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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Licenciatura em Direito

Disciplinaː

Temaː

Instrumentos Financeiros

Discentesː

Essita Djeck Efremo Macoto

Docenteː

Beira, Agosto de 2023

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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Licenciatura em Direito

Disciplinaː

Temaː

Instrumentos Financeiros

Discentesː

Essita Djeck Efremo Macoto

Docenteː

Beira, Agosto de 2023

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Índice
Introdução........................................................................................................................................4

Instrumentos Financeiros.................................................................................................................5

2.1. Tipos de instrumentos...........................................................................................................5

Instrumentos financeiros Ativos: Renda fixa x Renda variável.................................................11

Conclusão......................................................................................................................................12

Referencias bibliográficas.............................................................................................................13

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Introdução

Um instrumento financeiro, também chamado de contrato financeiro, é um título capaz de gerar


um ativo para uma das partes da operação e um passivo para outra. Ou seja: um lado da
transação realiza um pagamento enquanto o outro recebe.

O presente trabalho tem por objectivo falar dos instrumentos financeiro, contendo no seu
desenvolvimento os principais conceitos, as categorias, tipos e suas respectivas descrições.

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Instrumentos Financeiros

Instrumentos financeiros são títulos financeiros, ou contratos, que geram um ativo para uma
parte e um passivo (ou instrumento patrimonial) para a outra. Os instrumentos financeiros são
um conceito estatístico que permite agrupar em várias categorias os ativos financeiros e os
passivos que são detidos pelos agentes económicos, ou que são gerados nas operações
financeiras.

O ativo é o caixa, a quantia recebida por dinheiro corrente. Ele pode vir também de contrato,
como empréstimos, títulos patrimoniais e aplicações financeiras (ações de uma empresa, títulos
privados etc.)

Do lado oposto, o passivo é a conta a pagar, como um título de dívida ou qualquer outra
obrigação em contrato (como os derivativos).

De acordo com Stumpf (2013), o passivo é a conta a ser paga, enquanto o ativo, por sua vez, é o
pagamento o dinheiro propriamente dito. Sua origem pode ser alguma das seguintes:

• Empréstimos;
• Títulos privados;
• Títulos empresariais;
• Títulos de dívida;
• Ações de uma empresa;
• Derivativos.

Por fim, o instrumento patrimonial é semelhante ao passivo, mas ainda possui um resquício de
ativo. Ou seja, a parte favorecida do instrumento financeiro recebe uma porção da empresa
(ativo) que pode ser, por exemplo, ações exercíveis ou patrimônio líquido.

2.1. Tipos de instrumentos

A classificação e definição dos instrumentos financeiros resulta de uma convenção internacional,


e contém oito categorias. Cada categoria pode ainda dividir-se em desagregações adicionais, por
exemplo, com base na periodicidade (curto prazo, longo prazo, …).

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A classificação dos instrumentos financeiros é feita, sobretudo, tendo em conta a sua liquidez, a
sua negociabilidade e as características jurídicas.

Deste modo, as categorias de instrumentos financeiros são:

F1 – Ouro monetário e direitos de saque especiais: o ouro monetário diz respeito ao ouro que se
encontra na posse de autoridades monetárias. Apenas esse ouro pode ser designado monetário.
Todo o ouro que é detido por outras entidades é considerado ouro não monetário, e não é
classificado como instrumento financeiro.

Ao contrário de todos os outros instrumentos, existe uma subcategoria do ouro monetário que
apenas pode ser registado como um ativo financeiro (ou seja, nunca como um passivo). Trata-se
das reservas de ouro das autoridades monetárias, ou seja, a parte do ouro monetário que é detido
pelas autoridades monetárias como reserva.

Os direitos de saque especiais (DSE) são ativos internacionais de reserva criados pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI). Os DSE podem ser convertidos em qualquer moeda dos países
membros do FMI, servindo como uma fonte de liquidez para esses países.

F2 – Numerário e depósitos: inclui as notas e moedas em circulação, bem como depósitos


transferíveis (que podem ser convertíveis de imediato em numerário ou facilmente transferíveis)

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e outros depósitos (cuja conversão em numerário está sujeita a restrições, e não podem ser
usados para fazer pagamentos imediatos).

