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Literatura Brasileira

1ª fase
modernismo
1922 - 1930
Contexto
Fase heróica Geração de 22
A primeira geração da literatura modernista teve seu início marcado pela Semana de Arte
Moderna, aquele evento realizado no teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 18 de
fevereiro de 1922, se lembra?
Então, aproveitando que estava acontecendo o centenário da independência do Brasil, e inspirando-
se no festival de música; pintura; literatura e moda realizado anualmente em uma cidade na França,
Mário de Andrade, Oswaldo de Andrade e outros artistas organizaram uma exposição com
aproximadamente 100 obras plásticas expostas no saguão do teatro, além de apresentações
noturnas de música, dança, discursos e trechos de obras modernistas.
A semana evidenciou o espírito de ruptura e questionamento que já começava a dominar a arte
brasileira desde os primeiros anos do século XX e que seria responsável pelo desenvolvimento do
movimento modernista entre nós. Organizado para "chocar a burguesia", o evento foi recebido com
bastante perplexidade pela plateia, a qual era admiradora da arte realista-naturalista e parnasiana.
Histórico
Fase heróica Geração de 22
A 1ª fase do modernismo, dá continuidade as ideias propagadas pela semana de arte
moderna e se estende até 1930, quando a literatura passa a tomar outra direção. O
período foi marcado pela publicação de várias revistas, manifestes e obras literárias. Ela
chegou rompendo com academicismo que marcou a produção literária do passado, essa
geração tinha um compromisso de construir com a nova literatura, comprometida com
duas direções: por um lado, atualizar-se em relações às propostas trazidas pelas correntes
de vanguarda; por outro mesclar essas novidades com pesquisa em torno da
nacionalidade, que envolvia questões como passado histórico, língua, folclore, culinária,
religião e entre outras coisas.
Manuel Bandeira
Considerado um dos principais poetas da literatura brasileira, professor de literatura, crítico
literário, tradutor, mestre do verso livre e de temas prosaicos, extraído do cotidiano. Marcado
pela tuberculose, sua poesia apresenta reflexões sobre a vida e a morte, sobre a solidão e a
condição humana, a infância e a saudade também fazem parte de seus temas preferidos. Uma
de suas primeiras publicações ainda trazia influências do parnasianismo e do simbolismo,
mas, aos poucos, o poeta foi aderindo às propostas modernistas. Não chegou a participar
diretamente da semana de arte moderna, mas enviou ao evento o poema "Os sapos", que foi
lido por Ronald de Carvalho, provocando apuros da plateia.
Mário de Andrade
Além de poeta, contista, romancista, crítico literário e teórico da literatura, foi também
um estudioso, tendo se destacado como músico, musicólogo, folclorista e etnógrafo.
Dedicou toda a sua vida aos estudos da cultura brasileira. Nos anos 1920, exerceu um
papel de liderança entre os escritores do modernismo, mas preferiu não fazer parte de
grupos e de movimentos lançados nesta época. Em suas obras, sendo prosa e verso,
nota-se que ele parte de uma postura iconoclasta irreverente nos anos iniciais.
Oswald de Andrade
Poeta, romancista e dramaturgo, foi um dos líderes da semana de arte
moderna. Um dos principais mentores, onde teve uma participação
decisiva na implantação do modernismo no Brasil. Também, é o autor dos
movimentos Pau-Brasil e Antropofagia, cujas ideias introduziram um novo
tipo de nacionalismo em nossa literatura, mais crítico e menos xenófobo.
Pertenceu ao partido comunista e militou nos meios operários.
Manifesto Pau-Brasil
O "Manifesto Pau-Brasil", de Oswald Originalidade
de Andrade, surgiu em 1924, com a Caráter primitivista
publicação do livro Pau-Brasil. Abandono do academicismo
Defende uma poesia primitivista, Foco em elementos nacionais
ingênua, calcada no coloquialismo e Busca da identidade nacional
nos fatos brasileiros. De cunho Linguagem coloquial e humorada
nacionalista, o movimento valorizou Revisão crítica do passado histórico
a herança étnica e cultural. Defensora da criação de uma poesia
nacional de exportação
Manifesto Verde e amarelo
Formado por Plínio Salgado, Menotti del Defesa de um nacionalismo exagerado
Picchia, Guilherme de Almeida e
Busca pela valorização dos elementos
Cassiano Ricardo, em oposição ao "Pau-
nacionais sem qualquer influência
Brasil", esse manifesto surge como uma
europeia
resposta ao "nacionalismo afrancesado"
do "Pau-Brasil". Criticando esse
primitivismo que, segundo seus
integrantes, era de inspiração Francesa
e defendendo o nacionalismo radical,
como a idolatria ao Tupi.
Manifesto Anta

