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Projeto de Pesquisa

Os efeitos da exaustão da dopamina nos


alunos em tempos de pandemia

Integrantes

Júlia Araujo Vieira- julia.1206356@edutec.sed.ms.gov.br - Waldemir Barros da Silva


Juarez Moreno de Camargo e Silva - Juarez.481499@edutec.sed.ms.gov.br - Waldemir
Barros da Silva

Waldemir Barros da Silva, Campo Grande - MS


Ciências da Saúde - Saúde Coletiva
1.Resumo:
Essa pesquisa tem por tema os efeitos da exaustão da dopamina nos alunos em tempos
de pandemia, seus objetivos buscam, principalmente, o entendimento sobre as
consequências do isolamento social na vida escolar e pessoal desses estudantes. Para a
obtenção de dados sobre os tópicos, uma pesquisa quantitativa por meio dos formulários
google foi produzida, e então foi feita a base de dados que permitiu uma noção geral
sobre o grau do problema avaliado. Ficar em casa pode ser algo entediante, e
especialmente jogos e redes sociais são os entretenimentos mais buscados nessa
situação. O problema é que por terem uma forte capacidade de liberar dopamina no
cérebro eles geram picos de bem-estar e felicidade, e por conta disso cria-se uma
dependência deles tão grande que afeta o seu modo de agir e pensar. Esses picos são
controlados pela homeostase, ela regula os níveis e cria uma resistência a esses
estímulos recebidos, portanto, é preciso de cada vez mais tempo nessas atividades, e
então coisas como desenvolvimento pessoal, aprendizagem, deveres e até necessidades
básicas muitas vezes ficam em segundo plano, esse é o “vício” em questão que também
será abordado e tratado ao longo do estudo.

Palavras-chave: dependência, homeostase, vício.


2.Introdução:
Instagram, Facebook, Twitter e Whatsapp fazem do Brasil o segundo colocado
no ranking entre os países que mais utilizam redes sociais, ficando atrás apenas da
Finlândia. A pandemia apenas contribuiu para o agravamento desse cenário, de acordo
com a pesquisa realizada pela consultoria Kantar, o uso dessas mídias aumentaram em
40 pontos percentuais durante o isolamento social.
Outro levantamento, desta vez realizado pela National Purchase Diary Panel,
companhia americana sobre pesquisas de mercado, aponta que em 2015 82% dos
brasileiros entre 19 e 59 anos de idade já jogavam algum tipo de jogo, em plataformas
como computador, videogame ou celular. Além disso, o estudo revelou que em média,
15 horas semanais são utilizadas pelos gamers nessas atividades.
Num primeiro momento esses dados parecem chocantes (e realmente são), com
eles é possível pensar que a população do nosso país é viciada em jogos e redes sociais,
pois de acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a quantidade ideal de
horas na frente das telas para um adolescente é de até 3 horas diárias, além de não ser
recomendado que eles virem a noite jogando videogames ou olhando o celular, pois
pode afetar também o seu sono.
Porém, a pandemia criou uma necessidade do uso de celulares. Atividades como
estudos e o contato com as pessoas passaram a ser exclusivamente virtuais e então
dependentes dessas tecnologias. Esses usos são positivos, pois são necessários para o
desenvolvimento e a socialização, mas somados ao tempo utilizado para o
entretenimento, que também não é pequeno, as 3 horas limites quase nunca são
respeitadas.
É de suma importância portanto que barreiras sejam impostas ao tempo de
exposição a esses estímulos neurais, pois em casos extremos pode levar até a morte. Em
2015 um homem de Taiwan foi encontrado morto por parada cardíaca após passar 3 dias
seguidos jogando em um cibercafé1, esses casos infelizmente não são tão raros e
aumentam a cada dia. Mas será que além de danos físicos, esse excesso pode viciar a
ponto de causar efeitos drásticos também na saúde mental?
Para isso é importante entender a reação do nosso cérebro a essa grande
quantidade de tempo na frente das telas, uma vez que qualquer influência externa tão
massiva no nosso órgão de comando reflete nas funções e liberações químicas do
mesmo, alterando o estado de funcionamento normal.
Entretanto, os efeitos advindos da liberação excessiva da dopamina são pouco
conhecidos do público em geral, ficando restritos à academia e à área da saúde
principalmente. O resultado prático disso é um número cada vez maior de pessoas
viciadas em dopamina.

