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Elaborado por Nutri de Consultório®

Descrição

A candidíase de repetição é uma condição em que a mulher apresenta


episódios recorrentes de infecção por Candida albicans. Esse fungo faz parte
da microbiota vaginal, mas pode desenvolver-se com intensidade sob certas
condições, como umidade excessiva na região, pH vaginal ácido e por outras
condições hormonais e ambientais. Além desses fatores, hábitos alimentares
não saudáveis contribuem para o surgimento e persistência desses sintomas.

Recomendação calórica

Não há nenhuma evidência em específico que recomende uma mudança na


ingestão calórica de mulheres com candidíase de repetição. A qualidade da
dieta é imprescindível para controle dos sintomas, portanto, a adequação
calórica da prescrição deve estar de acordo com o objetivo e estado
nutricional da paciente. Consulte as seções de emagrecimento, manutenção
de peso e/ou hipertrofia para calcular o VET da dieta.

Recomendação de macronutrientes

O papel da alimentação sobre a microbiota intestinal já é bem conhecido.


Quando trata-se da microbiota vaginal, as evidências também mostram que
há influência da qualidade da dieta. Segundo estes estudos, uma dieta rica
em carboidratos e alta em gorduras podem alterar o pH vaginal,
aumentando a proliferação de fungos como a Candida albicans.

Ainda não existe em literatura, uma recomendação precisa da distribuição de


macronutrientes em uma dieta pensando no controle e prevenção da
Candidíase.

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Como se adaptar na prática?

Carboidrato Proteína Gordura

40 a 45% 30% 25 a 30%

Como há necessidade de uma dieta controlada em carboidratos e


gorduras, é necessário que a distribuição entre macronutrientes seja
semelhante à proposta acima. O que vai determinar sua conduta entre
prescrever 40 ou 45% de carboidratos e 25 ou 30% de gorduras é o
hábito alimentar do seu paciente. Faça essa análise a partir de uma
anamnese detalhada e o recordatório alimentar coletado.

Orientações gerais da dieta

Levando em consideração a necessidade de controlar a ingestão de


carboidratos e gorduras, estimule a redução do consumo de açúcares
e carboidratos refinados: é importante reduzir doces, bolos,
refrigerantes, alimentos processados e outros produtos ricos em
açúcar.

Pensando no controle do consumo de gorduras, evite prescrever


carnes gordurosas, laticínios integrais, óleo de coco, quantidades
excessivas de ovos, embutidos e carnes processadas. Nozes,
castanhas e sementes são alimentos bem-vindos na prescrição.

Inclua alimentos como frutas vermelhas, legumes de folhas verdes


escuras, alho, cebola e chá verde na dieta, a fim de aumentar a
ingestão de antioxidantes.

O consumo excessivo de álcool e cafeína pode prejudicar o sistema


imunológico e favorecer o crescimento excessivo de Candida. Modere
o consumo dessas substâncias.

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Alguns alimentos têm propriedades antifúngicas naturais e também
podem estar presentes na dieta dessas pacientes: alho, orégano,
açafrão e gengibre.

Principais exames

É importante monitorar a glicemia dessas pacientes, já que uma alteração


pode aumentar o risco de desenvolvimento da candidíase.

Exames Valores de Referência


Glicemia de jejum < 100 mg/dL

Suplementação

A suplementação com óleo de orégano parece ser eficiente no


controle da candidíase, uma vez que o orégano possui propriedades
antifúngicas.

Óleo de orégano na dose de 200mg por dia de 30 a 60 dias.

Referência: van Riel, Senna J J M et al. “Treating (Recurrent) Vulvovaginal Candidiasis with Medical-Grade Honey-
Concepts and Practical Considerations.” Journal of fungi (Basel, Switzerland) vol. 7,8 664. 16 Aug. 2021,
doi:10.3390/jof7080664.

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Descrição

A Infecção urinária compreende a fixação e a multiplicação bacteriana no


trato urinário. A infecção pode ser localizada ou acometer todo o trato
urinário. Chama-se de infecção urinária baixa quando o acometimento está
localizado na bexiga, e de pielonefrite quando há fixação bacteriana no
parênquima renal. Os pacientes com maior risco de desenvolver a doença
são as gestantes, diabéticos, imunossuprimidos, idosos e pacientes
hospitalizados.

