Você está na página 1de 19

MARINHA DO BRASIL

CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE BRAZ DE AGUIAR – CIABA


CURSOS DO ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO PARA OFICIAL DE NÁUTICA – APNT
TURMA: APNT-01/2023-BL
DISCIPLINA: CUSTOS DE OPERAÇÕES DE VIAGEM – COV 1
DOCENTE: CLC BARRETO
TEMA: CUSTO DE OPERAÇÕES DE DESCARGA

GRUPO 4:
HILDA SUZAN BENTES DE FIGUEIREDO MARTINS
JAIME RODOLFO PEREZ ORTEGA
LEANDRO CUSTÓDIO CUNHA
MARCELLUS BRUNO SIMÕES BARBOSA
TATIANA BRITO MACEDO
WANDERLEI MARTINS DA SILVA FILHO

Instrução pros trabalhos:


Times new roman
Fonte 12
Justificado

CIABA
30.05.2023
Custos com a carga são custos efetuados com a movimentação da carga, com
agenciamento, com faltas e avarias, custos portuários e de combustíveis no porto. Os custos
com a movimentação da carga variam de acordo com o tipo de carga e o contrato (há
cargas, como as refrigeradas, as aquecidas e as que necessitam de recirculação, que
necessitam cuidados especiais durante o transporte e esses cuidados requerem despesas). Os
custos com relação às operações de carga e descarga são:

1- Tarifas portuárias
2- Mão de obra para operações de carga e descarga
3- Equipamentos
4- Custos remoção de carga/transbordo
5- Inspeções relativas à carga
6- Preparação dos porões / equipamentos
7- Supervisão de operações
8- Tarifas administrativas
9- Outras despesas

Tópico 1 – Tarifas portuárias

As tarifas portuárias desempenham um papel fundamental no setor marítimo e logístico, afetando


diretamente os custos operacionais das empresas de navegação. No Brasil, um país com uma extensa
costa e um setor portuário significativo, as tarifas portuárias para navios de carga desempenham um
papel crucial na determinação da competitividade e eficiência dos portos brasileiros. Neste artigo,
iremos explorar as principais características das tarifas portuárias para navios de carga no Brasil.

Regulação das tarifas portuárias:

No Brasil, as tarifas portuárias são regulamentadas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(ANTAQ). A ANTAQ é responsável por estabelecer os critérios, metodologias e valores das tarifas
portuárias, visando garantir a transparência e a eficiência econômica dos serviços portuários.

Tipos de tarifas portuárias:

Existem diferentes tipos de tarifas portuárias que podem ser cobradas dos navios de carga que
utilizam os portos brasileiros. Alguns dos principais tipos incluem:

Taxa de Uso da Infraestrutura (TUI): Esta taxa é cobrada com base no tempo em que o navio utiliza a
infraestrutura portuária, como píeres, cais, atracadouros e canais de acesso. A TUI pode variar de
acordo com o tamanho do navio e o tempo de utilização.

Taxa de Capatazia: A taxa de capatazia refere-se aos serviços de movimentação de carga realizados
pelos trabalhadores portuários, como carregamento e descarregamento de contêineres e mercadorias.
Essa taxa é calculada com base na quantidade ou peso da carga movimentada.

Taxa de Armazenagem: Quando os navios de carga utilizam os armazéns portuários para armazenar
mercadorias, é cobrada uma taxa de armazenagem. Essa taxa é calculada com base no tempo de
armazenamento e pode variar de acordo com o tipo de carga e o tamanho do espaço utilizado.
CIABA
30.05.2023
Outras taxas: Além das taxas mencionadas acima, também podem ser cobradas taxas adicionais,
como taxa de praticagem (serviços de praticagem para auxiliar na navegação) e taxa de rebocador
(serviços de rebocadores para manobras portuárias).

Determinação das tarifas portuárias:

A ANTAQ estabelece os critérios e metodologias para a determinação das tarifas portuárias.


Geralmente, as tarifas são calculadas levando em consideração os custos operacionais dos portos,
investimentos em infraestrutura, mão de obra, custos de manutenção e outros aspectos relacionados à
prestação dos serviços portuários.

Impacto das tarifas portuárias na competitividade:

As tarifas portuárias têm um impacto significativo na competitividade dos portos brasileiros. Tarifas
mais altas podem aumentar os custos operacionais das empresas de navegação, tornando os portos
brasileiros menos atraentes em comparação com outros portos internacionais. Por outro lado, tarifas
mais baixas podem atrair mais navios de carga e estimular o comércio marítimo.

