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FACULDADE DE ENGENHARIAS

Curso de Licenciatura em Engenharia Mecânica

Material de Apoio - MEIC

Conceito de Conhecimento

A palavra conhecimento é algo que está presente na linguagem comum do nosso dia a dia.
De uma forma empírica, podemos afirmar que conhecimento é o fato ou a condição de saber
obtida através de uma experiência, vivência, ou de uma associação.
Podemos ver o conhecimento como um estado de consciência própria, sobre propriedades,
sensações, comportamentos, estados dos mais variados domínios da realidade. Todo este
saber, reside, ou tem potencial para ser guardado na mente das pessoas, ou então ser
armazenado numa organização, nos seus processos, produtos, serviços, sistemas ou
documentos.
De uma forma geral, podemos nos referir ao conhecimento como sendo o saber ou a
compreensão que uma determinada entidade possui e usa para tomar decisões e alcançar os
seus objetivos.
O conhecimento é representado por um componente descritivo, que representa as coisas do
mundo e um componente dinâmico que extrai novas informações daquelas representadas.

Definições
 Conhecimento é informação organizada aplicada à resolução de problemas.
 Conhecimento são as convicções, experiências e procedimentos que são considerados
correctos, verdadeiros e usados no pensamento, comportamento e comunicação dos
individuos.
 Conhecimento é uma mistura fluída de experiência condensada, valores, informação
contextual e entendimento experimentado, a qual proporciona uma estrutura para
avaliação e incorporação de novas experiências e informações.
 O conhecimento, que é agora considerado conhecimento, prova-se a si mesmo
somente em ação. O que significa conhecimento é a informação efetiva em acção, a
informação focalizada nos resultados.
 O conhecimento são descrições simbólicas que caracterizam os relacionamentos
empíricos e definicionais num domínio e os procedimentos para manipulação dessas
descrições.
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 Segundo Santos (2013), o conhecimento é um recurso que agrega valor.
 O conhecimento é uma das principais ferramentas competitivas, onde se iniciam todas
as inovações.
 Falamos em conhecimento toda vez que observamos um comportamento efetivo (ou
adequado) num contexto assinalado. Ou seja, num domínio que definimos com uma
pergunta (explícita ou implícita) que formulamos como observadores.
 O pensador grego Aristóteles nos propôs uma sistematização do conhecimento
humano, que evoluiu constantemente até hoje. Manuel Lima, pesquisador em
visualização de dados, mostrou uma breve história desta evolução num evento TED.
 conhecimento também é definido, conforme Pacheco (2014), como "conteúdo ou
processo efetivado por agentes humanos ou artificiais em actividades de geração de
valor científico, tecnológico, econômico, social ou cultural", destacando o
conhecimento como um ativo e associado como sendo um fator crucial para gerar
valor (resultados).
 Conhecimento é o conjunto total incluindo cognição e habilidades que os indivíduos
utilizam para resolver problemas. Ele inclui tanto a teoria quanto a prática, as regras
do dia-a-dia e as instruções sobre como agir. O conhecimento baseia-se em dados e
informações, mas, ao contrário deles, está sempre ligado a pessoas.
 O conhecimento não é um fenómeno dado, mas algo que delineamos operando com
um conceito que criamos em resposta a certas necessidades, ou em busca de certos
ideais. O conceito de água, por outro lado, é determinado pela natureza da água em si
e pela nossa experiência"

Tipos de conhecimento
Uma decisão é o uso explícito de um conhecimento. Os tipos de conhecimentos necessários
para solução dos problemas existentes determinam quais fontes de informação, e suas
disponibilidades, serão utilizadas pelos indivíduos. O conhecimento pode ser gerado de
diversos modos, a partir da combinação adequada de diferentes informações, por meio de
análise lógica ou apoiado por dados intuitivos ou heurísticos .
Os conhecimentos são separados em quatro tipos:
 Declarativo: descritivo e genérico sobre fatos e eventos (o que é)
 Procedural: prescritivo, difícil de expressar e explicar (como funciona)
 Senso comum: declarativo e procedural (o julgamento do certo e do errado).

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 Heurístico: único para cada indivíduo, não pode ser obtido em nenhuma fonte,
envolve avaliação sistemática e o uso de regras heurísticas.

