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PROPÓSITO
A gestão da saúde em segurança ocupacional compõe uma série de medidas obrigatórias e não
obrigatórias que, além de garantir a saúde do trabalhador, tem impacto direto na imagem da empresa,
na sua produtividade e no clima organizacional. A preocupação com essa atividade deve ir além do
cumprimento de normas legais e estar alinhada com objetivos estratégicos da empresa.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 1
LIGANDO OS PONTOS
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu, por unanimidade, condenar a Shaft
Engenharia e Serviços Eireli e a Anglogold Ashanti Córrego do Sítio Mineração S.A. ao pagamento de
pensão mensal à viúva de um supervisor de turno morto em acidente de trabalho quando o elevador
onde se encontrava despencou de uma altura de 500 metros dentro de mina. Pela decisão, o valor
deverá ser fixado em percentual equivalente a 2/3 do salário do empregado, e a pensão deverá ser paga
até que as parcelas atinjam R$200 mil.
O juízo da Vara do Trabalho de Conceição do Coité, BA, ao analisar o pedido, decidiu pela condenação
da Shaft e da Anglogold, de forma subsidiária, ao pagamento de danos materiais de cerca de R$560 mil,
com pagamento em cota única, e danos morais de R$50 mil. O juízo levou em consideração que foram
anexados às provas dez autos de infração emitidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego contra as
empresas após o acidente, ficando evidente para o juízo que o acidente poderia ter sido evitado.
O ministro chamou atenção para o fato de que a indenização por danos materiais resultante de morte de
empregado não se confunde com aquela do benefício previdenciário, conforme explicitado no artigo 121
da Lei nº 8.213/1991.
O relator ressaltou que o artigo 948 do Código Civil orienta que a indenização a ser paga deve, sem
excluir outras reparações, englobar despesas com tratamento da vítima, funeral e alimentação dos
dependentes do falecido.
Custos indiretos: indenização à viúva, danos morais, tratamento e funeral da vítima, possíveis reparos ao
elevador, honorários advocatícios e outras despesas judiciais.
Contabilizar os custos com acidentes de trabalho não é fácil nem comum, mesmo em grandes empresas
e em países com grande destaque no campo da prevenção. Antes de falarmos diretamente da gestão de
custos de acidentes de trabalho, precisamos revisar termos conceituais de ciências contábeis.
Nesse processo, busca-se uma eficiente racionalização de recursos disponíveis e limitados com o
objetivo de alcançar resultados coerentes com as necessidades da clientela e com as finalidades
empresariais.
Gasto de Investimento
Quando o produto ou o serviço adquirido for utilizado em vários processos produtivos (imobilizado,
estoques etc.).
Gasto de Consumo
Quando o produto ou serviço forem consumidos no momento mesmo da produção ou do serviço que a
entidade realiza.
CUSTOS X DESPESAS
São aportes de capitais ou serviços realizados para execução de determinados objetos. O custo é
também um gasto, que é reconhecido como tal. Registramos um custo no momento da utilização dos
fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Os custos podem ser classificados segundo sua natureza em custos fixos ou variáveis; custos
diretos ou indiretos:
CUSTO DIRETO
Gastos com materiais e mão de obra que se aplicam diretamente na produção de um bem ou serviço,
por exemplo a compra de uma matéria-prima para confecção de um produto.
CUSTO INDIRETO
São gastos comuns a diversos procedimentos e serviços, não podendo ser relacionados somente a um
setor ou produto. A compra de um equipamento de proteção coletiva (EPC), gastos com energia elétrica
no setor etc.
CUSTOS FIXOS
São custos vinculados à infraestrutura instalada e que são constantes. Podemos dar como exemplos os
gastos com aluguéis, salários etc.
CUSTOS VARIÁVEIS
São aqueles relacionados ao volume de produção. Neste caso, os gastos aumentam ou diminuem de
acordo com o aumento ou diminuição da produção.
DESPESAS
IMPOSTOS
JUROS DE FINANCIAMENTOS
GASTOS COM SEGUROS
Os acidentes de trabalho são definidos como aqueles que ocorrem pelo exercício do...