Conclusão:

As tarifas portuárias para navios de carga desempenham um papel crucial na economia marítima do
Brasil. A regulação adequada dessas tarifas é fundamental para garantir a transparência, eficiência e
competitividade dos portos brasileiros. É importante que as tarifas sejam estabelecidas de forma
equilibrada, levando em consideração os custos operacionais dos portos e os interesses das empresas
de navegação, a fim de impulsionar o comércio marítimo e promover o desenvolvimento econômico
do país.

Tópico 2 - Custo da Mão de Obra para operações de carga e descarga

Os custos para operações de carga e descarga nos portos podem variar de acordo com o porto e o tipo
de mercadoria. Os custos relativos à operação e movimentação de carga da embarcação no porto são
custos relativos aos serviços prestados pelo porto durante a operação do navio ou pelo terminal de
contêiner. Podem ser: Taxa de utilização da infra-estrutura marítima: Taxa obrigatória e cobrada
quando o navio entra no porto. Além disso, existem taxas para serviços como armazenagem, estiva e
capatazia.

Os principais serviços que envolvem mão de obra são Estiva e Capatazia:

Estiva
O serviço de estiva é o processo que consiste em depositar, da forma mais conveniente,
uma carga em uma embarcação, ou retirá-la dela. Esse serviço é realizado por trabalhadores
matriculados na Capitania do Porto e regulados por sindicatos denominados Estivas. O
serviço de estiva compreende a mão de obra de estiva, que abrange o trabalho braçal de
manipulação das mercadorias para sua movimentação em descarga ou carregamento, ou
para sua arrumação, para o transporte aquático, ou manejo dos guindastes de bordo, e o
CIABA
30.05.2023
suprimento do aparelhamento acessório indispensável à realização da parte do serviço
especificada na alínea anterior, no qual se compreende o destinado à prevenção de
acidentes no trabalho. O objetivo da estiva é transportar a carga da forma mais segura e
eficiente possível, garantindo a estabilidade do navio, a integridade das mercadorias e a
segurança da tripulação e dos estivadores.

Capatazia
Capatazia é o conjunto de tarefas executadas durante a movimentação de mercadorias nas
instalações dentro dos portos ou aeroportos, incluindo recebimento, conferência, transporte
interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e
entrega. Esse trabalho é pago por quem está adquirindo as mercadorias mediante a taxa de
capatazia, que é cobrada pela administração do porto ou aeroporto. A taxa de capatazia é
calculada com base no peso da mercadoria e no valor CIF (custo, seguro e frete) da
operação de importação. Normalmente, a taxa de capatazia gira em torno de 1% do valor
da operação de importação, mas pode variar conforme o porto ou aeroporto. A taxa de
capatazia é diferente da taxa de estiva, que se refere à movimentação de mercadorias a
bordo das embarcações.

Estes serviços são regulamentados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários


(ANTAQ)
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) é uma autarquia especial
brasileira, criada em 2002, com autonomia administrativa e funcional, vinculada ao
Ministério da Infraestrutura. Ela é responsável pela regulamentação, controle tarifário,
estudo e desenvolvimento do transporte aquaviário no Brasil.
Atribuições da ANTAQ: Dedica-se a tornar mais econômica e segura a movimentação de
pessoas e bens pelas vias aquaviárias brasileiras, em cumprimento a padrões de eficiência,
segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas. Arbitra
conflitos de interesses para impedir situações que configurem competição imperfeita ou
infração contra a ordem econômica, e harmoniza os interesses dos usuários com os das
empresas e entidades do setor, sempre preservando o interesse público. Constituem esfera
de atuação da ANTAQ:
 A navegação fluvial, lacustre e de travessia
 A navegação de apoio marítimo, de apoio portuário, de cabotagem e de longo curso
 Os portos organizados e as instalações portuárias neles localizadas
 Os terminais de uso privado
 As estações de transbordo de carga
 As instalações portuárias públicas de pequeno porte, e
 As instalações portuárias de turismo.
 Tarifas das Autoridades Portuárias

CIABA
30.05.2023
Para elucidar em valores reais, vamos citar como exemplo o porto de Belém:

CIABA
30.05.2023
Segundo a COMPANHIA DOCAS DO PARÁ PORTOS DE BELÉM, OUTEIRO,
MIRAMAR, VILA DO CONDE, SANTARÉM, ITAITUBA, ÓBIDOS, ALTAMIRA,
SÃO FRANCISCO E MARABÁ.

O valor da estiva depende do tipo de mercadoria, da navegação e do local de


movimentação.
Por exemplo: Por tonelada de mercadoria carregada, descarregada ou baldeada na
navegação de cabotagem ou longo curso: R$ 1,85, por contêiner cheio carregado,
descarregado ou baldeado: R$ 36,96 e por veículo movimentado pelo sistema “Roll-on-
Roll-off”: R$ 0,73 a R$ 7,29, dependendo do tipo de veículo.

