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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

LICENCIATURA EM AGRO-PECUÁRIA – LABORAL 3O ANO

EDSON ANTÓNIO

ANALGÉSICOS

Quelimane

2022
EDSON ANTÓNIO

ANALGÉSICOS

Trabalho de caracter avaliativo apresentado no


curso de Licenciatura em Agro-pecuária da
Faculdade de Ciências Agrarias, na cadeira de
Farmacologia e Toxicologia.

Docente: Juvêncio Sade

Quelimane

2022
Índice

1. Introdução ........................................................................................................................................... 3
2. Objectivos ........................................................................................................................................... 3
2.1. Objectivo geral ................................................................................................................................. 3
2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................................... 3
3. Metodologia ........................................................................................................................................ 3
4. Introdução a Analgésicos e vias de administração .............................................................................. 4
4.1. Definição de dor e classificação da dor ............................................................................................ 4
4.1.1. Causas da dor ................................................................................................................................ 5
4.1.2. Tratamento da dor ......................................................................................................................... 5
5. Analgésicos Opióides .......................................................................................................................... 6
5.1. Efeitos adversos dos opióides .......................................................................................................... 6
5.2. Principais medicamentos opióides usados em medicina veterinária ................................................ 7
5.2. Agentes opióides agonistas .............................................................................................................. 8
5.3. Agentes opioides antagonistas ......................................................................................................... 8
6. Anti-Inflamatórios Não Esteroides – AINE’s ..................................................................................... 9
6.1. Mecanismo de ação dos AINEs........................................................................................................ 9
6.2. Efeitos adversos dos AINEs ............................................................................................................. 9
6.3. Principais AINEs utilizados na rotina clínica................................................................................. 10
7. Analgésicos não convencionais ......................................................................................................... 11
8. Conclusão .......................................................................................................................................... 12
9. Referências bibliográficas ................................................................................................................. 13
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1. Introdução

O presente trabalho aborda sobre analgésicos sua divisão, seus efeitos adversos,
mecanismo de acção e os principais analgésicos usados no tratamento da dor nos animais. Os
analgésicos são medicamentos com função de aliviar a dor. A dor ´e definida como uma
experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão ou não dos tecidos, deste
modo a dor deve ser sempre tratada a despeito de sua origem, característica, tempo de
duração, idade e condição/ estado de saúde do paciente.

2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

 Compreender os analgésicos.

2.2. Objectivos específicos

 Definir e classificar a dor;


 Identificar os fármacos utilizados no tratamento da dor;
 Descrever o mecanismo de acção e efeitos adversos dos analgésicos;
 Mencionar os principais analgésicos usados no tratamento veterinário.
 Mencionar os factores de escolha dos analgésicos;
 Mencionar os principais problemas causados por analgésicos.

3. Metodologia

O modelo de pesquisa utilizado na elaboração deste trabalho foi a pesquisa


exploratória, que engloba a exploração do tema, por meio de levantamento bibliográfico e de
pesquisas realizadas, uso de internet, a fim de obter as informações necessárias para
realização do trabalho. A metodologia opcionada para a realização deste trabalho foi o
método descritivo, esta opção justifica o facto do método escolhido permitir uma descrição
clara e flexível em relação as ideias que foram reunidas e analisadas neste trabalho. Enquanto
procedimento, o trabalho realizou-se por meio da observação indirecta.
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4. Introdução a Analgésicos e vias de administração

Analgesia é a ausência de dor em resposta à estimulação que normalmente seria


dolorosa. O termo costuma ser reservado para descrever um estado em um paciente
consciente. Existem diversas técnicas que podem ser empregadas para se administrar agentes
analgésicos (Tabela 1), sendo sua escolha baseada na cinética do fármaco utilizado (Andrade
S.F, 2008)

Tabela 1. Vias de administração dos fármacos analgésicos em pequenos animais.

Técnica Classe de fármacos que podem ser


utilizados
Infiltração local Anestésicos locais
Bloqueio nervoso regional Anestésicos locais
Administração intra-articular Anestésicos locais e Opioides/Opiáceos
Administração epidural Anestésicos locais, Opioides/Opiáceos e
agonistas α2 adrenérgicos
Administração sistêmica Anestésicos locais, Opioides/Opiáceos e
agonistas α2 adrenérgicos
Fonte: Andrade S.F, 2008.