Visões de conhecimento
 Cognitivistas: a identificação, a colecção e a disseminação de informação são
principais actividades de desenvolvimento de conhecimento (Herbert Simon. Noam
Chomsky, Marvin Minsky)
 Conexionistas: o conhecimento está nas conexões e, portanto, deve-se dar ênfase às
auto-organização de fluxo disperso de informação (Zander e Bruce Kogu)
 Autopoiético: a maior responsabilidade está na interpretação e não nos processos de
colectar informação (Maturana e Varela, Nonaka e Takeuchi)

Axiomas subjacentes aos subsistemas da GC


 Conhecimento é criado apenas por indivíduos X Conhecimento existe para além da
mente humana

Mais Informações
Gestão do conhecimento
Por gestão do conhecimento Bukowitz (2002) [16] entende que “é o processo pelo qual a
organização gera riqueza, a partir do seu conhecimento ou capital intelectual”. O mesmo
autor ainda define capital intelectual ou conhecimento como "qualquer coisa valorizada pela
organização que esteja contida nas pessoas, ou seja, derivada de processos, de sistemas e da
cultura organizacional - conhecimento e habilidades individuais, normas e valores, bases de
dados, metodologias, software, know-how (saber como), licenças, marcas e segredos
comerciais, para citar alguns".
Para Viana et al. (2007, p. 3), a gestão do conhecimento se refere "ao desenvolvimento de
sistemas e processos que visam a criação, identificação, integração, recuperação,
compartilhamento e utilização do conhecimento dentro da empresa". Esta criação e
organização objectiva aumentar o aprendizado individual e grupal dentro do ambiente
organizacional e, dessa forma, criar competências diferenciadas dentro da organização para
competir no mercado.

Processos da Gestão do Conhecimento

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Steil (2007) apresenta uma proposta de sete subsistemas da Gestão do Conhecimento que são
relevantes para a "estratégia organizacional focalizada no conhecimento como fonte de
agregação de valor e vantagem competitiva", sendo eles:
1) Criação do Conhecimento;
2) Compartilhamento do Conhecimento;
3) Armazenamento da informação e do conhecimento;
4) Distribuição da informação e do conhecimento;
5) Aquisição da informação e do conhecimento;
6) Utilização da informação e do conhecimento;
7) Reutilização da informação e do conhecimento;

Conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico

A diferença entre o conhecimento empírico, o científico, o filosófico e o teológico está em


como o adquirimos.

 O conhecimento empírico diz respeito ao conhecimento popular. É o que aprendemos


a partir da nossa interação e observação do mundo;
 O conhecimento científico compreende as informações e fatos que são comprovados
por meio da ciência;
 O conhecimento filosófico nasce a partir do pensamento crítico e das reflexões que o
ser humano é capaz de fazer;
 O conhecimento teológico, ou religioso, é o baseado na fé religiosa, acreditando que
ela detém a verdade absoluta.

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Empírico Científico Filosófico Teológico

Acredita que a fé
Esse tipo de religiosa possui a
conhecimento surge Engloba informações É o conhecimento verdade absoluta e
a partir da interação e fatos que foram lógico-racional apresenta todas as
do ser humano com comprovados, tendo orientado pela explicações para
o ambiente que o como base análises e construção de justificar esta
O que é rodeia. testes científicos. conceitos. crença.

Valorativo, pois lida


Valorativo, com hipóteses e
apoiando-se nas teorias que podem Valorativo,
experiências Factual, lida com ou não ser apoiando-se nas
Valor pessoais. fatos e ocorrências. comprovadas. doutrinas sagradas.

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Empírico Científico Filosófico Teológico

Pode ou não ser


Verificação É verificável. É verificável. verificável. Não é verificável.

Falível e Falível e
aproximadamente aproximadamente
Exatidão Falível e inexato. exato. exato. Infalível e exato.

Assistemático, pois
é organizado com
bases nas
experiências de um É sistemático, pois é
sujeito, e não em um saber lógico-
um estudo para Sistemático, pois é racional, mesmo que Conhecimento
observar o um saber ordenado não haja sistemático do
Sistema fenômeno. logicamente. comprovação. mundo.

Conhecimento empírico

É o chamado conhecimento popular. Ou seja, aquele adquirido através da observação e da


interação do ser humano com o ambiente ao redor. É resultante do senso comum e pode ser
baseado em experiências, sem a necessidade de uma comprovação científica.

