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VERSO E REVERSO
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1 Professor Titular dos Programas de Pós-Graduação em Educação e em Psicologia da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Coordenador do Grupo de Estudos e Investigações
Acadêmicas nos Referenciais Foucaultianos (GEIARF/CNPq), implantado no ano de 2000.
2 Influenciado pelos pensamentos de Nietzsche (1844-1900); Maurice Merleau-Ponty (1908-1961);
Gilles Deleuze (1925-1995); Jacques Derrida (1930-2004) entre outros; Carl Marx (1818-1883),
Sigmund Freud (1856-1939); Gaston Bachelard (1884-1962); Jacques-Marie Émile Lacan (1901-
1981); Martin Heidegger (1889-1976); Maurice Blanchot (1907-2003); Donatien Alphonse François
de Sade (1740-1814); e, Franz Kafka (1883-1924).
Mesmo assim está posto, num exercício de organização das discussões que
aqui serão apresentadas, que tem o propósito de um diálogo inicial com seus “ditos
e escritos”, pontuando alguns aspectos e análises operadas no presente capítulo
distribuídas em três momentos: O primeiro, a partir de algumas referências em
relação ao autor, características pessoais, sua formação acadêmica, suas
preocupações iniciais e as escolhas de seus primeiros eventos-temas.
No segundo momento, no que diz respeito aos movimentos e análises da
arqueologia do saber, da genealogia do poder e da genealogia da ética ou
arquegenealogia, pelo mapeamento de algumas especificidades dessas abordagens
– nos diferentes campos do conhecimento – e dos princípios, fontes e produções.
Dessas, alguns aprofundamentos e destaques ocorrem pela indicação do autor.
Em ambos os momentos, menciono o ano da primeira publicação original –
em Francês acompanhada do respectivo ano das publicações no Brasil e Portugal,
por exemplo, a obra Vigiar e Punir: a história da violência nas prisões
(1975/1987), acrescida de algumas emersões iniciais, em relação ao conhecimento,
às instituições, às práticas/políticas, a poder, saber e sujeito, possibilitadas por
Foucault, que são procedidas pelas motivações e constatações que nos instiga. Por
último, constam algumas observações finais, não como encerramento, mas para
outras aberturas de possibilidades de reflexões.
Foucault é um contestador e provoca a examinar todas as formas de poder
circulantes, privilegia-nos com uma vasta produção quando nos remete para
subjetividade na arqueologia do saber, marcando de modo decisivo o pensamento
de seus contemporâneos, influenciando desta maneira outras formas de analisar
eventos-temas e se inserir nas possibilidades de mudanças da realidade que os
manifesta, sempre encontradas por intermédio da história social, na condição de
exercidas, enquanto práticas/políticas, pelos seus registros.
São os labirintos da história e da sociedade, marcando de forma diferencial
seu pensamento, quando lidas pelas condições de eventos-temas e métodos,
exercendo a criação de um conjunto de dúvidas e possibilidades de outras
compreensões aos seus leitores, exigindo, como já escrevi leituras e releituras de
suas obras, quando se depara com outras análises.
É o exercício de que revisar implica sair da sensação (subjetividade ou
aparências) e perceber outros achados em seus mesmos escritos. Ao mesmo
tempo, pelo fato de ter empreendido em novos conceitos e termos, inserindo
algumas mutações, ampliações e recolhimentos de vocabulários propostos em seus
livros, estamos diante de duas situações:
A primeira, ele não permite ser fisgado na exclusividade de uma
determinada obra. É no conjunto delas que nos fornece pistas, amplia ou recolhe
expressões (glossários), seus respectivos sentidos e preponderâncias variantes;
segundo, é uma das características determinantes em seus escritos utilizar-se da
negação, explicando por meio do que não é e, somente nas últimas páginas, define
seu pensamento sobre o evento-tema e as formas de apropriação. A partir dessas
duas observações, que não são únicas, considero Foucault o autor das armadilhas,
induzindo ao erro a maioria de seus leitores desprevenidos, exigindo sempre indicar
a obra, pois o vocabulário pode adquirir outro sentido, como as compreensões de
saber, poder e sujeito.