O valor da capatazia no porto de Belém é o valor cobrado pela Companhia Docas do Pará
(CDP) pela movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendendo
recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência
aduaneira, manipulação, arrumação e entrega. Esse valor é calculado com base no peso da
mercadoria e no valor CIF (custo, seguro e frete) da operação de importação. Segundo o
site da CDP, que publicou a tabela de tarifas portuárias vigente a partir de 03/11/20221, o
valor da capatazia no porto de Belém é de R$ 4,08 por tonelada de carga geral
movimentada a partir da embarcação até as instalações de armazenagem ou limite do porto,
ou no sentido inverso. Para contêineres cheios, o valor é de R$ 61,26 por contêiner
movimentado1. O valor da capatazia é diferente do valor do serviço de estiva, que se refere
à movimentação de mercadorias a bordo das embarcações.

Para executar a atividade reguladora, foi criado o Sistema de Desempenho Portuário –


SDP, para coleta de dados e informações sobre as operações portuárias e seus respectivos
preços. É alimentado pelas próprias instalações portuárias brasileiras. Provém um banco de
dados e de informações que atualmente é referência para o cálculo de indicadores
operacionais e de preços, necessários à aferição da qualidade dos serviços portuários.
Tem como finalidade gerar informações que sirvam como ferramentas para:
• A gestão operacional nos terminais de cada porto organizado e instalação portuária
participante, detectando possíveis deficiências e disfunções, e possibilitando ações
gerenciais de diagnóstico e correção;
• O planejamento do desenvolvimento portuário, através da comparação dos dados de
movimentação de cargas com os dados de capacidades e níveis de utilização de instalações
e equipamentos, detectando tendências e necessidades, com vistas ao dimensionamento
adequado da expansão e melhoramento;
• O monitoramento dos resultados decorrentes de medidas e ações estratégicas adotadas
pelo Governo Federal, através do Ministério de Infraestrutura e da Antaq, ou pelos
gestores e operadores de portos e terminais;
• O conhecimento e o controle público do desempenho e das tarifas dos serviços portuários
oferecidos aos usuários, permitindo a avaliação mais completa de sua qualidade e dos
reflexos nos custos totais de transporte;
• A regulação, através da Antaq e dos demais órgãos incumbidos legalmente dessa função,
da atividade econômica de utilização de instalações e exploração portuária desenvolvida
pelas autoridades portuárias e pelos diversos agentes operacionais – arrendatários de
instalações, operadores portuários e outros prestadores de serviços;
• A obtenção de padrões e parâmetros comparativos de desempenho e tarifas entre as
CIABA
30.05.2023
diversas instalações e terminais.

O acesso ao sistema é através da página eletrônica da Antaq:


http://web.antaq.gov.br/sdpv2/

Tópico 3 - Equipamentos
O uso de equipamentos especializados, como guindastes, empilhadeiras e transportadores,
pode aumentar ou diminuir o custo da operação de carga e descarga

1. Primórdios da transferência e operações com carga


Se voltarmos no tempo, numa época onde as normativas eram inexistentes e os
meios eram escassos, chegaremos a um limitado, inseguro e não lucrativo meio de
movimentação das cargas oriundas dos navios para os portos e suas facilidades.
No inicio das navegações, as cargas eram roladas por meio de pranchas colocadas
entre o navio e os berços de atracação, formando planos inclinados onde os tonéis
ou sacarias eram rolados ou movidos evitando o peso do içamento.

Com o desenvolvimento da indústria naval, o aumento dos navios com maiores


capacidades e a mudança dos cascos de madeira para ferro, o volume passou a ser o
maior problema nesses carregamentos e descarregamentos em detrimento do peso.
Somando-se a isso, a industrialização trouxe um gama de materiais e produtos de

