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DESCRIÇÃO

Métodos de gestão em saúde e segurança do trabalho, custos diretos e indiretos envolvidos em um


acidente de trabalho, atividade da emissão da comunicação de acidente de trabalho com a gestão da
saúde ocupacional e principais medidas preventivas adotadas nas empresas.

PROPÓSITO
A gestão da saúde em segurança ocupacional compõe uma série de medidas obrigatórias e não
obrigatórias que, além de garantir a saúde do trabalhador, tem impacto direto na imagem da empresa,
na sua produtividade e no clima organizacional. A preocupação com essa atividade deve ir além do
cumprimento de normas legais e estar alinhada com objetivos estratégicos da empresa.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar os custos diretos e indiretos envolvidos em um acidente de trabalho

MÓDULO 2

Relacionar a atividade da emissão da comunicação de acidente de trabalho com a gestão da saúde


ocupacional

MÓDULO 3

Identificar as principais medidas preventivas adotadas nas empresas


POR QUE DEVEMOS GERIR A SAÚDE E A
SEGURANÇA DOS TRABALHADORES?

MÓDULO 1

 Identificar os custos diretos e indiretos envolvidos em um acidente do trabalho

LIGANDO OS PONTOS

CASE MÓDULO I - CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS


EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Caso: Empresa de engenharia deve pagar pensão mensal à viúva de trabalhador morto em mina.

Notícia publicada em 08/07/2021 no site do Tribunal Superior do trabalho (tst.jus.br)

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu, por unanimidade, condenar a Shaft
Engenharia e Serviços Eireli e a Anglogold Ashanti Córrego do Sítio Mineração S.A. ao pagamento de
pensão mensal à viúva de um supervisor de turno morto em acidente de trabalho quando o elevador
onde se encontrava despencou de uma altura de 500 metros dentro de mina. Pela decisão, o valor
deverá ser fixado em percentual equivalente a 2/3 do salário do empregado, e a pensão deverá ser paga
até que as parcelas atinjam R$200 mil.

Na ação de reparação de danos decorrente de acidente de trabalho com antecipação de tutela, a


herdeira narrou que o seu companheiro, com o qual conviveu em união estável durante mais de nove
anos, era contratado pela Shaft e sofreu acidente de trabalho quando trabalhava em poço existente em
mina de propriedade da Anglogold. Conta que o empregado não teve qualquer possibilidade de defesa
quando o elevador em forma de gaiola, onde se encontrava juntamente com três colegas, despencou
dentro da mina, devido a um defeito no sistema de freios.

As empresas, em defesa, buscavam afastar a responsabilização pelo acidente. A Shaft, empresa


especializada em equipagem e revestimento de poços de ventilação e serviços de minas subterrâneas,
sustentou que o acidente decorreu de caso fortuito e que tomou todas as precauções necessárias,
inclusive apresentou certificados de cursos sobre segurança do trabalho.

O juízo da Vara do Trabalho de Conceição do Coité, BA, ao analisar o pedido, decidiu pela condenação
da Shaft e da Anglogold, de forma subsidiária, ao pagamento de danos materiais de cerca de R$560 mil,
com pagamento em cota única, e danos morais de R$50 mil. O juízo levou em consideração que foram
anexados às provas dez autos de infração emitidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego contra as
empresas após o acidente, ficando evidente para o juízo que o acidente poderia ter sido evitado.

O ministro chamou atenção para o fato de que a indenização por danos materiais resultante de morte de
empregado não se confunde com aquela do benefício previdenciário, conforme explicitado no artigo 121
da Lei nº 8.213/1991.

O relator ressaltou que o artigo 948 do Código Civil orienta que a indenização a ser paga deve, sem
excluir outras reparações, englobar despesas com tratamento da vítima, funeral e alimentação dos
dependentes do falecido.

3. RELACIONE TODOS OS CUSTOS ENVOLVIDOS COM A


SEGURANÇA DO TRABALHO APRESENTADOS NO CASE.
RESPOSTA

Custos de prevenção: treinamento em segurança do trabalho relatado pela Shaft.

Custos diretos: pagamento de SAT relativo ao trabalhador acidentado.

Custos indiretos: indenização à viúva, danos morais, tratamento e funeral da vítima, possíveis reparos ao
elevador, honorários advocatícios e outras despesas judiciais.

GERENCIAMENTOS DE CUSTOS VERSUS


PREVENCIONISMO

FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS


A GESTÃO DOS CUSTOS EM ACIDENTES DE TRABALHO É UMA
FERRAMENTA ÚTIL PARA MENSURAR OS GASTOS COM
SEGURANÇA EM SAÚDE NAS EMPRESAS E É UMA FERRAMENTA
IMPORTANTE PARA GARANTIA DA MANUTENÇÃO DOS NÍVEIS DE
PRODUTIVIDADE EM PADRÕES ACEITÁVEIS. ALÉM DISSO, TAL
GESTÃO AJUDA A PREVENIR OS RISCOS QUE PODEM CAUSAR
CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS E MENTAIS AOS TRABALHADORES, O
QUE INFERE DIRETAMENTE NA REDUÇÃO DOS CUSTOS
ASSOCIADOS À QUEDA DA PRODUTIVIDADE E DANOS À IMAGEM
DA EMPRESA.

Contabilizar os custos com acidentes de trabalho não é fácil nem comum, mesmo em grandes empresas
e em países com grande destaque no campo da prevenção. Antes de falarmos diretamente da gestão de
custos de acidentes de trabalho, precisamos revisar termos conceituais de ciências contábeis.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS NA GESTÃO DE


CUSTOS

GERENCIAMENTO DE CUSTOS É O PROCESSO ADMINISTRATIVO


QUE VISA AO CONTROLE DE CUSTOS E À TOMADA DE DECISÃO
DOS GESTORES PARA ALCANÇAR OS RESULTADOS DESEJÁVEIS.
 SAIBA MAIS

Nesse processo, busca-se uma eficiente racionalização de recursos disponíveis e limitados com o
objetivo de alcançar resultados coerentes com as necessidades da clientela e com as finalidades
empresariais.

GASTOS É O ESFORÇO FINANCEIRO QUE A EMPRESA FAZ PARA


ADQUIRIR UM PRODUTO OU SERVIÇO. O GASTO É REPRESENTADO
POR ENTREGA OU PROMESSA DE ENTREGA DE ATIVOS
(NORMALMENTE DINHEIRO).
O conceito de gasto é amplo e se aplica a todas as saídas financeiras ocorridas na empresa, sendo
aplicável também a aquisições a prazo. Dessa forma, podemos ter gastos com mão de obra, matéria-
prima, produção, distribuição, honorários etc.

O gasto pode ser conceituado como:

Gasto de Investimento

Quando o produto ou o serviço adquirido for utilizado em vários processos produtivos (imobilizado,
estoques etc.).


Gasto de Consumo

Quando o produto ou serviço forem consumidos no momento mesmo da produção ou do serviço que a
entidade realiza.

CUSTOS X DESPESAS

O GASTO DE CONSUMO E O GASTO DE INVESTIMENTO PODERÃO


SE CONVERTER EM CUSTO OU DESPESA, DEPENDENDO DO SEU
DESTINO.
CUSTO

É UM GASTO RELATIVO AO BEM OU SERVIÇO UTILIZADO NA


PRODUÇÃO DE OUTROS BENS OU SERVIÇOS.
Passe o cursor na imagem. Objeto com interação.

São aportes de capitais ou serviços realizados para execução de determinados objetos. O custo é
também um gasto, que é reconhecido como tal. Registramos um custo no momento da utilização dos
fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.

Os custos podem ser classificados segundo sua natureza em custos fixos ou variáveis; custos
diretos ou indiretos:

CUSTO DIRETO
Gastos com materiais e mão de obra que se aplicam diretamente na produção de um bem ou serviço,
por exemplo a compra de uma matéria-prima para confecção de um produto.

CUSTO INDIRETO
São gastos comuns a diversos procedimentos e serviços, não podendo ser relacionados somente a um
setor ou produto. A compra de um equipamento de proteção coletiva (EPC), gastos com energia elétrica
no setor etc.

CUSTOS FIXOS
São custos vinculados à infraestrutura instalada e que são constantes. Podemos dar como exemplos os
gastos com aluguéis, salários etc.

CUSTOS VARIÁVEIS
São aqueles relacionados ao volume de produção. Neste caso, os gastos aumentam ou diminuem de
acordo com o aumento ou diminuição da produção.

DESPESAS

SÃO GASTOS NÃO UTILIZADOS DIRETAMENTE NO PROCESSO DE


PRODUÇÃO DAS ATIVIDADES-FIM DA ORGANIZAÇÃO.
As despesas podem ser exemplificadas como:

IMPOSTOS


JUROS DE FINANCIAMENTOS


GASTOS COM SEGUROS

TIPOS DE SISTEMAS DE CUSTEIO


Para uma gestão adequada dos custos de uma empresa, os profissionais de contabilidade utilizam
sistemas de custeio.

