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Introdução

Analgesia e
sedoanalgesia: são a
mesma coisa?
Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

ÍNDICE

Sedação e analgesia: por que? 3

- Indicações 3

- Escalas de sedação 4

- Analgesia 7

Escalas de analgesia 8

Conclusão 11

Bibliografia 12

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

Sedação e analgesia: por que?

A sedação e a analgesia fornecem ao paciente tolerância a


procedimentos desagradáveis ou prolongados, pelo alívio da ansiedade,
do desconforto e/ou da dor. O conhecimento dos fármacos e das técnicas
permite que os Médicos otimizem os benefícios da sedação,
independentemente do local de atendimento. A escolha apropriada dos
fármacos e a consideração do estado clínico de cada paciente diminui o
risco de eventos adversos graves para o paciente, como apneia, obstrução
das vias aéreas, parada respiratória, parada cardíaca e morte.

Indicações

• Procedimentos invasivos e dolorosos (endoscopia; colonoscopias;


drenagem de tórax etc)
• Garantir um bom acoplamento do paciente ao ventilador mecânico,
quando intubado

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

Alguns dos riscos relacionados à sedoanalgesia:

• Aumento do tempo de hospitalização


• Maior índice de traqueostomias e complicações gerais em CTI
• Efeitos hemodinâmicos (ex: hipotensão e bradicardia)
• Broncoaspiração
• Diminuição do drive respiratório, que pode levar à hipóxia
• Rebaixamento do nível de consciência além do necessário
• Adição e/ou dependência (principalmente relacionada à opioides)

E este é o objetivo do curso: queremos que você saiba:

• Diferenciar sedação de analgesia


• Qual é o melhor fármaco para o seu paciente
• Conhecer os principais efeitos adversos das diversas medicações
utilizadas
• Quais os riscos relacionados e como evitá-los

Assim, ao final deste curso, o objetivo é que você possa proporcionar ao


seu paciente os benefícios da sedoanalgesia com maior segurança.

Escalas de sedação

Ao utilizarmos fármacos sedativos, alteramos o nível de consciência dos


nossos pacientes. Entretanto, a alteração do nível de consciência pode
ser alterado em diversos estágios clínicos diferentes. Uma forma prática é
usarmos os termos: sedação mínima, moderada e profunda:

• Sedação mínima: paciente permanece com resposta a comandos


verbais; com alteração de coordenação e cognição. Mas sem alterar
ou comprometer o padrão ventilatório e hemodinâmico
• Sedação moderada: paciente ainda responde a comandos verbais,
mas às vezes somente após estímulo tátil. Nesse estágio, ainda não
há comprometimento ventilatório e hemodinâmico
• Sedação profunda: aqui a resposta a estímulos verbais é somente
após estímulos verbais ou táteis vigorosos. É necessário atenção ao

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

possível comprometimento de via aérea. O comprometimento


cardiovascular é incomum

Essa é uma das diversas formas de classificação que pode ser usada.
Entretanto, há outras classificações consagradas e que podem ser usadas
em outros cenários dentro do mesmo hospital. Por isso, é importante
sabermos quais são:

• Escala de sedação de Richmond Agitation-Sedation Scale (RASS):


◦ É a escala mais utilizada em unidade de tratamento intensivo

Tabela 1. Agitation-Sedation Scale: validity and reliability in adult intensive care unit

patient, Am J Respir Crit Care Med. 2002 Nov 15;166(10):1338-44. Fonte: Adaptado de:

Sessler CN et al. The Richmond.

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• Escala de sedação de Riker Sedation Agitation Scale ( SAS):

Tabela 2. Escala de sedação de Riker sedation Scale (SAS). Fonte: Acervo Medway.

• Escala de sedação de Ramsay:

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

Tabela 3. Escala de sedação de Ramsay. Fonte: Presto B; Presto L; (2003).

Bem, aqui nos deparamos com a grande pergunta: "Sedação e analgesia


são a mesma coisa?" Não. Por quê?

Porque a sedação é o estado de alteração do nível de consciência. Temos


drogas que possuem apenas efeitos sedativos (como o propofol). Já a
analgesia é o estado de atenuação ou eliminação da dor. E temos drogas
que possuem apenas efeitos analgésicos, como a dipirona e o
paracetamol.

E para cada situação clínica específica, você deve se perguntar o que você
está querendo fornecer ao seu paciente: somente analgesia, sem interferir
com o nível de consciência? Somente sedação, para um procedimento
sem estímulo álgico? Ou ambos são necessários?

