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SIQUEIRA, Valéria Aparecida de Souza
GENGHINI, Edna Barberato
Professor Conteudista
VALÉRIA APARECIDA DE SOUZA SIQUEIRA, Doutora em Educação pela
Universidade de São Paulo (2017). Possui Mestrado em Educação pelo Centro
Universitário Moura Lacerda (2012). Licenciada em Pedagogia
por essa mesma instituição (2009). Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas
em Avaliação Educacional - GEPAVE, na Faculdade de Educação da USP. É
professora em cursos de Pedagogia (presencial) e de Pós-Graduação (EAD). Foi
consultora externa do INEP/MEC: Elaboração de Sentenças Descritoras e
Comentários Pedagógicos de Itens. Atuou como Pesquisadora da Fundação para o
Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP), por meio do Projeto de Avaliação do
Programa Melhor Gestão, Melhor Ensino. Desenvolve pesquisas na área de
Educação relacionadas aos temas Avaliação Educacional, Política Educacional,
Currículo e Formação Docente. Trabalhou como formadora de professores na área de
avaliações externas em Projetos como Educa Brasil (Editora do Brasil), Excelência
com Equidade (Fundação Lemann) e Programa Mais Educação São Paulo (SME-SP).
Professora Colaboradora/coordenadora:
EDNA BARBERATO GENGHINI, Professora Universitária desde 2002. Atualmente
no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de três cursos ao nível de
Pós-Graduação Lato Sensu: em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, DOCÊNCIA
PARA O ENSINO SUPERIOR e em FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA,
pela UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP/EaD, onde também atua como
Professora Adjunta, nas modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da
MENTOR ORIENTAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA LTDA. ME desde 1991. Possui
graduação em Economia Doméstica - Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo
André (1980), graduação em Pedagogia pela Universidade Guarulhos (1985), Pós-
graduação em Psicopedagogia pela Universidade São Judas (1987), Mestrado em
Ciências Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-graduação Lato Sensu
em Formação em Educação a Distância pela UNIP - Universidade Paulista (2011). É
autora e coautora de livros Textos para os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu em
Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em
Educação a Distância da UNIP - EaD. Áreas de Interesse: Neurociências - Educação
Inclusiva - Psicopedagogia Clínica e Institucional - Formação e Gestão em Educação
a Distância - Formação de Docentes para o Ensino Superior.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 05
INTRODUÇÃO 06
REFERÊNCIAS 80
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo(a)!
Tais correntes representam o eixo que norteia o fazer docente; conhecer sua
evolução até a corrente interacionista vigente contribui para uma prática reflexiva que
tome o aluno como protagonista em seu processo de aprendizagem.
Está preparado(a)?
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INTRODUÇÃO
Vamos a elas:
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Veremos que as visões Inatista, Behaviorista e Interacionista trazem consigo
uma dada imagem do que seja aluno e professor, com repercussões importantes
sobre o trabalho docente e sobre a trajetória discente, o que pode potencializar ou
inibir o desenvolvimento deste último.
Entenderemos, por exemplo, que a visão que concebe o saber como um “dom”
torna-se seletiva, na medida em que pressupõe que as habilidades estão com o aluno
desde o seu nascimento e que, em se tratando de “dom”, uns têm outros não. Platão,
por exemplo, foi o primeiro Inatista de que se tem notícia ao distinguir os indivíduos
em habilidades desde o seu nascimento, classificando-os em “almas” de bronze, prata
e ouro. Essa concepção influenciou os processos escolares, uma vez que projeta uma
dada imagem de aluno.
Bons estudos!
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1. TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO E SEUS EFEITOS E/OU
POTENCIALIDADES NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM
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1.1 Teoria inatista no campo educacional
Mas o deus que vos modelou, àqueles dentre vós que eram aptos para
governar, misturou-lhes ouro na sua composição, motivo por que são mais
preciosos; aos auxiliares, prata; ferro e bronze aos lavradores e demais
artífices.
Platão diz que o homem nasce com certas características físicas e que elas
justificam a posição social de cada um. Ser apto a governar ou trabalhar como auxiliar
é resultado de uma vontade divina. Não se considera nenhuma possibilidade de
mudança.
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criança que considerava naturais. Para Rousseau, a educação não deve iniciar-se
com abstrações racionais, para não antecipar aquilo que as crianças não estariam
preparadas, a fim de não as confundir.
A Teoria Inatista, no campo educacional, gerou uma ideia de ser humano que
produziu uma abordagem rígida, autoritária e, sobretudo, pessimista para a educação
de crianças e adolescentes. Como o ser humano já nasceria “pronto”, poder-se-ia
apenas aprimorar um pouco aquilo que ele é ou, inevitavelmente, viria a ser. Isso
geraria enormes preconceitos enrijecendo o processo de desenvolvimento.