3.Justificativa:

No período de isolamento social, utilizando o ensino a distância, foi possível


perceber que uma grande parte dos alunos desmotivaram-se com os estudos. As faltas
nas aulas online, poucas atividades realizadas e até a evasão escolar se tornaram cada

1 https://edition.cnn.com/2015/01/19/world/taiwan-gamer-death/index.html
vez mais frequentes. Com isso, a curiosidade acerca do que levou a desmotivação até
mesmo de estudantes com condições favoráveis nesse período aumentou.
Segundo pesquisas do instituto Datafolha, o percentual de alunos sem motivação
para estudar saiu de 46% em maio de 2020 para 54% em setembro do mesmo ano. E
uma razão para esse declínio na motivação pode ser justamente a exaustão da dopamina.
Logo, entender as questões que envolvem o funcionamento da química cerebral
ligadas aos estímulos de prazer e recompensa, como a dopamina, é de urgente
importância, pois mesmo as tecnologias estando presentes em nosso dia a dia, os
estudos sobre o que elas causam aos seres humanos ainda são muito recentes e pouco
difundidos para a população geral.

4.Objetivos:

● Objetivo geral: Sensibilizar os alunos sobre como o tempo demasiado em redes


sociais e jogos, entretenimentos populares, pode levar a exaustão da dopamina, e
quais as consequências de chegar a esse estado. Além de mostrar a relação entre
a desregulação da dopamina no cérebro e a dificuldade no desenvolvimento
escolar e pessoal.

● Objetivos específicos:
- Mostrar como a exaustão da dopamina afeta a motivação, atrapalhando assim o
desenvolvimento escolar e pessoal.
- Explicar como é possível "resetar" o cérebro saindo do estado de homeostase e,
voltando então aos níveis normais de dopamina.
- Questionar sobre a relação entre os vícios tradicionais e o "vício" em redes sociais e
jogos..
- Levantar dados estatísticos sobre a relação entre a exaustão da dopamina e a
evolução pandêmica.
- Descrever a função da dopamina no cérebro humano, a sua importância, e qual a
importância de mantê-la em níveis normais.
- Identificar os motivos principais que levam para a dependência dos jogos e redes
sociais.
- Verificar se os jogos e redes sociais foram um empecilho para a realização das
atividades escolares, atrapalhando assim os estudantes no seu desenvolvimento
escolar.
- Explicar o funcionamento do circuito da recompensa, e porque ele faz com que os
jogos e aplicativos se tornem tão viciantes para o cérebro.

5.Metodologias:
Inicialmente o estudo foi realizado com um embasamento teórico sobre a
dopamina, o circuito da recompensa e a homeostase. Para isso foram feitas pesquisas
bibliográficas e análise sobre como os estudos remotos estavam funcionando, e como
os alunos estavam reagindo a essa nova realidade.
A partir desse entendimento prévio os objetivos da pesquisa foram descritos, e
para atingi-los foi necessário o levantamento de dados estatísticos acerca do tema.
Segundo Barros e Lehfeld (2000, p.71) por meio de pesquisas descritivas, procura-se
descobrir com que frequência um fenômeno ocorre, sua natureza, suas características,
causas, relações e conexões com outros fenômenos.
Dessa forma, as pesquisas utilizadas podem ser classificadas como descritivas, e
mais especificamente de opinião, pois seus objetivos principais são comparar a
frequência do uso de jogos e redes sociais na época do isolamento social e após ele, para
assim verificar se a pandemia impulsionou tais ações, detectar padrões que possam
sinalizar tendências a exaustão da dopamina nos mesmos e buscar relações com vícios
convencionais.
A realização desse levantamento foi feito por intermédio de formulários do
Google, que foram enviados a todos os alunos do colégio Waldemir Barros da Silva via
Whatsapp, o formulário sobre a situação durante as maiores restrições da pandemia teve
validade entre os dias 19/07/2021 e 06/08/2021, enquanto o que tratava sobre o cenário
pós volta às aulas presenciais será validade de 01/09 até 18/09.
As perguntas foram formuladas de tal modo a levar o entrevistado a perceber os
danos da exaustão da dopamina a curto/médio prazo. Nelas, os alunos precisavam
pensar sobre a quantidade de tempo gasta em entretenimentos nos dois períodos e a
interferência deles em sua vida. Com isso, além de coletar dados para verificações e
comparações, os questionários buscaram desenvolver nos alunos uma preocupação
sobre o tema, atentando-os então para esse problema tão pouco comentado.

