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FT. MA.

ANDRÉA GOMES MORAES


3 estruturas principais
 Tendões mais próximas que
 Ligamentos envolvem, conectam e
 Cápsulas articulares estabilizam as articulações

 São estruturas passivas – não produzem movimento


ativamente – papel essencial no movimento.
 Função dos tendões:
 Conectar músculo ao osso e transmitir cargas de tensão do
músculo ao osso permitindo o movimento da articulação
ou manutenção da postura do corpo.
 Função dos tendões:
 Transmitir força muscular que atuará no osso;
 Armazenar energia que será utilizada como energia
propulsora;
 Possibilitar que o volume muscular esteja longe da
articulação de modo a não atrapalhar o movimento
articular;
 Funcionar como amortecer (dissipador de energia);
 Função dos ligamentos e cápsulas articulares:
 Conectar osso com osso;
 Aumentar a estabilidade mecânica das articulações;
 Guiar o movimento da articulação;
 Prevenir movimento excessivo;
 Composição e estrutura:
COMPONENTE LIGAMENTO TENDÃO
Material celular: 20% 20%
FIBROBLASTO
Matriz extracelular: 80% 80%
ÁGUA E SÓLIDOS

 Tecido conjuntivo com poucas células: fibroblastos e


matriz extracelular abundante.
 Os fibroblastos são as células mais abundantes
nos tecidos conjuntivos, possuem núcleo
grande, citoplasma ramificado e forma estrelada. Têm
origem da diferenciação das células mesenquimatosas
indiferenciadas, que são células tronco adultas do
mesênquima (um tipo de tecido embrionário).
 Matriz Extracelular

 70% consiste de água;


 30% consiste de sólidos;

Colágeno
 SÓLIDOS Substância de base (proteoglicano)
Elastina (pequena porção)

 Colágeno geralmente está cima de 75% e é um pouco


maior em tendões do que em ligamentos.
 São escassamente vascularizados e compostos em
grande parte por colágeno.

 O colágeno constitui uma porção grande da matriz


orgânica do osso.

 A grande estabilidade mecânica de colágeno dá aos


tendões e aos ligamentos suas forças características e
suas flexibilidades.
 Molécula sintetizada pelo fibroblasto dentro da célula
como um precursor maior (procolágeno) que é
secretado e dividido extracelularmente para se tornar
colágeno.

 Tendões e ligamentos são compostos em sua maior


parte de colágenos do tipo 1 e uma pequena proporção
de colágeno do tipo 3.
 A molécula consiste em 3 cadeias de polipeptídeos
(cadeia α), cada uma em forma de hélice com
aproximadamente 100 aminoácidos.
 Duas das cadeias de peptídeos (cadeia α-1) são
idênticas e outra difere ligeiramente (cadeia α-2).
 Comprimento de aproximadamente de 280
nanômetros (nm) e diâmetro de 1,5nm.
 O arranjo das fibras de colágeno diferem um pouco nos
tendões e ligamentos e é adaptado à função de cada
estrutura.
 TENDÕES: arranjo ordenadamente paralelo que
equipa os tendões para controlar as altas cargas
tensionais unidirecionais nas quais eles são sujeitos
durante as atividades.
 LIGAMENTOS: suas fibras podem não ser
completamente paralelas mas podem ser entrelaçadas
umas às outras, uma vez que os ligamentos
geralmente sustentam cargas tensionais em uma
direção predominantemente mas também podem
aguentar cargas tensionais menores em outras
direções.
 Entre os ligamentos, a orientação específica dos feixes
de fibra varia até certo ponto e é dependente na
função do ligamento.
 Tendões e ligamentos são circundados por um tecido
conjuntivo areolar frouxo.

 Ligamentos: não há nome específico.

 Tendões: chama-se paratendão.


 Paratendão é mais estruturado que o tecido conjuntivo
que envolve os ligamentos e forma uma envoltura
(bainha) que protege o tendão.

 Em alguns tendões, como os tendões dos flexores dos


dedos, a envoltura cobre o comprimento dos tendões,
e em outros a envoltura é achada somente no ponto
onde o tendão curva-se em consonância com uma
articulação.
 Em locais onde os tendões são submetidos a altas
forças de fricção (na palma dos dedos, no nível da
articulação do punho) há uma camada parietal sinovial
chamada de epitendão que produz um fluido que
facilita a subida do tendão.