TRABALHO A SERVIÇO DA EMPRESA, OU PELO EXERCÍCIO
DO TRABALHO DOS SEGURADOS, PROVOCANDO LESÃO
CORPORAL OU ALGUMA PERTURBAÇÃO FUNCIONAL QUE
CAUSE A MORTE, PERDA OU REDUÇÃO, PERMANENTE OU
TEMPORÁRIA, DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO.
Em nosso país, uma grande parte dos custos diretos com acidentes de trabalho recai sobre o Ministério
da Economia, que, por meio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), tem o objetivo de
garantir o direito à Previdência Social.
De acordo com o INSS, a fonte de custeio para a cobertura de acidentes e doenças do trabalho, eventos
advindos dos riscos ambientais do trabalho, assim como as aposentadorias especiais, baseia-se na
tarifação coletiva das empresas, segundo a classificação das atividades preponderantes, estabelecida
conforme a Subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
A tarifação coletiva, Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) está prevista no art. 22 da Lei 8.212/1991.
Embora seja chamado de seguro, trata-se de um tributo, que estabelece as taxas de 1%, 2% e 3%
calculadas sobre o total das remunerações pagas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos,
a depender dos riscos ambientais do trabalho.
ATENÇÃO
Cabe ressaltar que o pagamento desse tributo não isenta a empresa do pagamento de possíveis
indenizações.
Assim sendo, as alíquotas são relacionadas de acordo com o risco da atividade econômica da
empresa:
LEVE: ALÍQUOTA DE 1%
MÉDIO: ALÍQUOTA DE 2%
GRAVE: ALÍQUOTA DE 3%
Considera-se também o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), criado pelo Decreto 3.048/1999. Trata-se
de um fator de multiplicação aplicado à alíquota, que varia entre 0,5 e 2 pontos, de acordo com o
desempenho da empresa em relação à segurança, considerando a atividade exercida.
São considerados custos indiretos todos os gastos ligados diretamente ao atendimento do trabalhador
acidentado que não são de responsabilidade do INSS, tais como: gastos com atendimentos médicos,
odontológicos, hospitalares, medicamentos. Também são custos diretos gastos com transporte do
acidentado, seguros com acidentes pessoais. Em caso de internação hospitalar, pode-se ainda
relacionar, após a alta, gastos com reabilitação médica e ocupacional.
EXEMPLO
Podemos relacionar os salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores que não o
acidentado, isto é, o tempo de trabalho perdido durante o socorro do acidentado; com o atendimento
médico na própria empresa; gasto de tempo de ida e volta ao ambulatório médico; tempo de espera para
atendimento; tempo gasto em procedimentos.
A licença de um trabalhador acidentado pode gerar gastos com horas extras pagas a outros
trabalhadores que o substituirão para dar conta da produção. Além disso, os acidentes podem causar
atrasos na produção, gastos com reparos ou substituição de equipamentos danificados no acidente.
Durante o período em que o trabalhador estiver licenciado ou ainda se ele não retornar, a empresa
deverá contratar e treinar um novo funcionário para a função. O profissional em treinamento, embora
receba o salário integral, ainda não é capaz de produzir da mesma forma que o trabalhador experiente.
Cabe ressaltar ainda os custos envolvidos no próprio treinamento.
Dessa forma, as medidas preventivas adotadas em ambiente de trabalho não devem ser vistas somente
como uma simples tarefa de cumprimento de normas, ou ainda como um custo extra, mas
principalmente como uma atividade que pode, além de evitar um grande prejuízo, representar uma
prevenção contra a perda de produtividade.
Embora não seja possível adotar essa relação como algo fechado, sabemos que os custos indiretos
(que também são variáveis, pois dependem da ocorrência de acidentes) tendem a ser maiores em
ambientes altamente insalubres (MACEDO et al., 2017). Os custos de saúde e segurança do trabalho
são dados pela soma dos custos de acidentes e dos custos de prevenção.
