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Acidente do
Trabalho
CADERNO #3
APROVA AFT
Aqui é a prof. Bruna Quadros , já me apresentei no 1° pdf. Se você pulou algum dos
cadernos anteriores, sugiro firmemente que você siga o roteiro que propus e estude os
cadernos na ordem proposta.
Como já expliquei lá no Caderno #2, os subitens de primeiro nível (X.1, X.2, X.3...) foram
propostos pela banca examinadora (Cesgranrio) no Edital do Bloco 4 do CNU. Eventualmente,
vou propor itens de terceiro e quarto nível, conforme entenda que você deve se aprofundar um
pouco mais, beleza? Bora lá!
2 Acidente do Trabalho
Perceba que o Eixo 4 do edital vai começando a se amarrar! Dessa forma, o examinador
pode cobrar questões mais complexas, como análise de cenários para avaliação de problemas e
propostas de solução.
O item 2.4 ficou meio “salada de frutas”. Vou explicar essa mistureba brava quando
abordar esse tópico, adiante. O 2.5 tem bastante relação com o comecinho do 2.4. Vou tratar
disso também, fica tranquilo!
Vou aproveitar o começo da aula para fazer o disclaimer sobre os itens 2.7 e 2.8. Já
comentei isso no primeiro caderno, introdutório, e vou retomar para que você não esqueça. O
item 2.7 não é a NR-23 – Proteção contra Incêndios; nem o 2.8 a NR-33 – Segurança e saúde nos
trabalhos em Espaços Confinados!
Se o examinador quisesse cobrar essas duas NRs, teria feito essa inclusão no Eixo 5. Ele
optou por trazer parte da temática que elas tratam para dentro do Eixo 4. Isso porque um
médico, psicólogo ou analista de políticas públicas não precisa saber detalhes sobre como se
implementam controles eficazes para espaços confinados. Esses profissionais precisam saber
que espaço confinado não é bolinho, que não é uma coisa trivial, que precisam levantar suas
anteninhas quando ouvirem falar em situações de trabalho que envolvem espaço confinado.
Precisam aprender o conceito e entender quais, afinal, são as situações de trabalho mais comuns
na sociedade que envolvem espaço confinado!
Se um trabalhador que entra em espaços confinados deve ter sua saúde física e mental
e seu comportamental averiguados com cautela pelo médico ou psicólogo, para que realmente
se possa concluir sobre sua aptidão ou não para aquele trabalho. O especialista ou o analista do
MGI tem que saber que uma licitação para instalação de redes de saneamento precisa ter uma
cláusula para que a licitante, futura contratada, se comprometa a adotar os cuidados para
impedir acidentes. A segurança e a saúde das pessoas que implementam as politicas públicas
importam tanto quanto a das pessoas que serão beneficiadas por essas políticas. É isso que o
examinador quer com o Eixo 4. Despertar consciência e desejo de comprometer-se com o
trabalhador, que é sempre um sujeito, não um objeto, uma coisa. É um ser humano, titular de
direitos, e o Estado tem, perante ele, uma série de deveres. Um deles é de promoção do trabalho
decente, saudável e seguro!
Saber promover isso tudo é o que a banca está demandando do concurseiro para todos
os cargos do Bloco 4 do CNU, expressamente. Não dá pra ser vacilão nessa matéria! Se isso não
custasse a aprovação do candidato, quem pagaria essa conta seria o trabalhador que cruzasse o
caminho desses servidores. E o preço seria a saúde e a segurança dessa gente toda, um
pagamento absolutamente injusto, não é verdade? Espero que essa minha palestrinha tenha
aumentado um pouquinho teu nível de sensibilidade e apreço por esta disciplina =)
Continuando...
Do item 2.8 já falei quando dei a palestrinha acima e vou dar novo discurso mais pra
frente. Me aguarde! Rs
Se você for malandro(a), vai usar essa introdução na véspera da prova, quando fizer a
revisão. É meu conselho para ti! Também vou fazer um esqueminha no final da aula, que vai ser
bacana para fixar este conteúdo sobre Acidente do Trabalho.
Agora que você já sabe o que vem pela frente, busca lá teu copinho de água ou teu
chimarrão, respira, te ajeita na cadeira, e bora aprofundar.
