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AULA 1
CONTEXTUALIZANDO
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relativas ao transporte da máquina, seja através de navio, aeronave ou
caminhão. Inclusive, essa questão será objeto de nosso estudo, quando
tratarmos especificamente dos tipos e particularidades dos modais de transporte.
Os procedimentos executados pelos profissionais envolvidos, desde a
aquisição até a entrega da máquina pelo vendedor no exterior, são
imprescindíveis para que tanto o carregamento no exportador quanto a remoção
até o local de embarque, e posterior entrega no país de destino, garantam a
segurança dos valores envolvidos, especialmente em obediência às regras
internacionais de termos de acordos e questões especiais do transporte.
Observe inicialmente que a logística internacional não é apenas um
transporte, pois envolve procedimentos teóricos e de abrangência internacional,
os quais, se não forem executados de forma segura e plenamente correta,
podem ocasionar prejuízos e até perda de objetos transportados. Por isso,
vamos abordar de forma detalhada as principais condições para que você,
profissional que tenha contato com atividades de logística internacional, possa
ter subsídios suficientes para o sucesso na coordenação de seus trabalhos.
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Tais padronizações são objeto de estudo e práticas de cada uma das
organizações internacionais atuantes nas atividades do comércio internacional,
sendo que as principais delas observaremos a seguir.
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observemos o contexto a seguir para uma melhor compreensão de como uma
crise afeta o setor da logística internacional.
Consideremos que em uma determinada época de um determinado ano,
uma crise a nível global é instaurada, a partir de um acontecimento notável, e
que durante este período existam (como sempre existem) diversas
programações de partidas de navios, saídas de aeronaves e caminhões, de seus
respectivos pontos de origem.
Porém, dependendo da abrangência da crise e de suas características,
as companhias aéreas, bem como os armadores marítimos, podem restringir a
quantidade de veículos nos portos e aeroportos, respectivamente, o que
imediatamente provoca um certo “desespero” no setor industrial e de comércio,
tendo em vista que as programações de saídas e chegadas de cargas passam
a estar comprometidas, o que gera atrasos em produções, falta de produtos em
prateleiras, lojas, supermercados, além de causar desordem nas programações
logísticas, tendo em vista a necessidade de ajustes operacionais.
Quando ocorrem crises, as quais também podem ser regionais, a nível de
continente ou país, as orientações mais seguras são as de que o melhor caminho
a ser seguido passa a ser o da revisão de planejamento, onde embarques que
estavam previstos precisam ser reorganizados, fazendo com que compras e
vendas de produtos, equipamentos etc., passem a ser objeto de cancelamentos
ou postergações a curto, médio e, em alguns casos, a longo prazo. Isso
naturalmente provoca uma onda de efeitos negativos, podendo ser das
seguintes ordens.
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para a nossa área de logística criar novas ferramentas de atuação, como
geração de novas rotas e disponibilidades de veículos em datas
alternativas, para que o efeito ou os efeitos negativos da possível crise,
seja de qual natureza for, causem o menor impacto possível nas retiradas
de cargas de armazéns, fábricas, portos, aeroportos, fronteiras terrestres
e empresas.
b) De ordem logística: os efeitos negativos que as crises podem gerar na
atuação da logística internacional são percebidos com maior incidência
nas demoras de embarques, os chamados atrasos, e consequentemente
nas revisões de schedules (agendamentos). Podemos naturalmente
imaginar que causam impactos de ordem sequencial, isto é, se ocorre um
atraso em um embarque em um determinado porto, aeroporto ou em uma
fronteira terrestre, é fato que haverá atraso na data prevista de descarga
no ponto de destino. Esses atrasos sequenciais geram problemas de
abastecimento nas fábricas e empresas em geral e ocasionam
reprogramações de linhas de produção, entregas de produtos a
consumidores finais, dentre possíveis outras ocorrências. As empresas
em nível geral passam então a atuar sob forças externas contrárias ao
seu comando, de forma que não têm domínio sobre as ações
operacionais. Situações nas quais nós da área de logística internacional
empregamos mais esforços pessoais, como sacrifício de horas extras de
trabalho, finais de semana, datas comemorativas, em prol de busca de
soluções, por meio de contatos com parceiros comerciais e
desenvolvimento de estratégias que possam suprir as falhas causadas
pelas crises.
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embalagens até especificações das condições dos veículos de transporte, dentre
outros fatores.
Abordaremos inicialmente aspectos constantes na legislação aduaneira
brasileira com ligação direta nas atividades da logística internacional.
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federal que define as regras para tal procedimento é a Instrução Normativa da
Receita Federal n. 1984/2020 e a Portaria da Coana n. 72/2020.
Uma vez habilitada no sistema descrito, a empresa poderá realizar suas
importações e a empresa responsável pela prestação de serviços logísticos
exercerá sua função como transportador internacional, dependendo do modal de
transporte (item a ser analisado no tópico 4).
Ainda como responsabilidade do importador, observa-se a necessidade
de cumprimento da legislação denominada Instrução Normativa da Receita
Federal n. 680/2006, a qual disciplina o procedimento do Despacho Aduaneiro
de Importação. Este é a manifestação da carga para a fiscalização da Receita
Federal, após a etapa de transporte na logística internacional ter sido concluída
com a chegada da carga na alfândega onde ocorrerá o referido procedimento
aduaneiro.
Para cumprir os aspectos da legislação pertinentes à logística
internacional, a empresa prestadora do serviço internacional de transporte, ao
atender uma empresa importadora para transportar uma carga para o Brasil,
deve se atentar para suas obrigações relativas ao credenciamento nos sistemas
conforme abaixo.
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O Siscomex Carga é o novo módulo da Receita que registra eletronicamente o controle de
entrada e saída de embarcações e da movimentação de mercadorias nos portos do país,
adiantando às aduanas informações fiscais sobre os produtos, como a NCM (Nomenclatura
Comum da Mercadoria, código utilizado pela Organização Mundial do Comércio – OMC).
Disponível em: <http://intra.serpro.gov.br/noticias/siscarga-entra-em-vigor-sem-sustos>. Acesso
em: 26 abr. 2023.
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2.1.1.2 Transporte aéreo
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TEMA 3 – ATIVIDADES DA LOGÍSTICA NO PLANO GLOBAL
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As primeiras tratativas operacionais entre importador, exportador e
transportador devem envolver impreterivelmente as características gerais e
específicas da carga, considerando necessariamente os itens a seguir.
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3.1.2 Definições de dados físicos da carga
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Para compreendermos de forma mais clara, vejamos como o autor Ronald
Ballou define a atividade de logística:
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embarque, para fins de retirada da carga do local acordado, e entrega no
ponto de fronteira (porto, aeroporto, fronteira terrestre). Nos casos de
exportações brasileiras, o transportador local será uma empresa
prestadora de serviços de transporte rodoviário, para retirada da carga do
endereço informado no Brasil, e entrega na alfândega de embarque e
despacho aduaneiro, (porto, aeroporto, fronteira terrestre).
f) Transportador local, no destino: nos casos de exportações brasileiras, o
transportador no destino será uma empresa prestadora de serviço de
transporte no país de destino da exportação, para retirada da carga na
alfândega, e entrega no importador.
g) Transportador do percurso internacional: prestador de serviço de
transporte internacional, via aérea, marítima ou rodoviária que realize o
trânsito internacional de curso ou longo percurso entre um país e outro,
com seu veículo transportador.
h) Agente de Cargas Internacionais (Freight Forwarder): prestador de
serviço de agenciamento de cargas, o qual adquire o serviço de frete
internacional junto à companhia aérea, armador ou transportador
rodoviário e revende a importadores e exportadores.
i) Outros operadores, conforme a característica do transporte: prestadores
de serviços específicos que atendam necessidades peculiares de cargas
conforme suas características variadas, sendo importantes em situações
de transporte que exijam tipos de mão de obra tecnicamente compatível
com as especificidades da carga, como valor, tamanho, peso, critérios de
manuseio e acomodação, dentre outros, variando carga a carga.
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4.1 Modal de transporte aeroviário
Saiba mais
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A água é o mais antigo meio de transporte utilizado pela humanidade
para o deslocamento de pessoas e mercadorias. Atualmente, conforme
dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (United Nations Conference on Trade and
Development – Unctad, 2014), o transporte marítimo se constitui na
“espinha dorsal” do comércio mundial, sendo responsável por cerca de
80% da movimentação internacional de cargas em volume e por mais
de 70% em valor.
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natural, o que permite a navegabilidade em percursos distantes. Inclusive, o
Porto de Manaus (AM) está disposto no Rio Negro, considerado o maior porto
flutuante do mundo, segundo dados do portal oficial do próprio porto.
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as programações de entrega de matérias-primas ou produtos acabados possam
ser realizadas com a máxima eficiência.
Taylor (2005) cita que é dada muita importância a uma categoria que é a
de software de gerenciamento de ocorrências na cadeia de suprimentos, que
capacita o usuário a definir regras de negócios que são acionadas quando
determinados eventos ocorrem (ou deixam de ocorrer). Essa consideração do
autor é importante, pois reflete a importância do gerenciamento de dados na
Gestão da Cadeia de Suprimentos, para que se minimize ao máximo qualquer
possibilidade de falhas operacionais.
Todas as informações e conhecimentos que observamos nos tópicos
anteriores permitem às empresas prestadoras de serviços logísticos
internacionais executarem a tarefa tecnicamente denominada como Supply
Chain Management, que significa a gestão operacional dos abastecimentos das
empresas, dividindo-se em transporte de matérias-primas, mercadorias
(produtos acabados) e suprimentos para linhas de produção, variando conforme
o tipo de indústria, sempre com auxílio das ferramentas de tecnologia da
informação.
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na busca pelo menor custo logístico total e atendimento ao nível de
serviço acordado entre as partes. (Robles; Nobre et al., 2016).