Embora muitas vezes seja rotulado como estruturalista ou pós-estruturalista
e, ainda, pós-modernista, acabou rejeitando esses rótulos, além de outros, assim
como a condição de filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico
literário. Essas tentativas de enquadrá-lo podem ser consideradas de sujeição aos
interesses de possíveis leitores ou críticos, simpatizantes de suas ideias ou
adversários, sem nenhum conhecimento, muitas vezes, desviando o que Foucault
nos ensina. Preferiu se autorreconhecer como um dos pensadores da história crítica
da modernidade, influenciando tanto grupos acadêmicos, quanto os ativistas das
causas relacionadas aos movimentos sociais de sua época e até dos dias de hoje.
Por outro lado, há um pouco de exageros, talvez, mais uma vez por
desconhecimento, quando anunciam que Foucault é um pensador contemporâneo,
responsável em propor uma teoria do poder, na medida em que seus escritos
anunciam, na genealogia do poder, enquanto um dos campos de convergência de
um conjunto de “regras” metodológicas, tuteladas por um universo temas-objetos,
que se desenham também pelos modos de apropriações aos quais foram
empreendidos diferentes itinerários.
Instigante e desconfortante, muitas vezes criticado também por
contrassensos, talvez por uma leitura aligeirada de suas obras, de excertos ou
títulos delas. Foucault investigou diferentes domínios e empreendeu novos
conceitos, conforme já foi dito, ampliou expressões ao longo de suas pesquisas,
sempre em vista da variedade de eventos-temas, por pontos estratégicos, entra na
história social (fatos) de onde se vê em que lugar estamos e para onde vamos, sem
anunciar onde estaremos e como seremos.
As contribuições de Foucault são de toda ordem, justamente pela sua
capacidade de remanejar e reorientar os campos epistemológicos (plano discursivo),
por diferentes caminhos (itinerários) e concepções (glossário), adentrando os seus
estudos, alinhavados pelos registros contidos na história social (fatos).
Isso indica que ele não se ateve apenas ao conteúdo da filosofia, como
muitos afirmam, mas das ciências homem, que estudam criteriosamente um
conjunto de conhecimentos com o propósito de compreender o homem como ser
social, ampliando seus domínios ao relacionar-se com os campos da saúde,
psicologia, psicanálise, economia, comunicação, religião, teologia, do jurídico e
político, a partir de discursos específicos, das práticas sociais, das instituições e dos
indivíduos, operadas pelas culturas locais, que sempre serão políticas, pelas
tentativas exaustivas de sujeição.
Muito além de apontar essas práticas, como um tipo de intervenção política,
entre pensamento e ação, coletivo e individual, esse conjunto de domínios, que
caracterizam as disciplinas das ciências homem, permite pontuar algumas
especificidades peculiares de suas contribuições epistemológicas e cobrem, de
forma singular, um campo de conhecimento amplo e interdisciplinar, compreendido,
aqui, como uma interação entre duas ou mais disciplinas, como é o caso da história
e a sociologia, um ou mais campos de estudos, de saúde e da educação, , bem
como de outras das quais se vale, que compõem as ciências.
Isso só foi possível diante de os resultados de suas investidas apresentarem
essas características no âmbito do conhecimento, relacionadas a um ou mais
evento-tema estudados pelo autor, além de empregar diferentes itinerários, com
procedimentos e análises específicas, pelo tripé: História da filosofia, História da
ciência e História da literatura.
Inova e possibilita ao indicar agora a condição de um evento-tema de
estudos e os itinerários adotados em cada um, enquanto processos que se alinham
e se explicitam durante toda a constituição investigativa de forma concomitante,
desde a escolha de um determinado tema-evento, que não se limita a uma revisão
bibliográfica sobre este, mas as escolhas que vão se constituindo enquanto um
evento-problema de estudo associado a um método, que não ocorrem ou se pré-
determinam a priori, nas sim em constantes buscas e simbioses.
