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RELATÓRIO DE ESTUDO

Anderson Domingues Candia


Prof. Dr. Paulo César Antonini de Souza
A Experiência Artística e a Prática do Ensino de Artes na Escola

Este relatório de estudo contempla os três primeiros capítulos do livro "Os Problemas da Estética" de
Luigi Pareyson. O texto faz parte da discussão na disciplina: A Experiência Artística e a Prática do Ensino de
Artes na Escola, neste primeiro momento, conduzida pelo professor Paulo César Antonini de Souza.
O texto explora os entendimentos sobre as questões da estética. Inicialmente, discute os vários
significados que o termo "estética" assumiu ao longo das décadas, desde conceitos próximos ao belo até uma
associação com sentimentos e de uma definição de arte. Diante dessa variedade de entendimentos possíveis,
foi necessária uma definição do que seria "estética". A discussão questiona se o termo seria filosófico ou
empírico, ou até mesmo algo entre a filosofia e a definição de arte. Dessa forma mostrando essa dualidade
que termo possui.
O autor pensa Filosofia como algo especulativo, e a relaciona ao pensamento, assim como faz com a
estética, aproximando o termo dessa abordagem filosófica, mas também o aproxima das experiências
vividas, explicando estética como filosofia embasada em experiências. Essas experiências estéticas são de
suma importância para uma possível compreensão da estética. O pensamento apresenta dois caminhos
filosóficos que não podem ser separados, pois, o primeiro, coleta os dados com base nas experiências, e o
segundo os interpreta.
Ao abordar o aspecto concreto da estética, o autor reforça a ideia de que a estética é construída pela
junção do pensar e do participar. Ele ressalta ainda que a estética é um ponto de união entre a filosofia e as
demais áreas do conhecimento, nas quais a experiência estimula e verifica a filosofia, enquanto a filosofia
explica e fundamenta as experiências.
Não devemos confundir a estética com a teoria de determinada arte, pois a estética não estabelece
normas específicas para cada forma de fazer ou pensar arte, mas sim habita uma região neutra. Cabe ao
filósofo estabelecer esse conceito para a poética, não para o estético.
Ao se falar de definição tradicional em arte, são definidos três pontos: arte como fazer, como
exprimir e como conhecer. Na concepção do autor, arte é expressão, sendo necessário entender que, todas as
relações humanas demandam algum certo nível de expressão. Além disso, não é possível separar a execução
do objeto artístico da realização da arte. Desse modo, podemos entender que arte seria uma soma desses
aspectos, os quais contemplam o fazer, o expressar e o compreender.
Podemos reconhecer arte em diversas atividades do ser humano, mas também a entendemos como
uma única área. Talvez essa divisão no pensamento possa não trazer o pensamento artístico para além do
entendimento da área de arte e sem a formatividade, que é capaz de formar o pensamento estético, não é
possível ter uma atividade artística completa. Então se faz necessário aplicar arte ao "fazer" para assim ter
essa tal realização. Entendendo que toda atividade humana possui certa porcentagem de arte, mas nem todas
possuem a formatividade sugerida por Pareyson.
Pensando em arte e vida, é identificado duas linhas de pensamento. A primeira liga arte à vida, na
qual a arte acompanha toda atividade do ser humano, auxiliando em seu desenvolvimento histórico e
cultural. A segunda linha separa a arte da vida e compreende que o ser humano só busca a arte quando todas
as suas necessidades estão atendidas. Esta segunda linha é complexa e de frágil sustentação, pois tais
compreensões possuem antagonismo, visto que, muitas vezes, a arte pode servir como uma forma de
acrescentar algo à cultura, quando suas necessidades já estão resolvidas, mas também serve como refúgio de
algo, ou alguma coisa, quando a vida ainda não está completa.
Por fim, essa diversidade da arte sustenta as variadas formas de arte, e a própria arte é sustentada por
suas interconexões, utilizando a estético como um meio para tal, afinal parafraseando John Dewey, sempre a
arte é mais que arte.

Referência:

PAREYSON, Luigi. Natureza e tarefa da estética. / Definição da arte. / Autonomia e funções da arte. In: ______. Os
problemas da estética. Trad. Maria Helena Nery Garcez. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p.1-54.

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