incomodado por
vendedores que tentam empurrar produtos ou serviços que não lhe são convenientes no
momento. É preciso atuar com inteligência sempre, é preciso saber o momento certo de
ofertar novos produtos ou serviços. Se há uma falha no timming de atendimento toda empresa
paga por esta falha, em contrapartida, se a abordagem ocorre no momento correto, em que o
cliente procura um produto ou um serviço a satisfação é garantida. Então, num mercado onde
há uma extrema competitividade, estar no lugar certo e no momento certo é fundamental para
o sucesso e para a sobrevivência da empresa e o Business Intelligence se compromete a
resolver esta demanda.
Por fim a recomendação deste artigo é também a de não se avaliar o Business Intelligence
como um custo, mas como um investimento que trará bons frutos a médio e longo prazo.
Referências
PRIMAK, Fábio V. Decisões com B.I. (Business Intelligence). Rio de Janeiro: Ciência
Moderna, 2008.
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