São fontes e movimentos peculiares do tratamento não só de arquivos,
entrelaçados e complementares, com características que se aproximam como
novos, pois são outras possibilidades, achados, aberturas ou brechas no mesmo
campo do conhecimento, o que permite estabelecer outros sentidos e significados
da realidade social pelos efeitos de seus desdobramentos, pelos emaranhados das
raízes dos processos históricos (fatos), pelas redes que se configuram e subsidiam
suas reflexões, exigindo demarcar os espaços de suas emergências e de seus
esgotamentos e muitas vezes retomados, pelas condições instauradas que os
possibilitaram serem desarquivados ou percebidos, muito próximo aos elementos
ideológicos de maneira distorcidas, interferindo diretamente nos em seus efeitos,
compressões e resultados.
Essas atitudes de certa resistência do autor, já o diferenciam dos demais
pensadores, não só pelo volume significativo de suas produções, mas pelas
complexidades de seus estudos e aproximações, muitas vezes imperceptíveis,
quando já menciona a relação de poderes e saberes em sua tese de doutorado
anunciando: “entre tantos outros, se recopiasse, se fragmentasse, se repetisse, se
simulasse, se desdobrasse, desaparecesse”. (FOUCAULT, 1975, p. 6).
Com essa obra, Foucault marca também os efeitos iniciais do seu sucesso
intelectual nos anos de 1960, reconhecido como um dos pensadores da história das
ideias, introduzindo-o no meio intelectual e, ao mesmo tempo, despertando o
interesse em conhecerem outros escritos de sua autoria, ampliando sua visibilidade
intelectual dentre eles: Doença Mental e Psicologia (1954/1962), fruto do seu
relatório de dissertação do curso de mestrado, adota como pressuposto “[...] de que
muito além das patologias mental e orgânica há uma patologia geral e abstrata [...]”
e menciona: “[...] em um balanço rápido, é necessário reconhecer ao mesmo tempo
se constituíram as psicopatologias tradicionais e recentes [...] a medicina mental tem
que estar consciente para encontrar um novo rigor”. (FOUCAULT, 1975, p. 8).
Sugere pensarmos a doença mental não como uma exclusiva condição
clínica ou patológica, mas sim compreendê-la por um método, que permita se
aproximar e identificar um conjunto de significações anterior de vida, que induziram
a constituir cicatrizes, comprometendo as condições atuais da existência individual,
desdobradas pelas relações sociais acumuladas e instrumentalizadas pela
perspectiva binária, entre um dito normal ou patológico. Logo, as repostas não
podem estar numa determinada metapatologia qualquer, mas em uma “[...] certa
relação historicamente situada entre homem e, o homem louco e homem
verdadeiro”. (FOUCAULT, 1975, p. 9).
Pelo livro O Nascimento da Clínica (1963/1980) é possível identificar o
aparecimento, no século XVII – de diálogos-fontes entre médico e o doente, como
uma condição histórica, social e de saúde mental de um sistema que não se esgota
de reorganizações em profundidades, não só dos conhecimentos da saúde, mas
pelos jogos dos discursos que vão sendo alinhavados, entre as mudanças e
propósitos da concepção da própria doença mental.
Destaca o surgimento da clínica como um espaço de preservação, as
mudanças dos exames e das observações, as especificidades individuais, os
comprometimentos evasivos dos diagnósticos clínicos e suas consequências à vida
dos indivíduos, uma espécie de carimbo social.
Esses novos achados são tutelados pelos aspectos históricos, sociais e
psicológicos tratados nessas duas obras, que se modificam e transferem
radicalmente os pensamentos precedentes do ponto de vista teórico e metodológico,
abrindo alternativas e possibilidades, incentivando novos hábitos de reflexão
científica, dentre as quais, é possível que um indivíduo preencha a função do sujeito,
em que o campo do sujeito é sujeito, e de que uma rede se alinhave pelos discursos,
entre os desejos, entre os prazeres e as frustrações, a culpa, a cultura, o econômico
entre outros, que não são isolados do seu contexto, e é nesse o destaque da rede
de relações, afirmando que não há sujeito absoluto.
