Análise do caso Kevin

Acreditamos que o caso de Kevin seja um dos mais intrigantes que já vimos,
pelo menos até o momento. Bom, partindo do início, desde a relação de seu
pai e sua mãe, Kevin não tinha sido desejado pela sua genitora desde antes de
nascer e, mesmo após seu nascimento e desenvolvimento pudemos notar
tanto o despreparo e imprudência de sua mãe, quanto alguns comportamentos
estranhos do próprio garoto.

Em alguns momentos o garoto demonstra traços do TOD (transtorno

desafiador opositor), onde além da desobediência, o garoto demonstra
agressividade e provocações perante sua mãe. Também apresenta o
transtorno de personalidade antissocial e, ao mesmo tempo podemos
caracterizar comportamentos de um psicopata, onde ele manipula seu pai, tem
o prazer em causar sofrimento em sua mãe, é um garoto bastante inteligente e
não sentia culpa em determinadas circunstâncias. Eva, a mãe, tenta em
algumas ocasiões mostrar para seu marido as atitudes do filho, mas seu
marido achava um exagero toda descrição dela sobre o garoto.

Quando Kevin descobre que vai ganhar uma irmã ele percebe que terá sua
atenção diminuída, logo, não se agrada. Após o nascimento de sua irmã ele na
maternidade já demonstra esse desprezo por ela, onde ele molha sua mão e
começa a jogar água na recém nascida, mas sua mãe logo o repreende. Ele
também mata o hamster de sua irmã, porque ele sabia que ela gostava muito
do roedor, querendo atingir justamente a algo que ele gostava muito.

Mesmo após Eva tentar se aproximar mais do garoto para se criar um vínculo
afetivo melhor, Kevin rejeita mostrando que já sabia a intenção dela e que não
gostava dessa idéia, apenas piorando e distanciando a relação entre ambos.

Ele desde criança já demonstrava um prazer em mortes, mostrada em uma das

cenas que ele estava jogando videogame com seu pai. Inclusive mostrando
interesse por arco e flechas, aprimorando e se aperfeiçoando na prática desde
cedo, até com ajuda e incentivo do seu próprio pai.

Chegando ao ápice de seus atos maquiavélicos, Kevin arquiteta e articula

desde cedo um plano para cometer um massacre em sua escola,
demonstrando frieza e a falta de remorso e arrependimento em suas atitudes.
Além, claro, de matar seu pai e sua irmã, pessoas que ele manipulava e
menosprezava, mas sabia que sua mãe os amava, querendo então, atingi-la e
colocá-la na posição em que ele se sentia, fazendo ela se sentir culpada por
ele ter chegado naquele ponto, sentir na pele de forma vingativa e perversa.
Atitude intrínseca de um psicopata.
Em relação a como trabalhar e o que fazer com o Kevin podemos pensar em
duas situações, a primeira seria em quando ele ainda era uma criança, quando
a mãe já percebia atitudes estranhas nele, podendo lhe tratar com uma equipe
de profissionais atuando para tratar dele. Já o psicólogo poderia intervir com a
TCC, onde pode ser adaptada para abordar os padrões de pensamento
distorcidos e comportamentos disfuncionais do garoto. Isso inclui trabalhar na
identificação e modificação de crenças irracionais, ensinar habilidades de
resolução de problemas e promover o desenvolvimento de empatia e
responsabilidade. Além de uma terapia familiar onde envolver a família do
garoto no processo terapêutico pode ajudar a melhorar os relacionamentos
interpessoais e promover um ambiente mais solidário e estável em casa. Isso
pode incluir sessões de terapia familiar para abordar dinâmicas disfuncionais e
fornecer suporte emocional.

E a segunda opção seria após todo o ocorrido, depois de sua prisão também
seria a ajuda de outros profissionais, incluindo um psiquiatra que ajudaria na
parte de medicações que poderiam ajudar na diminuição de suas
agressividades e também de um psicólogo com a abordagem da TCC de forma
mais intensiva, incluindo sua mãe para que viesse tratar o relacionamento
interpessoal deles.