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Grupo Econômico: esta modalidade de associação reúne duas ou mais empresas, com
personalidades jurídicas diferentes, para atuar de forma organizada em busca de objetivos
comuns ou interesses integrados. Para configurar o grupo econômico, é necessário haver uma
relação de coordenação entre as empresas participantes. Disponível em:
<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conheca-as-vantagens-de-fazer-parte-
de-um-grupo-economico,0155b8d91cc84810VgnVCM100000d701210aRCRD>. Acesso em: 26
abr. 2023.
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É necessária tal precisão de atividades para que as programações de
coleta de cargas, transportes e procedimentos alfandegários possam ser
executados sempre mediante reuniões operacionais integradas entre todos os
participantes da cadeia logística, o que permitirá ao prestador de serviços de
transporte a mais ágil tarefa de coordenação de reservas de espaços em navios,
aeronaves e caminhões, além dos cuidados relativos às quantidades pré-
programadas de mercadorias a serem transportadas e entregues em locais e
datas preestabelecidas, muitas vezes em programações anuais, semestrais,
mensais, variando conforme as especificações de cada projeto.
Uma prática eficaz que permita a integração das informações entre todos
os participantes, a saber: comprador, fornecedor, transportador e prestador de
serviços conexos, como seguradora, agente internacional de cargas,
despachante aduaneiro, dentre outros, é essencial. Isso pode ser feito
eletronicamente, isto é, mediante a utilização de um ERP (Enterprise Resources
Planning), um Sistema Integrado de Gestão Empresarial.
Essa definição de Sistema Integrado, na prática, significa um software
capaz de reunir informações de todos os participantes do processo logístico,
garantindo aos participantes uma mesma fonte de dados segura e eficaz sob o
ponto de vista de obtenção e troca de informações necessárias e pertinentes
para a eficiência e eficácia do processo logístico, desde a retirada de uma carga
em um país, envolvendo também o transporte internacional e procedimentos
alfandegários de exportação e importação, além da entrega no estabelecimento
importador.
TROCANDO IDEIAS
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linhas de produção, datas de embarques em veículos como aeronaves e navios
nos mais variados portos e aeroportos ao redor do globo.
Assim, propõe-se que seja prospectada uma situação em que uma
empresa fabricante de componentes eletrônicos, situada na Ásia, seja a
fornecedora de insumos para uma montadora de automóveis no Brasil, e que
nós sejamos os responsáveis pela coordenação da logística internacional que
faça com que os insumos sejam entregues nos prazos preestabelecidos junto à
montadora, de forma que o Supply Chain Management ocorra sob o mais seguro
procedimento prático.
Nesta prospecção, considere sua ocupação profissional como parte
indispensável nesta atividade de logística internacional, aplicando as
ferramentas de conhecimentos observadas, para servirem de parâmetros de
auxílio de entendimento e aprendizado e, outros momentos.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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de cargas internacionais no país, para em seguida tratarmos de dados da
logística no plano global com suas interferências em procedimentos
empresariais, no que se refere às movimentações de cargas dos mais variados
tipos, envolvendo também os Termos de Acordos Internacionais (Incoterms).
Observamos a relevância indispensável do conhecimento sobre os
aspectos de natureza teórica e prática nos assuntos relativos às definições e
orientações técnicas pertinentes às operações dos modais de transporte, fatores
estes preponderantes na coordenação de atividades da logística internacional.
Com teor de importância também indispensável, tratamos dos aspectos ligados
às questões da Gestão da Cadeia de Suprimentos a nível internacional, expondo
a significância desta forma de gestão para a obtenção de resultados capazes de
proporcionarem o sucesso operacional em atividades de logística no âmbito e
alcance internacional.
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REFERÊNCIAS
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GABARITO
Solução esperada:
A agilidade operacional, considerando prazo menor em relação ao
transporte no modal aquaviário marítimo, bem como a melhor condição de
armazenamento da carga com menor propensão a avarias, é considerada uma
vantagem na escolha do modal aeroviário quando comparado a outro.
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LOGÍSTICA INTERNACIONAL
AULA 2
CONTEXTUALIZANDO
2
deparam-se com modelos mais flexíveis, que visam atender um cliente mais
exigente em diferentes partes do globo.
Essa transição de produções enxutas para customizadas faz com que
conceitos de competitividade sejam modificados, e que novos modelos,
preocupados com qualidade, produtividade e flexibilidade, surjam como
alternativa de negócio.
Novas ferramentas logísticas tornam-se essenciais para empresas que
atuam no mercado internacional. Certamente, aquelas que souberem agregar
valor a essas operações, propiciando melhor eficiência na cadeia, terão
naturalmente um diferencial estratégico.
O incremento do comércio internacional ocasionou a necessidade de
meios de transportes e respectiva infraestrutura mais ágil. Essa realidade vem
modificando o quadro na movimentação de fluxos materiais e gerando forte
modernização desses fluxos, bem como modernizando o setor de transportes,
para que este elo da cadeia não se torne uma barreira, mas um ponto
solucionável dentro do cenário internacional.
O desenvolvimento do conceito de logística como atividade, além da
simples movimentação de produtos, transportes e estoques, vem se tornando
fundamental para otimizar os fluxos logísticos, integrando fornecedores,
distribuidores e demais elos da cadeia com o objetivo de satisfazer as
necessidades dos clientes em qualquer parte do globo.
Com a redução de quadros inflacionários em grande parte do mundo, as
empresas começaram a pensar na redução de custos como forma de voltar a
serem competitivas, tendências que também podem ser percebidas no Brasil,
onde o corte de custo passou a ser essencial para impulsionar as organizações,
sendo a logística uma das principais ferramentas que possibilita esse ajuste.
3
Saiba mais
O PIB é a somatória de todos os bens e serviços produzidos, durante um
ano ou trimestre, por um país, estado ou cidade. Como é um índice econômico,
o PIB serve como um termômetro do crescimento nacional (Jehniffer, 2020).
Saiba mais
ROBLES, L. T.; NOBRE, M. Logística internacional – Uma abordagem
para a integração de negócios. Curitiba: InterSaberes, 2016.
4
de mercado por meio da competitividade, e da eficiência, portanto a
consequente melhora nos resultados.
1.1 Armazenagem
5
Saiba mais
Plano Nacional de Logística e Transportes – PNLT
O PNLT foi desenvolvido pelo Ministério dos Transportes – MT, em
cooperação com o Ministério da Defesa – MD.
O objetivo é formalizar e perenizar instrumentos de análise, sob a ótica da
logística, para dar suporte ao planejamento de intervenções públicas e privadas
na infraestrutura e na organização dos transportes, de modo que o setor possa
contribuir efetivamente para a consecução das metas econômicas, sociais e
ecológicas do país, em horizontes de médio a longo prazo, objetivando o
desenvolvimento sustentado.
Trata-se, essencialmente, de plano indicativo, em processo de
reavaliação periódica, que permitirá visualizar o necessário desenvolvimento do
setor de transportes, de acordo com as demandas futuras, resultantes da
evolução da economia nacional e sua inserção no mundo globalizado (Ministério
da Infraestrutura, [S.d.].
Saiba mais
O Portal da indústria apresenta um conjunto de definições relativas ao
conceito da Indústria 4.0, muito interessante e que desperta interesse em
entendê-lo, portanto vejamos a seguir seu conteúdo acessando o link a seguir:
INDÚSTRIA 4.0: entenda seus conceitos e fundamentos. Portal da
Indústria, S.d. Disponível em: <https://www.portaldaindustria.com.br/industria-
de-a-z/industria-4-0/>. Acesso em: 25 abr. 2023.
1. Inteligência artificial;
2. Computação em nuvem;
3. Big data;
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4. Cyber segurança;
5. Internet das coisas.
Saiba mais
Veja as explicações no link a seguir:
INDÚSTRIA 4.0: entenda seus conceitos e fundamentos. Portal da
Indústria, S.d. Disponível em: <https://www.portaldaindustria.com.br/industria-
de-a-z/industria-4-0/>. Acesso em: 25 abr. 2023.
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Taylor (2005) afirma que, com exceção da entrega dos produtos
propriamente dita, todas as funções da cadeia de suprimentos podem ser
realizadas de maneira mais rápida, barata e precisa pela internet.
Cada empresa tem sua política de informações, e cada vez mais com
critérios relativos a compartilhamento dos dados pertencentes a elas, inclusive
dadas as questões de estratégias empresariais. Em várias empresas, os
profissionais são submetidos a firmarem compromissos de manterem os dados
apenas no convívio da empresa, e sem a possibilidade de transferi-los para
quem quer que seja do meio externo, ou, quando isso se faz possível, sempre
ocorre conforme as regras particulares de cada companhia.
De forma mais abrangente em relação aos aspectos práticos da logística
internacional, temos as ferramentas de comunicação dos Sistemas de
Informações Gerenciais, disponibilizados para atenderem às programações de
veículos de transporte, bem como às programações de produções em indústrias.
Essas questões permitem a elaboração de estabelecimentos de rotas de
coletas de cargas, disponibilidade de veículos com características necessárias
para atendimento às especificações de cargas, e de acordo com as obrigações
assumidas junto aos clientes, aqui fazendo referência às empresas prestadoras
de serviço de transporte em nível internacional.
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Taylor (2005) menciona que a internet conseguiu se transformar em um
meio de comunicação imensamente aprimorado para a coordenação do trânsito
de produtos.
Imagine que uma carga com uma mercadoria adquirida por uma empresa
Brasileira está na Alemanha, e que a comunicação é dificultada pela barreira do
idioma, além da distância geográfica. Nesse caso, as soluções passam pela
comunicação eletrônica entre exportador, importador e atuantes no transporte
internacional, os quais realizam a logística internacional propriamente dita, por
meio da troca de documentos relativos às instruções de embarque no país de
origem e trâmites internacionais aos quais a carga estará submetida.
Nas cargas do modal aeroviário, o Brasil tem o Sistema Gerenciador
Mantra (Manifesto de Trânsito), disponibilizado pelo Serpro (Serviço de
Processamento de Dados do Governo Federal), no qual as empresas aéreas
responsáveis pela entrada da carga no Brasil inserem os dados relativos à sua
identificação, como Razão Social do importador, peso bruto da carga,
quantidade de volumes, aeroporto de origem, data de embarque e aeroporto de
descarga, com as respectivas datas.