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É o pouco acesso a bens culturais e não a herança genética que tem impactado
em percursos escolares e universitários provocando diferenças e reforçando o
abandono dos estudos por parte de jovens e adultos e reforçando a exclusão social,
transformando diferenças de entrada em percursos educacionais acidentados.
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incondicionado). Watson, em seus experimentos, descobriu que até o comportamento
respondente pode ser criado, condicionado.
A “caixa de Skinner” possuía apenas uma barra que, ao ser pressionada pelo
pesquisador, acionava um mecanismo (camuflado) que lhe permitia obter uma gotinha
de água, que chegava até a caixa por meio de uma pequena haste. Por ter obtido
água ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a alta probabilidade de
que, em situação semelhante, o ratinho a pressionasse novamente (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 1999).
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Neste caso, o comportamento operante que propicia a aprendizagem dos
comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante – a
satisfação de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem está na relação entre
uma ação e seu efeito. Assim, agimos ou operamos sobre o mundo de acordo com as
consequências criadas por nossa ação.
Assim, voltando à “caixa de Skinner” em que uma gota d’água era oferecida ao
ratinho sempre que encostasse na barra, num segundo momento, o ratinho passa a
receber choques do assoalho. Após várias tentativas de evitar os choques, o ratinho
chega à barra e, ao pressioná-la acidentalmente, os choques cessam. Dessa forma,
as respostas de pressão à barra tenderão a aumentar de frequência.
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A “punição” é outro procedimento que o behaviorismo utiliza e envolve a
consequenciação de uma resposta quando há apresentação de um estímulo aversivo
ou remoção de um reforçador positivo presente. A punição sempre apresenta um
estímulo negativo ou retira um estímulo positivo, o que pode provocar a “esquiva” –
resposta ou comportamento para evitar o estímulo aversivo – e a “fuga” – resposta ou
comportamento para fugir do estímulo aversivo já iniciado.
Por outro lado, punir ações levaria à supressão temporária e não definitiva da
resposta, ou seja, não alteraria sua motivação. Tal constatação divide opiniões entre
os behavioristas quanto a seu uso na Educação. Práticas punitivas correntes na
escola como ajoelhar-se no milho, reproduzir inúmeras cópias de um mesmo texto,
palmatória entre outras foram questionadas por defensores do Behaviorismo que
faziam críticas a Skinner e propuseram a substituição de práticas punitivas por
procedimentos de instalação de comportamentos desejáveis.
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1.2.1 Teoria behaviorista e suas implicações no ensino superior
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1.3 Teoria interacionista no campo educacional
Outro fator que influenciou a crítica foi a tradição behaviorista que se voltava
aos efeitos do ambiente, desprezando estudos de processos mentais. Outro fator que
dificultou a aceitação de sua teoria foi o idioma em francês e a própria leitura, densa,
complexa.
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Na concepção Construtivista, a construção do conhecimento da criança é
adquirida durante toda a sua vida, de forma ativa, interagindo com o mundo a sua
volta. Segundo Piaget, o desenvolvimento se dá a partir da tentativa constante de
buscar o equilíbrio através de processos de assimilação e acomodação, nos quais o
indivíduo vai construindo estruturas variáveis, visando sua adaptação ao mundo
exterior.
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Também divergentes são a visão de homem-mundo que possuem Piaget e
Vygotsky. Para o primeiro, essa visão partiria do individual para o social, tudo começa
com o sujeito. Vygotsky, por sua vez, discorda e assegura que tudo se inicia no social
para o individual, uma relação mediada por sistemas simbólicos.
Assim sendo, para Vygotsky, a relação-mundo seria uma relação mediada por
sistemas simbólicos. Outro ponto de discordância entre ambas as teorias diz respeito
ao que seria objeto da educação, a construção do conhecimento, para Piaget, e o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores como, atenção, memória e
imaginação para Vygotsky.
Você sabe distinguir o que é ensino para Piaget e o que é ensino para
Vygotsky? Para ambos, a função de quem ensina é fazer a mediação entre o
aluno e o conhecimento. Para Piaget, essa mediação favorecerá a construção
do conhecimento de maneira autônoma pelo aluno. Para Vygotsky, essa
mediação adquire importância fundamental por que se refere à interação do
indivíduo com o meio social, cujas conhecimentos serão aprendidos.