Os custos de acidentes podem ser divididos em diretos e indiretos, conforme já vimos. Todavia, para
entender melhor a gestão desses custos, podemos subdividi-los. Os custos indiretos, mais difíceis de
manejar, podem ser divididos em:
CUSTOS SALARIAIS
DANOS MATERIAIS
CUSTO DE TEMPO ADMINISTRATIVO
CUSTOS DE PERDAS DE PRODUÇÃO
OUTROS CUSTOS
CUSTOS INTANGÍVEIS
CUSTOS SALARIAIS:
DANOS MATERIAIS:
Tempo gasto com análise do acidente, atendimento, treinamento de novos funcionários etc.
CUSTOS DE PERDAS DE PRODUÇÃO:
OUTROS CUSTOS:
CUSTOS INTANGÍVEIS:
Os custos de prevenção são anteriores aos acidentes e referem-se a gastos com medidas oriundas de
estudos de riscos ou da aplicação de normas de segurança.
No processo de gestão de custos de acidentes de trabalho, é importante que as empresas não vejam
seus colaboradores como meros recursos produtivos, nem a gestão apenas como forma de diminuir
custos e aumentar a produtividade. Existem custos relacionados aos acidentes que são intangíveis,
como a perda de vidas humanas, deficiências permanentes, consequências nas famílias dos
empregados etc.
Ao se buscar uma boa gestão da qualidade das empresas, tende-se a reduzir os custos de prevenção,
pois são ações correlacionadas. Já os custos de acidentes estão relacionados com a falta da qualidade.
Assim, a gestão de custos, além das atividades de controle de gastos e planilhas de cálculo, também
está relacionada às atividades de prevenção.
menor absenteísmo.
A gestão de risco em acidentes de trabalho geralmente utiliza instrumentos de gestão de risco, tais como
COSO e PMBOK, ou ainda ferramentas de gerenciamento de riscos em projetos como a ISO 31000.
Podemos destacar também o Mapa de Riscos ou a APR (Análise Preliminar de Riscos). Esses
instrumentos podem auxiliar na mensuração dos custos em acidentes de trabalho, contudo não são
específicos para isso.
Ao emitir a comunicação do acidente de trabalho (CAT), a empresa poderá iniciar a coleta de dados
necessária para a análise dos custos indiretos do acidente.
SAIBA MAIS
As empresas poderão utilizar sistemas como a implementação das OHSAS (Occupational Health and
Safety Assessment Services), que é uma especificação de auditoria internacionalmente reconhecida
para sistemas de gestão em segurança e saúde ocupacional.
Ce = C − I
Em que:
Ce
= Custo do acidente.
I
= Indenizações e ressarcimento recebidos por meio de seguro ou de terceiros (valor líquido).
C = C1 + C2 + C3
C1
C2
C3
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
LIGANDO OS PONTOS
CASE MÓDULO II- COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES
DE TRABALHO
A comunicação de acidente de trabalho (CAT) é a ferramenta utilizada pelo INSS para registro dos
acidentes e garantia do pagamento de benefícios aos trabalhadores. Trata-se de uma ação obrigatória
da empresa, a qual pode estar sujeita a inúmeros prejuízos na sua inobservância.
Caso: Empresa que não emitiu CAT depois de acidente de trajeto é condenada por danos morais.
Notícia publicada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região em 05/08/2013 no site trt-
3.jusbrasil.com.br:
A ré afirmou que não emitiu a CAT, pois não foi informada do acidente. No entanto, ao analisar as
provas, o desembargador Marcelo Lamego Pertence constatou inverdade. É que o próprio engenheiro
da obra onde o reclamante trabalhava admitiu que ficou sabendo do acidente. Colegas que pegaram
carona com o reclamante deram a notícia e contaram, inclusive, que ele se machucou. Segundo o
relator, na defesa, a ré admitiu ter recebido um atestado médico dando notícia do afastamento do
empregado pelo período de 15 dias por motivo de doença. Depois disso, ele não retornou mais ao
trabalho.
Para o magistrado, não restaram dúvidas de que a reclamada tomou conhecimento do acidente.
Acidente este caracterizado como de trabalho, uma vez que ocorreu no percurso entre o local de
trabalho e a residência. Nesse sentido, dispõe o artigo 21, inciso IV, letra d, da Lei nº 8.213/1991. As
provas revelaram que o trabalhador fraturou o pé e ficou impossibilitado de trabalhar. Mesmo assim,
conforme destacou o desembargador, a reclamada não tomou qualquer providência e sequer buscou
investigar a causa do afastamento do reclamante depois do acidente noticiado pelos colegas.