Em 1927, o "Manifesto Verde-Amarelo" Idolatria ao tupi


transformou-se na Escola da Anta. Em
busca de uma representação, elegem a Apresentava inclinações nazistas
anta como símbolo nacional, por ser um
animal puramente Brasileiro. Defendia o patriotismo em excesso
Manifesto Antropófago
O manifesto mais criativo, proposto por Ironia
Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Humor
Raul Bopp. Inspirado no quadro Abaporu, Folclorismo
de Tarsila do Amaral. Em seu "Manifesto Caráter renovador
Antropófago", de 1928, Oswald de Antiacademicismo
Andrade propõe a "devoração" da cultura Temas do cotidiano
europeia para transformá-la em algo Defesa da diversidade cultural
brasileiro, mas sem imitar ou copiar, Respeito à linguagem coloquial
assimilado por nossa primeira base, a Caráter nacionalista e antilusitano
cultura indígena original. Valoriza a cultura e a língua brasileira
Revista Klaxon
Três meses depois da Semana de Arte Moderna, a Revista Klaxon foi lançada, a primeira e a mais
célebre das revistas modernistas editadas no Brasil, na década de 20. Participaram dela a maior
parte dos escritores e artistas que promoveram a Semana de Arte Moderna de 1922, e foi a
forma com a qual os modernistas buscaram expor suas ideias, servindo de instrumentos de
comunicação utilizado para veicular o modernismo brasileiro. Entre os colaboradores e
organizadores da revista estão Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Anita
Malfatti e Di Cavalcanti. A revista produziu 9 fascículos (folhetos) de maio de 1922 a janeiro de
1923, sendo os dois últimos uma edição dupla. Klaxon adotou uma postura crítica em relação às
formas de arte mais conservadoras e, através de seus artigos e ensaios, procurou conscientizar o
público sobre a necessidade de um movimento modernista no Brasil.
"Terra Roxa e Outras Terras" foi um jornal literário modernista de existência efêmera,
“inquebrantável no seu programa de modernismo, independência e iconoclastia”. É a segunda
publicação modernista paulista, apesar de ser chamado "jornal literário", não tratava somente de
literatura. Há seções de pintura, música, poesia, esportes, teatro, romance, e matérias diversas
como: comentários, notas, entrevistas, reproduções de textos de outros jornais, etc. A presença de
material de ficção dentro do jornal é pequena, tornando-o, portanto mais representativo das
discussões ideológicas da época, em comparação com outras revistas modernistas, como Klaxon
e a revista Estética, por exemplo. O primeiro número foi publicado em 20 de janeiro de 1926. O
jornal encerrou-se no sétimo número, publicado em 17 de setembro daquele mesmo ano. Entre
seus colaboradores estavam Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Luís da Câmara, Blaise
Cendrars, Prudente de Morais Neto e Sérgio Buarque.
Macunaíma
Um famoso romance da primeira fase do modernismo brasileiro, que narra as
aventuras de Macunaíma. Essa é a obra mais conhecida de Mário de Andrade. O que
chamou a atenção de Mário de Andrade foi o fato de o herói lendário não ser
propriamente um herói no sentido tradicional, mas um anti-herói, já que Macunaíma,
de acordo com a lenda, era preguiçoso, mentiroso, covarde, manhoso e sensual. Podia
ser visto como o próprio retrato do brasileiro, que, segundo ele, era um povos "sem
nenhum caráter". Por causa da diversidade de histórias que a obra reúne, o autor
preferiu chamá-la de rapsódia, já que o termo pode significar tanto uma "epopeia"
quanto, por analogia com a música, uma composição formada por várias melodias
populares. A obra reúne uma profusão de variedades linguísticas com a presença de
regionalismo, vigília e da linguagem acadêmica, tratada de modo paródico e irônico.
Ednaldo Oliveira - 3° logística A

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