4.1. Definição de dor e classificação da dor

A Associação Internacional para o Estudo da Dor (International Association for the


Study of the Pain) definiu a dor como sendo “uma experiência sensorial e/ou emocional
desagradável, associada ou não ao dano potencial dos tecidos (Otero, 2005)

Dor aguda: que e aquela associada a lesão em tecidos ou órgãos, ocasionada por inflamação,
infecção e traumatismo ou outras causas e que se manifesta transitoriamente durante um
período relativamente curto, de minutos a algumas semanas.

Dor crônica: que geralmente esta associada a doença cronica ou em consequência de uma
lesão ja tratada, porem sem sucesso, e a qual pode se estender de vários meses a anos, citando
como exemplos clássicos, a artrite e a dor oncológica.
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Dor neuropática: é aquela dor gerada por lesão ou disfunção do sistema somatossensorial,
em seus elementos periféricos (dor neuropática periférica) ou no sistema nervoso central (dor
neuropática central), tendo como causas mais comuns: a

4.1.1. Causas da dor

De acordo com Otero (2005), as causas dos episódios dolorosos são inúmeras, desde
traumas, doenças infecciosas, cirurgias, até doenças crônicas. No caso da dor crônica, as
patologias comumente observadas na rotina clínica são doenças degenerativas, câncer,
discopatia, osteoartrite, doenças periodontais, processos inflamatórios crônicos e dores pós
cirúrgicas de natureza neuropática.

4.1.2. Tratamento da dor

De acordo com o fórum Informativo técnico VETNIL (2019), O controlo da dor


geralmente é feito com analgésicos e anti-inflamatórios. Sabe-se que os benefícios do
tratamento superam os possíveis efeitos colaterais desses medicamentos. No tratamento de
qualquer tipo de dor, o objetivo deverá ser tratar a causa primária quando possível, com a
finalidade de eliminá-la ou, pelo menos, reduzi-la ao mínimo, associando o uso de
medicamentos analgésicos.

A combinação de diferentes classes de fármacos analgésicos permite ao veterinário


otimizar o manejo da dor. As classes mais utilizadas são os opioides e os anti-inflamatórios
não esteroides (AINE’s). Os antidepressivos tricíclicos também vêm sendo utilizados como
novas alternativas para o manejo da dor. Existem outras classes de fármaco que também
podem ser associados, como corticosteroides, antagonistas de NDMA, anestésicos locais e
agonistas dos receptores alfa-2 adrenérgicos (Informativo técnico VETNIL, 2019).

De acordo com a Organizacao Mundial de Saude (OMS) a escolha dos fármacos pode
ser orientada pela “escada de analgesia” que distribui a dor em tres ou quatro degraus
relacionados a sua intensidade. Assim, a dor leve deve ser tratada com os AINEs, a dor
moderada com AINEs e opioide fraco e a dor intensa com AINEs e opioide forte (Figura 1).
A dipirona tambem podera ser adicionada a qualquer um destes degraus ja que e capaz de
incrementar a analgesia (Informativo técnico VETNIL, 2019).
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Figura 1: Tratamento multimodal da dor

5. Analgésicos Opióides

Analgésicos opióides atuam em receptores específicos que, ao serem ativados,


interferem na transmissão de impulsos dolorosos. Exercem efeitos inibitórios tanto no
encéfalo, quanto através do aumento do limiar nociceptivo das fibras da substância gelatinosa
localizada no corno posterior da medula espinhal. Estudos demonstram que os receptores
opióides estão presentes também no sistema nervoso periférico (Spinosa et al, 2017).

Os opióides têm eficácia elevada e são indicados para dores de intensidade moderada a
severa. O seu efeito analgésico depende da droga escolhida, da dose, via de administração, e
espécie à qual o fármaco é administrado (Fantoni e Kemper, 2017).

5.1. Efeitos adversos dos opióides

Os efeitos adversos que podem ocorrer após a administração dos opióides incluem a
sedação, excitação, disforia (alucinação), bradicardia, hipotensão, liberação de histamina e
depressão respiratória (Fantoni e Kemper, 2017).

Os efeitos gastrointestinais compreendem náusea, vômito, salivação, diminuição na


motilidade intestinal e constipação. Os gatos são particularmente, propensos a esses efeitos e
por esse motivo devem ser utilizadas doses adequadas ou reduzidas (associando-se a
tranquilizantes) nesta espécie (Fantoni e Kemper, 2017).