CIABA
30.05.2023
diversos tamanhos, durabilidade e sensibilidade que tornou o tonel um meio
ultrapassado no carregamento de tais cargas.
Foi a partir do ano 1950, que o mundo vislumbrou pela primeira vez a necessidade
de uma padronização mais eficaz para o transporte de cargas a fim de otimizar o
transporte e suas movimentações. Nesse tempo, a definição que surgiu foi a
modularização da dimensão e o estabelecimento de um critério onde o equipamento
de transporte deveria ser resistente ao constante uso. Foi assim que surgiu pela
primeira vez o conex ou conteiners express service com medidas que foram
padronizadas pelo exercito americano.
16 anos depois, em 1966, o mundo veria pela primeira vez um navio realizar uma
viagem internacional, entre new York e Bremen transportando um total de 226
unidades de contêiner e somente em 1972, seria construído o primeiro navio porta-
conteiners celular do mundo para operar em terminais especializados de conteiners
o “Galoway”.
No dias atuais, não é difícil vermos grandes navios porta-conteiners e de multicarga
transportando as mais infindáveis mercadorias ao redor do mundo. A engenharia
naval não parou e continua a evoluir no mercado. Em paralelo a isso, meios arcaicos
de transporte não seriam mais viáveis e o homem teria de trazer para os portos e
terminais especializados, meios práticos de escoamento das mais variadas cargas.

Em 2016, foi convencionada a categorização de Very Large Conteiner Ship (VLCS)


para porta-conteiners com capacidade de 10000 a 20000 TEU e aqueles com
capacidade superior a 20000 TEU como Ultra Large Conteiner Ship (ULCS).
As quantidades de carga que atravessariam os mares cresceram então de uma forma
exponencial e os portos precisavam acompanhar esse crescimento de forma a
atender o mercado e seus navios. Foi assim que os valores para se manejar uma
carga precisavam ter diretrizes e padrões para que o escoamento ocorresse de forma
segura e padronizada no mundo.

2. Padronização mecanizada no escoamento da carga


Um produto para que chegue ao seu destinador final, precisa passar por uma serie de
etapas e isso gera um custo que precisa continuar sendo vantajoso dentro da cadeia de
transporte.

CIABA
30.05.2023
O transporte de mercadorias, qualquer que seja o meio utilizado, tem de ser
corretamente trabalhado para evitar que o preço final atinja índices inegociáveis, sendo que
na composição desses custos entram outros fatores que não somente o ato de transporte em
si.
Como forma de agilizar as operações e diminuir o tempo de estadia nos portos e até
como forma de humanizar a mão de obra, como fornecimento de trabalho mecânico, a
navegação marítima iniciou a unitizacao, através de pré-lingada e da paletizaçāo (métodos
que continuam a ser usados ainda hoje ou mesmo para evitar certos tipos de cargas em
contêineres).
Com essa carga arrumada previamente em estrados de madeira ou lingas e com o
embarque da mesma em forma de unitização e assim, estivadas a bordo, uma grande
economia de tempo seria garantida.

Duas problemáticas que surgiram então foram:


a) Os custos elevados dos estrados, lingas e empilhadeiras usadas no manuseio;
b) A dificuldade de executar o controle de uso e manutenção desses materiais.
Podendo citar o fato da quantidade grande de roubos e avarias nas mercadorias.
Sempre se teve o custo global como fator primordial para que outras soluções fossem
testadas e em algumas situações, para a completa substituição de antigos métodos. Assim, o
custo sempre estava atrelado a vantagem na forma de pensar e agir, trazendo ao vislumbre
de minimizar a atual forma de transporte utilizando tantos pallets, lingas e empilhadeiras.
Foi nesse cenário, onde o importador queria preservar a integridade física de sua carga,
pressionava o exportador para que desse preferência a certos armadores que operassem com
sistemas mecanizados.

CIABA
30.05.2023
Além do que, os próprios trabalhadores, em portos mais modernos a sua época, se
recusavam a trabalhar com carga não-mecanizada.
Foi nesse cenário que o contêiner chegou e ficou.

3. A segurança das operações traz novos horizontes


Da forma como antigamente eram feitas, pode-se dizer que trabalhar com segurança
trouxe mais comodidade para todos os envolvidos nessas operações, visto que a
mecanização trouxe vantagens para o terno de estiva que agora, estaria numa
posição segura em relação a carga.
Situações hoje não previstas, como homens sem equipamentos de proteção
individual, fugindo de balanço de lingadas suspensas, outros pendurados na
mercadoria, muitas das vezes mercadorias destruídas por impacto de queda, mal
manuseadas por homens que cumpriam uma rotina exaustiva de trabalho, com dias
de porto intermináveis, contanto com o tempo bom e vendo uma fila interminável
de caminhões no costado para o embarque e/ou desembarque de mercadorias.

A mecanização trouxe assim mais segurança a esses operadores e as próprias


mercadorias, somando-se a maior velocidade das operações de carga e descarga.