6.Resultados esperados e/ou obtidos:

A partir da formulação do questionário com quatorze perguntas objetivas,


espera-se a comprovação em dados estatísticos de que a pandemia influenciou os
adolescentes a passarem um tempo muito maior que o recomendado pela Sociedade
Brasileira de Pediatria nas redes sociais e nos games.
Para a pergunta ”Desde o início da pandemia você tem respeitado o
distanciamento social e ficado somente em casa?” espera-se um aumento no número
de alunos que quebraram o isolamento social devido à maior flexibilização e a
reabertura de lugares como as escolas.
Sobre as distrações mais utilizadas pelos entrevistados não se espera
mudanças, mas acredita-se que haverá uma mudança na quantidade de horas gastas
nelas por causa da volta à rotina normal e consequentemente a diminuição do tempo
livre.
É também esperado que com um lugar específico para os estudos, a escola,
pelo menos em relação ao desenvolvimento da aprendizagem e de alguns objetivos
pessoais, os alunos não sintam mais que os entretenimentos rotineiros os atrapalhem
tanto. No entanto, eles ainda podem utilizá-las para fugir de sensações negativas e
com isso perceber que não conseguem parar de os utilizar.
Por fim, nas perguntas que buscam identificar características de exaustão de
dopamina nos alunos aguarda-se que tenha uma diminuição na apresentação das
mesmas, porém, devido ao pouco tempo entre a volta da rotina e o isolamento, pode
ocorrer a permanência das características, já que o tempo estipulado para o fim da
homeostase e a retomada ao funcionamento normal da recepção da dopamina é de
um a dois meses.

7.Conclusões:

Com o propósito de entender como a pandemia afetou a vida dos estudantes e


que consequências ela causou a eles, esta pesquisa foi desenvolvida para buscar
respostas e dados sobre a questão. Nesse sentido, dois formulários foram criados para os
alunos da escola Waldemir, e a partir deles será possível verificar hipóteses e conseguir
mais material de estudo sobre o problema principal.
O que guiou a formulação desses questionários foi justamente os objetivos da
pesquisa, as perguntas buscavam entender primeiramente a consciência prévia dos
entrevistados sobre a questão, e analisar as características apresentadas por aqueles que
demonstraram sinais de desregulação da dopamina em dois momentos diferentes. Além
disso, é fato que o isolamento social provocado pelo cenário atual impactou a vida de
todos, logo, foi importante saber se ele contribuiu para o “vício” dos alunos em jogos e
redes sociais.
A metodologia escolhida atendeu as expectativas, pois parte concluída já
propiciou resultados satisfatórios e permitiu um estudo estatístico sobre assunto, esses
resultados puderam inclusive ser demonstrados através de gráficos. Assim sendo, depois
da análise deles foi possível aferir que o grupo de alunos estudados possivelmente está
sendo afetado pelo excesso de dopamina, o que evidencia a presença real do problema
em nossa sociedade e mostra a importância de estudos e discussões a respeito do
mesmo.

8.Referências Bibliográficas:

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