 Em locais onde os tendões são submetidos a baixas


forças de fricção, eles são circundados somente pelo
paratendão.
 A estrutura das inserções em osso é semelhante em
ligamentos e tendões e consiste em quatro zonas.

ZONA 4:
Essa fibrocartilagem
ZONA 3: 2:
Essa
Fibrasfibrocartilagem
ZONA
se
colágenas
torna
1: se
Fibras
interlaçam
gradualmente
se colágenas
tornacom
fibrocartilagem
mineralizada
gradualmente
paralelas. não
e
emerge
mineralizada.
mineralizada
no osso
cortical.
 A mudança de um material mais tendinoso para um
mais ósseo produz uma alteração gradual nas
propriedades mecânicas do tecido, isto é, aumenta a
rigidez, que resulta em um efeito de concentração de
estresse diminuído na inserção do tendão no osso.
 Tendões e ligamentos são estruturas viscoelásticas
com propriedades mecânicas únicas.
 TENDÕES: fortes o bastante para sustentar as altas
forças de tensão que resultam da contração muscular
durante movimento da articulação, e ainda são
suficientemente flexíveis às superfícies ósseas
angulares.
 LIGAMENTOS: adaptáveis e flexíveis permitindo
movimentos naturais dos ossos aos quais são atados,
mas são fortes e inextensíveis para oferecer resistência
satisfatória as forças aplicadas.
 Ambas as estruturas sustentam principalmente cargas
de tensão durante o carregamento normal e excessivo.
Quando as cargas levam a injúria, o grau de lesão é
afetado pela taxa do impacto e pela quantidade de
carga.

 Um meio de analisar as propriedades biomecânicas de


tendões e ligamentos é sujeitar espécimes a
deformações de tendão usando uma taxa constante de
alongamento. O tecido é alongado até se romper e a
carga é marcada.
 Mecanismos de lesões são semelhantes para
ligamentos e tendões.

 Quando um ligamento é submetido a cargas que


excedem o alcance fisiológico, microfalhas acontecem
até mesmo antes do ponto de colapso ser alcançado.
Quando o ponto de colapso é excedido, o ligamento
começa a sofrer falhas em grandes quantidades e
simultaneamente a articulação começa a se deslocar
de forma anormal.
 Esse deslocamento de forma anormal também pode
resultar em lesão das estruturas circunvizinhas, como
as cápsulas das articulações, ligamentos adjacentes e
vasos sanguíneos que suprem essas estruturas.
 São categorizados clinicamente de 3 modos de acordo
com o grau de severidade.

 Lesões na primeira categoria: sintomas clínicos


desprezíveis, um pouco de dor é sentida, não há
instabilidade na articulação capaz de ser detectada
clinicamente, embora microfalha das fibras de
colágeno podem ter ocorrido.
 Lesões na segunda categoria: dor severa e alguma
instabilidade na articulação que pode ser descoberta
clinicamente. Falha progressiva das fibras de colágeno
acontece, resultando em ruptura parcial de ligamento.
A força e a rigidez do ligamento podem ter diminuído
em torno de 50% ou mais, principalmente porque a
quantidade de tecido não danificado foi reduzida.

 A instabilidade da articulação produzida pela ruptura


parcial de um ligamento pode ser mascarada pela
atividade do músculo.
 Lesões na terceira categoria: dor severa durante o
curso do trauma com menos dor depois da lesão.
Clinicamente, a articulação está completamente
instável. A maioria das fibras de colágeno se
romperam, mas algumas ainda podem estar intactas,
dando ao ligamento aparência de continuidade,
embora não possa suportar qualquer carga.
 Fatores que podem afetar a função biomecânica dos
tendões e ligamentos:

GRAVIDEZ
MOBILIZAÇÃO ENVELHECIMENTO
IMOBILIZAÇÃO
 As propriedades físicas de colágeno e dos tecidos que
ele compõe são associados ao número e qualidade das
ligações cruzadas dentro e entre as moléculas de
colágeno.