4. Equipamentos especializados e seus custos atrelados que viabilizam a cadeia


logística
Outrora, onde se via correria, esforços sobre-humanos, barulhos, cargas por vezes
destruídas deu lugar a um trabalho limpo, humano e executado de forma eficiente num
menor tempo.
De um lado, uma infinidade de tipos de carga, heterogêneas, soltas ou fracionadas
podendo ser acondicionadas em embalagens especificas como caixa, saco, fardo, tambor,
engradado, amarrado, bobinas ou ainda, volumes sem embalagem, como veículos,
maquinários em geral, blocos, além de cargas liquidas ou gasosas; De outro, essas cargas
podendo ser unitizadas em pré-lingada, paletizada, contêiner, big bag, tambor, barril, cestas,
skid , refil, etc teria como meta ser inviolável ao longo de todo o percurso origem/destino.
Assim, toda uma cadeia logística sairia beneficiada com o processo de unitizaçāo a
um menor custo, mas com maior segurança.
Com isso, a mecanização nos portos tornou-se uma obrigação emergente e custos
atrelados aos meios operadores trouxe para os donos da carga vantagens não questionáveis.

CIABA
30.05.2023
O lucro, que rege o comercio foi visível, com palpáveis ganhos de produtividade em
tempo, espaço e custo. Com a unitizaçāo da carga e a mecanização portuária para opera-la,
facilitou toda a sequência de operações desde a produtora até o importador. Manipulação,
separação, conferência, entrega, transporte e armazenamento, ficam racionalmente
otimizados. E isto, no computo global, implica sem duvidas custos menores de capatazia
portuária e maior segurança quanto a integridade das mercadorias além de ser condição
primordial para o melhor rendimento no transporte intermodal. Além do que, a
mecanização da carga unitizada possibilitou encurtar a estadia dos navios e
consequentemente, os custos.
As vantagens não cessam aí, podemos ainda citar:
a) Minimização do custo hora/homem;
b) Melhor controle do inventário;
c) Rapidez na estocagem;
d) Racionalização do espaço de armazenagem, com melhor aproveitamento da área
de estocagem;
e) Diminuição das operações de movimentação;
f) Redução de acidentes pessoais;
g) Economia de até 50% no custo da movimentação;
h) Diminuição de danos aos produtos;
i) Otimização de transporte de distribuição; dentre outros.

Dentre os tipos de equipamentos que os portos dispoem para efetivar esse escoamento
eficiente e seguro das cargas, temos: os guindastes, portêiners, empilhadeiras, paleteiras,
CIABA
30.05.2023
ponte rolante, esteira transportadora, elevador de carga, guinchos, talhas, caminhões munck
e ascensores.

5. Desempenho e eficiência em porto e terminais especializados


Eficiência é o fator decisivo na movimentação de cargas tanto nos portos marítimos quanto
nos portos interiores. O tempo de carga e descarga tem que ser reduzidos ao mínimo. Uma
logística flexível e uma boa relação custo-benefício são o que torna as instalações
portuárias competitivas no cenário internacional.
As mais recentes tecnologias e altos padrões de qualidade garantem o máximo desempenho
e disponibilidade de equipamentos.

Os equipamentos portuários dispostos são a chave para a movimentação eficiente da carga


tanto nos portos marítimos quanto nos portos interiores. Uma gama de equipamentos navio-
terra, cada um com uma variedade de equipamentos opcionais, fornece respostas
propositalmente planejadas para todos os tipos de mercadorias.

Mesmo trazendo a margem do comercio as vantagens e custas racionais para uso da


mecanização com carga unitizada, devemos ter em mente que um planejamento da estadia
do navio no porto se faça necessário, como forma de mitigar possíveis excessos em custas
com equipamentos não aproveitados ou facilmente dispensáveis pelo escopo das atividades.

CIABA
30.05.2023
TÓPICO 4 - Custos remoção de carga/transbordo
O custo de remoção de carga e transbordo depende de vários fatores, incluindo o tipo
de carga, a distância entre os locais de origem e destino, a quantidade de carga a ser
removida/transbordada e a disponibilidade de infraestrutura adequada nos locais
envolvidos. Os principais elementos a serem considerados ao calcular esses custos são:

1. Distância: A distância entre os locais de remoção e destino da carga é um fator


importante. Quanto maior a distância, maiores serão os custos associados ao
transporte da carga.

2. Tipo de carga: O tipo de carga também pode influenciar o custo de remoção e


transbordo. Cargas perigosas, frágeis ou de grande porte podem exigir cuidados
especiais e equipamentos adicionais, o que pode aumentar os custos.

3. Modal de transporte: O modo de transporte utilizado para a remoção e transbordo


da carga pode afetar os custos. Dependendo das circunstâncias, pode ser necessário
utilizar caminhões, trens, navios, aeronaves ou uma combinação deles.