A conduta foi considerada inaceitável pelo relator, que lembrou que a emissão da CAT é uma obrigação
do patrão em caso de acidente do trabalho. O não cumprimento desse dever não pode gerar prejuízo ao
trabalhador. Tanto é assim que o artigo 22 da Lei 8.213/1991 autoriza que o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública
providencie a emissão do documento, em complemento à empresa.
O magistrado chamou a atenção para os inúmeros problemas causados pela omissão da empresa. Ao
deixar de cumprir sua obrigação, ela contribuiu para que o empregado permanecesse após o
afastamento por acidente do trabalho sem qualquer tipo de benefício previdenciário e sem a certeza
quanto ao recebimento da sua fonte de sustento. Como ponderou o julgador, se a CAT tivesse sido
emitida, o acesso ao benefício previdenciário teria sido rápido e o trabalhador não teria que tomar todas
as providencias sozinho, como ocorreu. Ele acabou conseguindo, por conta própria, receber o auxílio-
doença.
RESPOSTA
A vítima poderia procurar um posto do INSS ou fazer notificação pelo site da previdência. Poderia anexar o
atestado médico do atendimento e ainda elencar como testemunhas do acidente os colegas de trabalho.
A CAT COMO FERRAMENTA DE GESTÃO
DEFINIÇÃO DE CAT
PROCEDIMENTO
O acidentado ou seus dependentes, assim como seu sindicato, receberão uma cópia da comunicação.
Na ausência de comunicação por parte da empresa, o próprio acidentado pode formalizá-la ou, ainda,
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer outra
autoridade pública. A comunicação de acidente de trabalho pode ser registrada on-line, desde que
preenchidos todos os campos obrigatórios.
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade
pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
A abertura da CAT deve ser realizada até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência do acidente de
trabalho. Em caso de morte, a comunicação deve ser imediata. Todo acidente de trabalho, ainda que
não gere o afastamento do trabalhador, deve ser informado à Previdência Social. Equivocadamente,
algumas empresas deixam de enviar a CAT quando não há afastamento, gerando prejuízos para si.
Ao dar entrada no INSS por acidente de trabalho, o trabalhador precisa de um documento diferente do
atestado médico que comprove o fato causador de suas lesões ou de sua doença ocupacional. Esse
documento deve ser emitido pela empresa da qual o trabalhador estava a serviço no momento do
acidente.
A falta de comunicação de acidente é crime, com pena de seis meses a dois anos de detenção e
multa, conforme artigo 169 da CLT, combinado com artigo 269 do Código Penal:
1ª via ao INSS
4ª via à empresa
TIPOS DE OCORRÊNCIA
ACIDENTE DE TRABALHO
DOENÇA OCUPACIONAL
ATOS EQUIPARÁVEIS
ACIDENTE DE TRABALHO
Considera-se também como acidente as injúrias que ocorrem no trajeto do trabalhador para o trabalho e
vice-versa. Podemos exemplificar como acidente de trabalho uma queimadura que ocorra durante o
exercício profissional ou um acidente de automóvel a caminho do trabalho.
DOENÇAS OCUPACIONAIS
Conforme o art. 20 da Lei nº 8.213/1991, temos que:
Podemos exemplificar como doença profissional um caso de asbestose que ocorra com um
trabalhador que esteja exposto a poeira de amianto. A asbestose é um tipo de pneumoconiose: uma
doença pulmonar crônica que está relacionada ao acúmulo de substâncias tóxicas no parênquima
pulmonar.
EXEMPLO
Podemos exemplificar como doença do trabalho um caso de perda auditiva induzida por ruído (PAIR)
em trabalhadores que exercem suas atividades em ambientes muito ruidosos (condições especiais).
a doença degenerativa;
a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
Assim, não poderíamos considerar, por exemplo, casos de hipertensão arterial, diabetes, covid-19 (salvo
em profissionais de saúde diretamente expostos).