A seguir, há uma tela de visualização do referido sistema eletrônico
(Mantra), o qual é acessado mediante cadastro prévio do usuário junto à Receita
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Federal do Brasil, porém também é importante considerar que esse sistema tem
previsão de ser descontinuado no ano de 2023, ainda sem data específica para
esse procedimento.
O acesso ao sistema é via internet, por meio do certificado digital de
pessoa física, desde que habilitada junto à Receita Federal para o acesso.
Saiba mais
Acesse o link a seguir, em que temos o mesmo print de tela do Sistema
Mantra, porém com observações detalhadas:
SERPRO. Disponível em: <https://hod.serpro.gov.br/a83016cv/>. Acesso
em: 25 abr. 2023.
Obs.: o acesso é permitido apenas por CPF previamente cadastrado na
Receita Federal, com permissão de acesso.
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O campo HAWB significa House Air Way-bill, que é o número do
documento denominado Conhecimento de Embarque da Companhia Aérea que
realizou o frete internacional e que identifica a carga durante todo o transporte
internacional e também na alfândega brasileira onde ocorrerão os trâmites
alfandegários para nacionalização da mercadoria transportada.
A seguir, explicações dos campos do Sistema Mantra:
Print acima: URF significa Unidade da Receita Federal (por onde a carga
entrou), que, neste caso da tela, foi 0917700 para o Aeroporto de Viracopos.
INF informa a data da chegada da carga, com horário, quantidades de
volumes, peso bruto, enquanto o Termo é um número de controle gerado pelo
sistema para o Manifesto de Carga, já o RA significa Recinto Alfandegado, que
é a parte do Terminal de Carga onde a carga está (neste caso, 8921101, que
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pertente à empresa concessionária do Aeroporto de Viracopos, que é a
Aeroportos Brasil Viracopos S.A).
Saiba mais
Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior, desenvolvido pelo
Serviço de Processamento de Dados do Governo Federal em 1997. Comporta
todas as atividades de importação fiscalizadas pela Receita Federal nas
alfândegas de entrada e saída (importação e exportação).
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vista que as avarias podem ter ocorrido em qualquer momento da viagem
internacional.
Saiba mais
Está na iminência de substituição do Sistema Gerenciador Mantra.
Figura 3 – Print de tela de acesso do novo sistema que integra o Projeto NVI
15
Especificamente sobre o CCT – Controle de Cargas e Trânsito, é
importante considerar o dinamismo e a agilidade operacional que ele irá
proporcionar ao fluxo logístico de cargas, tendo em vista a necessidade de
inserção de dados sempre antecipados por parte da Companhia Aérea, o que
facilita muito a operação de manuseio de cargas na alfândega.
Saiba mais
Até a elaboração desse conteúdo, o Novo Sistema CCT da Receita
Federal ainda não havia sido implementado no modo produção (isto é, modo de
uso), por isso disponibilizamos o link a seguir, no qual consta o conteúdo
completo de utilização do novo sistema, o qual será acessado via internet, pelo
Portal Único Siscomex.
Link para o manual funcional do Sistema CCT:
PORTAL ÚNICO SISCOMEX. Manual CCT Importação Modal Aéreo.
Siscomex, [S.d.]. Disponível em: <https://www.gov.br/siscomex/pt-br/arquivos-
e-imagens/manualcctimportao.pdf>. Acesso em: 25 abr. 3034.
Saiba mais
Saiba mais
RECEITA FEDERAL. Aduana e Comércio Exterior. Disponível em:
<https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/aduana>. Acesso em: 25 abr.
2024.
16
Nas cargas de importações brasileiras, o transportador internacional
(armador marítimo), por meio de parceria comercial com empresas denominadas
Agências Marítimas, realiza então as inserções dos dados no sistema eletrônico
acima descrito, para que o importador brasileiro possa ter acesso aos dados da
carga, como: data de embarque e desembarque, porto de origem e destino,
identificação do exportador e importador, além de identificação da carga com
dados específicos, como peso bruto, quantidade e tipo de volumes, metragem
cúbica da carga, e informações adicionais, que podem variar conforme o tipo de
carga, além dos valores de composição do frete internacional, e data de emissão,
a qual deverá coincidir com a data de saída do navio no porto de embarque no
destino.
Nas cargas de exportações brasileiras, o transportador internacional
(armador marítimo), por meio das empresas denominadas Agências Marítimas,
realiza as inserções dos dados no sistema eletrônico acima descrito, relativos
aos dados de embarque em porto brasileiro, com a responsabilidade de lançar a
comprovação do embarque da carga, e saída do navio tão logo esta ocorra no
porto de origem no Brasil, para que a carga possa ser manifestada na condição
de Carga Completamente Exportada no referido sistema.
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Figura 4 – Print de página do Trânsito Aduaneiro da Siscomex
18
Documento de Trânsito Aduaneiro, no qual a carga permanece sob a guarda da
Receita Federal, desde o início até o final do percurso, a saber:
19
Despacho Aduaneiro de responsabilidade do importador, conforme previsto na
federais Instrução Normativa da Receita Federal n. 680/2006.
Saiba mais
Seguem links para acesso às legislações citadas neste tópico.
1. IN/RFB 248/2002 (trânsito aduaneiro)
BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa SRF n. 248,
de 25 de novembro de 2002. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 27 nov. 2002. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15125&vi
sao=anotado>. Acesso em: 25 abr. 2023.
2. IN/RFB 680/2006 (despacho aduaneiro de importação)
BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa SRF n. 680,
de 2 de outubro de 2006. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 5 out. 2006. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15618>.
Acesso em: 25 abr. 2023.
3. IN/RFB 1702/2017 (despacho aduaneiro de exportação)
20
BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa RFB n. 1702,
de 21 de março de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 23 mar. 2017. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&
idAto=81483>. Acesso em: 25 abr. 2023.
21
4.1 Estratégias para definição de parâmetros de comparação de valores
de fretes
23
Exemplo: a venda de um serviço de frete internacional precisa ser
realizada mediante a observação da prática dos valores desse serviço pelo
mercado de venda de frete internacional, ou seja, por mais que a aquisição desse
frete tenha gerado um custo ao agente vendedor, é necessário que o valor de
venda seja fundamentado tanto na possibilidade de aferição de lucro quanto
esse lucro esteja numa escala de valores que não ultrapasse a prática
convencional do mercado.
Caso seja necessário ultrapassar, que seja feito de forma transparente
com o cliente, gerando confiança e tornando a logística um diferencial
competitivo sólido e pensado a longo prazo. Isso potencializa que adquirente do
serviço volte a requisitá-lo ao fornecedor de forma sequencial.
24
Citação dos elementos dos custos logísticos
Os custos logísticos são formados, basicamente, por quatro elementos:
1. Processamento de pedidos;
2. Armazenagem;
3. Estocagem;
4. Transportes.
Componente: %
Processamento: 29
Recursos Humanos: 33
Materiais: 25
Outros: 13
Total: 100
25
5.2.1 Indústrias
26
Saiba mais
Cabe ressaltar uma diferença entre produto e mercadoria: produto é
aquele que a Indústria coloca finalmente para venda; mercadoria é o mesmo
produto que chega para ser comercializado ao cliente final.
Compreende-se com isso que o controle dos custos, para que seja
gerenciado com eficácia, demanda uma profunda análise no todo do projeto
logístico da empresa, de modo que se obtenha resultado positivo e efetivamente
prático sob o ponto de vista tanto financeiro quanto econômico.
Consideração importante
É importante observarmos duas definições determinantes na gestão de
processos, que são os custos fixos e custos variáveis.
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TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
30
GABARITO
Solução esperada
Para solucionar essa questão, primeiramente necessitamos raciocinar
sob o ponto de vista de quem “paga a conta”, que é o Departamento Financeiro,
o que permite o raciocínio que nos faz imaginar situações surpresas, como
receber uma fatura que não estava na programação de pagamentos para o mês.
Por isso, a importante relevância da combinação dos três fatores, como
as cotações dos serviços logísticos a serem contratados justamente para
provisionamento financeiro de acordo com o que foi predefinido nas cotações e
orçamentos, pois o Setor Financeiro se programará de acordo com as
disponibilidades monetárias que lhe couber, porém sempre baseado nas
informações recebidas do Departamento de Logística, que é o
contratante/adquirente do serviço terceiro de logística.
Em relação aos budgets, é importante frisar que o Departamento
Financeiro e a Alta Direção normalmente são os que definem a composição
dessa ferramenta de auxílio à administração, pois os departamentos da empresa
terão um leque de opções em termos de valores por períodos preestabelecidos,
os quais a nortearão em relação às aquisições de serviços, ou produtos e
mercadorias que cada departamento tenderá a praticar.
O setor de logística, ao receber seu budget para o período previamente
definido, deverá se programar para executar as compras e as aquisições de seus
serviços mediante cotações, de forma que sejam atendidos os valores
preestabelecidos no budget pela Diretoria, com o Departamento Financeiro.
A formação dos BIDs supre a necessidade de se buscar o melhor preço
para a prática de determinado serviço, considerando que, se há um budget a
ser seguido, a composição dos BID´s (variam na sua duração em termos de
tempo, mas na Logística, nunca ultrapassam 2 anos de extensão, ou seja, é um
período já conhecido no meio de negócios da logística internacional) definindo
parâmetros, como qualidade do serviço esperado na contração, valores, formas
de pagamento, entre outros.
31
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
AULA 3
CONTEXTUALIZANDO
2
TEMA 1 – ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO OPERACIONAL DAS ATIVIDADES DA
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
3
• O manuseio e movimentação de materiais visam garantir o fluxo interno
de materiais, tornando os custos dessa atividade os menores possíveis,
com a utilização de força humana ou motorizada.
• A manutenção de informações visa garantir que os cadastros de
materiais, fornecedores e clientes estejam sempre atualizados, para que
a qualidade do serviço seja sempre a mais alta possível.
4
caso a empresa não os tenha. Esses são os aspectos mais comuns na
recepção de mercadorias ou equipamentos importados.