OS SISTEMAS DE CUSTEIO SÃO UM CONJUNTO DE TAREFAS


REALIZADAS NUMA EMPRESA PARA MENSURAR OS CUSTOS DOS
RECURSOS CONSUMIDOS QUANDO SÃO EXECUTADAS
ATIVIDADES IMPORTANTES PARA A EMPRESA.
São eles:

SISTEMA POR ABSORÇÃO


É um método de custeio no qual os produtos fabricados ou os serviços realizados absorvem todos os
custos incorridos no processo de fabricação. Nesta metodologia, a apuração dos custos do produto
fabricado ou do serviço realizado serão alocados: tanto os custos diretos vinculados aos produtos como
os custos indiretos de fabricação; tanto os custos variáveis como os custos fixos. Os custos diretos são
apurados por “centros de custos” e os indiretos por “rateio”, ou seja, gastos como energia elétrica serão
divididos entre todas as unidades produzidas ou entre os serviços ofertados.
SISTEMA DE CUSTO-PADRÃO
Pode ser compreendido como o valor de uma atividade ou serviço definido como “padrão”, obtido
geralmente por um cálculo de absorção, ou ainda por uma meta que ajudaria na definição do preço e no
controle do custo. O valor obtido no cálculo do “custo padrão” serve como comparação com aquilo que
foi devidamente realizado.

SISTEMA DE CUSTEIO POR ATIVIDADE (ABC – ACTIVITY


BASED COSTING)
É um método de custeio que está fundamentado nos procedimentos que a empresa efetua no processo
de fabricação de seus produtos ou realização dos serviços. Fornece um método para a análise dos
custos indiretos por meio do estudo das atividades, dos seus geradores de custos e dos utilizadores. O
método ABC consiste na identificação, análise e alocação de custos aos processos de uma empresa
com o objetivo de gerenciar a lucratividade. O uso desta metodologia permite uma melhor mensuração
dos custos. Custos estes que são atribuídos à cada atividade e, posteriormente, as atividades são
atribuídas à origem de cada gasto relacionado às atividades. Dessa forma, o método consegue
amenizar as distorções causadas pelos cálculos de rateio usados no método de absorção.

CLASSFICAÇÃO DOS CUSTOS EM ACIDENTE


DE TRABALHO

Os acidentes de trabalho são definidos como aqueles que ocorrem pelo exercício do...
TRABALHO A SERVIÇO DA EMPRESA, OU PELO EXERCÍCIO
DO TRABALHO DOS SEGURADOS, PROVOCANDO LESÃO
CORPORAL OU ALGUMA PERTURBAÇÃO FUNCIONAL QUE
CAUSE A MORTE, PERDA OU REDUÇÃO, PERMANENTE OU
TEMPORÁRIA, DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO.

(ART. 19 da LEI nº 8.213/1991)

Independentemente da caracterização legal, os acidentes de trabalho geram custos às empresas que


podem ser diretos ou indiretos.

CUSTOS DIRETOS DE ACIDENTES DE TRABALHO

OS CUSTOS DIRETOS, TAMBÉM CHAMADOS DE CUSTOS


SEGURADOS, DEVEM SER PAGOS PELO EMPREGADOR AO
INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL (INSS), SENDO
EXPLÍCITOS E FACILMENTE DETECTÁVEIS.
As Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância
obrigatória pelas empresas privadas e públicas, pelos órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Em nosso país, uma grande parte dos custos diretos com acidentes de trabalho recai sobre o Ministério
da Economia, que, por meio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), tem o objetivo de
garantir o direito à Previdência Social.

O INSS É RESPONSÁVEL PELO RECOLHIMENTO DAS


CONTRIBUIÇÕES E CUSTEIO DOS GASTOS COM O PAGAMENTO
DOS BENEFÍCIOS DO SISTEMA ÚNICO DE BENEFÍCIO (SUB).

De acordo com o INSS, a fonte de custeio para a cobertura de acidentes e doenças do trabalho, eventos
advindos dos riscos ambientais do trabalho, assim como as aposentadorias especiais, baseia-se na
tarifação coletiva das empresas, segundo a classificação das atividades preponderantes, estabelecida
conforme a Subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

A tarifação coletiva, Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) está prevista no art. 22 da Lei 8.212/1991.
Embora seja chamado de seguro, trata-se de um tributo, que estabelece as taxas de 1%, 2% e 3%
calculadas sobre o total das remunerações pagas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos,
a depender dos riscos ambientais do trabalho.

 ATENÇÃO

Cabe ressaltar que o pagamento desse tributo não isenta a empresa do pagamento de possíveis
indenizações.

CÁLCULO DO VALOR DO SAT


O valor do seguro de acidente de trabalho é calculado de acordo com os riscos da atividade exercida
pela empresa. Para tanto, é utilizada a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE),
sempre calculado com base na remuneração paga aos empregados.

Assim sendo, as alíquotas são relacionadas de acordo com o risco da atividade econômica da
empresa:

LEVE: ALÍQUOTA DE 1%


MÉDIO: ALÍQUOTA DE 2%


GRAVE: ALÍQUOTA DE 3%

Considera-se também o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), criado pelo Decreto 3.048/1999. Trata-se
de um fator de multiplicação aplicado à alíquota, que varia entre 0,5 e 2 pontos, de acordo com o
desempenho da empresa em relação à segurança, considerando a atividade exercida.

DESSA FORMA, O FAP PODE AUMENTAR OU REDUZIR O SAT


ORIGINAL, INFLUENCIANDO DIRETAMENTE NOS CUSTOS DA
ORGANIZAÇÃO.
Uma empresa com risco considerado leve poderá obter um custo menor que 1% se adotar todos os
cuidados de segurança. Embora haja um custo inicial para a adoção das medidas, estas podem ser
vistas como um investimento, pois o valor seria amortizado ao longo do tempo.

O FAP ENTÃO PODE SER ENCARADO COMO UM ESTÍMULO PARA


INCENTIVAR A CULTURA DE SEGURANÇA NAS EMPRESAS.
O não cumprimento das medidas pode aumentar com custos diretos relacionados ao SAT pela
majoração da alíquota. Importante ressaltar que, nas empresas que possuem diversos
estabelecimentos, o recolhimento deve observar o grau de risco de cada um em separado.

CUSTOS INDIRETOS DE ACIDENTES DE TRABALHO

Passe o cursor na imagem. Objeto com interação.

São considerados custos indiretos todos os gastos ligados diretamente ao atendimento do trabalhador
acidentado que não são de responsabilidade do INSS, tais como: gastos com atendimentos médicos,
odontológicos, hospitalares, medicamentos. Também são custos diretos gastos com transporte do
acidentado, seguros com acidentes pessoais. Em caso de internação hospitalar, pode-se ainda
relacionar, após a alta, gastos com reabilitação médica e ocupacional.

OS CUSTOS INDIRETOS COM OS ACIDENTES DE TRABALHO SÃO


OS MAIS DIFÍCEIS DE MENSURAR, POIS MUITAS VEZES NÃO SÃO
FACILMENTE PERCEBIDOS, TODAVIA PODEM CAUSAR GRANDE
IMPACTO NA LUCRATIVIDADE DA EMPRESA.

 EXEMPLO

Podemos relacionar os salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores que não o
acidentado, isto é, o tempo de trabalho perdido durante o socorro do acidentado; com o atendimento
médico na própria empresa; gasto de tempo de ida e volta ao ambulatório médico; tempo de espera para
atendimento; tempo gasto em procedimentos.

A licença de um trabalhador acidentado pode gerar gastos com horas extras pagas a outros
trabalhadores que o substituirão para dar conta da produção. Além disso, os acidentes podem causar
atrasos na produção, gastos com reparos ou substituição de equipamentos danificados no acidente.

COM RELAÇÃO AOS GASTOS COM OS TRABALHOS DE


SUPERVISORES ENVOLVIDOS EM ATIVIDADES RELATIVAS AO
ACIDENTE, O CUSTO EXTRA SE REFERE À PERDA DE
PRODUTIVIDADE, POIS VAI DISPENDER TEMPO QUE PODERIA SER
UTILIZADO EM OUTRAS ATIVIDADES, COMO TREINAMENTO E
PLANEJAMENTO. DA MESMA FORMA, PODEREMOS CONSIDERAR
COMO CUSTOS INDIRETOS OS SALÁRIOS PAGOS A FUNCIONÁRIOS
DURANTE O TEMPO GASTO NA INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE E O
PREENCHIMENTO DE FORMULÁRIOS E PROCESSAMENTO DE
DOCUMENTOS.
A perda de produtividade pode ser causada pela diminuição da eficiência do trabalhador que retorna da
licença médica. Sabe-se que trabalhadores que retornam de acidentes produzem menos devido à falta
de condicionamento físico, desambientação, entre outros fatores. Nesses casos, os custos são
estimados pela diferença de produção entre o trabalhador pré e pós-acidente, uma vez que o salário
permanecerá igual.

Durante o período em que o trabalhador estiver licenciado ou ainda se ele não retornar, a empresa
deverá contratar e treinar um novo funcionário para a função. O profissional em treinamento, embora
receba o salário integral, ainda não é capaz de produzir da mesma forma que o trabalhador experiente.
Cabe ressaltar ainda os custos envolvidos no próprio treinamento.

Outros custos indiretos podem ser relacionados, tais como:

Aluguel de equipamento para reposição.


Multas contratuais.