Os principais sintomas da infecção urinária são: disúria (dor, ardência ou


queimação ao urinar), urgência e aumento da frequência urinária, hematúria
(presença de sangue na urina), dor abdominal ou pélvica, dor lombar, mal-
estar geral, urina turva ou com odor forte.

Recomendação calórica

As recomendações calóricas para pacientes com infecção urinária irão


depender do estado nutricional do paciente, uma vez que a doença não tem
relação direta com o peso. Consulte as seções de emagrecimento, hipertrofia
ou manutenção de peso para fazer a prescrição calórica mais adequada.

Recomendação de macronutrientes

Pensando em infecção urinária de forma isolada, não há necessidade de


alterar a distribuição de macronutrientes, já que ela não impacta diretamente
na doença. A distribuição de macronutrientes pode estar de acordo com o
objetivo ou outra condição clínica que o paciente apresente.

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Orientações gerais da dieta

A hidratação é um ponto muito importante para o tratamento da


infecção urinária. A recomendação de 35ml/kg de peso por dia deve
ser incentivada.

De maneira geral, adaptar a alimentação em casos de mal estar do


paciente pode ser válido. Exemplo: Algumas pessoas, por conta da dor,
se sentem mais confortáveis em ingerir alimentos mais pastosos e/ou
líquidos. Você pode fazer algumas recomendações de smoothies
proteicos, usando Whey protein, por exemplo, ou ainda ensinar o
paciente a montar sopas/ caldos com composição adequada (1
opção de carboidratos + 1 opção de proteínas + legumes e verduras a
vontade).

Oriente sobre a prática de uma dieta equilibrada e variada,


principalmente em legumes, verduras e frutas, uma vez que uma
alimentação rica em micronutrientes contribui para a imunidade.

Principais exames

Em relação ao diagnóstico, ele é confirmado por meio da cultura da urina. O


crescimento de pelo menos 102 UFC/ml de urina em um indivíduo com
sintomas já sugere o diagnóstico.

Em relação a exames de monitoramento da doença, é importante avaliar os


exames de forma geral e estar atento à imunidade do paciente.

Exames Valores de Referência

Deficiência: < 20 ng/mL;


Valores normais para a população
25 Hidroxivitamina D3 geral: de 20 a 60 ng/mL;
Valores ideais para população de
risco*: de 30 a 60 ng/mL.

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Suplementação

O tratamento da infecção urinária consiste no uso de antibióticos.


Uma das indicações de suplementação para profilaxia da doença é
o uso da cranberry. No entanto, ainda há necessidade de mais
estudos na área, a fim de confirmar a eficácia da suplementação ou
ingestão de algum produto derivado da fruta, como o suco ou pó.

O uso de probióticos pode ser associado ao tratamento da infecção


urinária, já que o paciente estará em uso de antibióticos. Neste caso,
você pode indicar o uso de probióticos que contenham de 4 a 5
cepas probióticas, uma vez que estes oferecem maior variedade e
ajudam a manter o equilíbrio da flora vaginal e urogenital,
dificultando a colonização de bactérias patogênicas.

Referência: Livro Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença – 11ª Edição.

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Descrição

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endocrinológica que


afeta mulheres em idade reprodutiva. Ela é caracterizada por alterações
hormonais que resultam na formação de cistos nos ovários, entre outras
manifestações clínicas. As principais características da doença são a
menstruação irregular, hiperandrogenismo (aumento dos hormônios sexuais
masculinos), resistência à insulina e anovulação (ausência ou irregularidade
na ovulação). Essas mulheres cursam com uma variedade de sintomas,
como excesso de pêlos (rosto, barriga e seios), acne, aumento da oleosidade
da pele, ganho de peso e dificuldades para engravidar.

Recomendação calórica

A maioria das pacientes com SOP podem desenvolver sobrepeso e/ou


obesidade, já que as alterações hormonais da doença contribuem para o
ganho de peso. É importante analisar o estado nutricional da paciente para a
sua prescrição, mas uma dieta hipocalórica pode ser benéfica nestes casos.

Quando a paciente tem estado nutricional adequado, avalie o percentual de


gordura, para entender se um pequeno déficit calórico será benéfico para
melhora da composição corporal. Consulte a seção de emagrecimento deste
Guia para saber como calcular.