Saiba mais
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é um código numérico utilizado
para identificar mercadorias importadas e exportadas. No caso de importação,
esses códigos são usados para adequar o produto importado à tabela de
tributação específica para aquele bem. Por exemplo, a importação de parafusos
de aço utiliza o código NCM 7318.15.00.0, que possui uma tabela de divisão de
tributação para imposto de importação (IPI, PIS, Cofins) e ICMS, seguindo as
regras estaduais.
A NCM é composta por oito dígitos e tem sua origem na Organização
Mundial do Comércio (OMC). A partir de 1985, adotou-se o Sistema
Harmonizado (Harmonized System), composto por seis dígitos, com os dois
dígitos adicionais do Mercosul para facilitar a compreensão no bloco econômico.
No Brasil, com o início do Mercosul em 1991, passou-se a utilizar a NCM
para questões tributárias entre os países membros do bloco.
5
1.1.1 Análise do ambiente (externo)
6
“venda” no mercado de capitais, fazendo com que a moeda americana
novamente tenha seu valor acrescido pela lei da oferta e da procura, e assim se
mantenha o câmbio “sob controle” aos interesses do Bacen.
Em contrapartida, haveria nesse mesmo cenário um menor custo para as
importações brasileiras, pois toda a paridade que se faz na importação é em
relação à moeda americana, que serve como balizadora das transações
internacionais brasileiras. Então, a cotação desta estando em alta faz com que
a saída de reais seja maior nas importações.
Além disso, a Base de Cálculo dos Impostos na Importação (II = Imposto
de Importação, IPI = Imposto sobre Produtos Industrializados, Pis-Pasep e
Cofins) é calculada mediante a conversão do valor da importação, de acordo
com a variação cambial do dia do recolhimento dos impostos (Registro da
Declaração de Importação, conforme rege a Instrução Normativa n. 680/2006).
Dessa forma, se tivermos, por exemplo, uma importação com o custo de
USD 100.000,00, o importador, por meio do seu despachante aduaneiro, irá
converter esse valor em reais pela conversão do dólar do dia do recolhimento
dos impostos e, então, sobre o resultado obtido, calcular os impostos conforme
as classificações fiscais das mercadorias importadas.
Em relação à política econômica internacional, as interferências e
influências percebidas nas análises do ambiente externo dizem respeito às
Normas Internacionais de Regras para Comercialização de Mercadorias, como
as determinações da OMC quanto à prática de preços de certos produtos nas
transações internacionais, sem que essa prática de preços prejudique a Indústria
local do país importador, pois a regra básica e principal da OMC é justamente
que o comércio internacional não se interponha de forma veemente nas
produções locais e regionais, justamente para favorecer a expansão e a
produção de cada país.
A intervenção da OMC, porém, precisa acontecer para definir as regras
entre os países de modo que as compras e as vendas entre estes sejam justas
e transparentes, pois o chamado dumping, que é a prática de preço abaixo do
necessário (diante do custo que o país importador teria para produzir
determinada mercadoria importada), é um dos maiores cuidados que a OMC tem
ao analisar as reclamações de países que a ela se dirigem apresentando
questões de concorrências indevidas por outros que demandam menor escala
7
financeira para a produção de bens que poderiam ser produzidos no país
importador, porém com um custo maior exatamente pela complexidade da
economia do país comprador.
Se tomarmos o Brasil como exemplo na condição de importador, podemos
citar uma empresa produtora de brinquedos que tem um custo de R$ 150,00
para fabricar um produto no Brasil e uma loja que importa o mesmo brinquedo
por R$ 100,00, ou seja, está ocorrendo o dumping, que é a prática de preço
abaixo do custo nacional para a produção.
Como o Custo Brasil é um dos mais altos do mundo em virtude da carga
tributária, o dumping é muito comum nas importações, momento em que o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) cria as
barreiras chamadas de antidumping, que são medidas que fixam taxas ao
importador; nesse caso do brinquedo, por exemplo, a diferença de R$ 50,00 teria
que ser recolhida ao Fisco Brasileiro como forma de compensação pela causa
do dumping à Indústria Brasileira.
8
1.3 Formulação estratégica
9
1.4 Implementação
1.5 Controle
Essa etapa pode parecer simples de ser executada, mas não é. É parte
da obrigação empregar total concentração e análise técnica sobre o trabalho
iniciado em termos de transportes, a fim de observar os seguintes
procedimentos:
10
Para corroborar essa afirmação, Morais (2015) afirma que o planejamento
estratégico é afetado por fatores externos (exógenos) e internos (endógenos).
Os fatores externos são incontroláveis, mas devemos avaliar seus impactos e
definir ações para minimizá-los (no caso de ameaças) ou aproveitá-los (no caso
de oportunidades).
O autor também destaca que os fatores exógenos incluem os econômicos
(crescimento, inflação, emprego), os regulatórios e os tecnológicos (máquinas,
informática, materiais), bem como os competitivos (concorrentes,
consumidores). Entre os regulatórios, podemos citar as ações do Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), relacionadas aos
padrões de pesos e medidas, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), que regulamenta produtos e serviços relacionados à saúde, entre
outros.
Morais (2015) relata que, entre os fatores internos ou endógenos, que são
variáveis controladas pela empresa, estão a capacidade instalada de produção,
os volumes de estoque e o tempo de processos. Ele conclui afirmando que com
essas duas dimensões é possível estabelecer os objetivos de longo prazo e
definir quais investimentos e melhorias são necessários na área operacional
para alcançá-los.
11
de produção e controle de estoque utilizado, como Kanban, Just in Time ou
outros.
Analisando por outra perspectiva, a logística é fundamentalmente
responsável pelo sucesso operacional, uma vez que sua atuação influencia a
produção, as vendas, as compras, as remoções de cargas e equipamentos, entre
outros fatores.
Sob o ponto de vista econômico, é necessário afirmar que o processo de
aquisição de serviços de transporte e vendas permite às companhias gerenciar
informações de mercado, incluindo a presença de seus concorrentes. Isso
garante que a logística, ou os processos logísticos da empresa, sejam fontes de
informações relevantes para as decisões empresariais.
Isso ocorre porque o acompanhamento das mudanças no mercado é
realizado pelo pessoal da área de logística, por meio da obtenção de dados
referentes aos fornecedores dos concorrentes. Na maioria dos casos, esses
fornecedores são players de mercado que atendem a várias empresas
compradoras, ou seja, essas empresas são concorrentes diretas, o que permite
à empresa acompanhar as aquisições de produtos de seus concorrentes em
alguns casos.
Essa percepção possibilita que as empresas estabeleçam parâmetros
para o gerenciamento de dados, como planos de marketing ou outras ações de
venda, já tendo conhecimento do que seus concorrentes estão adquirindo. Isso
ocorre porque, em muitos casos, os fornecedores são comuns entre algumas
empresas. Para ilustrar e ajudar a compreender, podemos citar algumas delas,
por exemplo:
12
2.2 Diagrama de Ishikawa
13
3.1 Características das cargas especiais
2Ro-Ro (Roll-on Roll-off): são navios utilizados para carga seja, carga que é movimentada para
dentro do navio, sem equipamentos, como veículos prontos, máquinas agrícolas e animais vivos
(Robles et al., 2016).
14
Também é possível transportar cargas especiais em outros tipos de
navios, como navios porta-contêineres, que possuem dimensões elevadas e são
capazes de atender a uma variedade de tipos de carga.
Cargas que exigem transporte sem o uso de contêineres, devido a suas
dimensões, muitas vezes são transportadas no convés do navio (parte superior
do navio) ou no porão, onde há espaço para acomodar cargas maiores do que
as acomodadas em contêineres especiais.
Saiba mais
Para mais informações, é possível consultar a obra Logística
Internacional: uma abordagem para integração de negócios, de Robles e Nobre,
que classifica os tipos de navios da seguinte forma:
Os tipos de navios são classificados usualmente como:
• Ro-Ro (Roll-on Roll-off): são navios utilizados para carga rolante, ou
seja, carga que é movimentada para dentro do navio, sem auxílio de
equipamentos, como veículos prontos, máquinas agrícolas e animais vivos.
• Multipropósito: navios projetados para atender a diferentes cargas. Em
geral, atendem cargas especiais ou de projeto, como pás eólicas.
• Graneleiros: navios que acondicionam granéis sólidos (bulk carriers) ou
granéis líquidos (navio tanque ou tankers). São navios para um ou mais
produtos.
• Porta-contêineres (full container ship): são navios concebidos para
transportes de contêineres, com números de slots (berços de acomodação do
contêiner) que definem a capacidade em TEUs (Twenty Feet Equivalent Unit),
unidade de medida referente a um contêiner de 20 pés.
Os navios são classificados por tamanho e o tamanho dos navios é
medido em TBR (tonelagem bruta rebocada) ou DWT (Deadweight Tonnage),
que corresponde ao peso total que o navio desloca, incluindo carga, combustível,
óleo, tripulação, peças sobressalentes, suprimentos, água potável e água de
lastro. O peso é expresso em toneladas métricas (1000 kg) (Robles et al., 2016).
15
de transporte, para que as providências necessárias para a coordenação
adequada da carga possam ser tomadas e seguidas em todos os aspectos.
No transporte aéreo de cargas especiais, também é adotada uma prática
muito bem definida, envolvendo tratativas com o setor de cargas da companhia
aérea responsável pelo transporte, além de tratativas operacionais com os
aeroportos de origem e destino. Também é comum ocorrer o transporte de
cargas especiais em voos charter, que são voos exclusivos para determinadas
cargas, ou seja, quando a aeronave é reservada/fretada especificamente para o
transporte de uma carga específica devido a uma razão justificável.
16
comunicação entre os operadores de transporte, que pode causar falhas
operacionais.
Quando ocorrem falhas operacionais, especialmente por falta de
comunicação ou comunicação equivocada entre os participantes de um projeto
de transporte de cargas especiais (e qualquer tipo de carga), isso pode resultar
na perda de embarques em aeronaves ou navios, acarretando custos logísticos
elevados e transtornos em datas estipuladas nos cronogramas operacionais,
tanto para o remetente quanto para o destinatário da carga.