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Admitindo que fatores hereditários e ambientais se harmonizam articulando-se
continuamente, a concepção interacionista de ensino e aprendizagem lança mão de
elementos como problematizações, levantamento de conhecimentos prévios dos
alunos, situações-problema que os coloque em desequilíbrio cognitivo, além de
abordar conhecimentos como problemas a serem solucionados, construídos, exigindo
do professor que resista à abordagem que entrega o conhecimento pronto por meio
de conteúdos acabados.
Mas, longe de se aplicar no ensino superior uma prática tal qual se aplica no
ensino fundamental, por exemplo, é preciso refletir sobre quem é o estudante
universitário. O primeiro ponto de relevância é o fato de que esses alunos são, em sua
maioria, indivíduos que estão entrando na fase adulta. Trazem, portanto, uma extensa
bagagem de experiências e anseios típicos dessa etapa do ciclo vital. Para esse
público, é importante que trabalhem em grupo, que exercitem a autonomia de ideias,
que discutam diferentes pontos de vista, que argumentem, que reflitam e,
eventualmente, reformulem concepções. Para que isso aconteça, esse aluno precisa
de desafios, de situações-problema que o mobilize.
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identificar na sala de aula alunos que compartilham a mesma condição, e também
aqueles que se encontram em outro ciclo de vida, valorizando a contribuição de cada
aluno que compartilhará saberes referentes a experiências semelhantes, mas também
interessando-se e interagindo com as experiências particulares, privadas de cada um.
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Espera-se, portanto, que a Teoria Interacionista possa contribuir para um novo
modelo de ensino universitário que coloque o estudante como protagonista. Para
tanto, é preciso que também o professor se disponha a aprender e mudar suas
estratégias se preciso for. É necessário entender que aprender implica em
compreender, o que demanda do professor o conhecimento sobre o processo de
pensamento do aluno, o que demanda estratégias e instrumentos de avaliação
diagnóstica a fim de acompanhar a construção do conhecimento do aluno.
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Ainda que haja distanciamentos em alguns tópicos da aprendizagem, é fato que
Piaget e Vygostsky revolucionaram a maneira de se compreender o desenvolvimento
humano. Suas descobertas revelam que qualquer que seja a etapa da vida do sujeito,
os fatores hereditários aliados a vivências determinam suas aprendizagens e,
consequentemente, sua visão de mundo ainda que discordem sobre a predominância
dos fatores individuais e do ambiente.
Suponha que você lecione para duas turmas em uma mesma instituição como
professor responsável por certa disciplina e se depare com a seguinte situação:
A turma B, em contrapartida, é uma turma muito jovem, com alunos cuja média
de idade é de 21 anos, todos recém formados no ensino médio. Digamos que você
tenha como concepção de aprendizagem baseada no Interacionismo e pretenda
apresentar a disciplina que trabalhará com eles na primeira aula.
Bom trabalho!
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Terminamos a unidade inicial para debatermos as concepções de
desenvolvimento existentes no espaço escolar e sua aplicação no contexto
universitário. Sabe-se que as diferenças entre os indivíduos são singulares, mas há
uma base de elementos hereditários e cuja interação com o meio que o cerca
possibilita que todos tenham condições de aprender.
Pense nisso!
Vamos lá?
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2. PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR:
SEMELHANÇAS E DISTANCIAMENTOS EM RELAÇÃO AO ENSINO NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
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Nesse sentido, temos a teoria dos ciclos de vida apresentados por Marta Kholl
que analisam os processos cognitivos baseados nos ciclos, nas experiências do
sujeito.
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construção do conhecimento não é medida pelo fator social e ambiente; ele não é
copiado de um referencial e modelo. O conhecimento anterior é reconstruído diante
da desequilibração socialmente provocada e estimulada. O papel do professor é visto
basicamente como o de encorajar, estimular e apoiar a exploração, a construção e
invenção.
Inatos (maturação)
Experiência (física ou social)
Sucessivas equilibrações, que não podem ser consideradas como
hereditárias, mas fruto das interações entre o meio e o indivíduo (quanto
mais complexa for essa interação, mais inteligente será no futuro)
A passagem por estágios cuja sequência é fixa e universal.
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Nas obras de Piaget, a criança pode utilizar as fontes e formas de informação
no processo de construção. A criança pode ativamente ouvir uma exposição ou ler um
livro e empregar a informação recebida na construção. O processo não é o de recriar
um modelo, mas o de inventá-lo. As Dificuldades de Aprendizagem surgem porque
muitos indivíduos estão estacionados em algumas etapas de desenvolvimento e isso
é refletido no dia a dia, com um jeito particular de pensar.
