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SEGUNDA ATIVIDADE AVALIATIVA

EXERCÍCIO – VALOR 15 PONTOS

1.       Dentre as principais barreiras existentes - para que um país possa efetuar uma boa
logística internacional – são as barreiras financeiras (Taxas de câmbio, leis
alfandegárias, complexidade da política governamental, etc...)

Como você avalia essa barreira perante os diversos processos de negócios


existentes entre a Aeronáutica e outros países?

 As barreiras alfandegárias podem ser definidas como regulamentos, normas ou


políticas que um país regulamenta, determinando as exigências e/ou critérios para a
comercialização  de produtos de outros países no seu mercado. Podem ser tarifárias
ou não tarifárias. Sendo que a primeira engloba impostos, tarifas e taxas diversas.
Já as não tarifárias  são tidas como qualquer barreira não determinada na forma de
tarifa, como por exemplo quota de importação. 

As barreiras de uma forma geral servem para a proteção das empresas nacionais,
bem como dos consumidores daquele país. Sendo assim, uma forma de reduzir as
barreiras alfandegárias é por meio de acordos comerciais. 

No caso das Forças Armadas, mais especificamente a Aeronáutica, há um “acordo”


para aqueles produtos chamados produtos de defesa. 

Um exemplo é o Decreto nº 9.607/2018, que instituiu a Política Nacional de


Exportação e Importação de Produtos de Defesa (PNEI-PRODE). O decreto visa
fomentar as exportações de produtos de defesa, desenvolvendo a base da indústria
nacional de defesa entre outros. Esse decreto é importante para a promoção do
comércio internacional de produtos de defesa, aérea que é de extrema relevância
para o desenvolvimento de novas tecnologias e que contribui para a política de
exportação de produtos de elevado valor agregado. Para a Aeronáutica, há a
vantagem de realizar negócios com players nacionais, uma vez que os produtos
utilizados no seu mercado de defesa,  passam também a atender as exigências
internacionais.  

Outra forma também de relação entre países entre é a aquisição de forma direta no
exterior por meio dos escritórios em Washington e Londres - as CABs (Comissão
Aeronáutica Brasileira). 

As CABs são uma representação da Força Aérea em Washington (CAB-W) e em


Londres (CAB-E) e é responsável pela atividade logística de material e serviço no
exterior, incluindo os processos de aquisição, recebimento e transporte de forma a
atender as necessidades das demais Organizações da Aeronáutica. Por meio desse
escritório, são realizados os processos licitatórios para fornecedores no exterior. 

Ainda no que diz respeito às compras no exterior, há outras possibilidades que


devem ser consideradas como os acordos de compensação (ou offset) e o programa
FMS (Foreign Military Sales). Os acordos de compensação buscam partilhar
informações e conhecimentos pela colaboração mútua. São entendidos como
contrapartida ou prática comercial cujo objetivo é a obrigação do exportador de
empreender investimento no país comprador como um condicionante para vencer
uma licitação ou contrato. Já o FMS é uma fonte de aquisição de bens e serviços
diretamente com o governo americano (programa de vendas militares estrangeiras),
possibilitando um atendimento com segurança, eficácia e custos reduzidos, uma vez
que possibilita a aquisição do que se é ofertado com “taxas” vantajosas para o
parceiro. 

2.   Como você avalia o transporte de carga rodoviário - entre as OMs - quando da


necessidade de movimentação de materiais e insumos. Quais os maiores problemas
e como você consegue enfrentar e ajustar sua logística interna, considerando as
adversidades locais e internacionais?

 Apesar de estar presente em todos os locais do país, o transporte logístico na


Aeronáutica enfrenta seus entraves logísticos como qualquer outra empresa.
Utilizando como exemplo a OM que trabalhei, o PAME-RJ é  o Órgão Central de
manutenção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), então
é de sua responsabilidade os processos de aquisição e distribuição para os mais
diversos sistemas componentes do SISCEAB, como equipamentos de
radiodeterminação, telecomunicações, auxílio à navegação.

Assim, quando há solicitação de algum equipamento para substituição de outro em


pane, cabe ao Suprimento do PAME-RJ avaliar o estoque, separar o material, bem
como gerenciar o transporte.

De uma forma geral, o transporte é feito por uma empresa contratada, operadora em
multimodalidade ou intermodalidade. Sendo a empresa acionada, cabe a ela envidar
os esforços para que o material esteja disponível no solicitante. Entretanto, é
possível também, por decisão interna ou questões logísticas, que o transporte seja
feito por viatura FAB. Nesse quesito alguns pontos são levados em consideração:

 apesar de viatura militar, isenta de pedágios, a carga, de forma geral, não


possui seguro. E em caso de acidentes, ou furto ou roubo, o fato deve ser
apurado por Inquérito Policial Militar para que sejam definidas as
responsabilidades, bem como, seja "oficializado" o destino do bem, em caso
de material constante em carga.
 dependendo ainda do tipo e tamanho de material, há necessidade de se
solicitar apoio à Unidade Logística da Força Aérea (CTLA) que é a detentora
de caminhões de grande porte. Assim, a OM solicitante depende da
demanda e disponibilidade de viaturas, motoristas, e salvo exceções, o
transporte pode não ser realizado de maneira imediata;
 em caso de pane com uma viatura, há todo um trâmite administrativo para
solucionar o óbice e não é possível o reparo em uma rede não credenciada,
se assim houver; e
 como vantagem, há que as viaturas podem deslocar-se em qualquer
quilometragem e qualquer localidade sem restrição de circulação, e,
desconsiderando o custo da carga no caso de perda, o custo do transporte é
"barato" pois aos motoristas são pagas diárias de deslocamento, conforme
regulamentado em lei para o funcionalismo público, e o combustível é
disponibilizado em outras unidades militares ou em postos credenciados com
a Aeronáutica.
3.   O processo de unitização tem reduzido custos operacionais devido a redução de
tempo durante as operações de carga e descarga de materiais e insumos.

Quais os exemplos que podemos citar de unitização de carga e como eles podem
ajudá-los no seu dia -a -dia operacional na FAB?

A unitização de carga é um processo que proporciona a economia de recursos, uma


vez que possibilita a otimização de volumes facilitando assim, o seu manuseio,
movimentação, armazenagem e transporte.

No caso da FAB, a unitização ocorre quando há necessidade de se realizar o


transporte em aviões cargueiros, seja para um mesmo destino ou otimização de
rota, sendo feito uso, por exemplo,  da paletização.

4.   A logística portuária nacional é fundamental para que nosso país possa, cada vez
mais, melhorar seu desempenho logístico internacional. Até porque, mais de 95% de
tudo que movimentamos (exportação/importação), obrigatoriamente, passa pelos
diversos tipos de navios existentes.  Para que navios “full containers” pudessem
operar com baixos custos e menor tempo de operação, em nosso país, foram
necessários a construções de terminais de contêineres.

Considerando esta afirmação, quais investimentos em infraestruturas são


necessários para que um terminal de contêiner possa operar, de forma rápida,
navios como esses?  O que é um HUB PORT e quais suas vantagens?

 Navios full containers são aqueles projetados e construídos com o objetivo


exclusivo de transportar contêineres. Possuem como vantagem:

- o aproveitamento de espaço,
- a facilidade da amarração da carga o que reduz o tempo de permanência do
navio no porto, e por consequência, reduz os custos operacionais,
- mais segurança nas operações de manobra de carga, uma vez que está
conteinerizada,
- redução de avarias por roubo ou furto, e
- possibilidade de operação em condições climáticas, como chuva ou neve.

Entretanto a operação desse tipo de navio demanda que o terminal de container seja
adequado a proposta do “tipo de embarcação”.

Os principais investimentos em infraestrutura devem ser direcionados à construção


de instalações operacionais e ao aparelhamento do terminal como guindastes,
pórticos, pontes rolantes, outros equipamentos para movimentação de carga ou
ainda, melhorias nos acessos ao porto para a entrada e saída de mercadorias,
construção de berços e alargamento de cais. Ressalta-se também que deve ser
considerada a questão dos prestadores de serviço, no que se refere a ampliação de
turnos de trabalho.

Os Hub Port, também chamados de portos concentradores, tem a capacidade de


armazenar, concentrar ou distribuir as cargas, para que posteriormente, seja
realizada a carga ou descarga do navio. Como necessidade fundamental, os hub
port devem ser capazes de atender aos diferentes tamanhos de navios. Já como
vantagem, nesse tipo de terminal é possível a concentração de rotas ou redução do
número de escalas, uma vez que as embarcações seriam melhores exploradas, pois
o volume de contêineres embarcado ou desembarcados.

5.   Considerando os diversos agentes envolvidos na logística internacional,


explique a importância de um “Freight forwarder”

Quando falamos de logística internacional, deve-se levar em consideração todos os


agentes envolvidos no processo: o exportador (embarcador), o recebedor
(consignatário ou importador), o armador ( transportador Internacional), o broker,
despachante (representante do importador ou exportador) e o transitário (Freight
forwarder).
O freight forwarder, transitário ou ainda, agente de carga, é o intermediário,
contratado pelo exportador, para realizar todo o processo de envio da mercadoria do
ponto de origem até o ponto de destino. É o responsável por apresentar as soluções
logísticas para a operação apresentada, de forma a atender os prazos de
recebimento e envio de produtos, bem como atuar de forma a proporcionar a
redução de custos. Além disso, cabe a ele a definição do modal de transporte mais
indicado, fazer a coordenação dos embarques, selecionar fornecedores para os
modais estabelecidos, negociar fretes, providenciar reservas de espaço com as
companhias, avaliar e definir os requisitos de transporte, e ainda, emitir as
documentações pertinentes, entre outros.
A atuação desse player é vantajosa para que logística necessária seja feita de forma
inteligente, otimizada e eficaz. O Freight forwarder dimensiona e minimiza os riscos
da operação, devido ao conhecimento e experiência na atividade. Entretanto, sua
atividade impacta diretamente nos custos das operações.

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