4. Manipulação da carga: O custo pode incluir a carga e descarga da carga nos


veículos ou equipamentos de transporte, bem como a movimentação interna da carga
nos terminais ou armazéns.

5. Equipamentos e mão de obra: Dependendo da natureza da carga, pode ser


necessário utilizar equipamentos especializados e mão de obra adicional para realizar
a remoção e transbordo de forma eficiente e segura.

6. Documentação e regulamentações: Há também custos associados à documentação


necessária para a remoção da carga, como licenças, seguros e certificações. Além
disso, regulamentações específicas podem impor requisitos adicionais para a
manipulação e transporte de certos tipos de carga.

É importante considerar outros custos indiretos, como seguro de carga, armazenagem


temporária, despesas administrativas e possíveis taxas ou tarifas relacionadas aos
portos, alfândegas ou autoridades reguladoras.

TÓPICO 5 - Inspeções relativas à carga


As inspeções relacionadas à carga são procedimentos realizados para verificar a
conformidade, segurança, qualidade e conformidade regulatória da carga antes, durante ou
após o transporte.
Essas inspeções são realizadas com o objetivo de garantir a integridade da carga, evitar
riscos à segurança e proteger os interesses das partes envolvidas na operação. As inspeções
comuns relacionadas à carga são:

Inspeção pré-embarque: Essa inspeção ocorre antes do embarque da carga no meio de


transporte, seja navio, avião, trem ou caminhão. Visa verificar se a carga está de acordo

CIABA
30.05.2023
com as especificações e requisitos acordados, incluindo a quantidade, qualidade,
embalagem adequada e conformidade com as regulamentações aplicáveis.

Por que precisamos dar devida atenção a este processo?

A inspeção de carga é um processo que envolve a verificação da carga, relativas as


especificações descritas nos documentos de transporte (peso, quantidade, SKU, etc) e se
está integra, ou seja, livre de avarias pré-existentes.
Ter um bom processo de inspeção pode servir como garantia, protegendo suas operações
contra questionamentos ou até mesmo para que nenhuma mercadoria defeituosa chegue aos
seus clientes, e assim evitar danos à sua reputação.

Quando e onde acontecem as inspeções?

As vistorias ou inspeções acontecem em diferentes locais, podendo ser de entrada e/ou


saída.
Em ambos os casos o examinador registra o estado dos produtos recebidos, observando se
há danos ou outras não conformidades. A boa prática exige que sejam verificados
devidamente por todos os lados.
Caso a carga estiver danificada ou não cumprir as especificações determinadas, o
proprietário das mercadorias deverá ser comunicado de imediato, com o máximo de
detalhamento possível e com evidências visuais da ocorrência, seja foto ou vídeo.

As inspeções acontecem também em diferentes momentos, mas em geral se dá antes,


durante e/ou após o carregamento ou descarga.

Inspeções pré-embarque são realizadas quando as mercadorias são carregadas para os


clientes. Servem para verificar, por amostragem aleatória, a qualidade dos produtos antes
de serem carregados no container, caminhão ou navio de transporte.

Loading container
Assim que a carga estiver completa e seguramente carregada, uma inspeção final será
efetuada com os detalhes finais para assegurará que a carga se encaixa corretamente no
container e que não se desloque durante trânsito.

A cargas devem ser devidamente acondicionadas com correntes, cordas ou cintas,


especialmente quando se trata de mercadorias que normalmente não cabem de parede a
parede, tais como bobinas e paletes.

Em todas elas devem ser verificadas se a quantidade e a embalagem das mercadorias


correspondem com as especificações descritas nos documentos, como Invoice e packing list
e se algo foi danificado durante o trânsito.

CIABA
30.05.2023
Inspeção de contêineres: As inspeções de contêineres são realizadas para verificar a
condição dos contêineres e garantir que estejam em conformidade com as normas de
segurança e regulamentações internacionais, como as especificações da Organização
Marítima Internacional (IMO). Isso inclui a verificação das condições estruturais, vedação
adequada, documentação correta e apropriada identificação de rótulos e sinais.

Inspeção aduaneira: Essa inspeção ocorre nos pontos de entrada e saída das mercadorias em
um país e é realizada pelas autoridades aduaneiras para verificar a conformidade com as
regulamentações alfandegárias e fiscais. A inspeção aduaneira pode envolver a verificação
da documentação, a identificação e classificação correta das mercadorias, bem como a
detecção de possíveis violações ou contrabando.

Inspeção de segurança: As inspeções de segurança são realizadas para garantir que a carga
transportada não apresente riscos para a segurança do transporte ou ameaças à segurança
pública. Isso pode incluir a detecção de substâncias perigosas, explosivos, materiais
radioativos ou qualquer outra carga proibida ou restrita.