Recomendação de macronutrientes

Uma das alterações importantes na SOP é a resistência à insulina, por isso, a


preocupação com a quantidade e tipo de carboidratos é válida. Não há na
literatura uma indicação da distribuição de macronutrientes da dieta dessas
pacientes, no entanto, pode-se adaptar na prática a seguinte:

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Carboidrato Proteína Gordura

Entre 35 a 45% de
>1,6g/kg de peso
carboidratos,
por dia. Em
dependendo do
pacientes obesas
hábito alimentar Até 30% do VET
graves, tentar
(recordatório
aproximar de
habitual) do seu
1,2g/kg de peso.
paciente.

Orientações gerais da dieta

Uma consideração importante a respeito da doença é que há maior


prevalência de transtornos alimentares e alimentação desordenada
associado à SOP, por isso, é fundamental estar atento(a) na
identificação de sinais de comportamentos alimentares inadequados
e disfuncionais.

Em relação aos carboidratos, é importante evitar refeições de alta


carga e índice glicêmicos, por isso, faça a prescrição de refeições mais
equilibradas (carboidratos, proteínas e/ou gorduras boas) e ricas em
fibras.

Incentive o consumo de proteínas magras e reduza a ingestão de


gordura saturada para essas mulheres.

É importante orientar sobre hábitos saudáveis como um todo, evitando


excesso da ingestão de bebida alcoólica, cessação de tabagismo,
aumento do nível de atividade física e ingestão adequada de água.

Devido às alterações hormonais, a capacidade antioxidante dessas


pacientes é limitada e, por isso, deve-se incentivar o consumo
alimentar bem variado, rico em frutas, verduras e legumes. Atente-se
para os alimentos fontes de selênio (castanha do Pará), Vitamina C,
Vitamina E, zinco.

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Principais exames

Exames Valores de Referência


Glicemia de jejum < 100 mg/dL

2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar


Insulina basal
abaixo de 10

Homa-IR > 1,65

Hb glicada < 5,7%

Colesterol total < 190 mg/dL

HDL > 40 mg/dL

LDL < 130 mg/dL

Não HDL < 160 mg/dL

Triglicérides < 150 mg/dL

25 Hidroxivitamina-D3 20 a 60 ng/mL

490 pg/mL (valor ideal segundo evidências


Vitamina B12
atuais)

Suplementação

A prescrição de inositol e/ou resveratrol é comum, no entanto, as


evidências demonstram necessidade de mais estudos para
avaliação de efeito positivo e significativo.

Pensando em fertilidade, o estado nutricional dessa mulher é


essencial, por isso é importante fazer avaliação dos exames e
suplementar o que for necessário.

A reposição de Vitamina D pode ser indicada e a prescrição de


ácido fólico também é uma recomendação quando se fala em
fertilidade e/ou preparo para a gestação.

Referência: International evidence-based guideline for the assessment and management of polycystic ovary
syndrome, 2018.

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Descrição

A Endometriose é uma condição crônica e progressiva que afeta mulheres


em idade reprodutiva. Ela ocorre quando o tecido que normalmente reveste o
interior do útero (endométrio) cresce fora do útero, em locais como os
ovários, tuba uterina, peritônio (revestimento da cavidade abdominal) e
outros órgãos pélvicos. Esse tecido ectópico responde aos ciclos hormonais,
tornando-se inflamado e causando lesões, aderências e cistos, resultando
em dor e disfunções reprodutivas.

A Endometriose é uma das principais causas de dor pélvica crônica, por isso
suas pacientes podem se queixar de dores intensas no período menstrual.
Além disso, é fator de risco para infertilidade e apresenta impacto negativo
na qualidade de vida das mulheres.

Recomendação calórica

Existe uma possível relação entre o excesso de peso e a endometriose, já que


o acúmulo de gordura corporal pode contribuir para aumento da biossíntese
de estrogênio.

As recomendações calóricas para pacientes com endometriose podem


variar dependendo de fatores individuais. É essencial garantir que a paciente
esteja consumindo calorias suficientes para atender às suas necessidades
diárias, mas sem excessos que possam levar a um ganho de peso
indesejado. Neste caso, consulte as seções de emagrecimento ou
manutenção de peso deste guia para fazer a prescrição mais adequada para
cada caso.

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Recomendações de macronutrientes

A distribuição de macronutrientes na Endometriose não é específica, segundo


as evidências e recomendações. Para fazer a prescrição mais adequada,
você deve avaliar o hábito alimentar da sua paciente e evitar que algum
macronutriente esteja em desequilíbrio.