F3 – Títulos de dívida: instrumentos financeiros negociáveis que atestam a existência de uma


dívida. Os títulos têm três características principais:

Valor facial: valor da dívida, que será pago quando o título vencer;

Maturidade: data em que vence o título;

Cupão: alguns títulos pagam, com determinada frequência, um cupão.

Tendo em conta estas características (e outras) existem vários tipos de títulos de dívida incluídos
neste instrumento, que se distinguem, por exemplo, pelo seu prazo (curto, médio e longo prazo)
ou pelo pagamento (ou não) de cupão.

Os títulos podem ainda distinguir-se pelo seu emissor. Por exemplo, os títulos emitidos pelas
administrações públicas são, normalmente, chamados títulos de dívida pública.

F4 – Empréstimos: trata-se de um contrato em que um credor disponibiliza fundos a um devedor,


e o devedor compromete-se a devolver esse montante (acrescido de juros) até um determinado
prazo. Este tipo de instrumento é não negociável, ou seja, não se pode comprar ou vender no
mercado.

F5 – Ações e outras participações: são valores mobiliários emitidos por determinada entidade, e
que representam um conjunto de direitos do investidor sobre o emitente.

Os mais conhecidos são as ações, que representam, normalmente, uma parcela do capital social
de uma entidade. As ações podem ser cotadas ou não cotadas.

Existem ainda outras formas de participação no capital de uma entidade que não são designadas
por ações. É o caso da participação no capital de entidades que não têm o seu capital dividido em
ações, como o caso das quotas dos sócios em sociedades.

Este instrumento inclui ainda as unidades de participação em fundos de investimento, que são
instrumentos emitidos por um fundo de investimento, que representam um direito sobre uma
parte desse fundo.

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F6 – Regimes de seguros, pensões e garantias estandardizadas: este tipo de instrumento
financeiro engloba:

provisões técnicas de seguros não vida: créditos que os detentores de apólices de seguros
possuem sobre as seguradoras relativamente a prémios não adquiridos ou indemnizações
devidas;

direitos associados a seguros de vida e pensões: créditos que os detentores de apólices de seguro
de vida e os beneficiários de pensões possuem sobre as seguradoras do ramo vida;

provisões para garantias estandardizadas: créditos que os detentores destas garantias possuem
sobre a entidade que as forneceu.

F7 – Derivados financeiros, incluindo opções sobre ações concedidas a empregados: um


derivado financeiro é um instrumento emitido com base no valor de um ativo diferente,
conhecido como ativo subjacente. Pode ser, por exemplo, uma ação, uma matéria-prima, uma
taxa de juro, taxa de câmbio, obrigações, etc. O valor do derivado depende, portanto, do valor
desse ativo.

Este tipo de instrumento é comummente utilizado como forma de controlar um risco (por
exemplo, o risco de subida do preço de uma matéria-prima, da taxa de juro), ou como forma de
especulação.

F8 – Outros débitos e créditos: estes ativos ou passivos financeiros ocorrem quando há um


desfasamento entre a realização da operação financeira, e o efetivo pagamento ou recebimento.
Por exemplo, um fornecedor que venda um produto a uma empresa, mas que só receba o devido
pagamento mais tarde, vai ter um crédito (neste caso, um crédito comercial) sobre essa empresa,
desde o momento da venda, até ao pagamento efetivo.

Os instrumentos financeiros foram originados nas Normas Internacionais de Contabilidade


(International Financial Reporting Standards ou IFRS). O IFRS trata de regras e princípios que
normatizam as contas das empresas brasileiras, o que favorece sua apresentação aos investidores
internacionais. Os instrumentos podem ser:

2.1.1. Instrumentos financeiros ao custo amortizado (CA)

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Usado para título de Renda fixa; valor atual do título corresponde a valor aplicado (principal)
acrescido de rendimentos (encargos, inclusive juros) e deduzido das amortizações (redução do
principal por recebimento).

• Também conhecido como curva do papel.


• Juros = Saldo x taxa de juros do período.

Neste caso, o ativo financeiro é mensurado ao custo amortizado (que é o custo acumulado de um
ativo fixo que foi debitado como despesa) desde que atenda, necessariamente, a estas duas
condições:

 o ativo financeiro pertence a um modelo de negócios cujo propósito seja o de manter


ativos para recebimento de fluxos de caixa contratuais;
 os termos contratuais do ativo financeiro originam fluxos de caixa que constituam,
exclusivamente, pagamentos de principal e juros sobre o valor do principal em aberto.