 Até 20 anos (maturação) número e a


qualidade das ligações cruzadas aumentam
resulta em resistência aumentada à tensão do tendão
e ligamento. Há também aumento em
diâmetro da fibrila de colágeno com variabilidade alta
em tamanho (20-180nm).
 O diâmetro em adultos (20-60 anos) e no idoso (> 60
anos) diminui notavelmente (120 e 110nm).
 Frouxidão aumentada dos tendões e ligamentos na
região púbica durante fases posteriores de gravidez e o
período pós-parto.
 A imobilização diminui a resistência à tensão de
ligamentos e tendões.
 No experimento de Noyes que avaliaram os efeitos de
um programa de recondicionamento após 8 semanas
de imobilização e demonstrou que um tempo
considerável foi necessário para que os ligamentos
imobilizados recuperassem a força e a rigidez
anteriores. Após 5 meses (ligamentos tinham menos
força e rigidez). Em 12 meses, ligamentos
recondicionados comparáveis aos do grupo controle
(experimento animal).
 OBS: A estrutura e a composição química de
ligamentos e tendões são idênticas em
humanos e em muitas espécies animais como
ratos, coelhos, cachorros e macacos.
Consequentemente, podem ser feitas
extrapolações que consideram estas
estruturas em humanos, a partir dos
resultados dos estudos nessas espécies de
animais.
 É uma desordem metabólica na qual a habilidade
para oxidar carboidrato é perdida mais ou menos
completamente normalmente causado por
insuficiência de pâncreas e um distúrbio do
mecanismo normal de insulina resulta em:
hiperglicemia, glicosúria e poliúria.

 É conhecida por causar desordens


musculoesqueléticas.

 Sabe-se que favorece também a osteoporose.


 Diabéticos comparados a não-diabéticos:
 Taxas mais elevadas de contraturas de tendões: (29
versus 9%)

 Tenossinovite (59 versus 7%)

 Rigidez da articulação (40 versus 9%)

 Capsulite ( 16 versus 1%)


 Esteróides são compostos tetracíclicos (quatro
anéis) de alta massa molecular, alguns são
hormônios (testosterona), outros vitaminas
(vitamina D).

 Corticosteróides, quando aplicados imediatamente


depois da lesão podem causar prejuízo significativo
às propriedades biomecânicas e histológicas em
ligamentos.

 Os corticosteróides inibem a síntese de colágeno.


 Incluem: aspirina, paracetamol, indometacina) são
frequentemente usadas no tratamento de várias
condições dolorosas do sistema
musculoesquelético.

 Usadas também no tratamento de desordens


inflamatórias e rupturas parciais de tendões e
ligamentos.

 Todas podem alterar as propriedades biomecânicas


dos ligamentos e tendões.
 A hemodiálise é um tratamento que consiste na
remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue
como se fosse um rim artificial. É o processo de
filtragem e depuração de substâncias indesejáveis
do sangue como a creatinina e a ureia. A
hemodiálise é uma terapia de substituição
renal realizada em pacientes portadores
de insuficiência renal crônica ou aguda, já que
nesses casos o organismo não consegue eliminar
tais substâncias devido à falência dos mecanismos
excretores renais.
 Falha de tendão resultante de falha renal crônica
acontece com ruptura de tendão que alcança 36%
entre indivíduos receptores de hemodiálise.

 Hiperfrouxidão de tendões e ligamentos foi achada


em 74%, alongamento de tendão patelar em 49% e
hipermobilidade articular em 51% dos indivíduos
receptores a hemodiálise de longo termo.
 Reconstrução de ligamentos lesionados,
especialmente de LCA e LCP é um procedimento
frequente.

 Necessidade para reconstrução:


-- Envelhecer
-- Nível de atividade
-- Lesões associadas
 Enxertos derivados de indivíduos diferentes das
mesmas espécies são chamados ALOENXERTOS.
 Enxertos derivados do mesmo indivíduo são
chamados AUTOENXERTOS.
 A preservação do tecido de aloenxerto é feita por
dessecamento a frio e irradiação de baixa dose para
reduzir taxas de rejeição e infecção e para limitar os
efeitos nas propriedades estruturais.

 Osso patelar, tendão-osso e tendão de Aquiles são


normalmente usados como tecido de aloenxerto.

 O tecido central do tendão patelar é geralmente


usado como tecido de auto-enxerto.
 Aloenxertos e autoenxertos são úteis em
reconstrução de ligamento, mas as propriedades
materiais não retornam completamente a níveis
normais.
 Valendo ED (3 horas);
 Composição da nota dos 3,0 pontos da disciplina:
-- Letra e legibilidade do trabalho;
-- No mínimo 20 linhas;
-- Escrever a fonte consultada além dos slides da aula;

Fazer um resumo da aula de hoje sobre Biomecânica


dos Tendões e Ligamentos.

Só aceito a entrega na próxima aula.

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