Custo de admissão de novos empregados.

Custo de marketing (imagem) da empresa.

Gastos com possíveis processos judiciais e indenizações.

OS GASTOS RELACIONADOS COM CUSTOS INDIRETOS PODEM


SER ENTENDIDOS COMO UMA CADEIA DE EVENTOS
INTERRELACIONADOS E PODEM SER INCOMENSURÁVEIS.

Dessa forma, as medidas preventivas adotadas em ambiente de trabalho não devem ser vistas somente
como uma simples tarefa de cumprimento de normas, ou ainda como um custo extra, mas
principalmente como uma atividade que pode, além de evitar um grande prejuízo, representar uma
prevenção contra a perda de produtividade.

GESTÃO DE CUSTOS EM SEGURANÇA DO


TRABALHO

OS PRIMEIROS ESTUDOS ECONÔMICOS DA SEGURANÇA DO


TRABALHO DATAM DO FINAL DA DÉCADA DE 1920.
W. Henrich (1959) definiu os custos dos acidentes como formados por custos diretos (CD), também
conhecidos como custos segurados, e indiretos (CI) ou não segurados. Henrich procurou estudar uma
possível relação linear entre custos diretos e indiretos. De acordo com seus estudos, existiria uma
relação de 4:1, em que o custo indireto seria quatro vezes mais que o custo direto.

Embora não seja possível adotar essa relação como algo fechado, sabemos que os custos indiretos
(que também são variáveis, pois dependem da ocorrência de acidentes) tendem a ser maiores em
ambientes altamente insalubres (MACEDO et al., 2017). Os custos de saúde e segurança do trabalho
são dados pela soma dos custos de acidentes e dos custos de prevenção.

Os custos de acidentes podem ser divididos em diretos e indiretos, conforme já vimos. Todavia, para
entender melhor a gestão desses custos, podemos subdividi-los. Os custos indiretos, mais difíceis de
manejar, podem ser divididos em:

CUSTOS SALARIAIS
DANOS MATERIAIS
CUSTO DE TEMPO ADMINISTRATIVO
CUSTOS DE PERDAS DE PRODUÇÃO
OUTROS CUSTOS
CUSTOS INTANGÍVEIS

CUSTOS SALARIAIS:

Pagamento de salários ao trabalhador acidentado e aos trabalhadores afetados pelo acidente.

DANOS MATERIAIS:

Perdas com compra e reparo de máquinas e produtos.

CUSTO DE TEMPO ADMINISTRATIVO:

Tempo gasto com análise do acidente, atendimento, treinamento de novos funcionários etc.
CUSTOS DE PERDAS DE PRODUÇÃO:

Custos relacionados com as perdas de produtividade.

OUTROS CUSTOS:

Custos diversos, tais como transporte, primeiros socorros, perícias etc.

CUSTOS INTANGÍVEIS:

Custos relacionados à imagem da empresa.

Os custos diretos, ou custos segurados, podem ser divididos em fixos ou variáveis:

CUSTOS DIRETOS FIXOS


Quando os gastos são independentes do número e da gravidade dos acidentes ocorridos na empresa,
embora as taxas possam ser revistas periodicamente.

CUSTOS DIRETOS VARIÁVEIS


Nestes casos, os planos de seguro têm uma porção variável que é estabelecida e ajustada de acordo
com o nível do acidente, é o caso da legislação brasileira SAT/FAP. Nesta situação, a empresa pode
controlar ou até mesmo diminuir este custo mediante o aumento em prevenção.

Os custos de prevenção são anteriores aos acidentes e referem-se a gastos com medidas oriundas de
estudos de riscos ou da aplicação de normas de segurança.

Os custos de prevenção são divididos em três tipos:

CUSTOS DE PREVENÇÃO FIXOS


São gastos que independem da taxa de acidentes. Esse tipo de custo é inalterado em curto prazo e é
determinado pela gestão de saúde e segurança do trabalho da empresa ou da regulamentação do
governo.

CUSTOS DE PREVENÇÃO VARIÁVEIS


São gastos que variam de acordo com a frequência e o grau de severidade do risco do acidente.
Incluem o tempo tomado para análise de acidentes tentando identificar as causas e determinar medidas
corretivas.
CUSTOS DE PREVENÇÃO INESPERADOS
São gastos que estão relacionados com mudanças nas normas legais ou à mudança dos equipamentos
de prevenção devido à evolução tecnológica. Nesses casos, a empresa passa a adotar equipamentos
mais seguros que antes não existiam, seja por determinação governamental, seja por causa da política
da empresa.

No processo de gestão de custos de acidentes de trabalho, é importante que as empresas não vejam
seus colaboradores como meros recursos produtivos, nem a gestão apenas como forma de diminuir
custos e aumentar a produtividade. Existem custos relacionados aos acidentes que são intangíveis,
como a perda de vidas humanas, deficiências permanentes, consequências nas famílias dos
empregados etc.

Ao se buscar uma boa gestão da qualidade das empresas, tende-se a reduzir os custos de prevenção,
pois são ações correlacionadas. Já os custos de acidentes estão relacionados com a falta da qualidade.
Assim, a gestão de custos, além das atividades de controle de gastos e planilhas de cálculo, também
está relacionada às atividades de prevenção.

Os gastos relacionados à prevenção revertem-se em valor para a empresa na redução de


acidentes e em ganhos como:

melhor eficiência e produtividade.

maior motivação dos trabalhadores.

menor absenteísmo.

menor rotação de trabalhadores.

melhor qualidade do trabalho.

menor gasto com despesas médicas.

A gestão de risco em acidentes de trabalho geralmente utiliza instrumentos de gestão de risco, tais como
COSO e PMBOK, ou ainda ferramentas de gerenciamento de riscos em projetos como a ISO 31000.
Podemos destacar também o Mapa de Riscos ou a APR (Análise Preliminar de Riscos). Esses
instrumentos podem auxiliar na mensuração dos custos em acidentes de trabalho, contudo não são
específicos para isso.

EMBORA NÃO EXISTA UM PADRÃO OU ALGUM SISTEMA DE


EXCELÊNCIA, NUMA RÁPIDA PESQUISA NA INTERNET PODEMOS
OBTER MODELOS E PLANILHAS PARA FAZER A GESTÃO DOS
CUSTOS.

INVESTIGAÇÃO DOS CUSTOS COM ACIDENTES DE


TRABALHO

Ao emitir a comunicação do acidente de trabalho (CAT), a empresa poderá iniciar a coleta de dados
necessária para a análise dos custos indiretos do acidente.

 SAIBA MAIS

As empresas poderão utilizar sistemas como a implementação das OHSAS (Occupational Health and
Safety Assessment Services), que é uma especificação de auditoria internacionalmente reconhecida
para sistemas de gestão em segurança e saúde ocupacional.

CUSTO EFETIVO DE ACIDENTES


Entendendo a necessidade de elaborar uma nova metodologia de cálculo para os custos relativos a
acidentes de trabalho, a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho
(FUNDACENTRO), órgão do governo federal vinculado ao Ministério da Economia, elaborou um novo
modelo de cálculo.

Custo efetivo de acidentes

Ce = C − I

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que:

Ce

= Custo efetivo do acidente.

= Custo do acidente.

I
= Indenizações e ressarcimento recebidos por meio de seguro ou de terceiros (valor líquido).

O custo do acidente (C) será calculado segundo a fórmula:

C = C1 + C2 + C3

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

C1

= Custo correspondente ao tempo de afastamento (até os 15 primeiros dias) em consequência de


acidente com lesão.

C2

= Custo referente aos reparos e reposições de máquinas, equipamentos e materiais danificados


(acidentes com danos a propriedade).

C3

= Custo complementares relativos as lesões (assistência médica e primeiro socorros) e os danos a


propriedade (outros custos operacionais, como os resultantes de paralisações, manutenções e
lucros interrompidos).

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Relacionar a atividade da emissão da comunicação de acidente de trabalho com a gestão da


saúde ocupacional

LIGANDO OS PONTOS
CASE MÓDULO II- COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES
DE TRABALHO

A comunicação de acidente de trabalho (CAT) é a ferramenta utilizada pelo INSS para registro dos
acidentes e garantia do pagamento de benefícios aos trabalhadores. Trata-se de uma ação obrigatória
da empresa, a qual pode estar sujeita a inúmeros prejuízos na sua inobservância.

Caso: Empresa que não emitiu CAT depois de acidente de trajeto é condenada por danos morais.

Notícia publicada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região em 05/08/2013 no site trt-
3.jusbrasil.com.br:

A 7ª Turma do TRT-MG decidiu julgar desfavoravelmente o recurso de uma empresa de construções e


montagens e confirmar a sentença que a condenou a pagar indenização a um empregado que sofreu
um acidente de carro no caminho para o trabalho.

A ré afirmou que não emitiu a CAT, pois não foi informada do acidente. No entanto, ao analisar as
provas, o desembargador Marcelo Lamego Pertence constatou inverdade. É que o próprio engenheiro
da obra onde o reclamante trabalhava admitiu que ficou sabendo do acidente. Colegas que pegaram
carona com o reclamante deram a notícia e contaram, inclusive, que ele se machucou. Segundo o
relator, na defesa, a ré admitiu ter recebido um atestado médico dando notícia do afastamento do
empregado pelo período de 15 dias por motivo de doença. Depois disso, ele não retornou mais ao
trabalho.

