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REUSO

Reuso é a sala onde é feita a lavagem e esterilização dos capilares.


Quando o paciente utiliza o capilar durante sua sessão de hemodiálise,
o sangue é devolvido para ele ao final da sessão, no entanto,
permanecem resquícios de sangue e soro no capilar, que deve ser,
então, limpo e esterilizado.

OBS.: É possível dizer que o reuso é o “coração” da diálise, pois ele é


extremamente importante para a qualidade da diálise do paciente. Se
qualquer coisa acontecer dentro do uso, por exemplo, um capilar mal
lavado e mal esterilizado, vai refletir no paciente, que pode apresentar
reações durante a sua diálise (pirogenias e bacteremias).

EQUIPAMENTOS NA
SALA DE REUSO

Parte Suja – onde é feita a lavagem do capilar e das linhas

• Bancadas de água tratada;


• Duas torneiras em cada baia dessas bancadas (uma que vai ser conectada
nas linhas e outra que possui uma espécie de rance de capilar, para dar um
jato/pressão dentro das fibras e retirar os resíduos de sangue de dentro
das fibras do capilar).
Após passar pela chamada “parte suja” da sala de reuso, as linhas vão
para um destino e os capilares para outro.
Esterilização do capilar

• Reprocessadoras (a ANVISA libera até 20 sessões de reuso de capilar para


o paciente se a esterilização for feita de forma automática, que é o que
essas máquinas fazem – avaliam se as fibras estão ok ou se estão
rompidas, se a porcentagem e capacidade de filtragem e diálise do
capilar está eficiente ou não e mais);
• Duas soluções (que são necessárias para fazer a limpeza e a esterilização
do capilar – solução limpadora e solução esterilizante, que têm uma
porcentagem diferente de diluição. Essa porcentagem já é dada pelo
próprio galão que guarda a solução, para que não haja dúvidas na hora
de realizar a diluição);
• Solução limpadora (ela é passada antes de fazer a esterilização);
• Solução esterilizante.
A diluição é feita dentro dos próprios galões, que já são da
máquina.

Diluição
Quando finalizada, é preciso realizar um teste, que vai
indicar se a diluição está, de fato, bem-feita e assegurar
que ela está na dimensão correta. Assim, quando o capilar
for esterilizado, o produto vai esterilizar de forma
adequada e não apenas desinfetar.

Para esterilizar o capilar, esse é o essencial: reprocessadoras e


produtos/soluções.

Esterilização das linhas

Diferente dos capilares, as linhas são reprocessadas de forma manual.


• Barrilete (barril onde se faz a diluição do produto para esterilizar as linhas.
A proporção é a mesma da proporção esterilizante do capilar);
• Torneira;
• Bomba (capaz de puncionar o produto para dentro da linha);
• Linha (da bomba sai uma outra linha que será conectada às linhas arterial
e venosa que estão lavadas).
OBS.: Quando as linhas forem conectadas na linha da bomba do barril,
o capilar será retirado das reprocessadoras e conectado às linhas,
então, preenche-se com a solução. Após isso, o capilar e as linhas
são novamente colocados na caixa do paciente e levados para o
“reuso limpo”, onde fica o armazenamento das caixas.

O capilar precisa ficar, no mínimo, 8 (oito) horas com o produto


dentro, para que haja a sua esterilização.
Caso esse prazo não seja seguido criteriosamente e o capilar seja
utilizado, há riscos de que o paciente desenvolva uma pirogenia
durante sua sessão de hemodiálise.
Demais equipamentos necessários no reuso

• Exaustores (por questão de utilizar produtos químicos, é necessário que


os exaustores retirem o cheiro da sala);
• EPI dos funcionários (é diferenciado dos demais profissionais – capote de
manga longa e impermeável, máscara com dois filtros, toca, luva nitrílica
e mais);
• Ar-condicionado (para manter o ambiente refrigerado e poder ter uma
melhor qualidade na esterilização e, também, para que os funcionários
tenham um ambiente melhor para trabalhar).

Nas bancadas de água tratada é feito a retirada do excesso de sangue


do capilar usado pelo paciente. Para isso, como já observado,
cada baia tem duas torneiras, sendo uma para conexão das
linhas (para lavagem das linhas e parte interna do capilar) e uma
para conexão do capilar, dando um jato dentro do capilar para
abrir as fibras e ser possível remover o excesso de sangue e
coágulos que possam ter ficado dentro do capilar.

Para auxiliar na remoção do excesso de sangue dentro do capilar, pode-


se utilizar uma espécie de marreta de silicone para bater no
capilar, com cuidado para não quebrar e não danificar. Isso
auxilia na retirada de coágulos que possam ter ficado,
principalmente, perto das tampas, nas extremidades do capilar.
Após a realização da retirada do sangue e limpeza do
capilar e linhas, eles são destinados para uma outra área
(área limpa).

O capilar vai para as reprocessadoras automáticas e as


linhas vão para o preenchimento manual com ácido
peracético.
Após a
Limpeza
Quando retirado da reprocessadora, o capilar vai para
uma pia onde é tampado e colocado reservado de lado. É
nesse local, também, que é feito o preenchimento das
linhas (sets venoso e arterial).

As linhas vão ser conectadas na linha do barrilete com o


ácido peracético diluído, iniciando-se, assim, seu
preenchimento. Quando conectadas, a bomba do
barrilete pode ser ligada, mandando, por pressão, o ácido
para dentro do sistema. Todas as vias da linha devem ser
preenchidas e, quando forem preenchidas, é necessário
colocar as tampas para ir fechando as vias.

Durante o preenchimento das linhas com o ácido, é importante observar


se não está ficando vestígios de ar e espaços vazios dentro do
sistema.
Essa parte da esterilização é de extrema importância, pois é onde vai ser
garantido que todas as bactérias vão ser mortas de fato.

Após o preenchimento das linhas com o ácido, ambas são conectadas


nas extremidades do capilar para realizar, também, o seu
armazenamento.
Após preenchido, o capilar e as linhas são colocados de volta na caixa do
paciente. Sempre se lembrar de conferir e comparar a
identificação do capilar e das linhas com a identificação da caixa.

Após armazenado na caixa do paciente (o capilar, as linhas e o copo com


as tampas), essa caixa é armazenada no reuso limpo e o paciente
poderá utilizar esse capilar na sua próxima diálise.
No reuso limpo, onde as caixas são armazenadas, há uma divisão por
cores para facilitar a identificação do paciente em conformidade
com seu turno e local de assento.
As caixas brancas são para os pacientes do primeiro turno, as caixas
verdes, pacientes do segundo turno, e as caixas azuis, pacientes
do terceiro turno. Também há uma separação entre dias
(segunda, quarta e sexta – branco, verde e azul / terça, quinta e
sábado – branco, verde e azul). Três turnos em dias alternados.

Caixas com etiquetas vermelhas indicam pacientes que têm nomes


iguais (pacientes homônimos). Essa etiqueta exige que o
profissional tenha mais atenção ao conferir o nome do
paciente. Caixas com etiquetas amarelas indicam pacientes
com maior facilidade de coagulação. Assim, o profissional pode
garantir prioridade no reuso, ou seja, uma lavagem mais
urgente. Por fim, existem algumas outras identificações nas
caixas usadas para identificar o banho que o paciente usa.
Todas as etiquetas e informações visam facilitar que o funcionário
identifique com maior facilidade as peculiaridades de cada
paciente.

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