Piaget, em suas pesquisas, identificou que o ser humano nasce com três
tipos de estruturas:
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Outro elemento importante da teoria piagetiana é o processo de assimilação e
acomodação, parte de um processo mais amplo denominado processo de
equilibração. Assimilação representa a incorporação de novos objetos em estruturas
pré-existentes. Para Piaget, no processo de construção do conhecimento, o indivíduo
tende a buscar em suas estruturas mentais uma base, algo já conhecido em que possa
se apoiar diante do novo conhecimento que se coloca como um problema. É o
processo de assimilação, isto é, ao se deparar com algo desconhecido, o sujeito busca
assimilar esse novo a algo que ele já conhece.
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A Teoria Piagetiana, em síntese, assegura que a construção do conhecimento
se dá quando acontecem ações físicas ou mentais sobre o objeto; ações que
provocam o desequilíbrio resultando em assimilação e acomodação dessas ações.
Para Piaget, as estratégias são inatas, a exploração é voluntária, se dá por meio da
curiosidade, o desenvolvimento é marcado por uma sequência e o papel do ambiente
seria o de afetar o ritmo da aprendizagem. A aprendizagem se dá, não por decorar a
solução, mas por entender o problema e buscar uma solução.
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2.2 Estágios de desenvolvimento e ciclos de vida: a adequação a cada faixa
etária
Piaget assegura que tudo o que ensinamos à criança, estamos impedindo que
ela invente ou descubra. Os estágios apresentam características de suma importância
para o pleno desenvolvimento da criança. Em cada um, há características a serem
construídas, superadas e aprimoradas.
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Com o tempo, ela vai aprender que é mais uma parte do mundo, uma parte da
família. As noções de tempo e espaço são construídas pela ação - inteligência prática,
principalmente pela manipulação e sucção (a criança leva tudo à boca). A criança
apresenta coordenação de reflexos e reação como repetição de ações quando
produzem resultados. Nessa fase ocorre a construção da noção de objeto.
Tudo isso porque agora já possui também a imagem mental, porque houve a
incorporação e representação mental das suas experiências vivenciadas no estágio
anterior. Na visão de Piaget, a intuição é a lógica da primeira infância, caracterizada
pelo “apego” da criança ao primado das percepções.
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de o sujeito realizar novas abstrações e estabelecer além relações sobre as
operações, relações sobre relações, deduzindo hipóteses, que nem sempre podem
ser verificadas no concreto.
Por outro lado, é forçoso admitir que, em relação ao aluno do ensino superior
que é um jovem ou um adulto, a teoria construtivista tem limitações. Por exemplo, a
ideia de um desenvolvimento baseado em estágios não se sustenta para explicar o
desenvolvimento cognitivo desse público. Embora toda a base construtivista seja de
extrema importância para os processos de ensino/aprendizagem, o público do ensino
superior tem suas idiossincrasias.
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Muito se sabe acerca do desenvolvimento infantil, mas há pouco conhecimento
sobre a psicologia do adulto, uma conclusão de Oliveira (2004), para quem a definição
de um estágio psicológico, tal como apregoa Piaget, não se sustenta para explicar o
universo do adulto. A autora lembra que adultos trabalham, constituem família, se
relacionam, aprendem em diferentes dimensões da vida, educam seus filhos, têm
projetos individuais e coletivos, o que se constitui fontes variadas de experiências e,
portanto, de aprendizado.
Nesse sentido, Oliveira (2004) analisa a idade adulta como um ciclo de vida e
não como um estágio de desenvolvimento. Ciclos de vida representam etapas
culturalmente organizadas, o que impõe a necessidade de analisar o modo de
inserção na vida social de jovens e adultos que se encontram na sala de aula.
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e sim, uma multiplicidade de instâncias que serviram para a base conceitual que o
aluno no ensino superior traz como bagagem.
Ainda que tenhamos autores como Oliveira (2004) que preferem o conceito de
ciclos de vida, mesmo esses, trazem em sua base a ideia de que conhecimentos
prévios devem ser valorizados. Nesse sentido, convém pensar na estrutura do ensino
superior que é organizado em torno de competências a serem desenvolvidas por seus
alunos.
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voltados a procedimentos e necessidades práticas. É importante pensar que jovens e
adultos são também indivíduos que, em sua maioria, estão ou estiveram inseridos no
campo de trabalho.
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Vale lembrar que uma metodologia que se apoia na visão construtivista de
educação instiga a curiosidade dos alunos em constantes desafios por meio de
situações-problema. O aprendizado de fato ou a aprendizagem significativa acontece
o aluno tem a oportunidade de buscar a solução para problemas que se colocam.
Cabe ao professor criar situações problema e estratégias para despertar o interesse
do aluno em resolver o problema.