Para o magistrado, não restaram dúvidas de que a reclamada tomou conhecimento do acidente.
Acidente este caracterizado como de trabalho, uma vez que ocorreu no percurso entre o local de
trabalho e a residência. Nesse sentido, dispõe o artigo 21, inciso IV, letra d, da Lei nº 8.213/1991. As
provas revelaram que o trabalhador fraturou o pé e ficou impossibilitado de trabalhar. Mesmo assim,
conforme destacou o desembargador, a reclamada não tomou qualquer providência e sequer buscou
investigar a causa do afastamento do reclamante depois do acidente noticiado pelos colegas.

A conduta foi considerada inaceitável pelo relator, que lembrou que a emissão da CAT é uma obrigação
do patrão em caso de acidente do trabalho. O não cumprimento desse dever não pode gerar prejuízo ao
trabalhador. Tanto é assim que o artigo 22 da Lei 8.213/1991 autoriza que o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública
providencie a emissão do documento, em complemento à empresa.

O magistrado chamou a atenção para os inúmeros problemas causados pela omissão da empresa. Ao
deixar de cumprir sua obrigação, ela contribuiu para que o empregado permanecesse após o
afastamento por acidente do trabalho sem qualquer tipo de benefício previdenciário e sem a certeza
quanto ao recebimento da sua fonte de sustento. Como ponderou o julgador, se a CAT tivesse sido
emitida, o acesso ao benefício previdenciário teria sido rápido e o trabalhador não teria que tomar todas
as providencias sozinho, como ocorreu. Ele acabou conseguindo, por conta própria, receber o auxílio-
doença.

3. NO CASO ACIMA, QUAIS ELEMENTOS A VÍTIMA DO


ACIDENTE PODERIA UTILIZAR PARA EMITIR A CAT POR
SUA PRÓPRIA CONTA?

RESPOSTA

A vítima poderia procurar um posto do INSS ou fazer notificação pelo site da previdência. Poderia anexar o
atestado médico do atendimento e ainda elencar como testemunhas do acidente os colegas de trabalho.
A CAT COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

DEFINIÇÃO DE CAT

UMA DAS MAIS IMPORTANTES MEDIDAS NO PROCESSO DE SAÚDE


E SEGURANÇA DO TRABALHO É A COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE
DE TRABALHO (CAT).

POR DEFINIÇÃO, A CAT É ATO DE COMUNICAR OS CASOS DE


ACIDENTES DE TRABALHO, DE TRAJETO, DOENÇAS
OCUPACIONAIS, ATOS EQUIPARÁVEIS OU ÓBITO À PREVIDÊNCIA
SOCIAL PARA QUE SEJAM GARANTIDOS OS DIREITOS DOS
TRABALHADORES E/OU DE SEUS FAMILIARES.
O acidente de trabalho deve ser comunicado à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da
ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa.
A CAT é um formulário em que devem ser preenchidas informações sobre a empresa, o colaborador e o
fato ocorrido. Nessa comunicação, descreve-se o acidente de trabalho ou a doença ocupacional para
que a Previdência Social mantenha um registro oficial para consultas.

PROCEDIMENTO

O acidentado ou seus dependentes, assim como seu sindicato, receberão uma cópia da comunicação.
Na ausência de comunicação por parte da empresa, o próprio acidentado pode formalizá-la ou, ainda,
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer outra
autoridade pública. A comunicação de acidente de trabalho pode ser registrada on-line, desde que
preenchidos todos os campos obrigatórios.

De acordo com o artigo 22 da Lei nº 8213/1991:

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade
pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

A comunicação a que se refere não exime a empresa de responsabilidade pela falta do


cumprimento do disposto neste artigo.

Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela


Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
 ATENÇÃO

A abertura da CAT deve ser realizada até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência do acidente de
trabalho. Em caso de morte, a comunicação deve ser imediata. Todo acidente de trabalho, ainda que
não gere o afastamento do trabalhador, deve ser informado à Previdência Social. Equivocadamente,
algumas empresas deixam de enviar a CAT quando não há afastamento, gerando prejuízos para si.

É FRUTÍFERO LEMBRAR QUE O REGISTRO DA CAT NÃO TEM COMO


OBJETIVO CULPAR A EMPRESA PELO ACIDENTE, MAS SIM
GARANTIR O AUXÍLIO PARA O TRABALHADOR E OBTER DADOS
ESTATÍSTICOS PARA O GOVERNO.

Ao dar entrada no INSS por acidente de trabalho, o trabalhador precisa de um documento diferente do
atestado médico que comprove o fato causador de suas lesões ou de sua doença ocupacional. Esse
documento deve ser emitido pela empresa da qual o trabalhador estava a serviço no momento do
acidente.

TODA DOENÇA PROFISSIONAL, LESÃO, OU QUALQUER ACIDENTE


QUE OCORRA NO AMBIENTE DO TRABALHO OU DURANTE SEU
TRAJETO DÁ AO TRABALHADOR O DIREITO DE REGISTRAR
ACIDENTE DE TRABALHO OU DOENÇA OCUPACIONAL.
O acesso se dá pelo site da Previdência, na página de serviços ao cidadão, comunicação de acidente de
trabalho. Deve-se fazer o download do aplicativo e realizar o preenchimento. Cabe ressaltar que, mesmo
após o envio on-line, a empresa deve manter uma cópia da CAT para fins de fiscalização.
Nos casos em que não haja possibilidade do registro da CAT on-line, a empresa poderá fazê-lo em uma
das agências do INSS. Dessa forma, evita-se a aplicação da multa por descumprimento de prazo. Para
ser atendido nas agências do INSS, o declarante deve apresentar documento com foto e CPF.

A falta de comunicação de acidente é crime, com pena de seis meses a dois anos de detenção e
multa, conforme artigo 169 da CLT, combinado com artigo 269 do Código Penal:

ART. 169 DA CLT – SERÁ OBRIGATÓRIA A NOTIFICAÇÃO


DAS DOENÇAS PROFISSIONAIS E DAS PRODUZIDAS EM
VIRTUDE DE CONDIÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO,
COMPROVADAS OU OBJETO DE SUSPEITA, DE
CONFORMIDADE COM AS INSTRUÇÕES EXPEDIDAS PELO
MINISTÉRIO DO TRABALHO.

ART. 269 DO CÓDIGO PENAL – DEIXAR O MÉDICO DE


DENUNCIAR À AUTORIDADE PÚBLICA DOENÇA CUJA
NOTIFICAÇÃO É COMPULSÓRIA: PENA – DETENÇÃO, DE 6
(SEIS) MESES A 2 (DOIS) ANOS, E MULTA.

Poderá também ser considerada tentativa de esconder (má-fé), ou desinteresse no cumprimento às


normas, abrindo precedente para possível condenação do empregador a indenizar o trabalhador por
danos morais. Deverão ser emitidas quatro vias da CAT, sendo:

1ª via ao INSS

2ª via ao segurado ou dependente

3ª via do sindicato de classe do trabalhador

4ª via à empresa
TIPOS DE OCORRÊNCIA

Poderão ser registrados na CAT três tipos de ocorrência:

ACIDENTE DE TRABALHO


DOENÇA OCUPACIONAL


ATOS EQUIPARÁVEIS
ACIDENTE DE TRABALHO

Conforme o art. 19 da Lei nº 8.213/1991, temos que:

ACIDENTE DO TRABALHO É O QUE OCORRE PELO


EXERCÍCIO DO TRABALHO A SERVIÇO DE EMPRESA OU
DE EMPREGADOR DOMÉSTICO OU PELO EXERCÍCIO DO
TRABALHO DOS SEGURADOS REFERIDOS NO INCISO VII
DO ART. 11 DESTA LEI, PROVOCANDO LESÃO CORPORAL
OU PERTURBAÇÃO FUNCIONAL QUE CAUSE A MORTE OU
A PERDA OU REDUÇÃO, PERMANENTE OU TEMPORÁRIA,
DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO.

Considera-se também como acidente as injúrias que ocorrem no trajeto do trabalhador para o trabalho e
vice-versa. Podemos exemplificar como acidente de trabalho uma queimadura que ocorra durante o
exercício profissional ou um acidente de automóvel a caminho do trabalho.

DOENÇAS OCUPACIONAIS
Conforme o art. 20 da Lei nº 8.213/1991, temos que:

CONSIDERAM-SE DOENÇA DO TRABALHO, NOS TERMOS


DO ARTIGO ANTERIOR, AS SEGUINTES ENTIDADES
MÓRBIDAS:

I – DOENÇA PROFISSIONAL, ASSIM ENTENDIDA A


PRODUZIDA OU DESENCADEADA PELO EXERCÍCIO DO
TRABALHO PECULIAR A DETERMINADA ATIVIDADE E
CONSTANTE DA RESPECTIVA RELAÇÃO ELABORADA
PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL;

II – DOENÇA DO TRABALHO, ASSIM ENTENDIDA A


ADQUIRIDA OU DESENCADEADA EM FUNÇÃO DE
CONDIÇÕES ESPECIAIS EM QUE O TRABALHO É
REALIZADO E COM ELE SE RELACIONE DIRETAMENTE,
CONSTANTE DA RELAÇÃO MENCIONADA NO INCISO I.