17
Algumas das características especiais presentes em cargas de curta ou
longa distância podem ser observadas, por exemplo:
Dimensões maiores do que os equipamentos de acondicionamento.
Nesse caso, estamos falando de cargas que possuem tamanhos
(dimensões) maiores do que os contêineres utilizados no transporte marítimo ou
até do que os contêineres aéreos, como os D-contêineres, que são caixas
metálicas com dimensões limitadas. Isso exige que o solicitante do serviço de
frete esteja atento a esses detalhes ao solicitar o serviço de um armador
marítimo ou companhia aérea.
As condições físicas das cargas são extremamente importantes para
determinar corretamente o tipo de veículo e equipamento a ser utilizado no
transporte. Isso também é um fator determinante do custo do serviço, devido às
condições específicas que a mercadoria, bem ou equipamento requerem durante
o transporte.
Controle de temperaturas e sensibilidade à compartilhamento de espaço
com outros tipos de cargas, restrições de acomodação sob outras cargas
também são fatores relevantes e indispensáveis na elaboração do estudo de
viabilidade do transporte de cargas. Nesses casos, pode ser necessário
contratar serviços auxiliares de terceiros, como reposição de gelo seco em
cargas de medicamentos ou substâncias médicas durante o transporte de longa
distância, entre outras atividades extras.
Outra categoria de carga considerada especial, conhecida como carga
projeto, é a carga de produtos químicos, que requer aplicações muito específicas
em termos de segurança para as pessoas envolvidas no manuseio e transporte,
além de exigir máxima atenção aos procedimentos para evitar avarias,
especialmente em casos de vazamentos e riscos externos, como contaminações
e incêndios.
As cargas de produtos químicos possuem especificações particulares
devido às diferentes classificações dos tipos de carga, exigindo conhecimentos
específicos sobre padrões de embalagem, tipos de veículos e capacitação
profissional para os motoristas e operadores envolvidos no manuseio das
cargas.
Para cumprir as regras de transporte dessa categoria de carga, é
recomendável fazer uma pesquisa prévia nas literaturas disponibilizadas pelos
18
órgãos governamentais responsáveis pela fiscalização, como a Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), principalmente no caso de
transporte rodoviário, pois, por exemplo, para uma carga chegar a um aeroporto
ou porto, é necessário passar pelo modal rodoviário desde a origem até o ponto
de embarque internacional.
Também é fundamental realizar uma pesquisa prévia da literatura técnica
para qualquer transporte rodoviário, recomendando o acesso ao portal da ANTT,
bem como seguir as determinações da IATA (International Air Transport
Association – Associação Internacional de Transporte Aéreo) para transporte
químico no modal aéreo, que é bastante restrito, e as regras para transporte
marítimo, conforme disponibilizadas pela Marinha do Brasil. Seguem abaixo os
links para consulta:
No modal aquaviário marítimo, é necessário observar as regras
internacionais estabelecidas pela IMO (International Maritime Organization), que
é a Organização Marítima Internacional vinculada à ONU (Organização das
Nações Unidas). A IMO determina as regras para o transporte de cargas
perigosas por meio do transporte marítimo, incluindo seus aspectos técnicos de
segurança.
Saiba mais
Como auxílio, a seguir está o link da ANTAQ (Agência Nacional de
Transportes Aquaviários), que segue as regras estabelecidas pela IMO para
regulamentar as atividades de transporte marítimo de produtos químicos.
• Portal da ANTT: <https://portal.antt.gov.br/resultado/-
/asset_publisher/m2By5inRuGGs/content/id/383646>. Acesso em: 25 jul. 2023;
• Portal do CNEM e Marinha do Brasil:
<http://appasp.cnen.gov.br/seguranca/transporte/documentos/DPC-Marinha-
NORMAM-29.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2023;
• Portal da IMO: <https://www.imo.org>. Acesso em: 25 jul. 2023;
• Portal da ANTAQ: <https://www.gov.br/antaq/pt-br/assuntos/meio-
ambiente/Manualdetalhadodeinstalacoesportuariasparaarecepcaoderesiduos.p
df>. Acesso em: 25 jul. 2023.
19
Naturalmente, cada transporte requer cuidados e práticas técnicas
compatíveis com as especificações das cargas. Portanto, é importante entender
que o transporte não deve ser subestimado como uma simples atividade, pois é
tão importante quanto qualquer outra etapa da cadeia logística, desde a
produção até a entrega ao consumidor final. Isso se aplica tanto ao transporte
nacional quanto ao internacional.
20
É importante mencionar que detalhes da composição e obrigações legais
para a confecção e elaboração dos documentos estão disponibilizados em
conteúdos posteriores, para uma melhor organização de tópicos das etapas e
direcionamento do aprendizado de forma tecnicamente separada em blocos de
assuntos peculiares ao dia a dia dos profissionais da logística.
21
4.1.2 Modal aquaviário
22
determinado produto para usufruir de benefícios fiscais em casos específicos de
importações entre países-membros de blocos econômicos, como o Mercosul.
De acordo com Morais (2015), o modal rodoviário é adequado
principalmente para o transporte de produtos acabados e semiacabados, ou
seja, produtos que já tenham um valor agregado. Apresenta a possibilidade de
trabalhar tanto com pequenos volumes ou carga fracionada (Less Than
Truckload – LTL), quanto com carga fechada, ou seja, sua capacidade máxima
destinada a um único cliente (Truckload – TL).
O mesmo autor, Morais (2015), argumenta que o transporte rodoviário é
adequado para curtas distâncias, um máximo de 500km. É um modal de
transporte que apresenta simplicidade no atendimento às demandas, pela
flexibilidade de rotas e pela agilidade no acesso à carga.
Saiba mais
Tanto nas importações quanto nas exportações, a aduana brasileira exige
documentos eletrônicos gerados no Sistema de Comércio Exterior (Siscomex)
pelos importadores e exportadores ou por seus representantes legais
(assessores, despachantes aduaneiros), tais como:
• Importação:
○ Licenciamento de Importação (normal e simplificado);
23
○ Declaração de Importação (normal e simplificada).
• Exportação:
○ Registro de Exportação;
○ Declaração de Exportação (normal e simplificada).
O Siscomex “foi criado pelo Decreto n. 660 de 25/09/1992 e é um sistema
informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle
do comércio exterior, permitindo o fluxo único de informações por meio de
computadores. Todos os importadores, exportadores ou agentes credenciados
têm acesso a um software Siscomex com interface gráfica, utilizado para
elaborar os documentos eletrônicos de importação e realizar as transmissões
para o computador central” (Segre et al., 2012).
24
O tratamento administrativo de uma mercadoria pode ser verificado
diretamente no site da Receita Federal (<www.receita.fazenda.gov.br>) ou em
softwares comercializados no mercado que facilitam essa consulta.
Como terceira ação, deve-se analisar os documentos de importação, a fim
de verificar se estão de acordo com a legislação específica para cada um deles
— no caso, o Decreto Executivo n. 6759/2009, arts. 553 a 563, entre outras
exigências legais, sendo essa a principal delas.
O quarto passo é coordenar o embarque, verificando se o agente de
cargas, armador marítimo ou companhia aérea está cumprindo as exigências em
termos de peso da carga e quantidade de volumes/embalagens solicitados.
A quinta ação diz respeito à recepção da carga no Brasil, para as
providências de despacho aduaneiro, conforme observado na Instrução
Normativa n. 680/2006.
A sexta tarefa é a nacionalização do bem importado: regularização da
situação tributária da importação, como o recolhimento dos impostos incidentes
na importação, os quais, em regra geral, são o Imposto de Importação, IPI, PIS,
Cofins e ICMS — os quatro primeiros, por serem de controle federal, estão
dispostos no Decreto Executivo n. 6759/2009, arts. 69 a 75, e o ICMS, por ser
estadual, cada unidade da federação define sua aplicação, bem como critérios
para alíquotas, conforme as características da operação de importação.
Importante observação se faz nas coordenações de embarques marítimos
nas importações, tendo em vista que neste modal, há a incidência da cobrança
de uma Taxa de Arrecadação, denominada Taxa Adicional, sobre o Valor do
Frete para a Renovação da Frota da Marinha Mercante Brasileira, cuja sigla é
AFRMM, devendo ser paga pelo importador, à proporção de 8% sobre o valor do
frete marítimo internacional, e debitado em conta corrente indicada por ele.
As empresas pretendentes a atuar no comércio internacional são
submissas a regras aduaneiras de ordem legal, isto é, devem se enquadrar nas
diretrizes e normas da legislação aduaneira, conforme exposto a seguir.
25
produtos são obrigatoriamente submetidas à análise fiscal deste órgão, para
cumprimento das regras por ele estabelecidas, para controle de entrada e saída
de mercadorias do Brasil, que exijam atuação do Mapa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também é um órgão
da administração pública, porém responsável por mercadorias que se
configurem como de consumo humano, ou de características que as remetam
para a área farmacêutica e médica, como remédios, produtos de uso laboratorial,
dentre outros que tenham relação com a área da saúde. Todos devem ser
submetidos à fiscalização deste órgão.
Nessas Unidades da Receita Federal, as EADIs, o importador ou
exportador podem executar suas tarefas aduaneiras apresentando os
documentos da importação ou exportação, bem como as mercadorias, para que
a Receita Federal proceda com o Despacho Aduaneiro, previsto na Instrução
Normativa n. 680/2006, e em seguida conceda ao importador ou exportador o
direito de transportar a mercadoria até um Ponto de Fronteira — em casos de
exportação, para que deixe o país; ou o inverso, em casos de Importação, em
que, após a mercadoria ter dado entrada no país por uma fronteira (porto,
aeroporto ou fronteira terrestre), foi encaminhada via Trânsito Aduaneiro
(também objeto de estudo das próximas etapas).
Para auxiliar e fixar o conteúdo de forma que se compreenda a
abrangência de algumas das funções dos profissionais da logística em relação
a adequações de procedimentos de acordo com as normas da aduana brasileira,
disponibilizamos a seguir um vídeo de reportagem que expõe claramente a
prática profissional de um agente de logística, exemplificando algumas de suas
importantes funções.