Inspeção de qualidade: Essa inspeção é realizada para verificar a qualidade e as


características da carga, de acordo com as especificações e padrões acordados. Pode
envolver testes de amostragem, análise de laboratório, medições de peso, verificação de
propriedades físicas e químicas, entre outros.

O processo de inspeção

O processo de inspeção da carga pode variar muito, a depender do tipo de commodity que
está sendo carregado, vejamos alguns exemplos:
Em mercadorias sujeitas a serem danificadas por umidade seja interessante, além de
verificar a qualidade do material, quantidade e potenciais danos físicos, verificar também o
nível de umidade do container ou caminhão, checar se há furos no teto ou paredes da
unidade, realizando o famoso “teste de luz”.
Bens perecíveis, como as frutas, podem ser necessários cortar amostras para examinar o
interior, uma vez que a sua qualidade não pode ser avaliada apenas através da inspeção da
aparência exterior. Além da medição de temperatura, com evidências fotográficas do
termômetro.

CIABA
30.05.2023
Temos também as vistorias das unidades de carregamento. Recomenda-se efetuar uma
inspeção do container vazio antes do carregamento. As provas de qualquer dano, tais como
amassados e ferrugem, têm de ser recolhidas e comunicadas antes do carregamento dos
produtos. Isto serve tanto para evitar potenciais reclamações da companhia de navegação,
mas também como precaução para eventuais “claims” ou reclamações de clientes.
O mesmo se aplica à carga a granel, o estado do navio e seus porões devem ser avaliados e
estar em conformidade para o tipo de mercadoria que será carregada no mesmo. Este tipo
de inspeção serve para verificar se a qualidade da carga não será afetada ou contaminada
pelo estado do porão.
É importante observar que as inspeções relacionadas à carga podem variar de acordo com o
tipo de carga, os requisitos regulatórios dos países envolvidos, as normas do setor e os
termos acordados entre as partes. As inspeções podem ser conduzidas por agências
governamentais, inspetores independentes ou empresas especializadas em inspeção e
certificação de cargas.

Como aprimorar seus processos e ter inspeções mais eficientes?

Embora existam diferentes tipos de inspeções e vários aspectos a considerar, todas as


inspeções têm em comum a necessidade de garantir que os requisitos definidos serão
cumpridos.
Depois de verificar a condição da carga, as informações não só precisam ser coletadas, mas
também serem reportadas e comunicadas as partes interessadas, como também deverão ser
devidamente armazenadas e de fácil acesso para uma busca futura.
Normalmente, em casos de discrepâncias visuais, a foto é a principal ferramenta para
registar os danos. No entanto, as inspeções vão além de apenas tirar fotografias; são fluxos
de trabalho onde contém checklists, vídeos, formulários e outros documentos.
A gestão correta das inspeções pode fazer uma grande diferença no seu negócio,
prevenindo perdas financeiras e aumentar a satisfação do cliente.

TÓPICO 6 - Preparação dos porões / equipamentos


A preparação dos porões e equipamentos de um navio para o transporte de carga é
uma etapa crucial antes do início das operações de carga. Essa preparação envolve
várias atividades para garantir a segurança, eficiência e integridade da carga a bordo.
Aqui estão algumas das principais etapas envolvidas na preparação dos porões e
equipamentos:

1. Limpeza e inspeção dos porões: Os porões do navio devem ser limpos e


inspecionados antes do carregamento da carga. Isso inclui a remoção de quaisquer
resíduos, detritos ou cargas remanescentes das operações anteriores. A inspeção é
realizada para identificar quaisquer danos, corrosão ou problemas estruturais que
possam afetar a segurança ou a integridade da carga.

2. Verificação das condições de carga: Antes do carregamento, os porões devem ser


verificados para garantir que estão em condições adequadas para acomodar a carga.
Isso inclui verificar se há presença de umidade, vazamentos ou odores indesejáveis
que possam prejudicar a carga.

CIABA
30.05.2023
3. Preparação do equipamento de movimentação de carga: Os equipamentos, como
guindastes, guinchos e transportadores, devem ser inspecionados e testados para
garantir que estejam em pleno funcionamento. A manutenção adequada desses
equipamentos é essencial para a segurança e eficiência das operações de carga.

4. Verificação e preparação dos acessórios de carga: Os acessórios de carga, como


paletes, engradados, amarras e lonas, devem ser verificados e preparados para
garantir que estejam em boas condições e sejam adequados para a carga a ser
transportada. Isso inclui a inspeção de amarras, verificações de peso máximo
suportado, além de garantir a conformidade com as regulamentações e padrões de
segurança.