Custo Armotizado: Apropriação do Resultado (Juros)

Apropriados mensalmente, a crédito ou a débito das contas efetivas de receitas ou despesas,


conforme o caso, em razão da fluência de seus prazos (pro - rata)

• Pelo método exponencial (juros compostos) (admitindo-se o método linear naquelas


contratadas com cláusula de juros simples).

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2.1.2. Instrumentos financeiros ao valor justo

Valor justo é o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre
partes independentes com conhecimento do negócio e interesse em realizá-lo, em uma transação
em que não há favorecidos.

• Na maioria das vezes corresponde ao valor de mercado.

Por meio de outros resultados abrangentes (VJM ORA)

O ativo financeiro pode ser mensurado ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes
se suprir simultaneamente estes requisitos:

 o ativo financeiro faz parte de um modelo de negócios cujo objetivo é atingido tanto pelo
recebimento de fluxos de caixa contratuais quanto pela venda de ativos financeiros;
 os termos contratuais do ativo originam, em datas especificadas, a fluxos de caixa que
constituam exclusivamente pagamentos de principal e juros (P&J) sobre o valor do
principal em aberto.

2.1.3. Por meio do resultado (VJM R)

O ativo financeiro é mensurado ao valor justo por meio do resultado, ou seja, o que resta, caso
não seja mensurado por CA ou VJM ORA.

Quanto à classificação dos passivos financeiros, no geral, devem ser por custo amortizado,
exceto o passivo financeiro ao valor justo por meio do resultado, as garantias financeiras, os
compromissos de conceder empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado, entre outros.

Além dos instrumentos, o IFRS também determinou os conceitos de derivativos e derivativos


embutidos, que tem total ligação com os próprios instrumentos financeiros.

Assim, definiram que derivativos são instrumentos que criam direitos e obrigações com o efeito
de transferir um ou mais riscos financeiros ao instrumento financeiro subjacente. Opções,
futuros, contratos a termo, swaps (trocas) de taxa de juros ou de moedas são os exemplos de
derivativos populares.

De acordo com Stumpf (2023), um instrumento financeiro derivativo sempre resulta de algum
produto principal – como acontece com as ações e títulos de renda variável. Assim, este vai se

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comportar com base no seu preço-base. Opções, contratos a termo ou futuro, trocas de taxa de
juros e câmbio são os tipos mais populares de derivativos.

Já um derivativo embutido é todo integrante de um contrato híbrido que inclui também um


componente patrimonial não derivativo com o efeito de que parte dos fluxos de caixa do
instrumento combinado varie de forma similar ao derivativo individual.

Instrumentos financeiros Ativos: Renda fixa x Renda variável


Renda fixa Renda variável
Remuneram juros, que podem ser pré Remuneram dividendos (parcela dos
ou pós fixados lucros)
Ex: Títulos públicos federais: Letras Ex: Ações
Financeiras do Tesouro (LFT), Fundos de Renda variável
Notas do Tesouro Nacional (NTN),
Letras do Tesouro Nacional (LTN)
Títulos e aplicações privadas:
Poupança, CDB, Depósitos
Interfinanceiros (DI), Debêntures,
Letras Hipotecárias, Letras
Financeiras, fundos de renda fixa, etc

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Conclusão

Depois de feito o trabalho, chega-se a conclusão de que o Instrumentos financeiros são títulos
financeiros, mas também os contratos financeiros. Isso porque o termo se aplica aos contratos
que gerem um ativo financeiro para um dos lados e um passivo financeiro ou instrumento
patrimonial para o outro.

Os instrumentos financeiros estão diretamente ligados às Normas Internacionais de


Contabilidade (IFRS). Esta norma passou por uma série de adaptações ao longo dos anos,
chegando às IFRS 9. Com ela, ficou mais fácil classificar os instrumentos financeiros, bem
como os ativos de uma empresa.

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Referencias bibliográficas

https://maisretorno.com/portal/termos/i/instrumentos-financeiros

Cia, Joanília. 7. Instrumentos Financeiros (Aplicações Financeiras, Títulos, Contas a Receber,


empréstimos).

Stumpf, Kleber. (2023). Instrumentos financeiros: o que são e quais são os tipos. Disponível em:
https://www.topinvest.com.br/glossario/instrumentos-financeiros/.

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