Saiba mais
Vídeo sobre os profissionais de logística. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=-cwraujy6dg>. Acesso em: 25 jul. 2023.
TROCANDO IDEIAS
26
atividade, que é de fato realizar a movimentação de uma carga, seja em qual
modal de transporte for, porém sem deixar de se atentar para todas as variantes
que ocorrem desde a característica da carga, aspectos de legislação, entre
outros procedimentos.
Consideramos abordar os tópicos que servem como balizadores das
etapas da Logística Internacional, os quais, juntamente com os inseridos nas
demais etapas, contemplam as diretrizes para a execução de atividades
logísticas em nível internacional, sob as mais corretas instruções.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
27
REFERÊNCIAS
SEGRE, G. et al. Manual prático de comércio exterior. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2012.
28
GABARITO
Solução esperada:
Inicialmente, a empresa importadora deverá elaborar uma análise
documental para garantir que todas as informações relativas à carga estejam
corretamente expostas nos documentos da transação internacional, desde a
descrição dos produtos, quantidades comercializáveis, valores, locais de origem
e destino, até informações relativas às datas de previsão de disponibilidade de
carga, bem como apresentação da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul).
Essas informações são obtidas entre o exportador, importador e
transportador internacional, para que o BL (Bill of Lading), que é o conhecimento
de transporte no modal aquaviário marítimo, possa ser elaborado de acordo com
as características da carga, e que não se observem informações inconsistentes
que possam prejudicar o embarque e desembaraço aduaneiro na chegada da
importação ao Brasil.
29
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
2
TEMA 1 – O TRANSPORTE COMO ELEMENTO BÁSICO DA LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
3
1.1.1 Etapa do planejamento operacional
4
subterrâneos ou expostos sobre o solo – esses dois últimos casos serão
possíveis somente nas operações do Mercado Comum do Sul (Mercosul),
por questões óbvias de geografia.
Saiba mais
5
carga seja submetida, no mínimo, a duas diferentes legislações,
considerando as existentes no país de embarque e no país de destino da
mercadoria. As implicações de descumprimentos das legislações
específicas de cada país tornam-se problemas de grande impacto nos
negócios e que podem ser evitados por meio de observação do conteúdo
das legislações para adequação, a elas, das práticas de transporte, das
embalagens, dos veículos, das especificações técnicas para
acondicionamentos de cargas, cumprindo-se as regras aduaneiras tanto
no país de embarque quanto no de destino da carga.
• Regras técnicas relativas às características da carga: o conhecimento
para cumprimento de todas as questões antes mencionadas passa, sem
falta, pela análise da carga, considerando-se, nesse aspecto, todas as
informações inerentes às características da carga, como necessidade de
embalagem especial, de manutenção de temperatura, de escolta armada,
de definição das formas de seu manuseio, entre outras que variam
conforme o tipo da carga e as particularidades relativas às legislações
presentes no país de embarque (exportação) e no país de destino
(importação) da mercadoria.
6
para tal, como também realizarem uma atuação eficaz em termos de
confiabilidade na estrutura física dos seus equipamentos e veículos.
Analisando os transportes conforme as variações dos modais, podemos
compreender as necessidades de adequações dos veículos às normas técnicas
vigentes. Em relação ao modal rodoviário, seja qual for o porte da frota da
companhia de transportes rodoviários, a obediência às determinações de
segurança do Ministério dos Transportes e da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) é de exclusiva responsabilidade da empresa proprietária dos
veículos e não dos contratantes dos serviços de transporte em operação. O
respeito às condições de segurança dos veículos, de rastreabilidade e o
cumprimento das normas ambientais, na íntegra, tornam o prestador de serviço
rodoviário muito mais qualificado do que as demais empresas do ramo que não
atuem com esses cuidados. Também constitui uma vantagem o transportador
optar por manter sua frota atualizada sob o ponto de vista de capacidade de
carga, atrelando a esse cuidado o fato de que, quanto mais transparente ele for
com seu cliente, maior será a chance de atingimento de êxito na busca por
clientes permanentes e que atuem em suas áreas também com parcimônia em
termos de busca pela excelência em todas as etapas das suas atividades.
É extremamente importante, ainda, que as condições do veículo se
enquadrem nos padrões que o cliente, em muitas ocasiões, exige. Por exemplo:
transportadores de commodities são comumente confrontados por seus clientes
quanto à manutenção dos seus caminhões, bem como sobre a adaptabilidade
dos veículos ao acondicionamento dessas commodities de forma segura e
sustentável.
Em relação aos modais aéreo e marítimo, a configuração de
adequações técnicas das aeronaves e embarcações segue rigorosos padrões
de segurança ambiental e de trânsitos internacionais, pois a ocorrência de
qualquer imperícia causada por falha do veículo pode simplesmente impactar a
cassação de registro de um transportador pelo órgão regulador. Essas
importantes observações podem ser apuradas, por exemplo, no modal marítimo
quando o transportador precisa, além de manter a frota de embarcações
conforme os padrões internacionais de controle ambiental, seguir rigorosos
padrões documentais de registros como operadores marítimos na Receita
Federal, nos sistemas Mercante, Siscomex e Siscarga, para efeito de
7
desconsolidação 1 de cargas internacionais. Esse processo de desconsolidação
de cargas constitui o momento em que um determinado embarque não é
suficiente para lotar um contêiner, por exemplo; então, o prestador de serviço de
transporte marítimo, sendo ele um agente de cargas, ou um armador, busca por
interessados que estejam dispostos a compartilhar o espaço daquele contêiner
de forma que seja possível realizar um rateio de valor de frete entre as empresas
proprietárias de cargas acondicionadas naquele contêiner.
1
Desconsolidação de cargas é uma prática operacional realizada na logística internacional para
separar a documentação da carga de uma determinada empresa da documentação principal do
transporte, a qual é emitida em nome do transportador internacional, que, para efeito de
nacionalização na importação, precisa ser separada de forma que passe a constar em nome do
Importador.
8
conter, proteger, movimentar, entregar e apresentar mercadorias, desde o
fabricante até o usuário final, assegurando a integridade e a qualidade do
material nelas contido.
Nesse sentido, há:
9
A embalagem deve fornecer proteção contra danos mecânicos, físicos,
influências climáticas, contaminação do meio ambiente e perda de
características intrínsecas ao produto. Fatores externos, como temperaturas
elevadas, umidade e materiais estranhos são capazes de acarretar avarias e
estão fora de controle logístico, podendo afetar o conteúdo das embalagens,
levando os produtos a derreter, estragar, empolar, descascar e até fundir-se uns
com os outros. Dessa forma, os produtos deverão ser embalados de modo que
se possibilite eles serem expostos a choques, intempéries, vibrações, o que é
usual nos transportes, sem sofrer danos.
Nos projetos de embalagem, devem ser considerados os riscos: ambiental
(calor, sol, poeira, contaminação); de perda de características (via absorção de
outros odores, essências, gases); físico (afrouxamento da embalagem, ruptura
ou amassamento). Além disso, a embalagem deve satisfazer os requisitos de
armazenagem, levando-se em consideração a dimensão e as características de
empilhamento. Em relação ao transporte do produto, a embalagem afeta a
movimentação do material pela estabilidade da carga e pela sua
compatibilização com diferentes formas de mecanização. Na gestão do
transporte, a padronização e as informações na embalagem diminuem mão
apenas o tempo da sua expedição nos armazéns e o custo da movimentação,
mas também a possibilidade de embarques extraviados, bem como de avarias e
roubos.
Na comunicação, devem ser utilizados símbolos claros e de compreensão
obrigatória, como é necessário também atentar-se para as considerações
especiais para o manuseio do produto, tais como as restrições de temperatura.
Em caso de produtos químicos, a orientação para empilhamento deve estar
explícita na embalagem e oferecer instruções de como lidar com eventuais
derramamentos.
As embalagens, na logística internacional, devem atender a padrões para
rótulos e etiquetas determinados por normas internacionais de identificação das
mercadorias embaladas, as quais são estabelecidas pela Organização das
Nações Unidas (ONU) e expressas por meio de desenhos, símbolos e
logomarcas, tornando esses elementos parte das legislações dos países. A
seguir, podem ser observadas algumas disposições de emblemas/figuras dos
tipos de embalagens padrões para variados tipos de cargas.
10
Figura 1 – Emblemas e figuras padrões para embalagens
Crédito: MriMan/Shutterstock.
12
Dentre essa legislação disposta pela Receita Federal, apresentamos a
Portaria n. 23/2016 da Alfândega do Porto de Santos, o maior do país, para
facilitar a compreensão do funcionamento do cumprimento dessas regras para
embalagens de madeira, nas importações brasileiras:
13
pelos criadores das ferramentas tecnológicas, vão desde softwares a até
dispositivos eletrônicos como os leitores de código de barras e os escâneres
para grandes cargas, além de aparelhos de comunicação, via rádio, entre
empresas e motoristas, por exemplo, o que de certa forma agiliza muito a
operacionalização e os transportes de cargas, independentemente do valor
agregado, porém com maior ênfase, sem dúvida, nas cargas de valores mais
consideráveis, as quais exigem um rastreio mais contundente.
Para Schlüter (2013), as principais características de um sistema, quando
transpostas para o ambiente empresarial, evidenciam que as áreas
compreendidas pelo fluxo de transformação de matérias-primas em produtos
acabados devem ser gerenciadas de forma conjunta.
Saiba mais
14
equipamentos, de forma que estes se tornem mais eficientes do que quando
utilizados sem os melhores recursos tecnológicos disponíveis. Na verdade, os
sistemas de informações logísticas (SILs) devem estar inseridos nos sistemas
de planejamento dos recursos das empresas (ERP).
Ainda segundo Razzolini Filho (2012), que
15
que utiliza esse contato com o usuário como forma de aprimoramento do
produto, a denominada de logística de serviços. A outra área, denominada
logística reversa, possui grande importância no contexto da gestão ambiental.