Vamos a um exemplo: digamos que seu paciente, claustrofóbico, precisa


realizar um exame de ressonância nuclear magnética, que dura cerca de
20 minutos em ambiente fechado. Você procura sedação? Analgesia?
Ambos? Nesse caso, gostaríamos de uma sedação para diminuir o
desconforto e ansiedade do paciente. É um exame sem nenhum estímulo
doloroso, portanto, não precisamos acrescentar drogas analgésicas (e
seus riscos).

Agora um outro exemplo: você acaba de entrar em um plantão em uma


sala vermelha. Seu colega te diz que acabou de realizar a intubação de
um paciente. E que deixou pra você a prescrição das drogas de
manutenção. O que você procura nesse caso? Um paciente intubado
precisa essencialmente de analgesia (o tubo orotraqueal dói!) e sedação!

Analgesia

Quando você imagina um paciente com dor, o que você imagina? Um


paciente calmo, com sinais vitais estáveis? Provavelmente não. A dor
possui uma fisiopatologia complexa e possui diversas classificações como:
dor aguda, crônica, neuropática, central… Mas qualquer que seja a

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

classificação da dor, uma coisa é certa, em seu pico, há uma ativação


massiva do sistema nervoso simpático e isso se traduz em:

• Alterações hemodinâmicas (taquicardia e hipertensão), além do


consumo metabólico de 02
• Disfunção do sistema imune
• Alteração da mecânica ventilatória (taquipneia)

Além das alterações fisiológicas da dor. O componente emocional e


sensitivo é muito pessoal, com uma grande variabilidade individual. É
comum vermos, para um mesmo estímulo doloroso, respostas variadas
entre os pacientes, e por isso é importante que você saiba respeitar e
individualizar o tratamento da dor.

Para isso, podemos lançar mão de escalas da dor, que servem tanto para
nortear você sobre o tratamento, quanto para fornecer a informação de
que sua conduta analgésica está eficaz.

Escalas de analgesia

• Escala: Behavioural Pain Scale ( BPS):


◦ É uma escala utilizada para pacientes intubados

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

Tabela 4. Escala Behavioural Pain Scale. Fonte: Pinheiro, A. R. Behavioral Pain Scale e

Critical Care Pain Observation Tool para avaliação da dor em pacientes graves intubados

orotraquealmente. Revisão sistemática da literatura. Rev Bras. Ter. Intensiva, 2019;31 (4):

571-581.

Escore < 3: ausência de dor


Escore 4-5: indica dor leve
Escore 6-11: dor inaceitável
Escore > 12 maior dor possível

Escala Critical Pain Observation Tool (CPOT):

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

• Indicada para pacientes graves intubados

Tabela 5: Escala Critical Pain Observation Tool (CPOT). Fonte: Pinheiro, A. R. Behavioral

Pain Scale e Critical Care Pain Observation Tool para avaliação da dor em pacientes graves

intubados orotraquealmente. Revisão sistemática da literatura. Rev Bras. Ter. Intensiva,

2019;31 (4): 571-581.

Escore < 3: pouquíssima chance de dor

Escore > 2: dor inaceitável

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

Escala visual ou numérica da dor

Figura 1. Escala visual da dor. Fonte: Rev Bras Ortop. 2016;51(6):672-9.

0: representa uma situação sem dor

10: a maior dor já sentida pelo paciente

Conclusão

Esperamos que nesse ponto você já tenha percebido que a sedação e a


analgesia devem ser individualizadas para cada paciente, para que assim
possamos usar a menor dose possível dos fármacos, otimizando o efeito
desejado e diminuindo os riscos e complicações. De forma concomitante,
é importante sabermos monitorizar a profundidade da sedoanalgesia,
para adequarmos aos nossos objetivos. O importante aqui é a segurança,
conforto e resolutividade para o seu paciente!

Nas próximas apostilas veremos mais sobre medicações específicas;


quando e como usá-las, além de diversos casos clínicos.

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Analgesia e sedoanalgesia: são a mesma coisa? CM

Bibliografia

1. MANICA, J. Anestesiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

1. VELASCO, Irineu Tadeu; BRANDÃO NETO, Rodrigo Antonio;


SOUZA, Heraldo Possolo de; et al. Medicina de emergência:
abordagem prática. [S.l: s.n.], 2019.

1. STOELTING R.K., HILLIER S.C. Pharmacology and Physiology in


Anesthetic Practice. 5.ed. New York: Lippincott Williams
Wilkins, 2015.

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