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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH


DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA II

Professor: Antônio Dimas


Curso: Ciências Sociais – Montes Claros
Acadêmicas: Cassandra Nunes, Gyovanna Neri

Ciência e Política: duas vocações

WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Martin


Claret, 2015. 141 p.

Em 1919, Max Weber publica a obra "Ciência e Política: duas


vocações". Weber, expõe seus pensamentos sobre assuntos que sempre o
interessaram, como as condições concretas da Alemanha na virada do
século e os caminhos da ciência em um mundo em rápida mudança . Weber,
apresenta seu entendimento na definição de Estado, Ciência, Política para
a transformação social.
Em "Ciência como vocação", Weber analisa como a prática
científica pode ser exercida como vocação, destacando as diferenças
estruturais, organizacionais e de funcionamento dos sistemas acadêmicos
dos Estados Unidos e da Alemanha. Para Weber, a vocação científica é a
condição crescente do conhecimento e da paixão por buscar "a experiência
viva da ciência". A intuição científica surge do trabalho árduo e da paixão
em busca de uma resposta, que será útil para o avanço do conhecimento.
Em seguida, Weber, discute o ponto fundamental do ensaio, que
é o significado da ciência para o mundo moderno. Para ele, a ciência não
leva a um conhecimento compartilhado das condições de vida, mas sim a
conclusão de que os fenômenos são racionais, que eles têm uma explicação
por meio de domínio.
Desse modo, Weber enfatizou a prática científica e sua
contribuição para a vida política e pessoal. Weber diz que seu objetivo é
alcançar a clareza, essa clareza ajuda pessoas a perceber o propósito final
de suas ações, e apresentar as pessoas todos os elementos que podem
interferir na decisão e responsabilizar sua atitude, na construção do
conhecimento e permitir o domínio da vida por meio do conhecimento
como na atividade cotidiana.
O segundo ensaio, "A política como vocação" apresenta o
significado da vocação política e não dos modos de dirigir o poder na vida
prática. Ele considera a direção do agrupamento humano como uma
política, como ele chama o Estado. Para Weber, no caso do Estado, apenas
seus agentes podem utilizar a violência de modo legítimo dentro dos limites
do seu território, pois o Estado seria o único órgão com direito ao uso da
violência.
O poder, para Weber, pode legitimar-se de três formas,
respectivamente as dominações: Legal, Tradicional e Carismática. A
dominação legal, estabelece-se por meio de uma convenção social
estabelecida entre os indivíduos de uma mesma sociedade. Dominação
tradicional, a forma de dominação é conferida pela forma do respeito à
tradição, e dominação carismática, ocorre por meio da capacidade que uma
pessoa tem de mobilizar as massas e liderar as pessoas.
Os políticos desempenham suas atividades de duas maneiras,
Weber distingue entre viver "da" política e viver "para" a política,
distinguindo assim os que possuem uma vocação real. Os que vivem “da”
política teriam fonte de rendas, e quem vive “para” a política tem o poder
de transformar sua ação em seu fim de vida. Para Weber, esta é a
diferença entre as duas categorias de políticos profissionais. Existem três
qualidades determinantes do homem político: paixão, responsabilidade, e
senso de proporção.
Weber caracteriza a vaidade como o inimigo, contra o qual os
políticos devem lutar diariamente, pois a vaidade pode impedi-los de
enfrentar uma causa e uma responsabilidade. Segundo Weber, esses são os
maiores pecados que um político pode cometer em sua carreira.
A ética da convicção e a ética da responsabilidade, que são um
complemento que relacionam-se com o instrumento de violência legítima
com o qual é usado para concretizar as intenções do Estado. O conceito de
Estado é de manutenção da ordem, o que denota uma atitude conservadora
sem se preocupar com a real situação e existência da população. A
preocupação com o poder que deve ser exercido por um grupo privilegiado
eleito dentro de uma estrutura partidária reforça a postura conservadora.
A preocupação com o fim do Estado não é relevante, pois está
condicionada por um código moral e valor que varia em cada cultura. Para
Weber, os políticos são responsáveis por se apropriar dos valores atuais e
legitimar suas posições, com senso de proporcionalidade e
responsabilidade. Neste caso, como para o cientista, preside à sua opção o
código de valores que se considera válido e atual.

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