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A mobilização de saberes prévios é dependente do tipo de relação estabelecida
entre professor e aluno, uma relação que se pauta nas trocas afetivas como explica
Goleman (2001). Para ele, o controle das emoções contribui de forma essencial para
o desenvolvimento da inteligência do indivíduo, mostrando que a incapacidade de lidar
com as próprias emoções pode dificultar ou até destruir nossas vidas. O autor ressalta
que a crise que a humanidade vive hoje, com aumento da criminalidade, violência e
infelicidade é o reflexo de uma cultura que se preocupou apenas com o intelecto,
esquecendo o lado emocional da pessoa.
Goleman (2001) afirma que existem duas mentes: a que raciocina e a que
sente. Esses dois modos de conhecimento diferentes interagem na construção de
nossa vida mental. A mente racional é o modo de compreensão de que quase sempre
temos consciência, é mais destacado na consciência, mais atenta, capaz de ponderar
e refletir. Já a mente emocional, é um sistema de conhecimento impulsivo.
Muitas das nossas ações são determinadas pelas emoções que têm sua razão
e uma lógica peculiares. A mente emocional é muito mais rápida do que a racional,
levando à ação, sem dar tempo para pensar. Essa rapidez não permite a reflexão que
caracteriza a mente racional. Provavelmente, essa rapidez na ação, se explique, no
curso da evolução humana, como um meio de preservação da vida, da necessidade
de defesa diante do perigo.
A mente racional demora mais para registrar os fatos e para reagir a eles do
que a mente emocional. Em circunstâncias emotivas, o primeiro impulso vem do
coração e não da cabeça. Existe também o tipo de reação emocional que não é tão
rápida, desenvolve-se e fermenta-se no pensamento até configurar-se como
sentimento.
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cognitivo. Nesse processo mais lento, um pensamento mais articulado precede o
sentimento e surge a resposta emocional adequada.
Por isso, é muito difícil fazer com que uma pessoa, sob perturbação emocional,
raciocine; não há argumento do ponto de vista lógico que o demova de suas
convicções. A mente emocional reage, no presente, a um fato, como reagiu no
passado a esse mesmo fato. Temos então, como professores, o desafio de lançar
mão de estratégias que, ao mesmo tempo se valham dos conhecimentos prévios dos
alunos como forma de potencializar sua aprendizagem, e que os envolva em um
ambiente que estimule sua mente racional e emocional.
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quanto no ensino superior que priorizem estratégias que mobilizem tais experiências
prévias com vistas ao pleno desenvolvimento do educando.
Ao trabalho!
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Vimos semelhanças que a teoria construtivista apresenta em relação à fase
infantil e à fase adulta, com destaque para os processos constantes de assimilação e
acomodação que ocorrem continuamente, bem como o fato de que conhecimentos
prévios se constituem uma base de fundamental importância para construção de
novos conhecimentos.
Apesar das diferenças no que se refere a estágios e ciclos de vida, fato é que
outros elementos da teoria construtivista se adequam perfeitamente ao ensino
superior com contribuições importantes para se organizar estratégias didáticas. É o
caso dos conhecimentos prévios e a importância para a construção de novos saberes.
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3. ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS COMO CONTRIBUIÇÃO
PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DISCENTE NO ENSINO
SUPERIOR
43
Bear, Connors e Paradiso (2002) destacaram que a comunidade
científica de diversas áreas, entre elas a medicina, a psicologia, a psiquiatria e
a biologia, tem se debruçado sobre o tema, com o propósito de compreender
funcionamento desse importante órgão do corpo humano. Sob o ponto de vista
investigativo são inúmeros os fatores que impactam as funções do sistema
nervoso.
Do ponto de vista da diretriz interdisciplinar, tal cenário leva esse novo campo
de estudos a refletir e construir estruturas conceituais e metodológicas
compartilhadas, já que assume o desafio de reunir conhecimento científico e
tecnológico de vários nichos acadêmicos.
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Em relação aos estudos que se voltem ao campo multidisciplinar, Marques e
Faria (2013) consideram que, os aportes interdisciplinares contribuem com a validade
da pesquisa como uma alternativa para a obtenção de novos conhecimentos, a partir
de combinação metodológica e novos pontos de vista. Isso indica que as pesquisas
neurocientíficas não se filiam ao campo da medicina ou da biologia como também não
ficam atreladas ao campo da psicologia ou da psiquiatria.
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imaginação motora; fisioterapia neural; diagnóstico e tratamento de transtornos
mentais psiquiátricas do ponto de vista biológicos; uso de novas tecnologias de
neuroimagem; uso de métodos estatísticos e computacionais para extrair dados de
imagens para compreender melhor como o cérebro se desenvolve; entre outras.