2.1.1 Definição:
O acidente do trabalho pode ser definido como um evento indesejado que ocorre
durante a realização de atividades laborais e resulta em lesão corporal, perturbação funcional
ou morte do trabalhador. Esses eventos podem envolver desde situações de risco mais
evidentes, como acidentes típicos, de que são exemplo a queda em diferença de nível (queda
em altura) e colisão entre veículos em movimento, até exposições a agentes nocivos presentes
no ambiente de trabalho, causando danos diversos à saúde. Falamos de doença relacionada ao
trabalho no Caderno #2, lembra? Oh, os itens do edital se amarrando aqui, na frente dos teus
olhos!
No Brasil, além desses dois eventos (acidente típico e doença do trabalho), ainda
incluímos um terceiro. Você sabe qual é? Vou abordá-lo no subitem 2.1.2.1, porque ele decorre
de uma escolha legislativa nossa, aí combina mais falarmos sobre ele quando tratarmos da nossa
legislação previdenciária sobre acidentes. E vai ser agora!!!
Também comentei no item 1.5.3 do Caderno #2 que, muitas vezes, o desejo por tornar-
se estável pode fazer com que alguns trabalhadores produzam falsas alegações para ou durante
a perícia previdenciária.
Tão ou mais frequente do que esse tipo de fraude, no entanto, é a falsa negativa, por
parte do empregador, do nexo entre doença e a exposição ocupacional. Ou a litigância
administrativa no INSS, a fim de contestar o nexo com o trabalho estabelecido pela perícia.
Vamos ver a seguir como a empresa pode ser responsabilizada.
Muitas empresas negam indevidamente o nexo, que evidencia suas falhas na gestão do
risco ocupacional, um dever que o Estado lhe impõe. Isso é um claro exemplo da malandragem
brasileira: “se fazer de louco para ganhar sapato novo”. Ou: “se colar, colou”. Trata-se de um
Como comentamos no subitem 1.6.4 do Caderno #2, existe uma lista associando
doenças que se presumem ocupacionais a certas atividades econômicas. Essa lista se baseia em
evidências epidemiológicas (análise estatística do conjunto de dados de afastamentos, que
apontam uma associação entre doença e atividade que não se deve ao acaso).
1
Guilland, R.; Cruz, R.M.. Prevalência de Transtorno Mental e Comportamental em Trabalhadores de
Indústrias de Abate de Suínos e Aves no Sul do Brasil. Rev. Colomb. De Psico, v.26, n.1, 2017. Disponível
aqui: https://www.redalyc.org/pdf/804/80454273011.pdf Acesso em 17/01/2024.
c) Entidades sindicais;
d) Médicos(a);
e) Autoridades Públicas..
A CAT deve ser emitida tão logo a empresa tenha conhecimento do evento ou da doença
ocupacional, em até um dia útil após a ocorrência. A demora na emissão pode impactar o acesso
do trabalhador aos benefícios previdenciários corretos.
A CAT é de emissão obrigatória pelo empregador em até 1 dia útil do evento que a
ensejou. Outras pessoas estão legitimadas, em caso de recusa. A CAT é útil à caracterização da
natureza ocupacional do motivo de afastamento, tendo importantes repercussões para o
trabalhador vitimado e pela organização que o emprega.
Propõe que eventos menores (incidentes) são indicadores de problemas mais profundos
que levam a acidentes mais graves. Esse modelo fundamenta uma política de tolerância zero
para desconformidades e incidentes, mesmo que não impliquem vítimas ou perdas e propõe
que relatos de incidentes sejam incentivados e melhorias propostas como estratégia para
prevenção de acidentes.
Se a organização não se torna consciente de que sua gestão está dando causa aos
acidentes, continuará “enxugando gelo” após as análises superficiais de acidentes que se
detiverem exclusivamente sobre causas imediatas. No exemplo do acidente de amputação em
máquina, a solução tradicional seria adequar AQUELA máquina NAQUELA zona perigosa que
provocou a amputação e capacitar o PRÓXIMO operador DAQUELA máquina. A conduta
esperada seria rever todo o gerenciamento de risco, avaliando com profissional legalmente
habilitado TODAS as máquinas, promovendo TODAS AS ADEQUAÇÕES necessárias, propor novos
controles e monitorá-los, mediante planilhas ou sistemas de autorização para trabalho apenas
de operadores previamente qualificados, cujas capacitações e reciclagens também estejam sob
monitoramento, etc.
o nível de risco.
Já o combate é feito DEPOIS do sinistro. Tem a ver com as ações tomadas para conter
os danos e sua propagação. Para isso, precisamos dimensionar os danos que podem advir de um
sinistro e identificar pontos de intervenção para que possamos ter sucesso no gerenciamento
da crise.