Podemos exemplificar como doença profissional um caso de asbestose que ocorra com um
trabalhador que esteja exposto a poeira de amianto. A asbestose é um tipo de pneumoconiose: uma
doença pulmonar crônica que está relacionada ao acúmulo de substâncias tóxicas no parênquima
pulmonar.

LOGO, TEMOS UMA ASSOCIAÇÃO DIRETA/PECULIAR ENTRE O


TRABALHO E A DOENÇA.

 EXEMPLO

Podemos exemplificar como doença do trabalho um caso de perda auditiva induzida por ruído (PAIR)
em trabalhadores que exercem suas atividades em ambientes muito ruidosos (condições especiais).

É IMPORTANTE DIZER QUE NÃO HÁ DIFERENÇAS PARA FINS DE


BENEFÍCIO ENTRE AS DOENÇAS DO TRABALHO OU
PROFISSIONAIS, EMBORA O ESTABELECIMENTO DO NEXO
CAUSAL NOS CASOS DAS DOENÇAS DO TRABALHO SEJA MAIS
DIFÍCIL.
De acordo com o §1º do art. 20 da Lei nº 8.213/1991, é importante destacar que não são
consideradas doenças ocupacionais:

a doença degenerativa;

a inerente a grupo etário;

a que não produza incapacidade laborativa;

a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.

Assim, não poderíamos considerar, por exemplo, casos de hipertensão arterial, diabetes, covid-19 (salvo
em profissionais de saúde diretamente expostos).
ATOS EQUIPARÁVEIS

Segundo o artigo 21 da Lei nº 8.213/1991, equiparam-se aos acidentes de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente
para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido
lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado.

A MORTE DE UM TRABALHADOR NUM ATO TERRORISTA


PRATICADO CONTRA SUA EMPRESA SERIA UM EXEMPLO DE ATO
EQUIPARÁVEL. OS ATOS EQUIPARÁVEIS DEVEM SER
PREENCHIDOS COMO ACIDENTES DE TRABALHO OU DOENÇA
OCUPACIONAL, DEPENDENDO DE SEU DESFECHO.

 ATENÇÃO

É importante lembrar que a comprovação do acidente do trabalho compete exclusivamente à perícia do


INSS. O perito é quem possui expertise para estabelecer o nexo causal entre o acidente e o trabalho.
PREENCHIMENTO DA CAT

As CAT podem ser classificadas em três tipos:

CAT INICIAL

É preenchido na primeira solicitação do profissional quando ocorre um acidente de trabalho ou doença


ocupacional;

CAT DE REABERTURA

Deve ser emitido quando um tratamento contínuo de uma lesão ou doença ocupacional é reiniciado.
Importante ressaltar que a reabertura da CAT somente poderá ser feita nos afastamentos superiores a
15 dias, não sendo permitido em situações contrárias;

CAT DE ÓBITO

Deve ser preenchido quando ocorrer a morte do colaborador após o preenchimento da CAT inicial.

No ato de preenchimento da CAT, devemos considerar como dia do acidente, no caso de doença
profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para
este efeito o que ocorrer primeiro.

ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA CAT


INFORMAÇÕES DO EMITENTE QUADRO I
QUADRO I - EMITENTE – TRATA-SE DO SUJEITO QUE ESTÁ
FAZENDO A NOTIFICAÇÃO DO ACIDENTE PODENDO SER O
EMPREGADOR, O SINDICATO, O MÉDICO, O SEGURADO OU SEUS
DEPENDENTES; UMA AUTORIDADE PÚBLICA.
TIPO DE CAT
Informar no campo demarcado o dígito que especifica o tipo de CAT, podendo ser:

Inicial.

Reabertura.

Comunicação de óbito – Deverá ser anexada a cópia da Certidão de Óbito e, quando houver, do
laudo de necropsia.

Obs.: Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por CAT inicial.

RAZÃO SOCIAL/NOME
TIPO E NÚMERO DO DOCUMENTO
CNAE
ENDEREÇO
MUNICÍPIO
TELEFONE
UF

RAZÃO SOCIAL/NOME:

Informar a denominação da empresa empregadora.


TIPO E NÚMERO DO DOCUMENTO:

Informar o código que especifica o tipo de documento, sendo:

CGC/CNPJ – Número ou matrícula no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa


empregadora;

CEI – Número de inscrição no Cadastro Específico do INSS (CEI), quando o empregador for
pessoa jurídica desobrigada de inscrição no CGC/CNPJ;

CPF – Número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), quando o empregador for
pessoa física;

NIT – Número de identificação do trabalhador no INSS (NIT), quando for segurado especial.

CNAE:

Informar o código relativo à atividade principal do estabelecimento, em conformidade com aquela que
determina o grau de risco para fins de contribuição aos benefícios concedidos em razão do grau de
incidência da incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O código CNAE
(Classificação Nacional de Atividade Econômica) encontra-se no documento/cartão do CNPJ da
empresa.

ENDEREÇO:

Informar o endereço completo da empresa empregadora. O número do telefone, quando houver, deverá
ser precedido de código de área e do DDD do município.

MUNICÍPIO:

Informar o município de localização da empresa empregadora.


UF:

Informar a unidade da federação de localização da empresa empregadora.

TELEFONE:

Informar o telefone da empresa empregadora.

INFORMAÇÕES RELATIVAS AO ACIDENTADO


Passe o cursor na imagem. Objeto com interação.

Devem ser informados o nome do acidentado, endereço completo, telefone, nome da mãe, data de
nascimento, sexo, estado civil; o número, a série e a data de emissão da Carteira Profissional (CP) ou
da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); remuneração mensal – Informar a remuneração
mensal do acidentado em moeda corrente na data do acidente; o número de inscrição no Programa de
Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP),
conforme o caso.

Devem ser informados também:

• Nome da ocupação – Exercida pelo acidentado à época do acidente ou da doença.

• CBO – Código da ocupação do Código Brasileiro de Ocupação (CBO).

• Filiação à Previdência Social – O tipo de filiação do segurado, podendo ser:

🗸 Empregado;

🗸 Trabalhador Avulso;

🗸 Segurado Especial;

🗸 Médico residente.

• Área – Natureza da prestação de serviço, se urbana ou rural.


INFORMAÇÕES RELATIVAS AO ACIDENTE OU À DOENÇA
Informações complementares, que precisam, obrigatoriamente, ser notificadas:

• Data do acidente - Informar a data em que o acidente ocorreu. No caso de doença, informar como
data do acidente a da conclusão do diagnóstico ou a do início da incapacidade laborativa, devendo ser
consignada aquela que ocorrer primeiro. A data deverá ser completa, utilizando quatro dígitos para o
ano.

• Hora do acidente - No caso de doença, o campo deverá ficar em branco.

• Após quantas horas de trabalho? – Informar o número de horas decorridas desde o início da jornada
de trabalho até o momento do acidente. No caso de doença, o campo deverá ficar em branco.

• Tipo de acidente – Informar tipo de acidente 1 para típico, 2 para doença e 3 para trajeto.

• Afastamento – É preciso informar se houve afastamento.

• Último dia trabalhado – Informar a data do último dia em que efetivamente houve trabalho do
acidentado, ainda que a jornada não tenha sido completa.

• Local do acidente – Informar o local onde ocorreu o acidente, podendo ser:

🗸 em estabelecimento da empregadora;

🗸 em empresa onde a empregadora presta serviço;

🗸 em via pública;

🗸 em área rural;

🗸 outros.

• Especificação do local do acidente – Informar precisamente o local onde ocorreu o acidente, por
exemplo: almoxarifado, escada, pátio etc.

• CGC – Este campo deverá ser preenchido quando o acidente, ou a doença ocupacional, ocorrer em
empresa onde a empregadora presta serviço.

• Parte(s) do corpo atingida(s)

🗸 Em caso de acidente do trabalho: deverá ser informada a parte do corpo diretamente atingida pelo
agente causador, seja externa ou internamente;

🗸 Em caso de doenças profissionais, do trabalho, ou equiparadas informar o órgão ou sistema


lesionado.

• Agente causador – Informar o agente diretamente relacionado ao acidente, por exemplo: agentes
físicos, como calor, frio, radiação, agentes biológicos, máquina, ferramenta, produtos químicos ou ainda
as doenças profissionais ou do trabalho.
• Descrição da situação geradora do acidente ou doença – Descrever a situação ou a atividade de
trabalho desenvolvida pelo acidentado que estabeleça nexo causal com o acidente. No caso de doença,
descrever a atividade de trabalho, o ambiente ou as condições em que o trabalho era realizado. Não se
deve descrever neste campo o diagnóstico de uma doença, e sim os possíveis agentes causadores. Ex.:
amianto em vez de asbestose.

• Registro policial ou morte – O Boletim de Ocorrência (BO) registrado na delegacia, e/ou o


registro de óbito, emitido por um médico (em caso de atendimento em uma unidade hospitalar),
ou por um legista (caso em que necessita do laudo do Instituto Médico Legal - IML), são
informações extremamente importantes e que precisam ser notificadas.