Esses estudos podem ser reunidos em grupos. Os oito (8) principais grupos de
estudo da Neurociência são:
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III. Neuroimagem: é um ramo imagiologia médica que se concentra no
cérebro e são utilizadas para diagnosticar doenças e avaliar a saúde do
cérebro. Os principais métodos de neuroimagem são: radiografia simples;
ultra-sonografia; tomografia computadorizada; ressonância magnética;
angiografia e medicina nuclear. Esses métodos fornecem uma grande
variedade de informações do cérebro tanto da sua ordem funcional como
estrutural. Permite que se construam imagens anatômicas de alta
resolução do cérebro que são utilizadas para estudar o órgão e ver como
ele reage a uma atividade específica. Existem dois tipos de neuroimagem,
a funcional que está focada nas funções do cérebro e estrutural que
investiga a estrutura física do cérebro.
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neurologia que estuda o cérebro humano e suas funções e a fisiologia que
estuda a soma das partes do corpo e como elas se inter-relacionam. Estuda
também os sinais bioelétricos do cérebro e dos sistemas neurais para
diagnosticar possíveis patologias e distúrbios neurológicos como a
epilepsia.
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meio de instrumentos e práticas de avaliação que aferem a capacidade de
memorização e de reprodução do conteúdo por parte do aluno.
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formação anterior para atribuição de sentidos ao conjunto de conhecimentos que
“passará” aos seus alunos.
A questão central que se coloca é que, do outro lado, há um aluno cuja base
de conhecimentos é diferente da do professor e, portanto, os conceitos em que se
apoiará para refletir, pensar e analisar serão, provavelmente, inferiores ou de outra
natureza, o que inviabiliza uma transferência pura e simples de informações sem que
haja conexões possíveis de serem realizadas.
Como saber o significado que será atribuído pelo aluno se essa significação
tem relação direta com as experiências do aluno ao longo de sua trajetória escolar e,
sobretudo, humana? É só através de rodas de conversa que intentem levantar o
conhecimento prévio e as hipóteses que os alunos têm em relação ao que será objeto
de ensino que se produz as condições para a aprendizagem significativa.
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O livro “A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel” é uma
leitura importante para se conhecer os fundamentos em que se baseia Ausubel
para a defesa de interações do aluno com situações em que ele seja levado a
fazer conexões entre o novo conhecimento e o conhecimento já existente em
suas estruturas cognitivas. Obra de significativa importância para a formação
docente.
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5. Inteligência cinestésico-corporal – é a inteligência do movimento,
representa o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar
produtos. Presente especialmente em atletas, mágicos e atores.
Gardner admite que cada indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos,
sendo que tais talentos passam a ser moldados pela cultura na qual a criança está
inserida por volta dos 5 anos. Nesse sentido, a trajetória de vida do ser humano tende
a privilegiar certas inteligências no lugar de outras, embora tenha nascido com a base
para todas.
Isso significa que, ao ingressar no ensino superior, esse adulto tem definidos
seus talentos, os quais foram se aperfeiçoando ao longo de sua história de vida.
Assim, como um ser autônomo, é bastante provável que sua escolha por um curso
superior tenha sido influenciada por uma ou várias das inteligências predominantes.
Cabe ao professor valorizar uma visão de ser integral, bem como mediar
aprendizagens em espaços de diversidade como é a sala de aula.
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Diversificar espaços e/ou atividades para que as múltiplas inteligências se
manifestem e otimizem o aprendizado dos alunos é um desafio para o
professor. Nesse contexto, faz sentido um planejamento prévio da aula por
parte do educador? Haveria a necessidade de se manter um plano de aula
previamente demarcado diante da imprevisibilidade da aula em contexto de
diversidade? Qualquer que seja a estratégia didática aplicada, o planejamento
é imprescindível. Privilegiar a autonomia do aluno, favorecendo espaços para
que se manifestem as múltiplas inteligências não exclui a importância de um
planejamento, pois os objetivos de aprendizagem sempre comporão um plano
seja ele de aula ou de ensino.
Nesse sentido, o “erro” do aluno, tal como vimos nas teorias interacionistas de
desenvolvimento, tem um sentido, segue uma lógica, um raciocínio por parte do
sujeito que aprende.
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A Taxonomia de Bloom foi desenvolvida por Benjamin Bloom, educador norte-
americano e refere-se à classificação de objetivos de processos educacionais. Trata-
se de uma estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais. A
Taxonomia foi resultado de pesquisas realizadas por uma comissão multidisciplinar
de especialistas de várias universidades americanas tendo como pesquisador
responsável Benjamin Bloom. Uma das principais contribuições de tal teoria foi a
classificação de níveis e formas de aquisição de conhecimentos por parte do sujeito.