Em seu estudo sobre a utilização de ferramentas logísticas na gestão da
cadeia de suprimentos em uma indústria de grande porte, Thiago de Souza
Zamian e Thiago Rocha Vieira afirmam que:
16
O ambiente externo de qualquer empresa pressiona constantemente as
organizações a se adaptarem ao meio em busca de agilidade, a fim de se
manterem no mercado. Em uma cadeia de abastecimento internacional, os
fatores de interferência são muito relevantes, pois nessa cadeia os vetores de
transportes são diferenciados, assim como existe a presença de diferentes
legislações aduaneiras, de movimentação portuária etc. Dentre os fatores
presentes na logística internacional, destacam-se os que se seguem.
17
Saiba mais
Curiosidade
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
Solução esperada
• Eadi: a criação das Eadis contribuiu muito para agilizar os processos
logísticos no Brasil. Também conhecida como portos secos, a Eadi é um
terminal alfandegado de uso público, localizado em zona alfandegária
secundária, que tem a finalidade de prestação de serviços na
movimentação e na armazenagem de mercadorias sob controle
aduaneiro.
FINALIZANDO
20
REFERÊNCIAS
21
<https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=229753>. Acesso em: 26 abr.
2023.
22
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
AULA 5
CONTEXTUALIZANDO
2
literaturas atualizadas. Por isso, nesta estudo, divulgamos vários sites com
informações mais recentes sobre o assunto.
Importância total é dada também aos contratos nas operações de logística
internacional, pois são documentos que garantem a segurança de todas as
partes envolvidas em uma operação de logística internacional, a partir da
observação das aplicações corretas tanto do Incoterms utilizado quanto das
responsabilidades de cada participante em uma operação de logística
internacional.
3
Os autores contribuem com informações relativas às práticas de
fiscalização da aduana, ao afirmar que as aduanas têm autoridade para recusar
ou retardar a entrada ou a saída de carregamentos e mercadorias. As
administrações aduaneiras exigem informações sobre as mercadorias
importadas e, frequentemente, também sobre as mercadorias exportadas. Eles
continuam dizendo que, “além disso, essas informações, dependendo das
legislações nacionais, podem ser requeridas de forma antecipada à operação de
Comércio Exterior” (Robles; Nobre, 2016).
Saiba mais
Procure pesquisar o conteúdo da Instrução Normativa para facilitar o
entendimento desse conteúdo. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&
idAto=15618>. Acesso em: 8 maio 2023.
4
1.1.1 Características da documentação de instrução no modal aeroviário
• MAWB (Master Air Way Bill): emitido pelo agente de carga ou companhia
aérea, sendo o próprio emissor o interessado principal.
• HAWB (House Air Way Bill): emitido pelo agente de carga ou companhia
aérea, sendo destinado ao proprietário da carga, no caso, o importador.
5
• Certificado de origem (em casos de benefícios tributários);
• Ficha técnica em casos excepcionais, conforme a mercadoria.
6
constantes no Conhecimento de Transportes, mencionando dados como peso
bruto, valores do frete internacional, Posição da TEC (Tarifa Externa Comum),
que observamos anteriormente como sendo a NCM. O registro deve ser feito em
até 48 horas antes da atracação do navio com a importação, no primeiro porto
brasileiro.
7
1.1.4.1 Documentação de instrução na importação a critério da Receita
Federal
1.2 Importações
8
O documento eletrônico LI é emitido pelo importador ou por seu
representante legal, o Despachante Aduaneiro, mediante acesso via internet ao
Sistema Integrado de Comércio Exterior. É exigido em algumas importações
conforme determinado pela Legislação Federal Portaria da Secex n. 23/2011. Na
legislação acima descrita, recomenda-se a leitura dos arts. 12º ao 15º, que
orientam os importadores a identificar quais tipos de importações devem
requerer este documento, previamente ou posteriormente ao embarque da
mercadoria no exterior.
Saiba mais
Uma ferramenta de ótimo auxílio para identificação da necessidade de
licenciamento de importação é o Tratamento Administrativo do Siscomex, o qual
é de acesso público na internet. Disponível em:
<https://siscomex.desenvolvimento.gov.br/tratamento/private/pages/consulta_tr
atamento.jsf>. Acesso em: 8 maio 2023.
Saiba mais sobre o LPCO. Disponível em:
<https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/vigilancia-
agropecuaria/informativos/manual-de-lpco-importacao>. Acesso em: 20 jul.
2023.
• Declaração de Importação
9
Saiba mais
Informações adicionais sobre a Declaração de Importação. Disponível em:
<https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-
exterior/manuais/remessas-postal-e-expressa/topicos/declaracao>. Acesso em:
20 jul. 2023.
Saiba mais
Informações adicionais sobre a Declaração Única de Importação
(DUIMP). Disponível em: <https://www.gov.br/receitafederal/pt-
br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/despacho-de-
importacao/sistemas/duimp>. Acesso em: 20 jul. 2023.
1.3 Exportações
Saiba mais
Para auxiliar a compreensão e orientar os operadores logísticos nas
funções da legislação, sugerimos a leitura desta. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&
idAto=81483>. Acesso em: 20 jul. 2023.
Consulte o Tratamento Administrativo das Exportações para enriquecer
seu aprendizado. Disponível em: <https://www.gov.br/siscomex/pt-
10
br/informacoes/tratamento-administrativos/tratamento-administrativo-de-
exportacao-1>. Acesso em: 20 jul. 2023.
11
2.1 Definições sobre as características em contratos de seguro
Saiba mais
Em relação aos Contratos de Seguros, por serem muito específicos,
sugere-se uma pesquisa aprofundada, o que vai auxiliar na fixação dos temas
desses importantes mecanismos de defesa do importador diante do mercado
12
internacional. Esta referência pode orientá-lo: ROCHA, A. M. Estipulante de
seguro de Transporte Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2014. Esta obra
apresenta informações riquíssimas sobre contratos de seguro, como aspectos
dos estipulantes, cláusulas de contratos, características e responsabilidades de
cada interveniente do comércio internacional.
1Freight Forwarder: os agentes de cargas atuam como intermediários entre a empresa que faz
o embarque e o destino final da mercadoria. Embora não realizem os embarques, eles oferecem
diferentes modos de transporte, como frete marítimo, ferroviário, rodoviário e aéreo. Disponível
em: <https://www.dsv.com/pt-br/ajuda/perguntas-frequentes/o-que-e-frete>. Acesso em: 20 jul.
2023.
13
aeronaves e navios, coordenação do transporte internacional e entrega no local
de destino.
Todas essas atividades são operacionais, isto é, dependentes de
planejamento e execução impecáveis, para que não se observem prejuízos nem
tampouco problemas de atrasos consideráveis que impactem em
desdobramentos prejudiciais a projetos fabris de produção, ou mesmo atrasos
em entregas de mercadorias para revenda no destino final.
As atividades, apesar de serem definidas em contratos comerciais através
de e-mails ou conversas via aplicativos eletrônicos de mensagens, requerem o
cuidado de estarem protegidas legalmente, isto é, que sejam resguardadas por
mecanismos legais de proteção, e nesse aspecto os Contratos de Prestação de
Serviços são primordiais.
Orienta-se, então, que todos os envolvidos em uma operação logística
internacional se disponham a firmar um Contrato de Prestação de Serviço
Logístico no qual fiquem muito claras as responsabilidades de cada um. No
referido documento, devem constar cláusulas que sirvam como parâmetro
tecnicamente suficiente em nível jurídico, de forma que estejam contempladas
as informações relativas a qual foro será acionado em caso de descumprimento
de algumas das cláusulas, valendo-se das condições existentes no Direito
Internacional. Neste caso, é necessário contar com a orientação jurídica
necessária para a elaboração dos contratos.
14
responsabilidades de cada um, mediante a contemplação das diretrizes legais a
nível internacional. Logo, são fundamentais nos momentos de decisão na
elaboração de contrato de prestação de serviço logístico internacional.
15
para o exercício das funções de órgão fiscalizador e executor das normas e
disposições legais da Aduana Brasileira.
A presença da Receita Federal como órgão controlador da Aduana
Brasileira é observada em todos os portos brasileiros, além de aeroportos
internacionais, fronteiras terrestres e nas Estações Aduaneiras de Interior
(EADIs). Em todas elas, há a disponibilidade de equipamentos de informática
ligados diretamente ao sistema gerenciador principal da Receita Federal para
assuntos aduaneiros, que é o Sistema de Comércio Exterior (Siscomex), o qual
tem a função de fiscalizar eletronicamente 100% das importações e exportações
formais ocorridas no país.
A figura do auditor fiscal da Receita Federal do Brasil tem a
responsabilidade de fazer cumprir os dispositivos da legislação aduaneira do
Brasil, como a Portaria da Secex n. 23/2011, o Decreto Executivo n. 6759/2009,
entre outras disposições legais.
16
outros órgãos, sistematizando de maneira mais específica o controle das
operações de transporte. Por exemplo, direcionando o gerenciamento das
funções de fiscalização do transporte rodoviário para a Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT).
Também atua direcionando as atividades dos transportes aéreos à
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e deixando a cargo do Departamento
da Marinha Mercante em conjunto com a Receita Federal as operações de fretes
aquaviários marítimos.
17
TEMA 4 – ATIVIDADES DIRETAMENTE RELACIONADAS À LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
18
cada etapa esteja muito bem definida para evitar desencontros de informações
e, consequentemente, prejuízos relativos a atrasos e outros eventos
depreciativos à atividade de logística internacional.
19
Saiba mais
O embarque no exterior sem o deferimento do Licenciamento de
Importação, quando existir, acarretará ao importador multa de 30% sobre o Valor
Aduaneiro da Importação (valor da carga + frete internacional + seguro +
despesas adicionais), de acordo com o Decreto n. 6.759/2009, art. 706,
tornando, portanto, necessária a observação dessa exigência quanto à consulta
ao tratamento administrativo.
20
Também podem ocorrer outros patamares de valores de multas
relacionadas às diferenças de impostos, informações inexatas, seja por intenção
ou não. A severidade com que a Receita Federal passou a tratar as operações
de Comércio Exterior a partir de 1997 fez com que os profissionais da logística
internacional buscassem o aperfeiçoamento por meio de cursos ou participação
em seminários e fóruns que discutissem as operações da Receita Federal para
ampliar os conhecimentos quanto ao manuseio do Sistema de Comércio
Exterior.