Se a reação adversa é severa, os opióides ainda apresentam o benefício de poder ter


esse efeito revertido rapidamente com a administração de antagonistas puros (ex. Naloxona)
ou agonistas- antagonistas. A escolha entre um antagonista puro e um agonista-antagonista
deve levar em consideração se é desejável a completa reversão dos efeitos, ou se é preferível
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preservar certo grau de analgesia e sedação, o que ocorre na administração do agonista-


antagonista (Fantoni e Kemper, 2017).

5.2. Principais medicamentos opióides usados em medicina veterinária

Morfina: a morfina é a droga padrão, pois, embora inúmeras medicações analgésicas


tenham sido sintetizadas nestes últimos anos, até o momento nenhuma delas provou ser mais
eficaz que a morfina no alívio da dor. Além disso, a utilização deste opióides é bastante
segura, bem tolerada nas diferentes espécies animais e tem baixo custo. Devido a dificuldade
de síntese laboratorial da morfina, ainda hoje este medicamento é extraído do ópio. A morfina
e demais derivados fenantrênicos do ópio produzem melhor efeito quando administrados
pelas vias parenterais.

Efeitos adversos: o uso pré-operatório, porem o fato da morfina causar emese, a


despeito do uso de acepromazina e ate mesmo do maropitan, deveria desencorajar este habito
por alguns motivos. Primeiro o risco de pneumonia por aspiracao, depois porque o vomito é
uma sensação extremamente desagradável que não condiz com os objetivos de prover
conforto e bem-estar ao paciente no período pré-operatório.

Tramadol: análogo sintético da codeína, possui mecanismo de acção misto, com


baixa afinidade por receptores μ, promovendo inibição da recaptação de noradrenalina e
serotonina, sendo considerado um opióides atípico. Por ser um opióides fraco, seu emprego
não esta associado a depressão respiratória, bradicardia, e hipotensão ou vomito.

O tramadol é uma boa escolha para o tratamento da dor leve a moderada em cães e
gatos, aguda e cronica, tendo sido empregado para diversos tipos de procedimentos
cirurgicos, isoladamente ou associado a AINEs e dipirona quando necessita-se incremento da
analgesia25,26,32,33,34. Geralmente a dose varia de 2 a 6 mg/kg, porem há relatos do
emprego de doses bem maiores. Um uso frequente do tramadol e para a prescrição em casa,
quando o animal ja esta de alta, devido a ausência de efeitos adversos importantes.

Metadona: opióides antigo conhecido ha muitas décadas e utilizada inicialmente em


pacientes vítimas de adição pelo uso de morfina e meperidina. Possui importante acção
analgésica em doses adequadas33,35, se ligando ao receptor NMDA no SNC, podendo
auxiliar na prevenção da sensibilização central e no fenómeno do “Wind-up”. Porem pode
causar bradicardia, e depressão respiratória dose-dependente razão pela qual a administração a
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animais idosos, cardiopatas, e de risco deve ser criteriosa. Possui curto período de latência, o
que e uma grande vantagem deste fármaco e a duração de acção pode variar de 1.5 a 6.5
horas36. Doses repetidas podem estar associadas a efeito cumulativo com aumento do risco
de depressão.

5.2. Agentes opióides agonistas

Butorfanol: esta substância de ação mista atua de maneira agonista em receptores K,


entretanto, atua como antagonista mais fraco ou parcial em receptor μ. Esta combinação de
antagonismo μ e agonismo K caracteriza este agente como agonista/antagonista. O butorfanol
é um analgésico muito eficaz em dores moderadas, possuindo 4 a 7 \'ezes maior potência
analgésica do que a morfina.

Buprenorfina: como os demais representantes deste grupo, e um fármaco agonista


parcial do receptor μ, e antagonista no receptor kappa. Pode apresentar efeito teto, ou seja, o
aumento da dose não melhora a analgesia, sendo que a literatura cita dificuldade na titulação
de sua dose alem de quando administrada pela via intramuscular apresenta período de latência
de quase uma hora. Portanto, recomenda-se sua administração cerca de 45 minutos antes que
o efeito analgésico seja requerido

5.3. Agentes opioides antagonistas

Naloxona: a naloxona e o antagonista puro e de maneira geral e capaz de reverter a


acao em todos os receptores, e pode ser utilizado no caso de sobredose dos opióides
anteriormente citados, para reversão dos efeitos adversos como bradicardia, depressão
respiratoria, sedação excessiva, ou excitação ou efeitos comportamentais. Sua dose e de 0,04
a 1,0mg/kg (SC, IM ou IV) para caes ou gatos. A duração de acção e relativamente curta
(cerca de 30 minutos), mas por se tratar de antagonista este tempo pode ser insuficiente e ser
necessaria a reaplicacao. Aspecto a ser mencionado tambem e que a naloxona ira antagonizar
todas as acoes dos opioides ou seja as indesejáveis bem como as desejáveis.