1. conhecimento
2. compreensão
3. aplicação
4. análise
5. síntese
6. avaliação
Cada categoria, por sua vez, apresenta subdivisões que podem ser
estimuladas e avaliadas a partir de estratégias definidas por ações (verbos
específicos). O quadro a seguir exemplifica essa relação.
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Taxonomia de Bloom
1. lembrar
55
2. entender
3. aplicar
4. analisar
5. avaliar
6. criar
Factual ou efetivo
Conceitual
Procedimental
Metacognitiva
A dimensão do processo cognitivo é o “saber como”, que se divide, por sua vez,
em seis categorias conforme o quadro a seguir:
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Lembrar Reconhecer e reproduzir informações importantes da
memória de longa duração e também conteúdos.
Subcategorias: reconhecendo e reproduzindo.
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A Taxonomia de Bloom é uma teoria que demonstra os processos cognitivos
que são mobilizados pelo indivíduo diante de situações-problema. Os
processos a serem mobilizados são dependentes da complexidade da tarefa a
que o aluno foi exposto, o que implica situações didáticas preparadas para este
fim, bem como instrumentos de avaliação que possam confirmar a mobilização
de tais processos. O artigo de Ferraz e Belhot (2015) sugere adequações nessa
temática. Confira:
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Por fim, mas não menos importante, vimos na Taxonomia de Bloom a
hierarquia de processos cognitivos mobilizados pelo sujeito diante de tarefas que deve
realizar.
Bom trabalho!
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autônomo, capaz de estabelecer relações contínuas entre conhecimentos prévios e
novos conhecimentos em constantes interações com o meio que o cerca. Entre essas
abordagens, destacamos o campo da Neurociência que na atualidade tem contribuído
para a compreensão de complexos processos mentais envolvidos na construção do
conhecimento discente.
Sigamos!
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4. MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DISCENTE: PROFESSOR
MEDIADOR E A TRANSFORMAÇÃO DOS PROCESSOS DE
APRENDIZAGEM DISCENTE
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verificação do atingimento de objetivos estipulados no início do processo, ignorando
especificidades do contexto escolar e origem de seus alunos, cujas lacunas de
aprendizagem não eram levadas em conta para a organização de processos de
ensino/aprendizagem mais formativos.
Tal modelo vigorou até o início dos anos 1990, no Brasil, superado a partir da
redemocratização do país, momento em que reformas educacionais tiveram início,
sendo o marco internacional a Conferência Mundial de Educação para Todos e no
Brasil a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 foi o destaque.
Os PCN, por sua vez, são de clara inspiração construtivista, pois defendem a
ideia de protagonismo e autonomia do aluno, algo impensável em um modelo que
privilegiava a repetição, especialização, memorização e reprodução. Um avanço,
portanto, se pensarmos nos processos escolares antes focados no professor, agora
voltados ao aluno. Com essa guinada na forma de perceber o papel tanto do aluno
quanto do professor abre-se um espaço importante a que se valorize a bagagem do
aluno constituída por inúmeras interações ao longo da trajetória de vida do mesmo.
Abre-se espaço também a que se valorize os conhecimentos prévios desse aluno,
trazendo para o centro do processo de ensino/aprendizagem a visão de mundo que
tem o aluno, formada por sua vez a partir de seu histórico de vida
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ensino/aprendizagem, em sua maioria, se encontram estagnados no século XX,
permanecendo o modelo diretivo de educação bancária, como explicitou Paulo Freire.
Ignora-se ainda a capacidade de construção autônoma e dinâmica do conhecimento
por parte do aluno.
Uma vez elaborado o plano é importante que o grupo vá a campo para executá-
lo e também avaliá-lo ao longo do processo e ao final. Na avaliação que ocorre ao
longo do processo, eventualmente podem ocorrer ajustes no projeto e novas ações
podem ser elaboradas. O importante é que o projeto seja flexível, proposto
antecipadamente, mas sem tornar-se engessado por isso.
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Na sequência, os alunos poderão realizar pesquisas em diferentes fontes
comprovando ou não a sua hipótese inicial e, com os resultados obtidos, poderão
estabelecer relações e tirar conclusões. Trata-se de uma forma interativa e dinâmica
de se relacionar com o objeto do conhecimento. Isso permite que o aluno se aproxime
dos conteúdos estudados na teoria aproximando-os de situações concretas; além
disso, favorecer o uso de relatórios de acompanhamento dos experimentos é uma
forma de levar os alunos à auto-avaliação, fundamental para a construção do
conhecimento.