INFORMAÇÕES RELATIVAS ÀS TESTEMUNHAS

DEVEMOS RELACIONAR AS PESSOAS QUE TESTEMUNHARAM O


ACIDENTE OU AINDA AQUELAS QUE TIVERAM O PRIMEIRO
CONTATO COM O ACIDENTADO OU CIÊNCIA DO OCORRIDO.

Além dos nomes, devemos descrever outros dados das testemunhas como endereço completo e
telefone.

QUADRO II – ATESTADO MÉDICO

Este item deverá ser preenchido por profissional médico. No caso de acidente com morte, o
preenchimento é dispensável, devendo ser apresentada a Certidão de Óbito e, quando houver, o laudo
de necropsia.

Devem ser relatadas as seguintes informações:

Unidade de atendimento médico – Informar o nome do local onde foi prestado o atendimento
médico.

Data e hora do acidente e se houve internação.

Duração provável do tratamento – Informar o período provável do tratamento, mesmo que


superior a quinze dias.

Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? – Informar a necessidade


do afastamento do acidentado de suas atividades laborais.
Descrição e natureza da lesão – Fazer descrição da lesão ou quadro clínico, informando a
natureza, o tipo da lesão, e descrevendo a parte do corpo atingida, os sistemas ou aparelhos.

Diagnóstico provável.

CID - 10 – Classificar conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID).

Observações – Relatar informações adicionais.

Em situações em que as informações referentes ao atestado médico do formulário não estejam


preenchidas e assinadas pelo médico assistente, deverá ser apresentado o atestado médico, constando
a devida descrição do local/data/hora de atendimento, bem como o diagnóstico com a CID e o período
provável para o tratamento, contendo assinatura, o número do Conselho Regional de Medicina (CRM) e
o carimbo do médico responsável pelo atendimento. O quadro III da CAT é de preenchimento exclusivo
do INSS.

PARA EFEITOS DE GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA DO


TRABALHO, O PREENCHIMENTO DA CAT É UMA BOA
OPORTUNIDADE DE OBTERMOS DADOS PARA ANÁLISE DOS
RISCOS OCUPACIONAIS E DESTA SUBSIDIAR AS AÇÕES DE
PREVENÇÃO, BEM COMO GERAR INFORMAÇÕES PARA A GESTÃO
DE CUSTOS COM ACIDENTES DE TRABALHO.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Identificar as principais medidas preventivas adotadas nas empresas

LIGANDO OS PONTOS
CASE MÓDULO III – MEDIDAS PREVENTIVAS

As medidas preventivas são fundamentais para garantir a segurança dos trabalhadores, pois minimizam,
quando não eliminam, os riscos ocupacionais. Todavia, apesar de tais medidas, os acidentes podem
acontecer. A análise de acidentes de trabalho são fundamentais para qualificar novas medidas
preventivas que serão adotadas.

Caso: Homem fica ferido após ser atingido por empilhadeira em indústria.

ADM, 40 anos, se acidentou em seu ambiente de trabalho em Santa Maria. O fato ocorreu por volta das
16h30min de terça-feira na empresa RBD, que fica na área industrial da cidade. De acordo com
informações, a vítima estava no pátio da empresa, onde trabalha, quando foi atingida por uma
empilhadeira. Segundo informações preliminares, a manobra de um caminhão que estava sendo
carregado provocou o tombamento da máquina, e o veículo caiu em cima do operador. ADM foi
socorrido e levado pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ao Hospital, com
ferimentos graves. A empresa informou que está prestando todo o apoio ao trabalhador e a família e que
os funcionários estão abalados com o acidente. Ainda segundo a empresa, esta é a primeira vez que um
acidente de trabalho ocorre nas suas dependências. O operador que foi atingido e o caminhoneiro que
manobrava o caminhão, segundo comunicado da empresa, tinham experiência e capacitações nas
funções que exerciam.

3. CASO A SUA EQUIPE FOSSE CHAMADA PARA


ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE PREVENÇÃO DE
ACIDENTES, EVITANDO OUTROS PARECIDOS COM O DO
CASO OCORRIDO NA RBD, QUAIS ELEMENTOS VOCÊ
ABORDARIA PARA A ELABORAÇÃO DAS MEDIDAS DE
PREVENÇÃO?

RESPOSTA

Sinalização da máquina

Sinalização do ambiente

Manutenção das máquinas/caminhões

Treinamento periódico dos funcionários

Inspeção dos locais de trabalho

OS VÁRIOS SIGNIFICADOS DO TERMO


PREVENÇÃO

A PREVENÇÃO DE ACIDENTES, DOENÇAS E/OU AGRAVOS


RELACIONADOS AO TRABALHO É DE RESPONSABILIDADE DE
TODOS, EMPREGADORES E EMPREGADOS.

Considerando as diversas causas dessas intercorrências, as medidas preventivas nos ambientes de


trabalho precisam ser orientadas e sistematizadas, colocando assim a preservação da saúde e a
segurança dos trabalhadores como eixo principal.

Neste módulo, veremos algumas estratégias para a prevenção de acidentes, doenças e agravos
que acometem os trabalhadores.

PRINCIPAIS MEDIDAS PREVENTIVAS


ADOTADAS NAS EMPRESAS

OS TRABALHADORES ESTÃO EXPOSTOS EM SUAS ATIVIDADES


LABORAIS A PELO MENOS UM FATOR/AGENTE DE RISCO
OCUPACIONAL, MAS ISSO NÃO QUER DIZER QUE O
TRABALHADOR IRÁ SE ACIDENTAR OU ADOECER DEVIDO A ESSA
EXPOSIÇÃO.

Se o ambiente de trabalho segue as normas de segurança apropriadas, o risco de um incidente é


mínimo, lembrando que a Norma Regulamentadora nº 1 estabelece que o empregador precisa informar
os trabalhadores dos riscos ocupacionais existentes no trabalho, assim como informar as medidas de
prevenção adotadas pela empresa para eliminar ou reduzir os riscos.

Mas para que a segurança do trabalhador seja garantida, as instituições precisam adotar
programas de segurança bem estruturados, como veremos a seguir.
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
(SESMT)

O SESMT É COMPOSTO POR PROFISSIONAIS DA ÁREA DA


SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR.
É uma Norma Regulamentadora (nº 4) e tem como objetivo garantir o ambiente de trabalho seguro,
evitando assim o adoecimento dos trabalhadores e acidentes de trabalho. Para isso, a equipe precisa
conhecer os riscos ocupacionais dos ambientes de trabalho, assim como elaborar os planos de
segurança, tais como:

GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS (NR 01)


A Norma Regulamentadora nº 1 estabelece as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos
ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), de acordo com a
ordem de prioridade:

I. eliminação dos fatores de risco;

II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;

III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de
organização do trabalho;

IV. adoção de medidas de proteção individual.

O gerenciamento de riscos ocupacionais deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos


(PGR). O processo de trabalho em gerenciamento de riscos deve considerar o disposto nas normas
regulamentadoras e demais exigências legais de segurança e saúde no trabalho, conforme descrito na
Portaria SEPRT nº 6.730/2020:

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE PERIGOS


O levantamento preliminar de perigos deve ser realizado: a) antes do início do funcionamento do
estabelecimento ou novas instalações; b) para as atividades existentes; e c) nas mudanças e introdução
de novos processos ou atividades de trabalho.

IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS
A identificação de perigos deve incluir: a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
b) identificação das fontes ou circunstâncias; e c) indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos
riscos.
Atenção! A identificação dos perigos deve abordar os perigos externos previsíveis relacionados ao
trabalho que possam afetar a saúde e segurança no trabalho.

AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS


A organização deve avaliar os riscos ocupacionais relativos aos perigos identificados em seu(s)
estabelecimento(s), de forma a manter informações para adoção de medidas de prevenção. Para cada
risco, deve ser indicado o nível de risco ocupacional, determinado pela combinação da severidade das
possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO
A organização deve adotar medidas de prevenção para eliminar, reduzir ou controlar os riscos sempre
que: a) exigências previstas em normas regulamentadoras e nos dispositivos legais determinarem; b) a
classificação dos riscos ocupacionais; c) houver evidências de associação, por meio do controle médico
da saúde, entre as lesões e os agravos à saúde dos trabalhadores com os riscos e as situações de
trabalho identificados.

PLANOS DE AÇÃO
A organização deve elaborar plano de ação, indicando as medidas de prevenção a serem introduzidas,
aprimoradas ou mantidas. Para as medidas de prevenção, devem ser definidos cronograma, formas de
acompanhamento e aferição de resultados.

IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS MEDIDAS DE


PREVENÇÃO
A implementação das medidas de prevenção e respectivos ajustes devem ser registrados. O
desempenho das medidas de prevenção deve ser acompanhado de forma planejada e contemplar: a) a
verificação da execução das ações planejadas; b) as inspeções dos locais e equipamentos de trabalho;
e c) o monitoramento das condições ambientais e exposições a agentes nocivos, quando aplicável. As
medidas de prevenção devem ser corrigidas quando os dados obtidos no acompanhamento indicarem
ineficácia em seu desempenho. A organização deve desenvolver ações em saúde ocupacional dos
trabalhadores integradas às demais medidas de prevenção em SST, de acordo com os riscos gerados
pelo trabalho, assim descritos na Portaria SEPRT nº 6.730/2020.

COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE


ACIDENTES (NR 05)

A COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) É


FORMADA POR UMA EQUIPE QUE TEM COMO OBJETIVO A
PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS DECORRENTES DO
TRABALHO.

As atribuições da CIPA estão voltadas para a promoção da saúde dos trabalhadores e prevenção
dos acidentes, doenças e agravos. Dentre as diversas atribuições, podemos citar:

identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do


maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e das condições de trabalho visando à


identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;

divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas
das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção
de Acidentes do Trabalho (SIPAT).

PARA QUE OS MEMBROS DA CIPA CONSIGAM TRABALHAR DE


FORMA EFICAZ, OS EMPREGADORES DEVEM PROPORCIONAR OS
MEIOS ADEQUADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
ATRIBUIÇÕES, GARANTINDO O TEMPO ADEQUADO PARA A
REALIZAÇÃO DAS TAREFAS PROPOSTAS.

PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE


OCUPACIONAL (NR 07)

A Norma Regulamentadora nº 7 estabelece as diretrizes para o desenvolvimento do Programa de


Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) a serem implementadas pelas empresas.

 SAIBA MAIS
O objetivo principal do PCMSO é a proteção e preservação da saúde dos trabalhadores em relação à
exposição aos riscos ocupacionais, de acordo com avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento
de Risco da instituição.

Dentre as diversas diretrizes para implantação do PCMSO, destacamos:

rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho;

detectar possíveis exposições excessivas a agentes nocivos ocupacionais;

subsidiar a implantação e o monitoramento da eficácia das medidas de prevenção adotadas na


organização;

controlar a imunização ativa dos empregados, relacionada a riscos ocupacionais, sempre que
houver recomendação do Ministério da Saúde.

AS AÇÕES DO PCMSO DEVEM ESTAR PAUTADAS NAS VIGILÂNCIAS


ATIVAS E PASSIVAS DA SAÚDE OCUPACIONAL, EM QUE A
PRIMEIRA SERÁ DESENVOLVIDA A PARTIR DE EXAMES PREVISTOS
NA NR, ALÉM DA AVALIAÇÃO DOS AGRAVOS À SAÚDE DOS
TRABALHADORES. A VIGILÂNCIA PASSIVA, POR SUA VEZ, SERÁ
DESENVOLVIDA POR MEIO DA DEMANDA ESPONTÂNEA DOS
TRABALHADORES, OU SEJA, OS TRABALHADORES É QUE VÃO
PROCURAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE OCUPACIONAL POR CONTA
PRÓPRIA.
O PCMSO deve incluir nas ações de vigilância ativa a obrigatoriedade na realização dos exames:
admissional; periódico; de retorno ao trabalho; de mudança de riscos ocupacionais; demissional,
conforme descrito na Portaria SEPRT nº 6.734/2020:

I - exame admissional: realizado antes que o empregado assuma suas atividades;

II - exame periódico: realizado de acordo com os intervalos previstos na NR 07;

III - exame de retorno ao trabalho: o exame clínico de retorno ao trabalho deve ser realizado antes que
o empregado reassuma suas funções, quando ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias
por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não. No exame de retorno ao trabalho, a
avaliação médica deve definir a necessidade de retorno gradativo ao trabalho.

IV - exame de mudança de risco ocupacional: deve, obrigatoriamente, ser realizado antes da data da
mudança, adequando-se o controle médico aos novos riscos
V - exame demissional: o exame clínico demissional deve ser realizado em até 10 (dez) dias contados
do término do contrato, podendo ser dispensado caso o exame clínico ocupacional mais recente tenha
sido realizado há menos de 135 (centro e trinta e cinco) dias, para as organizações graus de risco 1 e 2,
e há menos de 90 (noventa) dias, para as organizações graus de risco 3 e 4.

Cabe destacar alguns exames complementares que farão parte dos exames periódicos
dependendo das funções exercidas pelos trabalhadores. São eles:

• Exames otológico e audiométrico para trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados.

• Radiografias de tórax e Espirometria para trabalhadores expostos a agentes químicos, de acordo com
a NR 07.

• Radiografia de tórax em visão anteroposterior e de perfil; eletrocardiograma; hemograma completo;


dosagem de glicose sanguínea; radiografia bilateral das articulações escapuloumerais, coxofemorais e
de joelhos; audiometria; eletroencefalograma; espirometria para trabalhadores no exercício de atividade
sob pressão atmosférica elevada (pressão hiperbárica).

• Exames de sangue e urina para trabalhadores expostos a agentes químicos.

 ATENÇÃO

Para cada exame clínico ocupacional realizado, o médico emitirá Atestado de Saúde Ocupacional
(ASO), que deve ser comprovadamente disponibilizado ao empregado, devendo ser fornecido em meio
físico quando solicitado. Outros exames podem ser solicitados, a critério do médico responsável, desde
que relacionados aos riscos ocupacionais classificados no PGR e tecnicamente justificados no PCMSO.

PRIMEIROS SOCORROS
A NR 07 também orienta as empresas a estarem equipadas com material para a prestação de primeiros
socorros, caso seja necessário, considerando-se as características da atividade desenvolvida.

É PRECISO MANTER ESSE MATERIAL GUARDADO EM LOCAL


ADEQUADO E AOS CUIDADOS DE PESSOA TREINADA PARA ESSE
FIM. É PROIBIDA A PRESTAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS POR
PESSOAS NÃO CAPACITADAS. NESSES CASOS, O MELHOR A
FAZER É CHAMAR O SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE
URGÊNCIA LOCAL.

ETAPAS BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS

PARA O ATENDIMENTO AO ACIDENTADO, É PRECISO VERIFICAR AS


SEGUINTES SITUAÇÕES: A PRIMEIRA É O PRÓPRIO LOCAL DO
ACIDENTE, E A SEGUNDA SÃO AS CONDIÇÕES EM QUE O
ACIDENTADO SE ENCONTRA.

Cabe lembrar que qualquer manipulação ao acidentado deverá ser feita por profissionais capacitados.
Em acidentes graves, se a empresa não tem condições de atender o trabalhador, será preciso acionar o
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou outro serviço conveniado.

LOCAL DO ACIDENTE
A avaliação do local do acidente é a etapa inicial na prestação do atendimento ao acidentado. Essa
etapa é importante uma vez que, caso o ambiente não esteja seguro, poderá causar mais danos à
saúde do acidentado. Outro objetivo da avaliação do local de acidente é obter o máximo de informações
para os devidos registros. É importante lembrar que

a) quem assumirá o atendimento deverá acalmar a vítima, e outros trabalhadores poderão ajudar na
evacuação e no afastamento dos curiosos no local, dando ordens breves, claras, objetivas e concisas.

b) caso seja necessário acionar o serviço de atendimento móvel, o ambiente não deverá ter obstáculos
que dificultem o acesso dos profissionais ao acidentado.

É importante observar se existem situações de perigo para todos, como fios elétricos expostos,
vazamento de gás, tráfego de veículos, máquinas funcionando. Caso seja possível, deve-se desligar a
rede elétrica, evitar faíscas, chamas, entre outros. O ambiente deverá estar seguro para o socorrido e
para quem está socorrendo.

O ACIDENTADO
Após a avaliação do local do acidente, será necessária a avaliação do acidentado, que pode ser feita por
meio da Avaliação e Exame do Estado Geral, que consiste em identificar quais as possibilidades de o
atendimento ocorrer por profissionais da empresa ou dos serviços de emergências. O exame deverá ser
rápido e sistemático, observando as seguintes prioridades:

1. Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade etc.).

2. Respiração: movimentos torácicos e abdominais com entrada e saída de ar normalmente pelas


narinas ou boca.

3. Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue que se perde.

4. Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igualdade entre as pupilas).

5. Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e extremidades.

Deve-se sempre ter em mente a clareza do que se irá fazer, para não expor o acidentado. Verificar, com
cuidado, se há ferimento, evitando movimentá-lo desnecessariamente.

PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO OCUPACIONAL

O programa de imunização visa atender a Política Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde,


mantendo o controle das doenças imunopreveníveis relacionadas aos ambientes de trabalho.

O USO DE VACINAS É UM DOS PRINCIPAIS MECANISMOS DAS


POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA PARA O COMBATE ÀS DOENÇAS
INFECCIOSAS.

Os principais objetivos do Programa de Imunização Ocupacional são:


Combater o adoecimento do trabalhador por doenças infecciosas de forma a reduzir
consequentemente: os níveis de absenteísmo dos trabalhadores adoecidos e os prejuízos
financeiros do empregador;

Promover a qualidade de vida e prevenir a saúde dos trabalhadores expostos a diversas infecções
pela natureza de suas ocupações;

Evitar ou reduzir danos à saúde do trabalhador em consequência do agravo de saúde que o


acometeu;

Evitar prejuízos financeiros aos trabalhadores;

Diminuir a mortalidade precoce da população economicamente ativa;

Cumprir com o disposto no PCMSO.