Nesse sentido, o sujeito tem suas bases, uma constituição histórica e social,
no emaranhado de uma rede de interesses (dos outros, pelas brechas de si). Assim,
fica evidente que o evento-tema poder, pensado por muitos leitores desprevenidos,
não é o foco de seus estudos, mas o sujeito, como foi se constituindo por diferentes
saberes, que atribuo num formato de espiral, em que no centro se localiza o sujeito,
e ocupam um dos extremos dessa espiral os saberes e outro, os poderes, ambos
circulantes, provisórios em torno do sujeito.
Assim, Foucault se projetou como intelectual até os dias de hoje, mesmo
após sua morte, não só por ter despertado atenção em seus escritos e ditos, mas
também por alterar radicalmente a escrita de forma crítica, nas tentativas do domínio
da desrazão, nas mudanças do estatuto e das condições da classificação do louco,
operadas pelas técnicas de exclusão.
São raras ou pouco frequentes essas discussões teóricas e metodológicas,
não só relacionadas ao autor ou teóricos, mas a situações ou episódios, como
estando estes, de forma, direta ou indiretamente, disponíveis a serem estudados em
uma prateleira. Mais raras ainda são as discussões relacionadas com questões
éticas do pesquisador nos seus eventos-temas, relativas às suas condições
cognitivas, básicas (ler, interpretar e escrever) no caso, desprovidas de uma
determinada teoria ou paradigma, até mesmo de um método, como se este não
fosse calcado a partir do domínio de seus pressupostos contidos em cada
perspectiva teórica anunciada. Há uma forte tendência em afirmar que estamos
vivendo a experiência da pós-verdade, pelas condições da precariedade do saber, a
que muitos foram submetidos durante a escolarização, com o agravamento do que é
conhecimento.
Sem essa compreensão teórica e metodológica, é praticamente impossível
falar de ciência, na medida em que elas são frutos do domínio (cognitivos)
comprometidos pela precariedade das formações anteriores, que antecedem a base
teórica, talvez pouco se fale sobre certos conceitos, pressupostos teóricos e
conhecimento ou das possibilidades de alinhavar uma determinada teoria e seu
respectivo método, que sempre exigem, nos processos possíveis, tentativas de
domínios elementares de um conjunto de elementos contextuais e das possíveis
condições operacionais da investigação que se anuncia, muitas vezes na raiz da
aprendizagem, as condições comprometidas de alfabetização e letramento.
Isso ocorre em função das dificuldades também relacionadas aos aspectos
entre o lógico (estrutura interna do processo constitutivo anunciado), o histórico
(formas de apropriação dos fatos) e, acrescento ainda, as redes de relações entre
tema-evento, contextos, teoria/métodos, resultados/análises, na medida em que se
isola dessa atitude desse conjunto de relações, deixa de existir como evento-
problema.
Os desdobramentos desses, de maneira geral, ocorrem de forma diluída,
disseminada, muitas vezes sutis, em diferentes relações e níveis organizacionais.
Dispomos da afirmação que o conhecimento é uma das ferramentas de poder que
não se dá, não se troca, nem se retoma, se exerce, só existe em movimento ou ação
também da afirmação que o poder não é manutenção e reprodução das relações,
não só teóricas, mas econômicas, sociais, culturais, acima de tudo, relações de
forças e domínios. Ele não tem como ser relativizado ou omitido. Ele é explicitado
pelos limites e possibilidades de cada sujeito em lidar consigo. (FOUCAULT, 1980,
p. 175).
Para lidar com esta ideia, Foucault sugere a necessidade de questionar o
momento presente não porque ele é, mas, as condições históricas (fatos) que
permitiram levá-lo a ser como é, principalmente, que condições possibilitaram sua
emergência, interferindo diretamente nos modos de ser e estar no mundo.