Mas, uma vez ocorrendo o sinistro, devo definir condutas para lidar com essa
emergência, contendo o incêndio o mais próximo possível de sua origem. Para isso, é necessário
que uma pessoa previamente capacitada efetue o combate com extintor de incêndio tão logo
surja o foco.
É importante destacar que outras medidas de combate podem ser previstas por
profissional legalmente habilitado no Plano de Prevenção e Controle de Incêndios (cada unidade
da federação pode chamar o documento que consolida esse planejamento de uma forma
diferente. Geralmente, esse documento é requisito para obtenção do alvará dos Bombeiros e
sua complexidade será regida pela legislação estadual (ou distrital, no caso do DF).
Veja que nesse item já dei uma adiantada no item 2.7 (eita mulher que fala!!!), que
aparecerá aqui neste caderno logo mais. E por que fiz isso? Para que você conseguisse entender
as tecnologias de prevenção e combate a sinistros. Já vou dar um spoiler de acidentes que
veremos no item 2.6, ok? Segura esse forninho, Giovana! #partiuexemplos
Já em locais em que a cultura de SST é frágil - e onde também faltam recursos humanos
e materiais – o sistema terá muito mais propensão a quebras e os acidentes tenderão a ser mais
frequentes e mais graves. Nesses locais, o balançar dos pratos desequilibra o edifício inteiro, que
já ameaçava ruína. Pense num sistema tão frágil que qualquer coisinha que saia errado tem o
potencial para desencadear um efeito dominó. Alguns sistemas amplificam pequenas
desconformidades de forma intolerável, sendo a ruptura o único destino possível.
Sabe quando você examina um problema, uma “zica”, e diz algo do tipo: “não tinha
como não acontecer”, “isso já era esperado, só tava esperando dia e hora”, “de longe tava ruim,
de perto parece que tá longe”? Aquela coisa meio fadada a dar errado, sabe? Um acidente típico
de amputação em máquina obsoleta é um caso assim. Já outros acidentes tem uma
gênese/origem (aliás, tá aí outra palavra que o pessoal adora usar: acidentogênese!) mais
complexa e com explicações menos 8 ou 80, menos óbvias. Esses são os mais desafiadores!
Seria muito hipócrita culpar o trabalhador acidentado que removeu a proteção fixa de
uma máquina, se a própria empresa que tacitamente exigiu que ele operasse a máquina a mil
pelo Brasil, para produzir um mundaréu de coisa em um tempo escasso. Não acha? E não falta
quem culpe o acidentado, que muitas vezes até morto está. Injusto demais!
Você sabe que não sou fã de encher aluno de conteúdo sem motivo, certo? Confia em
mim agora, porque vou trazer alguns casos para que você tenha uma noção da quantidade de
zica que já rolou nessa categoria “acidentes ampliados”.
Recomendo que leia com viés informativo, numa leitura rápida, meio por cima, que
gosto de chamar de “diagonal”.
Além disso, nos anos seguintes, estima-se que até 15.000 a 20.000 pessoas tenham
morrido como resultado de complicações de saúde relacionadas à exposição ao gás. Centenas
de milhares de pessoas foram afetadas de alguma forma, muitas sofrendo de problemas de
saúde crônicos e debilitantes. O desastre de Bhopal continua sendo um símbolo trágico dos
riscos potenciais da indústria química e da necessidade de regulamentações rigorosas de
segurança. Tudo teria começado em uma falha de manutenção ou em um procedimento de
limpeza inadequado, com uma reação exotérmica (que libera calor e aumenta a pressão) em um
tanque, que não resistiu, liberando o isocianato na atmosfera.
Um dos mais graves acidentes nucleares da história, ocorrido na Ucrânia (então parte
da União Soviética), resultando em uma grande liberação de material radioativo. O acidente
teve origem em um teste mal conduzido. A sequência de decisões técnicas foi prejudicada pela
falta de informação, uma vez que dados classificados sobre falhas de projeto não eram do
conhecimento da equipe que estava realizando o teste. No último episódio da minissérie
“Chernobyl”, criada por Craig Mazin, há uma cena em que a sequência de eventos catastróficos
é brilhantemente apresentada.
E já que estamos falando de Plataforma, você se lembra desse acidente aqui? A resposta
deve ser sim, se, como eu, você for uma pessoa “jovem há mais tempo” (não chame nunca sua
professora de velha ou vivida, se você quiser manter-se vivo e saudável!). Se você é millennial,
segue o fio!