Adjuvantes: vários fármacos adjuvantes podem ser utilizados para o tratamento da


dor cronica e/ou de carater neuropático em cães e gatos associados ou não aos AINEs e
opióides dependendo do grau de dor. Quando se observar melhora do quadro álgico, o
desmame dos adjuvantes deve ser iniciado de forma muito lenta, geralmente com a
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diminuição gradativa da dose, administração em dias intervalados, ate que se comprove que o
animal esta bem a despeito da mudança de posologia.

Usualmente nos quadros de dor leve, os adjuvantes podem ser utilizados isoladamente
sobretudo quando o carater neuropático foi comprovado.

6. Anti-Inflamatórios Não Esteroides – AINE’s

Os anti-inflamatórios não esteroides são fármacos que possuem efeito antipirético,


anti-inflamatório e analgésico. A maioria das condições que causam dor tem um componente
inflamatório. Constituem a base fundamental para o alívio da dor ligeira a moderada, e são
indicados também para dor severa em associação com outras classes analgésicas. São
administrados no período pós-cirúrgico, bem como estados de dor aguda e crônica. Na dor
moderada a grave, devem ser usados como parte de um protocolo multimodal (Informativo
técnico VETNIL, 2019).

6.1. Mecanismo de ação dos AINEs

Os AINEs atuam mediante a inibição da síntese de prostaglandinas (PG), pelo


bloqueio da acção da enzima ciclooxigenase (COX) perifericamente (Figura 6) ou no sistema
nervoso central. Embora a COX tenha sido isolada em 1976, foi apenas em 1991 que as suas
duas isoformas (COX-1 e COX-2) foram identificadas propiciando, não apenas o melhor
entendimento do mecanismo de acção destes agentes, mas também a síntese de fármacos mais
modernos e voltados para o bloqueio mais seletivo da inflamação. Anos depois, uma terceira
enzima (COX-3) foi identificada e a qual se imputou o possível mecanismo de acção central
da dipirona e do paracetamol (Informativo técnico VETNIL, 2019).

6.2. Efeitos adversos dos AINEs

Os AINEs de maneira geral estão associados a efeitos adversos gastrointestinais, sendo


os mais comumente observados a diarreia, emese e irritação gástrica e nos casos mais graves
ulcerações, sangramento do trato gastrointestinal e ate mesmo óbito. Como mencionado, com
os fármacos preferenciais COX-2 (meloxicam e carprofeno) e os seletivos (coxibes) estes
efeitos são de menor intensidade. Já em relação aos efeitos renais, todas as classes de AINEs
estão relacionadas aos efeitos deletérios da inibição da vasodilatação e da alteração do fluxo
sanguíneo renal, portanto cuidado redobrado com a função renal e fundamental sobretudo nos
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animais idosos, desidratados, com quadros que podem afetar a funcao renal (sepse, choque) e
com doenca renal pre-existente (Informativo técnico VETNIL, 2019).

6.3. Principais AINEs utilizados na rotina clínica

De acordo com o Informativo técnico VETNIL (2019) os b principais AINEs são:

Meloxicam: é um ácido enólico que pertence à classe oxicam de AINEs. O


Meloxicam é um potente inibidor da ciclo-oxigenase, com maior ação na COX-2, sendo
chamado de inibidor seletivo ou preferencial de COX-2. Acredita-se que a especificidade do
COX-2 diminua a probabilidade de efeitos colaterais como lesões da mucosa gastrointestinal,
alteração da função renal e plaquetária, em comparação com os AINEs que inibem ambas as
enzimas COX. A seletividade de Meloxicam foi demonstrada por diversos estudos in vitro e
ex vivo.

O Meloxicam é considerado um anti-inflamatório seguro para tratamento de


médio/longo prazo em cães. Em gatos, o Meloxicam é o único anti-inflamatório indicado para
uso mais longo também, sem alterar a função renal. Promove analgesia adequada por ate 24
horas em gatos11 e no cao12. O mesmo estudo em gatos avaliou por ate cinco dias a funcao
renal e hepatica e nao encontrou qualquer efeito negativo do farmaco sobre estes parametros
quando administrado uma vez ao dia na dose de 0,05mg/kg apos uma primeira dose de
0,1mg/kg.