ATOS EQUIPARÁVEIS
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente
para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido
lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado.
ATENÇÃO
CAT INICIAL
CAT DE REABERTURA
Deve ser emitido quando um tratamento contínuo de uma lesão ou doença ocupacional é reiniciado.
Importante ressaltar que a reabertura da CAT somente poderá ser feita nos afastamentos superiores a
15 dias, não sendo permitido em situações contrárias;
CAT DE ÓBITO
Deve ser preenchido quando ocorrer a morte do colaborador após o preenchimento da CAT inicial.
No ato de preenchimento da CAT, devemos considerar como dia do acidente, no caso de doença
profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para
este efeito o que ocorrer primeiro.
Inicial.
Reabertura.
Comunicação de óbito – Deverá ser anexada a cópia da Certidão de Óbito e, quando houver, do
laudo de necropsia.
Obs.: Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por CAT inicial.
RAZÃO SOCIAL/NOME
TIPO E NÚMERO DO DOCUMENTO
CNAE
ENDEREÇO
MUNICÍPIO
TELEFONE
UF
RAZÃO SOCIAL/NOME:
CEI – Número de inscrição no Cadastro Específico do INSS (CEI), quando o empregador for
pessoa jurídica desobrigada de inscrição no CGC/CNPJ;
CPF – Número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), quando o empregador for
pessoa física;
NIT – Número de identificação do trabalhador no INSS (NIT), quando for segurado especial.
CNAE:
Informar o código relativo à atividade principal do estabelecimento, em conformidade com aquela que
determina o grau de risco para fins de contribuição aos benefícios concedidos em razão do grau de
incidência da incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O código CNAE
(Classificação Nacional de Atividade Econômica) encontra-se no documento/cartão do CNPJ da
empresa.
ENDEREÇO:
Informar o endereço completo da empresa empregadora. O número do telefone, quando houver, deverá
ser precedido de código de área e do DDD do município.
MUNICÍPIO:
TELEFONE:
Devem ser informados o nome do acidentado, endereço completo, telefone, nome da mãe, data de
nascimento, sexo, estado civil; o número, a série e a data de emissão da Carteira Profissional (CP) ou
da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); remuneração mensal – Informar a remuneração
mensal do acidentado em moeda corrente na data do acidente; o número de inscrição no Programa de
Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP),
conforme o caso.
🗸 Empregado;
🗸 Trabalhador Avulso;
🗸 Segurado Especial;
🗸 Médico residente.
• Data do acidente - Informar a data em que o acidente ocorreu. No caso de doença, informar como
data do acidente a da conclusão do diagnóstico ou a do início da incapacidade laborativa, devendo ser
consignada aquela que ocorrer primeiro. A data deverá ser completa, utilizando quatro dígitos para o
ano.
• Após quantas horas de trabalho? – Informar o número de horas decorridas desde o início da jornada
de trabalho até o momento do acidente. No caso de doença, o campo deverá ficar em branco.
• Tipo de acidente – Informar tipo de acidente 1 para típico, 2 para doença e 3 para trajeto.
• Último dia trabalhado – Informar a data do último dia em que efetivamente houve trabalho do
acidentado, ainda que a jornada não tenha sido completa.
🗸 em estabelecimento da empregadora;
🗸 em via pública;
🗸 em área rural;
🗸 outros.
• Especificação do local do acidente – Informar precisamente o local onde ocorreu o acidente, por
exemplo: almoxarifado, escada, pátio etc.
• CGC – Este campo deverá ser preenchido quando o acidente, ou a doença ocupacional, ocorrer em
empresa onde a empregadora presta serviço.
🗸 Em caso de acidente do trabalho: deverá ser informada a parte do corpo diretamente atingida pelo
agente causador, seja externa ou internamente;
• Agente causador – Informar o agente diretamente relacionado ao acidente, por exemplo: agentes
físicos, como calor, frio, radiação, agentes biológicos, máquina, ferramenta, produtos químicos ou ainda
as doenças profissionais ou do trabalho.