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4.2 Aprender praticando: desenvolvimento de habilidades a partir de sua
mobilização
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O trabalho como princípio educativo, também de origem escolanovista,
repercute na MDC assim como faz parte de documentos norteadores de currículo
como as DCN (Diretrizes Curriculares Nacionais) do Ensino Médio, da Educação
Profissional Técnica de Ensino Médio e do Ensino Superior. Essa orientação situa o
aluno como protagonista, coloca a atividade do aluno como central no processo de
ensino/aprendizagem. Para tal, é preciso que a atividade seja motivadora e que
combine teoria e prática.
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(atividade reflexiva e transformadora) que articula conhecimento teórico e práticas
laborais.
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profissionais os mais variados, por isso, a MDC tem potencial para se tornar um
importante instrumento pedagógico para o professor. Alguns princípios, no entanto,
são fundamentais para o desenvolvimento de uma prática docente ancorada na MDC.
1. Contextualização e Mobilização;
2. Atividade de Aprendizagem;
3. Organização da Atividade de Aprendizagem;
4. Coordenação e Acompanhamento;
5. Análise e Avaliação da Aprendizagem;
6. Outras Referências;
7. Síntese e Aplicação.
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A “organização da atividade de aprendizagem”, terceiro passo da MDC, é o
momento de planejamento da situação de aprendizagem e consiste na previsão e
disponibilização das etapas, dos procedimentos, dos comportamentos, das
condições, estratégias e recursos didáticos, sempre com a mínima intervenção do
professor.
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passo a passo para a aplicação de situações de aprendizagem que mobilize
competências para o exercício profissional.
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contextos cujos indivíduos se deparam constantemente com soluções
criadas por boa parte dessas mesmas tecnologias.
Uma proposta nessa direção coloca o aluno ao mesmo tempo como sujeito que
aprende e que ensina. O uso de tecnologias digitais pode contribuir para a superação
de formas tradicionais de ensino e também expor os alunos a novas e diferentes
formas de aprendizagem, proporcionando, inclusive, oportunidades ao professor para
melhor entender os alunos, suas formas de aprender e interagir com o objeto do
conhecimento planejado.
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Nessa concepção de ensino, de educação, habilidades voltadas à cooperação
e valores humanos são valorizadas e mobilizadas em constantes sequências didáticas
com este fim. Trata-se de um novo modo de relação do ser humano com o mundo,
com a sociedade, com o outro e com si mesmo.
O sábio e o louco;
O trabalhador e o lúdico;
O empírico e o imaginário;
O econômico e o consumista;
O prosaico e o poético.
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individual e histórico, todos entrelaçados e inseparáveis. A inspiração ao título da obra
diz respeito aos sete buracos negros da educação, ignorados, subestimados ou
fragmentados nos programas educativos na concepção do autor.
Trata-se de sete pontos, sete temas a serem explorados para a educação das
gerações futuras:
1. o conhecimento
2. o conhecimento pertinente
3. a identidade humana
4. a compreensão humana
5. a incerteza
6. a condição planetária
7. a antropo-ética
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A escolha por processos de ensino baseados em novas metodologias sejam
elas de matriz técnica como o desenvolvimento de competências, seja de
matriz mais humana e universal, supera a concepção de ensino diretivo e retira
do professor o status de detentor pleno do conhecimento e acrescenta ao aluno
a qualidade de um ser ativo e protagonista que age sobre o meio, cria, constrói
e reconstrói estratégias que o auxiliam a transformar a realidade por meio da
constante ação-reflexão-ação. Tão desafiador quanto levar o aluno a esse
protagonismo é levar o professor a aceitar a necessária mudança em sua
postura de ensino. O primeiro passo, certamente, é compreender o quanto o
aluno é capaz de conduzir sua aprendizagem tendo a mediação do docente.
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de concepções há muito cristalizadas e que impedem que o novo, tão presente na
vida cotidiana, adentre nos processos escolares.
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entrada para a aprendizagem significativa, pois representam o cotidiano de alunos
das mais variadas idades, etapas e modalidades de ensino.
Bom trabalho!
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Práticas que priorizam a centralidade do professor demonstrada na constante
exposição de conteúdos como a forma privilegiada de se trabalhar o conhecimento
acumulado. Práticas que ignoram o saber acumulado pelo sujeito que aprende em
sua história de vida, saberes que o capacitam a envolver-se com mais profundidade
nos conhecimentos a serem adquiridos.
Até a próxima!
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REFERÊNCIAS
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GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras
instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e
governamental. 15 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
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______. Ciclos de vida: algumas questões sobre a psicologia do adulto.
Educação e Pesquisa, Ago 2004, vol.30, no.2, p.211-229.
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