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Aula 03 – O paradigma

da Inclusão

Prof.ª Daniela dos Santos Godoy


Psicóloga Especialista em ABA
Mestranda em Psicologia – UFES
1) Ideologia da Normalização

Roteiro de 2) Paradigma da Integração


Apresentação
3) Paradigma da Inclusão
A década de 1960 representa um marco importante na
modificação do padrão de relação da sociedade com a
pessoa com deficiência. Considerando que o paradigma
1) Ideologia da
de institucionalização tinha fracassado, iniciou-se o
Normalização
movimento pela desinstitucionalização, baseado na
ideologia da normalização como uma nova tentativa
para integrar a pessoa com deficiência na sociedade.
A Ideologia da Normalização consiste na crença que,
por meio da habilitação e reabilitação, deve-se prover às
pessoas com deficiência serviços que ajam sobre seus
1) Ideologia da corpos para que executem funções mais próximas
Normalização possíveis do normal. Normalidade, nesse caso, traduz-se
na execução de ações como fariam na média as pessoas
que não têm deficiência, segundo o esperado para sua
idade, sendo assim um conceito bioestatístico.
Entender a deficiência a partir de uma ótica
normalizadora é sempre percebê-la como um desvio e
1) Ideologia da
usar o serviço social como forma de sua reparação, é
Normalização
enfatizar a superioridade da “normalidade”.
1) Ideologia da
Normalização

Para todos verem: Imagem do Coringa com o texto “A pior


parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam
que você se comporte como se não tivesse” Coringa, 2019.
Exemplos de políticas de normalização:

 Oralismo na educação dos surdos;

1) Ideologia da  Escolas especiais preparatórias para o ensino regular;

Normalização  Medicalização e cura da “lesão”;

 Modelo de superação;

 Modelo de independência.
Se a igualdade é a referência, podemos inventar o que
quisermos para agrupar e rotular as pessoas com

1) Ideologia da deficiência.
Normalização Mas se a diferença é tomada como parâmetro, não
fixamos mais a igualdade como norma e fazermos cair
toda a hierarquia das igualdades e diferenças que
sustentam a normalização. (Mantoan, 2015)
Fundamentado na ideologia da normalização, a qual
advogava o “direito” e a necessidade das pessoas com
deficiência serem “trabalhadas” para se encaminhar o
2) Paradigma
mais proximamente possível para os níveis da
da Integração
normalidade, representada pela normalidade estatística
e funcional. Assim, integrar, significava, sim, localizar no
sujeito o alvo da mudança.
Constata-se, assim, que embora se tenha passado a
assumir a importância do envolvimento maior e mais
2) Paradigma próximo da comunidade no trato da integração de seus
da Integração membros com deficiência, o objeto principal da
mudança centrava-se, ainda, essencialmente, no
próprio sujeito.
Passou-se a discutir que as pessoas com deficiência
necessitam, sim, de serviços de avaliação e de
capacitação. Mas também se começou a defender que
3) Paradigma
estas não são as únicas providências necessárias. São
da Inclusão
previstas intervenções tanto no processo de
desenvolvimento do sujeito, quanto no processo de
reajuste da realidade social.
Cabe à sociedade se reorganizar de forma a garantir o
acesso de todos os cidadãos (inclusive os que têm uma
deficiência) a tudo o que a constitui e caracteriza,
3) Paradigma
independente de quão próximos estejam do nível de
da Inclusão
normalidade. Ou seja, a implementação dos ajustes e
providências necessárias que a ela possibilitem o acesso
e a convivência no espaço comum
Exemplos de Inclusão:

 Língua Brasileira de Sinais (Libras);

 Sistema Braille;
3) Paradigma
 Direito à matricula em escolas regulares;
da Inclusão
 Cotas de inclusão em universidades, concursos,
empresas e etc.;

 Programas de assistência social e profissionalização.


Integração x Inclusão

A grande diferença de significação entre os termos integração


e inclusão reside no fato de que enquanto que no primeiro se
procura investir no “aprontamento” do sujeito para a vida na
3) Paradigma
comunidade, no outro, além de se investir no processo de
da Inclusão
desenvolvimento do indivíduo, busca-se a criação imediata de
condições que garantam o acesso e a participação da pessoa
na vida comunitária, através da provisão de suportes físicos,
psicológicos, sociais e instrumentais.
Porque a inclusão ainda é considerada um paradigma?

3) Paradigma
da Inclusão
O grande problema é que a inclusão escolar ainda é vista
como uma responsabilidade “setorializada” da Educação
Especial e não como um conjunto de medidas que o
3) Paradigma sistema de ensino como um todo, de maneira
da Inclusão interdisciplinar, que se deveria adotar para efetivar tal
proposta.

Trata-se de uma concepção de inclusão parcial, porque o


sistema prevê serviços educacionais segregados
Em consonância com a definição da Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(BRASIL, 2008) a inclusão deveria ser:
3) Paradigma
da Inclusão Art.2º- A Educação Especial deve garantir os serviços de
apoio especializados voltados a eliminar as barreiras
que possam obstruir o processo de escolarização de
estudantes com deficiência (...)
Apesar desses entraves é inegável a conquista obtida a
partir da participação social das pessoas com deficiência
na sociedade brasileira, estas saíram da completa
3) Paradigma invisibilidade para finalmente ocupar a agenda pública,
da Inclusão conseguiram defender a ideia de que a deficiência se
traduz a partir de uma forma específica de ser e estar no
mundo e que representa apenas uma das expressões da
diversidade humana.

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