• Descrição da situação geradora do acidente ou doença – Descrever a situação ou a atividade de
trabalho desenvolvida pelo acidentado que estabeleça nexo causal com o acidente. No caso de doença,
descrever a atividade de trabalho, o ambiente ou as condições em que o trabalho era realizado. Não se
deve descrever neste campo o diagnóstico de uma doença, e sim os possíveis agentes causadores. Ex.:
amianto em vez de asbestose.
Além dos nomes, devemos descrever outros dados das testemunhas como endereço completo e
telefone.
Este item deverá ser preenchido por profissional médico. No caso de acidente com morte, o
preenchimento é dispensável, devendo ser apresentada a Certidão de Óbito e, quando houver, o laudo
de necropsia.
Unidade de atendimento médico – Informar o nome do local onde foi prestado o atendimento
médico.
Diagnóstico provável.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
LIGANDO OS PONTOS
CASE MÓDULO III – MEDIDAS PREVENTIVAS
As medidas preventivas são fundamentais para garantir a segurança dos trabalhadores, pois minimizam,
quando não eliminam, os riscos ocupacionais. Todavia, apesar de tais medidas, os acidentes podem
acontecer. A análise de acidentes de trabalho são fundamentais para qualificar novas medidas
preventivas que serão adotadas.
Caso: Homem fica ferido após ser atingido por empilhadeira em indústria.
ADM, 40 anos, se acidentou em seu ambiente de trabalho em Santa Maria. O fato ocorreu por volta das
16h30min de terça-feira na empresa RBD, que fica na área industrial da cidade. De acordo com
informações, a vítima estava no pátio da empresa, onde trabalha, quando foi atingida por uma
empilhadeira. Segundo informações preliminares, a manobra de um caminhão que estava sendo
carregado provocou o tombamento da máquina, e o veículo caiu em cima do operador. ADM foi
socorrido e levado pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ao Hospital, com
ferimentos graves. A empresa informou que está prestando todo o apoio ao trabalhador e a família e que
os funcionários estão abalados com o acidente. Ainda segundo a empresa, esta é a primeira vez que um
acidente de trabalho ocorre nas suas dependências. O operador que foi atingido e o caminhoneiro que
manobrava o caminhão, segundo comunicado da empresa, tinham experiência e capacitações nas
funções que exerciam.
RESPOSTA
Sinalização da máquina
Sinalização do ambiente
Neste módulo, veremos algumas estratégias para a prevenção de acidentes, doenças e agravos
que acometem os trabalhadores.
Mas para que a segurança do trabalhador seja garantida, as instituições precisam adotar
programas de segurança bem estruturados, como veremos a seguir.
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
(SESMT)
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de
organização do trabalho;
IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS
A identificação de perigos deve incluir: a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
b) identificação das fontes ou circunstâncias; e c) indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos
riscos.
Atenção! A identificação dos perigos deve abordar os perigos externos previsíveis relacionados ao
trabalho que possam afetar a saúde e segurança no trabalho.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
A organização deve adotar medidas de prevenção para eliminar, reduzir ou controlar os riscos sempre
que: a) exigências previstas em normas regulamentadoras e nos dispositivos legais determinarem; b) a
classificação dos riscos ocupacionais; c) houver evidências de associação, por meio do controle médico
da saúde, entre as lesões e os agravos à saúde dos trabalhadores com os riscos e as situações de
trabalho identificados.
PLANOS DE AÇÃO
A organização deve elaborar plano de ação, indicando as medidas de prevenção a serem introduzidas,
aprimoradas ou mantidas. Para as medidas de prevenção, devem ser definidos cronograma, formas de
acompanhamento e aferição de resultados.
As atribuições da CIPA estão voltadas para a promoção da saúde dos trabalhadores e prevenção
dos acidentes, doenças e agravos. Dentre as diversas atribuições, podemos citar:
participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas
das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção
de Acidentes do Trabalho (SIPAT).
SAIBA MAIS
O objetivo principal do PCMSO é a proteção e preservação da saúde dos trabalhadores em relação à
exposição aos riscos ocupacionais, de acordo com avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento
de Risco da instituição.
controlar a imunização ativa dos empregados, relacionada a riscos ocupacionais, sempre que
houver recomendação do Ministério da Saúde.