Nele, não há uma preocupação em refletir criticamente sobre o objeto em observação,


limitando-se apenas à dedução.

Como é adquirido através de simples deduções e sem provas concretas, é um conhecimento


falível e inexato. Porém, pode ser verificado, pois se trata de coisas ligadas ao dia a dia.

Exemplo: Um agricultor que, mesmo sem nenhum estudo, sabe exatamente quando plantar e
colher cada vegetal. Isto apenas por observar e aprender com os resultados de colheitas
anteriores.

Conhecimento científico

O conhecimento científico está relacionado com a lógica e o pensamento crítico e analítico. É


o conhecimento que temos sobre fatos analisados e comprovados cientificamente, de modo
que sua veracidade ou falsidade podem ser comprovadas.

É um conhecimento factual e está baseado em experiências comprovadas. Por isso, também é


falível e aproximadamente exato, pois novas ideias podem modificar teorias antes aceitas.
Também é verificável, pois surge através de resultados científicos.

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Exemplo: A descoberta de outros planetas, por meio da observação com telescópios super
desenvolvidos.

Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico é baseado na reflexão e construção de conceitos e ideias, a partir


do uso do raciocínio em busca do saber.

O conhecimento filosófico surgiu a partir da capacidade do ser humano de refletir,


principalmente sobre questões subjetivas, imateriais, conceitos e ideias.

As teorias filosóficas não possuem a necessidade de teste ou verificação através da


observação. É falível caso apresente falhas lógicas.

Exemplo: O pensamento sobre a existência de outros planetas, ainda que não houvesse
ferramentas para essa verificação.

Conhecimento teológico

O conhecimento teológico, ou religioso, é baseado na fé religiosa. Assim, acredita-se que a


religião é a verdade absoluta e possui todas as explicações para os mistérios que rondam a
mente humana.

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Referências bibliográficas
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conhecimento na gestão de projectos alinhado com o PMBoK. Doutoramento no Programa de
Sociedade da Informação e do Conhecimento na Universidade Pontifícia de Salamanca
CAMPUS de Madrid. Disponível em <http://kmol.online.pt/teses/per04.pdf>. Acesso em: 23
mai. 2013.
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Management (IJKEM), v. 2, n. 2, p. 1-35, 2013.
3. WOOLF, H., ed. Webster’s New World Dictionary of American Language. G. and C.
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4. VAN DER SPEK, R.; SPIJKERVET, A. Knowledge Management: Dealing intelligently
withknowledge. In J. & Liebowitz, & Wilcox (Eds.), Knowledge management and its
intergrative elements. New York: CRC Press. 1997.
5. DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial. Rio de Janeiro: Campus.
1999.
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Reading, Mass.: Addison-Wesley, 1983.
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Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação
em Engenharia e Gestão do Conhecimento, Florianópolis, 2013. Disponível em:
<http://www.bu.ufsc.br/teses/PEGC0309-T.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
9. HOSS, O.; ROJO, C. A.; GRAPEGGIA, M. Gestão de Ativos Intangíveis: da mensuração
à competitividade por cenários. São Paulo: Atlas, 2009.
10. MATURANA, H.; VARELA, F. A Árvore do Conhecimento: as bases biológicas da
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11. TED; LIMA, Manuel. A visual history of human knowledge. 2015. Disponível em:
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12. PACHECO, R. C. D. S. Dados e Governo Abertos na Sociedade do Conhecimento.
Linked Open Data - Brasil. Florianópolis – SC. 2014.
13. PROBST, G.; RAUB, S.; ROMHARDT, K. Gestão do conhecimento: os elementos
construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman, 2002.
14. CRAIG, E. Knowledge and the state of nature: An essay in conceptual synthesis. 1990.

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15. REZENDE, S. O.. Sistemas inteligentes: fundamentos e aplicações. Editora Manole Ltda,
2003.
16. BUKOWITZ, W. R. Manual de Gestão do conhecimento; trad. Carlos Alberto Silveira
Netto Soares – Porto Alegre: Bookman, 2002.
17. VIANA, W. B. ; CUNHA, C. J. C. A. ; LIMBERGER, S. J. ; DE RÉ, C. A. T. . A
importância da liderança globalmente responsável através da produção mais limpa:
contribuindo para o desenvolvimento sustentável.. In: V Simpósio de Excelência em Gestão

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