Trata-se do maior acidente petrolífero da história do país. A P-36 era a maior plataforma
semi-submersível do mundo e era operada pela Petrobrás no campo de Roncador, na Bacia de
Consequências:
Já deu pra sentir o drama, né? Nem eu aguento mais falar de acidente envolvendo
plataforma. Mais um acidente envolvendo plataformas e já vamos para outros exemplos, ok?
Resultou na morte de pelo menos 270 pessoas, sendo uma das maiores tragédias
humanitárias do Brasil.
No Brasil, a NR-01, que cai no Eixo 5 do nosso edital, determina que a organização
estabeleça, implemente e mantenha procedimentos de respostas aos cenários de emergências,
de acordo com os riscos, as características e as circunstâncias das atividades.
Essa mesma norma, determina, ainda, que identificação dos perigos aborde os perigos
externos previsíveis relacionados ao trabalho que possam afetar a saúde e segurança no
trabalho. Na avaliação de risco, as consequências de ocorrência de acidentes ampliados devem
ser consideradas no momento da gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde,
considerando também o número de trabalhadores possivelmente afetados.
Se aplica ao caso da Imperial Sugar Company (2.6, alínea “g”). AQUI tem um vídeo com
legendas em português sobre esse acidente.
Inicia-se com uma avaliação detalhada dos riscos de incêndio e explosão no local de
trabalho. Isso inclui a identificação de substâncias inflamáveis e combustíveis, fontes de ignição,
e condições que possam contribuir para a propagação do fogo.
São estabelecidos em razão da avaliação de riscos. Ela que vai terminar onde instalar um
sensor, quantas pessoas precisam estar aptas a manusear equipamentos de combate, onde
esses equipamentos devem estar localizados...
Treinamentos são medidas de controle administrativo e são fundamentais para garantir que
os trabalhadores saibam como agir em caso de incêndio, ofertando o combate adequado. Para
isso, o treinamento deve prever o uso adequado de extintores, procedimentos de evacuação e
comunicação de emergência. As pessoas precisam ter capacidade de operar os instrumentos
Em ambientes onde há risco de explosões, medidas adicionais são necessárias. Isso pode
incluir a utilização de equipamentos à prova de explosão, ventilação adequada e o controle
rigoroso de fontes de ignição.
Primeiro, vamos ver o conceito de Espaço Confinado. Ele é imprescindível para que a
gente compreenda os cuidados e protocolos específicos para garantir a segurança dos
trabalhadores envolvidos em atividades nesses locais.
É um espaço que não é projetado para ocupação humana contínua. Isso significa que o
espaço é geralmente pequeno, limitado ou de difícil acesso, como tanques, silos, poços, dutos,
tubulações, esgotos, compartimentos de navios, etc.
c) Ventilação Insuficiente
Esses espaços podem apresentar riscos à saúde e segurança, incluindo, mas não limitado
a atmosferas tóxicas, inflamáveis ou hipóxicas (baixo oxigênio), além de riscos físicos como
temperaturas extremas, superfícies instáveis ou espaços submersos.
- Monitoramento Atmosférico
- Ventilação Adequada
Garantir uma ventilação adequada é crucial para reduzir o risco de acumulação de gases
perigosos. A introdução de ar fresco no espaço confinado é frequentemente necessária antes
da entrada.
O espaço confinado deve ser cadastrado e sinalizado, a fim de que o trabalhador saiba
de antemão que aquela é uma área restrita, à qual somente pessoas autorizadas podem
ingressar.
- Procedimentos de Resgate
- Comunicação
O controle de hemorragias é crucial para evitar a perda excessiva de sangue. Isso pode
ser feito através da aplicação de pressão direta, uso de curativos e elevação da parte ferida.
Locais de trabalho devem estar equipados com kits de primeiros socorros que
contenham materiais essenciais, como curativos, gazes, bandagens, tesouras, luvas
descartáveis, além de manuais de primeiros socorros. Falei sobre a importância da
especificidade lá no comecinho desta aula. Isso tudo precisa ser planejado no bojo do programa
de controle médico da empresa. No Brasil, esse programa se chama PCMSO e você vai ver
detalhes sobre ele quando eu te ensinar a NR-07, que eu adoro!!! Mas isso vai rolar só no Eixo
5. Segura a ansiedade, bicho!
Estabelecer uma comunicação eficaz com serviços de emergência é crucial. Isso inclui
fornecer informações claras sobre a situação, localização e condição da vítima.