III - exame de retorno ao trabalho: o exame clínico de retorno ao trabalho deve ser realizado antes que
o empregado reassuma suas funções, quando ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias
por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não. No exame de retorno ao trabalho, a
avaliação médica deve definir a necessidade de retorno gradativo ao trabalho.
IV - exame de mudança de risco ocupacional: deve, obrigatoriamente, ser realizado antes da data da
mudança, adequando-se o controle médico aos novos riscos
V - exame demissional: o exame clínico demissional deve ser realizado em até 10 (dez) dias contados
do término do contrato, podendo ser dispensado caso o exame clínico ocupacional mais recente tenha
sido realizado há menos de 135 (centro e trinta e cinco) dias, para as organizações graus de risco 1 e 2,
e há menos de 90 (noventa) dias, para as organizações graus de risco 3 e 4.
Cabe destacar alguns exames complementares que farão parte dos exames periódicos
dependendo das funções exercidas pelos trabalhadores. São eles:
• Exames otológico e audiométrico para trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados.
• Radiografias de tórax e Espirometria para trabalhadores expostos a agentes químicos, de acordo com
a NR 07.
ATENÇÃO
Para cada exame clínico ocupacional realizado, o médico emitirá Atestado de Saúde Ocupacional
(ASO), que deve ser comprovadamente disponibilizado ao empregado, devendo ser fornecido em meio
físico quando solicitado. Outros exames podem ser solicitados, a critério do médico responsável, desde
que relacionados aos riscos ocupacionais classificados no PGR e tecnicamente justificados no PCMSO.
PRIMEIROS SOCORROS
A NR 07 também orienta as empresas a estarem equipadas com material para a prestação de primeiros
socorros, caso seja necessário, considerando-se as características da atividade desenvolvida.
Cabe lembrar que qualquer manipulação ao acidentado deverá ser feita por profissionais capacitados.
Em acidentes graves, se a empresa não tem condições de atender o trabalhador, será preciso acionar o
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou outro serviço conveniado.
LOCAL DO ACIDENTE
A avaliação do local do acidente é a etapa inicial na prestação do atendimento ao acidentado. Essa
etapa é importante uma vez que, caso o ambiente não esteja seguro, poderá causar mais danos à
saúde do acidentado. Outro objetivo da avaliação do local de acidente é obter o máximo de informações
para os devidos registros. É importante lembrar que
a) quem assumirá o atendimento deverá acalmar a vítima, e outros trabalhadores poderão ajudar na
evacuação e no afastamento dos curiosos no local, dando ordens breves, claras, objetivas e concisas.
b) caso seja necessário acionar o serviço de atendimento móvel, o ambiente não deverá ter obstáculos
que dificultem o acesso dos profissionais ao acidentado.
É importante observar se existem situações de perigo para todos, como fios elétricos expostos,
vazamento de gás, tráfego de veículos, máquinas funcionando. Caso seja possível, deve-se desligar a
rede elétrica, evitar faíscas, chamas, entre outros. O ambiente deverá estar seguro para o socorrido e
para quem está socorrendo.
O ACIDENTADO
Após a avaliação do local do acidente, será necessária a avaliação do acidentado, que pode ser feita por
meio da Avaliação e Exame do Estado Geral, que consiste em identificar quais as possibilidades de o
atendimento ocorrer por profissionais da empresa ou dos serviços de emergências. O exame deverá ser
rápido e sistemático, observando as seguintes prioridades:
Deve-se sempre ter em mente a clareza do que se irá fazer, para não expor o acidentado. Verificar, com
cuidado, se há ferimento, evitando movimentá-lo desnecessariamente.
Promover a qualidade de vida e prevenir a saúde dos trabalhadores expostos a diversas infecções
pela natureza de suas ocupações;
b) Orientação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposição à vibração e à utilização
adequada dos equipamentos de trabalho, bem como quanto ao direito de comunicar aos seus
superiores sobre níveis anormais de vibração observados durante suas atividades;
ATENÇÃO
Lembrando que, além dessas medidas, outras podem ser adotadas dependendo das particularidades de
cada ambiente de trabalho. Além das Normas Regulamentadoras que dizem respeito às competências
das equipes de saúde e segurança no trabalho, há a Norma Regulamentadora nº 6, que orienta as
equipes sobre os equipamentos de proteção individuais corretos para os trabalhadores.