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS


AMBIENTAIS (NR 09)

A Norma Regulamentadora nº 9 estabelece as diretrizes para a implementação do Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que é parte integrante de um conjunto de medidas preventivas
e visa à preservação da integridade dos trabalhadores por meio do gerenciamento dos riscos
ambientais, tais como riscos físicos, químicos e biológicos, levando em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.

A ELABORAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E


AVALIAÇÃO DO PPRA PODERÃO SER FEITAS PELO SERVIÇO
ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA
DO TRABALHO (SESMT), OU POR PESSOA OU EQUIPE DE
PESSOAS QUE, A CRITÉRIO DO EMPREGADOR, SEJAM CAPAZES
DE DESENVOLVÊ-LO.
Similar ao Programa de Gerenciamento dos Riscos Ocupacionais (NR 01), para a implementação do
PPRA é preciso seguir algumas etapas: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos
ambientais. A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento dos
trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as
eventuais limitações de proteção que ofereçam (Portaria SEPRT nº 1.359/2019).
No PPRA, as medidas preventivas devem contemplar (Portaria SEPRT nº 1.359/2019):

a) Avaliação periódica da exposição;

b) Orientação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposição à vibração e à utilização
adequada dos equipamentos de trabalho, bem como quanto ao direito de comunicar aos seus
superiores sobre níveis anormais de vibração observados durante suas atividades;

c) Vigilância da saúde dos trabalhadores focada nos efeitos da exposição à vibração;

d) Adoção de procedimentos e métodos de trabalho alternativos que permitam reduzir a exposição a


vibrações mecânicas.

 ATENÇÃO

Lembrando que, além dessas medidas, outras podem ser adotadas dependendo das particularidades de
cada ambiente de trabalho. Além das Normas Regulamentadoras que dizem respeito às competências
das equipes de saúde e segurança no trabalho, há a Norma Regulamentadora nº 6, que orienta as
equipes sobre os equipamentos de proteção individuais corretos para os trabalhadores.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (NR 06)

OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS (EPI) SÃO


TODO DISPOSITIVO OU PRODUTO, DE USO INDIVIDUAL
UTILIZADO PELO TRABALHADOR, DESTINADO À
PROTEÇÃO DE RISCOS SUSCETÍVEIS DE AMEAÇAR A
SEGURANÇA E A SAÚDE NO TRABALHO. PARA A
PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES, AS EMPRESAS SÃO
OBRIGADAS A FORNECER AOS EMPREGADOS,
GRATUITAMENTE, EPI ADEQUADO AO RISCO, EM
PERFEITO ESTADO DE CONSERVAÇÃO E
FUNCIONAMENTO.

(NR 06)

Cabe ao SESMT e à CIPA recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente nas
atividades laborais.

PRINCIPAIS NORMAS DE SEGURANÇA


INTERNACIONAIS

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO


(OIT)

A OIT é uma organização internacional que reúne governos, empregadores e trabalhadores de 187
Estados membros para estabelecer diretrizes e padrões de trabalho, além de desenvolver políticas e
elaborar programas que promovam o trabalho decente para mulheres e homens. Por meio das
Convenções, Recomendações e dos Protocolos, a OIT estabelece as prioridades a serem adotadas
pelos países membros com o intuito de minimizar os danos que ocorrem com os trabalhadores durante o
trabalho.
As diversas Convenções e Recomendações estão voltadas para a segurança dos trabalhadores em
vários contextos de trabalho, proporcionando aos países a possibilidade de adotarem medidas
preventivas, evitando assim o adoecimento e os acidentes na população trabalhadora, como na
Convenção nº 155 sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores.

PROGRAMA SEGURANÇA + SAÚDE PARA TODOS NO


ENFRENTAMENTO DA COVID-19

O PROGRAMA SEGURANÇA + SAÚDE PARA TODOS, ELABORADO


RECENTEMENTE PELA OIT, OFERECE AOS PAÍSES MEMBROS UM
CONJUNTO DE INTERVENÇÕES PARA ATENDER AS NECESSIDADES
DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS DE SEGURANÇA E SAÚDE
DOS PROFISSIONAIS EXPOSTOS AO SARS-COV-2.
O programa está voltado para adoção de políticas e medidas nos locais de trabalho, com o intuito de
reduzir a incidência de mortes, lesões e doenças relacionadas à covid-19, incluindo a integração de
riscos biológicos e preparação de emergências na gestão de riscos corporativos e planos de ação
nacionais para evitar a recorrência do contágio nos locais de trabalho.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE
PADRONIZAÇÃO (ISO)

A Organização Internacional de Padronização, mais conhecida como ISO, é uma organização não
governamental. Com o objetivo de desenvolver Normas Internacionais (voluntárias) relevantes para o
mercado, as equipes se reúnem periodicamente.

 VOCÊ SABIA

A ISO atualmente tem mais de 23.249 normas internacionais e as mais conhecidas são a ISO
9001:2015, Sistema de Gestão da Qualidade; a ISO 14001:2015, Sistemas de Gestão Ambiental; e a
ISO 45001:2018, Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional.

A ISO 45001:2018 especifica os requisitos para um sistema de gerenciamento de saúde e segurança do


trabalho e fornece orientações para seu uso, permitindo que as empresas forneçam ambientes de
trabalho seguros e saudáveis, prevenindo acidentes e adoecimentos relacionados ao trabalho.

Consistente com a política de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) da empresa, os resultados


pretendidos de um sistema de gerenciamento de SST incluem:

A MELHORIA CONTÍNUA DO DESEMPENHO EM SST;

O CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS E OUTROS


REQUISITOS;

O ALCANCE DOS OBJETIVOS DE SST.

De acordo com os agentes/fatores de risco, as causas de acidentes, doenças e os agravos são


identificados e caracterizados, e a oportunidade de prevenção pode ser identificada. Com essa visão,
profissionais de segurança do trabalho podem considerar as possíveis estratégias preventivas
destinadas a reduzir o risco ou considerar intervenções para interromper a sequência causal dos
acidentes.

Atualmente, há uma ampla gama de tecnologias e estratégias de proteção que já foram aplicadas à
proteção do trabalhador e podem ser aplicadas e que terão resultados benéficos. Lembrando que
tecnologias e estratégias ainda não descobertas poderão ser trazidas à luz na busca por uma proteção
aprimorada para o trabalhador.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional deve apresentar papel estratégico nas empresas, e os
trabalhadores devem ser vistos como principal ativo destas instituições. O trabalho da gestão envolve a
doação de medidas preventivas recomendadas pelas NR, normas internacionais e permanente
atualização quanto a novos procedimentos de segurança que surgem devidos ao desenvolvimento
científico e tecnológico.

A comunicação de acidente de trabalho, além de ser uma obrigação do SST, deve ser utilizada também
como ferramenta para obtenção de dados sobre a segurança e os riscos ocupacionais. Por fim, cabe
ressaltar o gerenciamento de custos de acidentes de trabalho que podem afetar de forma significativa a
produtividade das empresas.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ARAÚJO, W. T. Manual de Segurança do Trabalho. São Paulo: DCI, 2010.

BRASIL. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho. Normas Regulamentadoras. [on-line] Consultado


na internet em: 6 set. 2021.

BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência
Social e dá outras providências. Brasília, 1991.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 6.730, de 09 de março de 2020. Institui atualização Norma
Regulamentadora nº 01. Brasília, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 6.735, de 10 de março de 2020. Institui atualização Norma
Regulamentadora nº 01. Brasília, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 915, de 30 de julho de 2019. Institui atualização da Norma
Regulamentadora nº 05. Brasília, 2019.

CHAGAS, A. M. R.; SALIM, C. A.; SERVO, L. M. S. (org.). Saúde e Segurança no Trabalho no Brasil:
aspectos institucionais, sistemas de informação e indicadores. 2. ed. São Paulo: IPEA; Funda Centro,
2012.

EYERKAUFER, M. L. et al. Simulação de custos para gestão de riscos de acidentes de trabalho.


XXIV Congresso Brasileiro de Custos. Florianópolis, 15 a 17 de novembro de 2017.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. FIOCRUZ. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro: Fundação
Oswaldo Cruz, 2003. 170p.

JUSTIÇA DO TRABALHO. Tribunal Superior do Trabalho. Empresa de engenharia deve pagar pensão
mensal à viúva de trabalhador morto em mina. TST. Publicado em: 8 de jul. 2021.

MACEDO, G. C. G. et al. Levantamento dos custos indiretos de acidentes do trabalho em uma


empresa do setor elétrico. Publicado no XXXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção "A
Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras
abordagens avançadas de produção", Joinville, 2017.

EXPLORE+
Leia o artigo Simulador de custos para gestão de riscos de acidentes de trabalho, de Eyerkaufer et al.,
disponível na Revista Catarinense da Ciência Contábil, ISSN 2237-7662, Florianópolis, v. 18, 1-16,
e2753, 2019.

Além disso, baixe o aplicativo de primeiros socorros da Cruz Vermelha.

Faça o registro de CAT no endereço: https://www.gov.br/pt-br/servicos/registrar-comunicacao-de-


acidente-de-trabalho-cat.

Pesquise e veja o calendário de vacinação ocupacional da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)


– 2020/2021.

CONTEUDISTA
Ismael da Silva Costa

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