5. Documentação e planejamento: A preparação dos porões e equipamentos também


envolve o planejamento adequado das operações de carga. Isso inclui a revisão da
documentação da carga, como as instruções de estiva, documentos de carga e
certificados, bem como a definição do plano de estiva adequado para otimizar o
espaço e a estabilidade da carga a bordo.

É importante ressaltar que a preparação dos porões e equipamentos pode variar de


acordo com o tipo de carga, as características do navio e as regulamentações
aplicáveis. É fundamental seguir as diretrizes e práticas recomendadas pela indústria
marítima e garantir a conformidade com as normas de segurança e regulamentos
pertinentes.

TÓPICO 7 - Supervisão de operações

TÓPICO 8 – TARIFAS ADMINISTRATIVAS

No processo de descarga de mercadorias, há uma variedade de custos associados que


devem ser considerados para uma gestão eficiente dos recursos financeiros. Um dos
componentes importantes desses custos são as tarifas administrativas, que são cobradas
para cobrir os serviços e as despesas administrativas relacionadas à operação de descarga.
A seguir, discutiremos as tarifas administrativas e sua relevância para o custo total das
operações de descarga.

1. Definição de Tarifas Administrativas:


As tarifas administrativas são os encargos cobrados pelas autoridades portuárias, terminais
ou empresas responsáveis pela administração do local de descarga. Essas tarifas são
geralmente aplicadas para cobrir os custos associados à gestão, administração e manutenção
das instalações portuárias, incluindo serviços como segurança, limpeza, iluminação, gestão
de pessoal, controle aduaneiro, documentação e outras atividades administrativas
relacionadas.

2. Determinação das Tarifas Administrativas:


As tarifas administrativas podem variar de acordo com o porto, terminal ou empresa
envolvida na operação de descarga. Geralmente, essas tarifas são estabelecidas com base
CIABA
30.05.2023
em critérios como o tamanho da embarcação, o tipo de carga, a duração da estadia no porto
e as facilidades e serviços oferecidos. As autoridades portuárias ou empresas responsáveis
pela administração do porto normalmente publicam uma tabela de tarifas que define os
valores a serem cobrados pelos serviços administrativos.

3. Impacto no Custo Total de Operações de Descarga:


As tarifas administrativas podem representar uma parcela significativa do custo total das
operações de descarga. Embora variem entre os portos e terminais, essas tarifas são um dos
fatores que devem ser considerados ao calcular o custo total da operação. Portanto, é
importante que os agentes envolvidos no processo de descarga estejam cientes das tarifas
administrativas aplicáveis e as incorporem em suas projeções de custo.

4. Importância das tarifas administrativas:


Compreender e considerar as tarifas administrativas é essencial para uma gestão eficiente
dos custos de operações de descarga. Ao incluir essas tarifas nos cálculos de custo, é
possível ter uma visão mais precisa do investimento necessário para realizar as operações.
Isso permite uma melhor estimativa de custos e a elaboração de orçamentos adequados.

Além disso, a transparência em relação às tarifas administrativas ajuda a evitar surpresas


financeiras indesejadas e permite uma melhor negociação com as autoridades portuárias e
outras partes envolvidas.

Exemplos de tarifas administrativas:

 Taxa de movimentação portuária: Essa taxa é cobrada para cobrir os custos


administrativos e operacionais gerais do porto. Ela pode incluir serviços como
manutenção das instalações portuárias, segurança, administração e outros custos
associados à operação portuária.

 Taxas alfandegárias: As taxas alfandegárias são cobradas pela alfândega ou


autoridades aduaneiras para processar e inspecionar as mercadorias importadas
ou exportadas. Essas taxas visam cobrir os custos administrativos e de pessoal
envolvidos no processo de controle aduaneiro, liberação e documentação.

 Taxas de inspeção: Essas taxas são cobradas quando ocorrem inspeções


adicionais durante as operações de descarga. Elas podem ser realizadas para
verificar a qualidade, a segurança ou a conformidade das mercadorias
descarregadas. As taxas de inspeção podem variar dependendo do tipo de carga,
dos requisitos regulatórios e da complexidade da inspeção.

 Taxas de supervisão: As taxas de supervisão são aplicadas quando é necessário


um acompanhamento e supervisão adicional durante as operações de descarga.
Essas taxas podem ser cobradas por um inspetor, agente portuário ou

CIABA
30.05.2023
representante designado para monitorar e garantir a conformidade com as
regulamentações e os procedimentos operacionais.

TÓPICO 9 - Outras despesas

CIABA
30.05.2023

Você também pode gostar