(NR 06)
Cabe ao SESMT e à CIPA recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente nas
atividades laborais.
A OIT é uma organização internacional que reúne governos, empregadores e trabalhadores de 187
Estados membros para estabelecer diretrizes e padrões de trabalho, além de desenvolver políticas e
elaborar programas que promovam o trabalho decente para mulheres e homens. Por meio das
Convenções, Recomendações e dos Protocolos, a OIT estabelece as prioridades a serem adotadas
pelos países membros com o intuito de minimizar os danos que ocorrem com os trabalhadores durante o
trabalho.
As diversas Convenções e Recomendações estão voltadas para a segurança dos trabalhadores em
vários contextos de trabalho, proporcionando aos países a possibilidade de adotarem medidas
preventivas, evitando assim o adoecimento e os acidentes na população trabalhadora, como na
Convenção nº 155 sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE
PADRONIZAÇÃO (ISO)
A Organização Internacional de Padronização, mais conhecida como ISO, é uma organização não
governamental. Com o objetivo de desenvolver Normas Internacionais (voluntárias) relevantes para o
mercado, as equipes se reúnem periodicamente.
VOCÊ SABIA
A ISO atualmente tem mais de 23.249 normas internacionais e as mais conhecidas são a ISO
9001:2015, Sistema de Gestão da Qualidade; a ISO 14001:2015, Sistemas de Gestão Ambiental; e a
ISO 45001:2018, Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional.
Atualmente, há uma ampla gama de tecnologias e estratégias de proteção que já foram aplicadas à
proteção do trabalhador e podem ser aplicadas e que terão resultados benéficos. Lembrando que
tecnologias e estratégias ainda não descobertas poderão ser trazidas à luz na busca por uma proteção
aprimorada para o trabalhador.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional deve apresentar papel estratégico nas empresas, e os
trabalhadores devem ser vistos como principal ativo destas instituições. O trabalho da gestão envolve a
doação de medidas preventivas recomendadas pelas NR, normas internacionais e permanente
atualização quanto a novos procedimentos de segurança que surgem devidos ao desenvolvimento
científico e tecnológico.
A comunicação de acidente de trabalho, além de ser uma obrigação do SST, deve ser utilizada também
como ferramenta para obtenção de dados sobre a segurança e os riscos ocupacionais. Por fim, cabe
ressaltar o gerenciamento de custos de acidentes de trabalho que podem afetar de forma significativa a
produtividade das empresas.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, W. T. Manual de Segurança do Trabalho. São Paulo: DCI, 2010.
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência
Social e dá outras providências. Brasília, 1991.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 6.730, de 09 de março de 2020. Institui atualização Norma
Regulamentadora nº 01. Brasília, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 6.735, de 10 de março de 2020. Institui atualização Norma
Regulamentadora nº 01. Brasília, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 915, de 30 de julho de 2019. Institui atualização da Norma
Regulamentadora nº 05. Brasília, 2019.
CHAGAS, A. M. R.; SALIM, C. A.; SERVO, L. M. S. (org.). Saúde e Segurança no Trabalho no Brasil:
aspectos institucionais, sistemas de informação e indicadores. 2. ed. São Paulo: IPEA; Funda Centro,
2012.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. FIOCRUZ. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro: Fundação
Oswaldo Cruz, 2003. 170p.
JUSTIÇA DO TRABALHO. Tribunal Superior do Trabalho. Empresa de engenharia deve pagar pensão
mensal à viúva de trabalhador morto em mina. TST. Publicado em: 8 de jul. 2021.
EXPLORE+
Leia o artigo Simulador de custos para gestão de riscos de acidentes de trabalho, de Eyerkaufer et al.,
disponível na Revista Catarinense da Ciência Contábil, ISSN 2237-7662, Florianópolis, v. 18, 1-16,
e2753, 2019.
CONTEUDISTA
Ismael da Silva Costa