Com essas inovações tecnológicas, a Receita Federal passou a ter um
controle mais amplo sobre todas as operações de Comércio Exterior, inclusive
exigindo que toda a mercadoria importada seja submetida a Processo de
Despacho Aduaneiro, mesmo aquelas que adentrem no Território Nacional
mediante utilização de serviços de postagem ou courier, as quais são
submetidas a procedimentos de fiscalização nas unidades dos Correios, que são
um dos aliados da Receita Federal na questão da obrigatoriedade por parte do
importador ou exportador para as práticas de processos de importação e
exportação.
Mais recentemente, em 2008, a Receita Federal passou a sistematizar
ainda mais as operações, tornando os Procedimentos de coordenação dos
Embarques Marítimos 100% eletrônicos por meio do Sistema Mercante, no qual
o Transportador Internacional deve inserir os dados dos embarques que
realizará para o Brasil. Com isso, o agente de cargas marítimo passou também,
a partir dessa data, a responsabilizar-se pela inserção de informações no
Sistema Mercante, conforme as cargas a partir de 31/03/2008.
Essa decisão técnica da Receita Federal obrigou os agentes de cargas e
armadores a lançarem no Sistema Mercante todas as informações referentes às
cargas que estão sendo transportadas ao Brasil pelo modal marítimo, sob a
responsabilidade dessas empresas, o que faz com que o trabalho seja minucioso
e extremamente organizado, para evitar lançamentos de dados incorretos, pois
essas incorreções também podem gerar multas administrativas de R$ 5.000,00
por Conhecimento de Embarque (Bill of Lading).
De acordo com a Portaria do Ministério dos Transportes n. 72/2008 e a
Instrução Normativa da Receita Federal n. 1471/2014, a responsabilidade do
agente de cargas, em conjunto com o armador marítimo, é lançar as informações
21
gerais da carga em até 48 horas antes da atracação do navio em porto brasileiro,
mesmo que não seja esse o porto que a carga será desembaraçada para
importação. Ou seja, o agente de cargas precisa acompanhar em tempo
ininterrupto a viagem dos navios nos quais está transportando cargas, para que
não ocorram atrasos de lançamentos de dados, evitando assim multas,
bloqueios de cargas, desgaste, custos extras e atrasos nas liberações das
cargas nos portos.
22
é salutar considerar, no presente tópico, que as operações logísticas requerem
completa integração de dados entre os participantes de determinado projeto.
É possível considerar, por exemplo, que em situações de planejamento
operacional para transporte internacional de um continente para outro, seja
necessária uma quantidade considerável de troca de mensagens nas quais
documentos precisem ser compartilhados e que sejam objeto de alterações
durante a fase de coordenação do embarque.
Essas trocas de mensagens, na maioria dos casos, ocorrem através da
correspondência eletrônica, o e-mail, mecanismo que permite a manutenção do
histórico das conversas, facilitando assim a observação de pontos tratados
desde o início de uma coordenação de embarque, além obviamente de permitir
o envio e recebimento de documentos digitalizados (grande facilitador nos dias
atuais, considerando, por exemplo, que a Receita Federal permite nas
importações e exportações a apresentação de documentos digitalizados, e não
mais impressos, desde que sejam fiéis às vias originais, conforme se apresentam
em tela).
23
disponibilizam o Conhecimento de Embarque de qualquer modal de transporte
já emitido no formato original, tal como é exigido pela legislação aduaneira, para
a realização do trânsito internacional de mercadorias em portos, aeroportos ou
fronteiras terrestres, a partir da inserção de dados por parte de usuários externos
através da comunicação pela internet.
Nos softwares, os usuários podem inserir informações padrões para que
embarques futuros semelhantes possam ser coordenados de maneira mais
célere e ágil, poupando tempo para a emissão de documentos, pois as
informações básicas, como dados do exportador, importador, locais de origem e
destino, já estão prefiguradas e salvas no sistema gerenciador, permitindo um
avanço mais rápido nas práticas operacionais.
24
registro das etapas de atracação e desatracação das embarcações. O
projeto Porto Sem Papel faz parte do programa Startup Gov.br, cuja
finalidade é acelerar os projetos digitais com maior impacto para a
sociedade. (Serpro, 2022)
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
25
para que o importador, por meio de seu agente de cargas ou armador, insira tais
informações no Sistema Eletrônico de controle de Cargas, além de mencionar a
Legislação que o tornou válido e o mantém em vigência.
A solução esperada está na seção Gabarito, após as Referências.
FINALIZANDO
26
REFERÊNCIAS
27
GABARITO
28
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
AULA 6
CONTEXTUALIZANDO
2
Federal do Brasil a incumbência de exercer as fiscalizações nas entradas e
saídas de cargas do país.
Agora, compreendamos que o órgão governamental citado, apesar de
exercer forte domínio nas fronteiras terrestres, aéreas e marítimas do país, não
dispõe de efetivo humano (servidores públicos) suficiente para uma ágil e
completamente ampla fiscalização, o que exige uma maior qualidade nos
sistemas de apoio à fiscalização.
Além dessas evidentes constatações, também se observa a questão da
sonegação tributária, que vem a ser a prática de comércio internacional sob a
indevida condução dos processos aduaneiros, visando recolher menos
impostos, o que causa problemas aduaneiros relacionados à sonegação fiscal
(falta de recolhimento tributário por parte do sujeito passivo na tributação, que é
a empresa importadora ou exportadora, enquanto o governo é o sujeito ativo na
tributação).
Uma importante ferramenta para auxiliar os governos dos países a
identificar as empresas idôneas e separá-las das que realizam práticas indevidas
no Comércio Internacional foi a criação do programa a ser tratado aqui. A partir
de 2015, o Brasil passou a fazer parte de uma convenção internacional
denominada Authorized Economic Operator (AEO), que na tradução literal para
o português é compreendida como Operador Econômico Autorizado (OEA), a
qual trataremos de maneira detalhada a seguir.
3
exportação. De acordo com o cronograma de implementação do Programa, a
partir de 2016 será possível a certificação OEA-Conformidade, modalidade
voltada para a Importação.
Esse conteúdo de informações foi obtido na Legislação citada. Portanto,
na época da publicação deste material de estudo, a modalidade OEA
Conformidade (importação) já estará em operação, considerando que a
Legislação citada acima foi publicada em 2014 e, portanto, o Programa da OEA
já está em execução/operação no Brasil.
4
importância de compreendermos as questões legais para a coordenação e
administração do Sistema ou Programa do Operador Econômico Autorizado. A
partir de agora, vamos conhecer a Legislação Aduaneira da Receita Federal
definida para a coordenação do OEA. Inicialmente, mencionaremos o teor de
Instruções Normativas, das quais inclusive já citamos partes anteriormente.
I - facilitação;
5
II - agilidade;
III - simplificação;
IV - transparência;
V - confiança;
VI - adesão voluntária;
VIII - cooperação;
IX - gestão de riscos;
6
I - proporcionar maior segurança, agilidade e previsibilidade no fluxo
do comércio exterior;
Seção 2:
I - importador;
II - exportador;
III - transportador;
IV - agente de carga;
7
V - agência marítima;
IX - operador aeroportuário.
8
I - OEA-Segurança (OEA-S), com base em critérios gerais e de
segurança aplicados à cadeia de suprimentos no fluxo das operações
de comércio exterior; e
9
Portanto, o Operador Econômico Autorizado é um parceiro das
Aduanas, que depois da validação do cumprimento de requisitos e
critérios estabelecidos, foi qualificado como um operador confiável
tanto por adotar procedimentos que garantam a segurança física das
suas cargas quanto pelo seu cumprimento das normas e obrigações
fiscais e aduaneiras. (Receita, 2017)
• Critérios de Segurança
a) Controle de unidade de carga;
b) Controle de Acesso Físico;
c) Procedimentos de segurança;
d) Treinamento em segurança de conscientização de ameaças;
e) Segurança física das instalações.
• Documentos necessários para habilitação
10
TEMA 4 – CRONOGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA A OEA
11
comercio-exterior/importacao-e-exportacao/oea/como-se-tornar-um-oea>.
Acesso em: 4 set. 2023.
a) a modalidade de certificação; e
12
II - permissão para utilização da marca do Programa OEA, em
conformidade com manual de utilização da marca aprovado por
portaria da RFB;
13
II - dispensa de apresentação de garantia para o importador certificado
como OEA na concessão do regime aduaneiro especial de admissão
temporária na modalidade de utilização econômica;
Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=
132295>. Acesso em: 4 set. 2023.
TROCANDO IDEIAS
14
Autorizado – OEA) na identificação da empresa, esses países concederão
preferência de liberação nos procedimentos alfandegários.
Quanto mais as empresas buscarem se aliar às ferramentas concedidas
pelas Aduanas dos países, maiores serão suas oportunidades em termos de
convivência em um cenário internacional que exige a atuação apenas das
empresas sólidas e coesas na busca por práticas seguras e economicamente
viáveis, além de obedientes às questões tributárias e fiscais nas atividades de
Comércio Exterior.
Saiba mais
Sugestão de vídeos da Receita Federal relativos ao Programa OEA:
• <https://www.youtube.com/watch?v=ZnXlaMf7_1U&t>;
• <https://www.youtube.com/watch?v=DSflJiKTSFE>.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
15
REFERÊNCIAS
16
GABARITO
Resposta desejada:
Primeiramente, a empresa deverá estar devidamente atuante no
Documento Tributário Eletrônico (DTE), no site da Receita Federal, para fins de
trocas de informações e correspondências com a Receita Federal.
Também deverá requerer a certificação, observando os dispositivos
constantes na Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil n. 2154/2023,
como Certidões Negativas de Débito, junto à Procuradoria Geral da Fazenda
Nacional e Receita Federal; Cartão de CNPJ; e outros documentos conforme o
pleito (Modalidade da Certificação).
17