Isso o levou, em seus últimos escritos, a focalizar também na perspectiva
dos indivíduos livres, éticos e racionais nas lutas pelas transformações sociais e
políticas, libertos das amarras de dominantes culturais, atenta para as tentativas
hegemônicas dos enunciados promotores de discursos, das falsas verdades,
impondo condutas e determinações de pensamentos, narrativas, enquanto pilares
da formação de cada indivíduo, constituído pelas drenagens peculiares de cada um
dos efeitos do meio e suas condições de enfrentá-los e transgredi-los, rompendo o
ciclo naturalizado da dicotomia da forma que penso e exercito, mas o que leva
acreditar que penso, é a verdade.
Esses desafios são sustentados pela história da realidade social secular,
marcada pelos fatos alcançados, em que se denota a precariedade das condições
de existência humana, em uma divisão inicial binária, entre os produtores de uma
determinada ordem (verdades) e os cumpridores, em sua maioria, acatadores
dessas determinações, de uma maneira ou de outra, sujeitados a partir de si aos
outros.
Essa espécie de drenagem se institui pelas condições objetivas e subjetivas,
entre o meio e o indivíduo, mediado pelas disputas culturais. É a circulação do
dever, da moral (ou imoralidade), da religião, dos paradigmas, paradoxos do que se
anuncia como conhecimento, alinhado ao certo ou errado ou, ainda, à condição do
melhor ou pior, para compreender a realidade representada pelos seus fenômenos
que sempre serão peculiares – são modos de vida, escolhas ou ainda, mecanismos
de defesas.
O resultado é a seleção pela classificação e o estabelecimento de controles
evidentes ou não, seja em cada instituição, entre os indivíduos, sujeitando-os às
práticas sociais operadas por determinantes culturais, sem qualquer análise prévia
de suas validades. São práticas/políticas em jogos de linguagens, comportamentos e
omissões, porta para o sofrimento, adoecimento ou pela produção de sua própria
exclusão.
Esses movimentos, quando resgatados em arquivos, fatos e analisados,
pelas perspectivas Foucaultianas, são sustentados nas relações de poderes e
saberes – sujeitos e indicam diferentes domínios, objetivamente pela sua
materialidade (prova) e pela subjetividade (interpretação) permitindo tecer críticas
aos aspectos relacionados às suas próprias delimitações disciplinares, de
enquadramentos, como normal e anormal.
Assim, a partir desse inventário inicial das bases de seus pressupostos
teóricos e metodológicos, alinhavados por obras e análises iniciais destas, cabe
refletir um pouco sobre seus três empreendimentos e respectivas transformações,
concernentes aos métodos empregues, também, conhecidos pelos seus leitores e
assim interpretados por etapas, fases, projetos ou itinerários, relacionados aos
movimentos que se caracterizam como arqueologia do saber, genealogia do poder e
genealogia da ética, assim denominados pelo autor como já anunciado.
Em verdade, não há uma arqueologia no sentido restrito da expressão, mas
a que Foucault procede é a uma arqueologia do saber das ciências humanas,
tratando da constituição de uma superfície de inscrição que sustentou, inicialmente,
suas pesquisas e análises, mas não se configurou um corpo teórico amplo, segundo
ele avaliou alguns anos após, no livro Em Defesa da Sociedade (1997/1999).
A tutela do itinerário arqueológico é o saber, neste sentido o marco de
referência são as formas de organização do conhecimento, numa dada época da
história, enquanto um evento-tema, em função de classes e objetos específicos,
buscando obter as suas condições de emergências contidas nos discursos desses
saberes, operados pelas ciências, paradigmas, paradoxos, ideologias e outras
práticas discursivas capazes de serem submetidas a estas condições de análises –
fontes de movimentos das práticas sociais vigentes operam por determinantes
culturais vigentes, na potência de uma verdade absoluta, fechada e enfática. Além
do comprometimento cognitivo de quem tenta se apossar.
Segundo Foucault, no livro Arqueologia do Saber (2005, p. 172), a
arqueologia é compreendida,
REFERÊNCIAS