Confere baixo o compilado que preparei para você, com o resumo de cada um dos itens
deste caderno =)
2.1 Definição e legislação previdenciária.
A legislação previdenciária busca assegurar a proteção social dos trabalhadores, garantindo que
aqueles que sofram acidentes do trabalho recebam os cuidados necessários e tenham acesso a benefícios
que minimizem os impactos financeiros decorrentes das lesões ou incapacidades. Além disso, visa
incentivar as empresas a adotarem práticas que promovam a segurança e a saúde no ambiente de
trabalho.
A equiparação dos acidentes de trabalho às doenças relacionadas ao trabalho é uma medida que
reconhece a natureza ocupacional de certas condições de saúde. Essa abordagem visa garantir a tutela de
trabalhadores afetados por doenças decorrentes das atividades laborais, para que recebam a devida
proteção e benefícios previdenciários, incentivando, ao mesmo tempo, a prevenção dessas condições nos
ambientes de trabalho.
A CAT é de emissão obrigatória pelo empregador em até 1 dia útil do evento que a ensejou.
Outras pessoas estão legitimadas, em caso de recusa. A CAT é útil à caracterização da natureza
ocupacional do motivo de afastamento, tendo importantes repercussões para o trabalhador vitimado e
pela organização que o emprega.
Lembre que, isoladamente, raras falhas são catastróficas, mas eventualmente se alinham de
forma intolerável para o sistema sociotécnico complexo (item 2.5), que soçobra, rui, colapsa. Planos de
emergência genéricos e inespecíficos podem agravar acidentes, que é o contrário do que deveriam fazer,
que é a contenção de danos.
A proteção contra incêndios e explosões requer avaliação de risco para determinação dos
controles mais adequados. Isso não se faz de forma genérica, mas avaliando o caso concreto e suas
particularidades. Cada Estado tem sua normativa, mas todos exigem um Plano de Prevenção de Combate
a Incêndios (cada UF pode dar um nome sutilmente diferente) que considere o uso das instalações,
equipamentos instalados, materiais armazenados, o fluxo de pessoas que utiliza a instalação, seu
tamanho, etc, para fins de dimensionamento e seleção dos meios de prevenção e combate.
O trabalho em espaços confinados exige uma abordagem meticulosa e cuidadosa para garantir a
segurança dos trabalhadores. A avaliação do risco, com considerações sobre a atmosfera local, controles,
comunicação, supervisão, etc, vai recomendar a implementação de medidas preventivas, desde as de
engenharia, como sistema de exaustão, até o EPI, passando por medidas administrativas e
organizacionais, como treinamento, sinalização e supervisão.
A implementação eficaz de primeiros socorros no local de trabalho pode salvar vidas e reduzir a
gravidade das lesões. É uma responsabilidade compartilhada entre empregadores e trabalhadores
garantir que todos estejam bem treinados e equipados para responder a emergências. O planejamento
dos primeiros cuidados é uma obrigação da organização e deve considerar as situações de emergência
previsíveis.
Você já tinha aprendido algumas coisas que abordamos nesta aula quando falamos em doenças relacionadas
ao trabalho, no caderno anterior.
Agora você entende sobre CAT e a importância de analisar acidentes do trabalho, que são multicausais e
dependem de diversos fatores de naturezas distintas, como fatores humanos, organizacionais e tecnológicos.
Você também entendeu a importância de atuar preventivamente em relação a cenários previsíveis, como os
que envolvem espaços confinados, explosivos e inflamáveis.
Agora você tem noção dos principais acidentes ampliados que o Brasil e o mundo já enfrentaram e reconhece
que sucessivas falhas contribuíram para a gravidade desses eventos. Ficou claro que as interações entre falhas em um
sistema complexo pode acabar em uma baita confusão, com múltiplas vítimas.
Compreende que é necessário que haja avaliação de riscos em face de perigos previsíveis e que o examinador
resolveu chamar a atenção, neste item, para os riscos de incêndio e explosão em geral e para os riscos mais comuns
em espaço confinado – a intoxicação do trabalhador em razão da atmosfera do local ou o risco de explosão, ambos
podendo ter consequências catastróficas sobre a vida e integridade do trabalhador.
Finalmente, captou a mensagem que ter uma caixinha com materiais para primeiros socorros ou uma pessoa
com um certificado fajuto não significa real adoção de medidas de primeiros socorros. Compreende que precisam ser
planejados em face dos cenários de emergência e das necessidades que cada cenário enseja.
Da minha parte, fico contente por ter te ajudado a compreender melhor o tópico 2 do Eixo 4 <3
Se ainda está com dúvida ou uma pulguinha atrás da orelha, me chama na plataforma, que te esclareço.