Caso a paciente tenha necessidade de redução de gordura corporal, a


distribuição de macronutrientes na prática, pode ser a seguinte:

Carboidrato Proteína Gordura

Entre 35 a 45% de
>1,6g/kg de peso
carboidratos,
por dia. Em
dependendo do
pacientes obesas
hábito alimentar Até 30% do VET
graves, tentar
(recordatório
aproximar de
habitual) do seu
1,2g/kg de peso.
paciente.

No caso de pacientes com indicação de manutenção de peso, sua


prescrição pode seguir o hábito, desde que seja respeitado o equilíbrio
entre os nutrientes da dieta, sem excessos.

A hipertrofia não é contraindicada na endometriose, mas o superávit


calórico e a quantidade de carboidratos precisam ser aumentados de
forma gradual, observando-se os sintomas e exames da paciente.

Orientações gerais da dieta

Atente-se para prescrição de alimentos ricos em antioxidantes, uma


vez que a endometriose é uma doença inflamatória. Inclua alimentos
como peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha), azeite de oliva,
frutas vermelhas, vegetais folhosos verde-escuros e nozes.

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Ainda pensando em inflamação, é essencial reduzir alimentos que
contribuem para a inflamação, portanto, reduza carnes processadas,
frituras, alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares adicionados
e alimentos altamente processados. Existe a recomendação de reduzir
o consumo de carne vermelha para essas mulheres, aumentando a
ingestão de aves e peixes.

Os laticínios magros (leite e iogurte desnatados, queijos magros)


podem contribuir para redução do processo inflamatório, portanto, 1
porção por dia deve ser incentivada.

É importante adequar o consumo de fibras nessas pacientes, então é


importante que você prescreva e oriente o consumo de frutas,
vegetais, leguminosas e grãos integrais.

Incentive o consumo adequado de água para manter uma boa


hidratação e incentive a moderação no consumo de cafeína e álcool,
uma vez que esses alimentos podem causar irritação e desequilíbrio
hormonal, diante do excesso do consumo.

Considere as alergias, intolerâncias alimentares ou sensibilidades


específicas a fim de reduzir ou eliminar o consumo desses alimentos,
reduzindo assim as chances de aumento dessa inflamação que já
está presente na endometriose.

Atente-se ao consumo de alimentos fontes de Vitamina C, uma vez


que essa é uma vitamina com potencial antioxidante.

O gengibre também é um alimento estudado na endometriose para


controle da dor pélvica, por isso, sua prescrição na dieta pode ser
importante (chás, incluído em sucos, molhos ou até como tempero).

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Principais exames

É importante fazer uma solicitação de exames completa para essas


pacientes, incluindo avaliação dos níveis de inflamação, através da
solicitação de PCR.

Exames Valores de Referência


Homens: 13 a 17 g/dL
Hemoglobina
Mulheres: 12 a 16 g/dL

Glicemia de jejum < 100 mg/dL

2,5 a 25 μU/mL - devendo idealmente estar


Insulina basal
abaixo de 10

Homa-IR > 1,65

Hb glicada < 5,7%

Colesterol total < 190 mg/dL

HDL > 40 mg/dL

LDL < 130 mg/dL

Não HDL < 160 mg/dL

490 pg/mL (valor ideal segundo evidências


Vitamina B12
atuais)

Triglicérides < 150 mg/dL

25 Hidroxivitamina-D3 20 a 60 ng/mL

PCR 1 até 3,0 mg/L

Suplementação

Ômega-3: O ácido graxo ômega-3 possui propriedades anti-


inflamatórias e pode ser útil para reduzir a intensidade da dor e
inflamação associadas à Endometriose. A dose recomendada pode
ser de 1000mcg de ômega 3 por dia (EPA+DHA).

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A suplementação de vitamina D pode ser recomendada se os níveis
estiverem abaixo do ideal. Dose: 4000 UI por dia.

Em casos de anemia por deficiência de ferro, a suplementação pode


ser indicada, mas é importante monitorar os níveis regularmente,
pois o excesso de ferro pode ser prejudicial.

A suplementação com magnésio pode contribuir para o alívio de


cólicas, podendo ser útil para algumas pacientes com Endometriose.
Recomendação: Magnésio dimalato – 250mg/dia.

Referência: CHALUB, J. de P. .; LEÃO, N. S. de C. .; MAYNARD, D. da C. Research on nutritional aspects related to


endometriosis. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e65591110215, 2020.

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