Cetoprofeno: é um inibidor inespecíficos da COX , derivado do ácido propiônico,


com potente e rápida ação analgésica. Este fármaco possui atividade antibradicinina – a
bradicinina atua como mediador da inflamação, levando ao edema por aumento da
permeabilidade vascular e vasodilatação. Além disso, possui importante papel na iniciação e
manutenção da dor, pois aumenta a sensibilidade das terminações nociceptivas. Outra ação do
Cetoprofeno é a inibição da lipoxigenase, promovendo analgesia por atuação no nível
supraespinhal. A lipoxigenase é responsável pelos leucotrienos, que são mediadores
inflamatórios. Por esses motivos, o Cetoprofeno é comumente indicado para o alívio de dores
agudas, no pós-operatório e após traumas.

Carprofeno: amplamente utilizado em cães para o tratamento da dor e inflamação em


decorrência da osteoartrite, bem como para o controle da dor pos-operatoria. E rapidamente
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absorvido pela via oral com biodisponibilidade oral de quase 90% e pico de concentração
plasmática em 1 a 3 horas apos doses de 1 a 5 mg/kg, respectivamente.

Em relacao aos efeitos adversos gastrointestinais, em um estudo realizado com 805 caes
obteve incidencia total de 3% destes disturbios, demonstrando ser um agente bastante idoneo
neste aspecto. Porem, houve a ocorrencia de hepatotoxicidade em 2 caes sem evidencia de
doenca hepática previa.

7. Analgésicos não convencionais

Dipirona: fármaco analgésico e antipirético que por possuir acão anti-inflamatória


quase que insignificante, não e considerada um AINE típico. Entretanto, estudos publicados ja
na década passada, mostraram que a dipirona também possui efeito bloqueador sobre as COX,
porem sem promover os efeitos gastrointestinais associados aos AINEs, fato que poderia estar
associado ao seu pH que difere daquele dos outros agentes. Também se aventa a possibilidade
da dipirona assim como o paracetamol bloquearem a COX-3 apenas no SNC, o que explicaria
a menor incidência de efeitos adversos.

Entretanto, alguns profissionais acreditam que a dipirona poderia ser responsável pela
ocorrência de anemia aplásica e agranulocitose, porem a incidência destes distúrbios em
humanos e maior para o diclofenaco e o próprio paracetamol. O fato é que a dipirona possui
ação analgésica em cães e gatos podendo ser utilizada para o controle da dor leve quando
utilizada isoladamente ou da dor moderada associada a outros AINEs e/ou opióides
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8. Conclusão

Terminado o trabalho conclui que os analgésicos são fármacos que tem propriedade de
aliviar a dor, e os principais grupos de analgésicos são os opióides e AINEs. O tratamento da
dor para que seja bem-sucedido deve obedecer a alguns preceitos básicos, os fármacos devem
ser escolhidos de acordo com o grau e tipo de dor, características do animal, com início
imediato assim que diagnosticada, devendo ser sempre tratada. Ajustes nas doses dos
fármacos devem ser realizados quando se observar a progressão da doença acompanhada pelo
retorno da dor ou piora do quadro. Por outro lado, as doses deverão ser diminuídas
paulatinamente a partir da percepção que a lesão esta melhorando. Neste sentido também, o
número de dias de administração dos diferentes fármacos ira depender do tipo de
procedimento realizado, do grau e do tipo de dor.
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9. Referências bibliográficas

Andrade, S.F. Analgésicos. In: Manual de terapêutica veterinária. 3. Ed. São Paulo: Roca,
2008.

Fantoni DT e Kemper DAG. Particularidades do uso de opióides e anti-inflamatórios em


cães e gatos. In: Tratado de dor. 1 Ed. Rio de Janeiro, Atheneu. 2017.

OTERO, P.E. Dor: avaliação e tratamento em pequenos animais. São Caetano do Sul, SP:
Interbook, 2005.

Spinosa et al. Farmacologia aplicada a Medicina Veterinária. 5 Edição. Editora Guanabara


koogan. 2017.

Informativo técnico vetnil. Especialidades em foco: controle da dor em cães e gato. USP, São
Paulo: 2019.

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